Copyright © 2018, Editora Cristã Evangélica 1ª edição, 2018
diretor Abimael de Souza
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consultor John D. Barnett
editor-chefe André de Souza Lima
editora desta revista Ana Lídia C. Hohne
As citações bíblicas foram extraídas da Nova Almeida Atualizada — NAA, exceto indicações de outras versões.
Editora filiada à Associação de Editores Cristãos
assistentes editoriais Isabel Cristina D. Costa Eliane Vieira Maciel
autores Ana Lídia C. Hohne Ana Lúcia da Cruz Costa André de Souza Lima Ann G. Barnett Débora Coutinho Rodrigues Edilson Nunes Evaldo B. Rodrigues Joaquim Caliman Joezer Gonçalves John D. Barnett Vinícius Ferreira
diagramador André de Sousa Jr. Rua Goiânia, 294 – Parque Industrial 12235-625 São José dos Campos-SP comercial@editoracristaevangelica.com.br www.editoracristaevangelica.com.br Telefax: (12) 3202-1700
capa Henrique Martins Carvalho
EDITORIAL
L
ivros marcam a vida de quem lê. Personagens ao Redor da Cruz chamou a atenção de nosso consultor, John Barnett, que usou esse livro como devocional. Ao terminar, sugeriu a produção da revista. O tema é mais que relevante para o cristianismo, pois a cruz é central, o sacrifício de Cristo é essencial para a validade de nossa fé. É com alegria que caminhamos juntos com a Editora Esperança, divulgando excelente literatura produzida por ela, ao elaborar um guia para estudo desse importante tema. As lições nos convidam a olhar a cruz como centro de nosso estudo, mas ao mesmo tempo, os personagens que a cercaram, suas reações, fraquezas e também qualidades. Sendo gente como nós, esboçaram para com Jesus reações humanas que são passíveis de ser repetidas por nós, em nossa caminhada cristã. Você será convidado a se colocar na pele de Maria, de Pedro, de Tomé, dos soldados e outros, vendo a vida de Cristo por meio dos olhos deles, de seus sentimentos e emoções. Leia e estude cada lição orando, aprendendo, mas use também a imaginação para aproveitar cada detalhe da história que está sendo narrada. Nossa gratidão à Editora Esperança, pela parceria na edição destas lições baseadas no livro de TOM HOUSTON, Personagens ao Redor da Cruz. Que a igreja do Senhor seja edificada por elas! Com oração e apreço, André de Souza Lima
SUMÁRIO LIÇÃO 1
A cruz de Cristo - um tema central
7
LIÇÃO 2
Judas — o discípulo que traiu Jesus
12
LIÇÃO 3
Pedro — o discípulo que negou Jesus
17
LIÇÃO 4
Pilatos — aquele que lavou as mãos
22
LIÇÃO 5
Multidão – entusiasmada e inconstante
26
LIÇÃO 6
Simão de Cirene — carregou o peso da cruz
31
LIÇÃO 7
Soldados – lucrando com a dor do outro
35
LIÇÃO 8
Dois ladrões – o fim de cada um deles
39
LIÇÃO 9
As mulheres fiéis — acompanharam Jesus até o fim
44
LIÇÃO 10
Maria, mãe de Jesus — uma espada atravessou a sua alma
48
LIÇÃO 11
O centurião romano — um veredito impressionante
53
LIÇÃO 12
José de Arimateia — assinou o atestado de óbito de Jesus
57
LIÇÃO 13
Nicodemos — o discípulo secreto
62
LIÇÃO 14
Maria Madalena — liberdade que produziu devoção
67
LIÇÃO 15
Cleopas e seu amigo — discussão e dúvida
72
LIÇÃO 16
Tomé — o discípulo que duvidou
