Personagens ao redor da Igreja

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EDITORIAL

“Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos, maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra.” (Hb 11.37-38 ARA) Esta revista completa a trilogia que acompanha os livros de Tom Houston, volumes que, por meio de biografias, expõem o nascimento de Cristo, Sua morte e Sua Igreja. A Editora Cristã Evangélica, em parceria com a Editora Esperança, publicadora dos livros, elaborou as revistas com base nesses volumes, a fim de incentivar a leitura deles e estudar temas tão relevantes para nós. Em Personagens ao Redor da Igreja, você terá oportunidade de estudar desde os protagonistas dessa história, em Atos, até pessoas que estavam em volta ou interagiram, mesmo não sendo pregadores ou plantadores de igreja. A cada lição, o que se busca é mostrar a presença e a relevância da Igreja no mundo desde o Pentecostes até os dias de hoje, levando à conclusão inevitável de que somos parte da história da igreja. Somos hoje os personagens dentro e ao redor da igreja, que, usados por Deus, continuamos a história outrora começada. Nossa oração é que as 16 lições a serem estudadas tragam a você e ao seu grupo maior compromisso com a igreja e plena alegria em ser parte desse corpo tão especial, personagem integrante da história da igreja no presente. Com oração e apreço, André de Souza Lima


Copyright © 2021, Editora Cristã Evangélica 1ª edição, 2021 Todos os direitos nacionais e internacionais desta edição reservados. Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada ou reproduzida – em qualquer meio ou forma, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação, etc. – nem apropriada ou estocada em sistema de banco de dados, sem a expressa autorização da Editora Cristã Evangélica (lei nº 9.610 de 19/02/1998), salvo em breves citações, com indicação da fonte.

diretor Abimael de Souza

consultor John D. Barnett

editor-chefe André de Souza Lima

editor desta revista John D. Barnett

assistente editorial Isabel Cristina D. Costa As citações bíblicas foram extraídas da Nova Almeida Atualizada — NAA, exceto indicações de outras versões.

Editora filiada à Associação de Editores Cristãos

autores Agnaldo Faissal de Carvalho Ana Lídia C. Hohne Ana Lúcia C. Costa André de Souza Lima Ann G. Barnett Antônio Rodrigues Siqueira Débora Coutinho Rodrigues Eduardo Bittencourt Guilherme Zimbrão Paim Luiz André Barbosa Sandro Pontes Saulo Cesar da Silva Sérgio Paulo Moreira Figueiredo Valdemberg Viana Victor Zárate

diagramador Henrique Martins Carvalho

Rua Goiânia, 294 – Parque Industrial 12235-625 São José dos Campos-SP comercial@editoracristaevangelica.com.br www.editoracristaevangelica.com.br Telefone: +55 12 3202-1700

capa André de Souza Jr.


SUMÁRIO LIÇÃO 1

A igreja ontem e hoje

5

LIÇÃO 2

Os doze apóstolos

9

LIÇÃO 3

Pedro 1 – transformado em pregador

14

LIÇÃO 4

O homem coxo – a verdadeira necessidade

20

LIÇÃO 5

Pedro 2 – ensinando com autoridade

25

LIÇÃO 6

Gamaliel – cobrindo suas apostas

30

LIÇÃO 7

Ananias e Safira – em busca de honra

34

LIÇÃO 8

Estêvão – o primeiro mártir cristão

39

LIÇÃO 9

Filipe – o evangelista surpresa

44

LIÇÃO 10

Simão, o mago – a verdadeira necessidade

49

LIÇÃO 11

Saulo de Tarso – o destruidor da igreja

54

LIÇÃO 12

Dorcas – fé, amor e serviço

59

LIÇÃO 13

Cornélio – procurando e encontrando

63

LIÇÃO 14

Herodes Agripa – um rei que não deu glória a Deus

68

LIÇÃO 15

Pedro 3– aberto à renovação da mente

72

LIÇÃO 16

As lágrimas de Jesus por Jerusalém

77



LIÇÃO 1 ANDRÉ DE SOUZA LIMA

A IGREJA ONTEM E HOJE ATOS 1-2

VERSÍCULO-CHAVE “Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum.” Atos 2.44 ALVO DA LIÇÃO Ao estudar esta lição, você vai entender que a história da igreja iniciada pelos apóstolos continua em nossa vida hoje, contando com cada crente como personagem ativo. LEITURA DA SEMANA SEG: At 1.1-11 QUI: At 2.14-36 TER: At 1.12-26

