A Libertação 150 Boletim Fraternidade Espírita Cristã
Lisboa - Portugal
Ano XXXVI| Nº 150 | 1 de abril de 2021 - trimestral | PVP 5€| distribuição gratuita aos sócios
índice 04 HAVERÁ REVELAÇÕES DIRETAS DE DEUS AOS HOMENS?
colaboradores
“A palavra revelação está intimamente ligada à fé religiosa e ao conhecimento das coisas espirituais que o homem não pode descobrir por si mesmo”....
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“A FATALIDADE E OS PRESSENTIMENTOS INSTRUÇÕES DADAS POR SÃO LUÍS” “Quando um perigo iminente ameaça alguém, é um Espírito que dirige o perigo e, quando dele escapa, é outro Espírito que o desvia? Podem os Espíritos advertir-nos diretamente de um perigo? Os mentores podem ajudar-nos a evitar um acidente e os obsessores podem nos inspirar ao caminho fatal?”...
Carmo Almeida
Isabel Piscarreta
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SOU MÉDIUM DE PRESSENTIMENTOS…
Francisco Ribeiro
“Se possui uma vaga intuição que lhe permite entrever, em algumas situações que decorrem no presente, acontecimentos futuros, seja em relação à sua vida ou à daqueles que o rodeiam, inclusive da sociedade em geral, significa que possui a faculdade de pressentir o futuro”...
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Marta Jorge
BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS
Paulo Henriques
“Do alto de um monte, na bela Galileia, surgiu a mais bela canção de que a Humanidade tem notícia - As Bem-Aventuranças”...
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A SEGURANÇA DO TRABALHO
Paula A. Graça
“Ao longo de toda a literatura espírita vemos inúmeras referências à importância do trabalho...”
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Sandra Sequeira
editorial
Por | Carmo Almeida Escrever o Editorial de uma publicação é sempre desafiante, mas numa publicação espírita é-o ainda mais, sobretudo quando o tempo que passa nos observa sentados no nosso posto de trabalho, redigindo-o uma vez mais… Sempre acreditei que, quando se trabalha para Jesus, as possibilidades são infinitas como o Universo. Mesmo que a tarefa se torne repetitiva é sempre possível realizá-la uma vez mais. É por isso que, décadas depois de termos inaugurado a publicação deste Boletim, como órgão oficial da Fraternidade Espírita Cristã, ainda é possível apresentá-lo mais uma vez, mantendo algumas das rúbricas iniciais. A elaboração deste Boletim que inicialmente era pouco mais do que um folheto, passando progressivamente a incluir mais textos, dessa forma cobrindo as várias áreas de atividade da FEC, foi, claro, da iniciativa do Presidente do Conselho Diretor de então, o inesquecível Adriano Barros e contava na sua maior parte com a colaboração da Maria Laura Barros, a inevitavelmente memorável Laurita, que redigia reflexões sobre o Evangelho segundo o Espiritismo, textos para meditar e apelos que seguiam direto para o coração de cada leitor. À medida que os mais jovens foram assumindo maiores responsabilidades dentro do Centro Espírita, foram sendo chamados a colaborar com a publicação dos seus textos, trabalhos que resultavam das aulas espíritas para a Infância e Juventude e, posteriormente, das suas apresentações em Palestras, e também das suas reflexões sobre temas espíritas e da atualidade. Têm sido mais de trinta anos de publicação constante, enfrentando dificuldades, é certo, mas nunca deixando de surgir a lume. Agora, quando finalizamos o Editorial do centésimo quinquagésimo número, lembramos todos aqueles que nele têm colaborado de formas diversas ao longo das décadas, os que já voltaram ao Lar Espiritual, aqueles que deram a outros o seu lugar para que o Boletim A Libertação continuasse a refletir e a divulgar as ações da FEC, o conteúdo da Doutrina Espírita – o grande objetivo para o qual foi criado. É inevitável refletir o sentimento de gratidão de que somos tomados, todos nós, aqueles que continuamos as iniciativas dos primeiros Dirigentes, gratidão que repercute pelo espaço até alcançá-los. Mas gratidão também por todos aqueles que, perseverantemente, atravessaram connosco as décadas, inspirando confiança, coragem, sentido do dever e lealdade para com o ideal, fidelidade aos compromissos assumidos para que a nossa FEC, como ponto de luz na Terra, se mantenha ativa, renovada e sempre inovadora para que todos vejam que Jesus continua a caminhar ao nosso lado, ao lado de toda a Humanidade – a nossa certeza de sempre! Esse é, de todos os prazeres que sentimos por servi-Lo, aquele pelo qual reverentemente nos inclinamos. Obrigada a todos! Aos que iniciaram, aos que deram seguimento, aos que se preparam para nos substituir, aos acompanhantes espirituais que nos seguem atenciosos e gentis, pacientes e compreensivos. Obrigada!