77
LIÇÃO 1 ANDRÉ DE SOUZA LIMA ANA LÍDIA C. HOHNE
A CRUZ DE CRISTO UM TEMA CENTRAL IS 53.1-12
VERSÍCULO-CHAVE “olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, sem se importar com a vergonha, e agora está sentado à direita do trono de Deus.” Hb 12.2 ALVO DA LIÇÃO Ao estudar esta lição, você se sentirá motivado a aprender com o estudo dos acontecimentos e dos personagens que viveram com Cristo o dia da crucificação. LEITURA DA SEMANA SEG: Hb 12.1-3
QUI: Mt 5.17-20
TER: Is 52.13-15
SEX: Mc 10.42-45
QUA: Is 53.1-12
SÁB: Lc 19.1-10
DOM: Jo 20.29-31
T
alvez você já tenha estudado a doutrina da morte de Cristo, mas, nas próximas lições, você vai refletir a respeito de pessoas que estavam próximas de Jesus na hora da morte Dele. A experiência delas e a compreensão que mostram a respeito da morte de Cristo nos inspiram e nos ajudam a colocar essa doutrina no lugar certo. Toda a Bíblia converge para Cristo. Não são apenas os evangelhos que tratam a respeito de nosso Senhor e da salvação. O autor de Hebreus nos convida a olhar para Jesus e Seu sofrimento a fim de que possamos perseverar na vida cristã (Hb 12.2). 7
A cruz é o símbolo do sofrimento e do sacrifício de nosso Senhor Jesus, que nos possibilitou a salvação. Você vai estudar personagens que viveram a experiência ao redor da cruz, que viram em primeira mão o preço pago por nosso Salvador para nos resgatar do pecado, aplacando a ira do Pai, tomando o nosso lugar.
I. POR QUE ESTUDAR PERSONAGENS BÍBLICOS? Narrativas de personagens são uma parte importante de toda a Bíblia. Ela está repleta de relatos sobre pessoas que conviveram com o Senhor e a maneira que foram usadas por Ele a fim de dar ao povo a mensagem de salvação. É no Novo Testamento que entendemos como isso é importante. O próprio Jesus usou histórias e personagens do AT para ilustrar Seu ensino. Quando ensinou sobre confiar em Deus para suprir necessidades, Cristo citou Salomão: “Eu, porém, afirmo a vocês que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles” (Mt 6.29). Ao confrontar a incredulidade dos fariseus, o Mestre fez com que Seus ouvintes se lembrassem da história do profeta Jonas: “Mas ele respondeu: Uma geração perversa e adúltera pede um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, senão o do profeta Jonas” (Mt 12.39). Com os acertos e erros dos personagens, podemos ver na vida prática tanto o exemplo daqueles que obedeceram a Deus, como dos que desobedeceram a Ele; daqueles que se aproximaram de Deus, e daqueles que se afastaram Dele; daqueles que buscaram vida piedosa e santa, e daqueles que se entregaram à carne e ao mundo mal. Em seguida, podemos analisar as consequências decorrentes das escolhas que fizeram. Assim, à luz das experiências deles, podemos enxergar as situações da nossa vida do ponto de vista de Deus e fazer escolhas mais acertadas. DESAFIO PARA NÓS HOJE
O desafio é nos colocar no lugar dos personagens bíblicos e perguntar: O que eu faria no lugar dele? Como Deus gostaria que eu agisse em situação semelhante? O que posso aprender por meio dos erros e acertos dessa pessoa?
