para
jovens
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jovens
Iara Suckow Barbosa 1ª edição Cuririba 2012
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Anos
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Josiane Zanon Moreschi / Sandro Bier Projeto Gráfico e Diagramação Sandro Bier Capa
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1 edição - fevereiro/2012
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B238c Barbosa, Iara Suckow O caminho das pedras para jovens / Iara Suckow Barbosa -Curitiba, PR : Encontro, 2012. 14x21 cm.; 112p. ISBN 978-85-86936-83-8 1. Psicologia. 2. Jovens - Perspectivas. 3. Relacionamentos. 4. Oportunidades profissionais I. Título. CDU 159.942 _________________________________________________________________
Catalogação na publicação: Leandro Augusto dos Santos Lima - CRB 10/1273
Dedico este ao jovem que me conquistou e por quem me apaixonei hรก muitos anos... Ilson
SUMÁRIO
Vamos nos apresentar 1ª Pedrinha para marcar o caminho
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“Jovem, você é forte e capaz para aprender” 2ª Pedrinha para marcar o caminho
23
“Estou crescendo e aprendendo: Como viver com um lenhador e uma madrasta?” 3ª Pedrinha para marcar o caminho
29
“Estou abandonado na floresta. Solidão: Como encontrar uma saída?” 4ª Pedrinha para marcar o caminho “Estou vagando de um lugar para o outro à procura de casa. Ansiedade: Como lidar com essa tortura?”
35
5ª Pedrinha para marcar o caminho
41
Estou procurando uma razão para voltar. Pensamentos: Como saber distinguir a própria busca?” 6ª Pedrinha para marcar o caminho
49
“Estou na casa de chocolate. Ilusão: Como saber se é a casa da bruxa?” 7ª Pedrinha para marcar o caminho
57
“Estou morando na casa da bruxa. Rebeldia: Como mudar uma decisão que parece doce?” 8ª Pedrinha para marcar o caminho
63
“Estou farto de chocolate. Preguiça: Como sair do comodismo e conforto das escolhas erradas?” 9ª Pedrinha para marcar o caminho
69
“Estou caindo na real. Saudade: Como saber qual das casas é a melhor?” 10ª Pedrinha para marcar o caminho
73
“Estou de volta. Perdão: Como conseguir a restauração?” 11ª Pedrinha para marcar o caminho
81
“Estou de volta. Futuro: Como fazer uma escolha profissional?” 12ª Pedrinha para marcar o caminho “Estou de volta. Namoro: Como escolher direito?”
87
13ª Pedrinha para marcar o caminho
93
“Estou de volta. Beleza: Como ter o corpo ideal?” 14ª Pedrinha para marcar o caminho
99
“Estou de volta. Dinheiro: Como saber quanto preciso?” 15ª Pedrinha para marcar o caminho
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“Estou de volta. Crescimento: Como alimentar corpo, alma e espírito?”
E assim por diante...
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“Outras pedrinhas virão. De quantas eu ainda preciso?”
Referências bibliográficas 109
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Vamos nos apresentar
E
screver para você, que é jovem, é um privilégio e um desafio para mim.
Privilégio porque, em você, minha própria adolescência renasce em minhas lembranças. E desafio porque, lembrando como foi comigo, imagino como seja com você, mesmo que sejamos de gerações diferentes. O que todas as gerações têm em comum, entre outras coisas, é que a adolescência se refere a um tempo de muita agitação. Isso é próprio da fase, mas também da vida. É um período de tempo que exige muito gasto de energia, física e emocional, para conseguir superar e, enfim, chegar à vida adulta. Há momentos em que você pensa estar maduro para tomar uma decisão, por exemplo, saber o que escolher como profissão, e no outro instante, essa mesma decisão lhe parece impossível de ser tomada. Bate uma insegurança total. Age como se fosse criança, ainda dependente e insegura. Isso é vivido e repetido por todos, os que passaram e os que estão passando pela adolescência.
