Amor sem fronteiras_4ª edição

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4ª DEVOCIONAL

edição

Alcides Jucksch Prefácio à 4ª edição de

Sergio A. Schaefer





Alcides Jucksch

DEVOCIONAL 4ª edição

Curitiba/PR 2017


Alcides Jucksch

Amor sem fronteiras Devocional

Coordenação editorial: Claudio Beckert Jr. Revisão: Josiane Zanon Moreschi Edição: Sandro Bier Capa: Sandro Bier Editoração eletrônica: Josiane Zanon Moreschi

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Jucksch, Alcides Amor sem fronteiras : devocional / Alcides Jucksch. - - 4. ed. - Curitiba, PR : Editora Evangélica Esperança, 2017. ISBN 978-85-7839-192-8 1. Amor 2. Deus - Amor 3. Devoções diárias 4. Vida cristã I. Título 09-09373

CDD-242.2

Índices para catálogo sistemático:

1. Amor de Deus : Leituras devocionais diárias : Cristianismo 242.2 Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total e parcial sem permissão escrita dos editores.

Editora Evangélica Esperança

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Prefácio

Fronteira é um limite traçado por uma nação para garantir e proteger seu território. Quando um viajante deseja passar pela fronteira, necessita de um passaporte. Às vezes, sua passagem é barrada... Nossa incredulidade diante das promessas de Deus, a indiferença com as dores do próximo e nosso apego ao pecado são barreiras que nos impedem de vencermos fronteiras e limitações em nossas vidas. Assim, vivemos, muitas vezes, em grande solidão, tristeza e frustração. Somos prisioneiros das barreiras que nós mesmos erguemos ao nosso redor. Mas Deus não se esqueceu de nós. Seu amor ultrapassa e vence todas as barreiras. Sua paciência conosco, sua misericórdia e seu perdão desejam eliminar as fronteiras que a falta de fé ergue. Ele nos envolve em sua graça, transformando nossas vidas. Para estabelecer novamente contato conosco, Deus enviou seu Filho, Jesus Cristo, ao mundo. E Jesus, em seu grande amor, nos procura até nos encontrar. Os devocionais deste livro falam deste grande amor. A leitura devocional de cada dia vem acompanhada de uma ilustração da vida diária que explica uma verdade bíblica, tornando-a mais compreensível. É nosso desejo que você, leitor, tenha, cada dia, um encontro precioso e pessoal com Deus. Isso é possível porque o amor de Deus transpõe todas as fronteiras.

Alcides Jucksch



Prefácio à 4ª edição

Escrevo estas linhas para lhes apresentar a reedição do livro e devocionário Amor sem fronteiras. Sei que é uma honra e, ao mesmo tempo, uma tarefa nada fácil. Isso porque não posso dissociar o conteúdo do livro da vida de seu autor. O pastor Alcides Jucksch foi um homem extraordinário por sua vida pessoal e pelo legado com que marcou a história da vida de muitos homens e mulheres engajados no Reino de Deus. Entre estes estamos eu, minha esposa e nossas filhas. Ele foi um homem simples e dedicado no seu ministério pastoral e, como evangelista, varreu o mapa do Brasil de norte a sul por mais de quarenta anos. Em suas viagens e nos programas que se estendiam por uma semana em cada igreja levou muitas pessoas aos pés de Jesus, aconselhou e encaminhou as mudanças de vida e plantou nos corações a semente da obra missionária. Fui testemunha disso quando ele acompanhou meu ministério pastoral, então na Comunidade Luterana em Cruz Alta e depois no Bairro Scharlau, em São Leopoldo, ambos no RS, nos anos 70/80. Foi marcante quando, no culto de despedida de seu corpo, no templo da Comunidade de Gramado-RS, em 2012, sucederam-se dezenas de pessoas que testemunharam de como este homem os tinha impactado com sua pregação e o testemunho do Evangelho. Ouvimos, emocionados, histórias e histórias ao redor do esquife deste homem de Deus que, pela diferença de alguns meses, quase alcançara a idade de 100 anos! O pastor Alcides Jucksch era um contador de histórias. Fazia isto com uma naturalidade envolvente. Não contava só as narrativas bíblicas, mas também as do dia a dia, que colocavam as pessoas diante de um Deus pessoal e amoroso. Eram relatos breves, às vezes dramáticos ou mesmo cômicos. E quando a história era mais longa, ele conseguia contá-la em capítulos, terminando cada etapa, durante as noitadas de evangelização, com um epílogo que fazia as pessoas voltarem na noite seguinte para não perder o desfecho da “novela”.


Amor sem fronteiras é um livro de historinhas e do Evangelho de um Deus pessoal e amoroso. Escrito na forma de um devocionário, com uma leitura bíblica para cada dia do ano, traz uma aplicação prática e imediata. Não dá para fazer a leitura do dia e ficar indiferente ao que o autor propõe. E o que propõe? Um encontro com o “Amor” na pessoa de Jesus Cristo. Este “Amor” é um amor que se destina a todos e todas as pessoas, em todos os tempos, em todos os lugares e em todas as situações, boas ou ruins. É o Amor sem fronteiras que veio a este mundo para levar as pessoas de volta ao abraço do Pai Amoroso. Uma última palavra sobre o pastor Alcides Jucksch – muitas vezes o ouvi dizer, nas conversas informais ou mesmo nas suas pregações: “Eu não mereço, mas agradeço!” Pois eu agradeço o privilégio de ter crescido na sombra da vida piedosa e consagrada deste homem que me chamou para o ministério da evangelização e da missão, para o qual ele me desafiou em 1978 e que, desde então, tem sido o motivo maior de minha vida e da vida de nossa família. Façam bom proveito das histórias de Amor sem fronteiras. Deixem-se contagiar pelo seu conteúdo. Deus os abençoe! Sergio A. Schaefer


