A Libertação 132

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fec

88 anos

FEC 88 anos a iluminar consciências!

Ano XXXII - Nº 132 - 1 de outubro de 2016 - Trimestral - outubro/novembro/dezembro 2016 - Distribuição Gratuita aos Sócios


outubro/ novembro / dezembro

Horário

Fraternidade Espírita Cristã

2ª Feira Estudos Espíritas - 20h15 - 21h30 (Com inscrição prévia) ESDE – Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita – Ano II EIMECK - Estudo e Interpretação da Mensagem dos Espíritos Codificada por Kardec – Ano IV Estudo Básico das Obras de André Luiz Ano III 3ª Feira Integração no Centro Espírita 17h00 - 19h00 (Entrevista individual com inscrição prévia) 5ª Feira Assistência Espiritual (Passe) - 17h30 19h30 Atendimento Fraterno – 18h00 – 19h30 Momento de Reflexão – 19h00 -19h15 K Iniciação (Iniciação ao Estudo da Doutrina Espírita) – 19h30 – 20h30

índice

2016-17

6ª Feira Casa do Caminho/Conversas com Jesus 20h15 - 21h00 Livro Pronto Socorro Espiritual 19h45-20h05 Ambulatório Espiritual – 19h45-20h05 Sábado Aulas de Evangelização Infantojuvenil e Atividades Complementares 15h00 - 18h00 Assistência Espiritual para crianças e jovens (Passe) – 15h30 – 16h15 Receção Individual – 16h00 – 17h00 Estudo Básico das Obras de André Luiz Ano VI (para adultos) - 16h30 – 18h00 (Com inscrição prévia) Domingo Palestra de Estudo Doutrinário 17h00 - 18h00 (com transmissão vídeo on-line em direto em http://www.fec.pt) Assistência Espiritual (Passe) 18h00 - 18h30 Atendimento Fraterno - 17h00-19h00

- Editorial - p. 3 - Emoções positivas e fé raciocinada - p. 4 - 35 Anos a educar pelo amor - p. 7 - O Gigante escondido em nós - p. 8 - Evangelho - Muitos os chamados pouco os escolhidos - p. 11 - O Rolinha - p. 13 - BD - p. 14 - Notícias - p. 16 2 A Libertação


Editorial

outubro / novembro / dezembro

abraçar

mundo

Carmo Almeida

Entre os festejos da passagem de mais um aniversário da FEC – já 88! - e a comemoração da criação, há 35 anos, da evangelização espírita para crianças e jovens, as atividades sucedem-se com o ritmo acelerado de quem não pode gastar o tempo em vão, sobretudo quando se pertence a uma instituição como a nossa! Muito em breve os corredores e as salas estarão ocupados com as crianças e os jovens que, após a pausa do verão, regressam como aves gárrulas, deixando após si o rastro da novidade, do entusiasmo. E, logo após, a aproximação da época natalícia começa a sugerir ideias para que nenhum cristão se esqueça Daquele que surgiu, Ele próprio uma estrela, adormecido sobre uma manjedoura para em dias futuros poder abraçar o mundo. Aqui, na FEC, o outono chega repleto de energia e atividades que renovam o ambiente da velha Casa do Caminho que Jesus observa e socorre. E porque o Seu Ideal não pode extinguir-se, faz-nos descobrir a solução para os problemas que surgem, já que ao lado de cada dificuldade está sempre um recurso positivo, saudável, que fica em espera até ser encontrado, oferecendo de seguida um sentimento de proteção e de felicidade para todos. É assim que se renovam os ambientes, as mentalidades, as atividades e o percurso individual e coletivo de uma instituição tão nobre quanto o é a FEC. Por isso, quando regressa o tempo dos dias menos quentes e a luminosidade se transforma, reencontramo-nos neste espaço, nestas salas, em atividades que não se interrompem nem estagnam porque cada um de nós se recorda desse pedido feito um dia, talvez em lágrimas, de nunca parar de trabalhar na FEC, como quem corre junto das pegadas de Jesus para conseguir aproximar-se Dele. E o Mestre, se é certo que nunca se detém, permanece à nossa espera mantendo esses traços divinos para que, se nos atrasarmos ou nos perdermos, possamos encontrá-lo, outra vez! A Libertação

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Liliana Henriques “O tempo segue adiante. O modo como seguirá com ele só depende de si. Aquilo que lhe posso dizer é que o seu rácio de positividade faz toda a diferença. Permite prever se a sua trajetória de vida o leva a estagnar ou a progredir.” (1)

