A Libertação 144

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A Libertação 144 Boletim Fraternidade Espírita Cristã

Lisboa - Portugal

Ano XXXIV| N 144 | 1 de outubro de 2019 - trimestral | PVP 5€| distribuição gratuita aos sócios


índice

colaboradores

04 SUCESSORES Na segunda parte do livro “Obras Póstumas” deparamo-nos com uma preocupação de Kardec com o futuro da direção do Espiritismo, pois a seu ver, era necessário uma direção central, para que o Espiritismo, entregue a si mesmo, não se desviasse da sua rota...

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Carmo Almeida

REVISTA ESPÍRITA – 1858 MADAME DE STAËL

Mira Benedito

Tendo acesso aos salões literários de Paris, como o de sua mãe, que frequentava desde muito jovem, revela muita curiosidade e interesse pelos debates aí mantidos. Cedo dedica-se à escrita, através da qual dá livre curso aos seus ideais....

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Isabel Piscarreta

O ORGULHO E A HUMILDADE

Francisco Ribeiro

Sem humildade, o Homem apenas tenta adornar-se de virtudes que não possui, é hipócrita mostrando uma gentileza falsa e torna-se orgulhoso, prepotente, exigente, julgando-se superior e diferente dos outros...

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Liliana Henriques

SOU MÉDIUM PSICÓGRAFO... PARTE II

Paulo Henriques

O primeiro indício de disposição para escrever é uma espécie de estremecimento no braço e na mão. Gradualmente, a mão é arrastada por uma impulsão que não consegue dominar...

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ORGULHO OU DISTRAÇÃO

Paula A. Graça

(...) temos a Lei de Deus inscrita na nossa consciência, tal como os Espíritos respondem a Allan Kardec. Escutemo-la e que sejamos, dentro das nossas limitações, capazes de ver em todos os que nos rodeiam irmãos nossos, e tratá-los como tal....

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Teresa Carrola


editorial

Por | Carmo Almeida

O dia 3 de outubro será, cada vez mais, motivo de celebração entre toda a comunidade Espírita, pelo facto de ser a data de nascimento daquele que viria a pesquisar os fenómenos relacionados com a imortalidade da alma. Como resultado dos seus trabalhos e pesquisas, reuniu, em cinco livros, os princípios básicos da Doutrina Espírita. Mas a Obra Básica não é apenas a reunião de informações resultantes de estudos sérios e aprofundados de um homem maduro, de espírito livre. É a conquista do reconhecimento dos meios científico, académico e religioso de uma realidade que foi mantida, propositadamente, no obscurantismo, e para a qual tinha chegado o momento de assumir o seu lugar como área de conhecimento. O Livro dos Espíritos inaugura uma nova era para a compreensão de Deus; O Livro dos Médiuns para a explicação dos fenómenos e do sentido da mediunidade; O Evangelho, Segundo o Espiritismo, aproxima-nos da manjedoura e devolve-nos Jesus sem dogmas nem utopias. O Céu e o Inferno ensina sobre justiça divina, retirando-lhe o véu das ilusões com que os interesses humanos a envolveram, e A Génese fornece-nos os meios de alimentar a esperança de forma produtiva e confiante. Um sentido de lógica e verdadeira justiça cativou a atenção do Professor Rivail quando, por fim, aceitou observar o fenómeno fora do meio em que o tinham aprisionado: a inconsequência e o divertimento fútil. Como o cientista no seu laboratório, analisou, comparou, questionou sem receio, até que a lógica da resposta não ferisse o seu sentido prático e em todas elas encontrasse a coerência dos acontecimentos. Foi assim que retirou do deliberado obscurantismo a verdade da imortalidade da alma, a lei de justiça que se revela na Reencarnação e a possibilidade de comunicação entre desencarnados e reencarnados, através da mediunidade – tão antiga quanto a existência do Homem. Mais do que a falta de repouso, a perseguição movida por esses a quem convinha manter na ignorância as leis que governam a natureza foi cruel, atroz, mas vivida por Allan Kardec e sua esposa Amélie com o estoicismo dos heróis. E seu exemplo é, como o dos valorosos missionários, a maior prova de que estava certo e de que as suas palavras reúnem tudo aquilo que é verdadeiramente importante. Quanto mais conhecermos a Doutrina Espírita; quanto melhores espíritas nos formos tornando, maior será a nossa vontade de celebrar o dia 3 de outubro que regressa, pontualmente, envolvido no estandarte do conhecimento, da coragem e da determinação. Obrigada, Professor Rivail!

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Sucessores Por |Liliana Henriques

