Revista ESCALA 35

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escala

arquitetos + decoradores + designers + vips...

ano 11 nº35 julho de 2012

Sir Terence Conran + Whitney Sander + Sérgio Magalhães + Paula Neder + Martin Vomastek + Albert Pražák + Patricia Mayer + Luiz Paulo Marcolini + Jiří Bardoděj + David Černý + Dorys Daher + Christiane Laclau + Sebastián Lara + Mauricio Lara + Chico Vartulli + Patricia Marinho + Andrea Spada + Michele Corbani + ~ , ~ 1 Hiêp . Hòa Nguyên + Tiên Giao Ngô + Nhon Quí Nguyên + Toàn Đình Nghiêm




Editorial Mais do que meros acentos! More than mere accents!

T

antas casas já foram mostradas aqui, mas nenhuma foi chamada de “rodinný dům”! Pela primeira vez, ESCALA publica uma matéria com arquitetos da República Tcheca.

So many houses have already been shown here, but none has been called “rodinny dum”! For the first time ESCALA publishes a report with architects from the Czech Republic.

De onde vem Hiệp Hòa Nguyễn? Do Vietnã, outro novo destino para ESCALA. Os leitores verão a importância da madeira na arquitetura vietnamita. Where is Hiep Hoa Nguyen from? From Vietnam, another new destination for ESCALA. The readers will see the importance of wood in the Vietnamese architecture.

Publicamos também entrevistas exclusivas com o studio ILMIODESIGN, Whitney Sander e os Irmãos Lara, designers do México — eles me lembram dos nossos irmãos Campana. We also publish exclusive interviews with ILMIODESIGN studio, Whitney Sander, and Mexican designers Irmaos Lara — they remind me our Irmaos Campana.

A propósito, “rodinný dům” significa “casa”, em tcheco. Na versão em inglês da entrevista, todos esses acentos sumiram — em inglês, não há acentos! Escrever assim foi muito estranho... By the way, “rodinny dum” means “house” in Czech. In the English version of the interview, all these accents have disappeared — in English there are no accents! Writing like this has been very strange…

Publisher de ESCALA Diretora da Director http://revistaescala.blogspot.com andrea@altherswanke.com.br

ESCALA é uma publicação da ESCALA is published by

Jornalista Responsável Responsible Journalist Andréa Magalhães MTb 17.287

Conselho Consultivo

Consultative Council Adriana Figueiredo, arquiteta/ architect Andréa Menezes, arquiteta/ architect Carlos Alcantarino, designer Carlos Fernando Andrade, arquiteto/ architect Carlos Murdoch, arquiteto/ architect Carolina Wambier, arquiteta/ architect Christiane Laclau, decoradora/ interior designer Franklin Iriarte, arquiteto/ architect Jorge Lopes, designer Jerônimo de Moraes Neto, arquiteto/ architect Lygia Niemeyer, arquiteta/ architect

Projeto Gráfico

Graphic Project Altherswanke Comunicação

Edição de Arte Art Edition Josué Fernando

Consultor Financeiro Financial Advisor Peter Wanke

ESCALA não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. ESCALA is not responsible for the concepts emitted in the signed articles.

Publicidade/ Publicity +55 (21) 2284-9605/ +55 (21) 9919-2292 www.altherswanke.com.br http://revistaescala.blogspot.com altherswanke@altherswanke.com.br revistaescala@uol.com.br



10 A N O S

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ós temos que agradecer todos os e-mails e telefonemas que recebemos, parabenizando ESCALA pelo seu 10º aniversário. Aqui, estão alguns dos e-mails. Desculpem-nos por não publicar todos eles, porque a lista é bastante grande. Obrigada mais uma vez! Estamos muito contentes por termos recebido palavras tão estimulantes.

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e have to thank all the e-mails and phone calls that we have received congratulating ESCALA for its 10th anniversary. Here are some of the e-mails. Sorry not to publish all them, because the list is really big. Thanks again! We are very glad to have received such stimulating words.

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Capa: foto principal cortesia de Labor13 (Miura Hotel, República Tcheca). No destaque (acima), detalhe de Pólipo (Mauricio Lara, México)

Conteúdo

Cover: the principal photo is a courtesy of Labor13 (Miura Hotel, Czech Republic). In the detail (above on the right), Polipo (Mauricio Lara, Mexico)

04 Editorial/ Editorial

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escala

arquitetos + decoradores + designers + vips...

Sir Terence Conran + Whitney Sander + Sérgio Magalhães + Paula Neder + Martin Vomastek + Albert Pražák + Patricia Mayer + Patricia Quentel + Jiří Bardoděj + David Černý + Dorys Daher + Christiane Laclau + Sebastián Lara + Mauricio Lara + Chico Vartulli + Patricia Marinho + Andrea Spada + Michele Corbani + ~ , ~ 1 Hiêp . Hòa Nguyên + Tiên Giao Ngô + Nhon Quí Nguyên + Toàn Đình Nghiêm

26 Exclusivo/ Exclusive O nome deles é trabalho Their name is labor

06 ESCALA 10 anos!/ ESCALA 10 years!

30 Exclusivo/ Exclusive 34

30 Exclusivo/ Exclusive 10

30 Reportagem/ Report 38

30 Exclusivo/ Exclusive 14

30 Exclusivo/ Exclusive 42

30 Exclusivo/ Exclusive 20 20 Tire seu chapéu para ILMIODESIGN

30 ArqNow 46

Um cartão de visita laranja — e verde An orange – and green – business card

A N O S

Terence Conran em seu habitat Terence Conran in his habitat por (by) Heloisa Righetto

Os irmãos Lara e sua luz “animal” Lara brothers and their animal lamps

Take your hat off to ILMIODESIGN

ano 11 nº35 julho de 2012

Madeira da infância no Vietnã Wood from childhood in Vietnam por (by) Jean Fontes

Uma nova Barra da Tijuca; um novo CasaShopping A new Barra da Tijuca; a new CasaShopping

por (by) Suzy Castañeda



Exclusivo

por Heloisa Righetto Direto de Londres

Terence Conran em seu habitat

É

bem difícil não passar por um projeto de Terence Conran em Londres, assim como esquecer que foi ele quem apresentou edredons e espremedores de alho para os britânicos e trouxe o bom design de produtos para suas casas. Mais difícil ainda é fazer uma retrospectiva abrangente da vida profissional do designer, que, em 1983, foi condecorado com o título de “Sir” pela Rainha Elizabeth. O Design Museum de Londres — do qual ele é co-fundador (1989) — topou o desafio e o resultado foi a exposição “The Way We Live Now”, que ocupou um dos andares do museu, de novembro de 2011 a março deste ano. Na mostra — coincidiu com a comemoração do 80º aniversário dele —, os visitantes puderam ver distintas fases de sua carreira e suas diversas paixões: a abertura da rede de lojas de decoração Habitat, a transformação de seu nome em uma marca (Conran Group), a importância da comida em sua vida etc.. O Design Museum, que mudará de endereço em 2014, conseguiu mostrar o impacto de Conran, designer, empresário e empreendedor, na vida doméstica dos britânicos. E ficou claro para os visitantes que o segredo do seu duradouro sucesso como designer está em projetar coisas que as pessoas querem ter. Apesar da idade avançada, Sir Terence Conran continua projetando. Uma de suas mais recentes empreitadas é a parceria com a rede varejista inglesa Marks & Spencer, para qual desenvolveu uma coleção de mobiliário com preço acessível e design moderno. Além de desenhar, ele continua chefiando todas as atividades de suas empresas, dentre elas, The Conran Shop. No início da exposição, fotos de família e um resumo da vida de Terence Conran pré-Habitat: seu nascimento em 1931, os estudos de design têxtil na Central School of Arts and Crafts (hoje, Central Saint Martins), o abandono da faculdade em 1948 para trabalhar com Eduardo Paolozzi, seu mentor, 10 Julho 2012

Sir Terence Conran

e, a partir de então, a dedicação ao desenho de mobiliário — representada pela emblemática cadeira “Cone” — , à cerâmica e a estampas de tecidos. Em 1951, ele participou da produção do icônico Festival of Britain. Depois, passou uma temporada na França e retornou a Londres, ascendendo como designer na austeridade do pós-guerra. Em 1953, abriu The Soup Kitchen, seu primeiro restaurante — Conran é também um aclamado restauranter. Na área dedicada à Habitat, rede de lojas de decoração fundada por Conran em 1964 — e que revolucionou o mercado varejista nos anos 60 —, a exposição reuniu antigos catálogos — encarados como indispensáveis revistas de estilo de vida, cheias de orientações de decoração —, anúncios, cartazes, desenhos originais de tecidos, produtos e reproduções de ambientes.