1º de janeiro Leitura bíblica: Salmos 90. Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio. (Sl 90.12) Veja como você é rico! Com um novo ano que lhe é concedido, você recebe, em relação ao tempo, 365 dias, 8.760 horas, 525.600 minutos, 31.536.000 segundos. Que vai fazer com este capital? Será necessário usar: 550 horas para comer 2.920 horas para dormir 1.936 horas para trabalhar 5.406 horas Restam-lhe ainda 3.354 horas. O que você vai fazer com este tempo disponível? Que tal firmar hoje em seu coração a disposição de ler a Bíblia diariamente por 15 minutos e dedicar 15 minutos para a oração? Serão 10.950 minutos por ano, equivalentes a 182 horas. Ainda lhe restarão 3.172 horas, ou seja, 132 dias para os outros afazeres. Por “incrédula” compreendemos uma pessoa que dispõe de seu tempo exclusivamente para si. Ela se deixa governar por seus desejos, seus sentimentos e seus planos. Procura tirar da vida o máximo de prazer. Por “cristão” compreendemos uma pessoa que aceitou, de livre vontade, Jesus Cristo como Senhor e Salvador pessoal. Em tudo quer ser submissa a ele. “Dispõe de mim!”, é o denominador comum na vida dos seguidores de Jesus. Embora nenhum deles tenha conseguido realizar isso sempre e com perfeição, o desejo é este: “Senhor, que queres que eu faça?” Prezado leitor, quer começar hoje uma vida assim? A realidade é que somos criaturas de Deus e, por isso, responsáveis perante nosso Criador pela vida que ele nos deu. Chegará o dia em que prestaremos contas do que temos feito com o tempo a nós concedido. Feliz aquele que então ouvirá do Juiz Supremo esta avaliação: “Ela fez o que pôde” (Mc 14.8). Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei: entra no gozo do teu senhor. (Mt 25.21)

2 de janeiro

Leitura bíblica: Mateus 8.5-13. “Em verdade, em verdade vos digo: Quem crê, tem a vida eterna.” (Jo 6.47) Um professor estava se preparando para a aula de religião. No dia seguinte, deveria explicar aos seus alunos o que é “fé”. Meditando sobre o que queria dizer, teve uma ideia.

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– Sim – pensou ele – darei de presente o meu relógio para aquele aluno que acreditar na minha oferta. Os meninos então aprenderão o significado da palavra “crer”. E assim o fez. No dia seguinte, iniciando a aula, pegou seu precioso relógio e disse para os alunos: – Meninos, aqui está o meu relógio. Dou-o de presente àquele que vier agora à frente, estender a sua mão e o pegar. Todos os alunos começaram a rir. Somente o pequeno Carlos, sentado no último banco, ficou bem sério. Sabia que o professor nunca mentia. Estaria mentindo agora? Os outros meninos se entreolhavam e, cochichando, diziam: – Engraçado. Nosso professor começa a aula de religião com brincadeiras. É claro que quando alguém for para a frente ele, rapidamente, esconderá o relógio no bolso. Um relógio tão caro não se dá de presente. Contudo, Carlos levantou-se para ir à frente pegar o relógio. Quando os outros notaram sua intenção, começaram a debochar: – Vejam só! Carlos acredita no que o professor disse! Nem pensa que é uma simples brincadeira. Intimidado, Carlos sentou-se. O professor, porém, continuava a balançar o relógio em sua mão, repetindo: – Eu já menti alguma vez para vocês? Não? Então! A quem vier à frente e estender a mão, darei o relógio de presente! Novamente, Carlos se levantou e foi para a frente. Não reparou nas risadas dos seus colegas. Desta vez, não se deixou intimidar. Enquanto andava, pensava: “Ele disse! Ele disse que dará o relógio de presente a quem for à frente e o pegar.” Chegou perto do professor, estendeu a mão e pegou o relógio. Virou-se e retornou ao seu lugar. Os outros alunos, perplexos, perguntaram, então, ao professor: – Mas professor, foi sério mesmo? Não foi uma brincadeira? O professor respondeu: – Vejam, meninos, todos vocês acharam que eu estava mentindo. Eu prometi o relógio para aquele que viesse à frente. Vocês não acreditaram em mim, exceto o Carlos, que realmente creu naquilo que eu disse. Portanto, o relógio é dele. O espanto dos meninos foi grande, e murmuravam entre si: “Era tão fácil obter o relógio. Por que não o pegamos?” Jesus nos oferece salvação grátis e completa. Na cruz, ele eliminou todos os nossos pecados. Ninguém, portanto, se perderá pelos pecados cometidos, porque eles já foram pagos e liquidados. Quem, porém, não crê nisso, acusa Jesus de mentiroso e se exclui da família de Deus. Quem

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crê naquilo que Jesus disse – que ele já pagou pelos pecados de todo o mundo – receberá a salvação. Porque é pela fé (acreditar no que Deus disse) que somos salvos. Mas, pela incredulidade (não acreditar no que Deus disse) seremos perdidos. Vemos, pois, que não puderam entrar [na Terra Prometida] por causa da incredulidade (Hb 3.19).

3 de janeiro

Leitura bíblica: Mateus 15.21-28. Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus, e serás salvo, tu e tua casa. (At 16.31) Uma menina de seis anos perguntou: – Papai, o que é crer? Um senhor que nos visitou, disse: “Sem crer, não é possível ser salvo”. Mas como se faz isso? – Filhinha – respondeu amavelmente o pai – vou aguardar o momento de lhe explicar isso. Certo dia, viu-a brincando, à tardinha, no seu lugar predileto, em cima de um muro largo que cercava o jardim. Distraída com suas bonecas, ela não percebeu que anoitecia. O pai, sem se fazer notar, aproximou-se e se escondeu à sombra do muro. Quando a noite chegou, levantando-se, chamou pela filha. Somente então a menina percebeu que estava escuro e disse: – Papai, não estou vendo você. – Mas eu estou vendo você, filhinha. Pule, meus braços estão abertos para segurá-la. Então, encorajada pela palavra paterna, a menina pulou e achou-se segura nos braços do pai. Era o momento de explicar à filha: – Você não me via na escuridão. Somente ouvia a minha voz e tinha a minha promessa – pule – e você pulou. É isso o que a Bíblia quer dizer quando fala em crer. Contar com a promessa de Deus, mesmo não vendo nada. É suficiente saber o que ele disse, baseando-se sempre na sua Palavra. Crer também significa: ter fé, confiar, acreditar. Por fé, compreende-se: não duvidar da Palavra de Deus e alicerçar-se no que ele prometeu fazer.

