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Mercedes-Benz 4MATIC Experience
O
Clube Escape Livre, com o Alto Patrocínio da Secretaria de Estado da Cultura e o reconhecimento da Fundação Rei Afonso Henriques, avança para um passeio que espera ser um verdadeiro marco na descoberta da história, da paisagem, da cultura e da gastronomia. Este é um evento que reúne o melhor do que o Douro Internacional tem para oferecer, uma oportunida-
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de que pelo seu programa, percursos e visitas se torna tão exclusivo, apetecível e quem sabe, irrepetível. Alguns dos locais pertencem às mais prestigiadas rotas turísticas e culturais, estão classificados pela Unesco e são aqui servidos ao sabor de experiências todo terreno, conjugando o lazer, o saber e a aventura de forma harmoniosa.
E tudo o resto é uma maravilhosa paisagem
É
de património que trata esta extraordinária viagem. Do mais antigo, valioso e rico património cultural e histórico, por terras do Douro Internacional. Uma viagem no tempo e no espaço que revela os locais mais belos, que mereceram já ser classificados e, com isto, reconhecidos perante toda a Humanidade. O trabalho teve início há milhares de anos atrás, quando o homem cravou nas rochas o seu retrato de vida e deixou para trás pedaços dos seus utensílios, seguindo a sua evolução e sua viagem temporal. Milhares de anos mais tarde, inicia-se a exploração da mesma região para fins agrícolas, com os rebanhos a
percorrer vasta região e com os vinhos a ocuparem lugar crescente por terras do Douro. A beleza da paisagem duriense moldada pelo homem e a importância das gravuras rupestres dão o mote para este passeio de descobertas. Por terras do Douro Internacional e de outros vales, com partida e chegada em dois marcantes centros históricos, percorrendo os trilhos mais reveladores da comunhão entre o homem e a natureza de xisto, dando a conhecer o fruto das conceituadas quintas vinícolas, assim se faz um surpreendente Mercedes-Benz 4MATIC Experience. Boa viagem! 5
Tranco
A
importância de Trancoso sempre foi evidente, seja ao nível político, defensivo, comercial e até religioso. Trancoso era terra de Feira Franca, e tal era a relevância geográfica e económica que ganhou, que em 1273 passa de anual a mensal, e mais tarde com duração de três dias. Foi também aqui que D. Dinis escolheu casar-se com Isabel de Aragão, a Rainha Santa, na capela de S. Bartolomeu, confirmando a importância assumida por esta terra na era de Duzentos. A capela original da época medieval desapareceu, sendo construído, no seu lugar, em pequeno templo barroco, reconstruído em 1778, em memória dos esponsais de D. Dinis com D. Isabel. Com os seus numerosos monumentos de arquitetura civil e religiosa, Trancoso constitui hoje um dos mais expressivos Centros Históricos do país, resultado de séculos de culturas e povos diferentes, batalhas e revoluções. A antiquíssima vila de Trancoso, elevada a cidade em 2004, faz parte do programa das “Aldeias Históricas de Portugal”. O conjunto do castelo e muralhas destacam-se como ex-líbris da cidade e está classificado como Monumento Nacional desde 1921. A primitiva edificação que originou o castelo foi uma torre defensiva do início do séc. X, mas a sua fundação comprovada é de 1159. Do alto, a paisagem deslumbra e é possível uma visita guiada. Para além da fortaleza, destacam-se, como locais a visitar, as igrejas paroquiais de Santa Maria e de S. Pedro, a Casa dos Arcos, (séc. XVI), a Igreja da Misericórdia, a Casa do Gato Preto - um curioso edifício do antigo
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Bairro Judaico - e o pelourinho, de estilo manuelino. Na muralha, as Portas d’el Rei são um excelente cartão-de-visita e, no exterior, podem ver-se a Fonte Nova, a Capela de S. Bartolomeu - exemplar barroco - a Igreja da Senhora da Fresta e Capela de Santa Luzia, as capelas do Senhor da Calçada e de Santa Eufémia e antigo Convento dos Frades Franciscanos, hoje recuperado e transformado em Auditório Municipal. A presença da comunidade judaica em Trancoso legou também um grande património entre documentação escrita, judiarias, sinagogas, lápides funerárias e marcas de simbologia religiosa. Trancoso prima por uma gastronomia variada, fruto da geografia e das condições naturais, que permitem diversidade. Destaca-se o bacalhau à S. Marcos, as receitas de cabrito, o ensopado de míscaros, as enguias ao S. Bartolomeu, as bolas de carne ou de folhas, as sardinhas doces de Trancoso, o bolo de castanhas e as migas recheadas de Palhais. Trancoso é também conhecido pelos enchidos, mel, azeite e boa fruta.
oso
Se quiser voltar a Trancoso, é conveniente marcar uma visita guiada com uma semana de antecedência, junto do posto de turismo. Em Agosto, a Feira de S. Bartolomeu é um evento que reúne o que de melhor o concelho e a região têm para oferecer em todos os tipos de atividade e tradição.
Numa das casas situadas na parte velha de Trancoso nasceu o Bandarra (1500-1556), o sapateiro profeta que despertou interesse nacional com os seus vaticínios, sobretudo sobre o Quinto Império, a ida e regresso de el-rei D. Sebastião e os destinos de Portugal. Por tanto citar o Antigo Testamento, chegou a ser acusado de judaísmo pela Inquisição, e as suas trovas incluídas no catálogo de livros proibidos. Várias lendas se criaram em torno desta personagem. Também foi sobre ele que Fernando Pessoa escreveu: “O verdadeiro patrono do nosso país é esse sapateiro Bandarra. Abandonemos Fátima por Trancoso.”
S A B I A
...
QUE
Centro de Interpretação da Cultura Judaica O Centro de Interpretação da Cultura Judaica Isaac Cardoso é inaugurado por estes dias, em plena judiaria de Trancoso, na rua Poço Mestre. O edifício foi projetado pelo atelier do arquiteto Gonçalo Byrne, tem três pisos com várias salas, sendo uma delas destinada ao funcionamento da sinagoga. O espaço é uma homenagem a Isaac Cardoso, médico judeu e filósofo que nasceu no início do século XVII naquela localidade, tendo várias obras publicadas. O Centro pretende recolher património material e imaterial relativo à comunidade judaica local, promover a investigação científica sobre as famílias judaicas de Trancoso e apoiar a realização de seminários, simpósios e congressos, bem como visitas guiadas, dando à cidade um novo impulso ao turismo cultural judaico. A presença desta comunidade em Trancoso é anterior ao reinado de D. Pedro I.