Luke Hayes/ Cortesia do Design Museum

O negócio deu tão certo, que lojas Habitat foram abertas em outros países e o modelo de varejo desenvolvido por Conran foi copiado no mundo inteiro. A Habitat apresentou para a Inglaterra os designs de Marcel Breuer e Vico Magistretti, além de objetos até então desconhecidos para o público do país, como o espremedor de alho e o edredon. Ela foi tão influente nos interiores de casas inglesas, que a maioria das pessoas que cresceram na Grã-Bretanha a partir dos anos 60 tem, ou teve, pelo menos, um móvel ou objeto da rede ou algo desenhado no estilo dela. Em sua vida pós-Habitat — ele vendeu a rede em 1992 —, Conran continua se dedicando com sucesso ao design, a serviços de consultoria — de hotéis e aeroportos a talheres e lâminas de barbear — e a seus outros negócios. Quando já não era mais o dono da Habitat, ele disse: “É claro que estou triste que minha criança amada, a Habitat, pareça estar morrendo, mas eu estou mais interessado no futuro do meu próprio negócio e dos meus projetos de design — que é o meu foco. Por que eu deveria olhar para trás, quando o futuro é tão excitante?”. Entre tanta nostalgia nos ambientes da exposição, dois iPads, ícones do design moderno, percorriam alguns dos seus projetos de escritórios e restaurantes. Displays explicavam

como Conran abriu sua primeira cafeteria na década de 1950 e seu primeiro restaurante sofisticado, o Neal Street Restaurant, em 1971. A lista de restaurantes abertos por ele é grande, assim como a de lojas, que, mesmo hoje não estando sob o comando do seu grupo, levam a essência do designer em seu DNA. A seção de restaurantes levava a uma exposição de produtos da Benchmark — fábrica de móveis de madeira certificada, que Conran co-fundou em 1984 nos arredores de sua casa em Barton Court e supervisiona até hoje —, a uma minuciosa recriação do seu escritório e fotografias de suas coleções. A última seção da exposição mostrava Conran como um filantropo — vide o próprio Design Museum, que já recebeu uma doação dele de 7,5 milhões de libras em 2011 e que deverá receber mais ainda, para ajudar a mudar o museu para o Commonwealth Institute, em 2014 — e apoiador de novos talentos do design. O Design Museum conseguiu realizar uma exposição pura, simples e útil (como o design dele), que, apesar do envolvimento de Conran na instituição — além das doações, ele é cofundador e ainda administrador do museu —, foi interessante e inspiradora, sem ser bajuladora. Após percorrer toda a exposição “The Way We Live Now”, duas perguntas pareciam inevitáveis: “Há alguma coisa que Sir Terence Conran não tenha feito?” e “Qual será a sua próxima tacada?”. Vamos ver. n 11


Exclusive

by Heloisa Righetto Direct from London

Terence Conran in his habitat

In the exhibition — which coincided with the commemoration of his 80th anniversary — visitors could see different stages of his career and his various passions: the opening of Habitat, the transformation of his name into a brand (Conran Group), the importance of food in his life etc.. The Design Museum, which will change its address in 2014, was able to show the impact of Conran, designer, businessman, and entrepreneur, on British domestic life. And it was clear to visitors that the secret of his enduring success as a designer is to design things that people want to have. Despite his age, Sir Terence Conran continues designing. One of his most recent works is the partnership with the British retailer Marks & Spencer, for which he has developed a collection of affordable furniture with modern design. In addition to designing, he remains head of all the activities of his companies, among them, The Conran Shop. At the beginning of the exhibition, family photographs and a summary of his pre-Habitat life: his birth in 1931, the studies of textile design at Central School of Arts and Crafts (nowadays Central Saint Martins), college abandonment in 1948 in order to work with Eduardo Paolozzi, his mentor, and, thereafter, the devotion to furniture design — represented by his famous “Cone” chair —, ceramics, and fabric prints. In 1951, he participated in the production of the iconic Festival of Britain. Then he spent a season in France and returned to London rising as a prominent designer in the post-war austerity. In 1953, he opened The Soup Kitchen, his first restaurant — Conran is also an acclaimed restauranter. In the space dedicated to Habitat, retailer of household furnishings founded in 1964 by Conran — that revolutionized 12 July 2012

the retail market in the 60s —, the exhibition brought together old catalogs — seen as indispensable lifestyle magazines, full of decorating guidelines —, advertisements, posters, original fabric designs, products, and re-creations of home interiors. The business has been so successful that Habitat stores have been opened in other countries and the retail model developed by Conran has been copied worldwide. Habitat has presented the designs of Marcel Breuer and Vico Magistretti to England, as well as some unknown objects, as the garlic press and the duvet. It has been so influential on the interiors of British homes that most people brought up in Britain since the 60s still have or have had, at least, a piece of furniture or an object from Habitat or something designed in the style of it. In his post-Habitat life — he sold it in 1992 —, Conran remains dedicated successfully to design, consultancy services — from hotels and airports to cutlery and razorblades —, and his other businesses. When he has no longer been the owner of Habitat, he has said: “Of course I’m sad that my love child, Habitat, appears to be dying, but I am more interested in the future of my own business and design projects — that is my focus. Why should I look backwards when the future is so exciting?”.

Luke Hayes/ Courtesy of The Design Museum

I

.t is hard not to go through a design by Sir Terence Conran in London, as well as to forget that he has been the one who has introduced duvets and garlic presses to the British and brought good design products into their homes. It is even more difficult to make a comprehensive retrospective of the career of the designer, who in 1983 was knighted by Queen Elizabeth II. The Design Museum in London — he is its cofounder (1989) — accepted the challenge and the result was “The Way We Live Now” exhibition, which occupied one floor of the museum from November 2011 to March 2012.


Luke Hayes/ Courtesy of The Design Museum

Contrasting with the nostalgic environment, two iPads, icons of modern design, scrolled through some of his office and restaurant designs. Displays explained how Conran opened his first cafeteria in the 1950s and his first high-end restaurant (Neal Street Restaurant) in 1971. The list of restaurants and shops opened by him is big, and even the ones that are not under his command anymore still have the essence of the designer. The restaurant section led into a display of Benchmark pieces of furniture made of certified wood — Conran co-founded the factory in 1984 near his house in Barton Court and supervises it until today —, a detailed recreation of his study, and photographs of his collections. The final section of the exhibition showed Conran as a philanthropist — see The Design Museum, which received a donation of 7.5 million pounds from him in 2011 and is expected to receive even more to help the museum move to The Commonwealth Institute in 2014 — and a supporter of new design talents. The Design Museum managed to make a pure, simple, and useful (like his design) exhibition, which despite Conran’s involvement in the institution — besides his donations, he

is co-founder and trustee of the museum — was interesting and inspiring without being fawning. After going through the exhibition, two questions seemed inevitable: “Is there anything that Sir Terence Conran has not done?” and “What will his next shot be?”. Let’s see. n 13


Exclusivo

por Andréa Magalhães Fotos de EOS México

Os irmãos Lara e sua luz “animal”

M

Araña

exicanos no MoMA de Nova York. Arriba! De abril a junho deste ano, o museu vendeu criações de 62 designers do México. Dentre eles, os irmãos Mauricio e Sebastián Lara. Sem dúvida, um grande momento para o design daquele país, mas não foi por causa disso que decidimos entrevistar a dupla. Nosso interesse começou com um erro de impressão.

14 Julho 2012

Os irmãos Lara, do EOS México (1998), desejaram ter um livro com a retrospectiva da prestigiosa carreira deles — o studio tem clientes poderosos, como Swarovski. Houve erro de impressão no primeiro lote, o que resultou em centenas de livros sem utilidade. Mauricio e Sebastián transformaram o erro em oportunidade: eles convidaram 11 designers/ studios para criar objetos usando o papel dos livros como matéria-prima. Genial!


ESCALA: O governo estimula isso? Sebastián: Existem algumas políticas em andamento. Mas a consciência a respeito da reciclagem vem crescendo nas pessoas. Designers têm que mostrar isso em seus trabalhos. ESCALA: Vocês criaram uma poltrona feita com garrafas recicladas. Mauricio: Sim, “Carlota”. No México, há o hábito de proteger hastes de construção usando garrafas de vidro, principalmente em áreas não-sofisticadas. As garrafas são colocadas para evitar a oxidação das hastes. ESCALA: Ainda falando sobre natureza: aranhas, pássaros ou galinhas? Mauricio: Aranhas. Sebastián: Definitivamente, pássaros.

ESCALA: O que inspirou “Pólipo”? Mauricio: “Pólipo” nasceu através de um exercício de reinterpretação de mobiliário vintage. A peça original é um armário simples dos anos 50. As curvas de suas pernas são o elemento-chave. Sebastián: As 12 pernas curvas são a principal característica de “Pólipo”. Elas dão ideia de movimento e questionam por que móveis são normalmente apoiados em suas extremidades. ESCALA: E “El Maistro”? Sebastián: “El Maistro” nasceu de um exercício criativo que visava a alterar a função de alguma coisa sem mudar sua

Car

lota

ESCALA: Vocês criaram luminárias inspiradas nesses três animais. Podemos dizer que animais são boas fontes de inspiração para vocês? Mauricio: Sim, às vezes. A natureza, em geral. Sebastián: Gosto de observar as coisas com olhos diferentes. Então, eu posso encontrar inspiração em qualquer objeto ou ser vivo. ESCALA: Qual é o “lado escuro” de projetar luminárias? Sebastián: O tal “lado escuro” está ligado a todos os sistemas elétricos e eletrônicos envolvidos, porque você precisa adaptar a tecnologia à forma que você quer. Mauricio: Não acho que exista um “lado escuro”. Existem os problemas naturais que ocorrem em qualquer projeto. Quando

a

ESCALA: E as dificuldades de criar móveis? Quais são? Mauricio: Os sistemas construtivos, materiais e processos que são necessários para que o móvel seja feito conforme o planejado — forma e função.

llin

ESCALA: Essa prática da reciclagem é comum no México? Sebastián: É, sim. Outros designers mexicanos estão preocupados em reciclar e reutilizar materiais. E também empresas, como a Pirwi, fundada por Emiliano Godoy e Alejandro Castro. Ela é referência na América Latina. Nós vimos desenvolvendo um projeto de um restaurante orgânico e todos os materiais são reciclados ou reutilizados.

você projeta uma luminária, você tem que pensar sobre o seu “uso-duplo”: quando ela está desligada e, à noite, quando emite luz e cria ambiência.

Ga

ESCALA: Vocês estimularam designers a criar com folhas do seu livro (“EOS México: el diseño de Mauricio y Sebastián Lara”). Um skate ecológico foi feito com papel e resina. Vocês alguma vez criaram um objeto usando papel? Mauricio: Usamos papel para fazer os protótipos dos objetos que criamos. Também para fazer sketches. No nosso studio, temos uma política especial de reciclar todas as nossas folhas de papel.

