30 minute read

hemocomponentes

3. Obtenção, armazenamento, transporte e uso de hemocomponentes

Sangue fresco x sangue estocado: vantagens e desvantagens

Advertisement

Thalita Gomes de Freitas – CRMV 20862 Nayara Viana de Andrade – CRMV 20107

pixabay.com

1. Escolha do doador

componentes (NELSON & COUTO, 2015).

A medicina transfusional, em me- A obtenção do sangue total é prodicina veterinária, foi alvo de diversos cesso fundamental para o sucesso da estudos no passado e ainda hoje há terapia. Sabe-se que é tão importante muita pesquisa em torno do tema, cuja encontrar um doador relevância é conhecida em razão do fato de que existe uma gama extensa de afecções que podem ser tratadas por ... em medicina veterinária, [muitas] afecções ... podem ser tratadas por ... transfusão de sangue total ou de seus compatível para o paciente quanto doadores saudáveis. Por isso, a seleção do doador saudável se torna impresmeio da transfusão de componentes... cindível (DAVIDOW, sangue total ou de seus 2013).

O doador, tanto canino quanto feli- região, como Babesia sp., Erlichia sp., no, deve ter entre 1 e 8 anos de idade; Anaplasma sp., Leishmania sp., Brucella o cão deve pesar 25 kg no mínimo, en- canis, Mycoplasma sp., Trypanosoma cruquanto o gato deve ter ao menos 4,5 kg. zi, Dirofilaria immitis, FIV e FeLV (DAY É importante que não esteja fazendo ne- & KOHN, 2012) nhum tipo de tratamento no momento da transfusão, não esteja gestante e que 2. A coleta esteja com as vacinas e o vermífugo atu- A coleta de sangue passa por treializados. Os doadores não devem ter namento de uma equipe para que tudo sido vacinados nos últimos 10 a 14 dias transcorra de forma satisfatória. O tutor antes da doação,pois a vacinação pode do cão deve sentir confiança e vontade desenvolver aumento de agregação pla- de participar de todo o processo. Ele prequetária (DAY & KOHN, 2012). Gatos, cisa ter suas compensações, seja material em especial, devem ser escolhidos cri- ou psicológica(LILIAN TATIBANA – teriosamente, dando-se preferência Pets & Life – Comunicação Verbal). àqueles que não têm acesso à rua e não O animal que vai ser doador deve ser convivem com outros treinado. É importanfelinos sem a testagem O doador, tanto canino te que o ato de doação para retroviroses felinas quanto felino, deve ter seja um processo lúdico (LUCAS et al., 2004; entre 1 e 8 anos de idade; para o animal, relacioDAY & KOHN, 2012). o cão deve pesar 25 kg no nado a algo agradável;

Além disso, é reco- mínimo, enquanto o gato isso fará bem tanto para mendado que o doador deve ter ao menos 4,5 kg. o animal quanto para o não tenha doado sangue tutor. Toda doação deve nos últimos dois meses. Animais que ser acompanhada de agrados e petiscos são doadores constantes devem ter sua para que a coleta seja tranquila. O recomonitoração de ferro realizada conti- mendável é que, para coleta em dominuamente, caso as coletas ocorram em cílio, primeiramente o animal seja treiintervalo inferior a dois meses (DAY & nado com a presença dos responsáveis KOHN, 2012). pela coleta. Sugere-se jejum de 12 horas

É fundamental uma avaliação cri- para evitar lipemia, que inviabilizaria o teriosa do doador por um médico ve- uso do plasma (LILIAN TATIBANA – terinário, com realização de uma boa Pets & Life – Comunicação Verbal). anamnese, exames clínico e laborato- A coleta do sangue deve ser feita riais, como hemograma, perfil bioquí- de maneira asséptica, em um sistema mico, tipagem sanguínea e pesquisa fechado e com auxílio de bolsas próde doenças infecciosas endêmicas na prias (DAY e KOHN, 2012). Para ga-

tos, pode-se utilizar sistema aberto, ta (DAY & KOHN, 2012). com seringa e scalp para coleta, quando Os vasos usualmente escolhidos não há possibilidade de se ter acesso a para punção são as veias jugulares e as bolsas específicas para a espécie (DAY artérias femorais, devido à melhor va& KOHN, 2012). Em medicina vete- zão de sangue desses vasos. A área de rinária, geralmente se usam bolsas de punção deve passar por tricotomia e coletas para medicina humana (Fig. 1), assepsia, para reduzir o risco de contaque têm capacidade de armazenamento minação da amostra. Cães podem doar de 450mL de sangue (DAY & KOHN, 15 a 20 mL/kg, e gatos 10 a 15 mL/kg 2012). Uma bolsa de (DAVIDOW, 2013). As sangue padrão contém Os vasos usualmente bolsas de sangue (Fig. 63 mL de anticoagu- escolhidos para punção 1) possuem agulha prólante, à base de citrato. são as veias jugulares pria já definida de tamaAs unidades felinas de e as artérias femorais, nho e calibre, que são sangue total são nor- devido à melhor vazão direcionadas para a memalmente de 40 mL a de sangue desses vasos. dicina humana. Caso a 50 mL de sangue mais A área de punção deve coleta seja realizada em 5 mL a 9 mL de solução passar por tricotomia e sistema aberto, é imporanticoagulante e conser- assepsia, para reduzir o tante que se use cateter vante. Anticoagulantes conservantes, tal como citrato-fosfato-dextrose-adenina-1 (CPDA1), são constituintes da bolsa que podem ser adicionadas com Adsol, para maior preservação dos heou escalpe de maiores calibres (<22G), para dar melhor vazão ao sangue, evitar hemólise e agilizar a coleta. A maioria dos cães não necessita de sedação para a coleta. É importante um ambiente confortárisco de contaminação da amostra. Cães podem doar 15 a 20 mL/kg, e gatos 10 a 15 mL/kg. mocomponentes. A diferença entre vel, com cobertor sobre a mesa, animal os conservantes está no tempo de pre- em decúbito lateral, contenção firme e servação da amostra sob refrigeração ambiente silencioso (DAY & KOHN, (WARDROP, 1995). 2012). Durante a coleta, o doador deve