II. O PROFETA ISAÍAS E A CRUZ DE CRISTO O profeta Isaías viveu 700 anos antes do nascimento de Jesus. Os personagens que estudaremos nas próximas lições assistiram pessoalmente ao sofrimento e à morte de 8
Cristo na cruz, Isaías não. Ainda que ele não tenha presenciado esse fato que mudou a história da humanidade, Deus lhe revelou a maravilhosa obra que faria por meio do Senhor Jesus. Por isso, com tantos anos de antecedência, Isaías registrou no capítulo 53 de seu livro o sofrimento pelo qual Cristo passaria rumo à cruz do Calvário, bem como a obra que ali executaria em nosso favor. Apesar de Isaías não ser um dos personagens ao redor da cruz, ele também teve uma visão de como seria o dia da crucificação de nosso Senhor. 1. O Servo do Senhor (Jesus Cristo) ficaria desfigurado (Is 52.13-15)
Os soldados romanos eram famosos pela crueldade e violência. Os castigos e açoites que Cristo recebeu de Seus algozes rasgaram profundamente Sua pele e Seus músculos. A dor, a exaustão e a carne rasgada e triturada, açoite após açoite, provavelmente deixaram-No desfigurado. 2. Ele seria desprezado e rejeitado (Is 53.1-3)
Apesar de os judeus aguardarem ansiosamente o Messias, prometido de Deus para a salvação de Seu povo, nunca imaginaram que Deus escolheria um homem de origem humilde e aparência simples. Os judeus mais instruídos, como os fariseus, esperavam uma figura grandiosa e arrebatadora. Não puderam crer que o filho de um carpinteiro galileu era o Messias, porque a expectativa deles era outra. Por isso, desprezaram, rejeitaram e perseguiram a Jesus até a morte. 3. O Servo do Senhor sofreria castigos e dores intensas por causa do nosso pecado (Is 53.4-6)
Nós é que merecíamos o castigo que Ele levou sobre Si no fatídico dia da cruz. Diferente de todos nós, Cristo não tinha pecado algum. Sobre Ele caíram todos os nossos pecados, enquanto nós fomos “curados pelo castigo que ele sofreu,... sarados pelo sofrimento que ele recebeu” (v.5 NTLH). 4. Apesar de ser maltratado e humilhado, não diria uma só palavra (Is 53.7-9)
Por todo o Seu julgamento, cheio de acusações falsas e injustas; durante todos os Seus açoites; pela via dolorosa rumo ao Calvário, onde foi cuspido e escarnecido; em nenhum desses momentos nosso Senhor reclamou, questionou, esbravejou. Suportou tudo calado, “como ovelha muda diante dos seus tosquiadores” (v.7).
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5. Seu sacrifício seria voluntário, morreria como criminoso e intercederia pelos pecadores (Is 53.10-12)
“Ele ofereceu a sua vida como sacrifício para tirar pecados (...) ele deu a sua própria vida... Ele levou a culpa dos pecados de muitos” (NTLH). Cristo foi até a cruz voluntariamente, por amor a nós. Foi morto como criminoso, entre dois criminosos. E apesar de tudo o que sofreu, das calúnias, da injustiça, da humilhação, dos açoites, do escárnio, das dores, e até do abandono dos Seus próprios discípulos, no auge da cruz, Jesus intercedeu por Seus executores – e por todos nós que, com eles, O crucificamos. Isaías recebeu de Deus essa maravilhosa revelação sobre a cruz de Cristo. Todo o sofrimento e a morte de Jesus já estavam escritos. E a expectativa do Messias que salvaria a todos foi consumada setecentos anos depois, quando o plano de Deus se concretizou na cruz exatamente como revelado ao profeta Isaías, e Sua vontade ali prosperou para louvor de Sua glória. No que se trata de Cristo, quase todo mundo tem uma opinião/atitude. DESAFIO PARA NÓS HOJE
Há quem O ignore, quem O aceite, quem O rejeite, quem O ame, quem O despreze. Qual tem sido a sua? Jesus não é exatamente o que você esperava Dele? Ajuste suas expectativas em vez de rejeitá-Lo.
III. OS EVANGELHOS E A SALVAÇÃO Os quatro evangelhos estão ricos de informações sobre o dia da crucificação. Apesar de conterem detalhes distintos, o sacrifício de nosso Senhor é o ápice de sua história. Cada evangelista tinha em mente um público-alvo distinto. Por isso, Cristo é apresentado em cada evangelho com ênfase diferente, a fim de que seus leitores percebessem a provisão de salvação de Deus, de acordo com a realidade deles. 1. Mateus – Jesus é o Messias, o prometido de Deus Os judeus eram o público-alvo de Mateus. Por isso ele se preocupou em mostrar que Cristo cumpriu as profecias do Antigo Testamento, mencionando cerca de trinta delas, além de fazer uso de genealogias e citações do AT. Seu objetivo era que os judeus desenvolvessem certeza de que Jesus era o Messias anunciado pelos profetas e que, por meio Dele, Deus já tinha enviado a salvação (Mt 5.17).