Na segunda parte do livro “Obras Póstumas” depa- nos ensinar todas as coisas e fazer recordar tudo o ramo-nos com uma preocupação de Kardec com o que ele tinha ensinado (S. João, 14:26). Através da refuturo da direção do Espiritismo, pois a seu ver, era velação de alguns ângulos das leis da natureza – por necessário uma direção central, para que o Espiritis- nós ainda desconhecidos mas que sempre existiram mo, entregue a si mesmo, não se desviasse da sua - o Espiritismo esclarece, racionalmente, o homem rota, do seu objetivo, mas, naquela época, não se quanto às leis morais da vida, quanto ao seu objevislumbrava ninguém apto a essa tarefa. Através de tivo; promove, desse modo, uma fé esclarecida e roconversas mediúnicas, os Espíritos confirmam que busta, o consolo moral para enfrentar corretamente haverá, sim, um sucessor. A escolha já estava feita, todas as provas; mas, acima de tudo, promove a reembora fosse sempre possível ao homem recuar educação moral dos homens, explicando o sentido diante da tarefa. No entanto, era cedo para mais re- das palavras de Jesus, estimulando um comportavelações, pois era indispensável ele dar provas de si, mento verdadeiramente cristão. Esse é o objetivo do de capacidade, de devotamento, de desinteresse. Espiritismo: reacender o Cristianismo na sua pureza, Para entender quem foi o verdadeiro sucessor de galvanizar a Árvore do Evangelho, estimulando a Kardec, importa entender a natureza da missão do evolução moral da humanidade. Espiritismo. Porque Jesus colocou o Espiritismo na Humberto de Campos, em sua obra “Brasil, Coração Terra? do Mundo, Pátria do Evangelho” (psicografia de FCX), O Espiritismo é o Consolador prometido por Jesus, relata-nos que Jesus, perante o cenário contínuo de trazido pelo Espírito de Verdade, no momento em incompreensão dos homens no que se referia às lique a humanidade estava preparada para o receber. ções do Seu Evangelho, reúne-se, no último quartel Como Jesus afirmou, uma nova revelação viria para do séc. XIV, com a Sua corte de Espíritos Superiores, -4-


Kardec Hoje

O Espiritismo é o Consolador prometido por Jesus, trazido pelo Espírito de Verdade, no momento em que a humanidade estava preparada para o receber.

para providenciar as medidas necessárias à evolução da humanidade terrestre. Nessa assembleia espiritual decide-se que a “árvore do Evangelho de piedade e de amor” seria transplantada para o solo do Brasil, junto dos Espíritos jovens e simples que lá viviam, para que, misturados com outros em prova e outros já sublimados, a Árvore pudesse frutificar. Primeiro, no seio desse povo sofrido e fraterno, depois, através do seu exemplo, todos os povos da Terra aprendessem a lei de fraternidade universal. Ismael seria o Espírito “zelador dos patrimónios imortais” da Terra do Cruzeiro, inspirado pelo lema: Deus, Cristo e Caridade. Mas, primeiro, o Consolador teria que surgir no centro cultural da Europa, no séc. XIX, nas mãos diretivas do codificador, mas ele não viria só. “Segundo os planos de trabalho do mundo invisível, o grande missionário, no seu maravilho esforço de síntese,

contaria com a cooperação de uma plêiade de auxiliares da sua obra, designados particularmente para coadjuvá-lo nas individualidades de João Batista Roustaing, que organizaria o trabalho da fé; de Léon Denis, que efetuaria o desdobramento filosófico; de Gabriel Delanne, que apresentaria a estrada científica e de Camille Flammarion, que abriria a cortina dos mundos, desenhando as maravilhas das paisagens celestes, cooperando assim na codificação Kardeciana no Velho Mundo e dilatando-a com os necessários complementos.” Com exceção de Roustaing, estes cooperadores desenvolveram os seus trabalhos após a desencarnação de Kardec, que ocorreu em 1869.

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Esse é o objetivo do Espiritismo: reacender o Cristianismo na sua pureza, galvanizar a Árvore do Evangelho, estimulando a evolução moral da humanidade.

J.B. Roustaing realizou a sua tarefa ainda durante a vida física do Codificador, através da obra “Espiritismo Cristão” ou “Revelação da Revelação – Os Quatro Evangelhos”, tornando-se conhecido pelo seu último título, alternativo. Trata-se da interpretação dos Evangelhos, versículo por versículo, e dos Mandamentos da Lei. Camille Flammarion, espírita desde os 19 anos e amigo pessoal de Kardec, tinha 27 anos quando este desencarnou. Astrónomo, graças a uma grande inteligência e dedicação aos estudos, trabalhou pela divulgação popular da astronomia, cumprindo, assim, com o desígnio de abrir a cortina dos mundos, desenhando as maravilhas das paisagens celestes. Foi conhecido e admirado pela sociedade em geral. Mas foi mais além, pois também foi um pesquisador continuado da fenomenologia espírita, construindo, com esse estudo, uma obra que tornou mais sólidas as bases científicas da DE. Gabriel Delanne foi considerado, juntamente com Léon Dennis, um apóstolo do Espiritismo. Conheceu Kardec na infância, seus pais já eram espíritas e privavam com o codificador. Foi engenheiro e dedicou-se à pesquisa experimental dos factos mediúnicos e em demonstrar que o Espiritismo apoia-se em bases científicas. A sua produção literária apoia-se em factos por ele mesmo presenciados (dentro da sua própria casa), investigados e confirmados. As suas obras são consideradas notáveis monumentos de raciocínio. Léon Denis, o grande apóstolo da Codificação, tinha 23 anos à desencarnação de Kardec. Tornou-se espírita com 18 anos e em 1882, com 36 anos, iniciou o trabalho de divulgação da DE, através de conferências pelo país e também fora de França. Foi conhecido pela sociedade em geral, por sua grande erudição e eloquência, produzindo uma impressão forte em todos que o ouviam. Tinha um raciocínio seguro

