EXCELÊNCIA MINISTERIAL
José Carlos Pezini
EXCELÊNCIA MINISTERIAL Uma reflexão
sobre a responsabilidade no ministério pastoral
1ª edição
Curitiba/PR 2019
José Carlos Pezini
Excelência ministerial Uma reflexão sobre a responsabilidade no ministério pastoral Coordenação editorial: Claudio Beckert Jr. Revisão: Josiane Zanon Moreschi Capa: Neriel Lopez Editoração eletrônica: Josiane Zanon Moreschi
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Pezini, José Carlos Excelência ministerial : uma reflexão sobre a responsabilidade no ministério pastoral. - Curitiba, PR : Editora Esperança, 2019. 96 p. ISBN 978-85-7839-292-5
1. Igreja - Liderança 2. Ministério pastoral 3. Pastor - Vida ministerial I. Título CDD-253
Índices para catálogo sistemático: 1. Ministério pastoral
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Salvo indicação, as citações bíblicas foram extraídas da Bíblia na versão Nova Almeida Atualizada © Sociedade Bíblica do Brasil, 2017. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total e parcial sem permissão escrita dos editores.
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Sumário u Agradecimentos......................................................................................7 Prefácio........................................................................................................9
Introdução.......................................................................................11
CAPÍTULO 1 - A excelência do chamado ministerial..............15
1.1 Uma convocação divina............................................................19
1.2 0 governo da Igreja.....................................................................21 1.3 Serviço excelente..........................................................................22
1.4 Sublimidade da vocação...........................................................24 CAPÍTULO 2 - As implicações da excelência do
chamado ministerial...................................................................27
2.1 A recompensa pela excelência ministerial........................30 2.2 Responsabilidade pela excelência ministerial................33 CAPÍTULO 3 - A excelência na vida devocional.........................37
3.1 Tempo com Deus..........................................................................40 3.2 Estudo da Palavra.........................................................................46
3.3 Exercício físico...............................................................................47
CAPÍTULO 4 - A excelência no cuidado pastoral.......................49
4.1 O Supremo Pastor.........................................................................52 4.2 Relacionamento pessoal...........................................................54
4.3 Conselhos do apóstolo Paulo.................................................55 CAPÍTULO 5 - A excelência no preparo pastoral.....................59
5.1 Culto..........................................................................................63 5.2 Louvor.......................................................................................66
5.3 Templo.............................................................................67
5.4 Jesus e o templo.............................................................................69
5.5 0 trabalho pastoral......................................................................69 5.6 Homem da Palavra......................................................................71 CAPÍTULO 6 - A excelência no ensino...........................................75
6.1 O que dizem os reformadores...............................................78
6.2 Aprendendo diariamente.........................................................80 6.3 Vida piedosa...................................................................................83 BIBLIOGRAFIA................................................................................85
Agradecimentos u
A
o Rev. Dr. Frank Arnold, meu pai americano, homem que investiu em minha vida nos 15 anos de ministério na América do Norte, por sua dedicação ao trabalho missionário no Brasil durante 33 anos e por ter lido, prefaciado este livro e sugerido mudanças de grande valor. Sem sua colaboração o material não teria a qualidade que tem.
Ao Rev. Dr. Valdir França, por sua amizade, paciência em me ouvir falar com tanta paixão durante o tempo em que estava escrevendo, pelo incentivo e por ter lido e sugerido mudanças ao manuscrito. Louvo a Deus pela vida, amizade e ministério desse servo de Deus. À minha querida esposa, Odete. É claro que não poderia me esquecer de agradecer-lhe pelo carinho durante esses trinta e seis anos de vida conjugal. Companheira dedicada, pacienciosa e que soube compreender os momentos de luta e tensão. Em especial na produção deste material, para o qual usei meu tempo de férias e trabalhei 12 horas diárias a fim de finalizar este projeto. Lembro-me de várias vezes tê-la visto chegar no escritório e tentar falar comigo, mas estava tão concentrado que não lhe dei a atenção que merecia. Assim mesmo, ela nunca reclamou; pelo contrário, me incentivou. Louvo a Deus pelo seu carinho e compreensão.
Prefácio u
N
inguém que se diz seguidor de Cristo deve contentar-se com menos do que desempenhar um ministério com excelência, especialmente aqueles que se dispõem a ser líderes de um rebanho.
Não há lugar para a mediocridade no ministério cristão. Mas, infelizmente, é exatamente isso que estamos vendo acontecer. Há muitos exemplos de cristãos que não têm honrado a Deus, a quem dizem servir. Em vez de ser testemunhas de Cristo no mundo, estão se juntando ao mundo em seu estilo de vida. Se sua congregação está a caminho de se tornar uma megaigreja, isso pode depender de muitos fatores que estão além de seu controle. No entanto, não há dúvida alguma de que, se sua igreja é boa ou ruim, depende totalmente de seu compromisso como líder com a excelência ministerial e de sua intolerância com a mediocridade. É verdade que a excelência ministerial não pode ser alcançada sem o poder e a ação do Espírito Santo na vida do pastor, mas há muita coisa no ministério que depende tão somente do compromisso do próprio líder com a excelência e com o conhecimento de como alcançá-la.