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2. Marcos – Jesus é o Filho de Deus O Evangelho de Marcos foi escrito para leitores romanos e apresenta Jesus Cristo como o Filho de Deus, que veio para servir. Para isso, ele dá ênfase no registro dos ensinos e milagres de Cristo, que só poderiam ter sido realizados pelo verdadeiro Filho de Deus, que veio “para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10.45). 3. Lucas – Jesus é o Filho do Homem Escrito para os gentios, este Evangelho mostra que Deus agiu na história por meio do Filho do Homem, de maneira criteriosa, desde o anúncio do nascimento de Cristo até à Sua ascensão (Lc 19.10). Lucas destaca que Jesus veio salvar os desprezados, como os samaritanos (Lc 10.25-37), os pecadores (Lc 15.11-32), as mulheres (Lc 8.43-48), os gentios (Lc 7.1-10). 4. João – Jesus é Deus O propósito de João ao escrever este Evangelho era o de confirmar a fé dos cristãos e levar outros a crerem ( Jo 20.31), por meio dos sinais do poder de Jesus, o Deus encarnado ( Jo 1.10-14). Jesus veio para salvar todo aquele que Nele crer ( Jo 3.16). (Informações extraídas e adaptadas da Bíblia da Escola Bíblia, SBB e Editora Cristã Evangélica) DESAFIO PARA NÓS HOJE
Você já investiu na leitura, na meditação e no estudo dos evangelhos a fim de buscar conhecer mais sobre o Salvador e Senhor de sua vida?
CONCLUSÃO Que privilégio sermos salvos por Aquele que nos amou a ponto de entregar Sua vida por nós. Você está preparado para embarcar no estudo daquele precioso dia em que Cristo livremente Se entregou para sofrer em nosso lugar!
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LIÇÃO 2 JOEZER GONÇALVES
JUDAS
O DISCÍPULO QUE TRAIU JESUS AT 1.15-26
VERSÍCULO-CHAVE “Então a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.” Tg 1.15 ALVO DA LIÇÃO Ao estudar esta lição, você será capaz de compreender o grande perigo do pecado da cobiça na vida do crente. LEITURA DA SEMANA SEG: Mc 3.13-21
QUI: Jo 13.1-20
TER: Jo 6.66-71
SEX: Jo 13.21-30
QUA: Lc 22.19-23
SÁB: Mt 26.1-16
N
DOM: Mt 27.1-10
ão há muita informação sobre Judas. As poucas que temos são aquelas fornecidas pela Bíblia. O fato que marcou a vida desse discípulo de Cristo foi sua traição ao Mestre. Até mesmo o nome dele é coberto de certo mistério. O significado de “Iscariotes” não é unanimidade entre os estudiosos. Alguns relacionam com a palavra “sicário”, ou seja, “o homem da adaga” com intuito de ligá-lo ao movimento revolucionário dos zelotes. Ainda há aqueles que sugerem significados como “o falso”, “aquele que livra”, “homem da cidade”, etc. Mas o significado mais antigo e amplamente aceito é “homem de Queriote”, que pode ser referência a uma cidade na região de Moabe ou a uma pequena vila ao sul da Judeia. Mesmo esse significado mais aceito é totalmente incerto. 12
O que nos interessa, no entanto, é explorar a razão pela qual esse discípulo de Cristo O traiu. Os textos bíblicos em estudo nos levarão a entender que a cobiça foi a força que impulsionou Judas a trair o Senhor. Essa mesma força tem feito muitos “seguidores” em nossos dias, ou seja, muitos traem a Jesus em troca de bens materiais, dinheiro, poder.
