A libertação 138

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A Libertação 138 Boletim Fraternidade Espírita Cristã

Lisboa - Portugal

Ano XXXIII| N 138 | 1 de abril de 2018 - trimestral | PVP 5€| distribuição gratuita aos sócios


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índice

NOVA OBRA: IMITAÇÃO DO EVANGELHO “Graças às relações estabelecidas, doravante e permanentemente, entre os homens e o mundo invisível, a lei evangélica, que os próprios Espíritos ensinaram a todas as nações, já não será letra morta”

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MUHAMMAD E O ISLÃO - II “Mas ainda hoje, no Plano Espiritual, o Islamismo desempenha um papel importante, especialmente quando é necessário intervir em determinadas regiões do Globo.“

colaboradores

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CONVERSAS COM JESUS “Fazia-se ouvir o som de uma espécie de trompeta, esculpida em chifres de animais, que evocava o choro humano e pretendia incentivar o sentimento de arrependimento pelos atos errados cometidos, sendo portanto também um dia de julgamento pessoal.“

Carmo Almeida

011 CHICO REVISITADO “Não deixa de ser curioso que seres ainda tão governado pelos instintos tenham este tipo de comportamento, quando nós, seres inteligentes da criação, capazes de raciocinar, tantas vezes nos entregamos, conscientemente, a comportamentos que são contrários às nossas necessidades espirituais.”

Francisco Ribeiro

Isabel Piscarreta

Jota Tê

Leonor Alcobia

012 EU SOU MÉDIUM AUDIENTE “Se sente uma impressão ou uma espécie de ativação na região da laringe, no denominado chacra ou centro de força laríngeo, acompanhada, por vezes, de uma sensação de “abraço” em todo o seu ser; se apesar de se sentir num estado normal e acordado, encontra-se numa total ausência de consciência e começa a dizer coisas completamente estranhas às suas ideias habituais...”

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REFLEXÕES SOBRE A BÍBLIA “Com as manifestações espíritas foi-nos revelado que os sacrifícios que agradam verdadeiramente a Deus são os bons resultados das nossas próprias lutas, vencendo os nossos vícios, praticando a fraternidade...”

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Marta Jorge

Paula Alcobia

Paulo Henriques

Sílvia Almeida


editorial

Por | Carmo Almeida

O compromisso assumido um dia, ainda na erraticidade, de voltar à vida terrena para enfrentar o medo e as fraquezas morais transformando-as em coragem e virtudes, tem muito mais peso na nossa vida de hoje do que se possa pensar. A base em que assentou esse pacto é o Evangelho. Sobre ele, abraçando cada lição, discorrendo sobre cada passagem, prometemos colaborar com os servidores de Jesus numa ambição pessoal de superação das próprias falhas, contagiados pela força dos heróicos cristãos da primeira hora e impulsionados pela fé dos grandes servidores do Mestre. Porém… Promessas que envolvam trabalhar por Jesus despertam a curiosidade e acicatam o coração daqueles que ainda perseguem a Boa Nova e o seu Arauto. E atraem o olhar daqueles que gostariam de ser melhores mas ainda não se dispuseram ao trabalho árduo de sê-lo, fazendo-os acercarem-se, desconfiados mas ansiosos, daqueles que se propuseram ser diferentes. Os primeiros perscrutam a alma e produzem ardis de acordo com as debilidades que marcam as almas dos que se propõem renovar-se. E exultam a cada deslize, a cada falha, perseguindo o pensamento daqueles que querendo acertar ainda repetem os mesmos erros, disso parecendo tirar grande satisfação, em alarido proferindo juízos, sentenças e ameaças, menosprezando todo o esforço, recusando reconhecer a migalha de mérito de quem luta e repete, em sofrimento, a cada dia, a tentativa de acerto até que se concretize a mudança plena. Os segundos, aqueles que precisam de um herói a quem seguir, sentem-se traídos sempre que alguém esquece a promessa de se manter iluminado interiormente pela claridade única do Evangelho. Não adianta dizer-lhes que têm o Mestre a quem seguir, o único exemplo de infalibilidade que temos no mundo. Não se convencem. Para eles Jesus ainda está distante, fora do alcance de quem se sente diminuto. É então que, para eles, o nosso exemplo, nós que estamos próximos nos erros e nas marcas de alma que também transportam, é o único que podem observar, o único que os pode fortalecer. E na ausência de um bom e forte exemplo, desesperam, agredindo-nos porque, ao observarem o pouco esforço para sermos aquilo que dizemos, não encontram a força que procuram e se aqueles que se comprometeram não são fiéis à promessa que farão eles, que também precisam de mudar? “Um dia fizeste uma promessa e nós acreditámos” ecoa na alma, em voz branda e firme. “Mas porque é que vocês não fazem aquilo que dizem, se já conhecem esse Jesus que eu quero conhecer?”, ressoa o lamento desesperado, como um alarme que se agiganta prevenindo sobre a gravidade da promessa que não está a ser cumprida. Cuidadores da nossa alma e amigos que ainda não sabem que o são unem-se em nosso benefício para que não se desperdice a implorada oportunidade. “Um dia fizeste uma promessa e nós acreditámos”.

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Por |Marta Jorge e Leonor Alcobia O surgimento da obra hoje conhecida como O Evangelho segundo o Espiritismo está intrinsecamente relacionado com o surgimento anterior de um outro livro - O Livro dos Espíritos. Isto porque, a uma das perguntas contidas neste último, relacionada com os Caracteres da Lei Natural, Allan Kardec obtém a seguinte resposta: “A lei natural é a lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade do homem. Indica-lhe o que deve fazer ou deixar de fazer e ele só é infeliz quando dela se afasta.” (1) Sabendo que existe uma Lei Divina, era importante saber se existiria um livro ou algo semelhante onde podia estar inscrita essa Lei, para que os homens pudessem encontrá-la e compreendê-la melhor. Os Espíritos respondem que esta está inscrita na consciência do homem. (2) Então, o Codificador pergunta qual a necessidade desta lei ser revelada ao Homem, já que todos a têm inscrita na sua consciência. Os Espíritos respondem que o Homem esquecera e desprezara a Lei Divina e, por isso, Deus quis que esta lhe fosse lembrada, através de Jesus. Acrescentam nesta sequência que “Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava.” (3) Mas o Codificador, desejando o esclarecimento total, pergunta ainda: “Uma vez que Jesus ensinou as verdadeiras leis de Deus, qual a utilidade dos ensinamentos que os Espíritos dão? Terão