SEX: At 2.37-47

QUA: At 2.1-13

SÁB: At 8.14-40

DOM: At 9.1-9

Q

uando alguém menciona a palavra “igreja”, quase sempre vêm à nossa mente imagens de prédios e construções; outras vezes a lembrança de atividades, encontros, calendário, ministérios e outros aspectos da vida diária da igreja. No entanto, embora tudo isso seja legítimo como parte da vida da igreja, não podemos esquecer o essencial: a igreja é formada de pessoas. Nesta série de lições, você estudará a igreja, mas por meio da biografia daqueles que foram usados por Deus no início desse grupo de salvos com a missão de proclamar 5


as verdades divinas. Por intermédio da vida deles, você verá que o Senhor escreveu a história do Seu povo na história das pessoas e também por meio dela.

I. A PALAVRA “IGREJA” A palavra “igreja”, em si, quer dizer em primeiro lugar ajuntamento ou aqueles chamados pelo Senhor para permanecerem juntos. Logo, na sociedade individualista em que vivemos, a igreja deve ser o melhor remédio, o cristão não vive sozinho, vive junto. Essa não é apenas uma questão do dicionário, é uma questão bíblica. Observe o primeiro capítulo de Atos e veja como estavam juntos os discípulos que perseveravam nos ensinos de Jesus. Logo no versículo 6, encontramos os discípulos reunidos, conversando com o Cristo ressurreto. Lucas menciona o nome daqueles que perseveraram juntos no cenáculo (v.13-14). No versículo 15, Pedro se levanta para proclamar a palavra de Deus num ajuntamento de aproximadamente 120 pessoas. Ele não tinha um ministério independente, não fez carreira solo, ele pregou a Palavra à primeira congregação reunida em Jerusalém. Igreja é reunião de pessoas, e isso deve ficar claro para você. Não há espaço para individualismo ou solidão. Deus não salva pessoas para viverem isoladas em seu mundo particular. Ele salva pessoas para viverem a vida cristã na igreja, no ajuntamento. Como não é possível participar do ajuntamento mundial, o Senhor nos planta numa expressão local de Sua Assembleia, e ali fazemos o que Ele nos mandou fazer. DESAFIO

Não faz sentido dizer que é parte da igreja e não participar do seu

PARA

ajuntamento, sua reunião. Quanto você tem participado e valoriza a

HOJE

reunião do povo de Deus? (Hb 10.25).

Outro significado da palavra “igreja”, reportado pelo dicionário Webster 1828, é pertencente ao Senhor. Então, além de ser aqueles que se reúnem, a igreja também é o grupo de pessoas que pertence ao Senhor, obedece ao Senhor, serve o Senhor. Isso fica claro também nas Escrituras e no ensino apostólico. A igreja é mais que uma organização, é o grupo de pessoas formado pelo Senhor e por Seu poder. A igreja dos tessalonicenses (1Ts 1.2-10) é exemplo para nós. Sua fé repercutiu em grande amplitude geográfica e foram reconhecidos como imitadores de Jesus, servos fiéis, cristãos. A mudança na vida deles foi marcante, e todos à volta perceberam como tinham mudado de crenças, de hábitos. Eles deixaram os ídolos e se tornaram servos do Senhor! 6


DESAFIO

Aqueles que vivem ao redor de sua igreja podem dizer o quê a respeito

PARA

dela? Os vizinhos reconhecem que seus f requentadores são, na

HOJE

realidade, seguidores de Cristo?