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ESCALA: Mauricio, li que você sempre começa suas criações usando papel. Como você se sente desenhando? Mauricio: Livre. Eu posso experimentar mais. ESCALA: Se um designer muito jovem o chamasse de ultrapassado, o que você diria a ele? Mauricio: Diria a ele que processos de trabalho não são tão importantes. O que é verdadeiramente importante é a ideia conceitual e a qualidade do projeto. Isso é alcançado através de pesquisa e análise de informação. ESCALA: Sebastián, você também gosta de desenhar ou prefere começar seu processo criativo usando seu computador? Sebastián: Após ter um conceito definido, uso papel para esboçar minhas ideias. Às vezes, uso guardanapos. Depois de fazer os esboços, uso o CAD, para resolver aspectos técnicos. ESCALA: Mauricio, você tem todos os seus desenhos? Mauricio: Minha mãe toma conta de quase todos os meus desenhos. Tenho um de uma cadeira, que eu fiz em 1979, quando eu tinha 11 anos. Mas eu perdi alguns desenhos, sim.

Pólipo

forma. Uma cadeira foi feita a partir de uma tina de mistura com hastes de aço. ESCALA: Qual é o produto mais divertido de vocês? Mauricio: “Leydi”, produzido pela empresa chilena Masisa. Sebastián: Eu diria minha luminária “Josefa”. Projetei uma luminária que coloca o foco na fecundação, gestação e no nascimento de uma forma lúdica.

ESCALA: Como está o design mexicano recentemente? Mauricio: Em evidência, graças a exposições internacionais, como “Rethinking tradition: Contemporary design from Mexico” em Washington, 2010. Este ano, o MoMA, de Nova York, vendeu trabalhos de 62 designers mexicanos. É o programa chamado “Destination Design: Mexico”. Nossos trabalhos estiveram lá. ESCALA: O governo mexicano estimula o design? Sebastián: Nós vimos trabalhando em algumas políticas com o governo, para estimular o design. Algumas instituições, como ProMéxico, vêm ajudando designers a exportar.

ESCALA: Como vocês descreveriam o seu design? Sebastián: Um design divertido, com forte característica da cultura popular. Mauricio: Simples, com muita personalidade e um alto valor simbólico.

ESCALA: O que vocês sonham para o seu studio? Sebastián: Continuar representando o nosso país com nossos projetos, mostrar para jovens designers que eles têm que acreditar em seu trabalho, continuar a fazer o que eu amo tanto. Mauricio: Continuar trabalhando e colaborando com outros designers em projetos internacionais. Continuar a pensar que o design entra por nossos olhos, é tocado por nossas mãos e é valorizado no nosso coração.

ESCALA: Quais são as estratégias para divulgar o design de vocês? Mauricio: Usamos as redes sociais como uma ferramenta poderosa. Também tentamos ter nosso site o mais atualizado possível.

ESCALA: Um bom sonho para o seu país? Mauricio: Empreendedores mexicanos vendo e entendendo o potencial e o valor de contratar designers mexicanos. Sebastián: Mais design responsável. Eu penso que o design é um modo de vida e não um modo de trabalho. n

16 Julho 2012


Exclusive

by Andrea Magalhaes Photos by EOS Mexico

Lara brothers and their animal lamps

The brothers, from EOS Mexico (1998), have desired to have a book on their prestigious careers — they have powerful clients, such as Swarovski. There has been a printing error in the first batch, which has resulted in hundreds of useless books. Mauricio and Sebastian have turned the error into opportunity: they have invited 11 designers/ studios to create objects using the paper from the books as raw material. Great! ESCALA: You have stimulated designers to create with sheets of your book (“EOS Mexico: el diseno de Mauricio y Sebastian Lara”). An ecological skate has been made of paper and resin. Have you ever created an object using paper? Mauricio: We use paper for prototyping the objects that we create. Also for sketching. In our studio, we have a special policy of recycling all of our paper sheets. ESCALA: Is this recycling practice common in Mexico? Sebastian: Yes. Other Mexican designers are concerned about recycling and reusing materials. And also companies, like Pirwi, founded by Emiliano Godoy and Alejandro Castro. It is a reference in Latin America. We have been developing a project of an organic restaurant and all the materials are recycled or reused.

ESCALA: Does government encourage this? Sebastian: There are some policies in process. But the awareness of recycling has been increasing in people. Designers must show this in their projects. ESCALA: You have created an armchair made of recycled bottles. Mauricio: Yes, “Carlota”. In Mexico, there is a habit of protecting construction rods using glass bottles, mainly in low-end areas. The bottles are placed to avoid rod rusting. ESCALA: Still talking about nature: spiders, birds, or chickens? Mauricio: Spiders. Sebastian: Definitely birds. ESCALA: You have created lamps inspired by these three animals. Can we say that animals are good sources of inspiration for you? Mauricio: Yes, sometimes. Nature, in general. Sebastian: I enjoy observing things through different eyes. So, I can find inspiration in any object or living being. ESCALA: What is the “dark side” of projecting lamps? Sebastian: The “dark side” is linked to all electrical and electronic systems involved, because you need to adapt technology to the shape you want. Mauricio: I do not think that there is a “dark side”. There are natural problems which happen in any project. When you design a lamp, you must think

Wirebirds

M

exicans at MoMA. Arriba! From April to June of this year, the museum in New York sold creations of 62 designers from Mexico. Among them, Mauricio and Sebastian Lara. Of course a great moment for the design of that country, but it has not been because of this that we have decided to interview the partners. Our interest has begun with a printing error.

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about its “dual-use”: when it is turned off and, at night, when it emits light and creates ambience.

Med

io d ia

ESCALA: And what about the difficulties of creating furniture? What are they? Mauricio: The constructive systems, materials, and processes that are required so that the piece of furniture is made as planned — shape and function.

ESCALA: What has inspired “Polipo”? Mauricio: “Polipo” was born through a reinterpretation exercise of vintage furniture. The original piece is a simple cabinet from the 1950s. The curves of its legs are the key element. Sebastian: The 12 curved legs are the principal characteristic of “Polipo”. They give an idea of movement and question why pieces of furniture are normally supported at their extremities. ESCALA: And “El Maistro”? Sebastian: “El Maistro” was born through a creative exercise that aimed to change the function of something without changing its shape. A chair was made from a mixing tub with steel rods. ESCALA: What is your most playful product? Mauricio: “Leydi”, produced by Chilean company Masisa. Sebastian: I would say “Josefa” lamp. I have designed a lamp which puts the focus on fertilization, gestation, and birth in a playful manner. ESCALA: How would you describe your design? Sebastian: A playful design with a strong feature of popular culture. Mauricio: Simple, with lots of personality and a high symbolic value. ESCALA: What are the strategies to divulge your design? Mauricio: We use social networks as a powerful tool. We also try to have our website as updated as possible. ESCALA: Mauricio, I have read that you always start your creations using paper. How do you feel drawing? Mauricio: Free. I can experiment more.

What is truly important is the conceptual idea and quality of the design. This is achieved through research and analysis of information. ESCALA: Sebastian, do you also like to draw or do you prefer to start your creative process using your computer? Sebastian: After having a defined concept, I use paper to sketch out my ideas. Sometimes I use napkins. After sketching, I use CAD softwares to solve technical issues. ESCALA: Mauricio, do you have all your drawings? Mauricio: My mother takes care of almost all my drawings. I have a drawing of a chair, which I did in 1979 when I was 11 years old. But I have lost some drawings indeed. ESCALA: How is Mexican design recently? Mauricio: In evidence thanks to international exhibitions, such as “Rethinking tradition: Contemporary design from Mexico” in Washington, 2010. This year MoMA (New York) sold works of 62 Mexican designers. It is the program called “Destination Design: Mexico”. Our works were there. ESCALA: Does Mexican government stimulate design? Sebastian: We have been working on some policies with Mexican government in order to stimulate design. Some institutions, like ProMexico, have been helping designers to export. ESCALA: What do you dream for your studio? Sebastian: To continue representing our country with our projects, to show young designers that they must believe in their work, to keep doing what I love so much. Mauricio: To continue working and collaborating with other designers on international projects. To continue thinking that design enters through our eyes, is touched by our hands, and is valued in our heart. ESCALA: A good dream for your country? Mauricio: Mexican entrepreneurs seeing and understanding the potential and value of hiring Mexican designers. Sebastian: More responsible design. I think design is a way of life and not a way of work. n

ESCALA: If a very young designer called you old-fashioned, what would you say to him? Mauricio: I would tell him that work processes are not that important. 18 July 2012

El Maistro


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Exclusivo

por Andréa Magalhães Alfonso Acedo

Portago Urban

S

e você entrar no Portago Urban, vai virar sua cabeça para o teto. Nós apostamos nisso. Por quê? Simplesmente, porque, no alto da recepção do hotel espanhol, há dezenas de chapéus atraindo a atenção de quem chega. A ideia partiu de Andrea Spada e Michele Corbani, que fundaram o studio ILMIODESIGN em 2009, especializado em arquitetura e design de interiores, gráfico e de produto. Na opinião deles, cabeças têm que pensar coisas criativas; nunca, copiar. O projeto do hotel, aberto este ano em Granada, merecerá a atenção dos leitores de ESCALA, mas Spada, formado em desenho industrial pelo Politecnico di Milano, e Corbani, em arquitetura pela mesma instituição, têm 20 Julho 2012

muito mais a mostrar, como o restaurante LAH! (2011) e os o bares Café e Mándala Café (2010, ambos). Em todos, eles assinaram os projetos de design de interiores. Na área de design de produto, eles criaram “Clochard”, um armário com rodas, pensado para quem está sempre mudando de endereço e para hotéis, “Simbiosis”, uma mesa com três vasos acoplados, e “Dropbydrop”, uma ducha high-tech para praias e piscinas (que, à noite, pode ser usada como luminária), entre outros. Graças à Internet, os colaboradores do ILMIODESIGN trabalham em diferentes cidades europeias. O studio possui endereços em Madri, Pamplona e Milão.