e firme, uma linguagem elegante e simultaneamente clara. Conhecemos essas características na linguagem poética dos seus livros, tendo produzido todos um grande impacto no movimento espírita e não espírita. Foi um colaborador assíduo da Revista Espírita, divulgando, através dela, as suas reflexões e comentários a vários acontecimentos que iam ocorrendo na época, relevantes à DE e ao movimento espírita. Presidiu a muitos Congressos Espíritas, onde defendeu com ardor e firmeza que só o Espiritismo realizaria a grande síntese entre a Ciência e a Religião, e a associação inevitável da Moral Superior do Cristo ao Espiritismo. Mas queremos destacar, também, duas personalidades muito impotantes, pelas funções de sucessão executiva, que exerceram, logo a seguir à desencarnação de Kardec e cuja ação e testemunho foram muito importantes na história do Espiritismo: Madame Allan Kardec (Amélie Boudet) e Pierre-Gaetan Leymarie. Madame Kardec, que durante quase 40 anos foi a firme e laboriosa companheira do codificador que, como ele testemunhou na RE de 1865, sempre o secundou na sua tarefa, com 74 anos, e durante 10 anos, assumir o comando da “embarcação”, plena de fé e estoicismo. Assumiu a direção da Revista Espírita e da Livraria Espírita, direcionou os lucros desta para a Caixa Geral do Espiritismo, fundou a Sociedade Anónima do Espiritismo, mais tarde mudando o nome para Sociedade para a Continuação de Obras Espíritas de Allan Kardec, nomeou pessoas para determinados encargos e tomou outras judiciosas decisões, com a intenção de salvaguardar a divulgação e a sustentação do Espiritismo. (continua no próximo Boletim) Referências bibliográficas: Equipe da FEB, Bezerra de Menezes. Ontem e Hoje, 2001, 3ª ed., Brasília: FEB. Kardec, Allan, Obras Póstumas, 1995, 27ª ed., RJ: FEB. Luce, Gaston, Vida e Obra de Léon Denis, 1968, 1ª ed., São Paulo: Edicel. Wantuil, Zêus & Thiesen, Francisco, Allan Kardec, volume III, 1982, 2ª ed. RJ: FEB. Xavier, F. C. (Humberto de Campos), Brasil, coração do mundo, pátria do evangelho, 2004, 30ª ed., Brasília: FEB Fontes on-line: http://www.folhaespirita.com.br/v2/node/10?q=node/165 (consultado em Junho 2017) http://lucianodudu1974.blogspot.pt/2010/10/quem-foi-camille-flamarion.html (consultado em Junho 2017) http://www.camilleflammarion.org.br/biografia.htm (consultado em Junho 2017) http://jornalcienciaespirita.spiritualist.one/quem-foi-gabriel-delanne/ (consultado em 2017) https://pt.wikipedia.org/wiki/Gabriel_Delanne (consultado em Junho 2017) https://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Ol%C3%ADmpio_Teles_ de_Menezes (consultado em Junho 2017) http://www.febnet.org.br/blog/geral/conheca-a-feb/origens/ (consultado em Junho 2017)


Madame de Staël Revista Espírita 1858 Por | Mira Benedito

O artigo em estudo resulta da comunicação de alguém que na Terra se chamara Mme de Staël e que, em dado momento, se apresentou espontaneamente nas reuniões de estudos espíritas conduzidas por Allan Kardec. Mme de Stael foi filha de Jacques Necker, suíço (Genebra), protestante, economista muito abastado que chegou a ser Ministro das Finanças de Luís XVI. A sua riqueza pessoal era de tal monta que chegou a emprestar avultadas somas ao governo do rei. Sua mãe, Suzanne Courchod, era filha de um pastor franco suíço, ligado ao Calvinismo. Contribuía a favor da carreira do seu marido, mantendo um salão literário e político em Paris. Anne-Louise Germaine Necker, nasceu em Paris em 22 de abril de 1766 e morreu a 14 de Julho de 1817. Do seu casamento, considerado como de conveniência, com o embaixador sueco em Paris, Erick de

Staël-Holstein nasceram 3 filhos. Conhecida como Madame de Staël, foi uma romancista e ensaísta que seguiu o movimento literário romântico. Nascida num contexto pré-Revolução, também Anne-Louise Germaine, tal como o seu Pai, nutria os mais elevados e nobres ideais da Revolução Francesa. Morre, desiludida, numa França pós-revolução. Tendo acesso aos salões literários de Paris, como o de sua mãe, que frequentava desde muito jovem, revela muita curiosidade e interesse pelos debates aí mantidos. Cedo dedica-se à escrita, através da qual dá livre curso aos seus ideais. Todavia, o desencanto não tardara, Napoleão em breve gorara as expectativas de toda a nação, agindo em sentido oposto aos princípios da Nova França. Tal facto não impediu que Mme de Staël se lhe opusesse diretamente e o confrontasse com a corrupção e com o autoritarismo.

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Napoleão baniu-a de Paris, o que a levou a regressar a Coppet, na Suíça, onde viveram os seus pais. Por toda a Europa ficou conhecida como inimiga pessoal de Napoleão

Como resultado, Napoleão baniu-a de Paris, o que a levou a regressar a Coppet, na Suíça, onde viveram os seus pais. Por toda a Europa ficou conhecida como inimiga pessoal de Napoleão. Primeira Comunicação – 20 de setembro de 1858 Retomando o estudo das comunicações de Madame de Staël, no decorrer de uma reunião mediúnica em 28 de Setembro de 1858, determinado médium psicografa a mensagem de um Espírito que comparece, pela primeira vez, à reunião e deseja comunicar-se. Primeiramente, podemos concluir que estamos perante uma manifestação espontânea que nos revela a presença de um Espírito nobre, que dita uma mensagem útil à maioria das pessoas, imbuída de esperança, do reforço na crença na bondade de Deus e

na mensagem consoladora de Jesus. Adverte os homens sábios a abandonarem o que é de secundária importância e a sentarem-se à “mesa mediúnica”. Entenda-se, o saber de carácter essencial, coletivo, útil para toda a humanidade, porque proporciona um rumo seguro ao porvir. Depreende-se que o tipo de linguagem e tom que utiliza para se manifestar é distinto, bondoso, sem deixar de conter advertências úteis. Após a transmissão da referida mensagem, o Espírito de Mme Staël coloca-se à disposição de Kardec, da seguinte forma: Mme Staël - Questionai, e responderei às vossas perguntas. Kardec - Porque não prevíamos a vossa visita, não preparamos um assunto.