II. OS PERSONAGENS AO REDOR DA IGREJA Ao redor da igreja que nasceu em Atos, havia convertidos e curiosos, apoiadores e adversários, líderes e liderados, homens e mulheres. O que cada um deles tem em comum? Foram usados por Deus para completar a história de Seu povo escolhido, a igreja. Cada biografia tem sua singularidade e contribuição para a história toda. Você aprenderá sobre o caráter e a vida com Deus, além de entender um pouco mais do povo de Deus enquanto estuda a vida de servos e servas consagrados ao Senhor. É impossível estudar todos eles numa série de lições, mas você terá oportunidade de começar a conhecer a igreja ao estudar essas pessoas especiais. Líderes notáveis ou crentes que foram exemplo estão na lista de biografias deste volume. DESAFIO PARA HOJE

Paulo é um exemplo para nós. O Senhor usou o preparo teológico de Paulo para que ele se tornasse um grande escritor da igreja, sua cidadania romana para que viajasse livremente. Você já refletiu como o Senhor pode usar você?

Pessoas na Bíblia nos ensinam por meio de caráter, atitudes, ações. Às vezes, desejaremos imitá-las; outras vezes, essa será a última coisa que gostaríamos de fazer. Homens tementes a Deus como Pedro, Saulo, Estêvão, Filipe, têm muito a nos ensinar, sem falar de mulheres fantásticas que se dispuseram a trabalhar num ministério específico e foram usadas pelo Senhor para estabelecer Sua igreja, como Dorcas. Outros personagens, como: Gamaliel, Ananias e Safira, o homem coxo, Herodes, moldaram a vida de algum personagem importante ao redor da igreja, ou foram usados para evidenciar o caráter de Deus ao tratar pecado e salvação. Durante a história da igreja, muitas outras biografias surgiram à semelhança tanto de “Saulo” como de “Herodes”. DESAFIO

Ler biografias é uma prática devocional edificante. Busque algum

PARA

personagem relevante na história da igreja, leia, reflita, compartilhe o

HOJE

que encontrou na biografia dele. 7


III. VOCÊ, O PERSONAGEM DA IGREJA HOJE Com certeza, você pode dizer que é fruto de um grande legado. A igreja dos apóstolos se espalhou pelo mundo inteiro, e uma verdade nunca se perdeu: a igreja é feita de salvos por Jesus, em cada país e cultura, que se reúnem localmente para ensinar, adorar, ter comunhão, servir e proclamar o evangelho. O que você viver hoje como igreja vai marcar ou não o testemunho do evangelho no lugar onde o Senhor o plantou. Para que a igreja seja relevante no local em que está, há alguns compromissos pessoais que você, como cristão, deve assumir, já que você é a igreja. Suas posições e compromisso pessoais vão se tornando os compromissos da igreja também. • • •

O cristão demonstra compromisso com sua presença (Hb 10.25). Embora onde estivermos seremos embaixadores do evangelho, a reunião visível dos crentes evidencia o compromisso deles com o Senhor a quem se renderam. O cristão envolve seu compromisso com amor. O contexto de estar na igreja é amar à maneira de Deus, não requerendo retribuição, nem tendo em vista o bem pessoal em primeiro lugar (Fp 2.1-4). O cristão exercita seu compromisso e a riqueza que o Senhor lhe concedeu por meio do serviço. Capacitado por Deus, cada crente coloca à disposição do Senhor e do corpo, da igreja local, o serviço que pode ministrar aos irmãos para a glória do Senhor (1Pe 4.10-11). O cristão fundamenta seu compromisso no evangelho. Este sempre deve ser o fundamento da vida do cristão (Rm 1.16-17), essa é a razão de a igreja existir e peregrinar no mundo, seja em liberdade, seja em perseguição. DESAFIO

Você demonstra o compromisso que um cristão deve ter com sua

PARA

igreja local, pregando o evangelho? De que maneiras pode melhorar

HOJE

ou aprofundar seu comprometimento?

