A Libertação 151

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A Libertação 151 Boletim Fraternidade Espírita Cristã

Lisboa - Portugal

Ano XXXVI| Nº 151 | 1 de julho de 2021 - trimestral | PVP 5€| distribuição gratuita aos sócios


índice 04

O ESPIRITISMO É UMA REVELAÇÃO ELABORADACOMO AS CIÊNCIAS MATERIAIS

colaboradores

“Por se debruçar sobre a vida espiritual e a forma como esta interage com o mundo material, a revelação espírita tem duplo caráter: participa ao mesmo tempo da revelação divina e da revelação científica”...

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ASSASSINATO DE CINCO CRIANÇAS POR OUTRA DE DOZE ANOS “O tema que trazemos hoje para análise reflete bem as ocorrências terríveis que ainda se dão no Planeta Terra. É certo que este caso ocorreu em 1857, mas na atualidade continuam a ocorrer crimes idênticos, tão chocantes quão imprevisíveis”...

Carmo Almeida

Claúdia Lucas

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MÉDIUNS ESPECIAIS…

“A mediunidade apresenta uma variedade infinita de matizes, que constituem os chamados médiuns especiais, dotados de aptidões particulares que os tornam um instrumento mais ou menos cómodo e flexível para os Espíritos”...

Isabel Costa

Isabel Piscarreta

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BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS

“Ninguém pode fazer a caminhada por nós; somos os alunos preguiçosos e desatentos, que precisam repetir as lições, os exames, até darem prova que estão aptos para passar de ano.”...

Francisco Ribeiro

Paulo Henriques

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CURA E TRATAMENTO REFLETINDO “E assim surge mais uma lição da pandemia: isolados do convívio social, fomos levados ao encontro connosco mesmo, descobrindo quem somos.”

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Paula A. Graça

Capa Image by Sweet Louise Pixabay


editorial

Por | Carmo Almeida Pede-nos o Mestre para não pensarmos que Ele tenha vindo destruir a Lei divina, a mesma para todos os povos e que vigora em todos os tempos. Tão pouco as mensagens das vozes proféticas que se fazem ouvir para informar e consolar o ser humano. Não, Ele veio para mostrar como se cumpre essa Lei imutável, já que no rumo da perfeição, todos temos necessidade de compreender a vontade divina para podermos aceitá-la e cumpri-la corretamente. Revestiu-se o Mestre do manto divino da complacência e transportando nas mãos toda a bondade que possuía, aproximou-se da ignorância, de mansinho, para esclarecer. Não gravou na pedra nem usou os pergaminhos para registar os seus ensinamentos. Usou o dom da fala, a força do olhar, a importância do toque. E quando escreveu, usando a poeira do chão, esculpiu nas consciências a imorredoura lição da não condenação dos erros alheios. E cumpriu, passo a passo, gesto a gesto, o que a Lei ditava. Quanto às leis de Moisés, o grande legislador, com o Seu modo de falar e de agir, preencheu as lacunas que a Sua visão superior encontrava e emendou as que não correspondiam ou mesmo atrapalhavam as necessidades morais da humanidade. Aos olhos daqueles que O viam, daqueles que O escutavam, tudo parecia novo e diferente do conhecido. Conheciam mas não sabiam, já que não praticavam. Não sabiam que o amor é a maior força do universo, unindo todos os seres a Deus, num laço eterno e inquebrável. O amor é, pois, o que mais se deve trabalhar, e para esse labor não há barreiras que não se possam ultrapassar, nem dias nem horas que impeçam o fortalecimento, o alimentar desse sentimento que reúne todos os bons sentimentos, para irradiar incansável em torno de tudo, de todos nós, sarando as feridas do abandono, da desilusão, da insipiência. Nestes dias de tão grandes mudanças e exigências, vivemos num ambiente de revolução das consciências. Liderada pelo Amor, esta revolução pretende que a alma humana se dispa de preconceitos e analise os acontecimentos à luz bem clara da razão. E que escute de novo, como naqueles dias, a Voz compassiva e branda a repetir a importância do Amor, a si mesmo e por cada um. As lutas atuais não servem para empedernir e encarcerar o Ser nas velhas masmorras do egoísmo e da indiferença. São movimentos que agitam para renovar, que apagam conceções para deixar espaço livre para a inserção de ideias novas. Não penseis que eu tenha vindo destruir a Lei ou os profetas: não os vim destruir, mas cumpri-los – disse Jesus. Ouvimo-Lo, beneficiámo-nos do Seu Amor, das Suas lições, do Seu exemplo. Aprendemos, sabemos o que há a fazer. Agora, é a nossa vez. Carmo Almeida Junho de 2020

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O Espiritismo é uma Revelação elaborada como as ciências materiais Por | Francisco Ribeiro