Usualmente, são necessárias três ser monitorado quanto à coloração de pessoas durante o procedimento de mucosas, frequência e qualidade de pulcoleta, e a participação ou não do tutor so e respiratória. deve ser avaliada individualmente pelo Se a sedação se faz necessária, recomédico veterinário, levando em con- menda-se que sejam evitados fármacos, sideração se a presença desse irá afetar tal como acepromazina, que possui popositivamente ou negativamente a cole-

tencial inibitório sob as plaquetas, tendo efeito anticoagulante. Gatos, geralmente,, precisam de sedação. Sabe-se que gatos respondem bem ao uso da gabapentina Antes da coleta, devese verificar o volume globular (VG), pois ela só será realizada se este estiver no mínimo em 40%. o sangue, homogeneizando a amostra constantemente. A bolsa vai encher gradativamente e, se tudo ocorrer bem, todo o processo deve durar, no máxipara redução do estres- mo, de 5 a 10 minutos se, na dose de 50 mg/gato. Recomenda- (GREENINGA et al., 2010). se sua administração duas horas antes da A coleta do sangue usualmente é recoleta no hospital (STEVENS, 2016). alizada por gravidade, assim a bolsa coleEm animais muito estressados, a disso- tora deve permanecer abaixo do doador ciação anestésica pode ser necessária. É para garantir um bom fluxo e deve ser indispensável, caso o animal precise de homogeneizada constantemente duransedação, que ele seja monitorado a todo te a coleta. Geralmente se usa o homomomento. geneizador de coleta, Antes da coleta, deve-se verificar o volume globular (VG), pois ela só será realizada se este estiver no mínimo em 40%. Todo o processo deve ser realizado com muito silêncio, sem movimentos bruscos para não assustar nem estressar o animal. A coleta do sangue usualmente é realizada por gravidade, assim a bolsa coletora deve permanecer abaixo do doador, para garantir um bom fluxo e deve ser homogeneizada constantemente durante a coleta. equipamento para coleta de sangue que combina as funções de balança e homogeneizador (Fig. 2), o que permite manter a proporção ideal de sangue:anticoagulante. Antes de remover a agulha da veia puncionada, deve-se apertar o tubo doador para impedir a Deve-se deitá-lo com entrada de ar no sistema. muita calma e manter a cabeça sempre Após a remoção, deve-se realizar uma afagada. Em seguida, preparar as bolsas, pressão digital no local puncionado, a de preferência triplas. Colocar o “clamp” fim de prevenir hematomas e auxiliar na um pouco abaixo da agulha para evitar rápida hemostasia. Existem aspiradores entrada de ar e contaminação da amos- a vácuo especializados que podem retra. Fazer a assepsia, delimitar o vaso a duzir o tempo de coleta; nesses a bolsa ser puncionado, preferencialmente a coletora é acoplada a uma máquina que veia jugular. Ultrapassar a pele, retirar realiza a aspiração do sangue em velocio “clamp”, perfurar a veia e deixar fluir dade predeterminada, no entanto esse

Figura 1. Bolsas triplas

Fonte: Fresenius Kabi Bolsa simples

método de coleta não é uma realidade KOHN, 2012). nem uma necessidade na rotina clínica Muitas vezes a coleta do sangue, deveterinária. (DAY & KOHN, 2012). vido a problemas com o animal, com o

Deve ser coletado um mínimo de tempo de coleta, com o ambiente, ou a 300mL (bolsa total). Quando precisar fatores diversos, pode resultar em quancoletar menor volume de sangue, deve tidade menor de sangue por bolsa. Esse ser retirado previamente um pouco de material está com excesso de anticoaguanticoagulante. Para não haver entrada lante e pode causar quadros indesejáveis de ar, a bolsa deve ser virada de cabeça ao animal. Para não perder a quantidade para baixo e, então, eliminada a quanti- de sangue coletada e também não caudade necessária (LILIAN TATIBANA sar problemas ao animal, como reações – Pets & Life). a excesso de coagulante,

