Vítima, Sobrevivente, Vencedor

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DÉBORA KORNFIELD

Vítima Vítima

Sobrevivente Sobrevivente Vencedor Vencedor Apoio prático no caminho da cura



DÉBORA KORNFIELD

Vítima

Sobrevivente

Vencedor

Apoio prático no caminho da cura



DÉBORA KORNFIELD

Vítima

Sobrevivente

Vencedor

Apoio prático no caminho da cura 1ª edição

Curitiba 2012


Débora Kornfield Vítima, sobrevivente, vencedor Apoio prático no caminho da cura

Coordenação editorial: Walter Feckinghaus Revisão: Josiane Zanon Moreschi Edição: Sandro Bier Capa: Sandro Bier Editoração eletrônica: Josiane Zanon Moreschi Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Langberg, Diane Vítima, sobrevivente, vencedor : apoio prático no caminho da cura / Débora Kornfield. - - 1. ed. - - Curitiba, PR : Editora Esperança, 2012. Bibliografia ISBN 978-85-7839-081-5

1. Adultos vítimas de abuso sexual quando crianças - Aconselhamento pastoral I. Título 12-11448

CDD-261.83273

Índices para catálogo sistemático: 1. Adultos vítimas de abuso sexual quando crianças : Cura : Cristianismo 261.83273 As citações bíblicas foram extraídas da Nova Versão Internacional, Editora Vida (2000). Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total e parcial sem permissão escrita dos editores. Editora Evangélica Esperança Rua Aviador Vicente Wolski, 353 - CEP 82510-420 - Curitiba - PR Fone: (41) 3022-3390 - Fax: (41) 3256-3662 comercial@esperanca-editora.com.br - www.editoraesperanca.com.br


Dedicatória

Às valentes guerreiras Loide, Hildete, Patrícia e Beth. Sem vocês este livro não existiria. Mais importante: Sem vocês, muitas vidas, hoje restauradas, ainda estariam quebrantadas. Louvo a Deus por vocês, por sua dedicação ao ministério de restauração e por sua amizade, que para mim não tem preço.



AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiro a Deus, por me dar o privilégio de conhecer tantas pessoas preciosas ao longo do caminho, e por tudo o que elas me ensinaram. Que Deus as recompense por sua amizade, sua confiança em mim (que está entre os mistérios do mundo) e sua perseverança no caminho desafiador da restauração, que tanto me inspira. Agradeço a meu marido, David, pelo apoio em todos os momentos e, especificamente, por cuidar da Karis para que eu pudesse completar o livro. Agradeço a Luciene pelo apoio em oração e pelas sugestões práticas. Seu otimismo tantas vezes me encoraja. Agradeço a Mary por acreditar que foi Deus quem colocou este livro no meu coração. Sem essa perspectiva eu certamente teria desistido.


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Agradeço a Loide, Hildete, Patrícia e Beth: vocês sabem o quanto lhes devo e que deveriam ser nomeadas como coautoras deste livro! Agradeço a Lídia pelas intercessões no último dia de trabalho. Amo vocês.


SUMÁRIO

Ainda resta esperança ........................................................................11 De vítima a sobrevivente e vencedor ..............................................13 Como procurar ajuda .........................................................................21 O desafio do abuso sexual infantil ...................................................23 1.

Parâmetros e causas ....................................................................27

2.

A família .......................................................................................39

3.

O ciclo de violência .....................................................................51

4.

O mistério da resiliência .............................................................59

I.

A vítima: ouso falar a verdade ..................................................67

5.

Efeitos do abuso sexual infantil ................................................71

6.

As lembranças: dores, raiva e medos .......................................85

7.

Os sentimentos de culpa ..........................................................103

8.

A síndrome da vitimização .......................................................113


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II. O sobrevivente: ouso reconhecer que sou forte ...................121 9.