ESCALA: Como vocês tiveram a ideia de usar chapéus no teto do Portago? Spada: Há muito tempo, começamos a experimentar com objetos e com a possibilidade de multiplicá-los. No hotel, usamos chapéus. Tivemos a inspiração nas antigas ruas de grandes cidades, onde homens andavam rapidamente usando chapéus. ESCALA: Ainda focando o hotel Portago Urban (2012), como a inspiração britânica chegou até vocês? Corbani: Nós pensamos nas primeiras ruas do século XX. Foi bem natural pensar naqueles primeiros postais de Londres ou Madri, com todos aqueles homens bem-vestidos, usando seus chapéus. ESCALA: O logotipo do hotel é de vocês também? Corbani: Não, mas ele foi influenciado pelo nosso trabalho. ESCALA: Seus projetos de design de interiores mostram-nos luminárias muito criativas (chapéus, garrafas, gaiolas, etc.) Luminárias são os seus objetos favoritos? Spada: Luminárias e, especialmente, a luz são elementos muito importantes em todos os nossos projetos. Sem eles, não há coisa alguma! Tudo mais é acessório. Assim, podemos realmente dizer que você está certa: a luz é o nosso assunto favorito.

Alfonso Acedo

ESCALA: Pensando no design de interiores espanhol, para que coisas vocês tiram o chapéu? Spada: Podemos dizer que ele tornou-se um estilo vintage. Hoje, tudo é vintage aqui; tudo é o mesmo. Não podemos tolerar isso! Gostamos de descobrir coisas novas.

ESCALA: Existem alguns designers de interiores que parecem ter medo de cores. Eles escolhem branco e as cores pastéis apenas. Spada: Certamente.

ESCALA: Seus projetos, por outro lado, têm muito branco, mas misturado com cores vibrantes (como no hotel Portago Urban e no Mándala Café). Vocês, pessoalmente, gostam desPortago Urban se contraste ou isso é só uma característica particular de alguns projetos? Corbani: Não temos medo de coisa alguma; a única coisa importante é alcançar um bom equilíbrio. Acho que conseguimos. ESCALA: Como vocês descreveriam o seu design de interiores? Spada: Ele é eclético e equilibrado. ESCALA: E como vocês encaram cada projeto? Spada: Cada projeto tem que ser uma investigação sobre espaço, sociedade e tempo, com a nossa interpretação. Uxio Davila

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Restaurante LAH!


Uxio Davila

Cortesia de ILMIODESIGN

Restaurante LAH!

Café

ESCALA: Tudo muda durante o processo, não? Spada: Sim. E, no meio de uma nuvem caótica, onde a tensão é palpável, de repente, tudo é posto em ordem e a calma chega. Um novo projeto nasce. ESCALA: Quando estão desenvolvendo um projeto de design de interiores, vocês estão sempre preocupados com os produtos sustentáveis? Corbani: Nós, normalmente, temos isso em mente, porque é nosso dever cuidar de nosso mundo. Mas, cuidado: nós não gostamos da forma como, hoje, as pessoas falam sobre este assunto, porque, muitas vezes, ele se tornou um negócio e há muita hipocrisia quando se fala a respeito de materiais recicláveis e naturais. ESCALA: Como vocês veem esta questão ecológica na Espanha hoje? Spada: Novamente, não sabemos quanto disso é só um negócio. Apenas poucas pessoas estão interessadas em ler argumentos sobre produtos ou materiais. Um verdadeiro produto ecológico não pode poluir o ar durante sua produção ou seu transporte, por exemplo. Imagine se o “produto verde”, feito com essa mentalidade, vier do outro lado do mundo e gastar muita gasolina para ser transportado para a Espanha. É essencial conhecer o processo todo; caso contrário, o “produto verde” pode se tornar uma mera tendência para alimentar a economia. ESCALA: LAH! é um restaurante oriental, completamente diferente dos outros restaurantes orientais. Foi um desejo do seu cliente ou ideia de vocês? Corbani: Foi nossa ideia. Nossa proposta era uma forma original e nova para misturar em um só lugar muitas culturas 22 Julho 2012

e tradições diferentes, dando destaque especial para suas próprias escritas. ESCALA: Quais são os principais materiais usados em LAH!? Corbani: Madeira, pedra, ferro e cerâmica. ESCALA: E sobre o design de produto espanhol hoje em dia? Spada: Está parado, por causa dos dias que vimos vivendo. Mas não é só na Espanha; é no mundo inteiro. Na Espanha, as pessoas têm medo do seu futuro. Nós esperamos que esta situação mude logo. ESCALA: Quais são as principais características do design de produto de vocês? Corbani: Equilíbrio, coerência, distinção e algo diferente. ESCALA: Como vocês escolheram o nome do seu studio? Corbani: Vivemos na Espanha, mas viemos da Itália e trabalhamos lá também. Queríamos um nome fácil para os dois países — fácil de ler e pronunciar. Começamos a partir daquele ponto e, depois, procuramos algo que pudesse reproduzir a nossa maneira própria de fazer design, o nosso ponto de vista pessoal. ESCALA: Vocês trabalham com design de interiores, de produto e gráfico. Se Deus aparecer para vocês, dizendo que, no futuro, vocês serão capazes de trabalhar apenas com um deles, qual vocês escolherão? Por quê? Spada: Por favor, não nos peça para fazer isso! Não queremos escolher, porque todos eles são parte do nosso processo criativo. Amamos colocar nossa assinatura na sociedade onde vivemos. n


Exclusive

by Andrea Magalhaes Alfonso Acedo

Portago Urban

I

f you enter Portago Urban, you will turn your head towards the ceiling. We bet on it. Why? Simply because of this: there are dozens of hats, attracting the attention of those who arrive at the reception of the Spanish hotel. The idea came from Andrea Spada and Michele Corbani, who founded ILMIODESIGN in 2009, a studio specialized in architecture and interior, graphic, and product design. In their opinion, heads must think creative things; never copy. The project of the hotel, opened this year in Granada, will deserve the attention of ESCALA’s readers, but Spada, graduated in industrial design at Politecnico di Milano, and Corbani, in architecture at the same institution, have

much more to show, like LAH ! (2011), Cafe (2010), and Mandala Cafe (2010) — the first is a restaurant and the others are bars. They signed the interior design projects. In product design, they have created “Clochard”, a cabinet on wheels, designed for those who are always moving and hotels, “Simbiosis”, a table with three coupled vases, and “Dropbydrop”, a high-tech shower for beaches and swimming pools (which can be used as a lamp at night), among others. Thanks to Internet, ILMIODESIGN’s collaborators work in different European cities. The firm is based in Madrid, Pamplona, and Milan. 23


Alfonso Acedo

ESCALA: Thinking about Spanish interior design, to what things you take your hat off? Spada: We can say that it has become a vintage style. Nowadays, everything is vintage here; everything is the same. We cannot bear it! We like to discover new things. ESCALA: How did you have the idea of using hats on Portago’s ceiling? Spada: Long time ago we started experimenting with objects and the possibility of multiplying them. At the hotel, we used hats. We got the inspiration from old streets of huge cities, where men walked fast wearing hats. Portago Urban

Marco Torres

ESCALA: Still focusing on Portago Urban hotel (2012), how did the British inspiration come to you? Corbani: We thought about the first streets of the twentieth century. It was quite natural to think about those first postcards from London or Madrid, with all those welldressed men wearing their hats. ESCALA: Is the logotype of the hotel also yours? Corbani: No, but it was influenced by our work. ESCALA: Your interior design projects show us very creative lamps (hats, bottles, bird cages, etc.). Are lamps your favorite objects? Spada: Lamps and, especially, light are very important elements in all our projects. Without them, there is nothing! Everything else is accessory. So, we can really say that you are right: light is our favorite subject.

Mandala Cafe

Marco Torres

ESCALA: There are some interior designers that seem to be afraid of colors. They choose white and pastel colors only. Spada: Certainly. ESCALA: Your projects, on the other hand, have much white but mixed with vibrant colors (like in Portago Urban and Mandala Cafe). Do you personally like this contrast or is it just a particular feature of some projects? Corbani: We are not afraid of anything; the only important thing is achieving a good balance. I think we get it. ESCALA: How would you describe your interior design? Spada: It is eclectic and balanced. ESCALA: And how do you face each project? Spada: Each project must be an investigation on space, society, and time, with our interpretation.