4 de janeiro

Leitura bíblica: Isaías 53.4-12. Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras. (1Co 15.3) No tempo dos navios veleiros aconteceu o seguinte: um deles estava atravessando o oceano quando desabou uma pesada tempestade e uma tábua desprendeu-se do casco do navio. A água entrava com tal força

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para dentro da embarcação que não era possível bombeá-la. O capitão examinou o estrago. Depois, disse a todos os marinheiros: – Só há uma solução para salvar a tripulação e os passageiros. Um voluntário deverá, com a ajuda de cordas, saltar para o lado de fora e, com seu corpo, tapar o buraco. A força da água empurrará o corpo para dentro do buraco e assim o fechará. Dessa maneira, será possível alcançarmos o porto. Sem o sacrifício de um voluntário, todos estaremos perdidos. Depois de ouvirem as palavras do capitão, todos ficaram em silêncio. Então, um rapaz de 18 anos foi à frente: – Eu quero fazê-lo, meu pai. Quando o capitão viu que era seu filho, assustou-se profundamente. Porém, tinha chamado um voluntário – e ali estava ele. Não podia poupar seu próprio filho de fazer o que era necessário. O navio alcançou o porto. Todos estavam salvos. Mas o filho do capitão estava morto. Seu corpo, de fato, havia fechado o buraco no casco do navio. Todos acompanharam o velório até o cemitério. Lembraram-se, com profunda gratidão, que o filho do capitão sacrificara sua própria vida para que eles fossem salvos. Deus viu que sua criação estava andando para a perdição. Então Jesus, o Filho de Deus, apresentou-se voluntariamente. Desceu do céu, deixou sua glória, para morrer na cruz do Calvário. Ofereceu a vida para salvar todos nós. Pensando na cruz do Gólgota, será que podemos continuar indiferentes para com Jesus? Não lhe seremos imensamente gratos em toda a nossa vida? Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. (Is 53.5)

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Leitura bíblica: Romanos 8.31-39. Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida. (Ap 21.6) Em Londres, dois ingleses estavam comentando a situação dos pobres nos bairros. – É de lamentar que tanta gente lá seja tão pobre! – A culpa é deles – respondeu o outro. – Eles querem ser pobres. Eles não aceitam dinheiro, são muito desconfiados. – Como assim? Não entendo – disse pensativo o amigo. – Se eu oferecer moedas de ouro pelo preço de um pence, eles não aceitarão? Na Inglaterra, naquele tempo, usava-se moedas de ouro. A moeda de menor valor era o pence. Equivalente a mais ou menos 1 centavo.

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– Então vamos fazer uma aposta – sugeriu o outro. – Você alugará, por um dia, uma barraca na praça central do bairro mais pobre, cobrirá a mesa com moedas de ouro que oferecerá por um pence. Então verá que ninguém as comprará. O outro aceitou a aposta. Combinaram que até as seis horas da tarde ele deveria vender todas as moedas. No dia seguinte, bem cedo, lá estava ele sentado, oferecendo suas moedas aos trabalhadores que iam para as fábricas, gritando: – Minha gente, acabem com a pobreza. Estou vendendo libras esterlinas por um pence! Os que passavam, riam-se dele, comentando: – Que história é esta? Ele quer nos enganar; certamente são pedaços de chumbo pintados com tinta imitando ouro. Quer tirar do nosso bolso o pouco dinheiro que temos. Não vamos ser tão ingênuos para aceitar esta oferta. Faltavam cinco minutos para as seis e o inglês não tinha vendido sequer uma moeda. Já estava rouco de tanto gritar. Passou então um pai com seu filho de cinco anos. O garoto, descalço e com frio, tinha ido buscar o pai na fábrica. Quando o menino ouviu que podia comprar moedas de ouro por um pence, ficou entusiasmado: – Pai, compre as moedas de ouro! Vendendo-as, não preciso mais ir para a cama com fome e ainda poderemos comprar um par de sapatos para mim. – Filho, não deve acreditar nestes vendedores ambulantes. Ouro não se compra por moedas de cobre. Mas o garoto não quis dar atenção às explicações do pai. – Papai, me dê um pence de presente. O pai, achando que o filho queria comprar uma bala na esquina, atendeu ao seu pedido. Porém, o menino foi correndo comprar uma moeda de ouro. O pai, vendo que ele não acreditara nas suas palavras, achou que devia dar-lhe uma lição. Quando passaram pela loja de um ourives, disse: – Filhinho, este homem tem uma balança onde se pesa ouro. Ele examinará a moeda que você comprou; então, verá que é um metal sem valor. O menino entrou na loja e perguntou quanto valia a moeda. O ourives pesou-a, e disse: – É ouro legítimo. Você quer vender? E lhe ofereceu uma soma significativa. – O quê? – gritou o pai. – É ouro mesmo? Espere aqui, vou correndo até a praça e comprar todas as moedas que o vendedor tiver. Mas quando chegou lá, a mesa estava vazia. O vendedor tinha ido embora, afinal, já passava das seis horas e ele perdera a aposta: havia vendido uma única moeda de ouro. Tinha que dar razão ao seu amigo: as pessoas não queriam aceitar a oferta generosa, preferindo continuar pobres.