I. JUDAS E SUAS IMPERFEIÇÕES A maneira como os homens que foram divinamente inspirados pelo Espírito Santo a escrever os evangelhos se referem a Judas deixa claro que ele era movido pela cobiça, que o levou a trair Jesus. 1. Avarento
(Mt 26.14-16)
Judas, assim como os outros discípulos, esperava que Jesus Cristo iniciasse uma revolta que libertasse o povo das mãos do império romano. Como responsável pela sacola que trazia o dinheiro ofertado para Cristo e Seus discípulos, Judas esperava ocupar lugar importante no governo do Messias. Mas ao ver Jesus elogiar a atitude da mulher que quebrou o vaso de perfume que tinha alto valor a fim de ungir o Mestre (Mt 26.6-13), Judas entendeu que o reino de Cristo não era político, físico ou material, mas sim espiritual. Movido por cobiça e avareza, viu se desfazer toda a possibilidade de riqueza, de poder e de posição social, e, tentando assim tirar algum proveito da situação, entregou Jesus aos principais sacerdotes em troca de dinheiro. 2. Hipócrita (Jo 12.4-6)
Judas não foi verdadeiro quando disse: “Por que este perfume não foi vendido por trezentos denários, e o valor não foi dado aos pobres?” Ele usou essa frase para esconder o que estava em seu coração – a preocupação com os pobres era um disfarce para sua cobiça. A vida dele se tornou uma mentira motivada pela cobiça, dando brecha para a atuação do diabo ( Jo 13.27). 3. Desonesto (Jo 12.6)
Judas frequentemente costumava usar o dinheiro da bolsa dos discípulos em benefício próprio. Quando viu a mulher ungir a Jesus com um perfume de alto valor, percebeu que não se apropriaria de valor ainda maior do que estava acostumado. Essa passagem nos revela que a cobiça o levou a ser desonesto, apropriando-se de algo que não pertencia somente a ele. 13
4. Filho da perdição (Jo 17.12)
Esta é a pior das desvirtudes e significa literalmente “aquele que já ia se perder”. Judas não se perdeu contra a sua vontade, mas concordou com a situação quando decidiu no coração entregar, por dinheiro, Jesus Cristo aos Seus perseguidores. Assim como aconteceu com Judas, muitos “crentes” hoje têm se deixado DESAFIO PARA NÓS HOJE
levar pela cobiça, tornando-se avarentos e buscando segurança em bens materiais. São hipócritas ao distorcerem as verdades bíblicas para tirarem proveito das coisas sagradas. Será que você é desonesto com o seu dízimo, ficando com aquilo que pertence ao Senhor? Não seja movido pela cobiça nem se torne “filho da perdição”!
II. JUDAS, ESCRAVO DA COBIÇA Olhando para o que a Bíblia diz sobre Judas, vemos quanto ele era escravo da cobiça e dominado pelo desejo desordenado de possuir. A ganância o levou a trair Jesus, e a razão principal dessa traição não é outra se não a cobiça pelo dinheiro alheio. Vejam como os textos relatam sobre Judas: 1. Incitou reação negativa dos demais discípulos (Jo 12.4; Mt 26.8)
Quando a mulher ungiu os pés de Cristo com o perfume de alto valor, foi Judas que incitou a reação negativa dos outros discípulos, motivando um ataque à atitude dela. 2. Era o responsável pela bolsa (Jo 12.6)
Judas guardava o dinheiro das ofertas que sustentava o ministério de Cristo e Seus discípulos. Ele tinha costume de subtrair dinheiro dessa bolsa. 3. Fez pacto de traição (Mt 26.15)
Judas perguntou - “Quanto me darão para que eu o entregue a vocês?”. Isso demonstra que ele estava disposto a entregar Cristo por uma quantia que compensasse a traição que planejava fazer. Essas passagens nos revelam um Judas escravizado pela cobiça. Ele era amigo de Jesus, mas o dinheiro tinha maior importância. 14
DESAFIO PARA NÓS HOJE
Judas, o escravo da cobiça apresentado pelo Novo Testamento, nos faz o alerta de quanto esse pecado é perigoso. A cruz nos mostra o que uma pessoa escravizada pela cobiça é capaz de fazer. E você... é escravo do dinheiro?
