- A adopção por casais do mesmo sexo à luz da Doutrina Espírita - Injustiças: Deus esqueceuse de nós? - A vida e a morte na visão de uma criança espírita
Ano XXXII - Nº 129 - 1 de janeiro de 2016 - Trimestral - janeiro/fevereiro/março 2016 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA AOS SÓCIOS
Horário Fraternidade Espírita Cristã
2015/16 2ª Feira Estudos Espíritas - 20h15 - 21h30 ESDE – Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita – Ano I EIMECK Estudo e Interpretação da Mensagem dos Espíritos Codificada por Kardec – Ano III Estudo Básico das Obras de André Luiz Ano II Com inscrição prévia 3ª Feira Integração no Centro Espírita - 17h00 19h00 (Entrevista individual) Com inscrição prévia 5ª Feira Assistência Espiritual (Passe)- 17h30 19h30 Atendimento Fraterno – 18h00 – 19h30 Momento de Reflexão – 19h00 -19h15 K Iniciação (Iniciação ao Estudo da Doutrina Espírita) – 19h30 – 20h30
índice - Editorial - p. 3 - Adoção por Casais do Mesmo Sexo, Porque Não? - p. 4 - Injustiças: Deus esqueceu-se de nós? - p. 6 - Ainda Novas Perspetivas para o Futuro - p. 9 - Evangelho - Bem-aventurados os que são brandos e pacíficos - p. 10 - Espíritas de hoje e de amanhã - O viver e o morrer fazem parte da vida - p. 12 - Os Jogos do Rolinha - A pateira - p. 13 - BD - Nosso Lar - p. 14 - Notícias - p. 16
Sábado Aulas D.I.J. - 15h00 - 18h00 (Aulas de Evangelização Infanto-Juvenil e Atividades Complementares) Assistência Espiritual para crianças e jovens (Passe) – 15h30 – 16h20 Receção Individual – 16h00 – 17h00 Estudo Básico das Obras de André Luiz Ano V (para adultos) - 16h30 – 18h00 Com inscrição prévia Domingo Estudo Doutrinário (Palestra) - 17h00 18h00 Assistência Espiritual (Passe)- 18h00 18h30 Casa do Caminho - Conversas com Jesus - 18h30 - 19h20 Atendimento Fraterno - 17h00-19h00 Livro Pronto Socorro Espiritual – 18h0018h20 Estudo Doutrinário com transmissão vídeo on-line em direto em http://www.fec.pt
janeiro/ fevereiro/ março
Editorial
Progresso Novidades surgem, diariamente, surpreendendo-nos e reforçando as nossas esperanças. Descobertas que nos surpreendem e nos fazem pensar nas maravilhas do progresso que se afirma nestes que são os nossos dias, o nosso tempo! É muito bom poder acompanhar o trabalho que surge nas várias áreas do conhecimento, das artes, do comportamento, da renovada noção de ética. Essas novidades não esperam pela mudança do calendário, pela folha que se vira para que fulgure um novo ano. Vivem-se ainda dramas profundos, desafios que exigem de nós, por vezes, tudo o que temos. Ah! mas a satisfação de vermos confirmadas as promessas que fomos ouvindo, ou lendo, ao longo das últimas décadas envolve-nos em conforto, no conforto que só a confiança total na bondade divina nos permite experimentar. E o que pode haver de mais reconfortante, sobretudo quando nos confrontamos com manifestações agrestes entre seres humanos, do que a certeza de que a passos largos se aproxima de nós o tempo da regeneração dos vícios, dos maus hábitos, da indignidade. Com que rapidez e segurança está a aproximar-se essa época, de forma tão clara e sem ambiguidades se analisada de acordo com a informação Espírita! Não é necessário que se vire mais uma folha de calendário para que algo de novo aconteça na nossa vida mas, de alguma forma, os momentos que dedicamos a meditar sobre o que se tem feito ajudam-nos a reforçar ideias e projetos que nos comprometemos realizar e que só nós podemos fazer. O destino do mundo está entregue a Deus e a Jesus. Porém, a responsabilidade sobre o nosso destino, individualmente, foinos entregue como parte da nossa constituição divina e só de nós depende o rumo que lhe dermos. Por isso podemos afirmar-nos como aqueles que querem, na aurora desse dia glorioso, e sabendo que não poderão beneficiar dele em pleno, pertencer, desde já, a esse tempo que se anuncia através dos novos projetos e das conquistas em que a Humanidade passará a demonstrar, finalmente, toda a sua humanidade.
...a responsabilidade sobre o nosso destino, individualmente, foinos entregue como parte da nossa constituição divina e só de nós depende o rumo que lhe dermos.
