Para onde vai a igreja

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Para onde vai a Mudanças na maneira de conduzir ministÊrios

Eddie Gibbs



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IGREJA Mudanças na maneira de conduzir ministérios

Eddie Gibbs



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IGREJA Mudanças na maneira de conduzir ministérios 1ª edição Tradução: Josiane Zanon Moreschi

Curitiba 2012


Eddie Gibbs

Para onde vai a Igreja Mudanças na maneira de conduzir ministérios Originally published by InterVarsity Press as Church Next by Eddie Gibbs. © 2000 by Eddie Gibbs. Translated and printed by permission of InterVarsity Press, P.O. Box 1400, Downers Grove, IL 60515, USA. Coordenação editorial: Walter Feckinghaus Título original: Church Next - Quantum Changes in How We Do Ministry Tradução: Josiane Zanon Moreschi Revisão: Sandro Bier Capa: Sandro Bier Editoração eletrônica: Josiane Zanon Moreschi Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Gibs, Eddie Para onde vai a igreja : mudanças na maneira de conduzir ministérios / Eddie Gibbs ; tradução Josiane Zanon Moreschi. - - 1. ed. - - Curitiba, PR : Editora Esperança, 2012. Título original : Church next. ISBN 978-85-7839-073-0 1. Reavivamento (Religião) 2. Renovação da Igreja 3. Vida cristã I. Título. 12-01359

CDD-269.2 Índices para catálogo sistemático: 1. Avivamento e renovação : Cristianismo 269.2

Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total e parcial sem permissão escrita dos editores. Editora Evangélica Esperança Rua Aviador Vicente Wolski, 353 - CEP 82510-420 - Curitiba - PR Fone: (41) 3022-3390 - Fax: (41) 3256-3662 comercial@esperanca-editora.com.br - www.editoraesperanca.com.br


“Este livro é descritivo, prescritivo, visionário e brutalmente honesto. É um dos poucos textos indispensáveis para informar a forma emergente da igreja.” George G. Hunter School of World Mission & Evangelism Asbury Theological Seminary



Sumário

Agradecimentos........................................................................................9 Introdução...............................................................................................11 1 De viver no passado a comprometer-se com o presente...............17 2 De dirigido pelo mercado a orientado para missões.....................45 3 De hierarquias burocráticas a redes apostólicas.............................81 4 Do ensino de profissionais ao mentoreamento de líderes..........113 5 De seguir celebridades a encontrar santos....................................145 6 Da ortodoxia morta à fé viva...........................................................175 7 De atrair uma multidão a buscar o perdido..................................205 8 De pertencer a acreditar...................................................................229 9 Das congregações genéricas às comunidades encarnacionais...257 Índice de nomes...................................................................................283 Índice de assuntos................................................................................285



Agradecimentos

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rimeiro, meu muito obrigado vai para Rodnay Clapp que, tendo me ouvido falar sobre os desafios que as igrejas do ocidente estão enfrentando atualmente, encorajou-me a desenvolver essas ideias para publicação. Também estou em dívida com Andrew T. Le Peau, o diretor de editorial da InterVarsity Press, e com seus leitores externos por seus perceptivos comentários Também me beneficiei da minha interação crítica com meu estimado colega Wilbert Shenk e o grupo de estudantes que se reúne no Fuller Theological Seminary para discutir o sutil impacto da pós-modernidade nas sociedades ocidentais. O ������������������������ grupo inclui Ryan Bolger, Gwen Fleming, Alison Houghton-Kral, Karen Kuchan, Randy Hines, Mike Patterson, Shawn Redford e Barry Taylor. Além disso, tenho sido enriquecido e mantido atualizado pela experiência pastoral dos pastores do programa Doutor em Ministério e de estudantes de mestrado. Eles ajudaram a dar forma a este material com suas contribuições nas discussões em aula. Explorando o impacto da cultura popular, nossos estudantes são muitas vezes


nossos professores, na medida em que a realidade que as gerações mais velhas procuram descrever do ponto de vista individual é a cultura em que os alunos foram totalmente imersos por toda sua vida. Sou muito grato pelo trabalho de Kristin Kvaalen, que corrigiu a gramática e a ortografia e deu atenção meticulosa à conferência de referências e à busca de fontes extraviadas. Ben Penner também foi de grande ajuda coletando e preparando informações de referência. Contudo, devo absolver todos acima citados de qualquer imprecisão que ainda permaneça e pelas contínuas limitações em meu próprio entendimento das complexidades e confusões de uma sociedade em meio a profundas mudanças e transições. Confesso ser um aprendiz lento e ainda um trabalho em andamento. É difícil pensar claramente quando tremores secundários continuam ressoando e balançando o chão sob seus pés.