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a t s i v e r

revista em

Mme Staël – Sei perfeitamente que as perguntas particulares não podem ser respondidas por mim; porém, quantas coisas de caráter geral se podem perguntar, mesmo a uma mulher que teve um pouco de espírito e agora tem muito coração! Outro traço da personalidade de Mme de Staël foi revelado: mesmo a uma mulher que teve um pouco de espírito e agora tem muito coração! Depreende-se que, enquanto reencarnada, pouco terá cultivado a sua espiritualidade, a sua relação com Deus. Era muito racional. Porém, como Espírito conquistara sentimento e generosidade (coração). Conseguira aliar razão e coração de forma mais altruísta. Provavelmente, Kardec terá tido conhecimento da sua carreira como escritora, já que foi sua contemporânea, e pede-lhe que teça uma autocrítica à sua

obra literária, agora na qualidade de Espírito desencarnado: Kardec - Poderíeis dizer-nos o que pensais atualmente de vossos escritos? Mme Staël – Uma só palavra vos esclarecerá. Se voltasse e pudesse recomeçar, modificaria dois terços e conservaria apenas um. Sabendo que o espírito desencarnado possui uma visão muito mais nítida e ampla do seu passado, Kardec persegue o fio condutor do seu raciocínio e delicadamente interroga-a sobre os seus escritos. Breve e direta, afirma que só um terço manteria e o remanescente, a maioria, modificaria. Kardec - Consentiríeis em revelar as coisas que desaprovais? Mme Staël – Não é muita exigência, pois aquilo que não for justo outros escritores mudarão: fui masculina demais para uma mulher. O que realça é o facto de ter assumido uma assertividade tradicionalmente mais alinhada ao masculino do que ao feminino. Desejando aprofundar a propensão pela sua faceta masculina, enquanto encarnada, Kardec pergunta: Kardec - Qual era a causa primeira do caráter viril que demonstrastes quando vivias? Mme Staël – Isso depende da fase de nossa existência. Kardec buscava provavelmente as causas profundas, a que este Espírito claramente não soube responder. Segunda Comunicação - 12 de Outubro de 1858 Numa outra sessão Mme de Staël comunica-se espontaneamente, através de outro médium: Kardec - Compareceu espontaneamente na reunião anterior, apenas para satisfação da sua vontade? Mme Staël – Não. ...O motivo é a simpatia e o cumprimento do dever. Kardec - Outro dia viestes a nós espontaneamente, através da senhorita E... Que motivo vos levou a favorecer-nos com a vossa presença, sem que a tivéssemos evocado? Mme Staël - Os Espíritos comparecem aos grupos de trabalho mais afins com a sua maneira de ser. Assim se estabelece a simpatia. Kardec - Preferis comparecer espontaneamente ou ser evocada? Mme Staël – Prefiro ser evocada, pois é uma prova de que pensam em mim; mas sabeis, também, que é agradável a um Espírito liberto poder conversar com o Espírito do homem; eis por que não vos deveis admirar de me terdes visto chegar tão repentinamente até vós. (…) Kardec - Teríeis a bondade de retornar algumas vezes


...os que estão cons-

cientes do árduo trabalho de mudança íntima por realizar, merecem o empenho, a presença e a inspiração dos amigos espirituais.

e ditar-nos alguns de vossos belos pensamentos? Teríamos prazer em reproduzi-los, com vistas à instrução geral. Mme Staël – De boa vontade; venho com prazer junto àqueles que trabalham com seriedade para se instruírem. Minha vinda outro dia é uma prova disto… Contribuir para aprofundar o trabalho daqueles que laboram com seriedade para se instruírem, isto é, os que se esforçam por fazer refletir no seu comportamento os ensinamentos de Jesus e dos Espíritos; os que estão conscientes do árduo trabalho de mudança íntima por realizar, merecem o empenho, a presença e a inspiração dos amigos espirituais. Quanto a Madame de Staël reencarnada, o seu verdadeiro prazer residia nas conversas com os outros. No intercâmbio de ideias. Estar em relação com os outros atraía-a muito mais do que a natureza, as artes, a pintura. Ela necessitava dos outros para comunicar sobre política, filosofia ou sentimentos. Entrava em colapso se passasse um dia sem ninguém com quem conversar. E os outros eram o que de mais brilhante ela tinha. Não fora bela, mas de tão inteligente que era, tornava-se bela. (1) Como nota final, gostaria de referir que vários escritores e outras personalidades manifestaram-se com relativa frequência nas reuniões mediúnicas, refletindo sobre o que haviam feito, sendo até muito críticos. Tal clareza e mudança de perspetiva resulta do facto de terem passado a integrar a vida Espírita. Referências 1 - https://www.youtube.com/watch?v=LmDn5P88NRE Imagens https://pt.wikipedia.org Pág. 7 - “Portrait of Mme de Staël “, por François Pascal Simon Gérard. Pág. 8 e 9 - “Bonaparte na pont d’Arcole”, por Émile Jean-Horace Vernet. Pág. 10 - Frontispício da Encyclopédie (1772), por Charles-Nicolas Cochin e gravado por Bonaventure-Louis Prévost.