janeiro/ fevereiro/ março
Adoção
por Casais do Mesmo Sexo,
Porque Não? José C. Almeida E Sílvia Almeida Os tempos que correm apresentam, a todos os que são chamados à reencarnação nesta época, desafios novos, nunca antes colocados ao homem. São desafios a diferentes níveis, nomeadamente de fundo moral. Surgem assim muitas dúvidas relativamente às novas situações que se colocam e a necessidade de compreender e enquadrar assuntos tão graves como aqueles de que nos ocupamos na presente reflexão. Na sociedade atual, está na ordem do dia não só a vulgarização da questão da homossexualidade, tendendo a diminuir preconceitos e discriminações, como a legislação que tende a oficializar as uniões entre pessoas do mesmo sexo. Deste modo, o que acontece é que os homossexuais tendem a ser cada vez menos marginalizados e a assumir-se na sociedade dentro de padrões de comportamento cada vez mais aproximados dos ditos “normais”. Constituir família, unirem-se ao outro, legalizarem essa união perante a sociedade e, consequentemente, ampliarem a família, sendo que, por impossibilidade de esta ampliação ocorrer biologicamente, recorrerem à adoção. Mas coloca-se então a questão: sendo permitido o casamento entre dois seres do mesmo sexo, sendo legalizada a sua união permanente, com todos os direitos e deveres consagrados aos casais heterossexuais, deverão ou não ter estes os mesmos direitos no que respeita à adoção de crianças? Do ponto de vista meramente legal, por uma questão de igualdade perante a lei e de coerência, parece natural que a resposta à questão seja sim. Do ponto de vista moral, no entanto, a controvérsia, como se sabe, tem sido enorme e só recentemente, depois de prolongada discussão, esta possibilidade foi aprovada pela Assembleia da República. Muitos argumentam: Mas como pode uma criança 4 A Libertação
ter um desenvolvimento saudável e “normal” se em vez de ter uma referência feminina - da mãe, e uma referência masculina – do pai, tem uma mulher a fazer de pai ou um homem a fazer de mãe? A questão é complexa, efetivamente, e talvez ninguém soubesse como respondê-la se não fosse possível contar com diferentes contributos. Um deles provém dos Psicólogos, cuja Ordem, em Portugal, aprova a co-adoção por parte de casais do mesmo sexo, invocando, com base em estudos científicos, que a orientação sexual não tem impacto no desenvolvimento da criança e nas competências dos pais. Referem ainda que "Um desenvolvimento saudável não depende da orientação sexual dos pais, mas sim da qualidade da relação entre pais e filhos". (1) O conhecido pediatra português Mário Cordeiro, acrescenta alguns dados interessantes à discussão. Refere ele que vastos estudos sobre o assunto, cerca de 700 já concluídos, têm vindo a ser conduzidos em diversos países e em períodos de tempo prolongados. Aliás, segundo este médico, tiveram início nos anos 70 e decorreram até à atualidade, acompanhando, pois, os indivíduos estudados ao longo da vida e tendo inclusivamente uma abrangência transgeracional. Todos foram unânimes em concluir que não existem diferenças no desenvolvimento e no índice de felicidade dos casos estudados relativamente às outras crianças criadas por pais heterossexuais. Os problemas a que estão sujeitas são absolutamente da mesma natureza: instabilidade provocada por situações de desentendimento entre o casal, violência doméstica, etc.; problemas de discriminação (verificados igualmente nos casos de pais de raças diferentes, pais divorciados, crianças com uma religião diferente da maioria, etc.) (2) Na obra O Evangelho segundo o Espiritismo o
janeiro/ fevereiro/ março
apelo é claro, quando se fala dos órfãos. Não encontramos qualquer referência ao facto da adoção ter que ser feita por duas pessoas, nem por duas pessoas de sexos diferentes. O apelo é universal e dirige-se sobretudo à compaixão e à capacidade de amar, de ser generoso, de partilhar, de acolher, sabendo que, de acordo com a lei de Causa e Efeito, dificilmente escolheremos um ser que nos seja totalmente estranho. Mais provavelmente iremos ao encontro daquele que já amámos no passado, ou a quem devemos, e que se liga a nós pelos laços das experiências comuns. Da mesma forma que não é ao acaso que os espíritos são chamados a reencarnar numa mesma família, não é igualmente ao acaso que eles a vão integrar quando não existem ligações biológicas, isto é, pela via da adoção legal ou não. De resto, parece-nos que a lição do Evangelho não se restringe aos órfãos biológicos, mas abrange também os órfãos de afeto (aqueles que tendo pais vivos são abandonados ou entregues para adoção à nascença ou mesmo, aqueles inúmeros casos de que as instituições de acolhimento hoje se enchem, de meninos retirados às suas famílias pelas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo (CPCJP) por maus tratos, negligência ou falta de competências parentais). Todos eles necessitam de amor e todos eles sonham ou aguardam (ainda que sem expectativas nem esperança), uma família que os queira, que os acolha, que pouse sobre eles o olhar com amor, que os cuide, que os ampare, enfim, que os adote! Homem, mulher, solteiro ou casado.
Quanto à questão específica da adoção por casais homossexuais, diremos apenas que, “como cristãos e espíritas cabe-nos exercitar o amor não julgando situações que nos escapam ao alcance. Desconhecemos o histórico espiritual das pessoas envolvidas, dos homossexuais e também dos heterossexuais, logo, é complicadíssimo qualquer julgamento sobre alguém que está simplesmente utilizando o seu direito de amar.”(3) Inspirado pelo espírito Camilo, de modo assertivo e racional, Raúl Teixeira refere que: “No que respeita à adoção de filhos, estamos diante de uma questão de bom senso. O que será melhor para uma criança: viver ao relento, ao abandono, sujeita a todos os perigos que inundam as ruas; em instituições que, por mais respeitáveis que sejam, não conseguem converter-se num lar para nenhuma criança abandonada, ou ser amparada pela generosidade e pelo carinho de duas pessoas do mesmo sexo e que vivem juntas? O Espírito Camilo sempre me ensinou que o amor, em si mesmo, não tem sexo, e que é muito valorosa a atitude de quem quer que seja que se decida por adotar uma criança. Somente a hipocrisia ou a indiferença para com a criança órfã ou abandonada pode criar impedimentos para tal adoção.”(4) O amor parece ser sempre a chave e nele encontramos invariavelmente as respostas múltiplas para as mais complexas dificuldades. Todas as obras espíritas realçam esse aspeto e o cristianismo na sua maior pureza não é senão o trilho do amor que conduz a Jesus. Sigamos esse trilho e nunca nos desviaremos.
Bibliografia consultada:
O amor parece ser sempre a chave e nele encontramos invariavelmente as respostas múltiplas para as mais complexas dificuldades.