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É só uma história? Não. Ela se repete, de certa maneira, todos os dias, pois o Evangelho de Jesus Cristo, a salvação eterna, a paz com Deus e o perdão de todos os pecados são oferecidos DE GRAÇA diariamente. Mas as pessoas não aceitam o presente, continuando pobres. Essa história serve para ilustrar que nós, homens, temos chance de sair da nossa miséria interior. Não o fazemos simplesmente porque não acreditamos no presente da salvação. A Palavra nos orienta: A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo. (Ef 3.8) Porque dois males cometeu o meu povo: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas. (Jr 2.13) Acaso, não há bálsamo em Gileade? Ou não há lá médico? Por que, pois, não se realizou a cura da filha do meu povo? (Jr 8.22) Estendi as mãos todo dia a um povo rebelde, que anda por caminho que não é bom, seguindo os seus próprios pensamentos. (Is 65.2) Deus não espera de nós uma grande fé; mas espera que confiemos em um grande Deus.

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Leitura bíblica: Mateus 6.25-34. ... lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. (1Pe 5.7) Um homem, com poucos recursos financeiros, resolveu emigrar para os Estados Unidos. Vendeu tudo o que possuía e a quantia que recebeu era suficiente apenas para comprar a passagem de navio. Visto que a viagem seria longa, levou um pacote de mantimentos, a fim de não passar fome. Porém, chegou o dia em que terminou o último pedaço de pão e toucinho. O imigrante começou a sentir fome e o que mais o torturava era o cheiro agradável que vinha da cozinha do navio, deixando-o com água na boca. “Quanto custará um almoço?” – pensou ele. Não pôde conter-se, quando, logo em seguida, viu o garçom e perguntou: – Diga-me, por favor, quanto custa o almoço que está sendo servido naquela sala? O garçom interrogou: – Mas o senhor não comprou a passagem? – Sim, comprei, porém, não me sobrou dinheiro, exceto para um pouco de mantimento, que já terminou. Então o garçom exclamou admirado: – Mas o senhor está se preocupando à toa. No preço da passagem estão incluídas a viagem e a comida. O senhor tem pleno direito de comer fartamente todos os dias.

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Como passaremos o futuro? Teremos sempre o necessário para nos mantermos? Será que nossa força é suficiente para vencermos todos os obstáculos? Será que conseguiremos passar o ano sem nos preocuparmos com coisa alguma? A respeito dessas dúvidas, Jesus disse: “... Não andeis ansiosos pela vossa vida [...]. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que as vestes? [...] vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.25, 32s). Deus, que nos deu a vida, também cuidará para que nada nos falte. Tudo está previsto para que tenhamos o necessário para viver. Por que se preocupar? Nossa vida corresponde a um maravilhoso plano de Deus, e tudo o que nos acontece é da vontade divina. Todas as coisas cooperam para o bem. A Bíblia diz: Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça. (Fp 4.6)

7 de janeiro

Leitura bíblica: Salmos 23. Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, ao ponto de sermos chamados filhos de Deus. (1Jo 3.1) Na Europa, ergue-se uma grande cadeia de montanhas: os Alpes. Os cumes mais altos estão constantemente cobertos de neve, mesmo no verão, enquanto os campos nos vales estão todos floridos. Muitas pessoas passam suas férias naquela linda paisagem. Certa vez, um turista, que estava passando suas férias lá, encontrou no campo um homem já idoso, cuidando de suas ovelhas. Conversando com ele, também falou sobre passagens da Bíblia. O homem idoso suspirou: – Admiro o seu conhecimento, você sabe tantos versículos bíblicos de cor. Eu já tentei decorar apenas um, para poder segurar-me nele na hora da morte, mas não consigo. Minha memória é muito fraca. Só consigo ainda cuidar do meu rebanho. Não adianta o senhor citar partes da Sagrada Escritura, logo as esquecerei. – Vou ensinar-lhe como decorar um só versículo da Bíblia – disse o turista. – Os seus dedos irão ajudá-lo. Experimente: como você tem cinco dedos na mão, pegue com a sua mão direita o polegar da mão esquerda e diga “O”, depois segure o indicador e diga “Senhor”. Continue com o dedo médio e diga “é”, depois segure o anular e fale “meu” e, finalmente, segure o dedo mínimo e diga “pastor”. Assim, você consegue facilmente decorar o começo do Salmo 23: O Senhor é meu Pastor. O idoso experimentou. Começou bem devagar, depois mais rápido, pegando um dedo após outro e dizia: O – Senhor – é – meu – Pastor. Contente, exclamou:

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– Sim, com a ajuda dos dedos consigo me lembrar. Muito obrigado. O turista, então, explicou ao homem que essa era a Palavra de Deus e pediu que não só decorasse as palavras, mas realmente acreditasse ser Cristo o “seu” Pastor, o “seu” Senhor e Salvador, também na hora da morte. Prometeu voltar no ano seguinte, para saber se ele ainda se lembrava do versículo. No ano seguinte, quando o turista voltou à aldeia e perguntou pelo homem que cuidava das ovelhas, ficou sabendo que ele morrera. No inverno, havia caído muita neve nas montanhas, que cobriu sua casa, e ele foi desenterrado já sem vida. Um vizinho comentou pensativo: – Apenas um detalhe nos chamou a atenção. Quando encontramos o pastor de ovelhas, ele estava segurando com a mão direita o quarto dedo da mão esquerda. Queríamos dobrar-lhe as mãos, mas não conseguimos, visto a firmeza com que segurava. – O quarto dedo – refletiu o turista – deve ter sido um sinal de que ele obteve a certeza da salvação, pois foi o dedo indicado para memorizar a palavra “meu”. O Espírito Santo certamente revelou a ele que Jesus não era só um Salvador, mas sim o seu Salvador pessoal. A certeza da salvação não se baseia em sentimentos. Fundamenta-se somente naquilo que Deus disse. Jesus disse, e isso é uma promessa: “... e o que vem a mim de modo nenhum o lançarei fora” (Jo 6.37b). E Deus, em sua Palavra, nos assegura: Todo aquele que invocar o nome do Senhor, será salvo (Rm 10.13). Crendo nessa promessa, a pessoa pode estar convicta de que pertence à família de Deus. Então, a paz divina se estende no coração e nasce a alegria de saber: Jesus é meu e eu sou dele!