Após a doação, o Após a doação, o cão pode-se proceder à lavacão doador deve rece- doador deve receber gem de hemácias para ber alimento e água e alimento e água e retirar o plasma e o exrecomenda-se evitar recomenda-se evitar cesso de anticoagulante. exercícios físicos nas exercícios físicos nas O momento da lapróximas 24 horas. Para próximas 24 horas. Para vagem está relacionado os gatos, é importante os gatos, é importante com o uso da bolsa de restabelecer a volemia, restabelecer a volemia, sangue total ou de heinfundindo a mesma infundindo a mesma mocomponente. Caso a quantidade de fluido cristaloide que o volume doado (DAY & quantidade de fluido cristaloide que o volume doado. utilização seja imediata, a bolsa deve ser lavada e usada em até 24 ho-

Figura 2. Homogeneizador. Fonte: JP Farma

3. O armazenamento

Após a coleta, deve-se retirar todo o sangue do equipo de coleta direcionando-o para a bolsa, no sentido de evitar a formação

8. Centrifugar a 10.000 rpm por 10 minutos a 22°; 9. Retirar da centrífuga, levar à cabine de fluxo laminar, colocar no extrator de plasma, realizar assepsia do tubo coletor e abrir o sistema; 10. Remover o plasma sobrenadante e a camada leucoplaquetária para a bolsa de transferência; 11. Realizar os passos anteriores mais uma ou duas vezes, minimizando a perda de hemácias e retirando ao máximo a camada leucoplaquetária; 12. Utilizar imediatamente: o ideal é o uso imediato, mas pode ser armazenado por um tempo máximo de 24 horas (2 a 6 ºC).

Protocolo segundo agência transfusional – Hospital Universitário Júlio Müller

Procedimento de lavagem:

1. Estabilizar e centrifugar o sangue total a 22°C; 2. Usar solução fisiológica estéril a 22°C; 3. Dentro da cabine de fluxo laminar, realizar assepsia com álcool 70°C no bico do frasco da solução fisiológica, cortar e conectar ao equipo de soro; 4. Realizar assepsia na porção final do tubo coletor da bolsa com álcool 70°C; 5. Pinçar e cortar as extremidades; 6. Conectar ao equipo de soro e adicionar 250 mL de solução fisiológica à bolsa; 7. Pinçar e selar; ras. Caso a bolsa seja usada para obtenção de concentrado de hemácias, ela deve ser armazenada como tal e lavada somente no momento do uso. A lavagem é indicada quando se coletam menos de 300mL de sangue total.

de coágulos. Após a homogeneização, o em geladeira (1-6ºC) (DAY & KOHN, equipo coletor deve ser preenchido no- 2012). vamente com o sangue total, pinçando- Bancos de sangue, ao receberem a -se a extremidade distal com um gram- unidade de sangue, devem processápo selador manual ou selador térmico, e -las imediatamente para preparação segmentos de aproximadamente 10 cm dos concentrados de hemácias (CH) devem ser pinçados da mesma maneira, e do plasma fresco congelado (PFC) a fim de serem usados posteriormente (NELSON & COUTO, 2015). como amostras de testes de compatibili- O concentrado de hemácias (CH) dade. A bolsa deve ser identificada com consiste em eritrócitos separados do o tipo de produto, o nome do doador, plasma por centrifugação lenta, e deve o tipo sanguíneo, o volume globular, a ser armazenado de 2ºC a 6ºC, em refridata da coleta e a data geradores, e conservado de validade (DAY & O concentrado de em CPDA-1, para que KOHN, 2012). hemácias (CH) seja viável por 21 dias.

A bolsa de sangue consiste em eritrócitos Os componentes do deve ser mantida refri- separados do plasma plasma, por sua vez, pogerada (2-6°C), armaze- por centrifugação lenta, dem ser separados em nada por até 21 dias para e ... armazenado (2ºC diversos produtos e consangue total ou direcio- a 6ºC) ... em CPDA-1, servados em condições nada para a obtenção para que seja viável por e em tempos diferentes de hemocomponente. 21 dias. Os componentes (DAVIDOW, 2013). O sangue total é arma- do plasma ... podem ser Do plasma, é poszenado em recipientes separados em diversos sível extrair vários proresfriados (2-6ºC), até produtos e conservados dutos. O plasma rico ser direcionado a refri- em condições e em em plaquetas (PRP) é geradores na mesma tempos diferentes. a quantidade de plasma temperatura, por até que se consegue imedia21 dias, para cães, e 30 dias, para gatos, tamente após a centrifugação lenta para caso o objetivo seja armazenamento em separação do plasma e do CH. Se esse banco de sangue (DAVIDOW, 2013). conteúdo passar por aférese, obtém-se Entretanto, dependendo do objetivo concentrado de plaquetas. Esses comda transfusão, esta deve ser feita ime- postos podem ser utilizados imediatadiatamente após a coleta. O sangue to- mente ou conservados por até 5 dias, tal coletado em sistema aberto deve ser em constate movimentação, a 22ºC utilizado em até 4 horas após a coleta (DAVIDOW, 2013). ou dentro de 24 horas se armazenado O plasma fresco congelado (PFC)

