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Boletim da Fraternidade Espírita Cristã

Lisboa - Portugal A divulgar a Doutrina Espírita desde 1928


Horário 2010 | 2011 Fraternidade Espírita Cristã


Editorial A Instituição Família: Estará em risco? Espíritas de Ontem - O amor de mãe Mensagem Espiritual - Um dia surgiu na minha vida um sol Entrevista - Paulo Torres Histórias do Rolinha - A Bonita BD - Nosso Lar Notícias


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Cláudia Lucas Há umas décadas, a instituição família nem sequer era questionada, tudo se passava como deveria parecer, os costumes, as tradições, as regras familiares cumpridas escrupulosamente, ou não fosse a máxima vigente – “Deus, Pátria e Família”. Tudo funcionava numa aparente harmonia que escondia o que não devia ser visto. Mas não há nada imutável, a não ser as Leis Divinas, justas e sábias. Agora, em pleno século XXI, a realidade alterou-se de tal forma, particularmente no que toca à instituição familiar, que a diferença é gigantesca. Os filhos já não pedem a bênção dos pais e muitas vezes nem lhes obedecem, as filhas já não dependem da preferência do pai para escolher o noivo, e o divórcio e a união de facto já nem sequer constituem motivo de escândalo. Aliás, as separações conjugais parecem mesmo estar na moda, são comuns, legalmente mais fáceis e estão em franco crescimento. Para nós, Espíritas, não serão motivo de escândalo nem de vergonha como seriam para as famílias de antigamente. Mas não deixam de constituir motivo de grande preocupação por tudo o que envolvem. Não só as consequências que têm para o agregado familiar em si mesmo, mas também aquelas que se reflectem na sociedade como um todo. Diz-se que vivemos uma “crise” de valores, nomeadamente no respeitante à importância da família. E com toda essa instabilidade, 4 A Libertação

poderíamos colocar a questão: será que a instituição família está em risco? O Codificador do Espiritismo, Allan Kardec, perguntou aos Espíritos Superiores: “Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de família?” E a resposta foi: “ – Uma recrudescência do egoísmo.” (1) O Espírito Camilo, analisando esta resposta, sustenta que “a formação familiar tem por escopo, entre outros itens, o trabalho de fazer diminuir a carga egoística que se desenvolveu ao longo dos milénios na alma humana.” (2) Vemos, portanto, que a instituição família encerra finalidade superior de crescimento espiritual da criatura humana, através da promoção do altruísmo e, consequentemente, da progressiva derrota do individualismo. O Criador promove a constituição da família para nos tornarmos menos egocêntricos, porque “(...) a atracção que os laços de sangue impõem tem força capaz de promover a solidariedade, de incentivar o bem-querer, de instaurar, pouco a pouco, as bases fulgentes do amor.” (3) Tudo começa no seio familiar! Quando se forma o casal, tem que existir grande esforço de eliminação do egoísmo, através do interesse afectivo, quando um se preocupa com o bem-estar do outro, quando se auxiliam mutuamente, quando estabelecem objectivos comuns, etc. Numa segunda fase, chegam os descendentes, que exigem nova


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segunda fase, chegam os descendentes, que exigem nova dose de dedicação e esforço para honrar o compromisso da paternidade e, mais uma vez, o egoísmo sofre duro golpe. E mesmo quando surgem as naturais divergências, é em família que se ensaiam as primeiras estratégias de resolução de conflitos e as reflexões necessárias à conquista do equilíbrio relacional. Mas, então, se lhe reconhecemos toda esta importância, sendo fundamental para o progresso humano, porque se encontra a família em fase tão delicada? Porque estão tantas famílias desestruturadas? Por um lado, “admitem muitos que a família é mera convenção criada pelas diversas culturas do mundo e que, por isso, tê-la ou não é secundário; mantê-la bem ajustada ou não é questão de sorte.” (4)

Por outro lado, não podemos esquecer os conjuntos de Espíritos desencarnados, dedicados ao mal, a atrasar o crescimento moral dos encarnados e a espalhar e manter a perturbação na Terra. “Como a família é o núcleo assistencial para o progresso da alma, admitem que seja necessário bombardeá-la, a fim de que os espíritos que reencarnam não achem nem orientação feliz, nem apoio, nem segurança (...). Essas entidades espirituais, que investem contra a harmonia da família, valem-se das fragilidades humanas, dos impulsos irreflectidos da invigilância, das inseguranças emocionais.” (5)