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Leitura bíblica: Salmos 46. “... quem crê no Filho tem a vida eterna... (Jo 3.36) Foram diversas as pessoas que embarcaram no navio. Ele estava pronto para partir de Londres. Todos os passageiros tinham o mesmo destino. Queriam ir para Nova Iorque. Os passageiros eram homens e mulheres, jovens e crianças. A viagem deveria durar doze dias. Nos primeiros dias, todos se sentiram bem. Bastante sol e nada de ondas. Mas isso logo mudou quando veio uma tempestade. Alguns se dirigiram ao seu beliche, para se deitar. Houve alguns que vomitaram por não aguentarem o constante subir e descer do navio na água. Outros se conservaram em silêncio, procurando ler um livro. Mas outros nada sentiam de incômodo, brincavam alegremente no salão.

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Depois do tempo estipulado, o navio chegou ao seu destino. Todos desembarcaram, porque ninguém tinha abandonado o navio, embora tivessem oportunidade para tal. É verdade que alguns estavam mais pálidos do que os outros. Mas todos foram recepcionados por seus amigos e parentes que os esperavam. Já que embarcaram no navio, todos alcançaram seu destino. Um cristão também está fazendo uma viagem em sua vida no mundo. Há dias ensolarados com bastante alegria espiritual. Porém, na vida da fé, também há tempestades. É diferente a reação dos seguidores de Jesus aos acontecimentos. Alguns cantam todos os dias e se sentem imensamente felizes. Outros derramam muitas lágrimas. Há cristãos que dão pouca atenção às ondas tempestuosas. Outros passam por muito medo e aflições. Mas todos chegarão ao alvo eterno. É só não deixar de seguir Jesus. Tanto os otimistas quanto os pessimistas chegarão à eternidade. Tanto os que riram bastante quanto os que choraram muito, chegarão à pátria eterna, recepcionados por aqueles que, antes, alcançaram a beira do além. Basta ficar com Jesus. Ele nos dá a garantia da vida eterna.

9 de janeiro

Leitura bíblica: Salmos 51.1-10. “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar, vem do maligno.” (Mt 5.37) Certo filho causava muita mágoa a seu pai. Estudava em outra cidade e lá vivia em farras, fazendo dívidas. O pai procurou o filho e, falando-lhe carinhosamente, mostrou o grande perigo da vida desregrada que levava. O filho prometeu regenerar-se e, então, o pai lhe disse: – Dê-me todas as notas promissórias que você ainda deve e eu as liquidarei. O filho tirou da gaveta um maço de papéis e entregou-o a seu pai; porém, as três notas de dívidas mais comprometedoras ele as guardou para si, pois achou que não devia mostrá-las ao pai. Estava muito envergonhado e pensou que podia pagá-las sozinho. Não queria que seu pai soubesse que havia gasto tanto dinheiro. – Estas notas que me deu são todas as dívidas que você tem para pagar? – perguntou o pai. – São todas – mentiu o filho. O pai, logo após, liquidou toda a dívida, pagando nota por nota e, despedindo-se do filho, voltou para casa. Em seguida, o infeliz jovem foi procurado pelos três credores restantes, que exigiam: – Queremos também o pagamento, como os outros.

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– Tenham paciência – suplicou o rapaz. – Esperem, que eu mesmo as pagarei. – Não queremos mais esperar – responderam os credores. – Se não puder saldar a dívida, falaremos com seu pai, e ele nos pagará a devida importância. O filho, nervoso, arrependido de ter dado tanto prejuízo e desgosto ao pai, pegou um revólver e suicidou-se com um tiro na cabeça. Novamente, o pai viajou para ver, pela última vez, o filho querido e para sepultá-lo. Emudecido de dor diante do túmulo, finalmente, com profunda tristeza disse: – Meu filho, por que não me disse toda a verdade? A mentira nunca faz bem. Sempre faz mal. Ela separa de Deus e, também, das pessoas com as quais convivemos. A Bíblia nos diz que Satanás é o pai da mentira. Quem, pois, não fala a verdade, está se encaminhando para a família dos demônios. Tão séria é a situação do mentiroso! Porém, é possível voltar e pisar novamente na plataforma da verdade. Isso acontece quando é retificada a mentira, pedindo perdão tanto a Deus quanto à pessoa que foi enganada. É um gesto de humildade. Mas ao humilde e ao sincero é dado o perdão. Deus não pode poupar esta humilhação, pois temos que sentir como é terrível a mentira. Depois da confissão, volta a paz para a alma ferida, conforme diz o Salmo 32: Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. [...] ... tu perdoaste a iniquidade do meu pecado (Sl 32.5).

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Leitura bíblica: Mateus 7.13s. ... [Deus] deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. (1Tm 2.4) Um homem estava escalando as montanhas dos Alpes à procura de filhotes de águias. Elas fazem seus ninhos em lugares quase inacessíveis para protegê-los. A águia é um pássaro enorme, também chamado de “o rei dos pássaros”. Ela ataca violentamente quando percebe qualquer ameaça. Por isso, caçar filhotes de águias é muito perigoso. No passado, os jardins zoológicos pagavam um preço elevado por uma aguiazinha, e existiam pessoas que se expunham a essa perigosa aventura. (Hoje essa prática é considerada um crime e é proibida por lei.) Bem no alto de uma montanha, o caçador viu um ninho com dois filhotes. A águia-mãe certamente procurava alimentos, pois o ninho estava desprotegido. A saliência rochosa onde o ninho estava preso ficava uns dez metros abaixo do caminho; a rocha parecia uma parede vertical e depois se estendia um abismo profundo.