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O Caminho das Pedras para Jovens
Assim sendo, ajudar um jovem em suas lutas diárias enquanto se desenvolve é, muitas vezes, difícil até para sua própria família. Muitos são os desentendimentos e as incompreensões entre pais e filhos nessa fase. Inclusive, uma das razões pelas quais se escreve sobre o assunto é que tanto os jovens quanto seus pais buscam ajuda com profissionais ou conselheiros para tentar compreender-se mutuamente ou minimizar os conflitos emergentes. Então, dado o desafio, a proposta deste livro é ser para você um indicativo, um caminho. E um caminho que vamos construir por meio de uma narrativa muito conhecida por você. Em algum estágio de sua infância, certamente lhe contaram a história de João e Maria, conto clássico escrito pelos Irmãos Grimm.1 Na história os personagens sinalizaram sua volta para casa, primeiro com pedrinhas e, depois, com farelinhos de pão. As pedrinhas os reconduziram inicialmente, mas os farelinhos, por terem sido comidos por pássaros, os deixaram presos em uma sombria floresta, perdidos e sem rumo. Mas nesse conto infantil, também havia um mapa, e foi com este que os irmãos puderam voltar para casa definitivamente. Encontraremos nessa história muitos episódios de conflitos, e outros tantos que nossa imaginação desejar enxergar. Do mesmo modo, pretendo conduzir você enquanto lê. Levá-lo de volta à sua casa. A casa que se perde de vista muitas vezes durante a adolescência. A casa de seu coração, de suas emoções, de seus relacionamentos e de sua vida com Deus. E assim, percorrendo o roteiro de João e Maria, você poderá ter uma visão mais clara do caminho que já tem escolhido e do caminho 1
Irmãos Grimm, dois alemães que se dedicaram ao registro de várias fábulas infantis: Jacob (4 de janeiro de 1785 — 20 de setembro de 1863) e Wilhelm (24 de fevereiro de 1786 — 16 de dezembro de 1859).
13 que poderá escolher. Voltar para casa, aqui, é seguir rumo à vida adulta de maneira saudável no corpo, na alma e no espírito. De qualquer modo, uma ou outra área de sua vida poderá ser identificada na trajetória desse belo conto. Acrescentarei à reflexão textos bíblicos que nortearão os conselhos e orientações que lhe serão sugeridos. Isso também auxiliará seu caminho espiritual. Sabe-se que muitos jovens têm dificuldade para ler. Não por algum problema orgânico, mas por falta de hábito mesmo, por falta de incentivo ou por não dar prioridade a livros. Por outro lado, uma coisa lhes é própria: a curiosidade. Por natureza, os jovens são investigativos, querem saber as razões de seu comportamento e compreender o que sentem e como devem se relacionar com os outros. Alguns têm dúvidas sobre quase tudo o que os cerca: vida afetiva, relacionamento com amigos, medo, solidão, futuro profissional, e assim por diante. Então, com o propósito de tornar a leitura agradável, resolvi, junto com a editora, escrever os assuntos de forma individualizada e sintética. Você terá facilidade em ler e será estimulado a pensar. Palavras-chave estarão em destaque, para que sua fixação seja mais fácil. Sinceramente, desejo que encontre o caminho pontilhado pelas pedrinhas que irá encontrar e que indicarão a direção que o ajudará a ser reconduzido a uma vida significativa e abundante, seja nos relacionamentos interpessoais, seja em seu próprio coração ou em seu conhecimento de Deus. Boa leitura. Iara
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1ª Pedrinha para marcar o caminho
“Jovem, você é forte e capaz para aprender”
V
ocê e eu um dia na vida já nos sentimos perdidos ou abandonados. Isso pode ter sido um fato real ou fruto da fantasia e do medo que sentimos durante nossa infância ou adolescência. Quando nos sentimos assim, a busca por saída nem sempre é fácil ou simples. Nessa hora, um mau conselho poderá confundir ainda mais as coisas, o que tornará a situação até pior do que já estava. Nas histórias infantis podemos ver, de maneira clara e simples, como os personagens entram em situações difíceis, e como saem delas, por meio das soluções que lhes aparecem. São histórias com finais usualmente felizes. Porém, na vida da gente nem sempre é assim, muitas das soluções não aparecem e muitos dos finais não são tão bons como gostaríamos. Mas há uma mensagem nos contos infantis que pode nos ajudar: o caminho que os personagens percorrem e as lições que aprendem. É o que podemos ver na história de João e Maria.