Ou seja, cabe-nos estar atentos e estreitar os laços de afecto, promovendo o relacionamento saudável, para que na nossa família não deixemos que entidades perturbadoras promovam “desespero diante de dificuldades; agressões à frente de malentendidos; traições em face de facilidades irresponsáveis, e assim por diante, levando os membros do grupo familiar a situações aberrantes, casais à separação, quando não à criminalidade.” (6) Esta é a realidade a que temos que prestar atenção, preocupante, sem dúvida, mas não inevitável, porque assegura-nos o Espírito Camilo que “Felizmente, não se pode afirmar o fim da instituição familiar”, embora sabendo “que ela tem sofrido graves sacolejos, alguns que a expõem a intensos perigos.” (7) Acima de tudo, devemos lembrar que Deus é inteligência suprema, que não comete erros, e que depositou na família a possibilidade grandiosa de prestar a contribuição necessária para que os seus filhos cresçam e se engrandeçam. Que da nossa parte, nos empenhemos em “participar com entusiasmo, com a alegria de modesto servidor, dos empenhos do Mundo Superior para impedir o recrudescimento do egoísmo no seio da sociedade do mundo, tão sofrida e fragilizada, carecente de lucidez para entender, de tomada de decisão para mudar-se e de coragem para iniciar, imediatamente, o formidável processo de alevantamento espiritual da instituição família nos proscénios da Terra.” (8) Referências: 1 KARDEC, Allan, O Livro dos Espíritos, perg. 775. 2 TEIXEIRA, J. Raul / Camilo (Espírito), Desafios da Vida Familiar, 2008, p. 9. 3 Idem. 4 Idem, perg. 7. 5 Idem. 6 Idem. 7 Idem, perg. 8. 8 Idem, p. 13. A Libertação 5


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Em risco de indispor contra mim os apreciadores de frases feitas e que se curvam ante as velhas fórmulas como se elas fossem intangíveis, permita-se-me que não concorde com uma afirmativa que corre de boca em boca e que ainda não ouvi contestar. Diz-se vulgarmente “que não há amor como o amor de mãe”. E eu creio que, efectivamente, assim deveria ser. Sucede, porém, que – não direi na maioria dos casos – mas em casos muito numerosos, esse decantado amor que tem feito vibrar tantas liras e tão glorificado tem sido desde a mais remota antiguidade, está longe de merecer as grandes honrarias que lhe têm sido tributadas. Infelizmente, o amor maternal confunde-se frequentemente com o instinto maternal, peculiar a todas as espécies de animais; e casos há em que nem sequer com esse instinto se confunde, tão inferiormente algumas mulheres desempenham os seus deveres maternos ou se recusam mesmo a cumpri-los. O amor de mãe só é digno deste nome quando a mulher se esquece por completo de si própria, na mais nobre e sagrada das renúncias, na mais completa ausência de egoísmo. O amor maternal começa a manifestar-se desde o primeiro momento em que a mulher sente agitar-se, em seu seio o débil e frágil ente que mais tarde terá de acalentar nos braços e acompanhar pela vida fora com o mais enternecido desvelo e a mais requintada abnegação. Todas as pequeninas vaidades a que a maior parte das mulheres sacrificam, passam 6 A Libertação

imediatamente a ser sacrificadas. Os bailes, os teatros, as toiletes incómodas, o calçado antihigiénico – tudo enfim quanto possa prejudicar o minúsculo ente que se prepara para entrar na vida, é inteiramente posto de parte e a mulher esquece-se de que é mulher para se lembrar apenas de que é MÃE. Mas procedem assim todas as mulheres que, casando, tomam imediatamente o compromisso de se prontificarem à maternidade? Não! Para muitas, os filhos representam encargos de que com satisfação se aligeirariam; e é vulgar ouvir-se dizer a certas noivas “que se considerariam muito felizes se nunca no seu lar pipilasse a vozita álacre de uma criança”. Sem respeito pelos mais elementares preceitos de higiene, ei-las apertando o tórax com esse instrumento de tortura conhecido pelo nome de espartilho, apenas conhecem que as formas esbeltas entram de deformar-se por influência da gravidez. E já não quero referir-me às mulheres que, tendo cometido qualquer falta contra as exigências da sociedade, procuram a todo o custo encobri-la; mas principalmente àquelas que, vivendo dentro da lei, nenhuma razão podem apresentar que justifique o seu criminoso procedimento. Sentindo palpitar em si o sagrado mistério da maternidade, continuam fazendo vida de solteiras – pobres vítimas inconscientes de uma educação defeituosa ou da mais cega e lamentável das vaidades. Outras vêem nos filhos graciosos bibelots, que