24 July 2012

Tienda Multistore


Courtesy of ILMIODESIGN

ESCALA: Everything changes during the process, doesn’t it? Spada: Yes. And, in the midst of a chaotic cloud, where tension is palpable, suddenly, everything is put in order and calm arrives. A new project is born. ESCALA: When you are developing an interior design project, are you always concerned about green products? Corbani: We usually take it in mind, because it is our own duty to look after our world. But be careful: we do not like the way people talk about this subject today, because many times it has become a business matter and there is a lot of hypocrisy when talking about recyclable and natural materials. ESCALA: How do you see this ecological subject in Spain today? Spada: Again, we do not know how much of this is just business. Just few people are interested in reading arguments on products or materials. A real ecological product cannot pollute the air during its production or transportation, for instance. Imagine if Courtesy of ILMIODESIGN

Dropbydrop

the “green product”, made with that mentality, comes from the other side of the world and spends much gas to be transported to Spain. It is essential to know the whole process; otherwise, the “green product” can become a mere trend to feed economy. ESCALA: LAH! is an Oriental restaurant completely different from the other Oriental restaurants. Was it a desire of your client or your idea? Corbani: It was our idea. Our proposal was an original and new way to mix in one place many different cultures and traditions, giving special mention to their own writings. ESCALA: What are the principal materials used in LAH!? Corbani: Wood, stone, iron, and ceramics. ESCALA: What about Spanish product design nowadays? Spada: It is still, because of the days we have been living. But it is not only in Spain; it is all around the world. In Spain, people are afraid of their future. We hope this situation changes soon. ESCALA: What are the main aspects of your product design? Corbani: Balance, coherence, distinction, and something different. ESCALA: How did you choose the name of your studio? Corbani: We live in Spain, but we come from Italy and work there too. We wanted an easy name for both countries — easy to read and pronounce. We started from that point and afterwards we looked for something that could reproduce our own way of doing design, our personal view. ESCALA: You work in the fields of interior, product, and graphic design. If God appears to you saying that in the future you will be able to work only with one of them, which one will you choose? Why? Spada: Please, do not ask us to do it! We do not want to choose, because they are all part of a creative process. We love putting our signature in the society where we live. n

Clochard

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Exclusivo

por Andréa Magalhães Cortesia Labor13

O nome deles é trabalho

N

o início, o hotel Miura parecia ser uma “nave espacial” de outro mundo. Ele “aterrissou” em Čeladná, cidade na República Tcheca, em 2011, com suas próprias criaturas, chamadas “Cubóides” — ou “Cubeople”. Na vizinhança, havia apenas poucas casas, muito diferentes da nova construção que propositalmente “quebrou” a escala local e combinou materiais, como Corten e Cembonit. Aquela primeira impressão do hotel desapareceu — hoje em dia, ele se enquadra perfeitamente à região —, mas a “família Cubóide” ainda está lá, como vocês podem ver nas fotos. Quem são eles? O hotel Miura é um dos projetos do Labor13. O escritório arquitetônico tcheco foi inaugurado em 2007 em Praga, a capital do país, por Martin Vomastek, Albert Pražák e Jiří Bardoděj. Eles acreditam na conexão de arquitetura, design e arte. Assim, é fácil entender a “existência” de “Cuboids” by David Černý e outras obras-primas by Andy 26 Julho 2012

Miura Hotel

Warhol, Henry Moore, Tony Cragg, John Armleder, Damien Hirst, Luca Pancrazzi e Petr Pastrňák no hotel. Em seus outros trabalhos, eles usam muita madeira. Criam casas simples, com interiores bonitos. Seu Conceptual Object em Verneřice, por exemplo, é uma cabana — os arquitetos dizem que ela é uma casa experimental — feita parcialmente de madeira reciclada de um antigo celeiro. Olhando para as fotos, podemos ver que eles criaram uma nova construção, mas mantiveram paredes originais maciças de pedra do celeiro que não mais existe. A fachada sul da casa pode ser inteiramente aberta para a paisagem circundante. Mais sofisticados ou rústicos, os projetos do Labor13 mostram-nos que cada um deles é um espaço perfeito para a sua imaginação. E não é necessário viajar para um outro mundo, como vocês verão lendo a entrevista exclusiva deles à ESCALA.


ESCALA: Minha primeira curiosidade: por que Labor13? Vomastek: Nosso studio está situado na Delnická, o que significa, em tcheco, algo como “rua dos trabalhadores”; laborers, em inglês. Número 13. Além disso, o nome soa como laboratório, algo muito próximo do nosso processo de trabalho. ESCALA: Se eu pedir para você resumir a arquitetura atual na República Tcheca, o que você dirá? Vomastek: Ela é semelhante à arquitetura desenvolvida em outros países. Existem algumas construções interessantes e algumas enfadonhas. Mas eu acho que a arquitetura tcheca melhorou; a “qualidade” dos investidores e seu gosto também melhoraram. ESCALA: Relativo a esta arquitetura atual, conte-nos algo de que nós não precisamos. Vomastek: Nós não necessitamos construir sem afeição, emoção. ESCALA: Quem você convidaria para visitar o hotel Miura? Por quê? Vomastek: Itchy e Scratchy, do desenho animado. Eu gostaria de vê-los fazendo coisas engraçadas ao longo da rampa de concreto. Ou, talvez, a modelo brasileira Adriana Lima. Penso que isso teria tudo a ver com o conceito de diferentes obras-primas.

ESCALA: Miura é um hotel fino, “esbelto”. Como você teve a ideia de sua forma? Vomastek: A principal razão para a orientação do hotel foi a vista sobre o campo de golfe e as montanhas. Quando projetamos o hotel, queríamos que todos os quartos e espaços públicos tivessem aquela visão incrível. A forma comprida do hotel foi uma consequência disso. ESCALA: A maior parte da sua fachada é feita de placas de Cembonit, certo? Vomastek: Sim. ESCALA: E aquelas “caixas” que saem da fachada são feitas de folhas de Corten corroído e vidro, certo? Vomastek: Sim. ESCALA: Uma daquelas “caixas” é o terraço do restaurante, não é? Vomastek: Sim. O restaurante está situado no segundo andar. Ele é o centro do hotel, o coração do edifício. Queríamos realçá-lo. Então, tivemos a ideia da “caixa”. ESCALA: E as outras “caixas” têm funções especiais? Vomastek: As “caixas” estão situadas uma oposta à outra, assim, você pode ver através do edifício.

Cortesia Labor13

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Miura Hotel


Cortesia Labor13

ESCALA: Como vocês tiveram a ideia de combinar folhas de Corten corroído, placas de Cembonit, concreto, madeira e vidro? Vomastek: Tentamos usar materiais naturais, tanto quanto possível. Eles são bonitos e, com o passar do tempo, tornamse ainda melhores. ESCALA: Quantas esculturas “Cuboids”, do escultor tcheco David Cerný, existem no hotel? Vomastek: Na verdade, há uma família inteira de “Cuboids”. A mãe está se bronzeando em um lago. O pai está à toa. Três filhos estão brincando em diferentes partes do hotel. Às vezes, é difícil encontrá-los. “Cuboids” vivem no hotel por conta própria. Eles não estão interessados em seres humanos estranhos. ESCALA: Existem outras surpresas dentro do hotel? Vomastek: Sim, mas elas estão escondidas. Assim, você pode encontrá-las ou não.

Miura Hotel

ESCALA: O hotel Miura é cheio de obras de arte. Vomastek: Nós precisamos de arte para abrir nossas mentes e ver coisas que não são óbvias.

Gostamos de construir com ela. O processo é agradável, inspirador, e o trabalho é limpo.

ESCALA: Seus outros projetos são cheios de madeira. Ela é o seu material preferido? Vomastek: A madeira é um dos materiais que utilizamos.

ESCALA: Como vocês tiveram a ideia do Conceptual Object? Vomastek: O projeto é uma combinação de algumas ideias: custo bastante baixo da construção, máxima utilização de

Cortesia Labor13

28 Julho 2012

Miura Hotel


Cortesia Labor13

Miura Miura Hotel Hotel

Roman Mlejnek

recursos humanos, materiais e energéticos locais, o conceito de uma casa aberta com uma relação absoluta entre o interior e o exterior, e a ideia de conforto essencial. ESCALA: Ela é toda feita de materiais reciclados? Vomastek: Parcialmente. Ela foi construída com reciclados e materiais locais baratos. ESCALA: Olhando para os seus projetos, parece que Labor13 gosta e investe em todos os tamanhos e formas de janelas. Vomastek: É verdade. Queremos trazer luz e expressão para espaços interiores. ESCALA: Quem são seus melhores clientes? Vomastek: Pessoas não-conformistas. ESCALA: O que você quer dizer com isso? Vomastek: Eu quero dizer pessoas que são abertas a várias soluções. ESCALA: Um trabalho perfeito para Labor13? Vomastek: Um sem uma função estrita. É um desafio para nossa imaginação. n

Residência em Vraný nad Vltavou

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Exclusive

by Andrea Magalhaes Courtesy of Labor13

Their name is labor

Miura Hotel

I

n the beginning, Miura Hotel seemed to be a big “spaceship” from another world. It “landed” in Celadna, city in the Czech Republic, in 2011 with its own creatures, called “Cuboids” — or “Cubeople”. In the neighborhood, there were just few houses, very different from the new building which purposely “broke” local scale and combined materials such as Corten and Cembonit. That first impression of the hotel has disappeared — nowadays it perfectly fits into the region —, but the “Cuboid family” is still there, as you can see in the pictures. Who are they? Miura Hotel is one of Labor13’s projects. The Czech architectural practice was established in 2007 in Prague, the capital of the country, by Martin Vomastek, Albert Prazak, and Jiri Bardodej. They believe in the connection of architecture, design, and art. So, it is easy to understand the “existence” of “Cuboids” by David Cerny and other masterpieces by Andy Warhol, 30 July 2012

Henry Moore, Tony Cragg, John Armleder, Damien Hirst, Luca Pancrazzi, and Petr Pastrnak at the hotel. In their other works, they use much wood. They create simple wooden houses with nice interiors. Their Conceptual Object in Vernerice, for example, is a hut — the architects say that it is an experimental house — made partly of recycled wood from a former barn. Looking at the pictures, we can see that they created a new building but maintained the original massive stone walls of the barn that no more exists. The south facade of the house can be completely open to the surrounding landscape. More sophisticated or rustic, Labor13’s projects show us that each one of them is a perfect space for their imagination. And it is not necessary to travel to another world, as you will see reading their exclusive interview to ESCALA Magazine.