– composto por albumina, globulinas, separar a albumina para utilização em fatores de coagulação – é o sobrenadan- casos de hipoproteinemia; em alguns te da centrifugação rápida. O processo lugares, ela já é disponível comercialdeve ocorrer até 8h após a coleta do san- mente, mas ainda é um composto caro gue, e o conteúdo estocado de -20 ºC a e de difícil acesso (DAVIDOW, 2013). -30ºC, com a preservação funcional por até um ano. A transfusão de PFC forne- 4. Lesões de estocagem ce componentes hemostáticos, minimiDe acordo com critérios definidos zando o risco da sobrecarga circulatória pela Food and Drug Administration e da sensibilização aos antígenos eritrocitários do doador. Após esse período, infere-se que fatores de coagulação lábeis (V e VIII) perdem sua função, nessa temperatura de manutenção (NELSON & COUTO 2015). Após esse período, o plasma é referido como plasma (FDA), é importante que 75% dos eritrócitos transfundidos permaneçam em circulação por 24 horas após a transfusão e que a hemólise afete menos de 1% das células armazenadas ao final do período de armazenamento. Segundo De acordo com critérios definidos pela Food and Drug Administration (FDA), é importante congelado (PC) e pode que 75% dos eritrócitos OBRADOR et al. ser armazenado por transfundidos (2015), durante o armamais quatro anos. permaneçam em zenamento, uma série

Caso o PFC seja re- circulação por 24 horas de mudanças ocorrem tirado de congelamento após a transfusão e que a internamente aos erie mantido resfriado en- hemólise afete menos de trócitos, as quais podem tre 4 ºC e 6ºC, forma-se 1% ... ao final do período afetar a sua viabilidade, precipitado do conteúde armazenamento. a função e a resposta do do. O PFC fornece fato- receptor à transfusão. res VIII, XI, XII, fator de von Willebrand Essas alterações abrangem a lesão de ar(FvW) e fibrinogênio e possui validade mazenamento dos eritrócitos e incluem de até um ano, desde que armazenado a eventos bioquímicos, biomecânicos e -20 ºC (BRASIL, 2008). O sobrenadan- imunológicos. te do processo é denominado plasma 4.1 Depleção de ATPcriopobre, que contém os outros fatores de coagulação não lábeis (II, VII, IX, Os eritrócitos requerem energia na X), fatores fibrinolíticos e albumina, e forma de trifosfato de adenosina (ATP) pode ser preservado por um ano, quan- para manutenção da forma, deformado mantido a -20ºC. É possível, ainda, bilidade, fosforilação de fosfolipídios e proteínas de membrana, funções de

transporte ativo de várias moléculas carbono dos tecidos. A deformabilidade através da membrana, síntese de nucle- reduzida também é um fator importanotídeos de purina e pirimidina e sínte- te na redução da sobrevivência do erise de glutationa. Como os eritrócitos trócito após transfusão, pois eritrócitos de mamíferos maduros não têm mito- pouco deformáveis são retirados da circôndrias, sua única fonte de energia é culação à medida que passam pela circuanaeróbica, por meio da glicólise, pela lação esplênica (NAKAO et al., 1960). via Embden – Meyerhoff. Durante esse A diminuição de ATP durante o armazeprocesso, a glicose é clivada em piruvato namento é controlada pela solução cone reduzida ao ácido láctico, um proces- servante usada, como dextrose, adenina so que gera duas moleculas de ATP e e manitol, à solução de armazenamento, duas de lactato para cada mol de glicose e acredita-se que pode ser retardada de (HARVEY 2010). 10 a 44 dias. No sangue estocado, ocorre falha na produção de ATP suficiente para atender aos requisitos metabólicos celulares. 4.2 Depleção de 2,3-difosfoglicerato O esgotamento de ATP, que acontece Os eritrócitos dos mamíferos durante o armazena- contêm 2,3-difosfomento, tem efeitos ad- O esgotamento de glicerato (2,3-DPG), versos diretos nos eri- ATP acontece [na] um intermediário trócitos. ATP fornece a armazemagem ... glicolítico que serve energia necessária para [ATP] [é] necessário como um modificador manutenção da elasti- para manutenção principal da afinidacidade da membrana da elasticidade de de oxigênio da heeritrocitária, da visco- da membrana, da moglobina (Hb). Os sidade intracelular e de viscosidade intracelular e felinos, em contraste, uma relação entre a área [da] relação entre a área contêm níveis muide superfície e o volu- de superfície e o volume to baixos de 2,3-DPG me do eritrócito. Com do eritrócito. ... [na falta] nos eritrócitos,ea Hb a elasticidade prejudica- o eritrócito não consegue felina não requer 2,3da, o eritrócito não con- adaptar [a] forma DPG para modular a segue adaptar sua forma necessária para o fluxo pela microcirculação, prejudicando o fornecimento de oxigênio e a remoção de dióxido de necessária para o fluxo pela microcirculação, prejudicando o fornecimento de oxigênio e a remoção de dióxido de carbono dos tecidos. afinidade ao oxigênio. Após duas semanas de armazenamento, as concentrações de 2,3DPG dos eritrócitos humanos e caninos es-