Introdução

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or trás deste livro há uma história que, neste caso, tem levado muito tempo para tomar forma. De certo modo é a história da minha vida, de como eu vim para a igreja em meio a uma época de profunda transição cultural na Inglaterra nos anos seguintes à 2ª Guerra Mundial. Meus pais não iam à igreja, embora o ministério do Exército de Salvação tenha influenciado minha mãe em seus primeiros anos. No entanto, apesar de sua falta de envolvimento na igreja, me batizaram em uma igreja metodista quando eu tinha apenas alguns dias de vida, e continuaram me enviando para a escola dominical quando eu era criança, e me encorajando a me formar na classe bíblica dos meninos. Minha vida em casa era caracterizada por um grande senso moral. Nunca ouvi palavrões e fui ensinado a ser verdadeiro em todos os momentos. Meus pais eram rígidos na observância do domingo: minha mãe nunca pensaria em fazer faxina no domingo, e eu não estava autorizado a jogar bola nesse dia, que era reservado para atividades mais silenciosas. Nunca ouvi o nome do Senhor ser tomado em vão em minha casa e raramente entre as crianças do meu bairro.


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Era uma sociedade amparada e permeada por aquilo que alguns chamam de “religião implícita” ou “cultura cristã”. A maioria dos meus amigos ia à escola dominical ou cantava no coral da igreja, enquanto, como no meu caso, seus pais nunca iam à igreja, ou iam apenas em ocasiões especiais. Tendo abandonado a escola aos dezesseis anos para passar dois anos nos laboratórios de uma empresa farmacêutica, dois anos no serviço militar e cinco anos no seminário, fui finalmente ordenado para o ministério da Igreja da Inglaterra trinta e seis anos antes de escrever isto. Olhando para trás para meus anos de formação, percebo que fui treinado para um mundo que mudou além de qualquer previsão, não apenas em termos de progresso tecnológico, mas no clima cultural. Muitas dessas mudanças têm dominado as igrejas locais com a força de avalanches alpinas. Prédios de igrejas são abandonados ou convertidos para outros usos. Outros são mantidos, mas agora abrigam congregações que estão definhando e envelhecendo. É triste e doloroso ver esses monumentos com ministérios fiéis que não tiveram o necessário insight de missão transcultural e experiência para se adaptar a uma sociedade em transição. A igreja na qual minha esposa e eu viemos a uma fé pessoal em Cristo e que tem uma grande reputação por ser fiel ao Evangelho, por estar comprometida com evangelismo e por ter um ministério de jovens dinâmico, agora foi fundida com outra paróquia. O prédio da igreja foi convertido em apartamentos para os idosos. A população ao redor da igreja hoje é racialmente mista a religiosamente pluralista, com números significativos de muçulmanos e sikhs. Dadas as mudanças demográficas, será o seu futuro insustentável? Mas o desafio não é simplesmente aquele apresentado pelo aumento da diversidade étnica e pela migração de pessoas de outras religiões. Ao mesmo tempo, os ingleses de nascimento estão cada vez mais distantes da igreja. Durante a década passada, as igrejas se perceberam cada vez mais marginalizadas e sua influência na


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sociedade enfraqueceu consideravelmente. A perda de força social da igreja revelou seu empobrecimento espiritual, de maneira que há uma perda de ousadia. A maioria das principais igrejas teve um sério declínio numérico, a ponto de a viabilidade de crescimento no número de igrejas, especialmente nas áreas rurais e centrais da cidade, ser motivo de crescente preocupação. Sociólogos da religião continuam afirmando a observação feita por Alexis de Tocqueville nos anos 1830, de que os Estados Unidos são uma anomalia nas sociedades ocidentais. Os Estados Unidos são um dos países mais avançados tecnologicamente, no entanto, com a única exceção da Irlanda, tem a maior porcentagem de sua população indo à igreja. Entretanto, nos últimos anos tem se tornado cada vez mais evidente que nem essa parte do mundo está imune à erosão da influência cristã, tão evidente na maior parte do mundo ocidental. Somos lembrados de que nenhuma igreja está potencialmente a apenas uma geração da extinção. Agora estamos diante de uma geração abaixo dos trinta e cinco anos de idade que está se afastando das expressões institucionais do cristianismo, optando por definir sua própria jornada espiritual. Portanto, as igrejas do ocidente devem reconhecer que enfrentam um desafio missionário que é mais urgente e radical do que tem sido por muitas gerações. Enquanto apenas uma década atrás, jovens estavam dizendo não para a igreja, mas sim para Jesus, agora um número crescente está em busca de uma espiritualidade transcendente, na qual Jesus não ocupa mais o lugar central. No entanto, em meio a incertezas morais e confusão espiritual, há sinais encorajadores de vitalidade espiritual e exemplos de comunidades cristãs assumindo os desafios de um novo dia. Sempre foi o caso de que vinho novo deve ser colocado em odres novos. Mas aqueles odres novos não podem ser apenas novas versões dos modelos antigos. Nem podem ser tirados de modelos feitos por diagramas fornecidos por um punhado de igrejas de alto nível que conseguiram contrariar a tendência nacional.