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Conversas com

Jesus

O orgulho ea humildade “(…) A humildade é virtude muito esquecida

entre vós. Bem pouco seguidos são os exemplos que dela se vos têm dado. Entretanto, sem humildade, podeis ser caridosos com o vosso próximo? Oh! Não, pois que este sentimento nivela os homens, dizendo-lhes que todos são irmãos, que se devem auxiliar mutuamente, e os induz ao bem. Sem a humildade, apenas vos adornais de virtudes que não possuís, como se trouxésseis um vestuário para ocultar as deformidades do vosso corpo. Lembrai-vos d’Aquele que nos salvou; lembrai-vos da Sua humildade, que tão grande o fez, colocando-o acima de todos os profetas. “

Por |Teresa Carrola

Nesta mensagem são identificados dois sentimentos antagónicos: a humildade e o orgulho. E são antagónicos porque o orgulho não pode coexistir com a humildade, sendo este o sentimento que nos nivela a todos como irmãos, filhos do mesmo Pai. A Doutrina Espírita dá-nos uma abordagem diferente relativamente ao corpo físico e ao sentido da vida, mostrando-nos que os valores reais não são os exteriores, mas sim os interiores. Na balança divina, todos nós temos a mesma essência, todos os corpos são formados de massa igual, só as virtudes nos distinguem e o bem-estar e felicidade só pertencem àqueles que possam gozar de paz de consciência. A nobreza do sangue, o prestígio social, a riqueza, a fama, o poder, tudo o que o Homem possui na Terra é precário, esvai-se quando se extingue o corpo físico. Tudo isso fica no túmulo e em nada contribui para que no pla-

no espiritual essa criatura possa gozar da ventura dos eleitos que só na humildade e caridade têm os seus títulos de nobreza. Como o Homem é herdeiro das suas próprias obras, renascendo das experiências primitivas em que imperava a lei do mais forte, deixa-se frequentemente inebriar pelo que lhe toca os sentidos, a vaidade e o amor-próprio, negligenciando assim a sua parte espiritual e criando débitos que mais tarde terá de expiar em nova reencarnação. Esquece-se frequentemente de olhar para a realidade das coisas deste mundo e avaliar o que dá lugar ao engrandecimento e ao rebaixamento de si e do seu semelhante. A humildade é a virtude frequentemente esquecida ou muito mal compreendida entre os homens. Mas a realidade é que sem humildade nenhuma virtude se mantém porque ela é a propulsora de todas as gran-

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... só as virtudes nos distinguem e o bem-estar e felicidade só pertencem àqueles que possam gozar de paz de consciência.

des ações e rasgos de generosidade. Sem humildade ninguém consegue ser caridoso para com o seu semelhante porque a humildade nivela os homens e impele-os a ajudarem-se mutuamente, impele-os ao bem. Sem humildade, o Homem apenas tenta adornar-se de virtudes que não possui, é hipócrita mostrando uma gentileza falsa e torna-se orgulhoso, prepotente, exigente, julgando-se superior e diferente dos outros. Os humildes são simples a falar, sinceros e francos no agir, não fazem ostentação do seu saber, não gostam de bajuladores e servis, compadecendo-se deles; sentem desapego pelas glórias efémeras e não são egoístas. Com humildade, não se consideram acima do seu semelhante, são tolerantes e indulgentes quanto às faltas alheias, severos quanto às suas e aceitam os desígnios divinos em todas as circunstâncias da vida. É pela voz dos que já partiram para o plano espiritual que constatamos a situação melhor dos Espíritos que foram pequenos e humildes na Terra e que ao desencarnarem levaram consigo o que faz a verdadeira grandeza – as virtudes. E esclarecem-nos também essas vozes sobre a posição inferior em que se encontram os que foram grandes e poderosos na Terra, que se deixaram mover pelo orgulho, pela prepotência, pela arrogância, pelo preconceito e que aqui deixaram o que constituía a glória terrena. Nada mais possuindo senão isso, chegam ao plano espiritual privados de tudo, e mais humilhados se sentem quando percebem acima de si os que espezinharam e desconsideraram durante a vida física. Embora seja útil uma hierarquia para a organização

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social, é necessário existir uma noção de serviço. Todos nós temos uma missão, uma tarefa a cumprir; nada acontece por acaso na Criação Divina. Por vezes, precisamos permanecer numa situação para adquirirmos as virtudes necessárias à nossa evolução moral, interiorizando os princípios cristãos para os projetarmos através dos nossos atos. O que se encontra numa posição de superioridade social, se for Cristão não despreza ninguém, a todos respeita porque sabe que serve a Deus. Se for Espírita, a responsabilidade é ainda maior e tem razões para refrear o seu orgulho e vaidade, pois sabe que, mais cedo ou mais tarde, a situação pode inverter-se – o servo de hoje pode estar amanhã numa situação diferente. Recordamos hoje as palavras do doce Mestre da Galileia, ensinando-nos que não é possível amar simultaneamente Deus e Mamon. Na fase em que a Humanidade vive, que se caracteriza pela indiferença moral e em que ainda predomina o orgulho, em que cada um procura garantir a sua própria felicidade sem se preocupar com os outros, em que há o hábito de cada um censurar o próximo ou nele ver as imperfeições que absolve a si próprio, não há para os discípulos do Cristo outro privilégio senão o de servir Deus em todas as tarefas, por mais difíceis que sejam. E servir por amor, com dedicação, lealdade e altruísmo, cultivando a humildade, o desprendimento, a submissão à vontade de Deus, aceitando o semelhante com as suas fragilidades, sacrificando o personalismo e devotando-se ao auxílio do próximo, sem objetivar quaisquer recompensas, nem mesmo o simples reconhecimento daqueles que tenha beneficiado. Todos nós escolhemos livremente o nosso caminho, pressionados pelas emoções, baseados nos nossos sentimentos, envolvidos nas nossas ilusões. É necessário confrontarmo-nos connosco mesmos para nos conhecermos e identificarmos os nossos pontos fracos para que os possamos diluir, desenvolvendo a nossa fé e confiança ilimitada em Deus e canalizando a nossa vida para o objetivo do bem, do equilíbrio e da harmonia em todas as situações, seguindo os pressupostos de Jesus como roteiro para a nossa vida interior e social. Que saibamos procurar no Amor do Mestre essa força, essa inspiração, essa doçura para encontrar sempre forma de entender e praticar a Caridade.