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Haverá revelações diretas de Deus aos homens? Por |Marta Jorge
A palavra revelação está intimamente ligada à fé religiosa e ao conhecimento das coisas espirituais que o homem não pode descobrir por si mesmo, por meio da sua inteligência. Todas as religiões tiveram os seus reveladores, pese embora permanecessem distantes de conhecer toda a verdade. Foram considerados adequados à época em que viveram por falarem de acordo com o adiantamento dos povos (1). Neste sentido, será importante perguntar: de onde procedem todas as revelações? Kardec afirma que a revelação religiosa pode ser considerada universal ou pode ser específica ou especial. A primeira está relacionada com acontecimentos vistos como factos da manifestação divina que ocorrem na natureza. A segunda, a especial, refere-se aos atos divinos considerados de natureza sobrenatural e miraculosa (2). A característica fundamental de qualquer revelação tem de ser a verdade, isto é, todos os factos que são revelados não podem ser falsos ou incluir erros, e por isso todas as ciências que fornecem novos conhecimentos à Humanidade podem ser considera-
das revelações. Todas as ciências que investigam a natureza e que dão a conhecer continuamente aos homens os seus segredos, como por exemplo, a Fisiologia que deu a conhecer as funções do organismo, a Astronomia que revelou o Universo e muitas outras que surgiram ao longo do tempo são autênticas revelações que impulsionaram o progresso da Humanidade (3). Os cientistas, assim como os professores, são considerados reveladores, porque ensinam e transmitem conhecimentos a outros que não detêm os saberes necessários e que não teriam tempo, nem possibilidade de descobrir por si mesmos. Podemos inferir que “o ensino é, portanto, na realidade, a revelação de certas verdades científicas ou morais, físicas ou metafísicas, feitas por homens que as conhecem a outros que as ignoram e que, se assim não fora, as teriam ignorado sempre” (4). Por outro lado, podemos afirmar que todas as revelações procedem de Deus, na medida em que Este é o criador de todas as coisas, inclusivamente dos homens que revelam as verdades a outros homens; e que é perfeito, inteligência suprema que não comete erros, não mente
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Kardec Hoje
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o homem de génio que surge esporadicamente, é um revelador primitivo que transmite o que descobriu por si mesmo
e por conseguinte, Dele não podem derivar falsas revelações. Assim, podemos considerar que todas as conceções erradas transmitidas à Humanidade são fruto dos próprios homens ainda imperfeitos e por isso passíveis de erro (5). Kardec estabelece uma distinção entre o revelador de segunda ordem e o revelador primitivo. Refere que o professor é considerado um revelador de segunda ordem, porque tende a ensinar somente o que aprendeu. Em comparação, o homem de génio que surge esporadicamente, é um revelador primitivo que transmite o que descobriu por si mesmo. São homens aparentemente comuns, pertencentes à Humanidade, mas a generalidade evidencia capacidades transcendentes e alguns saberes inatos que com pouco esforço desenvolvem e que são fruto de um trabalho prévio (6). Partindo do princípio que todas as revelações procedem de Deus, será legítimo perguntar se Este tem forma de as revelar diretamente aos homens? Ou precisará sempre de intermediários? Kardec declara que não se arriscaria a responder a esta questão de modo absoluto afirmativa ou negativamente. Refere
que “o que não padece dúvida é que os Espíritos mais próximos de Deus pela perfeição se imbuem do seu pensamento e podem transmiti-lo. Quanto aos reveladores encarnados, segundo a ordem hierárquica a que pertencem e o grau de saber a que chegaram, esses podem tirar dos seus próprios conhecimentos as instruções que ministram, ou recebê-las de Espíritos mais elevados, mesmo dos mensageiros diretos de Deus, os quais, falando em nome de Deus, têm sido às vezes tomados pelo próprio Deus” (7). Para os espíritas este tipo de comunicações não oferecem nada de estranho, pelo contrário, habituados à mediunidade e às relações entre os encarnados e o mundo espiritual, reconhecem que os ensinamentos podem ser transmitidos pela inspiração, pela audição, pela visão ou pelo desprendimento parcial da alma. Kardec assevera, no entanto, que “só os Espíritos puros recebem a palavra de Deus com a missão de transmiti-la (…) ”(8). Na questão 269 do livro O Consolador, sobre a possi-
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Kardec Hoje