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De fato, podemos descobrir que os modelos mais úteis podem ser tirados dos primeiros 150 anos da igreja cristã, quando começou como um movimento sem poder político nem influência social em um ambiente pluralista. Além disso, as igrejas do ocidente estão descobrindo que têm muito a aprender com as igrejas em crescimento no Mundo da Maioria1, que estão prosperando em meio a ambientes pluralistas sem influência social nem os recursos materiais dos quais as igrejas do ocidente desfrutaram por muitos séculos. O propósito dos capítulos seguintes é tentar identificar alguns dos maiores centros de tempestades através dos quais as igrejas têm que navegar. Essas frentes de tempestades não representam simplesmente uma ameaça de curto prazo às quais as igrejas precisam sobreviver para retornar às condições familiares e mais tranquilas que já conheciam. Ao contrário, elas representam linhas de fronteiras que separam dois mundos muito diferentes. Os principais temas abordados incluem a missão da igreja, suas estruturas, surgimento de lideranças e tutoria, adoração, espiritualidade e evangelismo. Os títulos dos nove capítulos identificam áreas-chave nas quais as igrejas precisam passar por transições em meio aos abalos sísmicos que estão acontecendo em nosso contexto cultural. Pastores e outros líderes de igrejas estão bem conscientes de que mudanças significativas na vida da igreja local (ou insignificantes para aquele assunto!) raramente são feitas sem problemas ou ordenadamente. Dentro da maioria das igrejas locais, especialmente aquelas que existem há trinta anos ou mais, há grupos de indivíduos que pensam de maneira tradicional, moderna e pós-moderna. Cada grupo tem uma perspectiva legítima e preocupações profundas. Além disso, eles foram tão moldados por influências culturais que permearam seu pensamento e alimentaram suas atitudes, que raramente param para examinar criticamente suas posições e reações às questões que tanto inflamam suas paixões. 1 Eu uso o termo Mundo da Maioria em referência ao mundo não ocidental, em lugar do termo mais comum, Terceiro Mundo, que agora é ultrapassado com a falência do alinhamento ocidental e oriental, e seu sucessor, Mundo dos Dois Terços (países em desenvolvimento da Ásia, África e América Latina), que parece artificial.


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Pastores e líderes de igrejas têm a responsabilidade de servir a cada grupo, bem como reconhecer seus próprios preconceitos particulares ou os de sua geração, que podem ser convenientemente mascarados por justificativas teológicas e eclesiológicas. Para que a gama de questões altamente emotivas seja abordada de forma justa e positiva, suposições profundamente enraizadas devem ser trazidas à superfície. O propósito dos capítulos seguintes é começar essa conversa. Eles não oferecem nenhum plano para moldar a igreja no século 21. O autor não tem nenhum insight profético adequado para tal tarefa. Além disso, o futuro é tão imprevisível e as tendências são tão diversas que seria necessário produzir rapidamente muitos projetos, e destruí-los com a mesma rapidez. Bem-vindo ao século 21! Eddie Gibbs Pasadena, Califórnia



1 De viver no passado a comprometer-se com o presente

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uanto mais uma pessoa vive, mais tende a se debruçar sobre o passado em vez de viver em interação dinâmica com o presente ou ser inspirado pela esperança de possibilidades futuras. Se isso é verdade para o indivíduo, também vale para instituições que têm uma cultura corporativa herdada, reforçada por cada nova geração. Além disso, quando mudanças na sociedade estão ocorrendo em um ritmo acelerado e de maneira imprevisível, o desejo de recorrer a um entrincheiramento protetor vem ainda mais forte. Neste capítulo de abertura examinaremos evidências que revelam a extensão dessa mentalidade entre as igrejas, avaliaremos seu impacto e exploraremos algumas megatendências que estão ameaçando a sobrevivência de dezenas de milhares de igrejas por toda a América do Norte, assim como fizeram na maior parte da Europa. Durante a última década tem havido um excesso de livros analisando a crise crescente que tomou conta das igrejas cristãs na América do Norte desde meados dos anos 60. Na maior parte da Europa essa crise tem sido fermentada por um longo período, que data do final da Segunda Guerra Mundial. Naquele continente seu progresso teve um