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Moreira A
ntiquíssima vila e cabeça de um importante concelho, foi Moreira de Rei que acolheu D. Sancho II quando ia a caminho do exílio de Toledo. A povoação, a nove quilómetros da sede de concelho, será bem anterior a esses tempos, como indica a estrada militar romana, sendo ainda visíveis alguns troços de calçada, e as sepulturas escavadas no granito, diz-se que dos primeiros tempos do cristianismo peninsular. Os lugares de Golfar e Esporões foram “villas” de possessores visigóticos, e godos eram também o casal Rodrigo e Leodegundes, a quem a “Moraria” do século X pertencia. É a sua filha Flâmula quem, em 960, doa o castelo ao Mosteiro de Guimarães. Em 1055, Fernando de Leão conquista o castelo aos mouros. Desta fortaleza, já nada se sabe. No entanto, a localização estratégica da localidade faria dela um polo regional importante. A primeira carta de Foral a Moreira de Rei seria atribuída já por D. Afonso Henriques, no séc. XII, quando se fez a reconstrução da sua estrutura defensiva, e o foral reconfirmado por D. Afonso II. A povoação acabou por perder importância com o passar dos séculos, o concelho foi extinto em 1855 e o castelo chegou ao séc. XIX abandonado e em ruínas, processo agravado com o reaproveitamento das suas pedras pela população local. Os remanescentes do castelo encontram-se classificados como Monumento Nacional desde 1932 e alguns trechos das suas muralhas ainda sofreram alguma recuperação na década de 40. Perdeu-se a estrutura, mas ficou o encanto, e as
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a de Rei ruínas da antiga fortaleza continuam a maravilhar os visitantes, como que ali permanecesse o encantamento de reviver épocas passadas, com alguns panos de muralha ainda aprumados, a pitoresca Cadeira d’El-Rei cavada na rocha, e sempre com a vista a alcançar uma extraordinária paisagem. Descendo à povoação, observa-se a velha igreja de Santa Maria, edifício românico em granito datado do século XII e coroado de merlões. Na porta principal estão gravadas medidas-padrão medievais (côvado, braça, pé). Ali, perto, encontram-se as sepulturas antigas. A igreja de Santa Marinha, o pelourinho, os lagares, cruzeiros e alminhas fazem também parte do património a visitar. Por ali existem também alguns locais onde o tempo moldou a pedra em figuras como o cavalo, a albarda, as ródoas e o varandão. Moreira de Rei vive sobretudo da agricultura, pecuária, transformação de pedra, construção civil e comércio. Nas redondezas ainda há quem faça renda e bordados.
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Vila No de Foz C S
e há municípios com património, Vila Nova de Foz Côa está certamente entre os primeiros. Contam-se, por exemplo, 195 “sítios” de interesse arqueológico, neste concelho, cuja sede é cidade desde 1997. O concelho tem uma baixa densidade populacional, entre os sete e oito mil habitantes nas suas 17 freguesias, mas não é por isso menos rico, pelo contrário. Nas suas raízes, a passagem do homem Paleolítico por esta região transformou-a num verdadeiro centro arqueológico, o maior museu de arte rupestre ao ar livre, hoje Património da Humanidade. Muito mais tarde, os períodos de ocupação romana, do período suevo-visigótico e árabe, e depois também
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a presença contínua a partir do século X deixaram os seus vestígios. Castelos, castros, igrejas e capelas, pelourinho e solares, pontes e estradas romanas recheiam o concelho. Em Almendra, as Ruínas de Calábria, as igrejas matriz e da Misericórdia, ambas do séc. XVI, o barroco solar dos Viscondes do Banho e a casa dos condes de Almendra merecem visita. Na Aldeia Histórica de Castelo Melhor, toda a estrutura de castelo e muralha (do período Lionês), além das gravuras rupestres paleolíticas da Penascosa, são destino obrigatório. Em Chãs, destacam-se as gravuras rupestres paleolíticas da Quinta da Barca. Freixo de Numão é uma das freguesias mais ricas, com o complexo arqueológico (Castelo Velho, povoado do Calcolítico e Bronze), as ruínas do Prazo, neolíticas, romanas e medievais e outras, levando a uma viagem de três mil anos no tempo. O Museu da casa Grande de Arqueologia e Etnografia encontra-se implantado num solar do séc. XVIII e, tanto no interior como no quintal anexo, guarda ruínas arqueológicas romanas e medievais, além de elementos do Paleolítico e de uma vasta coleção etnográfica mais recente. Muxagata destaca-se pelas gravuras rupestres da Ribeira de Piscos, o museu e ruínas da Quinta de Santa Maria, pelo solar, igreja matriz e outras. Também o castelo de Numão, de raiz anterior à Nacionalidade, as casas judaicas, as sepulturas antropomórficas na fortaleza e as inscrições rupestres romanas do Areal, Telheira e Conde, além do património religioso, merecem ser visitados. A sede de concelho é repleta de locais interessantes: a Igreja Matriz e pelourinho, da época manuelina, a torre do Relógio, no sítio do Castelo, as ca-
ova Côa pelas de S. Pedro, Sta. Bárbara, Sta. Quitéria e Sto. António, além das gravuras paleolíticas da Canada do Inferno e outras da idade do ferro em Vale Cabrões e Vale José Esteves. O património desta região ultrapassa generosamente a construção e a história: as vinhas, as oliveiras e amendoeiras marcam a paisagem e a economia. Foz Côa reivindica mesmo o título de capital da amendoeira, já que é o concelho português com maior densidade destas árvores de fruto que compõem um cartão-de-visita primaveril, durante a floração. É também na mais velha região demarcada do Mundo que nasce o vinho generoso, chamado em Gaia de vinho do Porto e que caracteriza a paisagem. Alguns dos seus campos e paisagens, montanhas e rios Côa e Douro integram uma Rota dos Miradouros de Foz Côa, constituída por seis lugares, alguns deles com edificações religiosas, tornando-se excelentes locais de retiro, de silêncio, paz,
meditação, mas também de convívio. A gastronomia de Foz Côa é bastante diversificada. Vegetais frescos e frutos saborosos conferem às ementas o sabor natural dos produtos: suculentos repolhos e grelos, salteados e regados deste azeite, as pilongas e as azedas, o peixe do Rio Douro e afluentes, mas também a carne de porco, de cabrito ou de borrego, coelho, lebre e perdiz são pratos muito apreciados e devem ser sempre escoltados do vinho da região. O pão de trigo ou de centeio acompanham bem o queijo, o chouriço, as azeitonas ou azeite local, produtos de grande qualidade. Além da fruta, os doces de amêndoa, as súplicas, as lampreias de ovos e ainda os “coscorões”, os folares e as bolas toscas enchem os paladares. O artesanato foi outrora marcante e pode ser visto no núcleo de Etnografia no Museu da Casa Grande de Freixo de Numão. Subsiste ainda alguma latoaria, albardaria e trabalhos em renda. 11
Museu de Arte e do Vale do Cô A
Arte Rupestre é a mais antiga memória gráfica da Humanidade, e está bem retratada no Museu de Arte e Arqueologia do Vale do Côa, que apresenta uma mostra de todo o seu longo ciclo. O espaço museológico, da autoria de Pedro Pimentel e Camilo Rebelo, foi inaugurado em 30 de Julho de 2010 e é uma estrutura que junta os tempos milenares ao design moderno e às novas tecnologias. O edifício é constituído por quatro pisos nos quais se encontram o auditório, uma loja, biblioteca especializada em arte rupestre, ponto de informação para consulta aprofundada das temáticas expostas, além das salas de exposição. No exterior, uma privilegiada vista para a confluência dos rios Douro e Côa dá as boas vindas. No Museu do Côa o espólio original está menos pre-
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sente, evidenciando preferencialmente a verdadeira riqueza que são os próprios sítios arqueológicos. A coleção e o património encontram-se no exterior, no Vale do Côa. No interior do museu, retratos criativos sobre as perspetivas da imagem, da cultura, das artes, do território e da paisagem acolhem o visitante, sob a forma de réplicas, luzes, sons e alguns achados originais, o que no seu conjunto conta uma valiosa história. Fora de portas, a gestão das visitas orientadas é feita pelo Parque Arqueológico do Vale do Côa, a entidade que através dos guias com formação especializada, conduz os visitantes, em viaturas todo-o-terreno, a três dos principais sítios com arte rupestre paleolítica conhecidos na área do Parque: Canada do Inferno, Penascosa e Ribeira de Piscos.