Allan Kardec, O Evangelho segundo o Espiritismo, Brasília 1988, 248. (4) Raúl Teixeira, Quando a Vida Responde, Rio de Janeiro 2010, 69. (Fontes on line) http://blog.mundomaior.com.br/15/05/2014/o-que-diz-oespiritismo-sobre-adocao/ [consultado em junho de 2015]. (1)http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_i d=3307942 [consultado em junho de 2015]. (3) Wellington Balbo, em http://www.forumespirita.net/fe/homossexualidade/causa -dano-psicologico-a-crianca-um-casal-homossexualadotala/?PHPSESSID=54198b0a58df13a23a0686d8c5b39f51 #.VYQuevlViko [consultado em junho de 2015]. www.youtube.com/watch?v=h9fBraVW0Iw [consultado em agosto de 2015]. www.youtube.com/watch?v=QVMOcuAx4bc [consultado em junho de 2015]. (2) https://www.youtube.com/watch?v=7x0xe4OIbq8 [consultado em agosto de 2015].
A Libertação 5
janeiro/ fevereiro/ março
Injustiças: Deus Esqueceu-se de Nós? Cláudia Lucas
O ano de 2014 foi particularmente trágico a nível internacional. O Mar Mediterrâneo tornou-se um verdadeiro cemitério, onde foi batido um recorde cruel e sombrio com um elevadíssimo número de mortes de migrantes e refugiados vindos do norte de África. Trata-se de uma longa e perigosa travessia marítima em busca da “terra prometida”, de uma terra que pudesse trazer alguma segurança… Alguma segurança sempre é melhor do que nenhuma, melhor do que a total insegurança que viviam nos países onde residiam; alguma segurança que pudesse garantir um direito humano básico - o mais fundamental de todos - o direito à vida. A tragédia do Mediterrâneo desencadeou uma crise humanitária, mais uma das muitas a que a humanidade tem assistido ao largo dos milénios, mais uma das que acontecem atualmente a cada minuto em algum ponto do globo terrestre. Talvez esta do Mediterrâneo seja a mais conhecida porque é um problema que bate à porta da Europa e envolve diretamente o Velho Continente nas ações de resgate de refugiados das suas águas. A guerra, os massacres, a repressão, as restrições à liberdade de expressão, a intolerância religiosa, o medo causado pela ação de determinados serviços de segurança, a tortura, a impunidade da violência, a violência sexual, as crianças soldado, os julgamentos arbitrários, as execuções bárbaras por decapitação, crucificação ou apedrejamento, a própria pena de morte, as desigualdades sociais incompreensíveis, a discriminação ou a fome que mata implacável enquanto as mesas dos senhores poderosos (e não só!) se enchem e esvaziam num desperdício que choca, enquanto a produção em excesso é deitada fora em vez de servir para a sustentação da vida de milhares de bocas famintas… numa só palavra: a injustiça. O próprio desemprego ou o emprego extremamente precário, em condições que põem 6 A Libertação
em risco a vida e a saúde dos trabalhadores, os despedimentos injustos que destroem vidas, a tentativa de enriquecimento dos patrões através de trabalhadores mal pagos, construindo fortunas baseadas na miséria alheia, a falta de cuidados básicos de saúde, de higiene ou de saneamento público. Tudo isto é reflexo da injustiça que ainda campeia na Terra, de formas e graus diferentes consoante o país e a região do globo. E a revolta que se instala em tantos corações, o porquê de uns nascerem em berços protegidos e outros não terem sequer direito a crescer ou simplesmente a viver. Qualquer destes flagelos promove a falta de crença na justiça terrena, muitas vezes seguida de uma descrença também na Justiça Divina. Talvez a situação mundial atual nos choque mais porque reconhecemos comportamentos bárbaros que contrastam com avanços positivos significativos a todos os níveis da sociedade. É como se duas épocas antagónicas se misturassem no cenário do séc. XXI: a barbárie e a civilização, provocando os inevitáveis choques, característicos de uma época que é de transição para a regeneração. É preciso admitir que a justiça terrena tem sofrido muitas alterações ao longo dos séculos, desde os tempos de barbárie até à atual civilização, tem havido uma evolução positiva da visão em relação aos culpados e às penas, têm-se aperfeiçoado as conceções de justiça e os sistemas penais. No entanto, permanece ainda muito distante da sua matriz Divina. “A Justiça Divina observa todas as ocorrências, desde os menores impulsos que lhes deram começo.” (1) Já na justiça terrena, permanece por cumprir, entre outros, o desafio de punir o culpado sem cair na injustiça de penas aberrantes ou nada educativas. A justiça terrena com os seus legisladores e executores, muitas vezes consente a
janeiro/fevereiro/março
exploração, a usurpação, o mal-estar de quem deveria ser protegido; outras vezes, premeia infratores, permitindo a utilização de técnicas de fuga, de contorno da Lei, adiamentos intermináveis e prescrições injustificáveis, numa violação clara do bem comum. Este cenário reflete a própria natureza imperfeita do homem/legislador, incapaz de criar uma justiça em que todos os pontos estejam consagrados, através de leis absolutamente inequívocas. Só as Leis Divinas são perfeitas! De qualquer modo, mesmo escapando à justiça terrena, incontáveis criaturas não ficam isentas das penalidades da própria consciência. É necessário, acreditando em Deus e nos Seus atributos de Pai soberanamente justo e bom, refletir sobre a Sua Justiça para clarificar aparentes incoerências. Encontramos a perfeição da Lei de Causa e Efeito que impõe a cada alma o resgate dos seus débitos, de existências passadas ou presentes, a reconciliação com a sociedade, a limpeza da consciência de culpa por meio do trabalho no bem, e o esquecimento do passado como um benefício da reencarnação. Todos os que renascem nas condições que vimos no início são espíritos marcados pela necessidade inadiável de se rearmonizarem com as leis que regulam o equilíbrio cósmico, leis essas que visam sempre a
Os que têm “fome e sede de justiça”, no presente, são aqueles que se comprometeram com ela de tal modo, no passado, que se inscreveram na vasta lista de devedores.