bilidade de Deus falar com Moisés no monte Sinai, o Espírito Emmanuel observa que “(…) É inconcebível que o grande missionário dos judeus e da Humanidade pudesse ouvir o Espírito de Deus. Estais, porém habilitados a compreender, agora, que a Lei ou a base da Lei, nos Dez Mandamentos, foi-lhe ditada pelos emissários de Jesus, porquanto todos os movimentos de evolução material e espiritual do orbe se processaram, como até hoje se processam, sob o seu augusto e misericordioso patrocínio”(9). Apenas Jesus recebia o estímulo diretamente de Deus, por se encontrar capacitado para tal perceção divina e por vibrar na mesma faixa de pureza que Deus. Acrescentam os Espíritos que “Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da Lei do Senhor, porque, sendo Ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito Divino O animava”(10). Declara ainda Kardec, que considerando Jesus um Espírito superior não pode deixar de reconhecer que Jesus é “(…) um dos de ordem mais elevada e colocado, por Suas virtudes, muitíssimo acima da Humanidade terrestre. Pelos imensos resultados que produziu, a Sua encarnação neste mundo forçosamente há-de ter sido uma dessas missões que a divindade somente a Seus mensageiros diretos confia, para cumprimento de Seus desígnios”(11). Podemos concluir que no estágio de evolução em que nos encontramos, Espíritos ainda imperfeitos, não nos será possível receber revelações diretamente de Deus, porque nos falta ainda a capacidade de entendê-lo, e porque ainda nos faltam os conhecimentos necessários para entender os seus desígnios. Somente os Espíritos Puros têm a possibilidade de receber a palavra de Deus. Bibliografia 1 - 8 e 11 - Allan Kardec, A Gênese os milagres e as predições segundo o Espiritismo, 1868, 53ª ed., Rio de Janeiro: FEB. 9 - Francisco Cândido Xavier (Emmanuel), O Consolador, 1976, 29ª ed., Rio de Janeiro: FEB. 10 - Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, 1987, 66ª ed., Rio de Janeiro: FEB.
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Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra.
Por |Sandra Sequeira
A
Fatalidade
revista em
revista
e os Pressentimentos Instruções dadas por São Luís
Quando um perigo iminente ameaça alguém, é um Espírito que dirige o perigo e, quando dele escapa, é outro Espírito que o desvia? Podem os Espíritos advertir-nos diretamente de um perigo? Os mentores podem ajudar-nos a evitar um acidente e os obsessores podem nos inspirar ao caminho fatal? Iniciamos esta reflexão com a transcrição de uma carta recebida de um correspondente da Revista Espírita em Março de 1858: “Em setembro último, um barco ligeiro, fazendo a travessia de Dunquerque a Ostende, foi surpreendido por um temporal durante a noite. O barco virou e pereceram quatro dos oito homens que compunham a tripulação. Os outros quatro, em cujo número eu me achava, conseguiram manter-se sobre a quilha. Ficamos a noite inteira nessa horrível posição, sem outra perspetiva senão a morte, que se nos afigurava inevitável e da qual já sentíamos todas as angústias. Ao romper do dia, o vento nos empurrou para a costa e pudemos ganhar a terra a nado. Por que, nesse perigo, igual para todos, apenas quatro sucumbiram? Note que, a meu respeito, é a sexta ou sétima vez que escapo a um perigo tão iminente e
mais ou menos nas mesmas condições. Sou realmente levado a pensar que mão invisível me protege. Que fiz eu para isso? Não sei muito; sou uma criatura sem importância e sem utilidade neste mundo e não me gabo de valer mais que os outros; longe disto: entre as vítimas do acidente havia um digno eclesiástico, modelo de virtude evangélica, e uma venerável irmã da congregação de São Vicente de Paulo, que ia cumprir uma santa missão de caridade cristã.”(1) Após a leitura do conteúdo da carta, Kardec formulou algumas questões ao Espírito São Luís, de forma a obter esclarecimentos em torno do assunto: “Quando um perigo iminente ameaça alguém, é um Espírito que dirige o perigo, e quando dele escapa, é um outro Espírito que o afasta?“ São Luís explica que quando um Espírito encarna, escolhe as suas provas e essa escolha dá origem a um destino. No entanto, conservando o seu livre-arbítrio ele é sempre livre de suportar ou rejeitar essas provas. Ora, se estiver a fraquejar, um bom Espírito pode vir em seu auxílio, inspirando-o, mas não pode dominar a sua vontade. Acontece algo idêntico com um Espírito mais inferior. Em resumo, ainda que os Espíritos nos possam
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influenciar e intuir é o reencarnado que decide, utilizando o seu livre-arbítrio. Mas, pergunta Kardec, “Quando um homem está na iminência de perecer por acidente, parece-me que o livre-arbítrio nada vale. Pergunto, pois, se é um Espírito mau que provoca esse acidente; se, de alguma sorte, é o seu agente; e, caso se livre do perigo, se um Espírito bom veio em seu auxílio.” São Luís explica então, de forma muito clara, que os Espíritos apenas sugerem bons ou maus pensamentos, segundo a sua natureza. E realça que, se o acidente está marcado no destino do homem, ao surgir o momento, não restam dúvidas de que este é o resultado de um desejo (planeamento) anterior, com a finalidade de se tornar melhor. Se por algum motivo o homem escapar, é esperado que “sob a influência do perigo que correu, pense mais ou menos fortemente, conforme a ação mais ou menos forte dos bons Espíritos, em se tornar melhor. Mas sobrevindo um mau Espírito pensa que igualmente escapará a outros perigos e novamente se entregará às suas paixões desenfreadas.” Na Revista Espírita de Julho de 1862, o Espírito de Verdade diz o seguinte: “A cada instante escapais de acidentes que, como se costuma dizer, vos deixam a um