Informações: Rua do Museu, 5150-610 Vila Nova de Foz Côa Tel: +351 279 768 260/1 Fax: +351 279 768 270 Museu@arte-coa.pt www.arte-coa.pt Visitas: de terça a domingo, das 09h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30 Encerrado: segundas-feiras e dia 1 de Janeiro, Domingo de Páscoa, 1 de Maio e 25 de Dezembro.
e Arqueologia ôa
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Viagem Paleolíti A
vida social, económica e espiritual dos homens do Paleolítico teria permanecido bem mais secreta se não fosse pela arte rupestre, o que por si só também já revela consciência artística, necessidade de se retratar e de contar a sua história, de se distrair ou apenas comunicar. O Vale do Côa é considerado como um dos mais importantes sítios de arte rupestre do mundo e é o
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mais importante sítio com arte rupestre paleolítica ao ar livre. Aqui foram identificadas cinco dezenas de núcleos de arte, ao longo dos últimos 17 quilómetros do Rio Côa, até à sua confluência com o Douro. Em Agosto de 2010 a extensão do Vale do Côa em Espanha, Siega Verde. Os núcleos apresentam gravuras datadas, na sua maioria, do Paleolítico superior (mais de 10 mil anos antes do pre-
m até ao tico sente) mas o vale guardou também exemplos de pinturas e gravuras do Neolítico e Calcolítico, gravuras da Idade do Ferro e dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX, altura em que os moleiros, os últimos gravadores do Côa, abandonaram o fundo do vale. Ali estão guardados 25 mil anos de registos. O Parque Arqueológico do Vale do Côa foi criado em Agosto de 1996 com o objetivo de gerir, proteger, musealizar e colocar em visita pública a arte rupestre do Vale do Côa, classificada como Monumento Nacional em 1997 e Património da Humanidade em 1998, pela UNESCO. Para garantir a preservação dos núcleos de arte rupestre e dos sítios arqueológicos, o PAVC gere um território de 200 quilómetros quadrados em torno dos últimos quilómetros do vale do rio Côa e junto à sua confluência com o Douro. Este território integra parcelas dos concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Meda, Pinhel e Vila Nova de Foz Côa.
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Visitas aos núcleos de arte rupestre A
s visitas funcionam desde 1996 e sempre em equilíbrio com a conservação da arte rupestre e da paisagem, e sempre de acordo com a exposição solar mais adequada, para que as gravuras sejam mais visíveis. À escolha, o visitante tem acesso a quatro dos mais importantes núcleos de arte rupestre do Vale do Côa: Penascosa, Canada do Inferno, Ribeira de Piscos e Fariseu (com visita apenas sazonal). As visitas a estes núcleos fazem-se em viaturas todo-o-terreno e sempre acompanhadas por um guia, a partir do Museu do Côa e de dois centros de receção, nas aldeias de Castelo Melhor e Muxagata. No entanto, é necessária a marcação e informação antecipada, junto do site ou do PAVC sobre algumas indicações antes da visita.
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Informações: Tel: +351 279768260/1 Fax: +351 279768270 E-mail: visitas.pavc@igespar.pt Encerrado: todas as Segundas-feiras, 1 de Janeiro, Domingo de Páscoa, 1 de Maio e 25 de Dezembro.
Penascosa A
partida faz-se do Centro de Receção na aldeia de Castelo Melhor, a 15 quilómetros de Vila Nova de Foz Côa, e depois de um percurso pedonal encontra-se o sítio da Penascosa, onde se deverá passar cerca de hora e meia, sempre no período da tarde. Este é, aliás, o sítio mais visitado do PAVC, pela facilidade de acesso, pela beleza e tranquilidade do local, com espécies animais a surpreender no seu habitat natural, assim como pela imensa riqueza das suas gravuras paleolíticas. O sítio encontra-se numa grande praia fluvial na margem direita do rio Côa, no concelho de Vila Nova de Foz Côa, em terrenos das freguesias de Castelo Melhor e Almendra. Pelo caminho, observa-se a magnífica Quinta de Ervamoira, famosa pelos seus vinhos e pelo seu museu. A Penascosa é um monte sobre o rio, em cuja encosta se encontram dispersas 36 rochas gravadas, 26 delas com motivos paleolíticos, sendo visitáveis cinco rochas. No grupo onde se desenrola a visita, com todas as rochas junto à praia, vislumbram-se sobretudo figuras paleolíticas de animais do Côa, entre auroques, um bode, o cavalo com cabeça voltada para trás, e nas quais se utilizou as técnicas de picotado e abrasão.
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Canada do Inferno P
ara uma visita à Canada do Inferno, com duração de 1h30 a 2h00, parte-se do Museu do Côa e depois de um percurso num percurso com viatura, uma caminhada de 400 metros leva ao local das gravuras. O sítio fica na margem esquerda do Côa, na freguesia de Vila Nova de Foz Côa, junto a uma antiga praia fluvial, hoje coberta pela albufeira do Pocinho, que cobre também grande parte das 43 rochas gravadas conhecidas (37 das quais com figuras paleolíticas). O percurso disponível inclui seis rochas, apenas uma das quais com gravuras não paleolíticas. Em termos cronológicos estão aqui representadas todas as fases da arte paleolítica do Côa e períodos posteriores, exceto a Idade do Ferro. Os motivos mais percetíveis foram feitos por picotagem complementada com a abrasão. Uma figura de cavalo com duas cabeças documenta a invenção da animação gráfica. Noutra rocha, a cabra representada a traço filiforme múltiplo acabou por se tornar a imagem do logótipo do Parque Arqueológico e Museu do Côa. A tradição de gravar ideias e tradições neste sítio continuou durante o Neolítico e só terminou na segunda metade do século XX, com os últimos moleiros do Côa a gravar também ali as suas imagens, a maioria delas submersas.
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Ribeira de Piscos
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artindo do Centro de Receção da aldeia de Muxagata, a sete quilómetros de Vila Nova de Foz Côa, o sítio de Ribeira de Piscos oferece a visita mais longa, bem merecida após um último troço de mais de um quilómetro feito a pé. Aqui conhecem-se 33 rochas gravadas, 25 das quais com representações paleolíticas, situadas na margem esquerda da ribeira e em torno da sua foz, junto do Côa. O percurso de visita inclui cinco rochas, mas excecionalmente pode visitar-se também a rocha 24.
A caminhada, pouco acessível a pessoas com fraca mobilidade, é compensada por alguns dos mais importantes exemplares de gravura paleolítica em todo o vale do Côa. Entre eles salientam-se os cavalos enlaçados, auroques e uma das raras figuras humanas da época paleolítica conhecidas no vale, o já famoso Homem de Piscos. O percurso apresenta também enorme beleza paisagística e grande riqueza a nível da fauna e flora, sendo sempre agradáveis as observações às aves de rapina.