tão virtualmente esgotadas, aumentando a afinidade da Hb ao oxigênio e, teoricamente, prejudicando a liberação deste aos tecidos. A síntese de novo de 2,3-DPG começa com o rejuvenescimento de RBC nas horas seguintes pós-transfusão, com restauração do 2,3-DPG em cerca de três dias. Na mediciDurante o armazenamento prolongado, os eritrócitos mudam progressivamente da forma de um disco bicôncavo ...[flexível] ... para equinócitos mal deformáveis, com saliências da superfície e, finalmente, para não deformáveis esferoecinócitos. membrana, por brotamento de micropartículas. A etiologia dessas mudanças morfológicas e da microvesiculação observada durante o armazenamento parece ser multifatorial, e vários mecanismos foram propostos, como depleção de ATP e 2,3-DPG, perda de fosfolipídio de membrana com micropartículas associadas, na humana, essa baixa rearranjo de proteína e oxidação lipídica oxigenação pode elevar os níveis de (OBRADOR et al., 2015). potássio em sangue estocado, mas tal fenômeno não é observado em sangue 4.4 Amônia estocado de cães (OBRADOR et al., A concentração de amônia aumenta 2015). com o tempo em produtos sanguíneos 4.3 Alterações biomecânicas armazenados tanto em humanos como em caninos. O aumento da amônia no sangue armazenado é atribuído à ge-

Durante o armazenamento prolon- ração e à liberação de amônia dos erigado, os eritrócitos mudam progressiva- trócitos, bem como à desaminação de mente da forma de um disco bicôncavo aminoácidos e purinas, como a adenina prontamente deformável para equinó- encontradaem soluções conservantes. citos mal deformáveis, com saliências Em geral, os animais normais, com funda superfície e, finalmente, para não ção hepática preservada, não oferecem deformáveis esferoecinócitos. Embora problemas, no entanto, cães com disfuninicialmente reversíveis, ção hepática ou aqueles uma vez além do estágio A concentração de que recebem transfuinicial de esferoecinócitos, a perda de deformabilidade torna-se permanente à medida que os eritrócitos perdem amônia aumenta com o tempo em produtos sanguíneos armazenados tanto em humanos como em caninos. sões massivas podem estar mais em risco de desenvolver hiperamonemia (OBRADOR et al., 2015).

de sangue, à falha na análise na triagem O aumento do potássio no sobrenadante de produtos eritrocitários humanos armazenados ocorre quando as concentrações de ATP diminuem e tornam as bombas de Na+ -K+ -ATPase de eritrócitos dependentes de ATP inativas, causando aumento na concentração de potássio. Este fato pode ser potencialmente prejudicial ou mesmo fatal durante a infusão rápida. Nos caninos e felinos, a concentração laboratorial e à redução funcional de componentes sanguíneos, prejudicando o sucesso terapêutico da transfusão (ANVISA, 2016). O acondicionamento durante o transporte deve ser feito em embalagens seguras, de boa qualidade e resistentes aos impactos, às mudanças de temperatura, à umidade ou à pressão. O sistema de embalagens deve ser constituído por: a) embalagem primária: recipientes que O aumento do potássio no sobrenadante de produtos eritrocitários humanos armazenados ocorre quando as concentrações de ATP diminuem e tornam as bombas de Na+ -K+ -ATPase de eritrócitos dependentes de ATP inativas, causando aumento na concentração de potássio. de potássio intracelular nos eritrócitos entram em contato dié baixa e suas membranas eritrocitá- reto com o material biológico; podem rias têm atividade de bomba Na+ -K+ ser fabricados com vidro, plástico, metal -ATPase. Portanto, o acúmulo signifi- e outros. Ex.: tubos de coleta, bolsas de cativo de potássio em sangue armaze- sangue total e de hemocomponentes; nado de caninos e felinos é improvável b) embalagem secundária: reci(OBRADORet al., 2015). pientes com capacidade para envolver e conter a embalagem primária; podem 4.6 O transporte ser constituídos por saco plástico, saco

O transporte da bolsa de sangue plástico tipo bag, caixa de PVC, metal e é um dos pontos fun- outros; damentais e deve ser O acondicionamento c) embalagem exrealizado de maneira durante o transporte deve terna: recipientes com segura, a fim de garantir a qualidade do produto e a segurança transfusional. Erros durante essa fase podem levar à contaminação da bolsa ser feito em embalagens seguras, de boa qualidade e resistentes aos impactos, às mudanças de temperatura, à umidade ou à pressão. rigidez adequada; podem ser constituídos por papelão, PVC, metal e outros. O tempo máximo de transporte bem

como a temperatura ideal de acondicionamento variam de acordo com o produto da bolsa de sangue. A duração máxima do transporte pode variar O uso apropriado de hemocomponentes permite um tratamento mais específico, evitando-se os riscos de administração de partes desnecessárias do sangue. todos os componentes sanguíneos, além de considerável diminuição do risco de reação transfusional. Contudo, essas vantagens somente são obtidas quando há a real de 30 minutos a 2 horas necessidade de transfu(ARRUDA, 2018). Quando for usado são e a prescrição adequada com a ingelo para manutenção da temperatura, dicação clínica (RAZOUK & REICHE, esse deve ser colocado fora da embala- 2004). gem secundária, na embalagem externa. Devem ser fornecidos suportes inte5.1 Sangue total riores para garantir que as embalagens O sangue total fresco deve ser transsecundárias se mantenham na posição fundido em até 6 horas após a coleta. original e deve-se assegurar que não Indicações incluem hemorragia maciça ocorrerão vazamentos na embalagem secundária a trauma (com perda de mais (ANVISA, 2016). de 50% do volume), perda de sangue grave acompanhada de coagulopatias, 5. Uso de alguns casos de coagulação intravascuhemocomponentes lar disseminada e trombocitopenia com risco de morte. Se o sangue total for