passo da morte. Não vedes nisso um aviso do céu para vos provar que vossa vida está por um fio, que jamais tendes certeza de viver amanhã e que, assim, deveis sempre estar preparados para partir? Mas, que fazeis, quando deveis empreender uma longa viagem? Fazei os vossos preparativos, arranjai os negócios, muni-vos de provisões e de coisas necessárias para o caminho; desembaraçai-vos de tudo quanto pudesse dificultar e retardar a marcha. (…) Pois bem! Todos os dias estais expostos a empreender a maior, a mais importante das viagens, aquela que deveis fazer inevitavelmente; e, no entanto, não pensais nisto mais do que se tivésseis de viver para sempre na Terra! Em sua bondade, Deus cuida de vós, advertindo-vos por numerosos acidentes, aos quais escapais, e não tendes para Ele senão esta expressão: Que sorte!”(2) Outra das questões analisadas na carta recai sobre o motivo do acidente. Se é verdade que escolhemos as provas a que nos submetemos, como analisar a causa material? Ou seja, “suponhamos que no momento em que um homem passa por uma ponte, a ponte desmorona”. “Quem levou o homem a passar por essa ponte?” São Luís esclarece que quando um homem passa por uma ponte que deve cair não é um Espírito que o im-
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Quando renascemos no corpo, trazemos gravado todas as informações referentes as nossas necessidades evolutivas e “exalamos” essa informação...
pele. É o instinto de seu destino que o leva para ela.” Uma espécie de atração. Se aquele local está em más condições físicas e em risco de ruir, um homem vai passar pelo local e outro, que não tenha no seu registo espiritual essa necessidade, terá um qualquer imprevisto que o impedirá de passar por ali… e, claro que o que faz desmoronar a ponte são “as circunstâncias naturais.” Quando renascemos no corpo, trazemos gravado todas as informações referentes às nossas necessidades evolutivas e “exalamos” essa informação, pelo que vamos atraindo situações compatíveis com as nossas necessidades… Por esse motivo, se tivermos que passar por uma morte violenta, no momento certo, somos atraídos, pela afinidade a locais propícios a se cumprir esse nosso destino que, na verdade, foi programado por nós há muito tempo. E podemos mudar? Sim, claro! A nossa conduta, a nossa ação no bem pode alterar essa programação inicial, podendo ter certas expiações adiadas ou mesmo anuladas. E, finalmente, cabe-nos analisar uma última questão: porque sucumbem os bons num acidente e sobrevivem os “maus”? Fénelon esclarece: “que diríeis de um prisioneiro que, tendo concluído a sua pena, continu-
asse na prisão, enquanto se desse a liberdade a outro que não tinha esse direito? Ficai sabendo, pois, que a verdadeira liberdade está no desprendimento dos laços corporais, e que enquanto estais na Terra, estais em cativeiro.”(3) Bibliografia 1 – Allan Kardec, Revista Espírita, Janeiro de 1858. 2 – Allan Kardec, Revista Espírita, Julho de 1862. 3 – Allan Kardec, O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. V, Item 22. Photo from Pexels
Sou
médium de pressentimentos… Por |Isabel Piscarreta
Se possui uma vaga intuição que lhe permite entrever, em algumas situações que decorrem no presente, acontecimentos futuros, seja em relação à sua vida ou à daqueles que o rodeiam, inclusive da sociedade em geral, significa que possui a faculdade de pressentir o futuro, que pode ser resultante de uma capacidade própria ou mediúnica. Caso seja mediúnica, é considerado um médium de pressentimentos, o que constitui uma variedade dos médiuns inspirados. Antes de reencarnar, o indivíduo tem conhecimento das fases principais de sua existência, isto é, do género de provas a que irá ser submetido e das quais conserva intimamente uma espécie de impressão, que é a voz do instinto. Esta, ao fazer-se ouvir quando chega o momento de sofrer essas provas, torna-se um pressentimento. Uma vez que os pressentimentos e a voz do instinto são sempre um pouco vagos, ante a incerteza da melhor opção a tomar nesse momento, o recurso da oração confiante, diri-