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O Caminho das Pedras para Jovens
Conta-se que João e Maria eram filhos de um lenhador. Viviam em uma casa na floresta com seu pai e sua madrasta. Toda a família passava fome, então a madrasta convenceu o lenhador a abandonar seus filhos na floresta. Sabendo do plano, João levou consigo pedrinhas nos bolsos e sinalizou o caminho de volta para casa. O plano funcionou, mas no dia seguinte a madrasta impôs nova tentativa ao pai de João e Maria. Sem tempo para pegar pedrinhas, João improvisou desta vez com farelinhos de pão a demarcação do caminho. Não funcionou, pois os pássaros comeram os farelos e os irmãos ficaram abandonados na floresta. Depois de passarem a noite perdidos, encontraram uma casa maravilhosa, feita de chocolate, caramelos e biscoitos. Com fome, começaram a comer as guloseimas. Logo, porém, foram surpreendidos por uma senhora que os convidou a entrar e os acolheu. Era uma bruxa, que prendeu João em uma gaiola e colocou Maria para fazer serviços pesados. Com o intuito de engordar João para comê-lo, a bruxa o alimentava bem e, de tempos em tempos, verificava se ele havia ganhado peso pedindo que lhe estendesse o dedo. João a enganava apresentando em lugar do dedo um osso de galinha. A bruxa, percebendo a demora na engorda de João, mandou Maria acender o fogo para comê-lo mesmo assim. Maria acendeu o fogo e, em um descuido da bruxa, empurrou-a para dentro da fornalha. Os irmãos fugiram carregando consigo um mapa, que os levaria de volta à casa do pai e levando consigo ouro e joias que haviam encontrado. Ao retomarem, o lenhador recebeu os filhos com muita alegria e contou-lhes que a madrasta havia ido embora. Assim, João e Maria viveram felizes, com muita fartura e na companhia de seu pai.2 2 Adaptação do livro João e Maria, traduzido por Denise Katchuian Dognini (São Paulo: Zastras, 2010).
1ª Pedrinha para marcar o caminho
Em uma breve reflexão comparativa desse conto com a vida de um jovem, podemos perceber como João tentou uma estratégia para voltar para casa quando soube do intento da madrasta em abandoná-lo junto com sua irmã. Assim, a maioria dos jovens tenta uma solução para o conflito que está vivendo. Muitas vezes, por exemplo, quando um jovem faz parte de uma família que passa a maior parte do tempo se metendo em confusão, com gritos e agressões, é provável que ele sinta o desejo de interferir, ou até interfira, pedindo que os pais parem de brigar. Pode até propor uma solução para melhorar o conflito. Muitos, até mesmo assumem a culpa, que nem é sua, para que a paz volte. Outros tomam para si as amálgamas da relação dos pais com o fim de mantê-los juntos, unidos. Em outras situações, no entanto, com a finalidade de solucionar conflitos homéricos, como no caso de traição de algum dos pais, o jovem interfere sugerindo que haja separação, para que o sofrimento seja diminuído. Seja como for, o jovem tentará uma saída para as circunstâncias desagradáveis vividas pela família. João e Maria também tinham uma proposta: queriam voltar. Mesmo sob risco, é melhor estar com o pai e a madrasta do que longe deles. Porém, em condições exageradamente adversas, nas quais os conflitos sejam muito graves, situações em que o jovem se sinta paralisado ou incapaz talvez essa não seja uma saída ou solução construtiva. Ele poderá recorrer ao isolamento ou aos vícios para fugir dos problemas. Nesse caso, as coisas se complicam muito mais. Mas, voltando a João e Maria, outro fator importante no conto é que as crianças, depois de passarem a noite na floresta, continuam caminhando em busca de uma solução.
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O CAMINHO DAS PEDRAS PARA JOVENS
Iara Suckow Barbosa, psicóloga e palestrante, dá um passo ousado no seu segundo livro: une elementos que usualmente deixaríamos separados - e não é isso que adolescentes gostam de fazer? Aqui contos e verdades bíblicas são entretecidas em linhas coloridas, transportando avessos e direitos, figuras e fundos da vida. Desta forma, Iara acompanha nossos adolescentes e jovens em seus passos rumo à maturidade, ajudando-os a sentir e pensar seu caminho. Estamos de parabéns com este presente que Iara nos dá! Karin H. K. Wondracek Psicóloga e psicanalista - Porto Alegre Professora Faculdades EST - São Leopoldo-RS