O uso apropriado de hemocom- usado antes da refrigeração, é uma boa ponentes permite um tratamento mais fonte de plaquetas funcionais. Estima-específico, evitando-se os riscos de se que uma unidade de administração de partes desnecessárias do sangue. A terapia com componentes é uma O sangue total fresco deve ser transfundido em até 6 horas após a coleta. 500 mL de sangue total obtida de um doador canino contenha 7x1010 plaquetas. Devido ao forma mais eficiente de componente do plasma, usar os recursos de sangue, permitindo este produto deve ser usado com cauteque uma unidade doada seja dividida la em pacientes normovolêmicos e em emvários produtos (que podem benefi- pacientes que apresentam evidências de ciar mais de um paciente) (DAVIDOW, disfunção cardíaca subjacente ou insu2013). O fracionamento do sangue to- ficiência renal oligúrica. A dose inicial tal traz como vantagens o uso otimizado de sangue total é de 13 a 22 mL/kg. As em relação ao aproveitamento e à eficá- concentrações de fatores de coagulação cia, o aumento do tempo de validade de

séricos V e VIII diminuem com o envelhecimento e a viabilidade das plaquetas é perdida quando o sangue é armazenado e refrigerado por mais de 6 horas. Portanto, este produto é impróprio para hemorragia associada a certas coagulopatias ou trombocitopenia (DAVIDOW, 2013).

Como o hematócrito [do CH] é de aproximadamente 80%, deve ser usada solução lesões de armazenamento, o hematócrito estará mais baixo, em torno de 55% a 60%. Neste caso, salina estéril 0,9% para a não é necessário o uso diluição, para diminuir a da solução salina, pois viscosidade e melhorar o o sangue estará menos fluxo sanguíneo (10 mL viscoso (DAVIDOW, de solução salina 0,9% 2013). por 30mL–40 mL de 5.3 Plasma eritrócitos). O plasma contém albumina, globulinas, proteínas de coagulação e anticoagulan5.2 Concentrado de hemácias tes. Contém tanto fatores lábeis como (CH) não lábeis. Fatores de coagulação lábeis

Como o hematócrito desse compo- incluem fatores V e VIII, enquanto os nente é de aproximadamente 80%, deve fatores não lábeis incluem os fatores deser usada solução salina estéril 0,9% pendentes da vitamina K II, VII, IX e X. para a diluição, para diminuir a viscosi- O plasma pode ser armazenado e sepadade e melhorar o fluxo sanguíneo (10 rado em muitos produtos. As indicações mL de solução salina para o uso de plasma são 0,9% por 30–40 mL de ... uma dose de 10 a debatidas em medicina eritrócitos). As transfu- 20 mL/kg de PFC é humana e veterinária. O sões de CH são indica- recomendada para PFC provou ser eficaz das para o tratamento pacientes intoxicados em pacientes com sanda anemia causada por com rodenticida gramento ativo por disperda de sangue, doen- antagonista da vitamina função de fator de coaça crônica, hemólise, K, enquanto doses gulação. O volume usual disfunção da medula ligeiramente mais altas de produtos de plasma a óssea ou para situações (15–30 mL/kg) são ser aplicado é em torno em que a sobrecarga de necessárias para fornecer de 10 a 20 mL/kg e as volume é uma preocu- fatores adequados para quantidades estão relapação. A dose inicial é de 6 a 10 mL/kg. Nas preparações em que se usa aditivo para evitar as reverter coagulopatia da doença de von Willebrand (vWD) ou hemofilia A em cães. cionadas com o tipo de afecção. Por exemplo, uma dose de 10 a 20 mL/kg de PFC é reco-

mendada para pacientes intoxicados com rodenticida antagonista da vitamina K, enquanto doses ligeiramente mais altas (15–30 mL/kg) são necessárias para for...são necessários 22,5 mL/kg para aumentar a concentração de albumina sérica em 0,5 g/dL, se não houver perda contínua. taxas de administração de 15 a 18 mL/kg. O PC, por ainda ser hemostaticamente estável devido à permanência de fatores de coagulação não lábeis, pode necer fatores adequados ser utilizado para o tratamento de doenpara reverter coagulopatia da doença de ças para as quais apenas esses sejam nevon Willebrand (vWD) ou hemofilia A cessários, como intoxicação por rodenem cães (DAVIDOW, 2013). ticidas ou hemofilia B (LANEVSCHI;