O Espiritismo é uma Revelação pois vem “dar a co- vulgarmente pelo nome de mesas girantes ou dança nhecer uma coisa secreta ou desconhecida.”(1) E o das mesas. (...) A princípio quase que só encontrou que dá a conhecer é o mundo espiritual e as suas incredulidade, porém, ao cabo de pouco tempo, a interações com o mundo material. Por se debruçar multiplicidade das experiências não mais permitiu sobre a vida espiritual e a forma como esta interage lhe pusessem em dúvida a realidade.”[grifo nosso](2) com o mundo material, “a revelação espírita tem du- Temos aqui um conjunto de ocorrências materiais, plo caráter: participa ao mesmo tempo da revelação logo visíveis, quantificáveis, qualificáveis e repetíveis, divina e da revelação científica.”(1) Com o segundo cuja observação levou um conjunto de homens a ponto desta frase começa-se já a perceber porque é perceberem que algo de novo e diferente se passaque a Doutrina Espírita vai ser elaborada como as ci- va. Não se tratava de visões, que poderiam ou não ser causadas por estados alterados de consciência de ências materiais. Mas para melhor entendermos este ponto, temos de origem química, mas factos observados por pessoas cuja integridade estava acima de qualquer suspeita. recuar até à publicação de O Livro dos Espíritos. No ponto III da Introdução, Kardec escreve: “Lem- “O movimento, no entanto, nem sempre era circular; bremos, antes de tudo, em poucas palavras, a série muitas vezes era brusco e desordenado, sendo o progressiva dos fenómenos que deram origem a objeto violentamente sacudido, derribado, levado esta Doutrina. O primeiro facto observado foi o da numa direção qualquer e, contrariamente a todas movimentação de objetos diversos. Designaram-no as leis da estática, levantado e mantido em suspen-4-


Kardec Hoje

o Espiritismo é uma ciência de observação e não produto da imaginação

são.”[grifo nosso](2) Aqui torna-se evidente que leis regras inaplicáveis a um fenómeno, e como os resulmateriais conhecidas não supervisionavam de forma tados não se produzem, recusa-se o fenómeno. absoluta os fenómenos. Se tal acontecesse, então, re- “Contra a realidade do fenómeno, poder-se-ia indupetindo as condições em que o fenómeno era provo- zir alguma coisa da circunstância de ele não se produzir de modo sempre idêntico, conforme a vontade cado, os resultados seriam repetidos. “Ainda aqui nada havia que se não pudesse explicar e as exigências do observador? (...) Ora, para se copela ação de um agente físico invisível.”[grifo nos- nhecerem essas leis, preciso é que se estudem as so](2) Estando os Homens longe de conhecer tudo o circunstâncias em que os factos se produzem e esse que existe no mundo material, poder-se-ia dar o caso estudo não pode deixar de ser fruto de observação de existir algum agente, cujas propriedades fossem perseverante, atenta e às vezes muito longa.”[gridesconhecidas, e que regesse a forma como os fenó- fo nosso](2) Mas houve outros homens sábios, mais menos se davam. humildes, que consideraram a sua própria pequenez “Mas aconteceu que o fenómeno nem sempre lhes ante a magnitude do Universo e se puseram a estucorrespondeu à expectativa e, do facto de não se dar. E ao fim de um longo processo de trabalho, é haver produzido constantemente conforme a von- trazida à luz do mundo, pela pena de Allan Kardec, tade deles e segundo a maneira de se comportarem a Doutrina Espírita, assente na observação e na rana experimentação, concluíram pela negativa.”[grifo nosso](2) O típico erro humano. Tenta-se aplicar -5-


Kardec Hoje

zão, revelando à Humanidade o “lado de lá do véu”. “Como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma maneira que as ciências positivas, isto é, aplicando o método experimental. (…)”(1) Surge com uma estrutura lógica, usando diversos princípios da Ciência, tais como o da observação, generalização, autoquestionamento, etc. Ao contrário dos homens que Kardec refere em O Livro dos Espíritos, “quando factos novos se apresentam, que não podem ser explicados pelas leis conhecidas, o Espiritismo os observa, compara, analisa e, remontando dos efeitos às causas, chega à lei que os preside; depois, lhes deduz as consequências e busca as aplicações úteis.” (1) “Concluiu pela existência dos Espíritos quando essa existência ressaltou evidente da observação dos factos, procedendo de igual maneira quanto aos outros princípios. Não foram os factos que vieram depois confirmar a teoria: a teoria é que veio subsequentemente explicar e resumir os factos. É, pois, rigorosamente exato dizer-se que o Espiritismo é uma ciência de observação e não produto da imaginação.” (1) Enquanto ciência, o Espiritismo vai ter por objeto “o conhecimento das leis do princípio espiritual.”(1) E é precisamente este conhecimento que vai auxiliar as ciências materiais a explicar certos fenómenos inexplicáveis só pelas leis da matéria. Já as ciências materiais vão, pelas descobertas que vão realizando, comprovar os princípios da Doutrina Espírita. (1) Por este motivo é que a Doutrina Espírita, apesar de ser a Terceira Revelação, se vai desenvolver como as ciências materiais. Ela vem aliar a Fé à Razão, provando que não só é possível conciliar crença e ciência como esse é um passo fundamental para alcançarmos a “Fé inabalável” que move montanhas. Referências 1 – Kardec, Allan, A Gênese, [Tradução de Evandro Noleto Bezerra] (Kindle Locations 6093-6094; 6181-6182; 6192-6193; 6193-6195; 6211; 6213-6214). FEB (Federação Espírita Brasileira) - Edicei of America. Kindle Edition. 2 - Kardec, Allan, O Livro dos Espíritos, [Tradução de Guillon Ribeiro] (Kindle Locations 5513-5520; 5530-5532; 5549-5551; 5554-5561). FEB - Federação Espírita Brasileira. Kindle Edition. Photo by Pexels