que nos ensinar mais alguma coisa?“ Resposta: “Jesus empregava amiúde, na sua linguagem, alegorias e parábolas, porque falava de conformidade com os tempos e os lugares. Faz-se mister agora que a verdade se torne inteligível para todo o mundo. Muito necessário é que aquelas leis sejam explicadas e desenvolvidas, tão poucos são os que as compreendem e ainda menos os que as praticam (…)” (4). Foi a partir desta resposta que Allan Kardec percebeu que era importante rever os textos do Novo Testamento e fazer uma ponte com os ensinamentos da Doutrina Espírita (5). Na verdade, poucas pessoas conhecem em profundidade ou conseguem entender a moral evangélica professada por Jesus e a principal razão, identificada por Kardec na introdução do Evangelho segundo o Espiritismo, é a dificuldade na leitura e no entendimento das alegorias e da linguagem utilizadas por Jesus (6). Ressalva-se, que “Muitos pontos do Evangelho, da Bíblia e dos autores sacros em geral são incompreensíveis, alguns até parecem irracionais pela ausência de um meio que permita compreender o seu verdadeiro sentido. Esse meio de compreensão encontra-se integralmente no Espiritismo, (….)” (7). O Espiritismo não ensina nada contrário ao que Jesus ensinou, mas desenvolve, completa e explica, de forma clara, o que Jesus transmitiu através de alegorias (8). É através deste princípio que Allan Kardec, respeitando de uma forma escrupulosa a tradução original francesa da Bíblia por Sacy, assim como a divisão por versículos, organiza os artigos que constituem o código moral universal para todos os homens sem distinção de crença (9). Em seguida, o objetivo era analisar

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Kardec Hoje

os ensinamentos de Jesus pela explicação das passagens com a ajuda dos Bons Espíritos. Através da elaboração desta obra (A Imitação do Evangelho), era possível colocar essa informação à disposição de todos, para a sua aplicação prática em todas as situações da vida (10). “… cada um a compreenderá e necessariamente será solicitado a pô-la em prática, a conselho de seus guias espirituais. As instruções dos Espíritos são verdadeiramente as vozes do céu que vêm esclarecer os homens e os convidar à imitação do Evangelho. ” (11) É com base nesta transcrição que colocamos como hipótese o facto do Codificador ter atribuído inicialmente, a esta obra (em 15 de Abril de 1864), o título de “A Imitação do Evangelho”. Isto porque a mesma é elaborada com base nos ensinamentos de Jesus e, por sua vez, toda a conduta moral resultante da obra, incentiva à sua repetição ou reprodução. E dizemos a título de hipótese porque Kardec nada refere relativamente à escolha deste título que ele mesmo altera posteriormente, voltando a nada revelar relativamente a esta alteração. A pedido do Espírito São Luís, Kardec havia-se retirado para repousar em Sainte-Adresse, a fim de recuperar-se e estar completamente disponível e concentrado na elaboração da obra que tinha em mãos. O Codificador mantivera em segredo este trabalho, de tal modo que nem o Sr. Didier, o editor, lhe conhecia o título. Foi nesse retiro que Kardec modifica completamente o trabalho desenvolvido até então, segundo os conselhos dos Espíritos. O Espírito São Luís reforça ainda a grande importância desta obra e como foram importantes as alterações, dizendo que “(...) Nossa ação, principalmente a do Espírito de Verdade, é constante ao teu derredor e tal que não a podes negar. Assim sendo, não entrarei em detalhes ociosos a respeito do plano

da tua obra, plano que, segundo meus conselhos ocultos, modificaste tão ampla e completamente. Compreendes agora por que precisávamos ter-te sob as nossas mãos, livre de toda a preocupação outra, que não a da doutrina. Uma obra como a que elaboramos de comum acordo necessita de recolhimento e de insulamento sagrado. Tenho vivo interesse pelo teu trabalho, que é um passo considerável para a frente e abre ao Espiritismo a estrada larga das aplicações proveitosas, a bem da sociedade. Com esta obra o edifício começa a libertar-se dos andaimes e já se lhe pode ver a cúpula a desenhar-se no horizonte. Continua, pois, sem impaciência e sem fadiga, o monumento estará pronto na hora determinada.” (12). A necessidade deste isolamento pode justificar-se pela elevação e delicadeza dos temas tratados, assim como pelos Espíritos presentes durante a sua elaboração. Caso comprovado pelo relato da médium vidente, a Senhorita V..., numa visita a 20 outubro de 1863, à esposa de Kardec, Sra Amélie Boudet. Naquela ocasião, como a médium não podia encontrar-se pessoalmente com Kardec, a senhora Amélie Boudet perguntou se ela não poderia transportar-se, em espírito, até onde se encontrava o esposo. Esta transmitiu que o via num quarto muito iluminado, sentado perto de uma janela a trabalhar, cercado por uma multidão de Espíritos elevados, que o inspiravam e que lhe conservavam boa saúde. Destacou um deles, como sendo um Espírito superior relativamente aos outros, apresentando alguma deferência no trato. Ressalva-se, que esta viu, ainda, um Espírito a segurar um livro de grande dimensão com o nome de Evangelho (13).