gida a Deus ou ao mentor espiritual, proporcionará a devida clareza, o ânimo e as estratégias morais essenciais à sua superação. A vaga intuição de acontecimentos futuros que certas pessoas têm, pode tratar-se também de uma espécie de dupla vista. A organização do corpo físico influi na existência desta faculdade, que se traduz num estado de emancipação da alma durante a vigília, e que lhe permite ver, ouvir e sentir além dos limites dos sentidos humanos. No momento em que o fenómeno se produz, o olhar do indivíduo apresenta-se vago, como que a observar, sem ver. Esta faculdade é espontânea na maioria das vezes, porém, a vontade desempenha, também, um importante papel no seu aparecimento e desenvolvimento. O poder da vista dupla varia, desde a sensação confusa até à percepção clara e nítida das situações presentes ou ausentes. Quando rudimentar, confere a certas pessoas o tato, a perspicácia e uma certa segurança nos atos. Um pouco desenvolvida desperta
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A espontaneidade é sobretudo o que caracteriza a inspiração, que se verifica, muitas vezes, em relação às circunstâncias da vida mais comuns
os pressentimentos; mais desenvolvida mostra os acontecimentos passados ou futuros. Nas épocas de crises e de calamidades, as grandes emoções ou a superexcitação da moral provocam frequentemente o desenvolvimento da dupla vista. Parece que quando um perigo nos ameaça, a Providência divina nos dá o meio de conjurá-lo. Os indivíduos dotados da faculdade de receber as comunicações dos Espíritos relativas a acontecimentos futuros, denominam-se médiuns de pressentimentos, que são uma variedade dos médiuns inspirados - aqueles que, tanto no estado normal como no de êxtase, recebem pelo pensamento as comunicações dos Espíritos. A comunicação, neste caso, é muito pouco perceptível, porque é difícil distinguir o pensamento próprio daquele que é sugerido. A espontaneidade é sobretudo o que caracteriza a inspiração, que se verifica, muitas vezes, em relação às circunstâncias da vida mais comuns. O pressentimento é um aviso ou um bom conselho
de um Espírito protetor que deseja ajudar o médium. No caso de este não lhes prestar a devida importância, o Espírito poderá servir-se de modo mais direto, das pessoas que o cercam para aconselhá-lo ao bem. Por conseguinte, o médium que ante as suas provas, souber escutar e aproveitar esses bons conselhos, poderá poupar-se a muitos sofrimentos evitáveis. Se é médium de pressentimentos, procure o esclarecimento e o auxílio num Centro Espírita. Bibliografia Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Parte 2ª, Cap. VIII, Q. 449 - 450 a), 452, 455, 522 - 524. Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, Cap. XV, itens 182, 183 b), 184. Photo by Marcelo Chagas from Pexels
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Conversas com
Jesus
Bem-Aventurados os Aflitos
D 1. Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados. – Bem-aventurados os famintos e os sequiosos de justiça, pois que serão saciados. – Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, pois que é deles o reino dos céus. (S. MATEUS, 5:4, 6 e 10.)
o alto de um monte, na bela Galileia, surgiu a mais bela canção de que a Humanidade tem notícia - as Bem-aventuranças. Conhecendo-nos as transgressões milenares e sabendo que quase sempre escolhemos a reparação pela dor em vez da reparação pelo Amor, o Mestre veio explicar-nos a razão fundamental do nosso sofrimento. Aquele que sofre está a saldar as dívidas que tem perante a Vida Eterna. Ao fazê-lo de forma humilde e tranquila está a purificar-se para a Vida Maior, está a libertar-se do Homem Velho e a preparar a Túnica Nupcial para o Banquete Celeste. Porque, afinal, o que é o sofrimento de uma existência, por mais longa que seja, quando comparada com as Bem-aventuranças da Vida Espiritual que não tem fim? Mesmo que o sofrimento se estenda por toda a nossa existência terrestre, ele é apenas um instante na Eternidade. Aquele sofrimento que agora nos faz derramar copioso pranto é banho de luz que arrasta consigo o lodo de que nos revestimos ao longo de
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Por |Francisco Ribeiro
várias experiências equivocadas. E logo mais alcançaremos a Verdadeira Vida, mais leves e mais purificados, aptos a galgar novos degraus na escala evolutiva. Não quer isto dizer que aquele que sofre não deva procurar uma solução para as suas dores. É da responsabilidade de cada ser procurar melhorar as suas condições de vida, respeitando sempre as Leis Divinas. A chave da Bem-aventurança está no “bem sofrer”. Intentar todos os esforços para sairmos do sofrimento, sem nos revoltarmos se a ele formos continuamente conduzidos ou se dele não nos conseguirmos libertar. Não conhecemos a verdadeira extensão das nossas promessas e dos nossos compromissos. E, quem sabe, se não fomos nós próprios a pedir uma existência em que todas as tentativas de sair da dor fossem infrutíferas, a fim de nos exercitarmos na paciência e na humildade perante as Leis Divinas! Que maus alunos seríamos se nos revoltássemos perante a mais leve contrariedade!