aliar a Fé à Razão, provando que não só é possível conciliar crença e ciência como esse é um passo fundamental para alcançarmos a “Fé inabalável” que move montanhas


revista em

revista

Criminalidade

Infantil

Por | Cláudia Lucas O tema que trazemos hoje para análise reflete bem as ocorrências terríveis que ainda se dão no planeta Terra. É certo que este caso ocorreu em 1857, mas na atualidade continuam a ocorrer crimes idênticos, tão chocantes quão imprevisíveis. Este caso foi analisado na Revista Espírita de Outubro de 1858. Passou-se, então, que no ano de 1857, algumas crianças brincavam juntas no jardim do sr. Fritche. Três eram filhos do Sr. Hubner, fabricante de pregos, e dois eram filhos do Sr. Fritche, sapateiro. As crianças, um menino e quatro meninas, tinham entre 4 e 9 anos. Uma outra criança, de 12 anos, conhecida “pelo seu mau caráter”, associou-se às brincadeiras e convenceu os outros a entrarem num baú, guardado numa casinha do jardim onde brincavam. As cinco crianças mal cabiam dentro do baú, mas apertaram-se de modo a caberem, apreciando a brincadeira. Assim que entraram, o rapaz de 12 anos fechou o baú, sentou-se em cima e ficou 45 minutos a ouvir os gritos e depois os gemidos das crianças. Quando ele os supôs mortos, abriu o baú; mas as crianças ainda respiravam. Tornou a fechá-lo, trancou-o e foi brincar. Os pais dando pelo desaparecimento dos filhos,

procuraram-nos por toda a parte. Ansiosos e desesperados acabariam por encontrá-los no baú, após demoradas buscas. As cinco crianças haviam desencarnado. O jovem de 12 anos confessou o crime com o maior sangue-frio e sem manifestar qualquer arrependimento, depois de ser denunciado por uma menina que o viu sair do jardim. Um crime cometido por uma criança choca-nos ainda mais, talvez por estarmos habituados a ver as crianças como seres ingénuos e inocentes, incapazes de tais barbaridades. Felizmente, não sendo caso único, episódios como este são pouco comuns. Mas são tão impressionantes que desejamos acima de tudo compreender o porquê. Allan Kardec aproveitou para interrogar os Espíritos a este respeito: “- Que motivo teria levado uma criança dessa idade a cometer uma ação tão atroz e com tanto sangue-frio? – A maldade não tem idade; é ingénua na criança e raciocinada no homem adulto.” A maldade tal como todos os outros defeitos e vícios da alma, não é inerente à idade do corpo físi-

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há as inclinações do próprio Espírito, que são o seu património permanente

co mas sim à personalidade do Espírito, que sendo imortal, vai acumulando experiências, erros, vícios e qualidades. Para uma maldade tão marcada e explícita se manifestar tão cedo através dos comportamentos infantis, certamente é porque o Espírito, embora num corpo infantil, tem essa característica e ainda não foi capaz de a superar. “- Quando a maldade existe numa criança que não raciocina, não denotará a encarnação de um Espírito muito inferior? – Nesse caso, procede diretamente da perversidade do coração; é seu próprio Espírito que o domina e o impele à perversidade.” Um Espírito bom ou um Espírito superior já não teriam ações que revelassem maldade ou perversidade. Tais características são próprias de Espíritos inferiores, sem sombra de dúvida. “- Qual poderia ter sido a existência anterior de semelhante Espírito? – Horrível. - Em sua existência anterior ele pertencia à Terra ou a um mundo ainda mais atrasado? – Não o vejo bem; contudo, devia pertencer a um orbe bem mais inferior do que a Terra (…).” Este Espírito que responde a Kardec será certamente já suficientemente conhecedor para conseguir responder à maioria das questões que lhe são colocadas, mas ainda não possui capacidade para

perceber ou conhecer todos os contornos relativos a esta situação e ao Espírito da criança de 12 anos, daí que diga que não tem a certeza se aquele pertencia à Terra ou a um mundo inferior. Mas no decorrer da conversa com Kardec, ele inclina-se bastante para essa probabilidade da criança de 12 anos ser efetivamente a reencarnação de um Espírito proveniente de um mundo inferior ao planeta Terra, mundo esse onde: a imperfeição seria ainda muito marcada; haveria uma fraca ideia de justiça; os homens viveriam apenas para si e para a satisfação das suas paixões e instintos. (1) Neste caso, desconhecemos o que ocorreu durante os 12 anos da sua infância, quais as suas condições de vida, como foi criado e educado, qual o contexto em que cresceu, que exemplos e ensinamentos recebeu. Todas estas incógnitas podem ser muito importantes para, psicologicamente, se compreender a personalidade desta criança e para condicionar a sua saúde mental. Mas, para além disso, há as inclinações do próprio Espírito, que são o seu património permanente e que, a serem inclinações inferiores, vão facilitar que ele aproveite e replique os exemplos negativos que vê ao seu redor e que desenvolva os aspectos mais sombrios da sua personalidade que poderão resultar em psicopatologias muito graves. À época, a pedopsiquiatria e a psicologia mais vol-