III. JUDAS E O PREÇO PELA TRAIÇÃO A cobiça engana as pessoas e faz com que elas invertam os valores. Houston, em seu livro Personagens ao Redor da Cruz, diz o seguinte sobre o real valor das “trinta moedas de prata”, preço pago a Judas pela traição: “Existem duas possibilidades. Se fossem siclos, seriam o equivalente a mais ou menos 120 dias de trabalho. Se fossem denários, seriam o equivalente ao salário de 30 dias de trabalho de um soldado ou trabalhador. Então existem as duas possibilidades: no máximo 120 dias de trabalho, no mínimo 30. De qualquer maneira, Jesus valia menos, para Judas, do que aquelas trinta moedas de prata”. Êxodo 21.32 diz que esse era o valor que deveria ser pago por um escravo quando este fosse ferido por um boi. O profeta Zacarias (Zc 11.2-13), profetizando sobre a rejeição de Israel ao Messias, revela o Messias pedindo que Seu povo avaliasse o valor de seu trabalho. Eles o avaliaram ao preço de um escravo “trinta moedas de prata”. Assim, eles colocaram o Messias no nível de um escravo. Na mesma maneira, Jesus Cristo não tinha nenhum valor para Judas, ou melhor, o valor de Jesus Cristo para Judas era o valor de um escravo. O que a cobiça tem feito com os servos do Senhor na atualidade? Será que estamos dispostos a trocar nossas amizades por “trinta moedas de DESAFIO PARA NÓS HOJE
prata”? A grande verdade é que a cobiça nos faz perder a noção de nossos valores, de maneira tão sutil, que nos tornamos semelhantes a Judas. Será que temos agido como Judas, trocando o Jesus Cristo bíblico pelo “Jesus Cristo da prosperidade”? Lembre-se das palavras de Tiago: “Cada um
é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz” (Tg 1.14).
IV. JUDAS, REMORSO E MORTE A Bíblia nos relata as consequências da cobiça na vida de Judas (Mt 27.3-10; At 1.16-19). Vamos estudar duas delas.
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1. O remorso (Mt 27.3-6)
Judas sentiu remorso por ter traído sangue inocente, e isso pesou em sua consciência. Ele sentiu o peso de sua própria culpa, o que não mostra arrependimento genuíno, e sim fraqueza moral. Judas tentou aliviar sua consciência ao declarar a inocência de Jesus Cristo, mas tal declaração não convenceu os membros do Sinédrio. Eles não queriam reabrir questão com relação a Jesus e tinham pouco interesse pela consciência de Judas. O motivo que havia levado Judas a trair Jesus era problema dele. 2. A morte (Mt 27.5)
A princípio, parece existir uma inconsistência entre o que Mateus (Mt 27.5) e Lucas (At 1.16-20) narram sobre a morte de Judas. Mas o que a maioria dos estudiosos defende é que Judas, ao escolher a árvore, optou por uma árvore seca para se enforcar, e o galho não suportou seu peso. É interessante notar o que a cobiça trouxe para vida de Judas: a morte. Nosso versículo-chave deixa clara a sequência: “a cobiça... dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte” (Tg 1.15). No caso de Judas, gerou morte física e espiritual.
CONCLUSÃO A cobiça de Judas o levou a abrir mão de algo muito mais precioso que podia desfrutar. Assim como ele, há muitos servos de Deus envolvidos com a cobiça a ponto de não poderem desfrutar da presença de Jesus. É necessário vigiar para que esse desejo não domine sua vida e o faça trair o Senhor, trazendo para a sua vida consequências que o impeçam de desfrutar das bênçãos que Deus tem para cada um de nós.
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