Vivemos, hoje, uma época fecunda de estudos e avanços em todas as áreas da ciência. Na última década do séc. XX surgiram, em várias partes do mundo, um conjunto de cientistas interessados em estudar mais detalhadamente as emoções positivas. Bárbara Fredrickson representa a 2ª geração de cientistas que trabalha nesta área. Ela tem dedicado toda a sua carreira ao estudo do papel das emoções positivas na vida do ser humano, medindo os seus efeitos no cérebro, nas competências e no comportamento de milhões de pessoas, de vários países e culturas. O seu contributo científico mais frequentemente citado é a sua teoria de expansão-construção das emoções positivas, que sintetizaremos de seguida (2), tentando depois articulá-la com os princípios da Doutrina Espírita. 1ª Parte - Positividade: alguns conceitos 1 - Teoria da Expansão-Construção das emoções positivas – Bárbara Fredrickson considera a 1ª verdade fundamental sobre as emoções positivas a afirmação de que a positividade abre-nos. Abre-nos o coração e a mente, tornando-nos mais recetivos e criativos. Experiências laboratoriais têm constatado efeitos imediatos da positividade sobre a visão, a atenção, a perceção, o pensamento, as escolhas e o comportamento. Expandem-se as perspetivas, alarga-se o quadro mental, colocando-se novas possibilidades de discernimento. A 2ª verdade fundamental faz parte das percussões imediatas do estado expandido da mente: a positividade transforma-nos para melhor. Pelo facto de abrir o coração e a mente, impulsiona a explorar e a construir novas competências, conhecimentos, formas de estar e uma maior aptidão à construção de vínculos mais duradouros. 2 - Ponto de inflexão - Torna-se necessário aumentar o rácio de positividade (quantidade de positividade por comparação à negatividade). O rácio de positividade está sujeito a um ponto de inflexão: abaixo de um determinado rácio, as pessoas são sugadas por uma espiral descendente alimentada pela negatividade (o comportamento torna-se previsível e rígido, as pessoas sentem-se sobrecarregadas e exaustas); acima do dito rácio, que a ciência sugere que seja acima de 3 para 1, as pessoas são conduzidas por uma espiral ascendente (o comportamento torna-se menos previsível e mais criativo, as pessoas crescem, sentem-se felizes e resilientes). 4 A Libertação


Os estudos demonstram que é possível aumentar o rácio de positividade, agindo em 3 patamares: . Conhecermo-nos muito bem, no sentido de saber qual é o nosso rácio habitual, o que é que habitualmente gera em nós emoções negativas e aquilo que facilmente gera em nós emoções positivas. Diminuir a negatividade, com certos cuidados e atitudes que evitem, por um lado, o surgimento de determinadas emoções e, por outro lado, que sejam capazes de desbloquear certos padrões de pensamento negativo. Aumentar a positividade, recorrendo à integração de novos hábitos, como tirar um momento para apreciar o mundo e absorver a bondade e a beleza do que nos rodeia; ligar-se à natureza; encontrar sentido positivo com maior frequência vendo nas situações difíceis o lado bom; desenvolver práticas de meditação; sonhar com mais frequência com o próprio futuro, imaginar os melhores resultados possíveis, visualizar sucessos vindouros com grande pormenor. 2ª Parte - Espiritismo… As conclusões atuais da ciência são valiosas, na medida em que permitem despertar a atenção da população em geral para a importância do pensamento e da educação das emoções, duas variáveis que consubstanciam o programa de educação moral, que é o desafio emergente da época que atravessa o nosso planeta. São, por último, valiosas porque permitem antever um encontro cada vez mais eminente entre a ciência e o Espírito. E o Espiritismo? Como se articula ele com estas conclusões? É com alegria que verificamos que estas não são mais do que pequenos afluentes a convergirem para o grande rio que abarca os conceitos da revelação espírita, que vão sendo oferecidos, para reflexão dos homens, muitas décadas antes da ciência. As orientações desta constituem dicas operacionais inestimáveis, mas o Espiritismo aprofunda o quadro conceptual, na medida em que nos revela outras variáveis integradas no processo, esclarecendo tudo o que ocorre de um modo mais profundo. Além disso, oferece-nos

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uma capacidade de potenciar e desenvolver enormemente a positividade de cada um. Através da obra de Allan Kardec ficamos a conhecer a existência e a importância do perispírito, envoltório semimaterial do Espírito, que faz a ligação entre Espírito e corpo físico. Ficamos a saber que o pensamento é um atributo do Espírito imortal, imbuído de uma qualidade energética específica, com percussões imediatas no perispírito e que é através dele que nos sintonizamos com outras mentes, encarnadas ou desencarnadas. Os pensamentos emitidos por essas mentes misturam-se com os nossos, potenciando os efeitos tanto psicológicos como somáticos. A qualidade energética específica de cada pensamento está relacionada com a qualidade emocional do mesmo e, só por aqui, compreendemos facilmente todos os resultados mensuráveis e observados pela ciência. Sobre este ponto - da relação entre o pensamento e as repercussões perispirituais selecionámos, entre várias, a seguinte citação: “(…) cada qual vive no mundo edificado pelo pensamento. (…) Cada comportamento mental possui o seu correspondente emocional, que culmina em somatização específica. Pensamento e saúde são, portanto, termos da mesma equação da vida.” (3) Se alimentarmos os ideais e os sentimentos nobres - as emoções positivas - vamos captar energias espirituais restauradoras que, através do perispírito, nos impregnarão o sistema nervoso, acionando zonas superiores do cérebro, harmonizando naturalmente o funcionamento de todo o nosso organismo, despertando e ampliando capacidades específicas quer intelectuais quer morais. Poderíamos prever que seria fácil a qualquer espírita ser continuamente positivo… mas tal não acontece, salvo raras exceções. Porquê? Porque nos fixamos nos registos do nosso passado. “As emoções têm sua origem nas experiências anteriores do ser, que se permitiu o estabelecimento de paisagens internas de harmonia ou de conflitos. (…) Inevitavelmente ocorrem momentos em que as A Libertação