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tada para as crianças não estavam desenvolvidas como nos dias de hoje. E é interessante reparar que esta criança já era conhecida pelo seu “mau carácter”, ou seja, pela sua inferioridade, que já se manifestava antes deste crime. Nos dias de hoje, certamente ela teria sido encaminhada para serviços de saúde mental adequados à sua faixa etária e, com o devido acompanhamento, talvez este crime pudesse ter sido evitado. De qualquer forma, não há dúvida de que este era um Espírito ainda muito imperfeito, talvez até uma alma profundamente doente, muito marcada pelo seu passado e ainda muito afastada do cumprimento das Leis Divinas. Mas sendo possivelmente um Espírito de um grau de evolução inferior ao dos Espíritos encarnados na Terra, e portanto um grau de consciência proporcional ao seu grau evolutivo, teria perfeita consciência do crime que cometia e, como Espírito, seria responsabilizado por ele? A resposta que Kardec obtem é: “Tinha a idade da consciência, e isso basta.” Em crimes idênticos, poderá dar-se também o caso de ser um Espírito como os que são referidos na obra Transição Planetária, psicografada por Divaldo Franco, ditada pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda, em que é revelado que “incontáveis membros das tribos bárbaras do passado, que per-

maneceram detidos em regiões especiais durante alguns séculos, de maneira que não impedissem o desenvolvimento do planeta, renascem (…) assinalados pelo primitivismo em que se mantiveram. (…) tendo a santa oportunidade de refazerem conceitos, aprimorarem sentimentos e de participarem da inevitável marcha ascensional…” (2) Vemos como Deus permite que esses Espíritos mais atrasados do que nós possam, em contacto connosco, ter mais facilidade em se adaptarem a um novo registo de vivências positivas e já não tão bárbaras como aquelas a que estavam habituados. E isso permite-nos também progredirmos porque somos confrontados com as naturais dificuldades que os seus comportamentos geram e pelo choque que acabamos por sentir, mas que facilitará o progresso de ambas as partes, porque nos fará crescer a todos. “Expressivo número, porém, permanece em situações de agressividade e indiferença emocional, tornando-se instrumentos de provações rudes para a sociedade.” (2) Apesar de terem essa possibilidade de integração numa sociedade que lhes facilitará a aquisição de valores morais elevados, não é fácil aproveitarem essa oportunidade e é comum manterem o padrão de inferioridade a que estavam ligados. É natural, por isso, que desperdiçada a oportunidade,

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A Lei de Deus é Lei de Progresso e de Amor cuja meta é a felicidade se vejam constrangidos a regressar a um mundo num estágio de evolução inferior, onde repetirão aprendizagens para debelarem a sua inferioridade: “Fruem da excelente ocasião que, malbaratada, os recambiará a mundos primitivos, nos quais contribuirão com os conhecimentos de que são portadores, sofrendo, no entanto, as injunções rudes que serão defrontadas.” (2) “Qual será a posição desse Espírito numa nova existência? – Se o arrependimento vier apagar, se não inteiramente, mas pelo menos em parte, a enormidade de suas faltas, então ficará na Terra; se, ao contrário, persistir no que chamais de impenitência final, irá para um lugar onde o homem se nivela com os animais.” E ainda a este respeito do regresso de “Espíritos que se acharam em mundos muito elevados para eles, e que foram obrigados a regressar a outro mais compatível com a sua natureza”, Kardec salienta que “os Espíritos não podem regredir. Com efeito, os Espíritos realmente não podem retrogradar, no sentido de que não é possível perder o que adquiriram em ciência e em moralidade; mas podem decair em posição.” Como nada acontece por acaso, as cinco crianças

assassinadas não foram desamparadas nem esquecidas por Deus. Algo no seu passado justificou o seu desencarne naquela circunstância. Da mesma forma, não foi por acaso que aqueles pais perderam os filhos. E quão duro terá sido para aqueles que perderam todos de uma vez só. A Justiça Divina é profundamente misericordiosa e sábia, pelo que temos a certeza de que aquele desfecho trágico, embora profundamente doloroso, não foi injusto nem injustificado. “Por que tão frequentemente a vida se interrompe na infância? A curta duração da vida da criança pode representar, para o Espírito que a animava, o complemento de existência precedentemente interrompida antes do momento em que devera terminar, e sua morte, também não raro, constitui provação ou expiação para os pais.” (3) Não esqueçamos que “Os Espíritos só entram na vida corporal para se aperfeiçoarem, para se melhorarem. A delicadeza da idade infantil os torna brandos, acessíveis aos conselhos da experiência e dos que devam fazê-los progredir. Nessa fase é que se lhes pode reformar os caracteres e reprimir os maus pendores. Tal o dever que Deus impôs aos pais, missão sagrada de que terão de dar contas.” (3) De acordo com os seus maus pendores, com os exemplos, com a educação que recebam desde que nascem, resultará uma experiência de crescimento espiritual ou não. Mas seja qual for a circunstância, mesmo esses Espíritos que revelam ausência de bondade ou de compaixão, não deixam de ser nossos irmãos que simplesmente se encontram num patamar inferior de evolução, que merecem as nossas preces e que tal como nós chegarão a Espíritos puros e, portanto, perfeitos. A Lei de Deus é Lei de Progresso e de Amor cuja meta é a felicidade, e dela, nenhum de nós, por mais tempo que demore, poderá fugir. Referências 1 – Cf. Kardec, Allan, Revista Espírita – Jornal de Estudos Psicológicos, Out. 1858. 2 - Franco, Divaldo (Manoel P. Miranda), Transição Planetária, 2010, Salvador: LEAL, p. 33. 3 - Kardec, Allan, O Livro dos Espíritos, q. 199 e 385. Photo by Pexels