Este raciocínio leva-nos a um outro: Se o sofrimento é fonte de Bem-aventurança, não nos seria lícito buscá-lo? Não seria então útil ao Homem procurar sofrer mais do que já sofre para maior ser o seu galardão no Céu? Tal raciocínio pareceu lógico durante muitos séculos. De tal sorte que as autopunições se tornaram comuns na Europa Medieval. O Homem terrestre, ainda longe de entender o verdadeiro sentido da mensagem imortal do Monte, buscou aproximar-se dessa Bem-aventurança através de dores voluntárias infligidas ao corpo. Criou formas e práticas que lhe traziam dor com o objetivo de se aproximar mais de Deus e de Jesus. Na sua ingenuidade criou os cilícios de várias formas, que buscavam mortificar a carne para se afastar das tentações e viver uma vida mais espiritual. Ao martirizarem os seus corpos aproximavam-se dos sofrimentos do Mestre e assim tornavam-se mais merecedores do Céu. Os seus objetivos eram bem-intencionados, mas a forma como procuravam alcançá-los estava equivocada. Tais práticas apenas objetivavam macerar o corpo e não o Espírito. Tal noção não é coincidente com uma das últimas instruções que Jesus deixou à Humanidade antes de “ir para o Pai”: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei.” Jesus não quer que maltratemos injustamente o nosso corpo ou exacerbemos o nosso orgulho. O que Ele deseja é que sejamos capazes de colocar a necessidade do nosso irmão acima das nossas necessidades, que mortifiquemos o nosso orgulho e a nossa vaidade, a fim de levar consolo àquele que sofre no leito de dor ou na perturbação. Se a vida já nos deu sofrimentos, contentemo-nos com a oportunidade que nos foi oferecida, através da resignação e da submissão à vontade Divina; aprendamos a olhar para o sofrimento não como algo de que devemos fugir a todo o custo, mas como a lima do ourives que limpa as imperfeições da nossa alma, a fim de a transformar num diamante de rara beleza. Abençoemos essa dor, todos os dias da nossa vida, pois ela é a nossa amiga que nos conduz, sob o seu olhar atento e compassivo, à felicidade futura. Mas não nos esqueçamos dos que sofrem mais do que nós, e lembremos os exemplos dos que vieram antes; daqueles que no alto do seu sofrimento, encontraram forças para consolar outros, para os ajudar e beneficiar. E recordemos que, acima de todos, o Mestre Jesus, já crucificado, depois de inúmeros sofrimentos, consolou o ladrão arrependido, dizendo-lhe que, naquele mesmo dia, ele estaria ao Seu lado no Céu. Photo by Pexels
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A SEGURANÇA do
TRABALHO
Por |Francisco Ribeiro
Ao longo de toda a literatura espírita vemos inúmeras referências à importância do trabalho. Desde que a Espiritualidade Superior definiu trabalho como “toda a ocupação útil” que nos são apresentados inúmeros exemplos de como o trabalho, enquanto serviço útil, auxilia de forma expressiva aquele que trabalha. Vemos isso ao longo de toda a obra de André Luiz. O seu primeiro livro, “Nosso Lar”, apresenta-nos o trabalho com especial ênfase. “Nosso Lar”, a colónia espiritual que dá nome ao livro é apresentada como sendo “essencialmente de trabalho e realização”, sem “sinal algum de inércia ou ociosidade”. André Luiz apresenta-nos em particular o efeito salutar do serviço humilde nas “Câmaras de Regeneração”, comprovando, ao fim de um dia de serviço cansativo, que “o trabalho é tônico divino para o coração”, como referira sua mãe. Em outras obras desse amigo da Humanidade, acompanhamos diversos momentos em que o trabalho em benefício de outros opera verdadeiros milagres na situação mental dos que a ele se entregam. De todos os exemplos, destacamos os casos de Saldanha, da obra “Libertação” e Odila, na obra “Entre a Terra e o Céu”. No primeiro caso, Saldanha, tenaz perseguidor da jovem Margarida, após observar a ajuda preciosa oferecida ao seu filho perturbado, ainda reencarnado, dispõe-se a servir a tarefa de auxílio à sua ex-vítima, operando em si mesmo o processo de auto-reabilitação e de auto-soerguimento. Já Odila, após perceber, ao de leve, os laços espirituais que ligam todo o seu núcleo familiar, disponibiliza-se a cuidar dos que ficaram na matéria, reabilitando-lhes o corpo e a mente. Graças a esse serviço operoso, recupera a própria tranquilidade e consegue, por fim, alcançar um dos seus maiores anseios,