reeducação e o crescimento para o bem. Aqui está a utilidade de sofrer com a finalidade de alcançar de forma justa a felicidade para a qual fomos criados por Deus. “Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências. (…) Só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa.” (2) Esta frase responde à questão sobre se o arrependimento não é o bastante para apagar uma falta e para apaziguar a consciência. O arrependimento constitui-se como o primeiro passo, a tomada de consciência e a vontade de
não ter cometido nem voltar a cometer o mesmo erro, a vontade de o emendar. Tudo o que o arrependido deseja é poder emendar o mal que fez. Impedi-lo de reajustar-se com as suas vítimas e com as Leis Divinas, isso sim seria condená-lo ao “inferno”. Depois vem a expiação, digamos que é a cobrança da dívida e é aqui que assistimos às penas mais duras, ao sofrimento nas suas diversas variações, mas a um sofrimento que é libertador porque tem carácter educativo, para que o homem dê valor ao que destruiu ou desperdiçou. E poderíamos pensar que isto seria o bastante, mas só a reparação da falta cometida completa o ciclo de reconciliação com as Leis Divinas. Não basta sofrer as consequências dos nossos erros, é preciso depois fazer todo o bem para compensar o prejuízo causado. Da mesma forma, transpondo a situação para a justiça terrena, não basta ao condenado o arrependimento, nem a pena de prisão, é necessário ainda encontrar aquele que foi prejudicado e recompensá-lo na exata proporção do mal causado, material ou emocionalmente. Imensamente atual permanece a obra apresentada ao mundo por Allan Kardec a 1 de agosto de 1865, intitulada A Justiça Divina segundo o Espiritismo ou, como é mais conhecida, O Céu e o Inferno. Nesse tratado de Justiça, a justiça de Deus é apresentada como estando profundamente ligada ao Seu amor, garantia de que Deus é misericordioso. O Criador não poderia estar dependente dos homens imperfeitos para fazer cumprir as Suas Leis; Ele inscreveu em cada um dos seus filhos um tribunal interno e autónomo, que mais do que função punitiva ou corretiva tem função preventiva, alertando para os perigos de incorrer no erro, despertando o ser para o cumprimento das Leis Divinas. A esse “tribunal”, a essa potência da alma, onde os factos não são deturpados nem contornados, onde os processos não prescrevem, chama-se consciência. Se é verdade que, de acordo com o conhecimento Espírita, não há injustiçados na medida em que quem sofre atualmente se encontra a recolher as consequências de ações pretéritas e presentes, todos os que se tornam agentes desses resgates necessários aos seus irmãos estão a contrair graves compromissos com a consciência, candidatando-se, por sua vez, a futuros resgates, de acordo com a Lei de Causa e Efeito – magna expressão da Justiça Divina. É que Deus não encomendou a nenhum dos seus A Libertação 7
janeiro/fevereiro/março
filhos o papel de justiceiro, nem concedeu a nenhum deles a legitimidade ou sequer o direito de impor aos seus irmãos, necessitados de resgate, penas e expiações de qualquer espécie. A Justiça Divina é perfeita e atua perfeitamente, através de mecanismos próprios, sem que nenhum espírito, encarnado ou desencarnado, tenha de “sujar as suas mãos”, constituindo-se como “motivo de escândalo”, aplicando por si mesmo as ações que só cabem às Leis Divinas. Quantos exemplos não temos de como os mecanismos da vida se encarregam de conduzir ao acerto quem se haja equivocado e recusado à redenção pelo amor? Ou de como provas e expiações existem sem intervenção humana que as provoque diretamente? Os que têm “fome e sede de justiça”, no presente, são aqueles que se comprometeram com ela de tal modo, no passado, que se inscreveram na vasta lista de devedores. Esses resgatam as suas faltas, redimindo-se, enquanto os outros, os carrascos de hoje, que ainda nem chegaram à fase do arrependimento, permanecem infantilizados, acomodados ao erro e ao atraso moral, espalhando dores pelo caminho que por sua vez terão eles de trilhar, ou seja, colecionando espinhos para si mesmos. Uma das evoluções mais recentes na sociedade terrena tem sido a gradativa compreensão de que o criminoso é um ser humano com carências e frustrações, desequilíbrios físicos, psicológicos ou psiquiátricos e ainda conflitos psicossociais, o que tem levado à consciência de que o culpado também é merecedor de cuidados. Esta evolução da visão em relação aos culpados e à aplicação das penas vem-se aproximando, embora muito lentamente, da Justiça Divina. À medida que os legisladores humanos se permitirem receber a inspiração da Espiritualidade Superior, a preocupação não será mais a de punir ou de castigar, mas sim a de reeducar, de reconstruir, de salvar a alma atormentada. À medida também que a alma humana se aprimorar, terminando os processos expiatórios, os sofrimentos inerentes à atualidade terrena desaparecerão, dando lugar a um novo mundo, uma nova realidade. E como Jesus ensinava: só o amor cobre a
8 A Libertação
multidão de pecados. É por isso que a sabedoria das Leis Divinas coloca os infratores de ontem sob o amparo das suas vítimas e vice-versa, para que seja forjado o tão necessário perdão, o amor. Resta-nos então fazer o esforço de refletirmos, à luz do conhecimento espírita, sobre as injustiças com que todos os dias nos deparamos, para não cairmos na tentação de maldizer a Justiça Divina, desejar todo o mal àqueles que reconhecemos como infratores ou até acalentar desejos de vingança. Essa não poderá ser mais a postura do cristão. A época de regeneração que se aproxima não se coaduna com essas atitudes, pois a fraternidade e a misericórdia serão lema da nova fase que tomará conta do planeta. Até lá deixemo-nos envolver pela esperança nesse futuro mais risonho e construamos dentro de nós e à nossa volta esse clima de paz, solidariedade para com as dores alheias, indulgência para com as faltas dos nossos irmãos ainda equivocados. Uma nova era reinará para todos num futuro próximo... Afinal, Deus não se esqueceu de nós, fomos nós que nos esquecemos Dele!