CONCLUSÃO Ao percorrer a história da igreja por meio de biografias, você vai se apropriar da riqueza que recebeu das mãos de Cristo e de Seus apóstolos. Grandes homens começaram essa história no Novo Testamento, mas outros, homens e mulheres, precisam continuar até à consumação de todos os tempos. Temos a garantia da presença de Jesus conosco, a ordem clara para cumprir e o mundo para alcançar (Mt 28.18-20). Então, hora de arregaçar as mangas e trabalhar! 8


LIÇÃO 2 ANA LÚCIA C. COSTA

OS DOZE APÓSTOLOS ATOS 1.12-14

VERSÍCULO-CHAVE “Mas vocês receberão poder, ao descer sobre vocês o Espírito Santo, e serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra.” Atos 1.8 ALVO DA LIÇÃO Ao estudar esta lição, você vai aprender como Deus usou pessoas completamente diferentes para iniciar a obra da igreja. LEITURA DA SEMANA SEG: Mt 10.1-4 QUI: At 2.5-13 TER: Lc 5.1-11,27-28

SEX: At 2.14-36

QUA: At 1.4-5; 2.1-4

SÁB: At 4.23-31

DOM: Mt 16.24-27

Q

uem de nós escolheria um dos doze para chefiar qualquer empreitada? Medrosos, inseguros, afoitos, explosivos...

Paulo explica o critério de Deus ao escolher líderes para o seu trabalho, em 1Coríntios 1.26-29: “Irmãos, considerem a vocação de vocês. Não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento. Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo... e as desprezadas, e aquelas que não são... a fim de que ninguém se glorie na presença de Deus”. 9


Lembram-se de Gideão? Humilde, medroso, inseguro, pobre – um perdedor. E Deus o escolheu para libertar Israel de seus poderosos inimigos ( Jz 6.11-18). Ou seja, o TodoPoderoso escolhe pessoas como nós, como você, como eu... fracas, despreparadas, inseguras, temerosas diante da tarefa que Ele nos comissionou para realizar em Seu Reino. As qualidades requeridas pelo Senhor do Universo são fé, humildade, obediência, dependência (Lc 5.8-11).

I. INÍCIO DA IGREJA

“... VENHAM COMIGO, E EU OS FAREI PESCADORES DE GENTE” (MT 4.18-22).

Com esse simples convite, Jesus transformou-os em desempregados, andarilhos, sustentados por mulheres (Mt 27.55-56; Lc 8.1-3). E em três anos de ensino falado e vivenciado, transformou-os em corajosos líderes “que viraram o mundo de cabeça para baixo” ou “... Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui” (At 17.6 ARA). Tornaram-se pilares da igreja e seu alicerce forte. Nós somos pedras vivas no edifício da igreja com uma finalidade clara: “Vós sois (nós somos) filhos de Deus, morada do Altíssimo, com uma finalidade: proclamar as virtudes de Jesus, que nos tirou das trevas do pecado para o seu reino de luz” (1Pe 2.5,9 adaptação minha). A igreja é formada por pessoas que, como Pedro, confessam sua fé: “O senhor é o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16). E nós, Seus discípulos atuais? Paulo explica que somos: “... membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular. Nele, todo o edifício... cresce...” (Ef 2.19-21)

II. MORTE E RESSURREIÇÃO DE JESUS, E O PENTECOSTES MARCAM O INÍCIO DA IGREJA “... Cristo morreu pelos nossos pecados... e ressuscitou ao terceiro dia...” (1Co 15.3-4). “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a fé que vocês têm...” (1Co 15.17). A vida dos apóstolos e discípulos se divide em antes e depois da ressurreição: Tomé – Antes, cheio de dúvidas ( Jo 14.5; 20.24-29). Depois, espera o Espírito Santo com todos os que viram a ascensão de Jesus e aguardaram juntos em oração (At 1.12-13). 10