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adornam e enfeitam por forma a provocar os exagerados e, por via de regra, nem sempre sinceros encómios das suas amigas; outras ainda recusam-se a amamentá-los sob fúteis pretextos, ou suspendem a amamentação antes de tempo, apenas os primeiros sintomas de fadiga as alarmam. Muitas confiam os pobres pequenitos aos cuidados de criaturas boçais ou mercenárias, mandam-nos para a escola aos três e cinco anos para se livrarem de “maçadas”, ou sujeitam-nos à crueldade de um internato, precisamente quando eles mais carecem do carinho e vigilância materna. Há as que se servem de processos ignóbeis para se furtarem à maternidade; e também há bastantes que, procriando abundantemente, o fazem, como digo acima, apenas por instinto animal, e sem que a parte mais nobre e respeitável da sua individualidade seja comparticipante dos resultados dessa procriação. Conheço, por exemplo, uma senhora, mãe de onze filhos, que, estando um deles tuberculoso e quase à morte, se travestiu numa noite de carnaval para visitar pessoas de família; e, como o médico a aconselhasse a abandonar a casa “porque estava em perigo de contágio”, ela não hesitou em seguir o “prudente aviso”, só voltando junto da cabeceira do desgraçado quando este soltava o último alento! Casos como os que tenho apontado não são infelizmente muito raros, e poucas pessoas haverá que não conheçam, ao menos, meia dúzia deles. O amor de mãe só é verdadeiramente o maior e melhor de todos, quando, submetida a animalidade e dominado todo o egoísmo, a mulher pode transmitir ao seu filho tudo quanto de bom e de superior se encontra na sua alma.”Mulher verdadeira, disse Goethe, é aquela que pode substituir o pai junto do seu filho”. Forçoso, pois, se torna que a mulher além de um espírito bem formado e bem orientado, possua todas as qualidades que distinguem e nobilitam os homens superiores. A virtude não se limita à tantas

vezes fácil prática de uma condicional honestidade. Uma mulher pode ser honestíssima, segundo as imposições da sociedade, e, ao mesmo tempo, ser má esposa e péssima mãe. Concorda – ou não? – o leitor que a frase consagrada” não há amor como o amor de mãe” tem todas as características de um estafado lugar comum? Saiba, porém, a mulher educar-se para o sublime sacerdócio da maternidade, saiba ela elevar-se para o cumprimento da mais bela e grandiosa missão que Deus lhe confiou, e – então, sim – então também eu direi “que não há amor como o amor de mãe”. In, Luz e Caridade, órgão do Centro Espírita de Braga, Setembro de 1922

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O amor de mãe só é verdadeiramente o maior e melhor de todos,(...) quanto de bom e de superior se encontra na sua alma.” Quase cem anos passaram sobre a publicação do artigo que transcrevemos. A sociedade mudou muito e a mulher, actualmente, tem um papel mais interveniente, encontrando-se presente em todos os sectores, opinando e agindo em igualdade com os homens, pelo menos nos países ocidentais, o que era impensável no início do século XX. No entanto, consideramos que nas palavras de Maria Veleda existem muitos aspectos a que devemos prestar especial atenção. Se é verdade que as mulheres se libertaram do “espartilho”, muitas confundiram essa libertação com a adopção de hábitos anteriormente exclusivos dos homens, mantendo-se “aprisionadas” a “vícios” 07 A Libertação A Libertação 7