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emoções nocivas assomam volumosas. A indisciplina mental e de comportamento abre-lhes espaços para que se expandam, no entanto, a vigilância ao lado do desejo de evitar-se danos morais oferece recurso para impedir-lhes as sucessivas consequências infelizes.” (4) A Doutrina Espírita, cujo objetivo é a educação e o aprimoramento moral do homem, há muito que nos orienta na adoção de novos hábitos, oferecendo-nos as razões seguras dessa adoção e os recursos infalíveis para nos auxiliar em todo o processo. É tempo de nos dedicarmos mais a nós mesmos, conhecendo-nos e cultivando o que nos faz bem, o que nos alimenta e fortalece espiritualmente, nomeadamente leituras saudáveis, lazer saudável, conversações saudáveis, reflexões, oração, cumprimento do dever, ações pelo bem do próximo, atitudes criativas e de auto aprimoramento. Joanna de Angelis, aprofundando os conhecimentos psicológicos à luz do Espiritismo, orienta, não para uma repressão indevida das emoções, mas para a necessidade da sua identificação, trabalhando-as com atitudes mais adequadas. Educar as emoções é educar os instintos primários, é aprimorar o sentimento e capacitá-lo para os vários desafios da vida, essencialmente de ordem moral, cumprindo-se o verdadeiro objetivo do Espiritismo, que é a promoção da evolução moral dos Espíritos ligados ao planeta Terra. É tempo de estudarmos mais a Doutrina Espírita que nos oferece uma fé racional, uma fé robusta. Através do esclarecimento oferecido pelo Espiritismo, todos os acontecimentos ganham um significado profundo, alterando naturalmente a interpretação dos mesmos e a nossa atitude face a eles. Tudo o que pode afligir o homem tem uma razão de ser, adquire o significado de desafio, de medida corretiva ou educativa, a ser enfrentada com paciência e confiança em Deus. Deus, sempre presente na vida de todos, com recursos infinitos de sabedoria e bondade, permite as provas necessárias para a evolução do Espírito Imortal, numa vida que é permanente, apenas mudando o plano em que se expressa. A certeza da paternidade Divina, comum a to6 A Libertação

dos os homens, reforça a visão de unidade e de expansão em direção ao próximo. Todo o esforço que façamos trará sempre um resultado e a evolução contínua é o único destino que temos. Como não confiar na vida, ou seja, em Deus? Como não sentir a Esperança pelo dia de amanhã, a Alegria e o Assombro por tanta beleza e sabedoria, a Curiosidade e um Dinamismo sempre renovado? Como não sentir a Serenidade pela certeza do amparo Divino, presente no auxílio dos amigos Espirituais? Quando ganhamos o hábito de bem orar ou de meditar; quando nos permitimos tirar esses momentos, regularmente, para nos conectarmos com a nossa essência e com as dimensões superiores da vida, ativamos as zonas superiores do cérebro perispiritual, onde residem os princípios nobres e ligamo-nos mais intimamente com os mentores espirituais, acionando alavancas poderosas de positividade em nós.n

Referências bibliográficas

1 e 2 - Bárbara Fredrickson, Positividade. Como encontrar a força oculta das emoções positivas, superar a negatividade e alcançar o sucesso, Lisboa 2010. 3 e 4 - Divaldo Franco (Joanna de Ângelis), Atitudes Renovadas, Salvador 2009


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ABERTURA DA CONFERÊNCIA DIJ 2016

”35 Anos a Educar pelo Amor”

anosde

Evangelização

Espírita

Infanto-Juvenil

Fraternidade Espírita Cristã

Recordo a forma carinhosa com que me envolviam as monitoras da Maternal. Mas um trabalho em particular ficou na minha memória: naquele dia cada um de nós escreveu um pergaminho para o seu obsessor. Bem, na prática, quem escreveu foi a monitora, porque nós ainda só sabíamos desenhar (e mal!). E lá ficou a nossa mensagem, o nosso pedido de desculpa, numa espécie de pergaminho enrolado e preso com uma fita com um laço, que ficou até hoje guardado numa das minhas gavetas. Ao ensinarem-nos a pedir perdão, começaram desde cedo a ensinar-nos a importância do amor. Mais tarde, plantávamos feijões em algodão e cuidávamos com carinho. Era com espanto e admiração que observávamos o crescer da plantinha. Aprendíamos a respeitar a Natureza, todos os seres e o Criador. Ainda hoje, quando muitas vezes aprecio a Natureza, as flores campestres mais pequeninas, não deixo de recordar a lição das monitoras: Quem criou as plantas e as flores? Foi Deus! Da turma do Jardim recordo a aula do Micróbio dos Dentes que se instalava nos dentes dos meninos que não tinham o cuidado de os lavar, numa simbologia perfeita do que acontece quando não usamos os recursos de higienização à nossa disposição e abrimos entrada à instalação de micróbios mentais ou espirituais. Mais tarde, surgiu o trabalho de casa mais difícil: interpretar o Pai Nosso. Depois, no 1º Ciclo da Juventude, recordo o incentivo das monitoras para os primeiros ensaios de argumentação lógica, racional e fun-