Mateus – Antes, coletor de impostos para os romanos, odiado publicano, rico e pecador notório (Mt 9.9; Mc 2.13-14; Lc 5.27-28). Depois, escritor do evangelho aos judeus, provando ser Jesus o Messias, o Salvador prometido nas profecias do Antigo Testamento (At 1.13). André – Discípulo de João Batista, que lhe apresentou “o Cordeiro de Deus”. Encontrando Jesus, chamou seu irmão Simão e disse: “Achamos o Messias” “e o levou a Jesus” ( Jo 1.35-41). André informou a Jesus do garoto com cinco pães e dois peixes, mas, com pouca fé, indagou: “Mas o que é isto para tanta gente?” ( Jo 6.8-9) Após o Pentecostes, pregou o evangelho na Europa, até à Inglaterra. Pedro – Seu nome era Simão, Jesus o mudou para Pedro – grego (Mt 16.18; Lc 6.14). Em hebraico, era Cefas (1Co 15.5; Gl 1.18; 2.11). Impetuoso, falava em nome dos outros (Mt 18.21; 14.28-31; 26.33; Jo 6.66-69; 13.36-37). Participou da transfiguração de Jesus e se ofereceu para fazer tendas (Mt 17.1-8). Com medo (Lc 22.31-34), negou a Jesus conforme Este profetizara, e arrependeu-se amargamente (Jo 18.15-18,25-27; Lc 22.54-62; Mt 26.69-75). Após a ressurreição, foi logo comprovar (Lc 24.11-12; Jo 20.2-7). Pedro foi perdoado e restaurado por Jesus quando, ao acabar de comer com ele, o Mestre perguntoulhe por três vezes se O amava. Pedro garantiu que sim – lembra-se? Por três vezes negara a Jesus. O Mestre lhe deu a chefia dos discípulos: “Apascente as minhas ovelhas” (Jo 21.15-19). Transformado em corajoso líder após Pentecostes, teve proeminência no livro de Atos até o capítulo 15, quando sobressaem as viagens de Paulo. Seu discurso em Atos 2 revela um homem conhecedor do Antigo Testamento e orador persuasivo. Sua pregação seguinte, em Atos 3, demonstra sua fé e convicção no Messias profetizado. Em Atos 4, sua coragem assombra os sacerdotes. Em suma, Jesus lapidou o caráter de Pedro, transformando-o de medroso em destemido, confrontando as autoridades com o poder do Espírito Santo: “Antes importa obedecer a Deus do que aos homens.” (At 5.29 ARA) E nós, entregamos ao Espírito Santo nossos dons e talentos? João, o Apóstolo do Amor – Com o irmão Tiago, era chamado por Jesus de Boanerges, isto é, “filhos do trovão” (Mc 3.17). Pediu a Jesus que consumisse os samaritanos descrentes com fogo (Lc 9.54). Pediu orgulhosamente para sentar-se à direita de Jesus, em Seu Reino, com seu irmão, Tiago (Mc 10.35-41). Foi o único dos doze a ficar ao pé da cruz e recebeu de Jesus a incumbência de cuidar de Sua mãe ( Jo 19.26-27). Assim que avisado por Maria Madalena da ressurreição, foi correndo ao sepulcro ver ( Jo 20.1-8). Escreveu seu evangelho já idoso, revelando não só a divindade eterna de Jesus, mas Suas ordens reiteradas que deveriam amar altruisticamente como o Mestre fizera ( Jo 13.34-35; 14.21,24; 15.12-14,17). Foi bispo de Éfeso e autor de três cartas, sendo a primeira uma exortação veemente ao amor entre os irmãos. 11