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antigos que não lhe permitem libertar-se sob o ponto de vista moral, dedicando muito pouco de si mesmas à preservação dos valores éticos válidos em todos os tempos e sociedades. É verdade que ela acumula as funções de esposa e mãe com as funções profissionais, mas também é verdade que cada vez mais os pais estão presentes nos cuidados aos seus filhos, partilhando os compromissos conjugais e parentais. Contudo, observamos um número cada vez maior de crianças e jovens dos nossos dias e vemo-los como verdadeiros “órfãos de pais vivos”, entregues a si próprios, confiando-se aos amigos do Facebook e de outras redes sociais. Frequentemente fazem-no de forma inconsciente e imprudente, “desnudando” os seus sentimentos e as suas vidas, através da máquina fria que não tem espaço para a troca de afectos, onde não existem aquelas trocas de olhar que dizem mais do que palavras, onde se relatam gostos e desgostos que só à família mais chegada, aos pais, deveriam ser confiados afim de que a experiência de adultos, pudesse “dar-lhes colo” nos momentos de tristeza, estimular as suas conquistas e alertá-los para os perigos que a inocência infantil não vê, nem espera. É fácil e conveniente saber que o filho está muito sossegado no quarto. Não incomoda, não dá trabalho, não exige chamadas de atenção, não ocupa o pouco tempo disponível… Mas, será que está tudo bem com ele? Será que sabemos o que está a realizar realmente? Conheço um adolescente que na escola se vangloriou junto dos colegas de que ficava na internet até às três horas da manhã! É claro que a falta do necessário descanso se começou a reflectir no aproveitamento. Alertados, os pais defenderam o filho: “isso são histórias para os colegas!” mas após uma conversa mais longa, e já na despedida, a mãe referiu: “coitado do meu filho, dorme muito mal! Ainda esta noite, me levantei porque me pareceu ouvir barulho no quarto dele e fui ver. Então filho, não consegues dormir? Ao que ele respondeu para eu não me preocupar, porque o sono logo chegaria…”. Se ela

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tivesse levantado a roupa da cama, talvez tivesse encontrado um computador portátil ainda ligado!... Escusado será dizer que não tecemos nenhum comentário, desejando intimamente que essa mãe reflectisse sobre o que acabara de contar, depois de ter desmentido os adultos que a alertavam para possíveis comportamentos menos adequados daquele adolescente! Mas também conheço outro casal que teve uma atitude muito diferente com os seus filhos. Ambos trabalhavam mas aproveitavam as deslocações da manhã e da tarde entre a escola e a residência, para conversar com os filhos, para saberem as novidades do dia, para planearem o trabalho a realizarem em casa, antes de dormir. A mãe deixava as suas tarefas domésticas para realizar depois de deitar os filhos. Sacrificava o seu próprio repouso mas hoje, já avó, vê com satisfação, os homens responsáveis e trabalhadores em que os seus filhos se tornaram, um deles pai atento que acompanha todas as “aventuras” dos seus filhos.

Espíritas de Ontem

Aprendi que quando não se ouve uma criança, alguma coisa pode estar a correr mal, algum perigo pode vir a caminho. As brincadeiras, os gritinhos, as corridas, as diversas formas de chamar a atenção, o beldia e meiguice, colaboração e distanciamento, são características saudáveis no crescimento das crianças. É normal que existam, mas dá tanto trabalho, exige tanta atenção, tantas lições!… e a vida é tão exigente que muitas vezes, mais por exaustão do que por indiferença, os pais não se apercebem que o silêncio dos seus filhos pode ser verdadeiro sinal de alerta.


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água ao seu moinho” são a sua marca, em qualquer lar. Teimosia e docilidade, rebeldia e meiguice, colaboração e distanciamento, são características saudáveis no crescimento das crianças. É normal que existam, mas dá tanto trabalho, exige tanta atenção, tantas lições!… e a vida é tão exigente que muitas vezes, mais por exaustão do que por indiferença, os pais não se apercebem que o silêncio dos seus filhos pode ser verdadeiro sinal de alerta.

É necessário uma constante mudança de actividades para as manter ocupadas o que, acrescido à tarefa de ser pai/mãe, dona de casa, torna tudo mais difícil.

Nos dias que vão correndo, a insistência dos filhos para atingirem os seus objectivos muitas vezes vence a resistência dos pais que, receosos de que a palavra “não” seja traumatizante para os seus rebentos, vão realizando as suas “vontades”, o que lhes permite utilizar as mesmas estratégias sempre que não lhes apetece realizar o que lhes é solicitado: “desliga a televisão! – é só mais um minuto (que se transforma em meia hora…); põe a mesa; - outra vez? sempre eu! já vou!...; já fizeste os trabalhos de casa? – já vou!...; acaba esse jogo, são horas de deitar! – só mais um pouco… já vou…”. Vivemos os tempos em que o imediatismo pesa muito, talvez demasiado, nas nossas vidas. O dia corre célere, não parece ter as científicas 24 horas. É necessário tomar uma enorme diversidade de decisões/acções obrigando a mente a uma constante adaptação e mudança de rumo. As nossas crianças nasceram nesta época e têm pressa de viver, aborrecendo-se facilmente com qualquer coisa que apreendem rápido, passando a outra porque se sentem