Sou

Por |Isabel Piscarreta

médium

psicógrafo… parte II

Conforme refere Allan Kardec, a faculdade mediúnica da escrita é a mais suscetível de desenvolver-se pelo exercício. Todavia, para que esta alcance um bom êxito, tornam-se indispensáveis as seguintes recomendações aos médiuns: Calma e recolhimento. Vontade séria, perseverante, sem impaciência nem exaltação. Posicionar-se para escrever com um lápis ou caneta, preferencialmente, sem pousar a mão sobre o papel e evitar tudo o que possa embaraçar o seu movimento. A ponta do lápis ou da caneta deve tocar no papel sem oferecer resistência. Dirigir uma súplica a Deus com um sentimento de benevolência e simpatia nos termos abaixo indicados ou outros equivalentes: Rogo a Deus Todo-Poderoso que permita venha um bom Espírito ou tal Espírito, um Espírito parente ou amigo ou o anjo de guarda comunicar-se comigo e fazer-me escrever; peço também ao meu anjo de guarda que se digne assistir-me e afastar os maus Espíritos. Esperar que o Espírito se manifeste, fazendo escrever alguma coisa. Pode acontecer que se comunique um Espírito que o médium evoque ou um outro desconhecido. O primeiro indício de disposição para escrever é uma espécie de estremecimento no braço e na mão. Gradualmente, a mão é arrastada por uma impulsão

que não consegue dominar. Muitas vezes, traçam-se apenas riscos insignificantes e posteriormente, os caracteres vão-se desenhando cada vez com mais nitidez, acabando por adquirir a rapidez da escrita normal. Em todos os casos, a mão deve seguir o seu movimento natural, sem oferecer resistência, nem propeli-la. Alguns médiuns escrevem correntemente com facilidade, às vezes mesmo desde a primeira sessão, o que é muito raro. Outros podem demorar diversos meses para conseguirem escrever, outros ainda, traçam riscos e fazem verdadeiros exercícios caligráficos durante muito tempo. Dizem os Espíritos que é para “soltar-lhes” a mão. Em se prolongando demasiado esses exercícios e se o médium não conseguir obter senão coisas insignificantes, ora um sim, ora um não, e letras sem conexão ou sinais ridículos, não há que duvidar tratar-se de um Espírito que se diverte, porquanto os bons Espíritos nunca fazem nada que seja inútil. Nesse caso, cumpre redobrar o fervor no apelo à sua assistência. Se, ao cabo de alguns meses, nenhuma alteração houver e se reconheça que nada de sério se obtém, é inútil continuar a gastar-se papel e deve o médium parar, por ser improdutivo. Se é médium psicógrafo, procure o esclarecimento e o auxílio num Centro Espírita. (Continua) Referências Bibliográficas Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, XVII, itens 178, 200, 201,203, 204, 210.

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Orgulho ou Distração... Por |Francisco Ribeiro

Durante as nossas vidas diárias, tão cheias de estímulos que clamam pela nossa constante atenção, é fácil ignorarmos algumas coisas que acontecem à nossa volta, e mais fácil é ignorar o que nos possa ser menos agradável. Muitas vezes não o fazemos com maldade, simplesmente ficamos distraídos. Outras vezes, fingimo-nos distraídos por diversos motivos. Ou porque não nos queremos envolver numa situação que pode causar-nos danos ou levar a situações desconfortáveis. Ou então porque consideramos que aquela pessoa ou situação está abaixo da nossa “importância”. E como a generalidade dos reencarnados não tem a possibilidade de perscrutar os pensamentos de outros reencarnados, torna-se fácil que uma atitude de auto-defesa seja confundida com uma postura de orgulho. O mesmo aconteceu com o médium Chico.

Conta-nos Ramiro Gama que “Defronte ao Hotel Diniz, de propriedade de D. Naná, achava-se um irmão alcoolizado. Por ali, de manhã e na hora do almoço, passa o Médium a caminho do seu serviço. O Chico, de longe, notou que o rapaz estava num de seus piores dias. Não se contentava em cantar e fazer esgares: provocava também, apelidando, com jocosos nomes, quantos lhe passavam à frente. De leve e bem ao longe, passou sem ser visto, pelo irmão embriagado, e já se achava distante, quando Emmanuel, delicadamente, lhe diz: - Chico, nosso amigo viu-o passar e esconder-se dele. Está falando muito mal de você e admirado de seu gesto. Volte e retifique sua ação. O Chico voltou: - Como vai, meu irmão? Desculpe-me por não o ter visto, foi distração... - É... já estava admirado de você fazer isto, Chico. Que os outros façam pouco caso de mim, não me incomodo, mas você não. Estava dizendo bem alto:

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como o Chico está orgulhoso! Já nem se lembra dos pobres irmãos como eu. Pensa que estou embriagado e foge de mim como se eu tivesse moléstia contagiosa. - Não, meu caro; foi apenas distração, desculpe-me. - Pensava que era orgulho. Está desculpado. Vá com Deus. Que Deus o ajude e lhe dê um dia feliz, pelo abraço consolador que você me deu. E Chico partiu. Ganhara uma lição e dava, aos que o observavam, outra bem mais expressiva.” O acontecimento encerra diversas lições profundas. A primeira, a que mais salta à vista, aquela que dá título ao texto e dirige-se aos que observavam a cena, remete para a importância de não ignorarmos os nossos irmãos. É de extrema importância termos sempre para eles uma expressão de respeito, independentemente da situação mais ou menos desagradável em que se encontrem, mesmo que se tenham colocado nelas de forma voluntária. Não nos podemos esquecer de que, aquele irmão que hoje está alcoolizado, sem abrigo, prostituto, ladrão, criminoso em geral, é nosso irmão em Cristo, filho do mesmo Pai, e que se hoje estamos numa posição mais confortável, ontem é possível que não estivéssemos e podemos não estar amanhã. Como nos sentiríamos se estivéssemos na situação que hoje nos causa repulsa e alguém ignorasse o nosso sofrimento? Esse, na verdade, foi o exemplo que o Mestre Jesus nos deixou quando convivia com os publicanos e “outras pessoas de má-vida”, mostrando-nos que aos olhos do Pai todos somos importantes e todos somos amados. Mas em seguida vêm as outras lições. A primeira, e mais simples mas de repercussões extensas, lembra-nos que nem sempre as situações se passam como gostaríamos. Pensa o médium que ao passar “de leve e bem ao longe”, não tinha sido observado pelo irmão alterado pelo álcool, mas engana-se. Não só tinha sido visto, como a sua atitude de se tentar esgueirar tinha sido bem notada. Se o nosso amigo estivesse um pouco melhor talvez não tivesse tido a “coragem” de se pôr a falar mal do Chico em plenos pulmões, mas certamente a atitude do médium não lhe teria doído menos. Muito provavelmente a sua postura perante o Chico passaria a ser diferente, mais fria talvez. Muitas vezes isto acontece nas nossas vidas. Comportamentos que temos e aos quais não damos a devida importância, geram choques emocionais nos que nos rodeiam. Esses, por educação, respeito ou outros motivos, nada dizem, mas gradativamente a sua postura em relação a nós vai mudando sem que se apercebam. E um dia, em vez de nos receberem com o sorriso caloroso de ontem,

recebem-nos com frieza ou indiferença. Podem saber o que causou esse novo sentimento, ou podem nem se aperceber de como chegámos a esse ponto, mas quase sempre a raiz está numa atitude impensada, sem a devida retificação oportuna, tal como Emmanuel incentiva o Chico a executar de forma quase imediata. O que nos leva à terceira lição deste texto e, talvez a mais importante para nós, espíritas. Começa Emmanuel por dizer a Chico que o rapaz o tinha visto, estava a falar mal dele, mas acima de tudo estava admirado com a sua atitude. Este último ponto é reforçado pelo próprio irmão embriagado quando lhe diz “Que os outros façam pouco caso de mim, não me incomodo, mas você não.” Esta frase é muito expressiva. Para aquele rapaz, que os homens do mundo gozassem com ele era aceitável, pois ele tinha consciência que tinha responsabilidade na situação em que se encontrava. Mas Chico, aos seus olhos, era alguém especial, alguém diferente, alguém de quem ele não esperava uma atitude de “passar adiante”. Isso, mais do que os gozos dos outros, vai magoá-lo profundamente, deixando-nos uma lição importante, e à qual, enquanto espíritas, devemos estar muito atentos. Perante o mundo invisível, em todos os momentos, e perante o visível, quando nos conhecem a orientação espírita, sentamo-nos, invariavelmente, na cadeira do exemplo, sendo os nossos atos e atitudes seguidos de perto por uma multidão de seres que, não só procuram meios para nos “perderem”, mas também com o secreto desejo de aprenderem. Um momento de “distração” quase custou ao Chico um amigo sincero, facto observável pela forma como o rapaz se despede dele. Quantos amigos sinceros é que as nossas pequenas “distrações” e o nosso orgulho nos custam diariamente? Quantas vezes, por orgulho, ignoramos alguém de aspeto desagradável que nos endereça um olhar a pedir ajuda? E quais serão as repercussões dessa atitude diante dos nossos obsessores? Não temos uma mediunidade como a do Chico que nos permita interagir de forma contínua com o nosso mentor, mas temos a Lei de Deus inscrita na consciência, tal como os Espíritos respondem a Allan Kardec. Escutemo-la e que sejamos, dentro das nossas limitações, capazes de ver, em todos os que nos rodeiam, irmãos nossos, e tratá-los como tal. Referências: 1 – GAMA, Ramiro, Lindos Casos de Chico Xavier, item 41 2 – KARDEC, Allan, O Livro dos Espíritos, Parte Terceira, Capítulo II, pergunta 621 e resposta.

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notícias

WORKSHOP, “RENOVAR A VIDA, AS VANTAGENS DO TEMPO” A FEC acolheu o já habitual ciclo de estudos de Verão! Aceitando o desafio lançado por uma das obras de Emmanuel e André Luiz, três turmas marcaram a sua presença no Workshop Renovar a Vida, as vantagens do tempo! Dos 44 participantes inscritos, os 35 mais assíduos consideraram que durante as cinco semanas do Workshop sentiram o apelo irresistível de viajar pelo seu mundo interior, de reflectir sobre a sua individualidade, aproveitando as vantagens do tempo! Disseram que levam na sua bagagem para férias uma espécie de guia para refletirem sobre si mesmos. Como sempre, a FEC sente-se muito feliz por ter proporcionado fins de tarde agradáveis, sob a forma de estudo desta maravilhosa Doutrina Espírita.

orador espírita, responsável pelo acervo histórico da Federação Espírita Brasileira. Autor dos livros “Charles Richet, o apóstolo da ciência e o Espiritismo” e “Anna Prado, a mulher que falava com os mortos”, ambos publicados pela editora da Federação Espírita Brasileira. Coautor de várias obras, nomeadamente “Bezerra de Menezes, fatos e documentos”, publicado pela editora Lachatre e articulista de diversas publicações espíritas. Fundou e presidiu várias instituições espíritas.