Courtesy of Labor13

Miura Hotel

ESCALA: My first curiosity: why Labor13? Vomastek: Our studio is situated on Delnicka, which means in Czech something like street of laborers. Number 13. Besides, the name sounds like laboratory, something very close to our working process. ESCALA: If I ask you to resume the current architecture in Czech Republic, what will you say? Vomastek: It is similar to the architecture developed in other countries. There are some interesting and some boring buildings. But I think Czech architecture has improved; the “quality” of the investors and their taste have also improved. ESCALA: Concerning this current architecture, tell us something that we do not need. Vomastek: We do not need to build without affection, emotion. ESCALA: Who would you invite to visit Miura Hotel? Why? Vomastek: Itchy and Scratchy, from the animated cartoon. I would like to see them doing funny things along the concrete ramp. Or maybe Brazilian model Adriana Lima. I think this would have everything to do with the concept of different masterpieces.

ESCALA: And those “boxes” that go out of the facade are made of corroding Corten sheets and glass, right? Vomastek: Yes. ESCALA: One of those “boxes” is the terrace of the restaurant, isn’t it? Vomastek: Yes. The restaurant is situated on the second floor. It is the center of the hotel, the heart of the building. We wanted to highlight it. Then, we had the idea of the “box”. ESCALA: Do the other “boxes” have special functions? Vomastek: The boxes are situated one opposite the other, so you can see through the building. ESCALA: How have you had the idea of combining corroding Corten sheets, Cembonit boards, concrete, wood, and glass? Vomastek: We try to utilize natural materials as much as possible. They are nice and in the course of time they become even better. Albert Prazak

ESCALA: Miura is a “slim” hotel. How have you had the idea of its shape? Vomastek: The main reason for the hotel’s orientation was the view over the golf course and mountains. When we projected the hotel, we wanted all rooms and public spaces to have that amazing view. The long shape of the hotel was a consequence of this. ESCALA: The majority of its facade is made of Cembonit boards, right? Vomastek: Yes. 31

Conceptual Object


Jiri Ernest

ESCALA: How many “Cuboids” sculptures, by Czech sculptor David Cerny, are there at the hotel? Vomastek: In fact, there is an entire family of “Cuboids”. The mother is getting a tan in a pond. The father is messing around. Three children are playing in different parts of the hotel. Sometimes it is hard to find them. “Cuboids” live in the hotel on their own. They are not interested in weird humans. ESCALA: Are there other surprises inside the hotel? Vomastek: Yes, but they are hidden. So, you can find them or not. ESCALA: Miura Hotel is full of art pieces. Vomastek: We need art to open our minds and see things which are not obvious.

Kamenny privoz

Roman Mlejnek

ESCALA: Your other projects are full of wood. Is it your favorite material? Vomastek: Wood is one of the materials we use. We like to build with it. The process is nice, inspiring, and the work is clean. ESCALA: How have you had the idea of Conceptual Object? Vomastek: This project is a combination of some ideas: very low cost of the construction, maximum use of local human, material, and energetic resources, the concept of an open house with an absolute relationship between inside and outside, and the idea of essential comfort. ESCALA: Is it all made of recycled materials? Vomastek: Partially. It was built with recycled and cheap local materials. ESCALA: Looking at your projects, it seems that Labor13 likes and invests on all sizes and shapes of windows. Vomastek: It is true. We want to bring light and expression to interior spaces. ESCALA: Who are your best clients? Vomastek: Non-conformist people are. ESCALA: What do you mean by this? Vomastek: I mean people who are open to various solutions. ESCALA: A perfect work for Labor13? Vomastek: One without a strict function. It is a challenge for our imagination. n

32 July 2012

Family house in Vrany nad Vltavou


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Exclusivo

por Andréa Magalhães Fotos de Sharon Risedorph

Um cartão de visita laranja – e verde

34 Julho 2012

Orange Office


S

onhos se realizam, e edifícios também. A última vez em que ESCALA entrevistou o arquiteto Whitney Sander, em 2006, ele nos contou que amaria habitar um projeto de sua autoria, “um marco significativo na paisagem”. Hoje, seis anos mais tarde, esse edifício é uma realidade e o escritório Sander Architects ocupa a metade da sua cobertura. Ele é um ponto de referência na rua mais movimentada de Los Angeles, a Lincoln Boulevard. Sander, vencedor, entre outros prêmios, do American Institute of Architects (AIA) Merit Award for Design (2003), nos conta sobre a experiência de trabalhar em um edifício que ele próprio projetou, assim como a respeito das características do Orange Office — o nome do edifício tem uma razão óbvia, como vocês podem ver. Ele é imediatamente identificável pela sua tela exterior laranja. Mas vocês acham que todos na vizinhança gostam dele? Leiam a resposta de Sander. Em nossa opinião, ele funciona como um cartão de visita excelente do escritório dele.

ESCALA: Li que foi eleito “o edifício mais horrível na vizinhança”. Sander: Sim. Não há problema. Nós projetamos mesmo coisas estranhas. ESCALA: Mas você criou um marco. Como você se sente a respeito? Sander: Nós estamos muito orgulhosos disso. ESCALA: Quais são os materiais usados na fachada? Sander: Sua fachada é, na verdade, uma fachada em duas camadas. Dentro, há um painel de acrílico que tem um alto valor de isolamento. Esta camada interna é Deglas, um produto acrílico extrudido, normalmente usado em estufas. Fora, a grade laranja é chamada Fibergrate, uma tela que não deixa o sol quente do Sul da Califórnia aquecer o edifício. Esta grade de fibra de vidro é normalmente utilizada em fábricas químicas. Os trabalhadores ficam sobre ela e não põem seus pés em quaisquer produtos químicos no chão. À noite, o edifício brilha.

ESCALA: Qual é a sua cor favorita? Laranja? Sander: Na verdade, eu prefiro azul.

ESCALA: Quais materiais sustentáveis você usou? Sander: A tela Fibergrate laranja diminui o ganho de calor; painéis de acrílico translúcido (Deglas) fornecem excelente iluminação natural; materiais de acabamento ecológicos, incluindo piso, balcões e armários de cozinha; vasos sanitários com baixo fluxo de água; tinta de baixo VOC (componentes orgânicos voláteis); e iluminação fluorescente de baixa energia, entre outros.

ESCALA: Então, por que laranja? Sander: O laranja funciona bem no lugar. O edifício está situado em uma rua muito movimentada em Venice, Califórnia.

ESCALA: E a respeito do telhado verde? Ele já está plantado? Sander: O telhado ainda não foi plantado. Estamos esperando por melhores condições econômicas.

ESCALA: E sobre a forma do edifício? Sander: Ele é quase um prisma.

ESCALA: Pensando sobre este projeto, você mudaria algo? Sander: Eu acho que um lobby no primeiro andar melhoraria a sequência de entrada. Fora isso, nós amamos tudo.

ESCALA: Você queria construir “um marco significativo na paisagem”, um ponto de referência. Você construiu. A cor e a forma ajudaram muito na direção deste objetivo? Sander: Sim. Tão logo você o descreve, como sendo o edifício com a malha laranja, as pessoas imediatamente identificam o lugar. A forma permite que ele seja visível de bem longe. Atualmente, o edifício é bem-conhecido. ESCALA: Qual é a reação da vizinhança em relação a ele? Sander: A reação é misturada. Muitas pessoas veem o edifício como algo para frente, algo bacana. Outros não estão confortáveis com a arquitetura vanguardista. É interessante quando você constrói um marco, e ele oferece uma visão estética diferente. Você recebe muitas respostas diferentes. Quando a Torre Eiffel foi construída, os críticos não gostaram dela.

ESCALA: Conte-nos as empresas que têm suas sedes no edifício. Sander: Há quatro empresas aqui, em três andares: Sander Architects, LLC; epOxyGreen (uma empresa de materiais sustentáveis de construção); PromoJam (web marketing); e High, Wide and Handsome (web marketing). A vantagem de projetar um edifício de escritórios sustentável com arquitetura diferenciada pode ser vista nos inquilinos que a construção atrai. ESCALA: Como é a experiência de trabalhar no edifício? Sander: É excelente trabalhar aqui. O escritório proporciona um ambiente de trabalho sustentável. A qualidade da luz é magnífica. ESCALA: Então, Orange Office é um cartão de visita laranja — e verde — do seu escritório? Sander: Com certeza. n 35


Exclusive

by Andrea Magalhaes Photos by Sharon Risedorph

An orange — and green — business card

D

reams come true, and buildings too. The last time ESCALA interviewed architect Whitney Sander in 2006, he told us he would love to inhabit a work of his own, “a significant marker in the landscape”. Today, six years later, this building is a reality and Sander Architects occupies half of its top floor. It is a landmark on Los Angeles’ most trafficked street, Lincoln Boulevard. Sander, winner of the American Institute of Architects (AIA) Merit Award for Design (2003) among other prizes, tells us about the experience of working in a building that he himself designed, as well as the characteristics of Orange Office — the name of the building has an obvious reason as you can see. It is immediately identifiable by its exterior orange screen. But do you think everybody in the neighborhood likes it? Read Sander’s answer. ESCALA: What is your favorite color? Orange? Sander: Actually, I prefer blue. ESCALA: So, why orange? Sander: Orange works well on the site. The building is located on a very busy street in Venice, California. ESCALA: What about the shape of the building? Sander: It is almost a prism. ESCALA: You wanted to build “a significant marker in the landscape”, a landmark. You did it. Did the color and shape help a lot towards this objective? Sander: Yes. As soon as you describe it as the building with the orange mesh, people immediately identify the place. The 36 July 2012

Orange Office


shape permits it to be visible from blocks away. Nowadays the building is very well-known. ESCALA: What is the reaction of the neighborhood towards it? Sander: The reaction is mixed. Many people see the building as something forward-looking, something cool. Others are not comfortable with the avant-garde architecture. It is interesting when you build a landmark, and it offers a different aesthetic vision. You get so many different responses. When the Eiffel Tower was built, the critics disliked it. ESCALA: I have read it has been voted “the fugliest building in its neighborhood”. Sander: Yes. It is okay. We do design weird stuff. ESCALA: But you created a landmark, a marker. How do you feel about it? Sander: We are quite proud of that. ESCALA: What are the materials used in the facade? Sander: The facade is actually a two-layer facade. Inside, there is an acrylic panel that has high insulation value. This inner layer is Deglas, an extruded acrylic product, normally used in greenhouses. Outside, the orange grating is called Fibergrate, a screen which keeps the hot Southern California sun from heating up the building. This fiberglass grating is normally used in chemical factories. The workers stand on it and they do not put their feet in any chemicals on the floor. At night, the building glows. ESCALA: What green materials did you use? Sander: Orange Fibergrate screen diminishes heat gain; translucent acrylic panels (Deglas) provide excellent natural daylighting; eco-friendly finishing materials including flooring, kitchen counters, and cabinets; low-flush toilets; lowVOC (volatile organic compounds) paint; and low-energy fluorescent lighting, among others. ESCALA: What about the green roof? Is it already planted? Sander: The roof has not been planted yet. We’re waiting for better economic conditions.