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Esta obra é de todos. Dela podem haurir os meios de conformar com a moral do Cristo o respetivo proceder. Mais tarde, em Maio de 1864, Allan Kardec publica uma comunicação espírita, que veio de Bordéus, do grupo de S. João, recebida pelo Médium Senhor Rul, que diz “ Um novo livro acaba de aparecer, é uma luz muito brilhante que vem clarear a vossa marcha. Há dezoito séculos vim, por ordem de meu Pai, trazer a palavra de Deus aos homens de vontade. Esta palavra foi esquecida pelo maior número e a incredulidade, o materialismo vieram abafar o bom grão que eu tinha depositado em vossa terra. Hoje, por ordem do eterno, os bons Espíritos, seus mensageiros, vêm a todos os pontos da terra fazer ouvir a trombeta que retine. Escutai suas vozes; são destinadas a vos mostrar o caminho que conduz aos pés do pai celeste. Sede dóceis aos seus ensinos; os tempos preditos são chegados; todas as profecias serão cumpridas. (...) Há várias moradas na casa de meu Pai, disse-lhes eu há dezoito séculos. Estas palavras o Espiritismo veio fazê-las compreendidas.” - O Espírito de Verdade (14). Posteriormente, em 1866, Allan Kardec modificou o título “Imitação do Evangelho” para “O Evangelho segundo o Espiritismo” pelas repetidas observações do editor, Sr. Didier, assim como de outras pessoas que Kardec não especifica. Na Revista Espírita de novembro de 1865 faz referência à terceira edição da obra, informando que “Esta edição foi objeto de um remanejamento completo da obra. Além de algumas adições, as principais alterações consistem numa classificação mais metódica, mais clara e mais cómoda das matérias, o que torna sua leitura e as buscas mais fáceis.“ (15) Foi na terceira edição, com as correções e modificações de Kardec, sob a inspiração e a pedido dos Espíritos Superiores, que surgiu o novo título para a obra, que se manteve até aos dias de hoje. Embora se desconheça na totalidade que razões terão sido evocadas pelo Sr. Didier e por outras pessoas, que terão levado à alteração do título, é possível lançar algumas hipóteses de análise. Evandro Noleto Bezerra – membro do Conselho Superior da FEB, redator do Reformador e tradutor de todas as obras de Kardec, lança a hipótese

da alteração do nome se ficar a dever ao facto da palavra “imitação“ poder ser considerado uma paródia, uma versão de segunda classe do Evangelho de Jesus, facto que poderia ser aproveitado pelos detratores da Doutrina, sempre à busca de algo para desacreditá-la.(16) Por outro lado, não podemos deixar de lembrar, a propósito do título “Imitação do Evangelho”, um outro título idêntico, também ele considerado um roteiro moral, só que para os católicos. Falamos da obra “Imitação de Cristo”, que remonta ao séc. XV e que remete para o contacto com o Cristo, conduzindo os fiéis para a espiritualidade que une as pessoas pelo coração e que faz com que vivam para o que realmente importa: o Céu. (17) Não é totalmente impossível que no sentido de não criar qualquer elo de ligação com esta outra obra, Kardec tenha decidido a mudança de nome. Claro que tudo isto são conjeturas e a sua análise satisfaz a curiosidade, mas pouca importância tem para as reais necessidades de todos nós. O Evangelho é, independentemente dos nomes que lhe possamos atribuir, um código de moral, um roteiro de luz que Kardec apresenta, explicado através dos princípios do Espiritismo, mostrando-nos como o podemos aplicar na nossa vida, em qualquer situação. Tal como dizem os Espíritos: “Esta obra é de todos. Dela podem haurir os meios de conformar com a moral do Cristo o respetivo proceder. (...) Graças às relações estabelecidas, doravante e permanentemente, entre os homens e o mundo invisível, a lei evangélica, que os próprios espíritos ensinaram a todas as nações, já não será letra morta, porque cada um a compreenderá e se verá incessantemente compelido a pô-la em prática a conselho de seus guias espirituais. As instruções que promanam dos Espíritos são verdadeiramente as vozes do céu que vêm esclarecer os homens e convidá-los à prática do evangelho”(18). 1 a 4 - Kardec, Allan, O Livro dos Espíritos, perg. 614 e 615. 5 - Estudo do Evangelho - Origem e Estrutura do Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB TV https://www.youtube.com/watch?v=z7vDjet2ffI 6 a 10 e 18 -Kardec, Allan, O Evangelho Segundo o Espiritismo. 11 e 14 - Kardec, Allan, Revista Espírita, 1864. 12 e 13 - Kardec, Allan, Obras Póstumas. 15 - Kardec, Allan, Revista Espírita, 1865. 16 - Cf. Mensageiro «Bolg Archive» Entrevista Evandro Noleto Bezerra Fonte o reformador mensageiro.comunhaoespirita.org. br/?p=3018 17 - Vale a pena Ler a Imitação de Cristo https://padrepauloricardo.org/episodios/ainda-vale-a-pena-ler-a-imitacao-de-cristo


Muhammad e o Islão - II

em

revista

Por | Francisco Ribeiro Muhammad veio, de facto, para regenerar o monoteísmo numa região do mundo em que a idolatria tinha atingido uma predominância só vista antes da vinda de Cristo. Segundo o artigo publicado por Allan Kardec em Agosto de 1866, enquanto Muhammad foi casado com a prima Cadija a sua conduta era irrepreensível. Só depois de enviuvar é que os problemas surgem. Até certo ponto ele deixa-se envolver pela satisfação das paixões, facto que mais tarde leva a interpretações menos exactas do Corão. Como dissemos anteriormente, a forma que uma tribo tinha de mostrar a superioridade da divindade que adorava sobre as demais era pela força das armas. Ora, a única forma de Muhammad provar a superioridade de Deus e a sua superioridade enquanto profeta, não só aos seus opositores, mas também aos seus seguidores, era pela superioridade guerreira. Ainda assim não é ele que inicia o conflito. Dois anos depois de Muhammad ter sido obrigado a fugir para Medina, os Coraicitas de Meca sitiaram a cidade, forçando Muhammad a assumir o papel de chefe militar. Muhammad revela-se um excelente estratega e o cerco de Medina é desfeito. Seguem-se dez anos de combates, durante os quais os seguidores de Muhammad são derrotados uma única vez. Esta foi a primeira Jihad, ou guerra santa. Ao fim desses dez anos, Muhammad havia conquistado toda a Arábia e dirige-se para Meca que se rende sem combater. Considerando a época e o local em que Muhammad desenvolve o seu ministério, seria pura fantasia acreditar que durante os dez anos de guerra nunca teria havido abusos ou excessos da parte dos vitoriosos. Mas sempre que lhe foi possível, Muhammad limitou esses excessos. A título de exemplo, recordamos que quando Meca foi tomada, a vida de todos os habitantes e dos seus líderes, aqueles que haviam perseguido

revista

Muhammad, foi poupada, sendo-lhes também permitido manter as suas propriedades. Após a conquista de Meca, Muhammad recusa qualquer papel político, cingindo-se ao papel de profeta. Vem a desencarnar nesse mesmo ano, uns meses depois da conquista. E mesmo o aspecto da poligamia, que segundo Kardec é o grande escolho que afasta o Islão da maioria das outras religiões, teve, com Maomé uma tentativa de contenção. Naquela época era bastante comum um homem ter até dez esposas. Ao limitar o número de esposas a quatro, Muhammad limitou as paixões daqueles que a praticavam, sendo apenas de lamentar que ele não se tenha mantido fiél à monogamia após o desencarne da sua primeira esposa Cadija. Mas ainda hoje, no Plano Espiritual, o Islamismo desempenha um papel importante, especialmente quando é necessário intervir em determinadas regiões do Globo. Quando o tsunami de 2004 atingiu o Oceano Pacífico,

Mas ainda hoje, no Plano Espiritual, o Islamismo desempenha um papel importante, especialmente quando é necessário intervir em determinadas regiões do Globo. -7-


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Manoel Philomeno de Miranda dá-nos conta de todo o movimento que se gerou no Mundo Espiritual para auxiliar aqueles que lhe irião sofrer as consequências dolorosas. Na equipa em que Miranda é integrado está também um espírito que na Terra havia sido sacerdote muçulmano, pois eles iam operar numa região maioritariamente muçulmana, na Indonésia. A seguinte passagem da obra “Transição Planetária”, ajuda-nos a compreender que realmente todas as religiões são de Deus, os erros e desmandos que nelas se encontram é que são humanos: “Abdul, que se encontrava com a indumentária muçulmana convencional, levantou a voz e recitou um ayat (versículo) de uma das Suras (capítulos) do Corão, em tonalidade ritmada, qual faria um muzlim no seu recitativo na torre da mesquita... Com vibração especial e profunda, o amigo continuou emitindo o som que envolvia as palavras, e, subitamente, houve um silêncio aterrador (…). Abdul, porém, manteve-se irretocável, continuando a recitar o Livro, com respeito e seriedade, o que produzia impacto muito grande na massa alucinada.”(1)

em

revista

Acima de tudo, a vida de Muhammad, em toda a sua complexidade, com os múltiplos papéis que foi chamado a desempenhar, deve-nos servir de exemplo para repetirmos o que ele fez corretamente e aprender com o que fez de errado. E uma questão que coloco muitas vezes a mim mesmo, não só em relação a Muhammad, mas a todos os grandes vultos da História que depois acabaram por se desviar do caminho reto: “Se fosse eu? Teria sido capaz de agir corretamente ou teria feito ainda pior?” 1 - Franco, Divaldo P. (Manoel Philomeno de Miranda), Transição Planetária, Cap. 5. Gravura Otomana, retratando o momento da morte de Maomé (1596) Fonte: Wikipédia enciclopédia livre

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Conversas

Jesus

Por | Sílvia Almeida

com

1. Ora, quando o Filho do Homem vier em sua majestade, acompanhado de todos os anjos, sentar-se-á no trono de sua glória; reunidas diante dele todas as nações, separará uns dos outros, como o pastor separa dos bodes as ovelhas e colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda. Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos foi preparado desde o princípio do mundo; (...) Dirá em seguida aos que estiverem à sua esquerda: Afastai-vos de mim, malditos; ide para o fogo eterno, que foi preparado para o diabo e seus anjos; (...) E esses irão para o suplício eterno, e os justos para a vida eterna. (Mateus, 25:31 a 46.)

A passagem acima é conhecida no Novo Testamento como “O último Julgamento”, criando, como muitas vezes acontece, uma imagem visual forte, facilmente apreensível, do julgamento divino no qual os bons seriam separados dos maus, antes da fundação do Reino de Deus na Terra. Na verdade, trata-se de uma crença comum a quase todas as religiões do mundo. Tal como todos os povos da Terra produziram mitos relativamente à vinda de Jesus. Segundo Emmanuel, esta crença deve-se ao facto de todos terem conhecido o Mestre antes de se exilarem no planeta. Escutámos a sua voz, ouvimos as suas promessas de que viria à Terra mais tarde para nos resgatar definitivamente, para nos mostrar o caminho, pelo que nada havia a temer. De modo idêntico, as verdades espirituais, encontram-se gravadas na consciência do homem que as reproduz de acordo com as épocas e os costumes, de modo mais ou menos fiel. Os Hebreus, a quem foram ditas na época estas palavras, por exemplo, tinham já na sua crença a ideia de que haveria um “dia do Senhor”, profetizada por vários profetas do Antigo Testamento e tinham, no profeta Ezequiel, a indicação de que um momen-

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to final chegaria em que Deus reuniria todos os povos para os julgar, de acordo com os bons ou maus procedimentos. Tanto esta ideia estava assimilada que, na própria tradição judaica, por recomendação da Lei, uma vez por ano, na altura do Ano Novo, se iniciava um período de introspeção e meditação, durante o qual o Criador avaliava os atos praticados, inscrevendo ou não cada um no Livro da Vida. Fazia-se ouvir o som de uma espécie de trompeta, esculpida em chifres de animais, que evocava o choro humano e pretendia incentivar o sentimento de arrependimento pelos atos errados cometidos, sendo portanto também um dia de julgamento pessoal. Jesus evoca, deste modo, a Lei dos Hebreus e os seus costumes, para apelar à prática do amor, que é, na verdade, a prática do Evangelho. Porque era isso que Jesus vinha fazer: traduzir por palavras e exemplos acessíveis aos homens da Terra uma lei que é Universal, que ainda Jesus não tinha sido criado e já existia. São as leis morais do universo, válidas em qualquer ponto, em qualquer galáxia. Por isso, na parábola, Jesus refere que Deus reúne todos os povos, não só os Hebreus e, por isso, a avaliação é feita em função do convívio de todos, não exclusivamente do povo hebreu que, por sinal, tinha muitos preconceitos de fanatismo racial. Porém, na parábola, Deus seleciona os homens de acordo com a assistência prestada a outros homens, sem preocupação da nação, do género ou da raça a que pertenciam ou até de religião, o que é muito significativo. Esse fator nem sequer é mencionado. O único parâmetro de avaliação é a assistência dada a outros, quem quer que eles fossem.


Jesus colocava assim a humanidade em absoluto pé de igualdade entre si, mostrando que o que importa verdadeiramente não são as questões circunstanciais do lugar onde se nasce ou do povo a que se pertence, mas a grande questão universal de olhar o outro como irmão, perante quem se tem o dever de fazer o bem, de tentar remediar ou diminuir os padecimentos. Era a lição da universalidade, guiada por uma Lei ela mesma universal – um código divino. E se é um código divino, não foi criada apenas para os habitantes da Terra, mas para toda a Criação, para todos os seres de todas as partes do universo. É nesse instante que nos sentimos pequenos e frágeis, porque nomeadamente não conseguimos sequer compreender, e menos ainda executar, a lei mais básica do universo: todos fomos criados por Deus e compete-nos amarmo-nos mutuamente como irmãos que somos. A consciência da nossa fragilidade é o que nos faz compreender como nos cumpre sobretudo obedecer e como qualquer manifestação de orgulho se torna descabida no patamar em que nos encontramos. Francisco Cândido Xavier quando, muito emocionado, acabou de psicografar o livro “Paulo e Estêvão” viu de repente chegar Paulo, depois Estêvão, Pedro, Barnabé… Então começou a chorar e foi beijando espiritualmente os pés de cada um deles, compreendendo, ante a grandeza do empreendimento e das almas envolvidas, daqueles amigos de Jesus, como ele era pequeno e frágil…! Qualquer falsa pretensão de superioridade cai imediatamente por terra quando compreendemos o nosso lugar no Universo. Vindos de mundos civilizados, desenvolvidos, moral e intelectualmente fomos exilados, por incompetência para nesses mundos permanecer, num planeta totalmente primitivo, em corpos animalizados, privados dos índices de beleza e desenvolvimento a que estávamos habituados. Prisioneiros de um mundo onde tudo estava por “inventar”, tivemos que lidar com o primitivismo daqueles que cá encontrámos, com os seus hábitos desajustados da nossa memória do progresso e da civilização. Não admira que muitos de nós falemos até hoje do paraíso perdido e que tenhamos saudades do que ficou para trás. Não admira que os povos da antiguidade construíssem essas

uma ese d m o s o ir uv em “Fazia-se o , esculpida ta e p m o tr ao pécie de ue evocav q , is a im n a ntichifres de tendia ince re p e o n a nchoro hum rrependime a e d to n e var o sentim metidos, o c s o d a rr e s to pelos ato um dia de m é b m ta anto sendo port pessoal.“ julgamento edificações alçadas ao espaço, na sua ânsia, no seu grito de dor, pelos mundos deixados…! Mas Jesus cumpriu a sua promessa de traduzir esse código universal, para a linguagem dos terráqueos, e aqui estamos nós, dois mil anos depois, a continuar a tentar interiorizá-lo. Imagine-se a repercussão que isto terá, quando todos se capacitarem desta realidade, desta necessidade. Daqui resultará um homem não preocupado consigo, mas com todos, não com o seu bem, mas com o bem do conjunto. E nesse ponto, os problemas da humanidade diminuirão consideravelmente. Compreenderemos o que nos cumpre fazer para conservar o planeta, no interesse de todos, os passos que nos cumpre dar no restabelecimento da paz entre os povos. Jamais levantaremos a mão para ferir, mas daremos as nossas mãos como irmãos. Ninguém passará necessidades, porque haverá sempre alguém atento para ajudar e nos dar a mão. Assim será entre os homens e entre os povos, na certeza de que aqueles sobre quem recair o pesado julgamento darão abertura a um ciclo de tormentos de duração ilimitada; já aqueles que tiverem direito à “vida eterna”, sendo os que já se enquadram no código universal divino, resta-lhes aprofundar esse código, aprender sempre mais e prosseguir, integrados na harmonia que são capazes de manter e gerar para si e para os outros, em padrão de concordância com a restante Criação divina. Referências: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rosh_Hashan%C3%A1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Ju%C3%ADzo_Final http://www.jamaisdesista.com.br/2015/04/ezequiel-71-27-o-segundo-julgamento.html A Caminho da Luz - Haroldo Dutra dias - parte 1 - https://www. youtube.com/watch?v=EIObS4W1rR8 A Caminho da Luz - Haroldo Dutra dias – parte 2 - https://www. youtube.com/watch?v=J5hHBdorUZM A Caminho da Luz - Haroldo Dutra dias - parte 3 - https://www. youtube.com/watch?v=uKNcON6UfuA


Por |Francisco Ribeiro

revisitado Este é o nome de um cãozinho preto, luzidio, simpático, para não dizermos espiritualizado, que, espontaneamente, aparecia nas sessões públicas do “Luiz Gonzaga”: chegava, vagarosa e respeitosamente, dirigía-se ao canto onde estava o Chico e ali ficava, como que em estado de concentração e prece, até ao fim dos trabalhos. A dona do D. Negrito encontrou-se com Chico e disse-lhe: — Imagine, Chico, o Negrito às segundas e sextasfeiras desaparece das 20 às 2 horas da madrugada. E, agora, há pouco, é que soube para onde vai: às sessões do“Luiz Gonzaga”. Isto tem graça. Ele, que é um cão, consegue vencer os obstáculos e procurar os bons ambientes e eu, que sou sua dona, por mais que me esforce, nada consigo... E o Chico, como sempre educativo e bom, consola-a: — Isto tem graça e é uma bela lição. Mas, não fique desanimada por isso; Dom Negrito vem buscar e levar um pouquinho para sua dona e um dia há-de trazê-la aqui. Jesus há-de ajudar. Os tempos estão chegados, é uma verdade. Até os cães estão dando lições e empurrões nos seus donos, encaminhando-os com seus testemunhos, à Vereda da Verdade, por meio do Espiritismo, que esclarece, medica, consola e salva.(1) É sabido que os animais têm os instintos mais predominantes que a inteligência. Entre os vários instintos, existe o instinto de sobrevivência que mantém o animal vivo. Este instinto preside a todos os comportamentos que visem a manutenção da vida. Vai-se manifestar nos momentos em que a vida se encontra ameaçada, como o próprio nome indica, mas também noutras circunstâncias. Por exemplo, quando leva os animais a procurarem abrigo durante uma chuvada, algo que por si só não seria letal, a procurarem determinados alimentos que os ajudam a manterem-se saudáveis, como fazem as Araras da Patagónia, que comem argila para suprir a deficiência de sódio do resto da sua alimentação, entre outros comportamentos. Este instinto leva então o animal a procurar o que é melhor para si, nos vários ângulos da vida física. E no caso dos animais mais domesticados, também o que é melhor para os Humanos que cuidam deles. Esse instinto leva-os então a procurar também am-

bientes espirituais sadios. A História da Humanidade apresenta-nos diversos relatos de “homens santos” que tinham por companhia animais não domesticados, enquanto que os seus conterrâneos os desprezavam. No meio espírita, esta busca por ambientes espiritualmente sadios não é estranha, tal como nos é apresentado no texto “Dom Negrito”. Neste caso concreto, o cão, sabendo que ali o ambiente era benéfico para si e para a sua dona, procurava-o regularmente, chegava dentro do horário e durante a sua permanência no lugar portava-se dignamente, arriscamos a dizer que, talvez melhor que muitos reencarnados. E findo o trabalho, retornava ao seu lar, levando consigo as bençãos do trabalho do qual também tinha participado. O comportamento do dedicado amigo, apesar de curioso, não é caso único. Conhecemos uma cadelinha baixinha de nome Joaninha. Todas as semanas, no momento do Evangelho no Lar, a Joaninha, cerca de 10 minutos antes, já estava na sala onde aquele se iria realizar. Durante todo o tempo, ela permanecia sentada, praticamente imóvel e de olhos semi-cerrados. Quando terminava o momento de oração, a Joaninha levantava-se, ia beber a água previamente preparada e depois ia à sua vida. A Joaninha tinha mais dois companheiros, também eles pequenos, não tão bem comportados. Durante os momentos de oração, se algum deles ladrava ou pedia festas, a Joaninha fazia um pequeno som e rapidamente os outros retornavam à tranquilidade. Não deixa de ser curioso que seres ainda tão governados pelos instintos tenham este tipo de comportamento, quando nós, seres inteligentes da criação, capazes de raciocinar, tantas vezes nos entregamos, conscientemente, a comportamentos que são contrários às nossas necessidades espirituais. E aí racionalizamos o comportamento, que de forma instintiva sabemos não ser o correcto, criando justificações para nós mesmos, procurando silenciar a consciência. Mas como a Bondade Divina está sempre presente, nestes casos através dos nossos irmãos animais a quem tanto carinho dedicamos, para nos servirem de guias, da mesma forma que o cego é orientado pelo seu fiel cão-guia. 1 - Cf. Gama, Ramiro, Lindos Casos de Chico Xavier, item 61.

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Sou

Por |Isabel Piscarreta

médium falante… Se sente uma impressão ou uma espécie de ativação na região da laringe, no denominado chacra ou centro de força laríngeo, acompanhada, por vezes, de uma sensação de “abraço” em todo o seu ser; se apesar de se sentir num estado normal e acordado, encontra-se numa total ausência de consciência e começa a dizer coisas completamente estranhas às suas ideias habituais e aos seus conhecimentos ou até mesmo fora do alcance de sua inteligência, das quais raramente guarda lembrança ou apenas tem uma certa intuição, significa que é um médium falante, como designou Allan Kardec em O Livro dos Médiuns (1). Esse tipo de médium é vulgarmente denominado médium de “incorporação”, designação inadequada, porque o Espírito comunicante não está “dentro” do corpo do médium, substituindo-o no seu comando. Poderá então perguntar o que sucede realmente nesse fenómeno mediúnico? Ou como se processa a psicofonia? Na aproximação do Espírito comunicante ao aparelho mediúnico, dá-se a união das suas auras uma extensão do perispírito, irradiando-se a uma distância de alguns centímetros além dos limites do corpo físico do ser encarnado (2) - em que o Espírito comunicante passa a comandar parcialmente os centros nervosos do cérebro físico do médium, por via do seu perispírito, tendo em conta que não pode comandar diretamente um

corpo que não é o seu. O que sucede é a cedência temporária por parte do Espírito do médium, de um controle parcial do seu corpo - ao qual está ligado e sobre o qual tem inteira soberania e responsabilidade - ao Espírito comunicante. Durante esta cedência temporária, o Espírito do médium pode, através da sua vontade, policiar tudo o que flui através dele e, caso julgue necessário, refrear inclusivamente os gestos e a linguagem do Espírito comunicante ou até mesmo interromper a sua comunicação a qualquer momento.(3) Pode acontecer que, durante a psicofonia, o médium venha a perceber quadros vivos e cenas por vezes intensamente dramáticas ou de sublime beleza espiritual, relacionadas com o Espírito comunicante, como se de um filme se tratasse, causando-lhe um idêntico impacto emocional e inclusive sensações físicas.(4) Após a comunicação psicofónica, o Espírito do médium, ao voltar a reassumir o comando total do seu corpo, pode necessitar de alguns momentos para desligar-se do estado emocional do Espírito comunicante e tomar consciência quer da sua própria identidade, quer do local onde se encontra. A aplicação do passe poderá auxiliá-lo com relativa eficácia.(5) Se é médium falante, procure ajuda e esclarecimento junto de um Centro Espírita, a fim de compreender e orientar a sua faculdade, orientando-a para a promoção do seu progresso espiritual. 1 – Cf. O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, Cap. XIV, item 166. Kardec, Allan 2 a 5 - Cf. Diversidade dos Carismas, cap. XV, item 3. Miranda, Hermínio, C.

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Quem conta

Conto um Reflexões Bíblicas Por |Jota Tê

Os Patriarcas:

Abraão Desde sempre os hebreus acreditaram que havia uma entidade superior que os criara e os vigiava. Por isso, pensaram em agradar-lhe e fizeram-lhe sacrifícios, a fim de obter as suas graças. Daí a Bíblia nos relatar várias formas de sacrifício. Caim ofereceu as piores sementes, enquanto o seu irmão, Abel, ofereceu a Deus o melhor cordeiro do seu rebanho. Por isso Deus aceitou a sua oferta e recusou a de Caim. Este revoltou-se e matou o irmão e Deus castigou-o. No início todos os sacrifícios eram ofertas dos melhores animais e das melhores sementes – as primícias ao criador – Jeová. Mas com o patriarca Abraão foi diferente. Foi-lhe pedido que sacrificasse o seu filho Isaac. Abraão subiu ao monte, fez um altar de pedra, pôs-lhe em cima um feixe de lenha e quando se

preparava com o machado para imolar Isaac, o anjo do Senhor segurou-lhe o braço e disse-lhe: “Não toques nessa criança!” Deus renovou a aliança com Abraão e disse-lhe: “ - A partir de agora a tua mulher Sarai chamar-se-á Sara e a tua descendência será superior às estrelas do céu.” Os sacrifícios humanos também foram feitos em honra das divindades com os povos maias, incas e da polinésia, entre outros. Com as manifestações espíritas foi-nos revelado que os sacrifícios que agradam verdadeiramente a Deus são os bons resultados das nossas próprias lutas, vencendo os nossos vícios, praticando a fraternidade e seguindo o lema mais bonito para a nossa evolução: “Sem caridade não há salvação”, bandeira entregue a todos os espíritas. Imagem: Rembrandt, Sacrifício de Isaac, 1635, Hermitage Museum Domínio público

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Cultivando

Pensamentos Por |Paulo Henriques

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1.A nossa história começa Com dois meninos da Maternal. Um chama-se André, o outro Pedro, E cada um deles é muito especial. 2.Certo dia, (tão engraçados!), Quando na sala entraram, Estavam tão alvoraçados Que aos tropeços se sentaram. 3.Tinham uma novidade Incrível para contar…! Pois não é que os dois amigos A mesma história foram sonhar? 4.Não acreditam? Pensam que é mentira? Pois oiçam com atenção, Esta história tão pequenina Mas repleta de emoção. 5.Cada um na sua casa, Ao vestir o pijaminha, Olhou pela janela Antes de ir para a caminha. 6.Ao longe, no horizonte, Viram o sol que se afastava. Era mais um longo dia, Que agora, assim, acabava. 7.Oh, Sol - disse o Pedro -, Vai depressa descansar. Amanhã, logo cedinho, Continuamos a brincar. 8.Prontamente, sem o sol, O céu começou a escurecer. E logo a lua e as estrelas Começaram a aparecer. 9.Chegou a mãe do André, Tão bonita e a sorrir. Já é noite - disse ela -, São horas de ires dormir! 10.Na sua casa também o Pedro se foi deitar, Um beijinho de boa noite O pai, de seguida, lhe foi dar. 11.E ambos os meninos Aconchegados e quentinhos, Deitaram-se nas suas camas Abraçando os seus ursinhos.

Por|Carmo Almeida|Marta Jorge|Paula Alcobia Graça

12.Dorme bem - disse a mãe do André -, E para ele sorria. O pai do Pedro apagou a luz, Quando do quarto saía. 13.O Pedro bem que tentava, Mas o sono, maroto, Parecia afastar-se, E nunca mais chegava… 14.O André deitado na cama Ainda ficou a brincar… Mas o sono maroteio, Dele não se queria abeirar.

21.Não estavam ali somente para a noite iluminar… Jesus tinha-lhes pedido Para com os meninos conversar. 22.E as estrelinhas luminosas, Relembraram radiantes, Que para Deus, e para Jesus, Todos somos muito importantes. 23.Obrigado – disse o Pedro -, Gostei muito de conversar… Mas agora parece-me que o sono, Está finalmente a chegar…

15.Os dois meninos, deitados, Já não sabiam o que fazer… Até que diante do seu olhar, Viram algo fantástico acontecer.

24.Amigas estrelinhas – disse o André -, Entre um e outro bocejo Obrigado pela vossa companhia, Encontrar-vos, noutro dia, é agora o meu desejo.

16.Levantaram-se da cama, Rápidos e sem demora, Para poderem ver O que brilhava lá fora…

25.As estrelas despediram-se, E pela janela começaram a sair… E os dois meninos, já cansados, Fecharam os olhos, para dormir...

17.E o que viram no céu Era algo espantoso! Um astro que cintilava, Tão grande e tão formoso!

26. E embora muito ensonados, Quase, quase a adormecer, Não o fizeram sem antes orar a Jesus, Simplesmente para agradecer.

18.O André abriu a janela Para ver melhor aquele esplendor… E para seu grande espanto Viu muitas estrelas ao seu redor.

27.Embora esta história pequenina Pareça uma grande fantasia, A verdade é que Deus, nosso Pai, Nos dá presentes de sonho e alegria.

19.O Pedro, ligeiramente ensonado, Nem queria acreditar… Perto dele estavam tantas, tantas estrelas, Que nem as conseguia contar…

28.E agora já sabem… Se com uma ou mais estrelas sonharem, Foi porque Jesus vos pediu Para convosco conversarem.

20.Vinham de perto e de longe, Com tanto fulgor… Que cobriram os dois meninos Como se fossem um cobertor…

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29.Não acreditam? Então observem-se com atenção… Porque esta história, tal como num sonho, Deixou uma estrelinha… no vosso coração!


notícias FESTA DA PÁSCOA DIJ No dia 24 de março os monitores DIJ prepararam para Crianças, Jovens e Pais, uma festa para comemorar a Páscoa ! PROGRAMA

15h30 – Abertura 15h45 - As asas do Amor monitoras do Jardim 16h05 - A dúvida: o início do conhecimento espírita – monitoras do 1º Ciclo da Juventude 16h10 - Entrevista com ligação em direto ao gabinete do Prof. Allan Kardec – monitor do 2º Ciclo da Juventude

16h20 - Trocado para miúdos e graúdos – monitoras do 2º Ciclo da Infância 16h26 - A lanterna mágica – monitoras do 1º Ciclo da Infância 16h35 - Um bálsamo de amor... Ontem e hoje – monitoras do 3º Ciclo da Infância

16h40 – Um cobertor de estrelas – monitoras da Maternal 16h45 - Encerramento

ENCERRAMENTO DAS ATIVIDADES Com a chegada dos meses de junho e julho, termina mais um ano letivo de atividade. Assim, as aulas D.I.J. terminarão no dia 2 de junho e os Estudos Espíritas para adultos a 4 de junho. Já as palestras de Estudo Doutrinário só terminarão a 22 de julho. ANGARIAÇÃO DE FUNDOS A Fraternidade Espírita Cristã tem o prazer de o convidar para o Almoço Solidário, a realizar no dia 28 de abril, na FEC, a partir das 13h00. A Campanha “Pró-sede”, semeada no DIJ através das crianças e jovens da FEC, recolheu nas casinhas colocadas na receção 264 euros. Estas “sementinhas” vão adubar a entrada da obra que precisamos realizar no espaço da nova sede da FEC.

Com quase 90 anos de idade, a Fraternidade Espírita Cristã tem um novo desafio, que nos impele a darmos as mão e a reunirmos esforços e recursos. Este almoço será um momento de confraternização e participação, na “obra” que é de todos nós! A obra tem que avançar! Porque todos precisamos dela!

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PIQUENIQUE Convidamos todos os frequentadores a estarem presentes no piquenique de final de ano letivo, no dia 9 de junho, no Parque da Serafina, em Monsanto. Traz a tua bicicleta, patins, jogos de mesa ou simplesmente vem usufruir do parque infantil e da sombra dos pinheiros! A partir das 11h00 Parque da Serafina, Monsanto Coordenadas: 38° 44’ 1.59’’ N 9° 10’ 38.10’’ W

O CURSO DE VERÃO FEC 2018 O Curso de Verão FEC 2018 , Ferramentas que a Psicologia Espírita - parte II, vem de novo disponibilizar um conjunto de ideias e práticas, para auxiliar o Homem a superar-se, abraçando as conquistas superiores do Espírito e cumprindo mais rapidamente o propósito da evolução. Deste modo, os estudos da Psicologia Espírita não podem deixar de contribuir, também, para o entendimento mais amplo da codificação de Allan Kardec. No processo educativo o ser humano não aprende a cuidar das emoções. Não sabendo o que fazer com elas, atira-as para um compartimento desarrumado na sua mente e vive a sua vida exigente e apressada.

Programa Sessão 1 (18 de junho) Ressentimento Sessão 2 (25 de junho) Ciúme Sessão 3 (2 de julho) Solidão Sessão 4 (9 de julho) Autenticidade Sessão 5 (16 de julho) Compreensão

Com base nos contributos de Joanna de Ângelis e nas análises de Cláudio e Iris Sinoti, pretendemos Sessão 6 (23 de julho) com este estudo proporcionar a oportunidade Amor de arrumar esse lugar cheio e caótico, para que a mente, organizada e liberta, possa enveredar pelos caminhos da superação de si mesma. - 17 -


Por |Paula Alcobia

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horário

Fraternidade Espírita Cristã

2ª Feira Estudos Espíritas - 20h15 - 21h30

(Com inscrição prévia)

ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita - Ano III EIMECK - Estudo e Interpretação da Mensagem dos Espíritos Codificada por Kardec - Ano I Estudo Básico das Obras de André Luiz - Ano IV 3ª Feira Integração no Centro Espírita - 17h00 -19h00 (Atendimento individual com inscrição prévia) 5ª Feira Assistência Espiritual (Passe) -17h30 - 19h30 Atendimento Fraterno - 18h00 - 19h30 Momento de Reflexão - 19h00 - 19h15 K Iniciação (Iniciação ao Estudo da Doutrina Espírita) - 19h30 - 20h30 6ª Feira Casa do Caminho - 20h15 - 21h00 Livro Pronto Socorro Espiritual - 19h45-20h05 Ambulatório Espiritual - 19h45-20h05

A Libertação Nº 138 Ano XXXIII abril/maio/junho 2 0 1 8 Nome do Proprietário e Editor Fraternidade Espírita Cristã Morada Sede do Proprietário e Editor, Redação e Impressão Rua da Saudade, nº 8 - 1º 1100-583 Lisboa, Portugal Nº de Contribuinte 501091670 Nº de Registo na ERC 109883 Nº de Depósito Legal 10.284/85 ISBN 0871-4274 Direção Diretor - Maria Emília Barros

Sábado Aulas de Evangelização Infantojuvenil e Atividades Complementares - 15h00 - 18h00 Assistência Espiritual para crianças e jovens (Passe) - 15h30 - 16h20 Receção Individual - 16h00 -17h00 Estudo Básico das Obras de André Luiz - Ano VII (para adultos) 16h30 - 18h00 (Com inscrição prévia) Domingo Palestra de Estudo Doutrinário e Assistência Espiritual (Passe) - 17h00 - 18h30 Atendimento Fraterno -18h00 - 18h30

Colaboradores Carmo Almeida Francisco Ribeiro Isabel Piscarreta Joaquim Tempero Leonor Alcobia Marta Jorge Paula Alcobia Graça Paulo Henriques Sílvia Almeida Periodicidade Trimestral Tiragem 500 exemplares Realização Design Gráfico - Sara Barros Montagem - Zaida Adão

(Palestra com transmissão vídeo on-line em direto em http://www.fec.pt)

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