Uma nova identidade ................................................................125

10. A questão do perdão ..................................................................137 11. Recuperando uma sexualidade sadia ......................................147 12. Celebrando as vitórias ...............................................................165 III. O vencedor: ouso andar na graça de Deus ............................167 13. Responsabilidade e domínio próprio ......................................171 14. Limites saudáveis .......................................................................179 15. Ajudando outros .........................................................................191 16. Andando na restauração ...........................................................197 Bibliografia ..........................................................................................201


AINDA RESTA ESPERANCA ,

Transformação de vida é possível. Deus nos criou com essa capacidade, de fazer novas escolhas, de mudar nosso caminhar. Além disso, ele age por nós, dando-nos esperança onde só havia o caos. Ele é a Luz que brilha nas trevas. Acredito que você esteja com este livro nas mãos porque ele se importa com você. Pesquisas e estatísticas revelam cada vez mais a extensão de sofrimento devido a abusos e assaltos sexuais, inclusive de crianças na primeira infância. Seja qual for o verdadeiro número de vítimas, “UM” caso de abuso sexual já é demais. Se você “é” esse caso, sabe do que estou falando. Se você é amigo ou amiga querendo entender melhor a luta de alguém querido que se enquadra nesse caso, saiba disso: Quando acontece o abuso sexual, algo do inferno irrompe na terra. Não são poucas as vítimas de abuso sexual que já tentaram o suicídio. Outras vivem, aqui na terra, como se já estivessem no inferno, em um desespero profundo.


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O inimigo de nossas almas vem “roubar, matar e destruir”. É exatamente isso o que acontece quando crianças, adolescentes, jovens e adultos, meninas e meninos, homens e mulheres, são forçados a experimentar agressão sexual. O inimigo rouba a inocência, mata a confiança e destrói a esperança. Ele rouba nosso poder, mata nossos relacionamentos e destrói nossa voz. Mas Jesus disse, “Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente” (Jo 10.10). Jesus transforma desgraça em graça. Nele, experimentamos um pouco do céu aqui na terra. Deus tem nos mostrado sua profunda compaixão pelos sobreviventes de abuso. Ele ouve seu choro. Ele também sofreu, por isso sabe consolar os que vivem tristes. Vida plena – vida liberta, restaurada, alegre – é possível. Nós, que já andamos por esse caminho, somos testemunha disso. Nós também éramos vítimas. Trilhamos o caminho de restauração apresentado neste livro e queremos agora ser parceiros de Jesus para ajudar você. Tome coragem, respire fundo e vire a página...


DE VÍTIMA A SOBREVIVENTE E VENCEDOR

O título “Vítima, Sobrevivente, Vencedor” comunica que, no processo de restauração, enfrentamos três desafios distintos. O primeiro é compreender-se como vítima (tanto homens quanto mulheres). Quem sofreu abuso sexual normalmente se culpa pelo que aconteceu, engolindo como verdadeira a acusação de ser réu de seu próprio abuso. É fundamental, então, separar culpa falsa de culpa verdadeira, e compreender quem são os verdadeiros culpados pelo abuso sofrido dentro do contexto familiar, pois raramente o abuso sexual acontece fora do círculo de convivência e de confiança da vítima. Existe um ambiente disfuncional que facilita o abuso, ele não acontece por acaso, nem porque uma criança seduz um adulto. É impossível uma criança seduzir um adulto! Na alma machucada da vítima existe grande confusão a respeito disso, junto a muita dor, raiva, amargura, ressentimentos, medos profundos, ansiedade, autopunição e desprezo a si mesma e aos outros. Até que ela con-