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Gravuras de Siega Verde E
m Agosto de 2010 Siega Verde junta-se ao Parque Arqueológico do Vale do Côa, ficando inscrita na lista de património mundial do Comité do Património Mundial da UNESCO. Esta estação situa-se junto ao rio Águeda, um afluente do Douro, a 15 quilómetros de Ciudad Rodrigo, Salamanca. São 94 painéis de gravuras com mais de 500 representações de animais e signos esquemáticos ao longo de um quilómetro que fazem da estação de Siega Verde a mais importante estação rupestre ao ar livre de toda a Espanha. No entanto, cinco painéis são visitáveis, ou 14, no caso da visita completa, que apresentam desde bisontes, renas e cavalos. As semelhanças com as gravuras de Foz Côa permiti-
Informações: Sítio Arqueológico e Centro de Interpretação de Siega Verde Villar de La Yegua Tel. +34 902 910 003 Aberto das 11h00 às 17h00 visitas@siegaverde.es www.siegaverde.es
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ram assegurar que as gravuras de Siega Verde foram realizadas pelos homens do Paleolítico Superior, entre 20 mil e 12 mil anos antes da nossa era, sendo contemporâneas das do Côa. A descoberta do conjunto de arte rupestre aconteceu em 1989, no decurso de trabalhos arqueológicos de prospeção com vista ao levantamento arqueológico provincial de Salamanca. Para visitar este centro é necessária uma reserva antecipada e o visitante tem ao dispor um Centro de Interpretação, um edifício onde é possível assistir a uma aula didática complementada com elementos museológicos e multimédia e projeção audiovisual.
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Alto Douro Vi Patrim贸nio da
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Vinhateiro, a Humanidade É
na vasta Região Demarcada do Douro, a mais antiga região vitícola regulamentada do mundo, que o Alto Douro Vinhateiro se insere. Uma região com mais de 24 mil hectares que representa o Douro no seu melhor, e que a Unesco classificou como Património Mundial da Humanidade em 2001. A paisagem cultural do Alto Douro combina a natureza monumental do vale do rio Douro, com as suas encostas íngremes e solos pobres e acidentados e com a ação ancestral e contínua do Homem ao nível da agricultura, não só no vinho como nas oliveiras e amendoeiras, mas também nas construções de muros de xistos, criando uma autenticidade e integridade da paisagem cultural. Esta relação permitiu criar um ecossistema de valor único, onde as características do terreno são aproveitadas de forma exemplar, com a modelação da paisagem em socalcos, preservando-a da erosão e permitindo o cultivo da vinha. Estes argumentos valeram-lhe o título, atribuído por unanimidade. A classificação do Douro como paisagem cultural, viva e evolutiva deu um novo impulso a toda uma melhoria da qualidade e da marca em torno das paisagens do Douro: atualmente mais turistas conhecem o património, através dos barcos cruzeiro e não só... Inúmeras quintas tradicionais aderiram à filosofia da Rota do Vinho do Porto, abrindo as portas aos visitantes, promovendo o enoturismo com visitas, provas de vinhos e realização de eventos. A locomotiva histórica a vapor regressou à Linha do Douro num alargado período de verão, em percursos turísticos de 46 quilómetros entre o Peso da Régua e o Tua. Os desportos náuticos passaram a ser uma constante nas águas do Douro. A região apostou em unidades alojamento de qualidade, estendida às quintas, também elas cientes da importância da imagem de marca e da qualidade dos seus vinhos. 23
S A B I A
... QUE
Diz-se que Vila Nova de Gaia é o local com maior concentração de álcool por metro quadrado do mundo. É também curiosa a origem do nome, pois apesar de produzida com uvas do Douro e armazenada nas caves de Vila Nova de Gaia, esta bebida alcoólica ficou conhecida como “vinho do Porto”, a partir da segunda metade do século XVII, por ser exportada para todo o mundo a partir desta cidade.
História milenar Começou, há mais de 2000 anos, a história dos vinhos na região do Douro, com os agricultores a investir na cultura que viria a tornar-se tão famosa e internacional, sobretudo pelo Vinho do Porto. Os primeiros registos da comercialização deste vinho generoso datam do séc. XVII, com a Inglaterra, mas com o negócio de elevados lucros geraram-se situações de fraude, de abuso e de adulteração da qualidade do vinho generoso. A primeira regulamentação da região produtora, do vinho e da sua exportação é feita em 1756, com a criação da “Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro”, pela mão do Marquês do Pombal, mas outras reformas foram sendo feitas ao longo dos séculos. Atualmente, a Região Demarcada do Douro (com mais de 250 anos), onde se produzem os vinhos correspondentes às denominações de origem “Porto” e “Douro”, abrange 250 mil hectares, dos quais 48 mil são ocupados por vinha, e dela fazem parte 22 municípios. No entanto, apenas 24 mil hectares, ou seja, um décimo dessa área, que engloba treze concelhos, foi classificado pela UNESCO como Património Mundial. São eles Alijó, Armamar, Carrazeda de Ansiães, Lamego, Mesão Frio, Peso da Régua, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, São João da Pesqueira, Tabuaço, Torre de Moncorvo, Vila Nova de Foz Côa e Vila Real, estendendo-se ao longo das encostas do rio Douro e dos seus afluentes, Varosa, Corgo, Távora, Torto e Pinhão. Todos eles reúnem características comuns: as qualidades únicas do solo, o clima e o trabalho árduo do Homem, que em setembro parte para a vindima, para anos depois deliciar milhares de consumidores com os vários néctares do Douro, tanto vinhos do Porto como também com os brancos, tintos e rosés de excelente qualidade. 24
Quinta da Ervamoira
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steve prestes a padecer por afogamento, mas em 1996 livrou-se dessa sorte, quando as gravuras rupestres do Côa falaram mais alto do que a construção de uma barragem. Em boa hora. A Quinta da Ervamoira, hoje pequeno paraíso em plena região do Douro, é uma das quatro quintas da Casa Ramos Pinto. Foi adquirida em 1974 pelo então administrador, José António Ramos Pinto Rosas, que procurava um terreno pouco acidentado que permitisse a mecanização. Dois anos mais tarde estavam selecionadas as cinco melhores castas, pensando já não só no Vinho do Porto, mas também no vinho de mesa. Este trabalho conjunto tornou a Ervamoira num projeto-piloto, a primeira Quinta do Douro a ser plantada na vertical e por talhões, com castas distintas. Chegar aos 200 hectares da Quinta da Ervamoira, na freguesia da Muxagata, Vila Nova de Foz Côa, não é fácil, com os solavancos do percurso, mas depois deles, aparece a visão paradisíaca de um vale verde na primavera, dourado e avermelhado no outono. Tinta Barroca, Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta da Barca são as principais castas existentes. A quinta não é apenas vinho, vinhas e paisagem. Um museu criado em 1997 expõe o espólio da estação arqueológica existente na propriedade (sítio da Ervamoira), com 17 quilómetros, e ocupa o piso térreo da antiga casa da Quinta, possuindo os seguintes núcleos: Património Natural, Património Arqueológico Romano e Medieval, Património Etnográfico, História da Casa Ramos Pinto, as Quintas e a Vitivinicultura do Douro Superior, Enoteca e Laboratório de Enologia e Arqueologia. As visitas são organizadas, com marcação prévia e conduzidas por um guia do museu e têm início na Muxagata, através de uma viatura todo terreno própria, da Casa Ramos Pinto ou do Parque Arqueológico do Vale do Côa. Depois de uma visita, nada melhor que fazer a habitual prova de vinhos ou até experimentar uma refeição enquanto se aprecia a paisagem do Côa a partir dos terraços.