o de voltar a conversar com a filha amada que deixara na carne. A par destes exemplos práticos, temos ainda uma frase maravilhosa de Emmanuel sobre a importância do serviço a favor dos outros. Diz-nos o mentor que “toda vez que a Justiça Divina nos procura no endereço exato para execução das sentenças que lavramos contra nós próprios, segundo as leis de causa e efeito, se nos encontra em serviço ao próximo, manda a Divina Misericórdia que a execução seja suspensa, por tempo indeterminado.” Esta frase não significa que se trabalharmos muito ficaremos isentos da quota de dor que nos cabe na economia Divina, mas significa que essa mesma dor pode ser significativamente diminuída, tornando algo que seria difícil de suportar numa situação menos dolorosa. Mas há um outro efeito benéfico do trabalho honesto e reto, que muitas vezes esquecemos, que assenta as suas bases na frase de Jesus “conhecereis a árvore pelo fruto”. Conta-nos Ramiro Gama a seguinte história: “Atendendo a instruções de Emmanuel, Chico iniciava os trabalhos no “Centro Espírita Luiz Gonzaga” às oito da noite, encerrando-os às dez horas, enquanto frequentou sozinho a instituição. Fazia a prece de abertura, orava e, depois, lia páginas de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, comentando-as, em voz alta, para os desencarnados. Pessoas da família indagavam sobre aquela resolução de “falar sozinho”, entretanto, o Médium explicava: - Há muitos espíritos frequentando a casa. Chegam desconsolados e tristes e Emmanuel afirma que a obra de evangelização é necessária a todos nós. Não podemos parar... Certa noite, uma senhora desencarnada em Pedro Leopoldo conversava com o Chico no salão do Centro,
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em que ele se achava aparentemente sozinho e o diálogo seguia, curioso: - Tenhamos fé em Jesus, minha irmã. - Não desespere. Com a paciência alcançaremos a paz. - Sem calma, tudo piora. - Com o tempo, a senhora, verá que tudo está certo como está. A conversação prosseguia assim, quando uma das irmãs do Médium, escutando-lhe a palavra, debruçada em janela próxima, perguntou-lhe em voz alta: - Chico, quem está conversando com você? - Dona Chiquinha de Paula. - Que história é esta? Dona Chiquinha já morreu... - Ah! você é que pensa... Ela está bem viva. A irmã do rapaz, alvoroçada, comunicou aos familiares o que ocorria. Chico devia estar maluco. Era preciso medicá-lo, socorrê-lo. Outras irmãs do Médium, porém, apressaram-se a observar que ele trabalhava, corretamente, todos os dias. Seria justo dar por louco um irmão que era amigo e útil? Ficou então estabelecido em família que, enquanto o Chico estivesse firme no serviço, ninguém cogitaria de considerá-lo um alienado mental. Desse modo, Chico Xavier costuma dizer que o trabalho de cada dia, com a bênção de Deus, tem sido para ele a melhor segurança.” Sobre esta história de Chico poderíamos tecer inúmeras considerações, mas, por hoje, foquemo-nos nas suas frases finais. Toda a vida ativa de Chico Xavier se pautou por uma ética laboral acima de qualquer crítica. A par disso, cumpria zelosamente todos os seus deveres cristãos, trabalhava primorosamente no campo da mediuni-
dade e assumiu como seus os “Filhos do Calvário”. Tirando os momentos em que ele falava aparentemente sozinho, ou seja, com os irmãos desencarnados, nunca teve um único comportamento que denotasse qualquer desequilíbrio mental. Tinha sempre um sorriso para oferecer a todos, até àqueles que o maltratavam. Seria pois justo, como as irmãs de Chico lembram, considerar desequilibrado alguém que se comportava daquela forma, só porque falava com pessoas que os seus olhos não viam? Certamente que não. Desta forma o trabalho ganha nova importância. O cumprimento zeloso dos nossos deveres, a todos os níveis, para além de todos os benefícios já descritos, dá-nos a segurança da credibilidade. Permite que os nossos comportamentos, que podem parecer estranhos aos de fora, tal como estranho era para a família ver o Chico a falar sozinho, não sejam considerados como expressão de desequilíbrio mental, mas como algo que ainda não é bem compreendido. Seremos então vistos como a “árvore boa” que dá bons frutos. E a “árvore boa” é cuidada e estimada. É procurada por todos os que precisam de auxílio, representando assim um doce refúgio para os que estão em dificuldades, servindo ao Pai através dos seus irmãos em Humanidade. Bibliografia 1. Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Q. 675. Brasília: FEB. 2. Francisco Cândido Xavier (André Luiz), Nosso Lar, Cap. 8. Brasília: FEB. 3. Idem. 4. Idem, Cap. 36. 5. Francisco Cândido Xavier (Emmanuel), Perante Jesus, Cap. 65. Brasília: FEB. 6. Ramiro Gama, Lindos Casos de Chico Xavier, item 30.