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ritmo mais lento, mas com consequências de longo prazo devastadoras. O declínio no número de membros ativos e na influência de igrejas estatais e das principais denominações também foi experimentado por muitas congregações independentes, que se descobriram muito vulneráveis às forças sociais adversas, causando sua redução. O atual estado das coisas em toda a Europa tornou-se agora uma bandeira de advertência às igrejas de todas as tradições teológicas e eclesiásticas na América do Norte. Os norte-americanos se consideraram, por muito tempo, imunes a esse destino, pois os Estados Unidos foram por muitas décadas uma anomalia no mundo ocidental. Os americanos, ao que parecia, eram incuravelmente religiosos, o que se refletia na ortodoxia de suas crenças religiosas e na alta porcentagem da população que frequentava a igreja todos os domingos. Algumas agências missionárias e igrejas independentes voltadas para missões “com um coração para a Europa”, estavam ansiosas para assumir o papel de salvadoras. Enviaram missionários para plantar igrejas com sementes resistentes a germes “feitas na América”, com potencial de alto rendimento. Eles se sentiam confiantes de que poderiam fornecer uma alternativa viável para as variedades lutadoras e estéreis da Europa. No entanto, aqueles missionários logo descobriram que o solo era mais difícil do que tinham previsto. Os novos e importados modelos simplesmente contribuíram para uma maior fragmentação da igreja, falhando em estimular o crescimento através de um número significativo de novas conversões. No presente momento existe uma nova humildade se espalhando no meio da igreja e de líderes missionários, em face dos novos desafios apresentados por uma cultura pós-cristã e pós-moderna que os confronta em ambos os lados do Oceano Atlântico. Os escritos do falecido Lesslie Newbigin se tornaram leitura obrigatória para pastores perplexos e desanimados em busca de novas ideias para aplicar aos desafios que enfrentam2. 2 Lesslie Newbigin, Foolishness to the Greeks (Loucura para os gregos) (Grand Rapids: Eerdmans, 1986) e The Gospel in a Pluralistic Society (O Evangelho em uma sociedade pluralista) (Grand Rapids: Eerdmans, 1989).


De viver no passado a comprometer-se com o presente

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Aqui podemos citar alguns escritores importantes sobre o assunto das tendências para onde a igreja está indo, cujas vozes estão contribuindo para o alarme que está soando. Mike Regele, cuja companhia, Percept Group, Inc., fornece dados demográficos sofisticados, coletando e mapeando qualquer local dos Estados Unidos, está consciente da extensão do desafio enfrentado pelas igrejas. Ele acredita que a igreja institucional nos Estados Unidos parecerá muito diferente daqui a vinte e cinco anos, e que algumas denominações poderão não existir mais. Mike Regele não tem dúvidas de que centenas de congregações locais fecharão suas portas pela última vez. A maioria das razões para esse prognóstico pessimista é encontrada dentro da sociedade e no fato trágico de que tantas igrejas estão falhando em discernir os sinais dos tempos e negligenciando a busca do discernimento espiritual e da vitalidade para enfrentar os desafios. “As forças que estão remodelando nossa cultura são muitas e muito fortes. Vemos sinais de fragmentação e colapso social em toda parte.”3 A visão de Regele é reforçada por sua vasta rede de contatos com líderes de igrejas em conferências e conversas. Tendo analisado dados de tendências de igrejas e de atitudes em relação às igrejas tomadas por cada uma das cinco gerações vivas hoje, ele chega à seguinte preocupante conclusão: Às vésperas do século 21, o rei que não conhecia José é a cultura coletiva da qual fazemos parte. O impacto combinado da Era da Informação, pensamento pós-moderno, globalização e pluralismo étnico-racial, que tem visto a morte da grande história americana, também substituiu o papel histórico que a igreja tem desempenhado nessa história. Como resultado, estamos vendo a marginalização da igreja institucional.4

3 Mike Regele e Mark Schulz, The Death of the Church (A morte da igreja) (Grand Rapids: Zondervan, 1995), pág. 11. 4 Ibid., pág. 182.


As igrejas devem reconhecer que enfrentam um desafio missionário que é mais urgente e radical do que tem sido por muitas gerações. Enquanto apenas uma década atrás, jovens estavam dizendo não para a igreja, mas sim para Jesus, agora um número crescente está em busca de uma espiritualidade transcendente, na qual Jesus não ocupa mais o lugar central. Novos modelos de igreja surgiram para enfrentar esse desafio, e todos têm pontos fortes e limitações. Eddie Gibbs, que elabora estratégias para igrejas e as pratica, analisa imparcialmente esses modelos, e propõe nove áreas nas quais a igreja precisará se transformar para ser biblicamente fiel à sua mensagem e à sua missão para o mundo. Este livro mostra que há sinais encorajadores de vitalidade espiritual e exemplos de comunidades cristãs assumindo os desafios de um novo dia.


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