Iara Suckow Barbosa
ADOLESCENTE [
Eu já fui, meu filho é... por que somos tão diferentes?
]
Iara Suckow Barbosa
Adolescente
Eu já fui, meu filho é... por que somos tão diferentes? ©2019 Editora Evangélica Esperança Coordenação editorial: Claudio Beckert Jr. Revisão: Simony Ittner Westphal e Josiane Zanon Moreschi Editoração eletrônica: Josiane Zanon Moreschi e Sandro Bier Capa: Rodrigo Robinson e Sandro Bier Ilustrações: Aline G. S. Scheffler Imagens: <a href=”https://br.freepik.com/fotos-vetores-gratis/projeto”>Projeto vetor criado por freepik - br.freepik.com</a>
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) __________________________________________________________________
B238a Barbosa, Iara Suckow Adolescente: eu já fui, meu filho é... por que somos tão diferentes? / Iara Suckow Barbosa; Ilustrações de Aline G. S. Scheffler. -- Curitiba, PR : Editora Evangélica Esperança, 2019. ISBN 978-85-7839-265-9
1. Adolescência – auxílio psicológico. 2. Adolescência – auxílio cristão. I. Título. CDU 159.922.8
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Catalogação na publicação: Leandro Augusto dos Santos Lima - CRB 10/1273
O texto bíblico utilizado, com a devida autorização, é a versão Nova Almeida Atualizada (NAA) 1ª edição, da Sociedade Bíblica do Brasil, São Paulo, 2017. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total e parcial sem permissão escrita dos editores.
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SUMÁRIO
ADOLESCÊNCIA - ESSENCIALMENTE VIDA Conhecendo o ser Essencialmente vida Rejeição ao novo corpo ou ao corpo modificado Há um estranho dentro e fora de mim A casa é só para mim, preciso de espaço ADOLESCÊNCIA - UMA AVALANCHE DE EMOÇÕES Sofrimento de pai para filho Um pouco de Psicologia para compreendermos o que se passa na mente do adolescente Distanciamento afetivo: Como separar duas folhas de papel coladas uma na outra? Pais e filhos com temperamentos diferentes Sentimento de inferioridade Um menino bizarro Uma mãe que “cata piolhos” Uma vida que se desenvolve em fases “O batalhão de soldadinhos” E com o sexo? Buscando o equilíbrio na sexualidade
ADOLESCÊNCIA - EU E O OUTRO Como os adolescentes convivem “O cavaleiro e o lago congelado” Rompimento e novos vínculos: convivendo em grupo Com hábitos parecidos Buscando a identidade pela autoafirmação no grupo: o papel dos pais Construindo com andaimes Pretendendo chegar à fase adulta ADOLESCÊNCIA: E O SENTIDO DA VIDA? UM TESTEMUNHO PESSOAL ADOLESCÊNCIA - EU JÁ FUI, MEU FILHO É... POR QUE SOMOS TÃO DIFERENTES? ONDE ESTÁ A RESPOSTA? REFERÊNCIAS
APRESENTAÇÃO
A cada geração, pais e filhos precisam aprender a conversar para enfrentar os desafios do seu tempo e lugar. O que distingue nossa época são as mudanças profundas que nos atropelam. O mundo dos adolescentes, hoje, é muito diferente daquele no qual seus pais cresceram. Na minha adolescência, há quatro décadas, a TV mal começava a fazer parte do nosso cotidiano. Hoje ela, a internet e o celular dominam o cenário de vida dos jovens. Meu filho caçula cresceu exposto ao mundo virtual. Além desse impacto, os adolescentes vivem muito mais sós: têm menos irmãos (quando os têm!) e seus pais estão mais ausentes de casa. Também as escolhas profissionais ficaram mais complexas e difíceis. Não admira que o “ficar adulto” se torne cada vez mais demorado. Também os pais experimentam outra realidade. Impelidos por sempre novas expectativas de consumo e pressionados pela feroz concorrência no trabalho, vivem um estresse crescente. Quando ambos trabalham, essa tensão onera o já reduzido tempo de convívio. E a dificuldade de os próprios pais conversarem entre si complica o relacionamento com os filhos. Iara escreve para leitores que se encontram nesse emaranhado. Compartilha o que aprendeu na sua experiência de vida, de
convívio comunitário e de consultório psicológico. Não apresenta receitas prontas, mas nos encoraja a conversar sobre nossas dificuldades. Ela dá recados para os adolescentes, mas também tem palavras para os pais! Convida ambos a trilharem juntos o caminho árduo, mas promissor, do diálogo franco e aberto. Ainda que questionadora, a leitura é agradável. A proposta é encorajadora, pois tira do desânimo paralisante e gera esperança! Experimente! Martin Weingaertner
INTRODUÇÃO
Com alegria e gratidão a Deus é que compartilho com você, precioso leitor, este tema tão especial: adolescência. Se a vida fosse como matemática, e a solução de um problema consistisse em saber e aplicar a teoria no campo da vida humana, então não existiria mais a necessidade de se aprender sobre o tema adolescência. Entretanto, a cada geração e em cada época, o mesmo problema sempre emerge novamente. Então, o que nos resta é continuarmos a aprender, de geração em geração, tentando solucionar esse enigma que é duplamente a fase mais bela e a mais confusa de nossas vidas. Com esse espírito, muito mais de apreciar o desenvolvimento do ser humano no processo de sua adolescência a partir da psicodinâmica que o caracteriza, é que escrevo este livro. Meu objetivo é ajudar os adolescentes a se desenvolverem para poder servir ao próximo. A intenção mais consciente é a de alcançar pais que têm filhos na adolescência ou que gostariam de compreender melhor sua própria adolescência, encontrando, talvez, algumas respostas para as muitas perguntas que ainda fazem a si próprios. Em um segundo plano, viso a ajudar os filhos que porventura lerão este em sua atual fase e serão surpreendidos pela revelação de
algumas facetas de suas vidas, as quais eles pensavam ser absolutamente originais. É a inconsciente intenção. Por fim, cultivo a esperança de motivar reflexão e auxílio pessoal e coletivo em professores ou profissionais de áreas diversas interessados no tema. Assim, pela seriedade que o tema merece e requer, mas também pela alegria que só a juventude pode conter, espero que este livro seja um sinalizador para o leitor. E que assim como num ritual de passagem, caracterizado por boas e más fases, possa contribuir para enriquecer o momento em que se vive.
