... e amanhã é
segunda-feira
6 semanas vivendo
a fé cristã
Ansgar Hörsting, Artur Schmitt (Ed.)
... e amanhĂŁ ĂŠ
segunda-feira
Ansgar Hörsting, Artur Schmitt (Ed.)
... e amanhã é
segunda-feira
6 semanas vivendo a fé cristã
1ª edição Tradução: Doris Körber
Curitiba 2012
Ansgar Hörsting, Artur Schmitt (Ed.)
... e amanhã é segunda-feira 6 semanas vivendo a fé cristã
Coordenação editorial: Walter Feckinghaus Título original: Glaube am Montag: Den Sonntag in den Alltag bringen Tradução: Doris Körber Revisão: Josiane Zanon Moreschi Capa: Sandro Bier Edição: Sandro Bier Editoração eletrônica: Josiane Zanon Moreschi Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) - - e amanhã é segunda-feira : 6 semanas vivendo a fé cristã / Ansgar Hörsting, Artur Schmitt (ed.) ; tradução Doris Körber. - - 1. ed. - - Curitiba, PR : Editora Esperança, 2012. Título original: Glauber am Montag : Impulse für die Woche. ISBN 978-85-7839-074-7 1. Livros de oração e devoção I. Hörsting, Ansgar. II. Schmitt, Artur. 12-03171
CDD-248.32
Índices para catálogo sistemático: 1. Oração : Cristianismo 248.32
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Sumário Prefácio de Ansgar Hörsting - … e amanhã é segunda-feira........................7 Uma palavra sobre o domingo - de Artur Schmitt....................................... 11 Semana 1 Procura-se pista de pouso - A fé começa em mim de Christof Lenzen............................................................................................18 Segunda-feira: Terça-feira: Quarta-feira: Quinta-feira: Sexta-feira: Sábado:
Por que Deus quer justamente você................................ 20 Hedonismo cristão – a alegria como critério................... 26 Eu controlo meu tempo, ou o tempo é que me controla?.. 32 Espiritualidade bonsai: tirando o peso dos pequenos passos diários....................................................................... 38 Jogando fora a carga excedente: o que pode nos bloquear espiritualmente.......................................................... 44 Foco: porque as multitarefas nos destróem.....................50
Semana 2 O céu é o lar – vivendo a fé no dia a dia do trabalho de Matthias Vering............................................................................................56 Segunda-feira: Terça-feira: Quarta-feira: Quinta-feira: Sexta-feira: Sábado:
Profissão e vocação: elas combinam?................................58 Quem tiver visões................................................................63 Conduzindo e sendo conduzido....................................... 68 Dinheiro e outras preocupações........................................74 Moralidade, ética e outras dificuldades........................... 80 Fases da vida e seus desafios............................................. 86
Semana 3 Um novo look: vivendo a fé em família de Martin Gundlach..........................................................................................94 Segunda-feira: Terça-feira: Quarta-feira: Quinta-feira: Sexta-feira: Sábado:
Roupa nova para todos!......................................................96 A base: não mintam uns para os outros!........................101 Um incêndio persistente: Não deem espaço à ira e dividam!..................................106 A força das palavras: falem bem uns dos outros!.........111 A recusa: não se deixem seduzir!....................................116 O convite: cantem e orem juntos!....................................121
Semana 4 Experiências possíveis: vivendo a espiritualidade no dia a dia de Arne Völkel.................................................................................................126 Segunda-feira: Terça-feira: Quarta-feira: Quinta-feira: Sexta-feira: Sábado:
Experimentando a Boa Nova...........................................128 Experimentando a oração.................................................135 Resistindo à tentação.........................................................139 Vivendo o momento..........................................................146 Sentindo gratidão...............................................................152 Treinando o amor..............................................................158
Semana 5 Juntos somos fortes – vivendo a fé nos relacionamentos de Elena Lill.....................................................................................................164 Segunda-feira: Terça-feira: Quarta-feira: Quinta-feira: Sexta-feira: Sábado:
Amando a si mesmo..........................................................166 Resolvendo conflitos de forma construtiva...................171 Cultivando amizades........................................................176 Vivendo a igreja mesmo durante a semana...................181 Amando os inimigos.........................................................186 Amando o próximo...........................................................191
Semana 6 Na segunda-feira o mundo reaparece - vivendo a fé na sociedade de Dr. Johannes Reimer..................................................................................196 Segunda-feira: Terça-feira: Quarta-feira: Quinta-feira: Sexta-feira: Sábado:
Quem ama assume responsabilidade.............................198 Quem brilha sabe onde está a escuridão........................204 Quem quiser ajudar pessoas precisa estar disposto a servir........................................................209 Quem quiser apaziguar brigas precisa enfrentar o conflito............................................................215 Quem quiser mudar o mundo precisa ocupar-se com o indivíduo.....................................................221 Quem quiser vencer precisa contar com milagres...........................................................225
A segunda-feira preguiçosa de Artur Schmitt..............................................................................................233
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Prefácio de Ansgar Hörsting
… e amanhã é segunda-feira
Até a ressurreição nós veremos sempre a cruz antes da coroa, e amanhã é segunda-feira. C.S. Lewis Há alguns anos algo me chamou a atenção pela primeira vez. Repetidamente ouvia uma pergunta perturbadora: se a fé seria algo “relevante” ou “adequado para o dia a dia”. As pessoas queriam saber se a fé “funciona”, isto é, se tem alguma função prática na vida do cristão, com resultados visíveis. Escritores e pregadores enfatizavam que toda a Bíblia relacionava a fé à vida diária, a algo vivido em meio a este mundo. A fé deve ter significado, relevância para o cotidiano. E imediatamente levantavam-se outras pessoas, que desconfiavam que tais teses seriam uma nova onda vinda dos EUA, já que de lá sempre vinham apenas pragmatismos superficiais. Para os americanos, algo só seria verdadeiro “if it works” (se funcionar). Fiquei muito surpreso com essa discussão. O Deus da Bíblia, que se revelou na história de Israel e finalmente em Jesus Cristo, não é o Deus do universo e também de toda a vida? Não deveria eu amá-lo com tudo o que sou e tenho? Para mim nunca houve nem há área da vida da qual Deus não tivesse conhecimento. Por isso ele é Senhor do domingo, da segunda-feira e de todos os outros dias. A fé funciona (por mais que
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esse termo pareça técnico), e eu mesmo experimentei tantas mudanças e impactos que não consigo ver isso como uma desvantagem. Sempre preferi a fé da segunda-feira, pois ela não flutua desprendida nos ares, mas tem seus dois pés fincados no chão. Claro, como sempre também essa atitude pode passar dos limites. Isso acontece quando somente a segunda-feira, o dia a dia, passa a valer. Ocorre quando a mensagem da morte de Jesus não pode ser apresentada como uma “loucura” (cf. 1Co 1.18), mas precisa ser enfeitada por meio da comprovação de sua relevância. É quando a fé se deteriora a ponto de se tornar um sistema orientado pelo usuário, de forma que as livrarias passem a vender a Bíblia na seção de “autoajuda”. Os autores deste livro caminham por uma ponte construída pelo próprio Deus. Eles se esforçam para buscar Deus nos “terrenos baixos do cotidiano”. O livro que você está segurando não aceita qualquer divisão entre eternidade e tempo, entre o lado de lá e o lado de cá. Seu foco está nas duas coisas: a salvação eterna e a vida redimida aqui, céu e terra, domingo e segunda-feira. Essas duas áreas devem ser discernidas, mas nunca separadas. Afinal, foi para isso que Jesus se tornou homem. Nele a separação entre Deus e ser humano foi transposta. Ele nos ensinou a orar: “Venha o teu Reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”. Podemos caminhar com segurança sobre essa ponte. Este é um livro sério. Sério porque a busca pela fé no dia a dia precisa ser abordada com seriedade. E porque, em algum momento, é imprescindível que haja obediência, a fim de fazermos aquilo que reconhecemos como certo. Este é um livro alegre. Alegre porque experimentar a fé e Deus na vida normal é algo prazeroso, algo que enche a vida com muita alegria. Não se trata apenas do que é “certo” e “errado”, mas da presença plena e encorajadora de Deus em nossa vida.
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E este é um livro lúcido. Lúcido no sentido de C.S. Lewis: “Até a ressurreição nós veremos sempre a cruz antes da coroa, e amanhã é segunda-feira”. Essa lucidez desarma. É de uma simplicidade libertadora, pois a vida continua, e é composta de pequenos passos, de vitórias e derrotas. Fé em plena segunda-feira. Que outro momento teríamos para crer se não a segunda-feira? De que me adiantam os momentos especiais se eles não iluminarem o dia a dia? Movimentos missionários bem-sucedidos na história da igreja sempre tiveram uma coisa em comum: cristãos normais vivendo uma vida normal, na qual sua fé normal testificava de um Jesus absolutamente extraordinário. São essas pessoas que tornam a fé digna de confiança. Por isso ... e amanhã é segunda-feira é uma ferramenta para a vida e um importante passo na direção de uma vida e uma igreja missionárias. A fim de trilhar esse caminho precisamos de impulsos, intercâmbios, ideias e relacionamentos honestos e encorajadores. Este livro pretende ajudar nesse processo, e pode ser lido e refletido individualmente, em grupos pequenos ou pela igreja inteira ao longo de seis semanas. Devemos grande gratidão a Artur Schmitt. Sem sua visão este livro nunca teria sido produzido. Também queremos agradecer aos autores, que não se eximiram das dificuldades do cotidiano. Sem o engajamento de cada um deles, que escreveu estes textos paralelamente à sua própria vida profissional, essa visão teria permanecido um castelo no ar. E muito obrigado também a Silke Gabrisch pelo acompanhamento e consultoria como representante da editora. E agora: até amanhã, pois amanhã é segunda-feira! Ansgar Hörsting
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Uma palavra sobre o domingo de Artur Schmitt
Hoje é o primeiro dia, neste livro e talvez também no seu calendário semanal. O dia, portanto, antes de tudo começar para valer. Domingo. Tempo para o culto a Deus. “Amado Senhor, ajuda-nos a nos desligarmos neste momento. Que consigamos esquecer todas as coisas do nosso cotidiano que ainda ocupam nossos pensamentos. Queremos nos encontrar contigo e nos concentrarmos totalmente na tua Palavra. Amém.” Você conhece esse tipo de oração no começo do culto? Sim? Eu também. Eu mesmo fiz essa oração muitas vezes. Mas na verdade esse pedido está errado, totalmente errado. É claro que o culto não deve ser determinado por nossas picuinhas diárias. Mas “desligar”, deixar o dia a dia “do lado de fora”, não faz parte do objetivo do culto. Se assim fosse, seríamos pessoas divididas: hoje santos dominicais, amanhã os normais da semana. Fé piedosa aqui, e lá a triste realidade. Mas Jesus não quer cristãos esquizofrênicos com duas faces diferentes. Ele quer seguidores que o celebrem alegremente em seu meio no domingo e ao mesmo tempo esperançosamente se permitam ser preparados para o cotidiano. Afinal,
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ele mesmo disse: “E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” (Mt 28.20). Todos os dias: sem exceção. Ele não exclui nenhum dia, com suas oportunidades e desafios; Cristo participa pessoal e totalmente dele. Podemos contar com ele. Hoje, no domingo, e também amanhã, na segunda-feira. Mais segunda-feira no domingo Por isso precisamos de cultos inclusivos. Cultos que conscientemente incluam, e não eliminem o dia a dia. Meu sonho é que nossas igrejas tenham cada vez mais cultos que falem a linguagem das pessoas. Em que a música toque o íntimo dos participantes, para que estes louvem a Deus não só com a mente nem só com as emoções. Em que o pensamento atual das pessoas, seus costumes, hábitos e passatempos sejam elementos conhecidos, até mesmo usados na pregação. Cultos nos quais Facebook, bullying e os filmes em cartaz nos cinemas não sejam palavras estranhas. Claro que não precisamos correr atrás da última moda. Mas atualizações regulares fariam bem. Não precisamos nos esforçar para criar cultos artificialmente enfeitados e estilosos. Eles podem até ter alto valor de entretenimento, mas não necessariamente marcam nosso trabalho ou mudam nosso relacionamento com outros cristãos. Na verdade, nenhum dos dirigentes do culto precisa desempenhar seu papel à perfeição. Mas pregação, cânticos, músicas e orações precisam ser autênticos, verdadeiros e não fingidos. A Bíblia precisa ser interpretada de forma que a mensagem se torne relevante para o cotidiano e revelada na própria vida. Esquetes teatrais e videoclipes são usados para ilustrar a mensagem propriamente dita por meio de parábolas modernas. Testemunhos pessoais deixam transparecer tanto o próprio fracasso quanto o poder de Deus. Podemos chorar e também rir. Sonho com cultos nos quais pulsa a vida: a vida da própria pessoa, perpassada pela vida com Deus.
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E sonho com um pós-culto em que já na saída do templo a experiência do culto recém-encerrado se mostre nas conversas e nos relacionamentos: expressamos nossa alegria pelo consolo recebido. Trocamos ideias sobre a exortação ou o encorajamento que nos marcou. Mantemos os olhos atentos aos visitantes isolados, incluindo-os em nossas conversas. Levar o domingo para o dia a dia. Este é o objetivo deste livro. Mas, para que isso seja possível, precisamos levar o dia a dia novamente para o domingo. Isso inclui conversas abertas sobre como lidamos com dinheiro, sexo e poder, ou outras áreas problemáticas. Por princípio, nenhum problema precisa ser excluído. Afinal, Deus não tabula nada em sua Palavra. E ele quer desenvolver seu poder em tudo. Este livro aborda especificamente o cotidiano (e por isso não há devocional para o domingo!). Buscamos um dia a dia que esteja cada vez mais marcado por Cristo como seu ponto de referência. Ele é quem deve brilhar como fonte e exemplo. Isso não significa de forma alguma que estejamos desvalorizando o domingo nem os eventos da igreja, mas queremos lhes dar o significado apropriado. Nada menos, mas também nada mais. Coelhos na toca? Certa vez Major W. Bott fez uma caricatura da típica semana do cristão. Comparou-a com uma toca de coelhos. Toda manhã, um cristão nominal sai do seu lar cristão, como um coelho sai da toca. Corajosamente ele se lança no perigoso mundo exterior, para em seguida jogar-se em outra toca em busca de segurança para o restante do dia. Essa toca é chamada de “meu escritório cristão”. Ao final do expediente novamente reúne toda a sua coragem para sair e em seguida desaparecer em uma terceira toca, o chamado “meu pequeno grupo cristão”1. 1 John Stott, Our Guilty Silence (Nosso silêncio culpado), Londres, 1973.
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Não há dúvida de que essa imagem está muito exagerada. Mas ela deixa claro que muitos cristãos correm o perigo de se isolarem em seus cantos e que não sabem como aplicar o relacionamento com Jesus em seu próprio dia a dia. Mas uma coisa é fato: só podemos ser considerados enviados do Senhor (cf. Jo 17.18) se aparecermos também na segunda-feira como igrejas vivas e cristãos de fé. Do contrário teremos perdido nossa vocação (cf. Tg 1.22). Deus quer ser glorificado neste mundo por meio de nós, na medida em que não apenas falamos da sua vontade no domingo, mas praticamos o que aprendemos na segunda-feira, e na medida em que essa atitude simbólica se torna cada vez mais nosso estilo de vida ao longo de toda a semana. Precisamos ser o que dizemos. Precisamos viver o que somos. Isso nos parece desconfortável e difícil; por natureza temos receio disso. Por isso este livro começa – na primeira semana – tratando de nós mesmos, do nosso coração. Deus quer redirecionar o nosso coração, tornando-o apropriado ao cotidiano. A segunda semana é guiada pelo Pai Nosso. Ele nos acompanha no dia a dia do trabalho, na rotina e mesmo nos desafios difíceis. Ele estabelece critérios. Em seguida vamos estudar como transformar nossas famílias, qualquer que seja sua forma, em uma sociedade nova e cheia de esperança, incluindo Deus e permitindo que ele atue em nós. A quarta semana trata da nossa prática espiritual. Como é a espiritualidade no cotidiano normal? Como podemos integrá-la? Que formas existem? Na quinta semana falaremos dos diferentes níveis de relacionamentos interpessoais – com nós mesmos, com nossos amigos, com nosso próximo e até mesmo com nossos inimigos; o Espírito de Deus quer revelar, curar, renovar e fortalecer. E a última semana amplia nosso olhar para além dos limites da nossa própria vida e igreja, incluindo nossa sociedade. Sal da terra e luz do mundo – o que Jesus quer dizer com isso e como isso pode acontecer na prática?
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Ao ler este livro você verá que seu dia a dia envolve muitas áreas que você mesmo pode influenciar ativamente. Verá também que os autores dos textos vêm de contextos diferentes, e por isso mesmo são capazes de lhe dar numerosas ideias específicas e multifacetadas para colocar em prática. Assim, queremos convidá-lo a se manter aberto para as coisas que Deus quer lhe mostrar nas próximas seis semanas. E lembre-se: só conta o que também for colocado em prática. Será que hoje no culto você renovou sua gratidão pela graça recebida de Deus, por sua fidelidade e seu cuidado? Então comece a agradecer a Deus com o coração, a boca e as mãos. Isto é, permita que sua gratidão tome forma e que seu entorno participe dela. Por meio de um coração transformado e alegre, de uma boca que fala das coisas que Deus fez, de mãos que ajudam onde são necessárias. Dessa forma o louvor a Deus será multiplicado à sua volta. Isso já pode começar hoje, no domingo; e continuará amanhã, em todos os sentidos do seu dia a dia. Que Deus o abençoe nesse processo! Perguntas • Suponha que você vá almoçar em um restaurante hoje. O que é normal para você: uma oração silenciosa, mas visível, antes da refeição? Ou um elogio ao garçom? Na sua opinião, o que faz parte de um cristianismo natural? • Se Jesus estiver com você “todos os dias”, qual é o dia da semana em que você menos espera ser surpreendido por sinais da presença de Deus? • O que o impede de orar da seguinte forma todas as manhãs nas próximas seis semanas: “Senhor, abre meus olhos para as boas obras que tu já preparaste para que eu pratique hoje” (cf. Ef 2.10)?
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Oração
J
esus Cristo, agradeço-te porque posso crer em ti. Na reconciliação com o Pai no céu por meio da tua cruz. E no poder da tua ressurreição, que me carrega na vida e na morte. Obrigado(a) porque posso continuar a crescer no meu relacionamento contigo. Tu conheces meu medo de que este livro me leve novamente a mais uma corrente passageira. Por isso, peço que impeças que eu permaneça na superfície. Quero amadurecer como teu seguidor e discípulo no dia a dia. Ajuda-me. Para que minha fé adquira solidez. Amém.
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Semana 1 Procura-se pista de pouso: a fÊ começa em mim de Christof Lenzen
Christof Lenzen (43) é casado com Isa, pai de duas crianças e pastor na cidade de Eschweiler. Gosta de preparar receitas especiais na cozinha. Ele também é corredor e autor de livros, além de manter um blog em http://wegbegleiter.wordpress.com.
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Por que Deus quer justamente você Portanto, visto que temos um grande sumo sacerdote que adentrou os céus, Jesus, o Filho de Deus, apeguemo-nos com toda a firmeza à fé que professamos, pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado. Assim, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança. Hebreus 4.14-16a Estou sentado à minha escrivaninha no andar superior da nossa casa, olhando pensativamente para a cidadezinha onde moramos. De repente, um pequeno ponto amarelo começa a se aproximar no horizonte, com o barulho aumentando na mesma proporção. Nada de anormal. Mas o ponto chega cada vez mais perto e, finalmente, com um barulho ensurdecedor, o helicóptero amarelo de salvamento da ADAC paira sobre nosso bairro em busca de um lugar para pousar, o que não é fácil de encontrar! Isso acontece umas três vezes por ano. Uma das praças é pequena demais para as enormes hélices do rotor, outra está tomada por carros estacionados, em um terceiro lugar o solo não está devidamente preparado, de forma que o pouso seria arriscado. Com um pouco de sorte, finalmente o helicóptero encontra um lugar para descer, para que uma criança ferida possa ser embarcada e levada ao hospital em Aachen.
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Meus pensamentos voltam para este primeiro capítulo, mas de repente percebo o quanto esse acontecimento tem a ver com o nosso assunto; e que ilustração Deus me deu! Mesmo não sendo helicóptero, Deus quer pousar na vida de cada indivíduo para começar sua ação de resgate. Mesmo que haja permissão para pouso – e vamos presumir que os leitores deste livro a tenham dado – a busca por um local adequado ainda pode se mostrar bastante complexa e complicada. O que não difere em nada da realidade. Mas, para ficar no exemplo dado, vou fazer mais uma pequena volta. Quando falamos de fé na segunda-feira, o significado é exatamente este: como é a sua fé na segunda-feira? Estamos falando de você, que se encontra em um momento muito específico, às vezes sensível: a segunda-feira. A fé do domingo pode sobreviver durante a semana? E se não, por quê? O que importa é: Deus é sempre aquele que age. Parto desse princípio básico porque o investimento inicial é sempre de Deus, e sem ele nós não podemos fazer nada. Mas – e aqui provavelmente precisamos remover o primeiro mal-entendido – Deus, como agente, nunca passa por cima de você. Ele não quebrará a sua vontade, não trabalhará na sua vida sem sua permissão e também não entrará nas áreas às quais você não lhe franquear o acesso. Portanto, Deus é um agente espantoso, que limita voluntariamente sua própria onipotência, tornando-se, em parte, dependente de você. Esse é o mandamento do amor. Qual é a consequência disso para a segunda-feira, supondo que o seu dia tenha começado com uma dor de cabeça, um corte no queixo ao se barbear e muitas preocupações na cabeça por causa de um projeto em andamento? Deus quer pousar na sua segunda-feira. Isso é certo. Não é você quem precisa fazer isso acontecer! Esse é o propósito firme de Deus. Um helicóptero de salvamento deseja cumprir sua tarefa! Mas é você quem deve providenciar a pista para
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Levar o domingo para o dia a dia. Este é o objetivo deste livro. Mas, para que isso seja possível, precisamos levar o dia a dia novamente para o domingo. Isso inclui conversas abertas sobre como lidamos com dinheiro, sexo e poder, ou outras áreas problemáticas. Este livro aborda especificamente o cotidiano (e por isso não há devocional para o domingo!). Buscamos um dia a dia que esteja cada vez mais marcado por Cristo como seu ponto de referência. Ele é quem deve brilhar como fonte e exemplo. Isso não significa de forma alguma que estejamos desvalorizando o domingo nem os eventos da igreja, mas queremos lhes dar o significado apropriado. Nada menos, mas também nada mais.
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