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Mas, o caçador de filhotes de águias estava preparado para tal dificuldade. Pegou sua corda, prendeu-a em um tronco de árvore e amarrou a outra ponta em seu corpo. Assim, desceu bem devagar em direção à saliência da rocha. Quando se abaixou para pegar os filhotes, a corda soltou-se. Tinha se descuidado ao fazer o nó. O caçador ficou atônito. Era impossível subir sem a ajuda da corda. Embaixo estava o abismo profundo e, se a águia-mãe chegasse, uma defesa seria impossível; ela o estraçalharia com as garras e com seu bico pontudo. Ele estava perdido. Desesperado, notou que a corda que se soltara de seu corpo ainda estava balançando em um movimento de vai e vem, porém não conseguia pegá-la com a mão. A única maneira seria pular em direção a ela. Se esperasse muito, o movimento da corda cessaria e então ficaria longe demais para alcançá-la. A decisão foi imediata. Tinha que pular já! E assim o fez. Alcançou-a, subiu e conseguiu dessa maneira salvar-se da morte certa. Há momentos decisivos em nossa vida. Perdendo-os, a oportunidade talvez nunca volte. Deus quer a salvação de todos. Jesus estende sua mão para você e pede: Dá-me, filho meu, o teu coração... (Pv 23.26). Não perca esta oportunidade! Apegue-se na mão de Jesus e continue sua vida guiado e guardado por ele.

11 de janeiro

Leitura bíblica: Hebreus 11.1-12. Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé... (2Co 13.5) Um viajante trocou seu dinheiro por moedas de um país estrangeiro para fazer compras no exterior. Porém, não mandou examinar o dinheiro recebido de um banco competente. Tranquilamente, ele embarcou e seguiu para o seu destino. Mas quem poderia descrever seu desespero quando soube que aquela moeda havia sido recolhida tempos atrás e não tinha valor algum? Ele possuía uma grande soma de dinheiro, porém sem valor. Além disso, estava longe de sua pátria e sem recursos, vendo-se na impossibilidade de regressar. Assim, muitos vivem sossegados, pensando que tudo está em ordem em sua vida religiosa. Mas chegará o dia em que perceberão, com grande desespero, que sua fé não tem valor algum perante Deus. Ela não é válida na eternidade. A fé mental – produto do nosso cérebro – nada vale. Os que acreditam que Cristo existiu, trouxe uma nova religião e morreu como todos os homens, creem apenas em um Cristo histórico. Essa fé não nos liga a Deus. Muitos pensam assim: basta ter qualquer fé. Cantam a melodia: “Maometanos, cristãos ou judeus – cremos todos em um só Deus”. Essa é uma fé falsa.

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A fé da qual a Bíblia fala não é uma crença vaga, mas o crer do coração, a fé que se entrega a Cristo, contando com ele, baseando-se nele, confiando em Jesus em todas as situações, querendo obedecer a ele também em pensamentos, palavras e atos – esta é a fé verdadeira que nos liga a Deus. ... a fé, se não tiver obras (obediência), por si só está morta. (Tg 2.17)

12 de janeiro

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Leitura bíblica: Mateus 7.7-14. ... buscarás ao Senhor, teu Deus, e o acharás, quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma. (Dt 4.29) Um pai disse a seu filho: – Hoje à noite, vamos à igreja. Haverá uma palestra evangelística. O filho respondeu: – Papai, isso não me interessa. Hoje à noite, vou jogar baralho no bar. Triste, o pai pediu: – Então vá me buscar quando terminar o culto. A noite é escura e eu não enxergo bem. Preciso de alguém que me acompanhe até em casa. Isso o filho prometeu, e às nove horas da noite estava diante da igreja esperando o pai. Porém, a palestra ainda não terminara e, como fazia frio, o jovem abriu um pouco a porta e se encostou do lado de dentro, à espera do pai. Ouviu o pregador, lendo a Bíblia, dizer em alta voz: “Jesus Cristo diz que quem está no caminho largo do pecado está perdido; quem está no caminho apertado da fé, será salvo. Amém.” Em seguida, cantaram o hino de encerramento e os ouvintes se retiraram. Então, pai e filho voltaram para casa. O rapaz foi se deitar, mas não conseguiu dormir. As palavras do pregador ecoavam no seu íntimo: “Quem está no caminho do pecado está perdido! Perdido!” Essa palavra ressoava dentro dele com a força de um trovão. Tentou afastar aquela voz de várias maneiras, mas foi inútil. Finalmente, ele se rendeu. Levantou-se, ajoelhou-se e disse em oração: “Senhor Jesus, realmente estou no caminho do pecado. Porém, peço-te: salva-me. Quero ser um dos que andam no caminho da fé!” O pregador não reparou no jovem que abrira a porta da igreja para se abrigar do frio, mas Jesus o viu e lançou a boa semente no seu coração. Ela germinou e trouxe o fruto do arrependimento. Assim, o rapaz também foi presenteado com a fé que o uniu a Jesus. Deus usa muitos meios para salvar. Se você for sincero, a Palavra de Deus tocará seu coração. A responsabilidade de dizer “sim” a Cristo é sua.

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Orarás a ele, e ele te ouvirá... (Jó 22.27) “Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.” (Jo 14.14)

Quanto mais chegamos a conhecer Jesus, tanto mais o medo nos deixará.