Informações: Quinta da Ervamoira, Muxagata 5150-338 Vila Nova de Foz Côa Contactos telefónicos: +351 279 759 229 / +351 932 992 533 / +351 935 263 490 Fax: +351 223 775 099 Email: museuervamoira@gmail.com ou ramospinto@ ramospinto.pt 25
Quinta da Leda S
ituada na região Este do Douro, em Almendra, Vila Nova de Foz Côa, a Quinta da Leda é uma das oito herdades na região do Douro da Sogrape e é considerada uma das jóias mais brilhantes da casa Ferreirinha. Daqui saem vinhos de grande complexidade e estrutura, portentosos mas plenos de frescura e vigor. Os seus 76 hectares estão equipados com os mais modernos sistemas de plantação e vinificação do Douro, separados por castas, utilizando-se sobretudo a Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca, Tinta Barroca e Tinto Cão. Três marcas saem para o mercado: o mítico Barca Velha, o Quinta da Leda e Callabriga. Em colaboração com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro de Vila Real, foi efetuado um estudo de investigação e seleção clonal das melhores castas do Douro, do qual resultou a escolha das castas na plantação desta Quinta, apenas tendo sido utilizados os melhores clones de cada casta na sua enxertia. A adega da Quinta da Leda foi construída em 2001 e utiliza uma abordagem que permite ao enólogo o contacto ideal e fácil com o vinho. É composta por várias
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secções que se desenvolvem na vertical, dando prioridade à receção das uvas no plano superior e utilizando a força da gravidade para a movimentação das massas vínicas, o que garante um fluxo muito mais natural com ganhos de qualidade para o vinho. A Sogrape Vinhos foi fundada em 1942 por Fernando van Zeller Guedes e cedo ganhou notoriedade pelo conhecido Mateus Rosé. Trata-se de uma empresa de cariz familiar e âmbito internacional, liderada pela terceira geração da família fundadora, e assume-se entre as mais relevantes da Península Ibérica, sendo detentora de cerca de 800 hectares de vinha nas principais regiões vitivinícolas de Portugal e marcando presença em mais de 120 países. Informações: Quinta da Leda, 5150-084 Almendra, Vila Nova de Foz Côa Tel: 279 713 404
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Barca d S A B I A
Barca d’Alva é um local de excelência para observação de aves de várias regiões, que pelo seu clima escolhem este território. Na localidade e nas suas imediações podem ver-se a rola-turca, o abelharuco, a pega-azul e o rabirruivo-preto. A ponte sobre o Rio Douro alberga uma importante colónia de andorinha-dos-beirais e junto à velha estação ferroviária instala-se habitualmente a andorinhadáurica. Um dos grandes atrativos da zona são as grandes aves planadoras, principalmente abutres, sendo habitual observar-se o grifo e o abutre do Egipto. Nas noites de Primavera, é bastante fácil ouvir e ver o mocho-pequeno-d’orelhas.
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oram o desenvolvimento agrícola, a construção da linha do Douro e a ligação ferroviária com Espanha, além da construção da Estrada Nacional 221 (que atravessa o rio), que ditaram o crescimento da aldeia de Barca d’Alva, sobretudo a partir do século XIX. O lugar fronteiriço pertencente à freguesia de Escalhão, concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, está situado num bonito vale na margem esquerda do rio Douro e manteve um crescimento relativamente estável… até ao encerramento da estação ferroviária. Após a construção do cais fluvial, o último usado pelos cruzeiros turísticos que partem da cidade do Porto – e da ligação rodoviária para Espanha pela foz do Águeda, a aldeia sofre um novo impulso que acaba por evidenciar as suas potencialidades turísticas. Barca d’Alva está inserida na área do Parque Natural do Douro Internacional e possui magníficas paisagens naturais, muitas delas valorizadas com o panorama primaveril das amendoeiras em flor.
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A estação de Barca d’Alva foi referida no livro “A Cidade e as Serras” de Eça de Queirós? Sendo uma estação fronteiriça, Barca d’Alva possuía, além dos equipamentos normais de uma estação de grande importância e terminal como cocheiras e placa giratória, postos aduaneiros, posto da Guarda Fiscal e um hotel. A estação ainda hoje suscita grande interesse fotográfico e turístico.
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d’Alva Partia do Porto a Linha do Douro que fazia a ligação a Espanha e a toda a Europa, e que na Ponte do Águeda atingia o seu 200º quilómetro. Esta ligação para o país vizinho foi concluída a 8 de Dezembro de 1887, só possível pelos milhares de trabalhadores que construíram o caminho-de-ferro entre Barca d’ Alva e La Fuente de San Esteban (Espanha). O trabalho durou 12 anos: furaram-se e contornaram-se montanhas e encostas para vencer o isolamento secular das terras da província espanhola de Salamanca, permitindo o escoamento dos produtos espanhóis, por mar, a partir da cidade do Porto. A beleza desta viagem ainda deixa muitos saudosistas, seja pelos cenários dignos de um filme de aventuras, pelas curvas quase a tocar o rio, pela construção de 20 túneis e 13 pontes ao longo das montanhas graníticas. Cerca de cem anos depois, a linha acabaria por ser encerrada, primeiro com o troço Boadilla-Fregeneda-Fronteira do Águeda, em 1985, perdendo a sua liga-
ção internacional, e em 1988 com o fecho do troço Pocinho – Barca d’Alva. Cem anos depois calavam-se os apitos dos comboios por aqui. A linha entre La Fregeneda e Barca d’Alva, com os seus 17kms de extensão, é o troço mais percorrido por grupos de turistas e pedestrianistas que admiram toda a beleza do percurso. Barca d’Alva é ainda o último local onde é possível atravessar o Douro antes de Espanha, através da ponte rodoviária Almirante Sarmento Rodrigues. Em termos de atividades, os olivais, vinhas e amendoais ocupam grande parte dos residentes e é dos terrenos em redor de Barca d’Alva que saem os melhores azeites, azeitona de conserva, vinho de consumo, vinho do Porto, moscatel de Favaios e amêndoas doces para diversos produtos de doçaria. Nas orlas do Rio Douro destacam-se ainda alguns laranjais, de onde provêm laranjas com caraterísticas organoléticas excecionais. 29
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San Felices de Los Gallegos D
iz-se que a vila de San Felices de los Gallegos terá sido fundada no ano 690 por um bispo visigodo chamado D. Félix do Porto, em honra de um santo, mas os indícios que a apresentam como uma povoação destacada e amuralhada datam do século XII. O povoado desde sempre teve uma localização estratégica, fosse ao nível económico - realizando-se ali um mercado semanal durante séculos – fosse ao nível militar, constituindo um dos pontos estratégicos em conjunto com outros fortes e baluar-
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tes fronteiriços permanentemente disputados. Este foi alvo de disputas e confrontos acesos sobretudo no séc. XIII, altura em que D. Dinis de Portugal conquista a vila, erguendo ali o castelo, no séc. XVII, com a Guerra da Restauração da Independência, e no séc. XIX, com a invasão napoleónica. A importância histórica, arquitetónica e turística de San Felices de los Gallegos, a 105 km de Salamanca, está evidenciada, desde logo, pelas distinções alcançadas. Senão, veja-se: é uma Vila Medieval
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Trancoso e San Felices de Los Gallegos são municípios geminados. O acordo tem por base o casamento real entre D. Dinis e D. Isabel de Aragão, que tendo casado em Trancoso, em 24 de Junho de 1282, haviam acertado os pormenores da união real em San Felices, meses antes, a 11 de fevereiro.
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desde 1291, foi declarado Conjunto Histórico Artístico em 1965, recebeu o prémio “C” de Turismo de Castela e Leão em 1995, o de Turismo La Salina em 2004, e ainda é uma vila geminada com Trancoso desde 2004. Passeando pelo interior da povoação, divisam-se as caraterísticas casas em pedra e um importante património medieval e renascentista, épocas onde a aldeia atingiu máxima importância. O castelo (um dos pontos de passagem principais da Rota das Fortalezas da fronteira ibérica), a cerca velha e a fortificação do séc. XVIII destacam-se como conjunto e são um dos ex-líbris de San Felices. A representação pré-romana de um javali em granito está exposta na rua. A torre dos sinos, do séc. XIII, é um dos marcos mais antigos da vila e o arco do porto, do séc. XIV, terá sido, em tempos, uma das portas da entrada de um quinto recinto já desaparecido. A igreja de Nossa Senhora de Entre os Choupos, do séc. XII, o Convento da Paixão, das freiras Agustinas, a ermida do Cordeiro de Jesus Nazareno e a ermida do Rosário são alguns dos destaques de cariz religioso, mas também não passam despercebidos a fonte
do cano, as casas senhoriais, as várias pontes em granito e alguns vestígios da presença do homem, espalhados pelo município. San Felices de los Gallegos insere-se na Rota das Fortalezas da Raia que há entre Ciudad Rodrigo, San Felices, o Forte da Conceição e Almeida. A primavera é a época mais aconselhada para fazer o percurso, tanto para evitar o calor como o frio do inverno rigoroso. A aldeia fica numa peneplanície perto do limite das arribas formadas pelo rio Águeda, afluente do Douro, e relativamente perto do conjunto arqueológico de gravuras paleolíticas de Siega Verde, Património Mundial da Humanidade. A agricultura e a pecuária marcam as principais atividades locais. A paisagem contrasta entre as planícies de pastagens e cereais com os penhascos íngremes junto ao rio Águeda. O microclima mediterrânico permite a propagação de variadíssimas espécies de flora e fauna, sendo possível observar animais protegidos, em plena vida selvagem. Ali encontram-se cegonhas negras, abutres, águias, corujas, mochos, lontras, texugos, raposas, javalis e outras espécies, por vez em locais de difícil acesso. Pelo município, miradouros revelam rios e riachos, campos de diversos tons e os aromas da terra. A gastronomia local distingue-se pelas iguarias à base de borrego e de porco, mas também pelos queijos. O bolo de batata é um doce exclusivo da vila, mas ainda se destacam doces feitos artesanalmente pela comunidade de monjas Agustinas: os “repelados” de amêndoa, as perronillas (bolos secos) e as obleas (bolacha wafer), além da pinoñate, um nougat à base de amêndoa. Na localidade ocorrem algumas festas locais e regionais, sendo a principal o Noveno, um festa classificada de Interesse Regional que se realiza no segundo fim de semana de maio, em honra do fim da novena, o imposto feudal anual que terminou no séc. XIX. Além disso, chamam também visitantes a festa de Santa Cruz, onde acorrem também muitos portugueses, o Corpus Christi e, em agosto, o Mercado Medieval promovido pelas associações. 33
Ciudad Rodrigo S
ão seis as rotas que o Turismo de Ciudad Rodrigo propõe, nas diversas áreas de visita, e que revelam toda a beleza natural, cultural e artística. Das fortificações de fronteira à serra de Frância, da rota dos castros e javalis às arribas do Douro, oferecem-se percursos que obrigam a uma visita mais demorada e encantadora. Ciudad Rodrigo é uma cidade pequena próxima da fronteira com Portugal, fácil de percorrer pelas pequenas distâncias, especialmente dentro da cidade amuralhada, por si só uma das principais atrações da cidade, num passeio que leva a uma viagem no tempo, por construções de pedras quase douradas. Os vestígios do homem por estas terras remontam ao período paleolítico e encontram-se sobretudo no que é hoje a estação arqueológica de Siega Verde. Ciudad Rodrigo viria a ser continuamente povoado ao longo
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dos milhares de anos, revelando a presença de lusitanos, romanos, prosseguindo pela Idade média. Os séculos XV e XVI seriam os de maior esplendor da cidade, erguendo-se palácios, igrejas e solares. As disputas com Portugal acrescentariam o caráter militar, nos dois séculos seguintes. A Guerra da Independência espanhola viria a arrasar esta cidade, conferindo-lhe também o aspeto que tem hoje. Na visita, destaca-se o castelo de 1372 com a sua torre de menagem, envolvido pela muralha com torres de defesa, com algumas partes em ruínas. O conjunto abaluartado revela elementos como as várias portas, revelins e fossos. Numa das áreas encontra-se o Centro de Interpretação das Fortificações de Fronteira. A Plaza Mayor, que remonta ao período romano, é o centro nevrálgico da vila e tem origem no traçado urbano romano. Em tempo de carnaval transforma-se
numa arena taurina de aspeto medieval. A ágora é presidida pela Casa Consistorial, do séc. XVI. Um passeio pelas ruas de Ciudad Rodrigo vai também revelar diversos paços e casas brasonadas, edificados, na sua maioria, durante os séculos XV e XVI, como a casa do primeiro marquês de Cerralbo, a Casa dos Miranda, a Casa da Cadeia, o Palácio dos Águila ou do Príncipe, a Casa dos Vazquez, a Casa dos Núñez de Chaves, o Palácio do Conde de Alba, entre tantas outras. A cor das rochas que caracteriza esta cidade abre as vistas a um dos seus elementos mais emblemáticos: a Catedral de Santa Maria, do final do séc. II, mas que reúne elementos românico, gótico e do séc. XVIII. O interior é extraordinário, com a pedra e a madeira esculpidas ao detalhe, onde se relatam histórias como a descida da cruz de Cristo, ou a luta do bem contra o mal. A igreja de S. Agustim, do séc. XVI, o Hospital da Paixão, o Convento das Franciscanas Descalças, a igreja de S. Pedro e S. Isidoro merecem também uma apreciação. Espanhol que se preze tem sempre um tradicional e recheado calendário de Fiestas. Em Ciudad Rodrigo, o Carnaval del Toro será a mais vivida, chamando milhares de pessoas à Plaza Mayor para ver os encerros, desencerros e capeias, tendo o touro como protagonista. Além disto, as festas em honra do padroeiro S. Sebastião, em Janeiro, e S. Brás, em Fevereiro, além das tradicionais procissões da Semana Santa, a festa folclórica de La Charrada, a merenda de Lunes
de Aguas ou o Martes Mayor são excelentes oportunidades de aliar a visita à pura animação de rua. A gastronomia caracteriza-se pelo grande uso das carnes. Nos frios dias de inverno são apreciadas as batatas meneadas, refogadas com gordura do toucinho e enfeitadas com pedaços de torresmos. Os grelhados de porco sem tempero, o leitão e o cordeiro no forno são feitos de forma a aproveitar todo o sabor das carnes. Antes de partir desta cidade, observe ou adquira uma peça de um outro grande valor cultural: a filigrana em prata ou ouro tem adornado os trajes desde há séculos, ao que os artistas acrescentaram, na atualidade, um toque mais moderno. No entanto, também se encontram trabalhos artesanais em cerâmica, forja, talha, policromias, metal ou bordado charro.
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Hotel Pa Ciudad F
oi por ordem de Enrique II de Trastámara que se ergueu o castelo sobre ao vale do rio Águeda, por alturas do séc. XIV. O seu valor monumental desde logo é confirmado pela imponente torre de menagem, com vista para a vasta área feudal, uma paisagem extraordinária, conhecida como Campo Charro. A transformação do monumento em hotel teve em conta a traça original e demostra hoje os detalhes cuidados da época, os móveis castelhanos, as cores e decoração que transmitem alegria nas várias divisões, algumas delas com vistas fantásticas sobre o rio, os campos e o centro histórico. O ar é ainda mais limpo no pátio e no jardim de aproximadamente mil metros, saúda o Águeda, ali a dois passos, e a vegetação. Os arcos de pedra da sala de jantar causam admiração, ao mesmo tempo que os pratos da típica cozinha charra, entre os quais os assados suculentos e os presuntos ibéricos, fazem despertar os paladares. Os habitantes de Ciudad Rodrigo são ainda conhecidos como “los farinatos”, nome ligado a uma típica salsicha da cidade, também servida no restaurante do Hotel, a par dos assados suculentos, borrego e presuntos ibéricos A entrada é de estilo gótico e conserva o brasão e uma placa de letras góticas. Faz parte das antigas defesas da cidade – que atualmente está protegida com os títulos de monumento artístico e histórico.
Informações: Pza Castillo, 1 Ciudad Rodrigo 37500, Salamanca Tel: 0034 923 46 01 50 36
Parador de d Rodrigo
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Salamanca É
Património da Humanidade desde 1988, pela tradição humanista e riqueza do património artístico e edificado, e destino de viagens culturais para milhares de pessoas por ano, entre eles 25 mil alunos que acorrem todos os anos a esta cidade para aprender, aperfeiçoar e praticar o castelhano. A sua Universidade data de 1212 e é uma das mais antigas da Europa. A história de Salamanca teve sua origem numa aldeia assente na colina de São Vicente sobre o rio Tormes, há 2700 anos, e desde então o lugar foi testemunha da passagem de váceos, vetões, romanos, visigodos e muçulmanos, e sendo repovoada na época medieval, continuando o seu percurso histórico e iniciando uma forte vertente cultural. A cidade em si é uma riquíssima mescla arquitetónica, com enfase para a traça romana, muçulmana e medieval, e com elementos judaicos, renascentistas e das épocas seguintes. Depois da crise do século XIV, Salamanca estava decidida a tornar-se na cidade renascentista mais importante de toda a Península Ibérica, adquirindo prosperidade social e económica, baseada no comércio, nas
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rendas latifundiárias e na atividade da lã desenvolvida pela Mesta (conselho de pastores de Castela e leão), o que fez com que a população aumentasse até aos vinte e cinco mil habitantes. Salamanca possui hoje um património histórico e cultural de indubitável riqueza. No interior da antiga muralha medieval estão alguns dos principais locais de visita: a Plaza Mayor, Casa das Conchas, de estilo gótico, a Universidade, do séc. XVI, o grandioso convento de San Esteban, do início do séc. XVI, Catedral Velha, com estilo românico dos séc. XII e XIII e Catedral Nova, de estilo gótico, o Palácio de Monterrey, renascentista, o Convento de las Dueñas, com um dos claustros mais impressionantes do Renascimento, o Convento de las Úrsulas, de estilo gótico tardio, e que guarda no seu interior o sepulcro do arcebispo Fonseca. Vale a pena também visitar a igreja de San Benito, com a representação da Anunciação, o edifício da Clerecia, do séc. XVIII, considerada a grande obra do barroco espanhol e tantos outros marcos patromoniais. Salamanca não é apenas história, mas uma cidade viva, com com muitos atrativos para visitantes, oferecen-
do inúmeros locais de compras, lazer, de espetáculos culturais, de parques e jardins, e muita diversão noturna. O posto de Turismo dispõe de diversas rotas temáticas e não é difícil perder-se pelos encantos desta cidade. A gastronomia de Salamanca é uma das mais elaboradas de Espanha, de cariz mais artesanal, e bastante variada. Os enchidos de chouriço, salsicha e presunto
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são bem conhecidos, além do queijo de Hinojosa del Duero. Os pratos são bastante à base de porco, além vaca, cabrito e cordeiro, havendo também alguns à base de peixes de água doce. A hornaza, os peixes em escabeche e os guisados com legumes são muito apreciados. Nos doces destacam-se os ‘chochos’, o bolo ‘maimón’, o torrão de ‘alberca’, as ‘floretas’ e as ‘garrapiñadas’.
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Diz-se que a Cueva de Salamanca, situada na Plaza de Carvajal, LENDA era um lugar onde, desde tempos remotos, se celebrava um velho culto necromântico protagonizado pelo demónio, que do fundo da cripta, à luz de uma inconsumível vela, ditava as suas lições de magia negra, adivinhas, quiromancia e outras ciências ocultas. Aprendiam a lição sete estudantes, durante sete anos, acabando um dos escolhidos por ficar para sempre em poder das forças do inferno. Por cima, chegou a ser construída uma igreja, entretanto demolida. A literatura, sobretudo a barroca, potenciou a lenda, e mesmo Miguel de Cervantes a referiu num dos seus autos. O lugar foi também citado no Tratado de “disquisitionum magicarum”, o mais completo sobre demonologia espanhola, escrita em 1610 pelo jesuíta Martin del Rio. 39
Conven San Este S
ituado mesmo ao lado da Universidade, diz-se que a sua fachada é uma das mais belas criações do estilo plateresco. Construído entre 1524 e 1610, o convento detém os estilos gótico, renascentista e plateresco. No interior, destaca-se o retábulo-mor, em estilo barroco. No século XVI, os dominicanos chegaram em Salamanca atraídos para a fundação da Universidade, onde muitos dos monges foram professores. Em 1225, fundaram seu primeiro mosteiro na igreja de São João, o Branco, mas ficando muito perto do rio Tormes, este convento sofria frequentemente de inundações. Em 1256 uma enchente deixou-o tão deteriorado que o bispo de Salamanca, Pedro Perez, deu aos dominicanos a antiga igreja de San Esteban para que fundassem um novo mosteiro. Primeiro surgiu uma igreja gótica e os edifícios do mosteiro acabaram por ser derrubados para a construção do atual convento de San Esteban, mais conhecido como “los dominicos”. A construção do novo edifício começou em 1524 e terminou em 1610. Ao contrário de outras grandes igrejas góticas, a igreja de San Esteban tem uma só
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Dentro da área de clausura fica a Sala Profundis. Diz-se que foi nesLENDA ta sala que Cristóvão Colombo expôs aos dominicanos a sua ideia de chegar às Índias por uma nova rota. Na época, o apoio dos dominicanos foi decisivo para os reis católicos aprovarem o seu projeto. 40
nave, uma condição considerada pelos monges “essencial”, para que os fiéis pudessem ouvir o padre durante o ato sacramental. A fachada é o elemento mais proeminente do edifício. Foi construída como um retábulo e é dividida em três partes: Em baixo, em ambos os lados da porta, estão os santos da Ordem Dominicana: San Jacinto, San Benito, San Pedro Telmo, Santa Catalina de Siena, São Domingos e São Francisco. O corpo central representa o martírio de San Esteban, considerado o primeiro mártir da história do cristianismo, por ter sido apedrejado por pregar a palavra de Deus. A parte superior do corpo é um tradicional Calvário, do escultor italiano Ceroni. Jesus aparece crucificado com Maria e João ao pé da cruz e, ao fundo, a cidade de Jerusalém. No Calvário estão dois medalhões com imagens de São Pedro e São Paulo.
nto de eban S A B I A
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O Estilo Plateresco é exclusivamente espanhol. Trata-se de um estilo arquitetónico nascido do Renascimento espanhol, no séc. XV, e que se estendeu durante os dois séculos seguintes. O plateresco é uma fusão dos componentes do mudejar e do gótico flamejante, com o uso de escudos e pináculos ou fachadas divididas em três corpos, incorporando também elementos renascentistas, como as colunas e alguns elementos decorativos. As fachadas ficam assim muito ornamentadas, como se se tratasse de obras de ourivesaria, daí o seu nome.