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Excelência ministerial
Este livro foi escrito com a convicção de que realmente a excelência ministerial tanto honra a Deus quanto atrai outros para se juntarem à mesma causa. O pastor Pezini tem demonstrado essa excelência em sua rica experiência de mais de 25 anos de ministério como pastor e líder. Ele compartilha essa excelência ministerial de maneira muito prática através das páginas deste livro. Embora ele se dirija principalmente a pastores, esta é uma mensagem que todos os que estão envolvidos no ministério cristão devem levar a sério, ou estarão fadados à mediocridade. Você terá que escolher entre essas duas coisas. Rev. Dr. Frank Arnold
Missionário brasileiro aposentado
Introdução u
E
ste livro é fruto de um desafio que recebi para dar um curso sobre Excelência Ministerial. Ao começar minha pesquisa fiquei tão empolgado com o assunto que achei que merecia ser escrito e publicado para que outros, além daqueles que iriam fazer o curso, fossem abençoados. Essas páginas que você vai ler têm como objetivo levar você a pensar sobre a responsabilidade que recebemos ao sermos convocados para o ministério pastoral. E por termos sido convocados por Deus e desempenharmos um trabalho para ele, devemos então fazê-lo da melhor maneira possível. Deve ser de forma excelente. Este é o padrão requerido dos escolhidos.
O chamado tem certas implicações, e o ofício ministerial não é tão simples como muitos imaginam que seja. Se estabelecermos como alvo a excelência ministerial, é necessário observarmos algumas coisas a fim de alcançarmos o alvo proposto. Ao fazer isso, faremos a transição de bons para excelentes. O primeiro desafio enfrentado por aqueles que se entregam ao ministério, e que não pode ser ignorado, é a importância do chamado divino. Sem a certeza da convocação para o serviço do ministério, coloca-se em risco o desempenho da expansão do Reino de Deus, porque aquele que chama é o mesmo que promete estar conosco e nos usar como
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Excelência ministerial
instrumentos em suas mãos. Ele diz: “sem mim vocês não podem fazer nada” (Jo 15.4s) e muito menos produziremos frutos sem ele. A prioridade desse desafio no padrão da excelência e o desafio de colocar o Reino de Deus em primeiro lugar em tudo o que fazemos está intimamente ligado com a clareza da convocação divina. Não se deve ignorar que o chamado para o ministério tem certas implicações. Primeiro desenvolvemos um trabalho que não escolhemos, mas para o qual fomos escolhidos. Recai sobre nossos ombros a responsabilidade de produzirmos frutos, de sermos eficazes. A fim de alcançar o padrão exigido precisamos estar preparados e, para isso, precisamos estar abertos a aprender diariamente, crescer! Como o que precisamos não vem de nós, é exigido daqueles que respondem obedientemente à convocação que busquem diariamente aquele que os escolheu. Isso é necessário a fim de alcançar o esperado. No entanto, a excelência ministerial, na maioria das vezes, tem sido vista na paciência exercida diante daqueles que julgamos problemáticos, nas aflições sofridas pelo cuidado, nas privações pelo preço da obediência, nas angústias pelas incompreensões, pelas injustiças enfrentadas, mas dando sempre o melhor de si a fim de que Deus seja glorificado em tudo.
Mas se isso não fosse o bastante, a excelência ministerial nos leva a estar aos pés do Senhor. Se negligenciarmos a vida devocional, todas as outras áreas serão prejudicadas. Cremos que para atingir o padrão divino é necessário que leitura, vida de oração e meditação na Palavra sejam os primeiros itens da agenda diária do pastor. Ele deve entender isso como parte do trabalho para o qual foi escolhido. Sabemos
Introdução
que é do conhecimento de todos que a negligência em relação à oração permanece como um dos principais problemas da igreja contemporânea e, consequentemente, do ministério em geral. Me parece que nos esquecemos de observar o conselho daqueles que viveram antes de nós e que estavam envolvidos no ministério, que experimentaram uma vida de oração e testemunharam como Deus age quando levamos o ministério a sério.
Devemos ficar atentos a todos esses desafios para não cairmos na tentação que nos rodeia o tempo todo: o ativismo. Muitas coisas são cobradas de nós, os pastores. Espera-se que o pastor pregue, ensine, treine líderes, reforme a igreja, ore, evangelize, administre, visite, discipline, motive, discipule, dirija o louvor, aconselhe, batize, ministre a ceia, arrecade as ofertas, impetre a bênção apostólica, redija o boletim, governe, doutrine, faça teologia, missões, dê testemunho da vida pessoal, familiar e financeira.
Tudo isso é parte da vida ministerial, portanto, espero que o material que está em suas mãos o leve a refletir sobre todas essas coisas e o ajude a alcançar a excelência, pois aquele que o chamou para esse ministério, que se dispôs a estar ao seu lado e usá-lo como instrumento, deseja que seu propósito seja concretizado e que ele seja glorificado em sua vida e ministério.