Médiuns especiais… Por |Isabel Piscarreta A mediunidade apresenta uma variedade infinita de matizes, que constituem os chamados médiuns especiais, dotados de aptidões particulares que os tornam um instrumento mais ou menos cómodo e flexível para os Espíritos. A escolha preferencial do médium é efetuada conforme o género de comunicação que aqueles queiram transmitir e mediante a sua simpatia fluídica. A natureza das comunicações guarda sempre relação com a natureza do Espírito e traz o cunho da sua elevação ou da sua inferioridade. Para que se dê uma boa comunicação, é preciso que proceda de um Espírito bom, e que encontre um bom médium capaz de a transmitir. É ainda necessário que a finalidade seja boa. Em reuniões sem meios nem fins sérios, os bons Espíritos não perdem tempo a lançar as boas sementes em cima de “pedras” e por sintonia vibratória, ocorrem as comunicações de Espíritos levianos e zombeteiros que pouco se importam com a verdade. As diferentes espécies de médiuns, algumas mais comuns, outras mais raras e excepcionais, foram agrupadas por Allan Kardec num quadro sinóptico, isto é, que procura sintetizar, resumir e que não tem qualquer caracter absoluto. Existe uma primeira grande divisão em duas categorias, a que todas as outras variantes da faculdade mediúnica se ligam mais ou menos diretamente; algumas participam de ambas, pois, em todos os fenómenos há um efeito físico, ao qual se alia quase sempre, um efeito inteligente, sendo difícil muitas vezes determinar o limite entre os dois: 1. Médiuns de efeitos físicos: os que têm o poder de provocar efeitos materiais ou manifestações ostensivas, como os movimentos dos corpos inertes, ruídos, etc.

Alguns exemplos, respetivamente: 1. Médiuns de translações e de suspensões: os que produzem a translação aérea e a suspensão dos corpos inertes no espaço, sem ponto de apoio. Entre eles há os que podem elevar-se a si mesmos. Mais ou menos raros, conforme a amplitude do fenómeno; muito raros, no último caso. Médiuns de efeitos musicais: provocam a execução de composições, em certos instrumentos de música, sem contacto com estes. Muito raros. 2. Médiuns proféticos: variedade dos médiuns inspirados, ou de pressentimentos. Recebem, permitindo-o Deus, com mais precisão do que os médiuns de pressentimentos, a revelação de futuras coisas de interesse geral e são incumbidos de dá-las a conhecer aos homens, para sua instrução. Importa realçar que “Se há profetas verdadeiros, mais ainda os há falsos, que consideram revelações os devaneios da própria imaginação, quando não são embusteiros que, por ambição, se apresentam como tais.” O verdadeiro profeta é um homem de bem, inspirado por Deus. Pode ser reconhecido pelas suas palavras e pelos seus atos. É impossível que Deus se sirva da boca do mentiroso para ensinar a verdade. Médiuns pintores ou desenhistas: os que pintam ou desenham sob a influência dos Espíritos. Falamos dos que obtêm trabalhos sérios, visto não se poder dar esse nome a certos médiuns que Espíritos zombeteiros levam a fazer coisas grotescas, que desabonariam o mais atrasado estudante. Se é médium especial, procure o esclarecimento e o auxílio num Centro Espírita. (Continua) Referências

Cf. Allan Kardec; O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, Cap. II, item 160; Cap. III, item 66; Cap. XVI, itens 185-187, 189, 190. 2 - Cf. Allan Kardec; O Livro dos Espíritos, Parte 3ª, Cap. I, Q. 624.

2. Médiuns de efeitos intelectuais: os que são mais aptos a receber e a transmitir comunicações inteli- Photo by Pexels gentes; - 11 -


Conversas com

Jesus

Causas anteriores das aflições Por |Isabel Costa

1. Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados. – Bem-aventurados os famintos e os sequiosos de justiça, pois que serão saciados. – Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, pois que é deles o reino dos céus. (S. MATEUS, 5:4, 6 e 10.)

Todos nós que aqui nos encontramos, sabemos já que a Terra, este planeta que nos acolhe, é um lugar de provas e expiações. Como tal, o sofrimento e a dor são ainda a tónica geral das nossas existências. Mas assistimos tantas e tantas vezes à inconformação, à revolta perante determinadas circunstâncias da vida e ouvimos dizer: “Mas que mal fiz eu a Deus?” Ou, no caso de crianças que nascem com deformidades ou têm doenças graves, ou ainda quando desencarnam em tenra idade: “Que mal fez esta criança a Deus, para merecer uma situação destas?” Ou “Que pouca sorte a destes pais, por terem um filho assim!” Todas estas situações e muitas outras, remetem-nos para a lei de Causa e Efeito; todas essas misérias, sofrimentos, são o efeito que deve ter uma causa, e como todos admitimos que Deus é soberanamente justo, essa causa deve ser justa. E como a causa precede sempre o efeito, se ela não se encontra na vida atual, tem que forçosamente estar numa vida

passada. Se todos nós ainda nos encontramos neste mundo de provas e expiações, é porque ainda carregamos débitos de vidas passadas, que necessitam ser saldados, mais tarde ou mais cedo. O Homem nunca escapa à consequência das suas faltas, dos seus erros. Pode não saldar as suas dívidas numa só existência, mas é certo que levará as existências que forem precisas, até o fazer. Os sofrimentos com que nos defrontamos na atual existência, em consequência de causas anteriores ou atuais, são na grande maioria das vezes a consequência natural dos erros que cometemos. Ou seja, o Homem suporta o que fez os outros suportarem. Por exemplo, se foi duro e desumano, poderá por sua vez ser tratado duramente e com desumanidade; se foi orgulhoso, poderá nascer numa condição humilhante; se foi avarento, egoísta, ou se fez mau uso da sua fortuna, poderá vir privado do necessário; se foi um mau filho, poderá vir a sofrer com os seus próprios