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siga se identificar como vítima, dificilmente ganhará a perspectiva necessária para chamar as coisas pelos nomes certos. Só quando reconhecemos o abuso como um ato totalmente contrário à vontade de Deus, um pecado cometido contra nós, estaremos em condições de andar na direção de experimentar a graça de Deus, livrando-nos das correntes que nos prendem e da carga emocional devastadora que nos sufoca. Identificar-se como vítima é essencial, mas não devemos permanecer como tal! É tenebroso o perfil de uma pessoa que vive como uma eterna vítima. O segundo desafio é reconhecer que somos fortes! Senão, não teríamos sobrevivido. Sentimos que somos fracos, mas isso não é verdade. Somos as pessoas mais corajosas do mundo. Agora podemos usar esse poder que possuímos para dar uma olhada nas escolhas que fizemos para sobreviver ao abuso que sofremos. Talvez seja difícil acreditar, mas grande parte das escolhas valiosas feitas pela criança para sobreviver já não têm eficácia na vida adulta. Pelo contrário, essas atitudes, chamadas “mecanismos de defesa”, causam problemas para o sobrevivente em todas as áreas de sua vida. Precisamos desmascarar as mentiras e aprender maneiras saudáveis de viver e de nos relacionarmos com outros. Pouco a pouco crescemos na convicção de sermos pessoas de valor inestimável, amadas e preciosas para Deus, capazes de encarar a vida em todos os seus aspectos com confiança, incluindo a área sexual. Não se assuste. Sei que isso tudo talvez pareça impossível, muito longe de sua realidade atual. Mas nós que já andamos por esse caminho queremos lhe dar esperança através do que já experimentamos. Não acontecerá de uma vez, requer paciência e persistência, mas estamos aqui para lhe dizer: vale a pena. Não desanime! Uma vez que o sobrevivente tenha aprendido a cuidar de si, vem em terceiro lugar o desafio de aprender a amar os outros, assim como somos amados. A vida vitoriosa que a Bíblia inspira não permite que nos satisfaçamos com uma “cura” na qual a vítima de abuso apenas aprende a expressar sua dor e a se proteger contra futuros abusos. Algumas terapias se contentam com isso, ensinando seus


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clientes a viverem defendendo seus direitos. O chamado bíblico é de amar Deus e o próximo, assim como nós mesmos, como filhos amados. O vencedor, firmado em Jesus, compartilha com outros a graça e a consolação que recebeu. Esse amor não é uma coisa mística, pois se expressa em relacionamentos com pessoas reais, de carne e osso, pessoas imperfeitas iguais a nós. O desafio para o vencedor é aprender a resolver conflitos, estabelecer limites saudáveis, falar a verdade e lidar com as decepções e emoções normais da vida. Parte do desafio do vencedor é descobrir-se como pessoa: suas habilidades e interesses, talentos e dons, gostos e preferências. Talvez pela primeira vez o vencedor sinta a liberdade de se conhecer de muitas formas novas. As escolhas que ele fez na vida até aqui talvez não façam mais tanto sentido, pois as motivações fundamentais mudaram. Ele não vive mais em função de agradar os outros ou lidar com fortes emoções secretas de medo, raiva e culpa. Talvez agora ele tenha equilíbrio interno para aguentar e aproveitar-se de um possível desequilíbrio externo (em termos de carreira, envolvimento ministerial, etc.) até encaixar sua nova identidade em novas formas de viver, trabalhar, criar e amar. O vencedor agora pode voar e responsabilizar-se por sua própria vida. Se o vencedor for casado, esse desequilíbrio e redescoberta de si mesmo afetará o cônjuge e também os filhos. É uma ótima hora para aconselhamento conjugal e, posteriormente, familiar, para que o casal não tenha que carregar o peso da confusão sozinho. Eles (marido e mulher) terão que aprender novos meios de comunicação e de “dançar” um com o outro. O apoio sensível e encorajador de um bom conselheiro nessa hora pode valer muito. O vencedor precisará aprender e praticar novas dinâmicas dentro de sua própria família para criar seus filhos de forma muito mais saudável e quebrar o ciclo de abuso que ele herdou, mas não gostaria de passar adiante. O vencedor talvez seja pressionado por algumas pessoas a pensar que agora ele tem que se dedicar a ajudar na restauração de outras vítimas. A decisão de como, e até que ponto, ajudar outras vítimas deve ser uma escolha livre, sem preconceitos. Talvez seus