...a fraternidade e a misericórdia serão lema da nova fase que tomará conta do planeta.
Bibliografia consultada: Allan Kardec, O Céu e o Inferno, Brasília 1984, 93. Allan Kardec, O Evangelho segundo o Espiritismo, Brasília 1981. Francisco Cândido Xavier (Emmanuel), Justiça Divina, Brasília 1974, 185. Raúl Teixeira, (Camilo), Justiça e Amor, Rio de Janeiro 1997. (Fontes on line) http://www.acnur.org/t3/portugues/noticias/noticia/acnur-lancacampanha-do-dia-mundial-do-refugiado-2015/[consultado em junho de 2015] http://www.amnistiainternacional.pt/index.php?option=com_content&view=article&id= 1888:a-crise-de-refugiados-e-migrantes-para-a-europa-emdebate-no-xi-congresso-internacional-docpr&catid=49:eventos&Itemid=25 [consultado em junho de 2015]
janeiro/fevereiro/março
Ainda
Novas Perspetivas para o
Futuro
Mª Emília Barros
Na obra Voltei, ditada pelo Espírito Irmão Jacob, cuja primeira edição da FEB data de 1949, encontramos a seguinte referência às condições da humanidade: “Vivendo encarnados no planeta, quase dois biliões de individualidades humanas, esclareceu o benfeitor que mais de um bilião é constituído por Espíritos semicivilizados ou bárbaros e que as pessoas aptas à Espiritualidade superior não passam de seiscentos milhões, divididas pelas várias famílias continentais”. Concluímos, através de um exercício simples de estatística que, no final da primeira metade do séc. XX, mais de 50% da população era composta por Espíritos muito pouco evoluídos e somente cerca de 30%, distribuída pelos 5 continentes, tinha melhores condições espirituais; ficavam assim menos de 20% num plano intermédio. Em outubro de 2011 a população mundial atingiu os 7000 milhões. Se mantivermos a mesma base percentual, significa que mais de 3500 milhões seriam esses Espíritos mais imperfeitos e menos de 2100 milhões os encarnados espiritualmente mais preparados. Atualmente, somos 7400 milhões! Muitas pessoas espantam-se com as situações horrendas que vão acontecendo em cada dia mas, aquelas percentagens só por si já nos dão uma ideia do elevado número de encarnados espiritualmente mais débeis e que são responsáveis pelas dificuldades. No entanto, se pensarmos mais nos números positivos, concluímos que mais de 2000 milhões são espíritos mais preparados para a espiritualidade e entre esses encontram-se os Missionários que trabalham para a evolução da Humanidade. Mas vejamos alguns números. Segundo Melinda e Bill Gates, há 9 razões que demonstram que o mundo está melhor, entre elas as seguintes: a) Comparando com 1990, atualmente a percentagem de pessoas pobres reduziu para metade; b) a esperança média de vida das mulheres subsaarianas que em 1960 era de 41 anos, passou para os 57 anos; c) as economias com maior crescimento estão em África; d) a percentagem de crianças africanas que frequentam a escola passou de 40% em 1970, para 75 % em 1999; e) uma criança nascida em 1960 tinha 20% de probabilidade de morrer antes dos 5 anos de idade, atualmente esse valor é inferior a 5%. A população mundial aumentou muito, especialmente desde meados do séc. XX. Muitas teorias têm surgido ao longo dos últimos 200 anos, algumas delas prevendo guerras exterminadoras da Humanidade pela posse de escassos recursos para tantas pessoas. Mas a história está do lado dos otimistas, porque recursos novos têm surgido e a explosão demográfica da segunda metade do séc. XX não desencadeou mais guerras. Há muitos conflitos pela posse dos bens da Terra, mas há também muitos génios que criam recursos novos que vão garantindo a sobrevivência humana. Há muita fome, mas o que nos deve tocar mais é que os famintos de hoje são, em percentagem, metade dos de há 50 anos. O homem é Espírito criado para atingir a angelitude, mas esta só se consegue com o tempo de renovação das reencarnações. Relata Manoel Philomeno de Miranda que no final do século XX começaram a reencarnar no nosso planeta um maior número de Espíritos missionários com o objetivo de ajudar a humanidade na grande transição que já estamos a viver. Esses homens têm aparência comum mas destacam-se pelos seus contributos para o progresso. Podíamos falar da forma como nos comunicamos, como nos transportamos, como temos acesso à informação de lugares distantes, como nos alimentamos de modo muito mais variado, como cuidamos da nossa saúde… mas e o que nos reservará o futuro? Podemos ter alguma dúvida de que muito mais nos está reservado, mais belo e melhor? Procuremos as obras e encontraremos a vontade de Deus cumprindo-se na Terra através do Mestre Amado, rumo a um amanhã totalmente renovado. A Libertação 9
janeiro/fevereiro/março
Bem-aventurados os que são Brandos e Pacíficos Isabel Antunes Item 6 – A afabilidade e a doçura 1. Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra. (S. MATEUS, 5:5.) 2. Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. (S. MATEUS, 5:9.) 3. Sabeis que foi dito aos antigos: Não matareis e quem quer que mate merecerá condenação pelo juízo. – Eu, porém, vos digo que quem quer que se puser em cólera contra seu irmão merecerá condenação no juízo; que aquele que disser a seu irmão: Raca, merecerá condenado pelo conselho; e que aquele que lhe disser: És louco, merecerá condenado ao fogo do inferno. (S. MATEUS, 5:21 e 22.)
