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16h30 18h00, Sala A

Conceitos para lidar com problemas frequentes em Ortopedia

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Na mesa-redonda da Sociedade Suíça de Ortopedia/Swiss Orthopaedics, convidada deste congresso, serão discutidos conceitos para lidar melhor com problemas frequentes, nomeadamente a abordagem anterior direta na artroplastia total da anca, os desafios dos sarcomas ósseos e dos tecidos moles e o tratamento das fraturas proximais do úmero. Diana Vicente

Asessão começará com a intervenção, por videoconferência, do Prof. Olivier Borens, a propósito da história da Swiss Orthopaedics, à qual preside. “Logo no início do seu trajeto, esta sociedade foi capaz de desenvolver conceitos verdadeiramente importantes, envolvendo ortopedistas dos cantões alemães e franceses da Suíça. Consequentemente, foi criada no nosso país a AO Foundation, nos anos de 1950, com o principal objetivo de estandardizar o tratamento cirúrgico das fraturas e doenças ósseas”, explica o também responsável pela Unidade de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Universitário de Lausanne.

Por outro lado, “graças a Maurice Edmond Müller”, ortopedista suíço, “foi desenvolvido o tratamento da artroplastia total, sobretudo da anca, paralelamente ao que aconteceu em França e Inglaterra”. “O trabalho de precisão nos implantes é outra vertente importante DR da Ortopedia suíça, porque os nossos cirurgiões ortopédicos tiveram um acesso rápido à indústria dos implantes, permitindo desenvolver bons instrumentos, como placas e parafusos, o que ajudou a AO Foundation a crescer ainda mais”, evidencia Olivier Borens.

Dando início aos temas da sessão, o Dr. Tobias Bühler, ortopedista no Centro Hospitalar Universitário de Balgrist, discutirá a abordagem anterior direta na artroplastia total da anca, os seus riscos e a gestão de complicações. Esta técnica “é dominante na Suíça”, porque é a mais usada na artroplastia total da anca. “Quase 60% das abordagens são pela via anterior direta, que é minimamente invasiva. Usamo-la em 95% dos nossos doentes, mesmo nos idosos com fraturas da anca”, afirma o orador.

Uma das principais vantagens da artroplastia total da anca pela via anterior direta é a “reabilitação bastante simples e DR rápida, uma vez que os doentes conseguem suportar peso e não têm limitações de mobilidade”,

O Dr. Christian Spross e o Dr. Stéphane Cherix (da esq. para a dta.) são os oradores da mesa-redonda da Swiss Orthopaedics, a par do Prof. Olivier Borens e do Dr. Tobias Bühler

destaca Tobias Bühler. Contudo, há situações nas quais esta pode não ser a melhor solução, “nomeadamente para as pessoas com obesidade”. Além disso, “em alguns casos, a anatomia do fémur proximal não é adequada para a fixação da haste e tem de se recorrer à osteotomia”. No entanto, a maioria das complicações ocorre durante a curva de aprendizagem. “Adquirir expertise na técnica é crítico, pois os maiores problemas que podem surgir são as fraturas trocantéricas ou as fraturas do fémur, que são bastante difíceis de tratar pela via anterior”, sublinha o ortopedista.

Desafios dos sarcomas na Suíça

Em seguida, o Dr. Stéphane Cherix,ortopedista no Centro Hospitalar Universitário Vaudois, em Lausanne, falará sobre as dificuldades na gestão dos doentes com sarcomas ósseos e dos tecidos moles na Suíça, a começar pela necessidade de tratamento por uma equipa multidisciplinar. Depois, o país “tem um sistema político e médico não centralizado, por isso, ainda não há a necessária coordenação entre os hospitais e as diferentes regiões no tratamento dos doentes, o que gera um grande problema quando se lida com doenças raras como o sarcoma”, explica o orador. Ao que acrescenta: “Este sistema acaba por impactar os tratamentos, especialmente porque os centros de referência do sarcoma seguem certificações diferentes e nem todos estão certificados.” Portanto, segundo Stéphane Cherix, “é necessário desenvolver as redes existentes, se possível juntando-as, para centralizar a resposta e aumentar a qualidade dos cuidados de saúde”. No entanto, a Suíça tem a vantagem de “dispor de todas as ferramentas necessárias para tratar os sarcomas de forma apropriada, porque se consegue aceder ao melhor das modalidades imagiológicas, há excelentes boards de sarcoma e acesso a todos os protocolos terapêuticos e a novos fármacos, sendo que alguns foram mesmo desenvolvidos no país”, onde estão sedeadas algumas das maiores empresas da indústria farmacêutica.

Tratamento das fraturas do úmero

A última intervenção será a do Dr. Christian Spross, ortopedista no Hospital do Cantão St. Gallen, cujo foco é o conceito suíço de tratamento das fraturas proximais do úmero. “Tentámos encontrar uma forma de implementar um algoritmo que fosse o mais possível baseado na evidência científica e direcionado especificamente para o doente. Há mais de cinco mil papers sobre fratura proximal do úmero e, para cada tratamento, é possível encontrar um artigo que lhe dá o necessário suporte científico”, introduz o preletor.

Essa abordagem tem sido bem-sucedida. “Mais de 80% dos doentes estão bastante satisfeitos e também foram encontrados muito bons resultados com o tratamento conservador em doentes bem selecionados”, indica Christian Spross. Com algoritmos terapêuticos baseados na evidência científica, “tenta-se escolher o tratamento mais adequado para o doente concreto”. Segundo a experiência deste ortopedista suíço, “70% das fraturas proximais do úmero podem ser tratadas de forma conservadora com ótimos resultados, 30% são tratadas cirurgicamente, 20% através de osteossíntese e 10% com artroplastia primária, sobretudo a artroplastia total invertida”.

Excertos das entrevistas em vídeo com os oradores da sessão

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