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filhos. Enfim, um sem número de situações, que lhe possibilitam expiar as suas faltas . Experimentando o que fez os outros vivenciarem, terá a oportunidade de corrigir os seus defeitos e acertar-se com as suas vítimas; ou seja, a dor e o sofrimento, constituem, no nosso patamar evolutivo, o meio de aprendizagem, de evolução. Como nos dizem as instruções dos Espíritos, nestes itens: «Pela pluralidade das existências e pela condição da Terra, como mundo de expiações e provas, explicam-se os absurdos que a divisão da felicidade e da infelicidade apresenta entre os bons e os maus neste mundo. Esse absurdo existe somente na aparência, pois é considerado apenas do ponto de vista da vida presente; mas, se nos elevarmos pelo pensamento, de modo a incluir uma série de existências, compreenderemos que cada um tem o que merece, sem prejuízo do que lhe está reservado no mundo dos Espíritos e que a justiça de Deus nunca falha.»

Lembremo-nos ainda que salvo os casos dos Espíritos muito endurecidos ou muito ignorantes, aos quais as tribulações da vida são impostas, na grande maioria das vezes, fomos nós próprios que as escolhemos livremente para o percurso a fazer nas nossas existências. Essas aflições são, ao mesmo tempo, expiações do passado que nos castigam, e provas que nos preparam para o futuro. No entanto, não pensemos também que todos os sofrimentos suportados neste mundo sejam necessariamente a indicação de uma determinada falta. Muitas vezes, são provas que o Espírito escolhe para poder apressar o seu progresso; daí o podermos dizer que a expiação serve sempre de prova, porém, a prova nem sempre é expiação. Mas, no entanto, tanto umas quanto as outras, são sempre sinais de uma relativa inferioridade. A forma como as encaramos e vivenciamos diz muito a respeito do nosso Espírito. Sem dúvida que o sofrimento sem lamentação pode ser uma expiação, mas é um sinal que foi escolhido voluntariamente e não imposto. É a prova de uma firme decisão, o que por si só já é um indício de progresso. «Nas suas diversas existências corporais, é que os Espíritos se livram, pouco a pouco, das suas imperfeições. As provas da vida fazem avançar, quando são bem suportadas. Como expiações elas apagam as faltas e purificam. São os remédios que limpam a chaga e curam o doente, e quanto maior o mal, mais o remédio deve ser eficiente.» Assim, depende de cada um de nós, da nossa aceitação, da nossa resignação, tornar o sofrimento proveitoso; e não desperdiçarmos o seu fruto, pelas lamentações, pelo inconformismo, pela revolta, caso contrário teremos de recomeçar tantas vezes quantas a teimosia do nosso Espírito necessitar. Confiemos no Mestre! Ele nunca nos desampara em momento algum, providenciando toda a ajuda necessária; porém, cabe a cada um de nós exercer o seu livre-arbítrio, fazer as suas escolhas, assumindo a respetiva responsabilidade. O esforço e o trabalho são de cada um de nós; só assim o mérito será nosso. Ninguém pode fazer a caminhada por nós; somos os alunos preguiçosos e desatentos, que precisam repetir as lições, os exames, até darem prova que estão aptos para passar de ano. Aprendamos a focar-nos no que é verdadeiramente importante e primordial, que é tornarmo-nos melhores a cada dia que passa, aprendendo as lições que a vida se encarrega de nos trazer. Photo by Pexels

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Por |Francisco Ribeiro

CURA E TRATAMENTO Refletindo E

stimado leitor, há um ano atrás, partilhei consigo uma análise duma das lições mais preciosas da vida de Chico Xavier sobre saúde e doença. Na altura tínhamos acabado de sair duma situação de confinamento a nível mundial, que tinha trazido modificações profundas às nossas vidas. Nestes doze meses, o vírus que se abateu sobre a Humanidade reencarnada deixou um rasto de morte e dor por todos os países. A vacina, a grande promessa da resolução da crise, avança a passos largos, mas simultaneamente avançam as variantes e sub-variantes, numa luta titânica entre a ciência humana e um vírus condicionado pelo instinto de sobrevivência. E passado um ano, continuamos a falar em distanciamento social, uso de máscaras, etc. O panorama parece avassalador e lançamos o pensamento ao Alto, implorando por uma estrela guia que nos oriente pelo turbilhão emocional que é viver com uma doença pandémica que coabita, e pelo que a ciência indica, continuará a coabitar connosco por algum tempo.