Cláudia Lucas, 2016 damentada. E no 2º Ciclo da Juventude o culminar de todo um percurso de vários anos de evangelização, as discussões saudáveis em aula, as primeiras palestras. Que saudades! Completou-se um ciclo e logo outro se iniciou. Era a minha vez de contribuir para que outros mais novos do que eu recolhessem da Evangelização Infanto-Juvenil as experiências felizes e as boas memórias que eu pude recolher. A Evangelização é tarefa de uma responsabilidade imensa, mas com adolescentes o grau de complexidade aumenta. Voltei a recordar a minha adolescência, os receios, os sonhos, as crises! De que serviria transmitir conhecimento espírita sem exemplificar a paciência, a compreensão, a tolerância? De que serve ouvir os disparates, as dúvidas, o relato dos erros e optar pelo caminho mais fácil da crítica, apontando o dedo ou desvalorizando o que para o adolescente é importante? De que serve o conhecimento sem empatia, sem demonstração de afeto, sem ir ao encontro dos mais jovens? Pode ser difícil, mas a experiência é fantástica, a aprendizagem do monitor é constante. E implica descobrir que ir ao encontro do outro é estar ali para ele, quando ele precisar, tentando compreender a sua dor, ser solidário, mostrando estar simplesmente ali, venha o que vier, haja o que houver. O monitor deve ser o reflexo da Boa Nova, um porto de abrigo estável e amoroso, que educa exemplificando, que evangeliza amando, porque Evangelização é Amor! Ah, os laços de afeto que se criam, as lições que se aprendem! E aos poucos, monitores e alunos vão, em relação, aprendendo a Amar. E quando assim acontece há “milagres” na vida de uns e de outros! n A Libertação

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O gigante

escondido em

Numa noite, sentindo-me triste e angustiada, entreguei-me à meditação e orei fervorosamente. Pedi o amparo dos Mentores Espirituais, para a resolução de um conflito familiar que eu vivenciava naquele instante e… tive um sonho, naquela mesma noite, que julgo ser simbólico e, apesar de ter retido, na manhã seguinte, uma lembrança retalhada do mesmo, foi a suficiente para me inspirar algumas reflexões. À primeira análise, o sonho teve um carater fantástico mas, se analisado mais profundamente, pareceu-me revelar a explicação de qualquer conflito entre o ser humano, assim também como a chave para a sua resolução. Passemos à descrição possível do sonho. Guardei uma confusa lembrança do cenário: ora locais exteriores e antigos do meu contexto profissional, ora uma espécie de caminho florestal. Nesse cenário, eu ia caminhando, ao encontro dos meus deveres quotidianos, quando passei perto de um gigante assustador, com forma humana, mas de uma substância estranha, uma mistura de carne humana e algo meio gelatinoso. A sua dimensão gigante assustava, a sua vibração, aparentemente, de descontrolo, de força bruta e tirânica, também. Antes de ter chegado a esta parte do sonho (que foi a que retive melhor na memória), parece que eu já me tinha cruzado com ele antes, tendo conseguido evitá-lo, mudando de caminho mas, sem perceber como, estava a passar por ele novamente e era tarde de mais para o evitar. Vi-o, mas não sozinho. Eu estava só, ele não. Havia várias pessoas à volta dele, mas ele estava acompanhado, especialmente, por uma psicóloga (colega minha do meu contexto profissional). Esta falava com ele num tom misto: 8 A Libertação

nós

Liliana Henriques

como quem fala com um ser infantil e como quem domestica pacientemente um animal. Só de olhar, de soslaio e à distância, enquanto passava ao largo, percebi que essa psicóloga tinha domínio sobre o gigante, pois ele parecia obedecer às suas orientações, não lhe fazendo mal algum, acalmando-se, muito embora o seu ar assustador. Ele assustava-me realmente e sem explicações. Quando passei, percecionei dois fenómenos intrapsíquicos, o meu e o dele. Por um lado, a minha pessoa suscitou nele um interesse fixo e não reprimido, fazendo com que ele se movimentasse para se aproximar de mim fisicamente. Por outro lado, em mim, gerou repulsa e medo, de uma forma intensa e a minha reação foi de fuga, de andar mais depressa, para não me confrontar com ele. Mas eu sentia-o cada vez mais perto, sabendo, no íntimo, que ele me apanharia. O chão escorregava, era uma espécie de lama e a um certo troço parecia inclinar-se, impedindo-me de avançar e de escapar ao gigante. Ele apanhou-me facilmente, diria mesmo, inevitavelmente. Curiosamente, a psicóloga acompanhava-o, permitindo esse encontro, supervisionando-o, atenta, transmitindo-me, por consequência, uma sensação de maior segurança. Ele apanhou-me e ficou a olhar para mim, com um interesse pessoal, como se eu fosse alguém importante para ele, como se ele já me conhecesse… Tive de o encarar, reunin-


Orar é, de facto, a

melhor âncora, a melhor bússola de orientação na jornada terrena, o elo mais seguro de ligação ao Pai, acessível a qualquer ser humano, sem condições culturais, económicas ou religiosas. do coragem e autodomínio. Nesse processo, tocámo-nos mutuamente, conversei com ele e acariciei-o no rosto. Enquanto isso acontecia, percebi que, afinal, nada de mal acontecia. Ele não era mau, era mais infantil, primário. Com a interação e o diálogo entre os dois, tudo se acalmava. O meu medo desaparecia. Parecia que ele só queria a minha atenção. No fim, ele deixou-se conduzir pela psicóloga, que o levou. No fim, ficou a sensação de que algo nos ligava aos dois e que o confronto tinha sido necessário e imprescindível. Eu já poderia continuar o meu caminho… Passemos, agora, à interpretação pessoal do sonho descrito. Penso que o gigante simboliza a sombra que existe em nós, as reações emocionais acumuladas pelo Espírito imortal ao longo dos milénios e não educadas, não trabalhadas, não corrigidas. Reações emocionais negativas que quando se manifestam, se agigantam, violentas e poderosas, assustadoras, capazes de destruir num minuto o que se constrói em muito tempo. Agigantam-se, tomam conta de nós. São nefastas, por isso assustam. A sombra que precisa de ser conhecida e reconhecida pelo ser consciente, daí o interesse do gigante por mim. A maior parte das vezes, temos medo e constrangimento, dificuldade mesmo, de identificar o lado sombrio de nós mesmos, aquilo que ainda somos verdadeiramente. Tendemos a fugir, evitando o confronto, mas este torna-se necessário, para a evolução do Espírito, para o processo de superação

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dessa sombra que transportamos. Se não o fazemos voluntariamente, a vida se encarrega. As situações inesperadas, simbolizadas pelo chão escorregadio, se encarregam de dar vantagem ao gigante e ele nos alcança… Mas, se nos dominarmos, se nos encorajarmos a olhar o gigante nos olhos, identificando a sua verdadeira expressão (infantil), e a dialogar com ele, acarinhando-o (aceitando-o, sem julgamento), o medo desaparece, a razão toma conta da situação e tudo se resolve naturalmente. É um momento importante, este o de identificar a nossa sombra, de tomar consciência da sua existência, de ter disposição em compreender-se mais profundamente e corrigir-se a si mesmo. É a 1ª fase de um processo de crescimento psicológico, inerente ao processo de evolução espiritual. Mas existe a 2ª fase, possível por uma situação específica, presente desde o início do sonho: o seguir as orientações da psicóloga, o deixar-se domesticar, educar. A psicóloga simboliza, a meu ver, a parte superior do ser, presente em cada um de nós. O conhecimento, por um lado, que se torna necessário cultivar para nos conhecermos e nos compreendermos em profundidade, para nos educarmos, promovendo a maturação da nossa parte ainda infantil e primária; os princípios éticos, por outro lado, que se torna necessário seguir com confiança e humildade, como o único processo capaz de dominar e educar esse gigante, abrindo espaço para o lado luminoso de nós mesmos. A psicóloga esteve sempre presente, desde o início e era o elemento de segurança em todas as etapas. Todas as etapas são necessárias. Não se chega ao fim sem passar pelo princípio. Não há que ter vergonha do princípio. Há que perseverar no caminho, não desistindo nem prescindindo, em todos os dias da nossa vida material, de estudar, de refletir e de seguir os valores ético-morais que a nossa consciência já conhece. Nunca houve tanta publicação de livros da área da psicologia como atualmente, livros com uma linguagem acessível, orientando o processo de autoconhecimento e educação das emoções-pensamento, duas dimensões interligadas e importantes da reaA Libertação

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lidade interna. Bibliografia não espírita e espírita, ambas valiosas. Parece, atrevo-me a dizer, expressar uma intenção e uma urgência de educação do sentimento - a parte moral do Espírito Imortal. Mais tarde, consultei o Cap2 do livro Psicologia da Gratidão, de Joanna de Angelis, psicografada por Divaldo P. Franco e encontrei elucidações valiosas sobre este tema e que me pareceram relacionadas com a interpretação dada ao sonho. Citarei apenas alguns trechos, que não dispensam a leitura integral na própria fonte. A autora esclarece, citando estudiosos do tema, que a sombra é o resultado de traços psíquicos que, por razões educativas ou outras, foram reprimidos, gerando conflitos internos. Jung considerava “necessário adquirir a consciência desses conteúdos reprimidos, porque somente assim será possível alcançar a individuação. Após essa tentativa inicial deve-se trabalhar pela sua integração no Self, o que equivale a dizer esforçar-se pelo amadurecimento psicológico, não mascarando a responsabilidade pessoal e aceitando-a de forma consciente, compreendendo todas as manifestações sombrias já experienciadas.” Joanna reforça que esses conteúdos “defluem da vivência em cada reencarnação, quando experimentou a carga dos conflitos gerados anteriormente e que ressumam (…)”, respondendo “pelos desaires que geram sofrimento e amargura, retendo o ser na sua rede invisível e constritora. Nada obstante, ao ser-se conscientizado desses fatores de perturbação, pode-se e deve-se trabalhar interiormente para superá-los por intermédio da redução da sua carga, aplicando-se contribuições edificantes e saudáveis, como o otimismo, a confiança no êxito, a solidariedade, o esforço para manter as perspetivas de realização sem os receios injustificáveis.” A autora chama a atenção para o contributo nefasto da educação vigente que, infelizmente, trabalha mais para a preservação do medo, do lado sombra do indivíduo, esforçando-se mais em ignorá-lo, ocultá-lo, asfixiá-lo, como se isso fosse possível, dando lugar, à vergonha, ao constrangimento, ao disfarce, à hipocrisia. No 10 A Libertação

entanto, o lado sombra existe em todos os indivíduos, pois em todos há o conflito entre o que se é e o que se deseja ser, pois em todas as coisas existe “o lado bom e o lado mau (…) Cabe a todos os indivíduos o dever de diluir a treva que se lhe encontra ínsita, com naturalidade igual à que defronta a luz, considerar a dor e a frustração como fenómenos normais que podem corresponder ao bem-estar e à sabedoria, logo sejam convertidos pela racionalização e pelo trabalho psicológico.” Nesse processo, “torna-se necessária a coragem para o autoenfrentamento, (…) a consciência da sombra que deve ser aceita sem reservas nem ressentimentos, oferecendo a cada lutador o seu poder de transformação e a sua tenacidade em alcançar a felicidade.” Essa batalha “é contínua e se faz presente em todos os instantes da existência. Quando se ama, se respeita e se atende aos compromissos, a sombra perde, mas quando se reage, mantendo-se ressentimento, ódio, ciúme, sentimentos de amargura e de cólera, assim como outros do mesmo género, a sombra triunfa… (…) A sombra pode ser vista como uma névoa ou uma ilusão que o sol da realidade dilui, proporcionando a visão clara do existir, no qual todos se encontram situados.” Voltando ao início, finalizo o artigo contando o desfecho da história inicial. Houve, acredito, intervenção dos Mentores, atuando no íntimo dos corações e consciências envolvidas, mantidas dóceis à inspiração espiritual. O conflito resolveu-se e na noite seguinte eu adormeci feliz. Orar é, de facto, a melhor âncora, a melhor bússola de orientação na jornada terrena, o elo mais seguro de ligação ao Pai, acessível a qualquer ser humano, sem exigir condições culturais, económicas ou religiosas. Não há ferramenta mais universal e democrática. Mais poderosa, quando dela sabemos fazer uso. n


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Muitos os Chamados, Poucos os Escolhidos 3. Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta da perdição e espaçoso o caminho que a ela conduz, e muitos são os que por ela entram. - Quão pequena é a porta da vida! Quão apertado o caminho que a ela conduz! E quão poucos a encontram! (S. MATEUS, cap. VII, vv. 13 e 14.)

Isabel Piscarreta

Neste ensinamento, Jesus utiliza-se da Sua recorrente pedagogia metafórica, para se fazer compreender junto dos homens, de evolução incipientes em conceitos espirituais. É deste modo que Jesus transforma o difícil em fácil, prestando a devida acessibilidade ao entendimento da lei divina, para que não restem dúvidas nem se aleguem desculpas infundadas à sua prática. Podemos imaginar a imagem da porta mencionada, conforme o desejarmos: mais velha ou mais nova, de madeira ou de metal, mais simples ou mais ornamentada, mais tosca ou requintada, das mais diversas cores, mais alta ou mais baixa, com maior ou menor estreiteza… Mas, entendamos acima de tudo a essência do convite que o Mestre nos lança, de a encontrarmos e de entrarmos por ela, conforme refere: “Entrai pela porta estreita, (...) - Quão pequena é a porta da vida! Quão apertado o caminho que a ela conduz! E quão poucos a encontram!” A porta proposta a ser transposta tem então, acima de tudo, a característica da estreiteza que simboliza o critério de exigência moral fundamental à evolução do Espírito para poder aceder a patamares conscienciais superiores. A imagem de uma porta transmite o desejo de a transpor, traz a curiosidade de saber o que se passa do lado de lá, nessa assoalhada desconhecida. Porém, é natural que ante uma porta estreita e outra larga, esta última nos pareça sempre mais convidativa, dada a garantia facilitada da sua passagem, que exige apenas um esforço menor, amigo da preguiça. Por outro lado, uma porta estreita suscita-nos sempre uma certa dúvida e hesitação, talvez até mesmo um certo receio, sobre a possibilidade da sua passagem. E ponderamos: Será que vamos conseguir passá-la? O convite de passagem por uma porta estreita, sugere-nos a reflexão em torno de um episódio real ocorrido num auditório, durante um espetáculo a que assistia uma pequena multidão. De modo imprevisto, um material inflamável que se encontrava junto de uma fonte de calor degenerou num incêndio de grande porte. Este porém acontecia ainda um pouco distante da multidão, mas não o suficiente para evitar medidas urgentes de evacuação. Como fazê-la, de modo a que a multidão não entrasse em pânico e comprometesse a própria vida, na tentativa de fuga, através de uma porta estreita de saída? A Libertação

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Na gestão desta situação, alguém se voluntariou para assumir essa responsabilidade e resolveu interromper o espetáculo para informar o público que a melhor parte do mesmo iria decorrer no exterior, solicitando uma saída rápida, silenciosa e tranquila para que a sua interrupção fosse o mais breve possível. A multidão foi exemplar! Silenciosa e ordeira, em obediência à indicação dada, conseguiu passar pela porta estreita de saída e alcançar a salvação, sem atropelamento nem agitação. A excelência da estratégia permitira o sucesso da salvação! Refletimos que consoante o prisma com que observamos os problemas e procuramos as respetivas soluções, assim comprometemos ou não a superação dos mesmos. Compreendemos que para a Humanidade conseguir aceitar o apelo de Jesus e ser bem sucedida na passagem pela porta estreita, será necessário seguir determinadas regras, como o fez a pequena multidão no auditório. Antes de fazermos a nossa escolha, Jesus antecipa-se, alertando e consciencializando-nos para as respetivas consequências a ter em consideração, de modo a clarificar-nos o discernimento e a vontade . Na escolha da porta larga, ou seja, na satisfação dos mil desejos inferiores, alcançaremos o vazio, a desilusão, a frustração pela derrota temporária. A porta estreita é suscetível de ser encontrada quando a alma decide abandonar os padrões de comportamento arcaicos e obsoletos e se disponibiliza para despertar o bem que existe em si mesma num encontro com Deus. Quando prioriza dinamizar as suas potências morais adormecidas sob uma vontade disciplinadora. É por isso, e necessariamente, a porta do esforço incessante, do sacrifício incansável em busca da almejada liberdade interior para ser maior. É a porta ante a qual o candidato duplica o trabalho, sem se deter na sua inferioridade. O objetivo comum de perfeição e felicidade não é um mito. É uma meta real e alcançável por todos, por esse esforço de burilamento moral individual intransferível. Só poderemos ter acesso à felicidade por esta porta estreita, seguindo as pegadas de Jesus num enorme respeito e obediência às Leis Divinas. Sempre que a tentadora porta larga nos seduza, peçamos a Jesus que nos dê a força de a vencermos. À medida que nos pequenos e grandes pormenores da experiência da nossa vida optarmos pela porta estreita, teremos acesso a essa nova assoalhada do nosso ser, de equilíbrio e paz gratificantes. Quando se quer realmente, tudo se vence! Quem persevera na luta, conquista o direito da vitória merecida. Tenhamos essa ventura de construir ainda hoje um futuro melhor para nós, pelas escolhas cada vez mais lúcidas, gratas e obedientes ao Pai de amor.

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O Mundo Mágico dos Animais

A Carriça Jota Tê

E Deus disse: “multipliquem-se as aves sobre a Terra” – Génesis, Criação do Mundo 1. 1,2 E todos os anos o Rolinha sonhava. Sonhava vê-la aparecer com os primeiros musgos no bico e começar a sua construção à volta do candeeiro da garagem. Sonhava vê-la de cabecita de fora da pequena abertura do ninho – grande bola de musgo e penas, dez vezes maior que o seu tamanho, muito redondo, pendurado do fio elétrico por cima da lâmpada, chocando os pequenos ovinhos. Sonhava ver as pequenitas cabecinhas à porta do ninho, empurrando-se umas às outras de biquinhos muito abertos, piando e esperando pelo inseto que a mãe ia trazer. O Rolinha abria uma pequena frecha da janela para a carriça passar, o que para ela era fácil, dada a sua pequenez, do tamanho de um dedo polegar e evitando a entrada dos predadores, sobretudo das ratazanas, como acontecera na primeira vez, em que dizimaram todas as crias depois de desfazerem o ninho todo. Agora era diferente, tinham a proteção do Rolinha e a mãe até se desleixava um pouco como aconteceu um ano. A carriça prendeu mal os primeiros musgos e, quando as crias ficaram mais crescidinhas, com a voracidade de apanhar o inseto trazido no bico pela mãe fizeram cair o ninho. Ao abrir a garagem o Rolinha só ouvia pios por entre os utensílios agrícolas espalhados no interior daquela. Apanhou o ninho, colocou-o dentro da dorna de fazer o vinho, apanhou as quatro carricinhas uma a uma e voltou a metê-las no ninho. A mãe, muito agradecida, continuou a alimentá-las até elas saírem do ninho acompanhando-a à procura da sua própria comida e aprendendo com ela a sobreviverem sozinhas. A princípio voltavam ao ninho todas as noites, mas depois aprenderam a proteger-se nas árvores nos locais onde estavam logo que anoitecia. A mãe aproveitou para fazer o novo ninho para criar nova ninhada de filhotes pois todos os anos faz duas criações. O Rolinha mostrava aos colegas cada ninhada e sentia-se todo orgulhoso de poder ajudar Deus na sua obra criadora. A Libertação

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88º ANIVERSÁRIO DA FEC Decorreu no dia 24 de setembro a comemoração do 88º aniversário da FEC, com a realização de um seminário que encerrou as atividades previstas para a celebração dos 35 anos de Evangelização Infantojuvenil neste Centro. Na comemoração esteve incluído o lançamento do livro “Uma Colónia no Espaço Nosso Lar” – para pintar. Destacamos os conteúdos interativos do livro, que podem ser utilizados em http://www.fec.pt/website/NossoLar/

2ª EDIÇÃO DO CURSO JESUS ATRAVÉS DE PAULO Dado o interesse que despertou junto dos frequentadores da FEC o Curso do Verão 2016 “Jesus através de Paulo”, a FEC decidiu repeti-lo, abrindo as inscrições numa segunda edição, que decorrerá de 29 de outubro a 10 de dezembro, ao sábado, das 16h30 às 18h00. As sessões estão agendadas para os dias 29 de outubro, 5 de novembro, 12 novembro, 26 novembro, 3 de dezembro e 10 de dezembro​​​. Gostaríamos muito de contar com a sua presença!