13 de janeiro Leitura bíblica: 1 Samuel 15.10-23. Por esta razão não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor. (Ef 5.17) Uma jovem estava acostumada a tocar piano continuamente. Sempre pela manhã, até o meio-dia. Nesse espaço de tempo, decorava uma peça musical. Tornou-se esse o conteúdo de sua vida. Um dia, ela conheceu um rapaz. Enamoraram-se, noivaram, casaram-se e foram fazer a viagem de núpcias. De volta, ele foi para o seu trabalho e ela, conforme seu costume, tocou piano até o meio-dia. Quando o marido voltou do serviço, ela o cumprimentou com um beijo e disse: – Querido, decorei hoje uma sonata de Beethoven. É linda, vou tocar para você. O marido disse: – Bonita mesmo, mas estou com fome. O que você preparou para o nosso almoço? – Almoço? Nem me lembrei disso – respondeu ela. Bondosamente, ele disse: – Querida, então vamos comer em um restaurante. No dia seguinte, aconteceu o mesmo. Ela tocou piano até o meio-dia. Quando o marido chegou, ela disse alegremente: – Querido, hoje de manhã decorei uma peça de Brahms. É lindíssima. Vou tocar para você. – Formidável – disse ele. – Mas estou com muita fome. O que você preparou para o almoço? – Almoço? – perguntou ela assustada. – Puxa! Não me lembrei de cozinhar. E assim aconteceu nos dias seguintes. Quando ele chegava do serviço, ao meio-dia, encontrava-a tocando piano. Sempre se esquecia de cozinhar. Depois de três meses, ele separou-se dela. Ela nada havia feito de mal. Fora fiel a ele. Mas vivia uma vida completamente alheia ao marido. Não perguntava o que ele precisava e o que esperava dela. Assim, o casamento acabou. Essa pianista não precisava se casar, não estava obrigada a assumir esse compromisso. Mas já que quis construir um lar, sua responsabilidade era cuidar de seu marido e honrar seu compromisso.

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Ninguém será obrigado a entrar no céu. Jesus Cristo não quer discípulos forçados. Mas quem ama o seu Salvador e quer ser um seguidor de Jesus, terá que viver submisso a ele. Ser cristão significa honrar o compromisso de seguir Jesus Cristo. Sabemos, por meio da Bíblia, de pessoas que começaram bem, vivendo conforme a vontade de Deus, mas não estavam dispostas a depender dele em tudo. No Antigo Testamento, lemos a respeito de um rei chamado Saul. Ele queria servir a Deus, porém não queria honrar seu compromisso com o Senhor. Por isso, perdeu a coroa. No Novo Testamento, é mencionado Demas. Foi um ajudante do apóstolo Paulo no trabalho missionário. Contudo, Demas não queria se sujeitar à vontade de Cristo. Por isso, certo dia, o apóstolo Paulo teve que escrever: ... Demas, tendo amado o presente século, me abandonou... (2Tm 4.10). Que não sigamos esses exemplos! Exercitemo-nos cada dia, perguntando pela vontade do nosso Senhor em todas as decisões e pedindo sua orientação.

14 de janeiro

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Leitura bíblica: Hebreus 3.1-13. Hoje se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração... (Hb 3.7s) Um rei, à frente de seu grande exército, chegou diante do portão fechado de uma cidade, rodeada por alto muro, e mandou dizer ao prefeito: – Aproxima-se um poderoso rei, com muitos soldados, para arrasar esta cidade e levar-vos como escravos para o seu país. Mas eu vim para vos salvar. Entregai-me a cidade e eu a defenderei. – Majestade – respondeu o prefeito, no alto do muro, – sabemos que és um rei bondoso. Também temos ouvido da chegada do inimigo. No entanto, gostaríamos de manter nossa autonomia. Queremos ser livres. Nós te estimamos, mas continuaremos independentes. Então o rei mandou colocar uma vela acesa diante do portão, e disse: – Quando esta vela terminar de queimar, eu me retirarei. Deveis saber que não podereis resistir ao inimigo e sereis escravos dele para sempre. O prefeito e seus assessores olharam para a vela que, devagar, ia se consumindo. Que fazer? A cidade sempre fora independente. Mas o poder do inimigo era terrível. A vela estava chegando ao fim. Então, o portão foi aberto e o prefeito entregou ao rei a chave da cidade, dizendo: – Entra, e sê nosso rei. Viveremos agora dependentes de ti. O rei tornou-se, então, o governador da cidade. Ao aproximar-se o

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inimigo com milhares de soldados, aconteceu um grande combate, mas o rei venceu e eles se retiraram. Dessa maneira, aquela cidade continuou vivendo em paz, sob o governo do bondoso e poderoso rei. Esse fato, ocorrido há quase mil anos, serve muito bem de aviso para nossos dias. Em nós existe o desejo de autonomia, como naquela cidade; não queremos nos sujeitar a ninguém, nem a Deus. O bondoso rei representa Jesus Cristo, e a vela, os dias da nossa vida. No rei maligno temos uma ilustração de Satanás, que quer nos manter escravos para sempre. Abrir a porta e entregar a chave é um convite para que nos rendamos a Jesus. Somente tomando conta da nossa vida ele dará a nós a vitória contra o poder do pecado e do mal. Jesus quer viver para sempre conosco, a fim de nos conferir vida feliz e vitória completa. E a sua decisão, prezado leitor? Dia a dia sua vida se esvai, e não deve esperar os últimos momentos para se render a Jesus. Rendido ao seu amor, abra hoje mesmo seu coração ao rei supremo e viva sempre dependente dele. Já decidiu isso, ou tomará HOJE a sua decisão?

Na gratidão a Deus, residem as forças que vencem. Portanto, dê sempre graças a Deus por tudo.

15 de janeiro Leitura bíblica: Atos 8.6-34. Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará. Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor. (Ef 5.14-17) Uma cuidadosa mãe contratou um táxi para passar em sua casa às sete horas da manhã. Sua filha iria fazer exames de laboratório em uma clínica. Às seis horas, acordou a filha e disse: – Marianinha, levante-se, porque às sete horas o táxi vem nos buscar. A menina, ainda sonolenta, respondeu: – Já vou, mamãe. – E continuou a dormir. Às 6h15min, a mãe chamou-a novamente: – Levante-se já, Marianinha! Temos que ser pontuais para chegar ao laboratório. É para o seu bem. Levante-se! A resposta da menina foi a mesma: – Já vou, mamãe. – Virou-se para o outro lado e continuou a dormir. O que a mãe fez às 6h30min? Pegou a criança e sacudiu-a fortemente, dizendo: – Levante-se já! Agora! Foi o amor da mãe que a levou a agir assim, porque era necessário fazer o exame no laboratório.