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dons e interesses sejam totalmente diferentes. Existem muitas maneiras de servir a Deus e ao próximo. Um sobrevivente de câncer não é obrigado a tornar-se médico, nem uma vítima de incêndio, bombeiro! Sem dúvida, porém, um vencedor ficará alerta a outras vítimas, pois qualquer que seja sua carreira, sua vizinhança ou seu círculo de amizades, ele encontrará pessoas que precisam do mesmo apoio que ele um dia recebeu. Ele poderá, talvez, ser a ponte para juntar a vítima a um conselheiro ou grupo de apoio que possa ajudá-la. É claro que o processo de restauração não vem tão organizado assim: um-dois-três e pronto! Esses três desafios, da vítima, do sobrevivente e do vencedor, não se separam em três fases totalmente distintas. Há sempre uma mistura e sobreposição dos três em tempo cronológico. De certa forma, aliás, os três representam desafios que nunca desaparecem por completo. De vez em quando, o vencedor se surpreenderá com mais uma lembrança penosa que vem à tona, reconhecerá mais uma área em sua vida na qual ainda esteja funcionando com premissas falsas, ou correrá até os braços do Senhor a fim de lhe pedir graça para tratar com amor alguém que o machuca. Mas, por outro lado, há uma sequência lógica no processo de passar de vítima a sobrevivente, e a vencedor, em termos de identidade, da forma pela qual a pessoa se enxerga. Pela graça de Deus, o sobrevivente chegará ao ponto de saber que era vítima, mas não é mais! E o vencedor poderá dizer a respeito de algumas características do sobrevivente: “Ah, sim, eu me lembro de quando eu também reagia daquela forma”. Pela graça de Deus, transformação de vida é possível! Creio ser patente, também, que uma vítima não tem condições de pular imediatamente para a condição de vencedor, sem fazer o trabalho do sobrevivente. Esse é um erro que comumente cometemos na igreja: impomos uma expectativa de mudança instantânea e até usamos critérios de “uma vida cristã vitoriosa” para criticar (e, às vezes, rejeitar e excluir) alguém que esteja dando apenas os primeiros passos em direção à vida plena que Jesus promete.


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O processo de restauração de uma vítima de abuso não é rápido. É demorado. Requer um compromisso de longo prazo, tanto da parte da vítima quanto dos que dão apoio. Isso me leva a uma palavra para você, vítima/sobrevivente de abuso. Entendo que você tenha sido traído, enganado, machucado e decepcionado por pessoas que deveriam ter-lhe amado e protegido. Entendo que, em decorrência disso, você tenha muita dificuldade de confiar em qualquer pessoa. Mas o dano causado em sua vida aconteceu em um contexto relacional, e sua cura também virá através de relacionamentos com pessoas. Não há como curar-se sozinho, nem tratar-se apenas com Deus. Em algum momento você terá que arriscar a abrir-se com alguém. Talvez essa ideia o deixe atemorizado. Tudo bem! Não estou forçando você a nada, mas quero sugerir três coisas: 1. Comece a escrever seus pensamentos e sentimentos em um caderno. Este caderno deve estar em um lugar protegido e sagrado onde você possa começar a verbalizar o que está dentro de você sem medo de que alguém o leia (a não ser que você decida por isso). Escreva frequentemente, sem se preocupar com a ortografia, gramática, etc. Comece a dar nomes aos seus sentimentos, a expressar em palavras seus ressentimentos, seus desejos e frustrações, sua história. Escreva suas reações ao conteúdo deste livro à medida que for lendo. A prática de escrever valerá ouro o resto de sua vida. 2. Quando chegar o momento de você decidir conversar com alguém sobre sua vida, lembre-se de que não existem pessoas perfeitas. Talvez você esteja observando e analisando a vida de alguém para avaliar se essa pessoa é confiável. Se você chegar a uma conclusão positiva, terá uma grande tendência de elevá-la a uma posição quase sobrenatural, “exigindo” que seja perfeita nas áreas em que você é carente. Sua necessidade é grande, portanto você vai querer criar em sua imaginação uma pessoa que seja adequada para suprir a sua necessidade. Quero desenganálo logo de cara: essa pessoa simplesmente não existe. Você acabará se decepcionando mais uma vez se colocar toda a sua esperança em encontrar essa pessoa supermaravilhosa que o livrará