A comitiva da FEC esteve presente no 8º CEM - Congresso Mundial de Espiritismo, que decorreu em Lisboa, de 7 a 9 de outubro, num ambiente de partilha, fraternidade e elevação espiritual que beneficiou espíritas de 40 países dos diversos cantos do mundo. 16 A Libertação


INÍCIO DO ANO LETIVO 2016-17 É já no dia 15 de outubro que se iniciam as aulas para os mais novos, ao sábado. A Direção para a Infância e Juventude prevê um ano muito animado e produtivo, com novas atividades destinadas sobretudo aos jovens e que têm por

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base a ideia de levá-los a olhar a cidade com uma visão espírita. Que descobertas farão os nossos jovens estudiosos da Doutrina? 30º ANIVERSÁRIO DIJ Embora tenhamos celebrado, durante o ano letivo de 2015-16, os 35 anos de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil na FEC, na verdade, o DIJ, como Departamento primeiro e, posteriormente, como Direção, integrada na estrutura diretiva do Centro Espírita conta com um pouco menos de idade. Em todo o caso, são já três décadas, dignas de celebração! Assim, como fazemos anualmente, comemoraremos este ano o 30º aniversário do DIJ em 19 de novembro próximo, para o que convidamos todos os pais a se juntarem a nós, neste dia, participando nas aulas dos seus filhos. Parabéns DIJ!

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Autodescobrimento - Uma busca interior - Ed. FEP Este livro é mais um ensaio da Psicologia espírita, onde a Instrutora Espiritual analisa o Ser real, os conflitos, o inconsciente e o subsconciente, a viagem interior, os transtornos comportamentais, o pânico, a amargura, a conquista de si, entre outros temas, permitindo a cada um descobrir os seus limites reais e verdadeiras aspirações.

Triunfo Pessoal - Ed. FEP Nesta obra, Joanna de Ângelis apresenta importantes subsídios à Filosofia, à Ciência e à Religião. Centrando-se na notável contribuição de Jung, a autora introduz o pensamento de experientes psiquiatras, psicanalistas e biólogos, a fim de demonstrar que na raíz de todo e qualquer transtorno, aflição, enfermidade ou sofrimento, encontra-se o Espírito eterno. Temas atuais como depressão, transtornos obsessivos-compulsivos, esquizofrenia, terrorismo, fobias e sociopatias, além de outros tormentos psicológicos, são abordados com propostas psicoterapêuticas baseadas na descoberta do Ser Integral, na salutar identificação com os valores do Self.

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Candeias na Noite Escura - Ed. FEP Sob o pseudónimo de João Marcus, o autor Hermínio C. Miranda publicou diversas crónicas na revista Reformador entre os anos de 1961 e 1980. Temas espíritas variados todos abordados a partir dos ensinamentos de Jesus e relacionados com inúmeras situações quotidianas. “Candeias na noite escura” reúne 39 destas crónicas, confirmando a existência de uma intrínseca relação entre a Doutrina Espírita, as passagens do Evangelho do Cristo e a sua missão salvadora de resgate da Humanidade.

Bezerra de Menezes ontem e hoje - Ed. FEB Trabalhos literários de e sobre Adolfo Bezerra de Menezes, com mensagens da sua autoria espiritual, através de vários e conceituados médiuns. Longa biografia do respeitado político, do querido “médico dos pobres”, do venerável apóstolo do Espiritismo no Brasil. Esta Obra participou das comemorações dos cem anos de desencarnação desse inolvidável vulto da seara espírita, cuja vida foi e é um exemplo admiravél de dedicação e amor a seus semelhantes.

Evolução em dois Mundos - Ed. FEB Psicografado por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira. Aliando conceitos científicos e evangélicos, o Espírito André Luiz promove um estudo do processo evolutivo do ser e da alma nos dois planos de nossa existência – o mundo material e o mundo espiritual -, estabelecendo um desafio intelectual a todos os estudiosos da Doutrina Espírita.

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Nº 132 Ano XXXII outubro/novembro/dezembro 2016 Nome do Proprietário e Editor Fraternidade Espírita Cristã Morada Sede do Proprietário e Editor, Redação e Impressão Rua da Saudade, nº 8 - 1º 1100-583 Lisboa, Portugal Nº de Contribuinte 501091670 Nº de Registo na ERC 109883 Nº de Depósito Legal 10.284/85 ISSBN 0871-4274 Direção Diretor - Maria Emília Barros Diretor Adjunto - Maria do Carmo Almeida Colaboradores Carmo Almeida Cláudia Lucas Isabel Piscarreta Joaquim Tempero Liliana Henriques Paula Alcobia Graça Paulo Henriques Sílvia Almeida

Periodicidade Trimestral Tiragem 500 exemplares Realização Design Gráfico - Sara Barros Montagem - Zaida Adão


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