O uso de PFC em infusão prévia WARDROP 2001). A dose recomenpara evitar hemorragias em procedi- dada é de 10-15 mL/kg (DAVIDOW, mentos cirúrgicos ainda é controverso, 2013). não tendo comprovação de eficiência. Verificou-se que, em alguns procedi- 5.4 Criopreciptado mentos, a contagem de plaquetas foi O crioprecipitado é o tratamento mais importante que a avaliação dos tes- profilático ou ativo de sangramentos, tes de PT e PTT a e não se constataram doença de von Willebrand e hemofilia benefícios em tratamento de coagulação A em cães (SKOTOL & PARRY, 1998). intravascular disseminada (CID). O uso Apesar de o uso de PFC ser possível no de plasma para tratar hipoalbuminemia tratamento dessas deficiências, a admiparece ser controverso e na literatura não se observam grandes benefícios com seu uso (DAVIDOW, 2013). Em situação em que o plasma seja indicado nistração de crioprecipitado permite menores volumes, com maiores concentrações de fatores de coagulação lábeis para atinO crioprecipitado é o tratamento profilático ou ativo de sangramentos, para aumentar a albu- doença de von gir o mesmo objetivo mina sérica, são neces- Willebrand e hemofilia A (DAVIDOW, 2013). sários 22,5 mL/kg para em cães. A dose de escolha para aumentar a concentra- administração é de uma ção de albumina sérica em 0,5 g/dL, se unidade a cada 10 kg de peso vivo. não houver perda contínua. No entanto, O plasma criopobre, sobrenadante em um estudo canino avaliando as trans- obtido após separação do crioprecipifusões de PFC, nenhum aumento no ní- tado, é rico em fatores de coagulação vel de albumina foi visto com média de não lábeis. Da mesma forma que o PFC está para o crioprecipitado, o PC está

para o plasma criopobre. Portanto, ele pode ser utilizado para o Em humanos, as plaquetas são recomendadas para procedimento invasivo. Em pacientes com sangramento ativo, transfutratamento de intoxi- profilaxia em qualquer sões de plaquetas teracação por rodenticidas paciente com uma pêuticas podem ocorrer ou hemofilia B, admi- contagem inferior quando a contagem de nistrando-se menores a 10.000/mL e em plaquetas estiver infequantidades com maio- pacientes que requerem rior a 20.000/mL. O res concentrações dos um procedimento uso nas trombocitopefatores de coagulação II, invasivo com contagens nias imunomediadas VII, IX, X. A dose de es- menores que 50.000/ é controverso, devido colha é de 10–15 mL/ mL. à rápida destruição de kg, sendo, também, qualquer plaqueta admiuma fonte de albumina. Entretanto, nistrada, a menos que o paciente tenha grandes quantidades são necessárias evidência de sangramento com risco de para se adquirir a quantidade desejada morte (por exemplo, sangramento da (DAVIDOW, 2013). medula espinhal, sangramento no cére5.5 Uso de concentrado de bro). Recomenda-se o uso de uma uniplaquetas dade por animal, quando for necessário (DAVIDOW, 2013).

Em humanos, as plaquetas são recomendadas para profilaxia em qualquer 6. Sangue fresco x sangue paciente com uma contagem inferior a armazenado: vantagens e 10.000/mL e em pacientes que requerem um procedimento invasivo com desvantagens contagens menores que 50.000/mL. As A escolha pela utilização do sangue plaquetas também são recomendadas total fresco ou do sangue total armazeem pacientes em uso de medicamen- nado deve ser avaliada individualmente tos ou com deficiências hereditárias da e analisando-se o objetivo da transfusão. função plaquetária que requerem um No Quadro 1 estão descritos os compo-

Quadro1. Componentes do sangue total fresco x sangue total armazenado

Componentes Sangue total fresco Sangue total armazenado

Hemácias Presentes Presentes

Plaquetas Fatores de coagulação Proteínas Presentes

Presentes

Presentes Reduzidas

Reduzidos

Presentes

nentes sanguíneos presentes em cada tipo de sangue. Como demonstrado acima, a principal diferença entre o sangue total fresco e o sangue total armazenado é a ...a principal diferença entre o sangue total fresco e o sangue total armazenado é a presença funcional de plaquetas e de fatores de coagulação... matórios crônicos. Sobrecarga circulatória associada à transfusão e as reações febris não hemolíticas são as reações mais comuns em cães e gatos, por isso a opção por CH pode presença funcional de ser a mais adequada. A maioria dos proplaquetas e de fatores de coagulação. dutos sanguíneos causa efeito oncótico, Assim, se um paciente necessita des- que é mais pronunciado com aqueles ses componentes, como nos casos de que contêm albumina (por exemplo, intoxicação por rodenticidas, trombo- sangue, plasma) e pode ser útil em anicitopenia, deficiência de vitamina K, mais com edema periférico grave ou deficiência de fatores de coagulação, em animais gravemente hipotensos. É CID, entre outros, há a necessidade de importante, no entanto, lembrar que a se transfundir um sangue total fresco. sobrecarga de volume com resultante Se o paciente não ne- edema pulmonar é um cessariamente necessite A pressão arterial risco potencial em anide plaquetas ou fatores deve ser monitorada mais que já são normode coagulação, como durante a administração volêmicos (OBRADOR nos casos de pacientes de hemoderivados e et al., 2015). anêmicos com hipovo- pacientes devem ser lemia ou hipoprotei- monitorados de forma 7. Considerações nemia, o sangue total adequada para sinais finais armazenado pode ser transfundido sem afetar o sucesso terapêutico (DAY & KOHN, 2012). É importante lembrar que,no sangue armazenado, os eritrócitos podem apresentar as lesões de armazenade sobrecarga de volume (por exemplo, taquipneia, ganho de peso, hemodiluição, secreção nasal serosa, desenvolvimento de edema pulmonar ou derrame pleural). A hemoterapia é uma área em constante desenvolvimento em medicina veterinária, sendo fundamental que as técnicas de coleta, bem como as regras de transporte e mento, e isso deve ser levado em conta armazenamento sejam em animais com comorbidades como adotadas de maneira correta, para que hepatopatias, nefropatias, quadros infla- se assegure um produto de qualidade. Hemocomponentes já são uma realida-

de em medicina veterinária e devem ser empregados levando em consideração a necessidade de cada paciente, tal como uso do sangue total fresco em detrimento de sangue total armazenado.