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Colégio de Fonseca
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Colégio de Fonseca é também conhecido como Colégio do Arcebispo ou Colégio dos irlandeses (desde que passou a receber muitos alunos deste país), embora seu nome real seja o Colégio Mayor de Santiago, o Zebedeu. Foi mandado construir por Don Alonso de Fonseca, em 1519, para acolher estudantes galegos. Originalmente, os colégios Maiores serviam para acolher jovens estudantes inteligentes de poucas posses. Naquela época, havia apenas seis na Espanha, dos quais quatro estavam em Salamanca: San Bartolomeu, o de Oviedo, de Cuenca e de Santiago (Fonseca), sendo que na atualidade, o
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único que ainda mantém o seu edifício histórico é o de Fonseca. Na construção do edifício participaram os arquitetos Diego de Siloé, Rodrigo Gil de Hontañón y Juan de Álava, seguindo um estilo renascentista, de onde se destaca a fachada e que chama a atenção para a estátua do apóstolo Santiago, em cima da porta. O pátio é considerado um dos mais belos do Renascimento espanhol. A igreja que forma parte do edifício, em gótico tardio, e o retábulo de Alonso Berruguete em madeira policromada são também elementos de grande interesse. Na fachada chama a atenção o átrio com escadas e o colorido entre o cinza e a pedra mais dourada. O conjunto é formado pelas colunas, a porta, os escudos de Fonseca, os rostos dos arcebispos Fonseca, conchas, o medalhão com o apóstolo Santiago na batalha de Clavijo. O Colégio de Fonseca foi declarado de Interesse Cultural em 1931. Atualmente o Colégio serve de residência de professores da Universidade de Salamanca.
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Museo de de la Auto de Salama E
m Salamanca existe um espaço único e imperdível, que apresenta ao vivo a história da mobilidade humana. Chama-se Museo de Historia de la Automoción de Salamanca e constitui um convite irrecusável para podermos conhecer não só factos importantes relacionados com o automóvel, bem como de marcos importantes da própria indústria automóvel espanhola e mundial. Os veículos, as peças e os objetos expostos fazem parte da coleção particular reunida ao longo de mais de 40 anos por Demetrio Gómez Planche e pela sua família. A juntar à coleção particular estão tributos de particulares, empresas e instituições de onde se destacam veículos e documentação cedidos pela Direção Geral de Tráfico e pelo centro histórico da Iveco/Pegaso. Num espaço com cerca de 5 000 m2 estão mais de 240 automóveis e milhares de peças e documentos escritos, testemunhos únicos que pertencem ao legado cultural que a história transporta, vistos por mais de 35 mil visitantes por ano.
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História omoción amanca
Informações: Plaza del Mercado Viejo S/N, 37008. Salamanca Tel.: 923 260 293 | Fax: 923 269 849 Contacto: info@museoautomocion.com Encerrado às segundas feiras
Desde o primeiro carro da coleção - um Salmson ainda operacional - até a uma cópia do carro a combustão conduzido por Berta-Benz, a viagem do conhecimento e das curiosidades é extraordinária. Ali estão, entre tantos outros, um Hispano Suiza de 1910 (quiçá o carro mais caro de toda a coleção, sem um valor conhecido!) carroçado por Francisco Capella, o Voisin com a assinatura de Corbusier e dois Pegaso realizados por Wifredo Ricart, engenheiro espanhol que ajudou a construir a Ferrari. Não só de grandes máquinas se faz esta visita. O início da viagem começa com um pouco da história da família que originou o museu, passando a exemplares dos primeiros sistemas que permitiram a locomoção, como máquina a vapor que fazia movimentar uma esfera, maquetas de alguns projetos de modelos movidos pela tração humana (1420-Fontana), pelo vento (1470-Valturio), ou um projeto de Leonardo da Vinci. A visita termina com modelos mais recentes, desde concept cars a alguma história dos rallys.
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Fado É
de acordes melodiosos, melancólicos, de infortúnios e de arrebatadoras paixões, de tristeza e de saudade, de histórias de amores vingados ou sofridos e de poderosas vozes que se faz… fado. Só quem o escuta o consegue compreender e só quem se embrenha no seu espírito o consegue cantar. Deriva do latim “fatum”, ou destino, e diz-se que terá
nascido nas tabernas à beira-rio de Lisboa, em finais do séc. XVIII, então conhecido como uma canção dos marinheiros. A melodia, as guitarras e as vozes que a compõem são tão especiais e únicas no mundo, que uma vez entranhado o espírito, consegue “amaciar” os mais frios corações. Quem sabe não foram os seus acordes, a marca indissociável da cultura e da tradição de Lisboa que terão atingido em flecha os responsáveis da Unesco: em Novembro de 2011 emitem a sua classificação de Património Cultural Imaterial da Humanidade. O fado surgiu há 200 anos, mas depressa ganhou fama e admiradores, e se a sua internacionalização se dava natural e lentamente, foi a partir da década de 50, pela voz de Amália, que conquistou milhares (ou milhões?) de seguidores além-fronteiras, com concertos nas mais prestigiadas salas de espetáculos, da Rússia ao Japão. Vozes mais recentes vieram acrescentar-lhe uma nova roupagem, mas que em nada compete com o fado tradicional: os vários tipos de público continuam encantados, e o “Silêncio, que se vai cantar o fado” repetido, sem fastio, desde as pequenas tasquinhas e casas de fado, sobretudo de Lisboa (mas não só) às grandes salas de espetáculos de todo o mundo.
Não há fado sem guitarra portuguesa. O instrumento terá origens num modelo de Cítara europeia conhecido em Portugal desde o século XVI, filiado na Cítola medieval, seguindo a sua evolução. Mas a cítara sofreu uma desqualificação social no início do século XIX. Por exemplo, em 1820, um tal Manuel Raimundo, mulato, foi preso na Calçada de Santana, em Lisboa, por estar “tocando em uma Cytara numa loja de louça que também vende aguardente”. Ora, se a cítara era marginalizada, depressa se tornou no instrumento ideal de acompanhamento do fado, canção então em voga em meios marginais e bairros pobres de Lisboa. S A B I A
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Nota: algumas fotografias e informações inseridas nesta publicação tiveram como base pesquisas na Internet e foram alvo de tratamento editorial. O Clube Escape Livre não se responsabiliza por eventuais erros de informação.
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