Na sociedade em que vivemos hoje ligamos muito às boas maneiras das pessoas. Claro que elas têm de existir e é extremamente importante que o sejam; mas, serão verdadeiramente autênticas? Ou é só de aparências que o homem vive? Infelizmente, por vezes ainda assim acontece. A imagem exterior pode ser muito boa mas nem sempre é autêntica. É nas pequenas ações que vemos o homem velho que há dentro de nós. Aquele que tem vivido sempre connosco ao longo das existências e que vem ao de cima nas mais diversas situações, quando estamos em família ou na sociedade. E é assim que deitamos esse fel da alma contra o nosso familiar, amigo, conhecido ou colega. Relembro uma situação que pude observar diretamente há algum tempo atrás. Alguém que eu não conhecia, desabafava comigo e dizia: se visse como o meu marido é com as outras pessoas, ninguém o levaria preso mas, no lar… Fez-se um silêncio e as lágrimas corriam-lhe pela cara. Podemos imaginar o sofrimento desta mulher a chegar ao pé de alguém que não conhece e ter esta conversa sentida. E eu pensei: Senhor, o que se pode dizer a esta pobre mulher que sofre profundamente? Que está resignada com o seu casamento, importando-se apenas com o seu trabalho e os seus filhos?
10 A Libertação
janeiro/ fevereiro/ março
Muitas vezes conhecemos casais que são perfeitos aos olhos do mundo, mas que são verdadeiros tiranos uns para com os outros, dentro do próprio lar. Será que aquela senhora conseguirá pela sua resignação e humildade dulcificar o marido? Será que ela vai conseguir sobreviver, mantendo o seu papel de mulher, esposa e mãe? Será que vai conseguir continuar a fazer o seu trabalho profissional com todo o seu empenho, dedicação e amor, aos doentes terminais de quem cuida? Hoje em dia fala-se tanto em violência doméstica! Mas a violência não é só física. Existe também a psicológica que é tão má ou pior, porque destrói a estrutura psicológica e espiritual da pessoa, que fica num caos, quer físico, psíquico ou espiritual, porque perde a alegria de viver. Claro que entendemos que quando estamos expostos perante os maus tratos de alguém, que não é por acaso! É a colheita dolorosa e obrigatória de quem semeou o mal outrora. Que aquele que pratica o mal, não deixará de ser responsabilizado perante a lei, tal como aquele que sofre poderá sempre suplicar o auxílio a Deus. Na hora da aflição, oremos a Deus com uma fé ardente, pedindo-Lhe as forças para suportarmos corajosamente as nossas provas, redimindo o nosso espírito e aguardando que Deus na Sua infinita misericórdia reponha a ordem das coisas. Devemos ouvir o apelo de Jesus de há dois mil anos, quando refere: “Bemaventurados os brandos e os pacíficos...” esforçando-nos por transformar a cólera, a raiva, a ira, a vingança e todos os sentimentos mais vis que ainda ensombram a nossa alma, nos sentimentos mais nobres e delicados, como a cortesia benévola, a delicadeza do trato, a suavidade do gesto, a brandura da atitude, a ternura e a meiguice da afetividade. Todos os sentimentos doces que originam a afabilidade, o respeito, a amizade, a fraternidade e o amor. Que a nossa afabilidade e doçura de alma sejam sinceras e repartidas por todos, sem hipocrisia e qualquer máscara pública.
A Libertação 11
janeiro/ fevereiro/ março
Espíritas de Hoje
Amanhã
e de
dij
O nascer e o morrer fazem parte da vida Margarida Sequeira Novembro de 2015 Há muitos anos atrás decidi que já estava preparada para voltar a nascer. Já tinha decidido quem seriam os meus pais. Precisava agora de convencê-los a terem um novo membro na família - eu! Com o feitio que eu tenho, imagino que lhes fiz a “vida negra”, sempre a dizer-lhes: - Então, há aqui um bebé que quer nascer! Falta muito? Tenho muito trabalho a fazer na Terra, não posso perder tempo! Até que um dia, decidiram ser pais e eu finalmente ia conseguir nascer! Depois de muita preparação dos Espíritos, mentores, amigos, e familiares, chegou o dia mais desejado por mim, o dia 27 de Janeiro de 2005. A partir daí foram-se fortalecendo laços de amor e amizade… A minha família era mesmo a ideal, conforme tinha imaginado… Levaram-me ao Centro Espírita e foram-me ensinando a fazer sempre o bem… Passaram-se quase 4 anos quando a minha maninha nasceu… Eu estava muito feliz porque ia ter uma irmã com quem conversar e brincar. A família ia ficar maior! Mas rapidamente descobri que não é fácil dividir a casa e o amor dos meus pais com a minha irmã… Parecia ser tudo mais importante do que eu… E sentia-me invisível… Ainda hoje aprendo a dividir a atenção e nem sempre é fácil… Algum tempo depois a minha mãe Sandra ficou doente. Fiquei com tanto medo!!! Não queria que ela morresse… Lutava para parecer feliz e ajudava a minha mãe (quando o meu pai não estava) a tomar conta da minha irmã… Foram 2 anos a tentar conter as lágrimas, mas por dentro sentia que o mundo ia acabar se ela morresse… Ainda hoje tenho medo mas já consigo chorar… Esse receio ainda me faz sofrer… Pelos meus 8 anos, morreu o meu avô Luís, um 12 A Libertação
avô de quem gostava muito e que me fazia rir!! Ficaram as saudades mas consegui ultrapassar a tristeza e hoje tenho boas memórias do tempo que passámos juntos… Surgiu entretanto o meu cão de sonho! O Óscar! Que também partiu de forma inesperada! Nesse dia senti uma dor tão grande que parecia nunca poder desaparecer… Hoje, com 10 anos, olho para trás e vejo que todos os momentos difíceis já passaram e uniram mais a família. Aprendi a lidar com a morte e a orar para me sentir melhor… Mas quando olho para trás também me lembro das férias magníficas em família em La Manga… Dos bolos no micro-ondas, da “luta” de quem raspa a tigela com a massa do bolo e de brincar com a Mafalda a atirar água uma à outra, das brincadeiras com o meu pai, de nadar com as minhas cadelas (Molly e Susy), dos filmes em família e das pipocas maravilhosas que a minha mãe faz! E percebo que há melhores momentos do que piores… Que apesar dos ciúmes, tenho uma irmã que me admira… E acredito que quando formos crescidas podemos vir a ser melhores amigas! Sei que o avô Luís está junto de nós! Sei que a minha mãe está bem… Sei que o nascer e o morrer fazem parte da nossa vida e o Óscar ajudou-me a entender isso… Posso dizer que tenho uma família maravilhosa! Um pai que me adora e brinca comigo, uma mãe que me dá conselhos e com quem faço tantas coisas que adoro! Uma irmã que me aborrece mas que lá no fundo é boa pessoa! Agora só me falta o André para completar a família!!! Imagino que ele esteja agora a fazer o que eu fiz há 10 anos! A fazer a “vida negra” aos meus pais!!! Eu e a Mafalda já o “ouvimos”... agora faltam eles…!
janeiro/ fevereiro/ março
Os Jogos do Rolinha| Jota Tê
A Pateira “Se desta vez não conseguir, recomece e um dia sairá vitorioso” – Minutos de Sabedoria – C. Torres Pastorino, p. 227
Um pau com dois palmos de tamanho, bem afiado dos dois lados e uma tábua ou uma vara com cerca de um metro eram os utensílios para este jogo do Rolinha e dos companheiros. Marcava-se um círculo no chão com dois metros de diâmetro donde o jogador principal fazia partir a pateira e ficava a guardar o seu território sem de lá sair. Batia num dos bicos da pateira, ela levantava-se do chão alguns centímetros e tentava acertar-lhe com bastante força para que ela fosse para o mais longe possível do círculo. Os adversários ficavam imóveis à volta do círculo e à distância que cada um palpitava que ela iria cair. Se alguém a apanhasse no ar com as mãos tinha o direito ao círculo e a expulsar do território o seu dono que ficava a ver os outros jogarem tantas partidas quantas as combinadas. Se a pateira caísse no chão caberia ao jogador mais próximo dar a partida da pateira batendo com a sua tábua num dos seus bicos em direção ao círculo, tentando introduzi-la e, se conseguisse, tinha direito ao território. O dono deste só podia defendê-lo com a sua tábua e nunca com as mãos ou qualquer outra parte do corpo. Assim se iam substituindo os donos e eram passadas tardes inteiras dos fins-de-semana na Primavera e no Verão, enquanto o chão estivesse seco e sem lama. A Libertação 13
janeiro/ fevereiro/ março
Nosso Lar
14 A Libertação
Autor Espiritual: André Luiz I Psicografado por: Francisco Cândido Xavier Adaptado e ilustrado por: Paulo Henriques I Com a autorização da Federação Espírita Brasileira
janeiro/ fevereiro/ março
A Libertação 15
janeiro/ fevereiro/ março
ELEIÇÕES NA FEC A Fraternidade Espírita Cristã convocou todos os seus sócios para uma assembleia geral agendada para dia 5 de dezembro, às 18 horas, na sua sede, para se proceder à Eleição dos Corpos Gerentes para o triénio 2016\2018. Após a eleição, os Corpos Gerentes passaram a ser constituídos pelos seguintes elementos: CONSELHO DIRETOR Presidente – Maria Emília Barros Vice-Presidente para a Área Espiritual – Mª Julieta Barbosa Vice-Presidente para a Área de Tecnologias e Comunicação – Paulo Henriques Vice-Presidente para a Área de Administrativa e Financeira – Gina Ferreira Vice-Presidente para a Área de Estudos Espíritas e Divulgação Doutrinaria – Sílvia Almeida Diretor Espiritual – Ana Isabel Piscarreta Diretor de Apoio Técnico e Criativo – Sara Barros Diretor Adminstrativo e de Secretariado – Paulo Emanuel Graça Diretor Financeiro – Paulo Torres Diretor da Infância e Juventude – Sandra Sequeira Diretor da Cultura e Divulgação Doutrinária – Paula Alcobia Graça MESA DA ASSEMBLEIA GERAL Presidente – José Carlos Almeida Vice-presidente – Nuno Sequeira Primeiro Secretário – Cláudia Andrade Segundo Secretário – Francisco Ribeiro CONSELHO FISCAL Presidente – Isabel Costa Vice-presidente – Elizabete Henriques Relator – Liliana Henriques ESTUDO DOUTRINÁRIO NA FEC O Estudo da Doutrina Espírita será sempre uma das grandes apostas da FEC, já que esse estudo, sério e responsável, contribui para a melhoria da nossa vida, potenciando inúmeros valores e forças internas que nos tornarão capazes de enfrentar situações complicadas ajudando-nos, simultaneamente, a fazer as melhores escolhas. 16 A Libertação
Precisamente para dar continuidade a esse estudo metódico e construir bases sólidas de conhecimento, este ano letivo continuaremos a estudar “O Livro dos Espíritos”. Renovamos o convite para estar presente no Estudo Doutrinário, todos os domingos, às 17h. Caso não seja possível assistir à apresentação da Palestra presencialmente, também relembramos que o poderá fazer através da internet. Basta aceder a www.fec.pt.
MÊS DOS OBSESSORES A FEC sempre dedicou o mês de fevereiro aos Espíritos ligados a problemas de obsessão. Há muito tempo que o mês de fevereiro, pela importância que tem no mundo espiritual, é sempre um mês especial em que se renova a tentativa de reconciliação. Sabemos que particularmente nesta época os Mentores reforçam na nossa mente a lembrança do compromisso de mudança que selámos com aqueles a quem já prejudicámos no passado e que ainda se encontram no mundo espiritual observando atentamente o nosso comportamento. O apelo que a FEC dirige a todos é que cada um se esforce sinceramente por merecer o respeito do seu Obsessor, provando-lhe, nos gestos mais simples, que quer corrigir os erros do passado e que se esforça por ser diferente.
Fevereiro
Mêsdos
Obsessores
janeiro/ fevereiro/ março
O NATAL na FEC Este ano a comemoração do Natal na FEC contou com a dramatização feita por alguns dos trabalhadores de uma história escrita para o efeito intitulada “Uma Noite Diferente”. Os frequentadores foram recebidos com cânticos de Natal interpretados pelo coro da FEC e a comemoração terminou com chá quentinho e Bolorei perfumado!
internacional 8° CONGRESSO ESPÍRITA MUNDIAL Portugal receberá o 8° Congresso Espírita Mundial, de 7 a 9 de outubro de 2016. Lisboa será a cidade-sede do evento, promovido pelo Conselho Espírita Internacional (CEI) que terá o tema central “Em defesa da vida!”. Divaldo Pereira Franco, Raul Teixeira e Vitor Mora Féria estão entre as presenças confirmadas para este evento que será realizado pela Federação Espírita Portuguesa. Informações em www.8cem.com
Por: Sílvia Almeida
29 ANOS de DIJ na FEC Apesar de nos encontrarmos em plenas comemorações dos 35 anos de evangelização espírita dirigida à infância e à juventude na FEC, a verdade é que o DIJ, enquanto área integrada na estrutura diretiva do Centro, primeiro como Departamento e depois como Direção, é mais recente, tendo completado no passado dia 21 de novembro 29 anos de idade. Esta data foi, como de costume, assinalada, tendo sido marcada, este ano, pela presença e participação dos pais nas aulas de evangelização dos seus filhos. No final, assinalámos esta data com um lanche no qual não faltou o tradicional bolo de aniversário.
A Libertação 17
janeiro/ fevereiro/ março
O Livro dos Espíritos Dos cinco livros fundamentais que compõem a codificação do Espiritismo, este foi o primeiro, reunindo os ensinamentos dos Espíritos Superiores através de médiuns de várias partes do Mundo. Ele é o marco inicial da Doutrina Espírita, edificado em 1857, data da primeira edição francesa. Estruturado em quatro partes e contendo 1.019 perguntas formuladas pelo Codificador, aborda os ensinamentos espíritas. O "Livro dos Espíritos" trata de Deus, da imortalidade da alma, da natureza dos espíritos, das suas relações com os homens, das leis morais, da vida presente, da vida futura e do porvir da humanidade, assuntos que continuam a ser de grande interesse e atualidade.
O Evangelho Segundo o Espiritismo "O Evangelho Segundo o Espiritismo" é um dos cinco livros que constituem o corpo doutrinário do Espiritismo. Contém os ensinamentos morais do Cristo, interpretados e desenvolvidos pelos Espíritos de Luz em comunicações mediúnicas, recolhidas, organizadas e comentadas por Allan Kardec.
18 A Libertação
janeiro/ fevereiro/ março
O Livro dos Médiuns “O Livro dos Médiuns” é uma das cinco obras que constituem a Codificação da Doutrina Espírita. Reúne os ensinamentos dos Espíritos Superiores sobre a teoria de todos os géneros de manifestações, os meios de comunicação com o mundo invisível, o desenvolvimento da mediunidade e as dificuldades que se podem encontrar na prática do Espiritismo. “O Livro dos Médiuns” é o manual mais seguro para todos os que se dedicam às actividades de comunicação com o Mundo Espiritual, sendo de leitura e consulta indispensável para todos os espíritas.
A Génese É uma das cinco obras básicas da Codificação do Espiritismo. É um livro, que, conhecido e estudado, proporciona uma oportunidade excecional de imersão em grandes temas de interesse universal, abordados de forma lógica, racional e reveladora. Na primeira parte analisa a origem do planeta Terra, na segunda parte aborda a questão dos milagres, explicando a natureza dos fluidos e os factos extraordinários contidos no Evangelho e na terceira parte foca as predições do Evangelho, os sinais dos tempos e a geração nova que marcará um novo tempo no mundo com a prática da justiça, da paz e da fraternidade.
Nº 129 Ano XXXII janeiro/fevereiro/março 2016 Nome do Proprietário e Editor Fraternidade Espírita Cristã Morada Sede do Proprietário e Editor, Redação e Impressão Rua da Saudade, nº 8 - 1º 1100-583 Lisboa, Portugal Nº de Contribuinte 501091670 Nº de Registo na ERC 109883 Nº de Depósito Legal 10.284/85 ISSBN 0871-4274 Direção Diretor - Maria Emília Barros Diretor Adjunto - Maria do Carmo Almeida Colaboradores Carmo Almeida Cláudia Lucas Isabel Antunes Joaquim Tempero José Carlos Almeida Margarida Sequeira Maria Emília Barros Paula Alcobia Graça Paulo Henriques Sílvia Almeida Periodicidade Trimestral Tiragem 500 exemplares Realização Design Gráfico - Sara Barros Montagem - Zaida Adão