1 ADOLESCÊNCIA ESSENCIALMENTE VIDA Para tem o seu tempo determinado [...] há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derrubar e tempo de construir; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de deixar de abraçar; tempo de procurar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de jogar fora; tempo de rasgar e tempo de costurar; tempo de ficar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz. Eclesiastes, de Salomão (meados do séc. 10 a.C.) (Eclesiastes 3.1-8)
Adolescência. Tempo vivido por todas as pessoas que se tornarão adultas. Uma passagem muito especial na vida de todos nós. Os que já passaram têm as marcas de sua influência, e os que estão passando, sentem a intensidade das mudanças que o processo lhes impõe. Nesse prisma é que pretendemos caminhar sobre o tema adolescência. Não somente a partir do desenvolvimento físico, do corpo, mas também, e especialmente, a partir da expansão da mente, ou seja, do crescimento à maturidade.
Para tanto, convido você a permitir que, durante a leitura deste, sua própria adolescência venha à tona, já que é verdadeiro o dito de que é mais fácil compreendermos o outro a partir de nós mesmos. A propósito: que seja uma leitura perfumada, com cheiro de vida e coragem, como tem sido a caminhada de muitos pais e filhos. Uma caminhada revivida naqueles que são pais e iniciada na vida daqueles que estão passando pela adolescência. Com isso, quero convidá-lo a uma viagem à adolescência a partir de um jogo mental1: Imagine-se dirigindo um carro em uma estrada. Enquanto avança, observa a paisagem ao seu redor. Você poderá correr ou andar devagar. Faça sua opção. Lembre-se de que você é um adolescente. Observe à beira da estrada uma placa onde se lê: VILA DOS ADULTOS. Você continua dirigindo rumo a essa cidade, com a velocidade que desejar. Mas, ao fazer uma curva, você vê, de repente, um homem abanando uma bandeira vermelha e mostrando uma placa de advertência. Ele faz um sinal para que você pare o mais depressa possível e você pisa no freio e estaciona na frente do homem. Ele se aproxima da janela do carro e diz: “Amigo, tenho uma importante informação para lhe dar. Caiu uma ponte a cerca de um quilômetro daqui, abrindo um buraco enorme que leva a um escuro desfiladeiro. Se não tiver cuidado, irá cair nele. Então jamais chegará à Vila dos Adultos”. O que fazer? Você não pode voltar, porque seu carro não tem marcha à ré. Nenhum dos carros que trafegam por essa estrada pode voltar. Você, então, pergunta ao homem com a bandeira: “O que devo fazer?” E ele responde: “Bem, vou dar-lhe uma sugestão. Siga em frente, mas vá com cuidado 1. Adaptado de DOBSON, James. Adolescência Feliz. 7ª Ed. (São Paulo: Mundo Cristão, 1988.)
e fique observando a ponte destruída logo ali, com o grande desfiladeiro à sua frente. Quando chegar nela, vire à direita e siga para o sul por dois ou três quilômetros. Encontrará um lugar em que poderá, então, desviar do desfiladeiro e voltar à estrada principal. Você não precisa cair no desfiladeiro, poderá contorná-lo. Agora, boa sorte e dirija com cuidado”.
Dessa dinâmica, podemos aprender algumas coisas: a primeira é que o automóvel representa a sua vida. No período da adolescência, você começou a dirigi-lo. A segunda é que o homem com a bandeira corresponde a pessoas que, em momentos difíceis, passaram por sua vida com bons conselhos ou ideias decisivas e importantes. A terceira é que durante a adolescência, muitos caem da estrada para a maturidade, precipitando-se nesse desfiladeiro. E inúmeras outras possibilidades poderão ser identificadas à problemática que muitos vivem atualmente.
Aprendemos a conversar?
Este é o crucial desafio para adolescentes e seus pais! Quantas vezes convivemos em um clima de desconfiança e hostilidade. Por vezes, até de guerra. Todos sabemos que isso não é bom, mas não sabemos por onde começar. Tememos que, em conversando, a situação até piore. Neste livro a psicóloga Iara S. Barbosa encoraja pais e filhos a sentarem-se juntos para “trocar figurinhas” e abrir o coração. O mundo em que vivemos é o mesmo, mas nós o vemos de modo tão distinto! Se os pais aprenderem a olhar a realidade com os olhos dos filhos e os filhos entenderem melhor a perspectiva dos pais, estabelece-se um elo de amizade que vai se fortalecendo a cada conversa. Não espere até amanhã. Comece hoje. Você ficará surpreso com os resultados! Martin Weingaertner - Editor do devocional Orando em Família
Iara Suckow Barbosa é psicóloga, professora e palestrante. Casada com Ilson Barbosa Jr, tem uma filha, Juliana. Participa do ministério Vida Abundante em Sidrolândia/MS