tas palavras, que a maioria das vezes não precisamos que os “mortos” nos venham dizer as coisas. Deus, na Sua Infinita Sabedoria, foi permitindo que emissários Seus fossem reencarnando junto da Humanidade, para grafar na memória material lições importantes para uma dada época, mas também para as gerações futuras. As vozes dos imortais apenas surgem quando é preciso apertar o passo, por assim dizer. “Moisés e os Profetas” aqui representam todas essas almas sábias que ao longo das eras nos foram deixando as suas lições, todas elas provenientes da Sabedoria Divina. Por isso, revisito hoje o texto de há doze meses, para ver que lições é que a Vida de Chico Xavier e Emmanuel nos podem de novo trazer. Tal como Chico se virou para a fonte de auxílio médico mais segura que tinha, o Dr. Bezerra de Menezes (1), nós viramo-nos para a Espiritualidade Superior. Mas a resposta para ambos é simples e curta. Continuemos com as orientações da medicina da Terra que são ajustadas, soframos com paciência e resignação, pois a maleita tem o seu fim útil. E aqui está um ponto importante, a paciência e a resignação. Teorias da conspiração à parte, porque elas não têm lugar neste espaço, é seguro afirmar, que à luz das Leis Divinas, esta pandemia é fabrico próprio da Humanidade. Não porque tenha sido desenvolvida com o propósito de dizimá-la ou controlar-nos a todos, mas porque o planeta tem de evoluir, assim como os seus habitantes. A

Condoído com as nossas dores, o Divino Amigo envia os seus emissários até junto da massa humana em desalinho. Vem-me então à mente uma passagem da Parábola do Mau Rico. Referindo-se aos irmãos do mau rico, diz-lhe Pai Abraão “Têm Moisés e os Profetas, que os escutem.” Esta lição sempre esteve muito presente na minha vida, desde que lhe entendi uma das lições. Diz-nos Jesus, através des- 14 -


Humanidade terrestre é muito teimosa e durante décadas, apesar de milhares de avisos que estávamos a caminho do ponto “sem-retorno” no desgaste da nossa Casa Comum, continuávamos, desenfreados e alienados, em direção ao abismo, gritando que era preciso mudar, mas recusando-nos a dar um passo noutra direção, diferente daquela em que nos movimentávamos. O planeta precisava duma pausa. A sociedade, cada vez mais ansiosa e acelerada, precisava duma pausa. E as Leis Divinas, cheias de sabedoria, providenciaram as condições para que uma pausa surgisse na vida material. A pandemia surge como resposta natural a um conjunto de necessidades planetárias e espirituais, da mesma forma que todos os flagelos destruidores têm surgido ao longo da nossa História. Daí esta pandemia ser fabrico próprio. Mas olhando para o número imenso de desencarnados, só nos últimos doze meses, podemos ser levados a colocar aos Espíritos Superiores a mesma pergunta que Chico faz a Emmanuel (2), Eles, supostamente são os nossos protetores, como é que não podem fazer nada para nos ajudar e como é que é suposto continuarmos a trabalha em prol do Senhor? A resposta é relativamente simples e também dada por Emmanuel: lá porque não tem cura, não quer dizer que não tenha tratamento. Aliás, devemos lembrar-nos que as Leis Divinas procuram sempre o equilíbrio. Nesse particular, é sabido que ao lado

dum veneno, a natureza tem sempre o antídoto, pelo que é garantido que este Corona Vírus também terá o seu antídoto. Se ainda não foi descoberto é porque a doença tem, ainda, o seu fim útil. E temos também de nos lembrar que a ajuda dos Espíritos Superiores é quase sempre subtil e impercetível. Acontece desta forma a fim de que o nosso livre-arbítrio seja respeitado, cabendo-nos a nós a responsabilidade e mérito de todas as nossas ações. A verdade é que não estamos desamparados. Se pararmos por uns minutos o “corcel mental” e ouvirmos com ouvidos de ouvir, conseguiremos escutar as vozes dos nossos amigos espirituais a dar-nos força, fé, coragem e perseverança, trazendo paz e tranquilidade ao nosso ser. Mas este exercício requer domínio sobre nós mesmos, algo a que estamos muito pouco habituados. E assim surge mais uma lição da pandemia: isolados do convívio social, fomos levados ao encontro connosco mesmos, descobrindo quem somos. Um outro ponto é como continuar a trabalhar em prol do Reino de Deus na Terra? Uma vez mais recorremos à sabedoria de Emmanuel e ao texto de há um ano atrás: “Se [o discípulo] cristaliza a mente na ociosidade, elimina o bom ânimo no coração dos trabalhadores que o cercam e estrangula as suas próprias oportunidades de servir.” (3) “Quem aprende a servir, contudo, sabe reduzir todos os embaraços da senda, descobrindo trilhos novos.” (4)