Orange Office

Architects, LLC; epOxyGreen (a green building materials company); PromoJam (web marketing); and High, Wide and Handsome (web marketing). The benefit to designing a green office building with distinctive architecture can be seen in the tenants that the construction attracts.

ESCALA: Thinking about the project, would you change anything? Sander: I think a lobby on the first floor would improve the entry sequence. Other than that, we love it.

ESCALA: How is the experience to work in the building? Sander: It is excellent to work here. The office provides an eco-friendly work environment. The quality of light is magnificent.

ESCALA: Tell us the companies which have their headquarters in the building. Sander: There are four companies here on three floors: Sander

ESCALA: So, Orange Office is an orange — and green — business card of your office? Sander: For sure. n 37


Reportagem

por Jean Fontes Fotos de Hiroyuki Oki

Madeira da infância no Vietnã

V

ietnamitas que admiram o trabalho de Oscar Niemeyer, Marcio Kogan e Isay Weinfeld. O time do A21Studio surpreende pelo modo simples, honesto, direto e, ao mesmo tempo, poético com que responde as perguntas de ESCALA. É a primeira vez em que entrevistamos arquitetos do Vietnã — país que nós conhecíamos apenas por ser a histórica pedra no sapato dos EUA, desde que os norte-americanos foram obrigados a abandonar a Guerra do Vietnã em março de 1973 — e os leitores perceberão que aprendemos muito com a experiência. Hiệp Hòa Nguyễn é o arquiteto sênior no escritório. Nascido no ano de 1978 — a Guerra do Vietnã acabou em 1976 —, ele nos apresenta a arquitetura do seu país de forma sucinta. “A arquitetura tradicional do Vietnã está intimamente relacionada com a natureza. A madeira era o principal material. Mas, hoje em dia, nem tanto, por causa do concreto pré-fabricado, do tijolo e do alto custo da madeira”, conta Nguyễn. Ao pedirmos para ele analisar a arquitetura feita no Vietnã atualmente, ele responde se utilizando de uma forma bem direta: “Nós não pensamos sobre isso”. 38 Julho 2012

M11 House


Lam Café

A resposta é ainda mais direta e franca, ao perguntarmos onde ele havia estudado: “Na Ho Chi Minh University of Architecture. Contudo, nós obtemos mais de revistas internacionais de arquitetura, sites, livros e de nossas próprias experiências”. Para bons leitores, a resposta diz tudo. Mas a equipe do A21Studio, fundado em 2009, também é composta por Tiên Giao Ngô, Nho’n Quí Nguyễn e Toàn Đình Nghiêm. Todos bem jovens — o mais velho nasceu em 1979 — e moradores de Ho Chi Minh — até 1975, chamava-se Saigon —, a maior cidade do Vietnã. Seguindo a tradição da arquitetura do seu país, eles são fãs confessos da madeira. “A visão e o toque desta matéria-prima nos lembram nossa conexão passada com a natureza: uma árvore da infância, um campo verde etc.”, diz Nguyễn. Nos dois projetos que selecionamos (M11 House e Lam Café), essa preferência pela madeira fica bem clara. A matéria-prima aparece em abundância em tetos, pisos, paredes, móveis etc. “Ela ajuda a trazer um sentido de natureza para os usuários. Além disso, ela dá força ao espaço, tal como na M11 House, com seu piso de madeira cercado por paredes brancas”, explica Nguyễn. Localizada nos arredores de Ho Chi Minh, a M11 House possui três andares. Pedra, bambu e vidro também são utilizados no projeto, minimalista em termos de mobiliário, mas com algumas peças ousadas, como a geladeira de cor vinho. Com vários materiais naturais, utilizando iluminação natural — a luz solar ilumina todos os andares, graças a uma claraboia no

telhado — e com belos pátios verdes internos, a casa representa um ambiente de paz, descanso e conforto para os seus donos. No Lam Café, na cidade costeira de Nha Trang, os principais materiais são madeira, folhas de coqueiro, pedra e redes de pesca. Também há uma relação bem íntima com a natureza. “Ripas de madeira foram escolhidas para ser a linguagem principal do projeto, porque a construção deveria ser a mais rápida, barata e fácil de remover”, conta Nguyễn. O telhado atraiu nossa atenção. Ele cobre 350m² e contém três camadas. Dentro do Lam Café, vemos a camada mais baixa, feita de folhas de coqueiro. A camada externa é feita de redes de pesca, na nossa opinião, uma solução inusitada e bastante criativa, assim como as folhas de coqueiro. A camada do meio é feita de ferro corrugado. Segundo os arquitetos, no futuro, o telhado abrigará plantas, tornando-se um telhado verde. Iluminação e ventilação naturais, graças às suas ripas de madeira, são outras características sustentáveis do Lam Café. A respeito da inspiração do projeto, que reúne móveis feitos com fibras naturais e toras de madeira, Nguyễn responde: “A inspiração veio da imagem de coqueiros, bem comum nesta cidade costeira”. Uma curiosidade nossa: “Lam” é uma palavra no idioma vietnamita – cheio de acentos interessantes –, que significa “ripas de madeira” em português. n 39


Report

by Jean Fontes Photos by Hiroyuki Oki

Wood from childhood in Vietnam

V

ietnameses who admire the work of Oscar Niemeyer, Marcio Kogan, and Isay Weinfeld, from Brazil. The team of A21Studio amazes by the simple, honest, direct, and at the same time poetic manner they answer ESCALA’s questions. It is the first time we interview architects from Vietnam — country that we knew only to be the historical thorn in the U.S. side since Americans were forced to abandon the Vietnam War in March 1973 — and readers will notice that we have learned much from the experience. Hiep Hoa Nguyen is the senior architect in the office. Born in 1978 — the Vietnam War ended in 1976 —, he presents us the architecture of his country in a succinct way. “The traditional architecture of Vietnam is closely related to nature. Wood has been the main material. But nowadays, not so much, because of prefabricated concrete, brick, and the high cost of wood”, tells Nguyen. When we ask him to analyze the architecture made in Vietnam today, he directly replies: “We do not think about it”. The answer is even more direct and frank when we ask where he had studied: “At Ho Chi Minh University of Architecture. However, we get more from international architecture magazines, websites, books, and our own experiences”. For good readers, the answer says it all. But the team of A21Studio, founded in 2009, is also composed by Tien Giao Ngo, Nhon Qui Nguyen, and Toan Dinh Nghiem. All very young — the eldest was born in 1979 — and 40 July 2012

M11 House


M11 House

residents of Ho Chi Minh — it was called Saigon until 1975 — the largest city in Vietnam. Following the tradition of the architecture of their country, they are avowed fans of wood. “The sight and touch of this raw material remind us our past connection with nature: a childhood tree, a green field etc.”, says Nguyen. In both projects we have selected (M11 House and Lam Cafe), this preference for wood is evident. The raw material appears in abundance on ceilings, floors, walls, furniture etc. “It helps bringing a sense of nature to users. Moreover, it gives strength to the space, such as in M11 House with its wooden floor surrounded by white walls”, explains Nguyen. Located on the outskirts of Ho Chi Minh, M11 House has three floors. Stone, bamboo, and glass are also used in the project, minimalist in terms of furniture but with some daring pieces, like the red-violet refrigerator. With several natural materials, using natural lighting — sunlight illuminates all floors, thanks to a skylight on the roof — and with green courtyards inside, the house represents an environment of peace, relaxation, and comfort for the owners. In Lam Cafe, in the coastal city of Nha Trang, the main materials are wood, coconut leaves, stone, and fishing nets. There is also

a very intimate relationship with nature. “Wooden louvers were chosen to be the main language of the project, because the construction should be the fastest, cheapest, and easiest to remove”, tells Nguyen. The roof has drawn our attention. It covers 350 square meters and contains three layers. Inside Lam Cafe, we see the lowest layer made of coconut leaves. The outer layer is made of fishing nets, in our opinion an unusual and very creative solution, as well as the coconut leaves. The middle layer is made of corrugated iron. According to the architects, in the future, this roof will house plants, becoming a green roof. Natural lighting and ventilation, thanks to its wooden louvers, are other sustainable features of Lam Cafe. Regarding the inspiration for the project, which includes furniture made of natural fibers and wood logs, Nguyen replies: “The inspiration came from the image of coconut trees, which is common in this coastal city”. A curiosity of ours: “Lam” is a word in the Vietnamese language – full of interesting accents –, which means “louvers” in English. n

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Lam Cafe


Exclusivo

por Andréa Magalhães Cortesia CasaShopping

Pórtico externo

Uma nova Barra da Tijuca; um novo CasaShopping

“D

aqui a três anos, a Barra estará ainda melhor do que é hoje”, diz Luiz Paulo Marcolini, proprietário do CasaShopping. Para esta nova Barra da Tijuca, o empresário preparou um novo CasaShopping, com hotel boutique, centro de convenções, teatro, estacionamento subterrâneo e um elevador panorâmico na entrada principal, entre outras inovações esperadas. Em entrevista exclusiva à ESCALA, Marcolini fala sobre a atual expansão do mall — ele irá dobrar de tamanho —, o 42 Julho 2012

nascimento dele no ano de 1984 e o bairro da Barra. Visões de um empreendedor. Com a expansão total, prevista para estar finalizada em 2016, o shopping atrairá mais 5.000 pessoas por dia, em média. Esta é a expectativa. Atualmente, ele recebe 100.000 carros (em média), por mês. O plano é ter 130 novas lojas — hoje, existem 120. Segundo Marcolini, o mall receberá novas operações, mas não perderá sua especialização em decoração.