“UM LIVRO UM AUTOR” No início de mais um Ano Letivo, a FEC inaugurou uma nova rubrica nas Palestras de Estudo Doutrinário. “Um Livro um Autor” vai privilegiar, ao longo deste ano, algumas obras de Suely Caldas Schubert, “Na fronteira da nova era”, “Mentes interconectadas e a lei de atração”, “Os poderes da mente” e “Obsessão e desobesessão” 91 ANOS FEC - COLÓQUIO “ESPIRITUALIDADE DO FUTURO” O 91º aniversário da FEC foi assinalado com a realização de um Colóquio que paralelamente contou com atividades para os mais novos.

SAMUEL NUNES MAGALHÃES E “AS VOZES DO PENTECOSTES” A FEC recebeu a visita de Samuel Nunes Magalhães (FEB), que realizou uma palestra de estudo doutrinário com o título “As vozes do Pentecostes”, estudo sobre mediunidade no Cristianismo Primitivo e no Espiritismo. Samuel Nunes Magalhães é historiador, escritor e

PROGRAMA 10h15-10h45 – Abertura - Espiritualidade do Futuro – Mª Emília Barros Coordenação: Sandra Sequeira 10h45-11h05 – Tema 1 - Cristianismo e Caridade – Ana e Carlos Teixeira 11h05-11h25 – Tema 2 - Caridade, alma do Espiritismo – Ana Gonçalves, Filipe Antunes e Lis Mara 11h25-11h40 – Tema 3 - Fraternidade, uma nova ordem social – Paulo Henriques Intervalo 12h00 – 12h20 – Tema 4 - Evolução do pensamento religioso – Francisco Ribeiro - 16 -


12h20 -12h40 – Tema 5 - Tolerância Religiosa e Progresso Moral da Humanidade – Cláudia Lucas 12h40-13h00 – Tema 6 - A Religião e o Progresso – Sílvia Almeida Intervalo – Almoço Coordenação: Isabel Piscarreta 15h00-15h20 – Tema 7 - Comunhão de pensamentos – Marta Jorge e Leonor Alcobia 15h20-15h40 – Tema 8 - Como Edificar o Homem Espiritual do Futuro - Elizabete Henriques 15h40-16h00 – Tema 9 - Testemunhas – Carmo Almeida Debate - Coordenação: Mª Emília Barros 16h30 – Momento cultural – Crianças e Jovens 17h00 – Encerramento

Por |Paulo Henriques

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Por |Paula Alcobia Graรงa

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horário Fraternidade Espírita Cristã

2ª Feira Receção abre às 18h30 Momento de reflexão - 18h45 (Com inscrição prévia) ESDE – Complementar I – Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita - 19h15 às 20h15 ESDE – Complementar II – Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita - 20h30 às 21h30 EIMECK – Ano II – Estudo e Interpretação da Mensagem dos Espíritos Codificada por Kardec - 19h30 às 20h50 EBOAL - Estudo Básico das Obras de André Luiz – Ano VI - 20h15 às 21h30 3ª Feira A receção abre às 16h30 Integração no Centro Espírita - 17h00 - 19h00 (Atendimento individual com inscrição prévia) 5ª Feira A receção abre às 16h00 Abertura e Assistência Espiritual (Passe) - 17h30 Momento de reflexão e Assistência Espiritual (Passe) - 18h45 - 19h30 Momento de reflexão e Assistência Espiritual (Passe) - 19h30 - 20h15 Atendimento Fraterno - 18h15 K Iniciação (Iniciação ao Estudo da Doutrina Espírita) - 19h30 - 20h30 Sábado A receção abre às 14h30 Aulas de Evangelização Infantojuvenil e Atividades Complementares - 15h00 - 18h00 Assistência Espiritual para crianças e jovens (Passe) - 15h30 - 16h20 Receção Individual - 16h00 -17h00 Estudo Básico das Obras de André Luiz - Ano IX (para adultos) - 16h30 - 18h00 (Com inscrição prévia) Domingo A receção abre às 16h00 Palestra de Estudo Doutrinário e Assistência Espiritual (Passe) - 17h00 - 18h30 Atendimento Fraterno - 18h00 (Palestra com transmissão vídeo on-line em direto em http://www.fec.pt, Facebook e Instagram)

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A Libertação Nº 144 Ano XXXIV outubro/novembro/dezembro 2 0 1 9 Nome do Proprietário e Editor Fraternidade Espírita Cristã Morada Sede do Proprietário e Editor, Redação e Impressão Rua do Vale Formoso de Cima, nº 97A 1950-266 Lisboa, Portugal Nº de Contribuinte 501091670 Nº de Registo na ERC 109883 Nº de Depósito Legal 10.284/85 ISBN 0871-4274 Direção Diretor - Maria Emília Barros Colaboradores Carmo Almeida Liliana Henriques Francisco Ribeiro Isabel Piscarreta Teresa Carrola Paula Alcobia Graça Paulo Henriques Mira Benedito Periodicidade Trimestral Tiragem 500 exemplares Realização Design Gráfico - Sara Barros Zaida Adão



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