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Quem é que queremos ser neste momento tão grave da Humanidade Terrestre? Queremos ser o “mau servo” que enterra a moeda na Terra com medo de a perder? Ou queremos ser os bons servos que pegam no que Deus lhes empresta, por muito pouco que seja, e mobilizam os recursos de que dispõem em prol dos seus irmãos que sofrem? Podemos invocar que estamos longe de tudo, ou que a nossa saúde não nos permite ajudar diretamente os sofredores. Podemos, mas em resposta a isso, socorro-me duma das lições mais maravilhosas que Madre Teresa de Calcutá nos deixou. Quando uma das suas discípulas, que nunca tomou votos, adoeceu profundamente e foi aconselhada a deixar a Índia e voltar para Inglaterra, a jovem ficou destroçada. Queria continuar a trabalhar com a amiga em prol dos necessitados e sentia que Deus e Jesus estavam a ser injustos com ela. A Madre, cheia de sabedoria cristã, disse-lhe que o trabalho do Senhor pode ser feito em todos os lugares, da sarjeta de Calcutá ao salão de Londres. Em Londres, ela poderia orar pelas suas companheiras de trabalho, algo que lhes seria muito útil, poderia angariar fundos para ajudar a financiar a ajuda aos necessitados, etc. A jovem, apesar da dor de se afastar das irmãs de alma, retornou à pátria e até ao fim dos seus dias dedicou-se a trabalhar, à distância, em benefício das Irmãs da Caridade, fazendo a sua parte. Ou como nos disse Emmanuel, “Quem aprende a servir, contudo, sabe reduzir todos os embaraços da senda, descobrindo trilhos novos.” Deixo-vos, pois, volvidos doze meses do texto original, com a mesma mensagem de Fé e Esperança, com a certeza que o Pai e o Mestre continuam a orientar-nos e a proteger-nos, esperando que demos o nosso melhor, a fim de que o Reino de Deus se implante o mais rapidamente possível na Terra. Referências 1 - “Será que o senhor não poderia pedir ao Dr. Bezerra ou a algum outro benfeitor espiritual que me curasse o olho? (…) Continue tratando com o médico amigo e sofra com paciência e resignação, porque este seu caso não tem cura e não posso fazer nada por você nesse sentido.” In “Cura e Tratamento”. Momentos com Chico Xavier. 2 - “Mas se o senhor, que é o meu protetor, está dizendo que não tem cura...que não pode fazer nada por mim, como é que vou continuar trabalhando?” Idem. 3 - XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). “Destruição e miséria”. Fonte Viva, item 27. 4 - Idem. “Quem serve, prossegue”. Fonte Viva, item 82.

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E assim surge mais uma lição da pandemia: isolados do convívio social, fomos levados ao encontro connosco mesmos, descobrindo quem somos.


notícias

OS JOVENS NO ESTUDO DOUTRINÁRIO A turma do 1º Ciclo da Juventude preparou uma palestra com o tema “O Centro Espírita da Nova Geração”, que foi apresentada no dia 30 de Maio, pela Margarida Sequeira e pelo Miguel Torres, que representaram o grupo de trabalho envolvido nesta tarefa. Foi bom vê-los nesta nova atividade e poder contar com a sua presença entre os expositores do Estudo Doutrinário!

A FEC NOS ENCONTROS VIRTUAIS DE EDUCADORES ESPÍRITAS - Bloco 2 Os evangelizadores DIJ estiveram neste 2º Encontro que teve como tema “Metodologias e Estratégias: A importância da qualidade” e que decorreu online no passado dia 13 de junho. Contou com a presença de evangelizadores de todo o país e com a participação de Chris Drux, do Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira, do estado do Rio de Janeiro e de Silvana Elia, coordenadora da Área de Infância, Juventude e Família do CEI - Conselho Espírita Internacional.

ESTUDOS ESPÍRITAS E PALESTRAS DE ESTUDO DOUTRINÁRIO 2020-21 O Ano letivo aproxima-se do fim. Os Estudos Espíritas de segunda, terça, quarta-feira e sábado, assim como as palestras de Estudo Doutrinário ao domingo encerram no final do mês de junho.

Por |Paulo Henriques

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Por |Paula Alcobia Graça

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2ª Feira - Estudos Espíritas ESDE II – 19h30 - 20h30 (por videoconferência) ESTUDO OBRAS DE ANDRÉ LUIZ – Ano VI – 19h30 – 20h45 (por videoconferência) EIMECK – 19h30 - 20h45 (presencial) 3ª Feira - Integração no Centro Espírita - 17h00 - 19h00 - Atendimento individual com marcação prévia exclusivamente pelo número 917600135 (A receção abre às 16h30) ESDE III – 19h30 (por videoconferência) 4ª Feira ESDE I – 19h30 – 20h30 (por videoconferência) 5ª Feira Assistência Espiritual (Passe) 16h30 - 19h00 (presencial) (Receção - 16h00 - 19h00) KIniciação - 19h30-20h30 (por videoconferência) Sábado Aulas DIJ (por videoconferência) Jardim; 2º C. Infância; 1º C. Juventude 15h00 - 15h50 1º C. Infância; 3º C. Infância; 2º C. Juventude – 16h00 – 16h50 Maternal – 17h00-17h50 Estudo das Obras de André Luiz – Ano X – 17h00 – 18h30

A Libertação Nº 151 Ano XXXVI julho/agosto/setembro 2021 Nome do Proprietário e Editor Fraternidade Espírita Cristã Morada Sede do Proprietário e Editor, Redação e Impressão Rua do Vale Formoso de Cima, nº 97A 1950-266 Lisboa, Portugal Nº de Contribuinte 501091670 Nº de Registo na ERC 109883 Nº de Depósito Legal 10.284/85 ISBN 0871- 4274 Direção Diretor - Maria Emília Barros Colaboradores Carmo Almeida Cláudia Lucas Francisco Ribeiro Isabel Costa Isabel Piscarreta Paula Alcobia Graça Paulo Henriques

Domingo Palestra pública (online) 17h00 – 18h00

Periodicidade Trimestral Tiragem 500 exemplares

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Realização Design Gráfico - Sara Barros

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