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de tudo o que incomoda. Alguém que, em todos os aspectos, seja o oposto de quem abusou de você. O que você poderá procurar e encontrar é uma pessoa que, apesar de ter várias falhas e imperfeições, tem se consagrado a Deus e está procurando crescer nele. Alguém honesto, capaz de admitir seus erros e pecados e pedir perdão por eles. Alguém que esteja se nutrindo no amor de Deus e que, portanto, tenha amor para dividir com você. Alguém humilde, que conheça suas próprias limitações, mas que também dependa de Deus. Alguém que esteja tratando das realidades de sua própria vida, que esteja se relacionando com outras pessoas de maneira saudável, que faça parte do Corpo de Cristo, a Igreja, e que esteja crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens. Essa pessoa poderá segurar sua mão e levá-lo a Jesus. É lá, na presença dele, que você encontrará sua cura e libertação. Não em um único momento mágico, mas, na persistência de voltar, vez após outra, para receber dele o que você estiver preparado para receber naquele momento. Pouco a pouco, à medida que você persiste, trabalhe e aprenda a confiar em Jesus, em outras pessoas e em você mesmo, as mudanças ocorrerão em sua vida. 3. Trilhar o caminho de vítima a sobrevivente e vencedor acontece com maior eficácia em um grupo de apoio para vítimas e sobreviventes de abuso sexual. Ali você descobrirá que não está tão sozinho como sempre achou, pois outros também sofreram desgraças parecidas e também estão na luta para superar seus efeitos. No grupo, você terá a chance de compartilhar suas experiências com pessoas que o entendam. O grupo servirá para desafiá-lo a crescer, a tomar passos que seriam difíceis sem tamanho apoio. Isso não significa que fazer aconselhamento ou terapia não tenha valor, pelo contrário. O ideal é que o aconselhamento ou a terapia apoie o que acontece no grupo e vice-versa. No grupo, você dispõe de relacionamentos confiáveis e pode treinar o que aprendeu na teoria. Você tem a chance de experimentar dinâmi-


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cas mais saudáveis para, então, aplicar suas novas habilidades em sua família, vizinhança, trabalho, etc. Temos um lema que repetimos com frequência: “Sozinho, não!”. Está chegando a hora de deixar de lado sua solidão e se juntar a outros que também procuram cura e restauração de suas vidas. O pior já aconteceu; o melhor ainda está por vir. Tenha coragem. Com carinho e esperança, Débora Agosto, 2012


Quando acontece o abuso sexual, algo do inferno irrompe na terra. Pesquisas e estatísticas revelam cada vez mais a extensão de sofrimento devido a abusos e assaltos sexuais, inclusive de crianças na primeira infância. Seja qual for o número verídico das vítimas, “UM” caso de abuso sexual já é demais. Se você “é” esse caso, sabe do que estou falando. Se você é amigo ou amiga, querendo entender melhor a luta de alguém querido que se enquadra nesse caso este livro é para você. Transformação de vida é possível. Deus nos criou com essa capacidade, de fazer novas escolhas, de mudar o nosso caminhar. Jesus disse, “Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente” (Jo 10.10). Jesus transforma desgraça em graça. Nele, experimentamos um pouco do céu aqui na terra. Deus tem nos mostrado sua profunda compaixão pelos sobreviventes de abuso. Ele ouve seu choro. Vida plena – vida liberta, restaurada, alegre – é possível. Nós, que já andamos por esse caminho, somos testemunha disso. Nós também éramos vítimas. Trilhamos o caminho de restauração apresentado neste livro e queremos agora ser parceiros de Jesus para ajudar você. Tome coragem, respire fundo e vire a página..


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