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Na Bíblia, lemos: Eis que tudo isto é obra de Deus, duas e três vezes para com o homem, para reconduzir da cova a sua alma e o alumiar com a luz dos viventes (Jó 33.29s). Cada pessoa que passa por este mundo será chamada por Deus. Ele quer que todos se dirijam ao seu Filho para dele receber a salvação. Contudo, muitos continuam sonolentos. As atrações que o mundo oferece e as diversões que se apresentam lhes são mais interessantes. Se os chamados de Deus não adiantam, em seu amor Deus começa a se manifestar, sacudindo as pessoas. Esse sacudir são os grandes abalos que acontecem na vida. Talvez a separação dolorosa de uma pessoa querida, ou uma doença grave. Seja o que for, é o amor de Deus agindo. Não são castigos, porque os nossos pecados já foram castigados em Jesus, quando ele foi cravado na cruz. “Despertar espiritualmente” significa entregar a vida a Jesus e consagrar-se a ele para servi-lo.

16 de janeiro

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Leitura bíblica: Colossenses 1.13-23. ... eis agora o tempo sobremodo oportuno, eis agora o dia da salvação. (2Co 6.2) O renomado evangelista Rowland Hill pregava, certo dia, em uma praça pública, na Inglaterra. Enquanto falava, chegou Lady Erskine que, somente por divertimento, queria ouvir o pregador. Rowland Hill, que a conhecia, interrompeu a pregação e disse em alta voz: – Vejam, aí está chegando Lady Erskine. Vamos colocá-la em leilão! Antes que a mulher assustada pudesse responder, ele continuou: – Quem dá mais pela alma de Lady Erskine? Ela agora está em leilão! E prosseguiu: – Estou ouvindo ofertas. Satanás está dizendo: “Eu dou todos os divertimentos carnais e todos os prazeres deste mundo, para que ela me sirva eternamente na perdição”. – Não! – gritou Rowland Hill. – Não aceitamos essa proposta! Senhor Jesus, o que dás pela alma de Lady Erskine? Estou ouvindo a resposta: “Já dei minha vida quando, também por ela, morri na cruz. Quero dar-lhe ainda, na ressurreição, a eterna glória com Deus. Embora aqui no mundo, muitas vezes será desprezada, por causa da fé que tem em mim, sempre terá paz no seu coração”. E o pregador exclamou: – Sim, Senhor Jesus, aceitamos tua oferta! Sim, Lady Erskine deverá pertencer-te. O evangelista voltou-se diretamente a ela e perguntou: – Concorda, Lady Erskine?

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Ela, com lábios trêmulos, mas voz firme, disse: – Sim! Foi o momento em que ela aceitou Jesus como seu Senhor e Salvador pessoal, servindo a ele abnegadamente. Compreendeu, de repente, que Jesus é a única pessoa digna de dispor da sua vida. Caro leitor, você já respondeu a Jesus com o seu “sim”? Lembre-se de que dois senhores querem apropriar-se da sua alma: Jesus e Satanás. A um deles, terá que servir. Que a decisão de Lady Erskine seja também a sua! A Bíblia diz: [Jesus] digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação (Ap 5.9).

17 de janeiro

Leitura bíblica: Atos 25.1-12. ... cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males... (Rm 1.29) Uma mulher, que era vizinha de dois jovens recém-casados, observava como eles se sentiam felizes. Em vez de alegrar-se com essa felicidade, ela se contorcia de inveja. Não demorou a entrar em ação com sua língua malvada. Enquanto o marido da jovem esposa estava trabalhando, ela a visitou e disse: – Você pensa que seu marido tem muito trabalho e é por isso chega sempre tarde em casa? Mentira dele! Ele já arranjou uma amante e a visita à noite. Eu conheço os homens. Todos são assim! A jovem esposa, infelizmente, deu atenção à língua afiada da vizinha e, com ciúmes, começou a desconfiar da lealdade de seu marido. Quando, à noite, o esposo chegou em casa, cansado do trabalho, ela disse rispidamente: – Você está sempre chegando tão tarde. É porque já arranjou uma amante e a visita todas as noites. Não é assim? Há pessoas que já está falando disso. – Meu bem, como você pode pensar isso de mim? – disse ele profundamente ofendido. Ela pensou: “Por que ele está tão nervoso? Parece que a vizinha tem razão”. Ele pensou: “Por que ela é desconfiada e ciumenta, já que não há motivo algum para isso?” O jovem casal não teve mais paz, os dias que se seguiram foram de completa infelicidade e, pouco tempo depois, eles se separaram. Mais uma vez, uma língua malvada destruiu um lar feliz. Isso acontece com frequência.

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“O pastor Alcides Jucksch era um contador de histórias. Fazia isto com uma naturalidade envolvente. Não contava só as narrativas bíblicas, mas também

Sua mensagem é:

as do dia a dia, que colocavam

• Deus não nos esqueceu;

as pessoas diante de um Deus pessoal e amoroso. Eram relatos breves, às vezes dramáticos ou mesmo cômicos.

Amor sem fronteiras é um livro de historinhas e do Evangelho de um Deus pessoal e amoroso. Escrito na forma de um devocionário, com uma leitura bíblica para cada dia do ano, traz uma aplicação prática e imediata. Não dá para fazer a leitura do dia e ficar indiferente ao que o autor propõe. E o que propõe? Um encontro com o ‘Amor’ na pessoa de Jesus Cristo.” Sergio A. Schaefer - pastor

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Amor Sem Fronteiras auxilia você a se aproximar mais de Deus, para que tenha um melhor entendimento da vontade dele para sua vida.

Amor sem fronteiras

• Seu amor ultrapassa e vence todas as barreiras; • Sua paciência conosco, sua misericórdia e seu perdão eliminam as fronteiras que a falta de fé ergue; • Ele nos envolve em sua graça, transformando nossas vidas. As mensagens deste livro falam do grande amor de Deus. Cada meditação diária vem acompanhada de uma ilustração de vida, deixando transparecer o amor de Deus, que ultrapassa a nossa compreensão humana.


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