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notícias O Boletim A Libertação, órgão oficial da FEC, de tiragem trimestral, chega agora à sua edição nº 150. Foram 36 anos de publicação ininterrupta, de conteúdos integralmente produzidos pelos trabalhadores da Casa. Da impressão a preto e branco, com poucas páginas e desenhada à mão, chegamos hoje, 150 edições depois, à atual versão, de ilustração a cores e montagem digital. Obrigado a todos os que, ao longo de mais de três décadas, contribuíram para que esta publicação tenha levado, aos nossos leitores dos quatro cantos do mundo, os conteúdos instrutivos e consoladores da Doutrina Espírita.
Estudos Espíritas on line Devido às limitações que a pandemia tem imposto, ao longo deste ano letivo de 2020/21, os Estudos Espíritas, quer para adultos, quer para crianças e jovens, têm decorrido à distância, por videoconferência. Se esta versão, por um lado, é penalizada pelas ocasionais dificuldades técnicas e pela distância física entre os participantes, por outro, tem permitido o
encontro de pessoas que, de outro modo, não se encontrariam e talvez até nem tivessem oportunidade de estudar a Doutrina Espírita. De França ao Brasil, de Angola à Catalunha e mesmo de diferentes pontos de Portugal, vários são os participantes que se reúnem, no espaço do Continente Invisível que é a Internet, para partilharem experiências, esclarecer dúvidas e refletir em torno da Vida, à luz da visão que o Espiritismo nos oferece.
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DIJ - Recursos Digitais Alguns Monitores DIJ participaram, nos dias 20 e 21 de fevereiro, na formação - “Semear Virtual”, organizada pela Federação Espírita Brasileira e em parceria com o Conselho Espírita Internacional. Ao longo de 8 horas de trabalho (4 horas em cada dia), os participantes tomaram contacto com um conjunto de plataformas e ferramentas que permitem melhorar substancialmente a interação com crianças e jovens em aulas não presenciais, constituindo um leque diversificado de recursos digitais a serem facilmente aplicados pelos Monitores e muito estimulantes e desafiadores para os mais novos.
A FEC no Encontro de Educadores Espíritas - Bloco 1 No dia 28 de fevereiro, alguns Monitores DIJ participaram no Encontro de Educadores Espíritas promovido pela FEP. O Encontro ofereceu formação no que respeita ao perfil do Educador e apresentou a nova plataforma onde são disponibilizados conteúdos pedagógicos e onde os Educadores podem partilhar as suas dúvidas e experiências.
Por |Paulo Henriques
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Por |Paula Alcobia Graça
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2ª Feira - Estudos Espíritas ESDE II – 19h30 - 20h30 (por videoconferência) ESTUDO OBRAS DE ANDRÉ LUIZ – Ano VI – 19h30 – 20h45 (por videoconferência) EIMECK – 19h30 - 20h45 (presencial) 3ª Feira - Integração no Centro Espírita - 17h00 - 19h00 - Atendimento individual com marcação prévia exclusivamente pelo número 917600135 (A receção abre às 16h30) ESDE III – 19h30 (por videoconferência) 4ª Feira ESDE I – 19h30 – 20h30 (por videoconferência) 5ª Feira Assistência Espiritual (Passe) 16h30 - 19h00 (presencial) (Receção - 16h00 - 19h00) KIniciação - 19h30-20h30 (por videoconferência) Sábado Aulas DIJ (por videoconferência) Jardim; 2º C. Infância; 1º C. Juventude 15h00 - 15h50 1º C. Infância; 3º C. Infância; 2º C. Juventude – 16h00 – 16h50 Maternal – 17h00-17h50 Estudo das Obras de André Luiz – Ano X – 17h00 – 18h30
A Libertação Nº 150 Ano XXXVI abril/maio/junho 2021 Nome do Proprietário e Editor Fraternidade Espírita Cristã Morada Sede do Proprietário e Editor, Redação e Impressão Rua do Vale Formoso de Cima, nº 97A 1950-266 Lisboa, Portugal Nº de Contribuinte 501091670 Nº de Registo na ERC 109883 Nº de Depósito Legal 10.284/85 ISBN 0871- 4274 Direção Diretor - Maria Emília Barros Colaboradores Carmo Almeida Francisco Ribeiro Isabel Piscarreta MArta Jorge Paula Alcobia Graça Paulo Henriques Sandra Sequeira
Domingo Palestra pública (online) 17h00 – 18h00
Periodicidade Trimestral Tiragem 500 exemplares
NOTA: Nas atividades presenciais é obrigatório uso de máscara
Realização Design Gráfico - Sara Barros
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