Expansão

ESCALA: Com certeza, ser dono de um grande shopping não é fácil. Expandir deve ser bem complicado. Marcolini: Empresários não podem parar. Eu acredito no Brasil e sou privilegiado por viver em uma cidade como o Rio de Janeiro. ESCALA: Como está o shopping hoje? Marcolini: O que vocês viram na Feira de Milão encontrarão aqui e nas melhores lojas europeias no mesmo tempo. Os móveis assinados, as melhores cozinhas, os acabamentos etc. Viajo o mundo para ver coisas novas e posso te garantir: não há qualquer coisa melhor no mundo. ESCALA: Aspectos a melhorar? Marcolini: Na expansão em andamento, teremos novas operações dentro da nossa especialização; operações que ainda não temos e das quais sentimos falta. Vimos procurando serviços para aqueles que trabalham aqui ou moram nos maravilhosos condomínios da vizinhança. Teremos uma farmácia, livraria, delicatessen, outros tipos de restaurantes e cafés, uma empresa de telefonia celular etc. ESCALA: Como você enxerga o CasaShopping daqui a dois, três anos? Marcolini: O CasaShopping acompanhará esse crescimento fantástico, que vemos na Barra hoje. No ano que vem, mostraremos parte desse crescimento: no início de 2013, inauguraremos a quinta expansão do CasaShopping em 30 anos. O shopping ganhará quatro novos blocos de lojas. ESCALA: E como você vê a Barra da Tijuca daqui a três anos? Marcolini: Hoje, o bairro está no holofote, por receber o metrô e importantes corredores expressos , tais como Transolímpica, Transoeste e Transcarioca, além de novos prédios comerciais, de escritórios e residenciais. Daqui a três anos, a Barra estará ainda melhor do que é hoje. Analisando o Censo Demográfico Brasileiro de 2010, a população da região da Barra da Tijuca cresceu 73% na última década, enquanto a população da Zona Sul da cidade do Rio encolheu 4%!

Praça interna (noite)

ESCALA: Quando teve a ideia de construir o CasaShopping, qual o comentário mais animador que você ouviu? Marcolini: Não houve comentário animador, só o consolo de ver que eu não estava sozinho. Do meu lado, Peres (José Isaac Peres) começava a terraplanagem do BarraShopping. ESCALA: Qual foi o comentário mais pessimista? Marcolini: “Está louco? Investir num areal?”. ESCALA: Os comerciantes estavam com medo de investir em um areal, não? Marcolini: Sim. Eles estavam com medo de investir em um lugar inóspito. ESCALA: O que você diria para eles hoje? Marcolini: Vamos tomar uma xícara de café! ESCALA: O que podemos concluir disso? Marcolini: Os mais fortes avançam. Nesse caso, os mais estratégicos avançam. Se você desperdiça tempo e não toma decisões, você deixará espaço para concorrentes. n 43


Exclusive

by Andrea Magalhaes Courtesy of CasaShopping

Facade

A new Barra da Tijuca; a new CasaShopping

“I

n three years, Barra will be even better than it is today”, says Luiz Paulo Marcolini, owner of CasaShopping, a reference shopping center in the decoration sector. For this new Barra da Tijuca — a sophisticated and elegant district in Rio de Janeiro city —, the businessman has prepared a new CasaShopping with a boutique hotel, convention center, theater, an underground parking area, and a panoramic elevator at the main entrance, among other expected innovations. In an exclusive interview to ESCALA Magazine, Marcolini talks about the current expansion of the mall — it will double in size —, its birth in 1984, and Barra da Tijuca district. With the total expansion, expected to be concluded in 2016, the shopping will attract more 5,000 people per day, in average. This is the expectation. Currently, it receives 100,000 cars (in average) per month. The plan is to have 130 new stores — today, there are 120. According to Marcolini, the mall will receive new operations, but it will not lose its specialization in decor. 44 July 2012

ESCALA: For sure, owning a large shopping center is not easy. Expanding should be very complicated. Marcolini: Entrepreneurs cannot stop. I believe in Brazil and I am privileged to live in a city like Rio de Janeiro. ESCALA: How is the mall today? Marcolini: What you have seen at the Milan Fair you will find here and in the best European stores at the same time. The signed pieces of furniture, the best kitchens, finishings etc. I travel the world to see new things and I can guarantee you: there is nothing better in the world. ESCALA: Aspects to improve? Marcolini: In the recent expansion, we will have new operations within our specialization; operations that we still do not have and we miss. We have been looking for services for those who work here or live in the wonderful condos of the neighborhood. We will have a drugstore, bookstore, delicatessen, other types of restaurants and coffee shops, a mobile phone company etc. ESCALA: How do you see CasaShopping in two, three years? Marcolini: CasaShopping will accompany this fantastic growth that we see today in Barra district. Next year we will show part


Aerial view

commercial, office, and residential buildings. In three years, Barra will be even better than it is today. Analyzing the 2010 Brazilian Population Census: the population of Barra da Tijuca region grew 73% in the last decade, while the population of the South Zone of Rio City shrank 4%! ESCALA: When you had the idea of building CasaShopping, what was the most encouraging comment you heard? Marcolini: There was no encouraging comment, just the consolation of seeing that I was not alone. Beside me, Peres (Jose Isaac Peres) began the earthwork of BarraShopping. ESCALA: What was the most pessimistic comment? Marcolini: “Are you crazy? Investing in a sands area?”. Inner view

of this growth: in the beginning of 2013, we will inaugurate the fifth expansion of CasaShopping in 30 years. The mall will gain four new blocks of stores. ESCALA: And how do you see Barra da Tijuca district in three years? Marcolini: Today Barra district is in the spotlight for receiving the subway and important express corridors, such as Transolimpica, Transoeste, and Transcarioca, besides new

ESCALA: The traders were afraid of investing in a sands area, weren’t they? Marcolini: Yes. They were afraid of investing in an uninhabitable place. ESCALA: What would you say to them today? Marcolini: Let’s have a cup of coffee! ESCALA: What can we conclude from this? Marcolini: The strongest people go forward. In this case, the most strategic ones go forward. If you waste time and do not make decisions, you will leave space to competitors. n 45


ArqNow

por (by) Suzy Castañeda

Novo presidente/ New president O arquiteto Sérgio Magalhães foi eleito presidente nacional do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), para o biênio 2012-2014. Magalhães continuará como presidente do IAB-RJ.

Doce projeto/ Sweet project Esta é “Lollipop House”, em Giheung-gu, Coreia. O divertido projeto é assinado pelo escritório de arquitetura Moon Hoon, de Seoul. A fachada nos faz lembrar daqueles grandes pirulitos. This is “Lollipop House”, in Giheung-gu, Korea. The playful project is signed by Moon Hoon, a Seoul-based architecture firm. The facade reminds us those big lollipops.

Architect Sergio Magalhaes has been elected national president of Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) for the 2012-2014 biennium. Magalhaes will continue as president of IAB-Rio de Janeiro.

Muito rápido/ Very fast Só dez dias foram necessários para construir esta casa (Casa en Panel SIP) em Valparaiso, Chile. O projeto é de Alejandro Soffia e Gabriel Rudolphy. Only ten days have been necessary to build this house (Casa en Panel SIP) in Valparaiso, Chile. The project is by Alejandro Soffia and Gabriel Rudolphy.

Um milhão de garrafas/ A million bottles

Telhado diferente/ Different roof Qual o objetivo deste telhado inclinado com cinco grandes aberturas? Dar suficiente luz natural e ar para esta casa (Montblanc House by Studio Velocity). Fica em Okazaki, Japão. What is the objective of this inclined roof with five large openings? To give sufficient natural light and air to this house (Montblanc House by Studio Velocity). It is located in Okazaki, Japan. 46 Julho 2012

Há 27 anos, monges tailandeses da província de Sisaket, próxima a Bangkok, começaram a juntar garrafas usadas de cerveja. Quando já tinham recolhido uma grande quantidade, começaram a construir, com as próprias mãos, o templo (chamado de Wat Pa Maha Chedi Kaew), onde vivem hoje. Twenty-seven years ago, Thai monks from Sisaket province began gathering used bottles of beer. When they had already collected a big quantity, they began to build, with their own hands, the temple (called Wat Pa Maha Chedi Kaew) where they live today.


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casa

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24 9 3 - 5 7 6 4 - w w w . u d i n e c a s a . c o m . b r

Combina com sua casa, combina com você. Estrada da Barra da Tijuca,1636 - Espaço Itanhangá -

ADOIS


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