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CAPÍTULO
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A EXCELÊNCIA DO CHAMADO MINISTERIAL
u Fiel é a palavra: se alguém deseja o episcopado, excelente obra almeja. 1 Timóteo 3.1
A excelência do chamado ministerial
A
função pastoral tem a ver com a obediência a uma convocação divina e com o cuidado de pessoas. Com a convocação porque parte de cima, da iniciativa de Deus em escolher e convocar alguns para desempenhar uma obra específica no corpo de Cristo, a fim de que seu propósito seja cumprido assim como foi por ele planejado. Fica mais claro este conceito quando olhamos para a resposta que Deus deu a Jeremias sobre seu chamado: “Antes de formá-lo no ventre materno, eu já o conhecia; e, antes de você nascer, eu o consagrei e constituí profeta às nações” (Jr 1.5). Quando visto da perspectiva humana, poderíamos dizer que na função pastoral Deus arrisca tudo ao confiar em pessoas como eu e você, chamando-nos para um trabalho espiritual, colocando-nos para cuidar de seu próprio rebanho.
Ser pastor é algo que se reveste de grande responsabilidade. Por esse motivo devemos ouvir o sussurro de Deus diariamente a fim e desenvolver essa função com dedicação, honestidade e excelência. Pelo fato de o pastorado estar relacionado à experiência pessoal de um chamado especial de Deus, ele deve ser realizado em função de Deus. Entender isso nos ajudará a valorizar tanto pessoas que atuam anonimamente quanto pastores, e permitirá reconhecer qual o sentido de exercer o pastorado de maneira autêntica, mesmo nos dias atuais em que estamos assistindo à banalização desse chamado celestial por muitos dos que estão em evidência e se intitulam pastores.
A função pastoral envolve também a proclamação de uma mensagem que desperte interesse por um relacionamento com Deus na vida daqueles que nos foram confiados, e que esse relacionamento seja vivenciado no contexto de
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uma comunidade. A fim de que isso se concretize, precisamos estar compromissados com aquele que nos chamou e com a fidelidade à qualidade da mensagem pregada. Seu chamado tem que estar acima de suas necessidades e interesses pessoais. Devemos ter em mente que estamos apenas servindo como instrumentos nas mãos do Criador para satisfazer os interesses do Reino. Continuamos sendo gente, mas precisamos estar atentos para não colocar os nossos interesses acima dos interesses daquele que nos chamou. Se a obra que consiste em pastorear é excelente, excelência é o que ela deve exigir. Se excelência é a exigência da obra, excelente de ser o processo que nos conduz ao pastorado. Se excelente deve ser o processo, excelentes devem ser a postura e o caminhar de todos os que foram convocados e se candidataram à função pastoral. Assim, se o que se almeja é o pastorado, almeje-se também excelência na presença de Deus! Como cristãos, membros da família de Deus, por termos sido comprados a preço do sangue do Filho de Deus, somos desafiados pelo próprio Deus a viver uma vida de excelência. Nesse caso, ao falar do ministério pastoral, não se espera nada menos do que uma vida de dedicação total e exclusiva a Deus e a seu Reino. Não esperamos falhar em Deus! Falha e divindade não são compatíveis. No entanto, quando nos esquecemos da sublimidade do chamado fazendo o trabalho à nossa maneira, colocamos em risco a obra que nos foi confiada. Se você é pastor, é chamado por Deus para uma vida e um ministério com excelência. Espera-se de cada pastor dedicação total tanto à congregação quanto àqueles que foram escolhidos e colocados ao seu lado para auxiliar na árdua tarefa da expansão do Reino de Deus.
A excelência do chamado ministerial
Para realizar um ministério por excelência, o pastor deve estar disposto a pagar o preço para ver o trabalho realizado nos moldes divinos.
1.1 Uma convocação divina O ministério pastoral é um chamado, não uma carreira profissional. Não é um trabalho que você busca desenvolver somente porque seus pais acham que é bom para você e eles sempre sonharam e oraram para ter um filho envolvido no ministério. Tenho ficado assustado ao ver quantas pessoas estão envolvidas no ministério sem uma consciência clara de seu chamado. Se você não tem clareza a respeito da convocação divina para o ministério, busque outra coisa para sustentar sua família, pois o que se espera de uma pessoa quando decide pelo ministério pastoral é a certeza do chamado divino. A Igreja pertence a Cristo e é governada por ele. Por isso entendo que é ele quem decide a respeito daqueles por meio dos quais irá pastorear seu povo, pois, por determinação do Pai, de maneira suprema e soberana nele está investido o poder de chamar, instituir, ordenar e governar a Igreja. E Cristo atua por intermédio do Espírito Santo, distribuindo os dons e capacitando aqueles que ele mesmo convoca. Portanto, uma pessoa não pode se envolver no ministério pastoral sem que seja, de fato, chamada pelo próprio Deus. Essa convicção deve ser tão clara como foi a do apóstolo Paulo. Ao escrever à igreja de Roma, ele assim expressa seu chamado: Paulo, servo de Cristo Jesus, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus... (Rm 1.1).
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