Tiago, irmão de João, filho de Zebedeu e Salomé (Lc 24.10; Mc 16.1; Mt 27.56). Juntamente com João, abandonou tudo ao ser chamado por Jesus (Mt 4.21-22; Mc 1.19-20; Lc 5.9-10). Participou da transfiguração de Jesus (Mt 17.1-8; Mc 9.2-8; Lc 9.28-36) e também da agonia do Senhor no Getsêmani (Mt 26.37-38; Mc 14.33-34), pois era do círculo íntimo do Mestre. Foi o primeiro apóstolo martirizado, ainda no início da igreja em Jerusalém (At 12.2). Os doze – A lista completa dos doze aparece em Mateus 10.1-4; Marcos 3.13-19 e Lucas 6.13-16. “Eis os doze que designou: Simão, a quem acrescentou o nome de Pedro; Tiago, filho de Zebedeu, e João, irmão de Tiago, aos quais deu o nome de Boanerges, que quer dizer ‘filhos do trovão’; André, Filipe, Bartolomeu, Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu; Tadeu; Simão, o Zelote; e Judas Iscariotes, que foi quem o traiu.” (Mc 3.16-19)

III. PAULO – O APÓSTOLO AOS GENTIOS Após o suicídio de Judas Iscariotes, os onze se reuniram para escolher o substituto (At 1.15-17,21-26). Matias, o escolhido, não aparece mais no NT. Creio que o escolhido por Jesus para completar os doze foi Saulo de Tarso (Gl 1.1; At 9.15-16). Escolhido antes do nascimento (Gl 1.15-16; At 21.39; 22.2-3), era culto, poliglota, cidadão romano e fariseu (especialista no AT – Gl 1.14; Fp 3.5). Foi preparado por Deus para ser o fundador de igrejas pela Ásia e Europa, e para defender com brilhantismo a tese da salvação pela graça (Rm 1-8); também escreveu as cartas que fundamentaram a igreja nascente. Apesar de doente, sofrendo a sequela de prisões e açoites (Cl 1.24-25; 2Co 1.4-11; 6.4-5; 11.23-27; 12.7-10; At 14.19; 16.22-23), fez três longas viagens missionárias acompanhado por Lucas, que era médico. Preso em Roma, escreveu as cartas aos Filipenses, Efésios e Colossenses e, corajosamente, pregou o evangelho, até ser decapitado.

CONCLUSÃO “... eles... deixando tudo, o seguiram” (Lc 5.11) Atos 4.13 registra que, fariseus e sacerdotes, “ao verem a ousadia de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, ficaram admirados...”. Tinham preconceito contra o povo, pois não havia judeus analfabetos. Era obrigatório todas as crianças estudarem nas sinagogas: a Torá em hebraico, aprender matemática e a História de Israel. 12


A linguagem falada em toda a Palestina era o aramaico e, como proprietários de barcos e negociantes de peixes, precisavam saber o latim dos romanos (Mc 1.19-20; Lc 5.9-10). Eram considerados incultos, porque não continuaram os estudos como Paulo e Lucas, não liam os livros gregos, língua que aprenderam posteriormente ao pregar o evangelho no império e para escrever as cartas em grego. E nós, o que deixamos para “pescar homens para o Reino? O sofá? A TV? O computador? Tom Houston comenta sabiamente: “Oravam com as mulheres incluídas no unânimes, e não em espaços separados como no templo, ou em lados diferentes como nas sinagogas...” (At 1.14). A narrativa de Atos prossegue: “Todos estes perseveravam unânimes em oração ... Todos ficaram cheios do Espírito Santo...” (At 2.4)... conclui afirmando: “toda igreja precisa que todo o seu povo esteja crescendo como força para coesão, para curar feridas (espirituais e emocionais), para levar à reconciliação, para ajudar pessoas em tudo”. E nós? Que fazemos com o poder do Espírito Santo? Ele nos foi dado como aos discípulos, com a finalidade de anunciar o evangelho da salvação pela graça – a maior notícia de todos os tempos! Que desculpa daremos quando Cristo voltar?

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