Referências bibliográficas

1. GONZÁLEZ-FERNÁNDEZ, A., PAZ MARTÍN,

M, SÁEZ, I, SEGHATCHIAN, J., GUTIÉRREZ,

L. Red blood cell storage time and transfusion: current practice, concerns and future perspectives, Blood Transfus, V.15, p. 222 – 231, 2017. 2. ANVISA. Manual de Vigilância Sanitária para o

Transporte de Sangue e Componentes no Âmbito da Hemoterapia. 2ª edição Agência Nacional de

Vigilância Sanitária - 2016 3. ARRUDA. G.F.P., SARAIVA. N. C. G.,

VASCONCELOS. R. H. T. Protocolo de transfusão segura de hemocomponentes:

Agência Transfusional HULW-UFPB: Hospital

Universitário Lauro Wanderley da Universidade

Federal da Paraíba. 2018. 36p. 4. BEUTLER E (2006) Preservation and clinical use of erythrocytes and whole blood. In: Williams

Hematology, ed. MA Lichtman, E Beutler, TJ

Kipps et al., pp.2159–2173. The McGraw-Hill

Companies, New York 5. DAVIDOW, B. Transfusion Medicine in

SmallAnimals. VeterinaryClinicof North

AmericaSmall Animal Practice. Vol 43, p. 735–756, 2013. 6. DAY. M.J. e KOHN B. BSAVA Manual of-

CanineandFelineHaematologyandTransfusion

Medicine. 2ª edição, 2012 7. FDA. Workshop on red cells stored in additive solution systems. Bethesda, MD; 1985. 8. GARCÍA-ROA, M., DEL CARMEN VICENTE-

AYUSO, M., BOBES, A.M., PEDRAZA, A.C.,

GONZÁLEZ-FERNÁNDEZ, A., MARTÍN,

M.P., SÁEZ, I., SEGHATCHIAN, J. AND

GUTIÉRREZ, L. Red blood cell storage time and transfusion: current practice, concerns and future perspectives. Blood Transfusion, 15(3), p.222, 2017. 9. GREENING, D.W., GLENISTER, K.M.;

SPARROW, R.L.; SIMPSON, R.J.; International blood collection and storage: Clinical use of blood products; J o u r n a l o f P r o t e o m i c s, v.73, p. 386 – 395, 2 0 1 0. 10. HARVEY JW. Erythrocyte biochemistry, In: Weis DJ, Wardrop KJ. eds. Schalm’s

Veterinary Hematology. 6th ed. Hoboken, NJ:

WileyBlackwell, p. 131–135, 2010. 11. LANEVSCHI A, WARDROP KJ. Principles of transfusion medicine in small animals. CanVet J 2001;42:447–54 12. LUCAS, R. ., LENTZ, K. ., & HALE, A. . (2004).

Collection and preparation of blood products.

Clinical Techniques in Small Animal Practice, 19(2), 55–62. 13. Nakao M, Nakao T, Yamazoe S.

Adenosinetriphosphateandmaintenanceof shape of the humanredcells. Nature; p.187:945–946, 1960 14. Nelson, R. W.; Couto, C.G. Medicina Interna de

Pequenos Animais. 5ª edição. Rio de Janeiro :

Elsevier, 2015. 15. OBRADOR, R; MUSULIN, S.; HANSEN,

B. Red blood cell storage lesion, Journal of

Veterinary Emergency and Critical Care, V.25, pp 187–199, 2015 16. Prittie, JE.; Triggers for use, optimal dosing, and problems associated with red cell transfusions.

VetClinSmallAnimPrat, V. 33, p.1261-1275, 2003. 17. STEVENS B.J., FRANTZ E.M., ORLANDO

J.M., GRIFFITH E., HARDEN L.B., GRUEN

M.E., SHERMAN B.L. Eficacia de una única dosis de trazodona clorhidrato administrada a gatos antes de una vista al veterinario para reducirlos signos de ansiedad relacionados conel transporte y el examen. Journal of American Veterinary

Medicine Association. Vol.15, no. 249(2), pp. 202-7. Julho de 2016. 18. STOKOL T, PARRY B. Efficacyoffreshfrozen plasma andcryoprecipitate in dogs with von Willebrand’s disease or hemophilia A. J

VetInternMed 1998;12(2): 84–92. 19. WARDROP K. J, TUCKER R. L., MUGNAI K.

Evaluationofcanineredbloodcellsstored in a saline, adenine, and glucose solution for 35 days. Journal of Veterinary Internal Medicine;11(1):5–8. 1997. 20. WARDROP, K. J. Selection of anticoagulant preservatives for canine and feline blood storage.

Veterinary Clinic of North America Small Animal

Practice. Vol. 25, (6):1263–76. 1995 21. URBAN R. et al. Hemostatic activity of canine frozen plasma for transfusion using thromboelastography. Journal of Veterinary Internal Medicine, vol. 27; 964, 2013.

This article is from: