Escolhendo sua fé em um mundo de opções espirituais

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Mark Mittelberg

Escolhendo

sua

em um mundo de opções espirituais



Mark Mittelberg

Escolhendo

sua

em um mundo de opções espirituais Tradução: Mariângela Antonella Chirico França Oliveira

Prefácio de Lee Strobel

1ª edição

Curitiba 2011


Mark Mittelberg

Escolhendo sua fé

Em um mundo de opções espirituais Coordenação editorial: Walter Feckinghaus Título original: Choosing your faith Tradução: Mariângela Antonella Chirico França Oliveira Edição: Sandro Bier Revisão: Josiane Zanon Moreschi Capa: Sandro Bier Editoração eletrônica: Josiane Zanon Moreschi Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Mittelberg, Mark Escolhendo sua fé : em um mundo de opções espirituais / Mark Mittelberg ; tradução Mariângela Antonella Chirico França Oliveira ; prefácio de Lee Strobel. - - 1. ed. - - Curitiba, PR : Editora Esperança, 2011. Título original: Chosing your faith : in a world of spiritual options. ISBN 978-85-7839-058-7 1. Apologética 2. Escolha (Psicologia) - Aspectos religiosos - Cristianismo 3. Espiritualidade 4. Fé 5. Testemunhos (Cristianismo) I. Strobel, Lee II. Título 10-11458

CDD-239

Índices para catálogo sistemático: 1. Apologética : Doutrina cristã : Cristianismo

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Mark Mittelberg surgiu como uma voz bem fundamentada na discussão sobre a fé. Ele induz a pensamentos saudáveis e desperta questões válidas. Atinge o objetivo admirável de falar aos corações e mentes sobre a esperança que Deus nos oferece. Max Lucado, autor do Best-seller 3:16: a mensagem de Deus para a vida eterna Este pode muito bem ser o mais importante livro que você lerá este ano! Embarque em uma jornada de descoberta espiritual e deixe as notáveis ideias de Mark revolucionarem sua vida. Lee Strobel, autor do Best-seller Em defesa da fé Escolhendo sua fé levanta as questões críticas que todo ser humano precisa perguntar, e nos ajuda a entender a importância de saber por que acreditamos no que acreditamos. Dan Kimbal, autor de They like Jesus but not the church (Eles gostam de Jesus, mas não da Igreja) Desde que conheci Mark Mittelberg em 1990, fiquei impressionado com seu ministério, sua fé, sua paixão e seu comprometimento. Sua sabedoria e insight no mundo da fé tem ajudado muitas pessoas nos Estados Unidos e em todo o mundo, e considero um prazer sempre que tenho a chance de trabalhar com ele. Mark é um inteligente, claro e efetivo comunicador, e não há exemplo melhor disso do que este livro. Muitos livros lhe dizem em quê crer. Mas Escolhendo sua fé, escrito da maneira articulada e efetiva de Mark, lhe mostra como decidir em quê crer. Leia. Você com certeza será transformado e encorajado. Luis Palau, conferencista internacional e autor



Aos meus maravilhosos pais, Orland e Virginia Mittelberg, que pacientemente me ofereceram orientação espiritual, mas graciosamente permitiram que eu escolhesse a minha fÊ.



Sumário

Prefácio de Lee Strobel...................................................................... 11 Agradecimentos.................................................................................. 15 1 Por que escolher qualquer fé?...................................................... 17 2 Essa é a minha verdade – vá procurar a sua Pragmatismo, relativismo e as coisas como elas são......................... 33 3 Mas eu sempre acreditei no que eu acredito Tradição e verdade............................................................................ 49 4 É melhor você acreditar! Autoridade e realidade...................................................................... 69 5 Eu apenas sinto que é verdade Intuição e conhecimento................................................................... 91 6 Deus me disse que é verdade A abordagem mística........................................................................ 109 7 Preciso ver para crer Lógica, evidência e ciência................................................................ 131 8 Estou pensando em como eu penso – e escolho Avaliando os seis caminhos de fé...................................................... 151


9 Como posso descobrir em quê crer? Parte 1: Considerando o critério lógico e científico........................... 165 10 Como posso descobrir em quê crer? Parte 2: Considerando o critério textual.......................................... 187 11 Como posso descobrir em quê crer? Parte 3: Considerando o critério histórico e empírico...................... 207 12 Eu gostaria de ter fé Rompendo as barreiras para chegar à fé.......................................... 225 13 Os benefícios de escolher sabiamente a sua fé...................... 251 Leituras recomendadas..................................................................... 259 Sobre o autor....................................................................................... 261


Prefácio

Lee Strobel, autor de “Em Defesa da Fé”

Gostaria que este livro estivesse disponível em 20 de janeiro de 1980. Esse foi o dia em que decidi reavaliar meu ateísmo e considerar se havia alguma evidência convincente para crer em Deus – qualquer Deus - fosse o Deus do islamismo, do cristianismo, do mormonismo, do judaísmo ou mesmo a multiplicidade de deuses do hinduismo. Impressionado pela transformação de minha esposa desde que ela havia se tornado cristã, prometi usar minha formação em jornalismo e direito (eu era editor para assuntos jurídicos do jornal Chicago Tribune) para iniciar uma investigação totalmente independente em assuntos espirituais. Minha busca teria sido consideravelmente mais fácil se naquela ocasião tivesse em mãos este guia inestimável. Como Mark Mitellberg descreve brilhantemente, todos nós tomamos caminhos diferentes em nossas jornadas de descoberta espiritual. Conscientes ou não, somos influenciados por uma miríade de fatores, alguns dos quais podem nos levar à verdade, enquanto outros simplesmente nos conduzem à confusão. Essas conclusões poderiam ter sido extremamente úteis quando eu examinava sozinho as diversas crenças concorrentes. Você tem sorte – se você está empreendendo uma busca espiritual, agora tem esse excelente guia para ajudá-lo a manobrar nesse campo minado de afirmações conflitantes e contraditórias sobre espiritualidade.


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Mark Mittelberg

Você encontrará em Mark um amigo sensível, empático e cheio de discernimento ao acompanhá-lo nesse processo de abertura de olhos e de coração. Esse livro, no entanto, não é dirigido somente àqueles que ainda estão em busca espiritual. Os cristãos também descobrirão seu próprio estilo espiritual, o que servirá para fortalecer suas convicções. Ao mesmo tempo, ajudará a entender melhor como podem auxiliar seus amigos que estão em busca de uma fé que faz sentido. Não consigo pensar em ninguém que esteja mais bem posicionado do que Mark para nos servir de orientador espiritual. Ele possui excelentes credenciais acadêmicas, tendo obtido um mestrado em filosofia da religião, mas, além disso, tem passado as últimas duas décadas ajudando diariamente pessoas a descobrirem como escolher sua fé. Ele vive nas trincheiras da vida real e não em uma distante torre de marfim. Você verá que Mark não prega um sermão. Ele dá a devida atenção às várias abordagens da esfera espiritual. Seu estilo, neste livro, é caminhar ao seu lado enquanto você pesa as opções espirituais e chega às suas próprias conclusões sobre para onde a evidência aponta convincentemente. Tendo sido amigo de Mark e parceiro de ministério por vinte anos, posso atestar seu caráter aprovado, seu estilo de vida piedoso e seu desejo sincero de ajudar pessoas em sua busca pela verdade nos assuntos espirituais. Se ele tem suas próprias convicções a respeito de Deus? Pode apostar que sim. Mas ele não vai tentar impô-las unilateralmente a você. Em vez disso, ele deseja ser seu companheiro enquanto você embarca na jornada mais emocionante e estimulante de sua vida, descobrindo por si mesmo onde a verdade realmente reside. Todas as segundas-feiras Mark e eu almoçamos juntos. Esse é um dos pontos altos da minha semana porque constantemente estou aprendendo coisas novas com ele. Conversamos sobre o corriqueiro e o sublime, mas frequentemente voltamos a falar sobre como podemos ter certeza de que as nossas convicções espirituais estão posicionadas corretamente. Uma coisa me impressiona: o profundo reservatório de sabedoria de Mark nunca seca. Então, puxe uma cadeira e junte-se a nós. Esteja onde estiver em sua aventura espiritual, você será encorajado e desafiado, mas, acima de tudo, sairá com tudo o que você precisa para tomar as decisões de fé mais importantes de sua vida.


Agradecimentos

Eu jamais seria capaz de terminar este livro sobre escolher um caminho de fé sem primeiro ter sido recipiente da fé, do apoio, do encorajamento e das orações das seguintes pessoas: Lee Strobel, meu amigo chegado e parceiro de ministério há vinte anos, que me incentivou e me ajudou a avançar desde o princípio até a conclusão deste projeto. Ele disse bem quando escreveu certa vez: “Nós somos os maiores incentivadores um do outro. Eu confio mais no Mark do que ele mesmo e também é assim que ele pensa de mim. Isso faz a combinação perfeita!” Foi a minha vez de ser o receptor desse encorajamento e sou profundamente grato. A Heidi, minha esposa incrivelmente incentivadora e paciente, e aos nossos maravilhosos filhos adolescentes, Emma Jean e Mathew – obrigado pelas orações e pelo ânimo, sem falar no café e lanches fora de hora do dia e da noite, frequentes partidas de ping-pong e paradas ocasionais para um sorvete ou caminhadas em volta do lago com nosso amigo Charlie (um cãozinho da raça Cavalier). Obrigado ao Dr. Chad Meister por sua sabedoria filosófica e conselho editorial. Sua generosa contribuição de conhecimento e suas percepções serviram imensuravelmente a mim e aos leitores desse livro. Obrigado também a Brad Mitchell por ler o manuscrito e oferecer


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feedback, bem como prover “suporte aéreo” espiritual. Tom Chapin e Nabeel Qureshi também deram um feedback importante em pontos críticos. Agradeço a Don Pape, que ajudou a manter a bola rolando, e a Beth Justino, da Alive Communications, que ajudou a manter o projeto nos trilhos e deu algumas injeções de ânimo ao longo do caminho. Estou também em débito com meus mentores filosóficos, o falecido Bob Passantino e sua esposa, Gretchen, William Lane Craig, Norman Geisler e especialmente Stuart Hackett – incluindo a antiga influência de um velho livro empoeirado que o Dr. Hackett indicou aos seus alunos: “The Ways of Knowing” (Os Caminhos do Saber) de William Montague. Obrigado, também pelo esforço companheiro e o incentivo de Scott e Susan Evans, Ron Forseth, Jennifer Dion, Eric Abel, Lynne Marian, Chad Cannon, Kim Levings e todos os meus amigos na Outreach, Inc. Também pelo apoio de Paul Braoudakis, da Associação Willow Creek, Bill Dallas e Jay Mitchell, da CCN, bem como as orações e o apoio de Chris e Carla Wilson, Karl e Barbara Singer, Kevin e Sherry Harney, Nancy Grisham, Terry Schulenburg, Mike Licona, Hillis e Jean Hugelen e Orland e Ginny Mittelberg. Por final, mas não menos importante, um especial agradecimento a Jon Farrar, Ron Beers e à equipe da Tyndale House Publishers por acreditar em mim. Também ao meu editor, Dave Lindstedt, por certificar-se de que minhas palavras fizessem sentido, bem como a Maria Eriksen, Charlie Swaney e suas excelentes equipes por publicar este livro. A todos vocês - e a quem eu tenha falhado em mencionar – ofereço meus sinceros agradecimentos.


Capítulo 1

Por que escolher qualquer fé? “Escolher uma fé? Para quê alguém iria sequer querer uma?” A fé é uma coisa que anda perigosamente perto da religião – e a banda de rock R.E.M. expressou muito bem os sentimentos de uma geração quando lançou seu contagiante hino “Losing My Religion” (Perdendo minha religião). Não importa se ninguém, inclusive eu, jamais tenha entendido realmente o que essa música queria dizer. Mike Stipe, o cara que escreveu e cantou a letra, disse em uma entrevista que a frase “perdendo minha religião” é, na verdade, uma figura de linguagem que significa “chegando ao fim da linha”. “E”, acrescentou, “é uma música secular com pouco ou nada a ver com religião”.1 Isso não impediu que muita gente cantasse junto de todo o coração toda a vez que a música tocasse no rádio: 1

Extraído de uma entrevista com Michael Stipe da banda R.E.M. na Rádio BBC2. Veja o artigo e o link para o áudio da entrevista no site www.bbc.co.uk/radio2/soldonsong/songlibrary/losingmyreligion. shtml.


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That’s me in the corner (Esse sou eu, encurralado) That’s me in the spotlight (Esse sou eu, no holofote) I’m losing my religion (Estou perdendo minha religião) Trying to keep up with you (Tentando acompanhar você2) Procurei a música no YouTube e li os comentários que as pessoas escreveram sobre ela. Mesmo agora, mais ou menos duas décadas depois do lançamento da música, elas ainda estão tentando entender o seu significado: animeMMA (3 meses atrás) A música é boa, porque a religião é uma farsa Nakasiioo (3 meses atrás) AnimeMMA, perdendo minha religião é uma gíria do Sul para estar farto, idiota Não é que não haja razões suficientes, com ou sem a música do R.E.M., para se ter um sentimento dúbio – ou mesmo negativo – sobre religião. A maioria de nós tem pelo menos uma razão pessoal. A minha, eu admito, não é lá tão relevante. Para mim, é a lembrança de ter que acordar todo domingo mais cedo do que parecia certo para uma criança levantar no fim de semana, correndo para lá e para cá tentando se aprontar, vestindo o que a minha família chamava de “roupa de domingo”. Estas, por sua vez eram artigos de vestuário que eu jamais sonharia em usar em qualquer outro dia da semana. Normalmente eram muito pequenas ou muito grandes (“Tudo bem”, dizia meu pai, “você cresce”), fora de moda (como se algum dia elas tivessem estado na moda) e geralmente coçavam. Algumas vezes meus pais até me faziam usar um blazer e gravata! Tenho certeza de que, especialmente na região onde eu moro no sul da Califórnia, o Conselho Tutelar tiraria as crianças de um lar como esse em razão dessa violência – ainda mais quando o botão do colarinho estava tão apertado que eu sufocava toda a vez que tentava respirar. Até hoje, quando penso em ir à igreja, ocasionalmente sinto um aperto na garganta. Quase sem exceção, depois de finalmente ficar pronto, eu despencava pela escada e encontrava a casa vazia, o que não significava que eu 2

William T.Berry, Peter Lawrence Buck, Michael E. Mills e Michael Stipe. Losing My Religion. Copyright © 1991 Night Garden Music/Warner-Tamerlane Publishing Corp. (BMI). Todos os direitos reservados.


Por que escolher qualquer fé?

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estivesse livre. Significava que tinha que correr para a rua e descobrir que minha família já estava no carro esperando impacientemente por mim. “Corra, Mark! Vamos nos atrasar de novo!” Quando chegávamos à igreja, eu já estava tão mal humorado que era bem difícil pensar em coisas elevadas como Deus ou qualquer outro papo espiritual sério. Mais tarde, quando estava no final do ensino fundamental, e depois no ensino médio, fui ficando cada vez mais consciente de como a maior parte das músicas de igreja era estranha. O órgão produzia notas sinistramente semelhantes aos sons que eu ouvia nos filmes B de casas malassombradas. De fato, a maioria das músicas tradicionais de igreja (hinos, para usar a palavra adequada) foi escrita por pessoas de outra era, aparentemente para pessoas de outra era – Me assustava o pessoas que gostavam de sentar em bancos de fato de que havia madeira e cantar hinos antes de bater papo com alguma coisa anacrônica e os amigos no “vestíbulo” ou na “nave” da igreja. Eu me lembro de um culto em que nenhuma das culturalmente fora de compasso a nove músicas cantadas havia sido composta nos respeito de muita últimos cem anos – algumas delas eram datadas de vários séculos atrás. Não tenho nada contra coisa que eu estava relíquias ou antiguidades, mas me assustava experimentando em meu ambiente o fato de que havia alguma coisa anacrônica e religioso. culturalmente fora de compasso a respeito de muita coisa que eu estava experimentando em meu ambiente religioso. Cada vez mais fui sendo levado a enxergar minha vida em duas categorias: normal e religiosa. A normal, relacionada ao dia a dia, à vida comum, como ir à escola, passar tempo com meus amigos e me divertir. A religiosa, relacionada às coisas importantes como fé, convicções, ensino sobre o certo e o errado – e uma experiência dominical com gente muito boa (às vezes boa demais para ser verdade), cheia de boas intenções, mas que parecia vir de um planeta muito longe do mundo em que eu vivia. E esse mundo – o mundo normal – era o que estava se tornando mais e mais empolgante para mim, enquanto o religioso estava se tornando... bem, cada vez mais



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