enfastiadas. É necessário uma constante mudança de actividades para as manter ocupadas o que, acrescido à tarefa de ser pai/mãe, dona de casa, torna tudo mais difícil. Mas as crianças precisam de nós para serem adultos responsáveis e isso só se alcançará através da nossa presença pois é através do exemplo que elas entendem o que é melhor para elas. O que não podemos é dizer: ”Já não sei o que fazer! Desisto!” Nenhuma pai ou mãe pode desistir dos seus filhos, por mais difícil que seja a sua acção educativa. A maternidade/paternidade é para sempre, ultrapassa a vida na matéria, prolongando-se na Espiritualidade e nas reencarnações sucessivas. Numa sociedade onde o egoísmo e o egocentrismo estão tão presentes, é indispensável contribuir para que esses sentimentos diminuam nos corações jovens para que, quando adultos possam ver nos outros homens a dignidade, a solidariedade e a fraternidade. Isso só será possível se no lar as crianças crescerem rodeadas desses sentimentos nobres, através dos exemplos vivos que são os pais, os seus tutores, aqueles a quem compete contribuir de todas as formas para que sejam Homens de Bem. As nossas crianças e os nossos jovens, permitam-me que me refira a todos, sejam ou não nossos familiares e amigos, merecem toda a nossa atenção e dedicação e precisam de todo o nosso empenho para que, uma vez adultos, sejam os continuadores das lições nobres que receberam na infância e juventude, investindo as suas melhores capacidades no progresso da sociedade, seja qual for a área a que a vida os conduza. São os mais novos que darão continuidade ao que realizamos e só podemos desejar que essa continuidade nos encha de orgulho pelo Bem produzido e nos permita sentir que fizemos a nossa parte, enquanto eles farão a deles, nesse ciclo contínuo das existências rumo ao Progresso! Maria Emília Barros A Libertação 9


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Na Terra nem fui feliz nem fui bela, no entanto era esse o meu nome. A infância e a juventude não foram fáceis e o resto da minha vida foi marcada pelo sofrimento e pelo trabalho. Muitas vezes sentia-me sem força, mas arranjava-a e avançava pelos meus filhos e porque sempre tive fé em Deus e n'Ele me apoiei. Um dia surgiu na minha vida um sol, uma estrela - esta casa. A partir do primeiro dia em que subi esta escada, toda a paisagem da minha vida foi alterada. Passei a ter um recanto onde sentia profundamente a presença divina. Eu podia falar, sentir os Amigos Espirituais, afastar-me da confusão familiar, dos meus medos, de algumas hesitações. Podia sossegar a alma e ganhar a força e a coragem para enfrentar as provas difíceis. Não estou a lamentar a experiência, ah, não! Nem tão pouco as dores ou cada minuto, pelo contrário, abençoo a experiência que tive na Terra! Se fosse o instante de voltar, pediria novamente uma prova de sacrifício, onde a minha alma aprendesse a elevar-se ao Criador, a amar e a esquecer a própria dor para chorar a dor alheia. Em espírito compreendo a razão pela qual, quando me encontrava desesperada e sem força física, conseguia recuperar neste lar. Observo-o hoje com um olhar diferente, reparando que toda a sua estrutura espiritual é feita de uma matéria que eu não consigo entender, mas posso sentir. É brilhante, é com certeza de Jesus! Aqui se reúnem os sentimentos mais nobres dos Benfeitores, dos Amigos Espirituais e das equipas que se movimentam ao longo de todo dia e de toda a noite. Eu ouvia falar e acreditava sinceramente, mas sentia-me uma pobre migalha. Hoje posso observar os médicos, os enfermeiros e as várias equipas que nos socorrem. Preocupam-se não só com os detalhes da nossa vida, mas também em estar sempre ao nosso lado, incentivandonos a orar logo pela manhã e a parar um pouco ao longo do dia para elevar o pensamento, a fim de que a vida se torne mais fácil. Preocupam-se igualmente em chegar ao nosso coração, para que a nossa alma se sensibilize e perceba os recados do Céu. Diante de tudo isto, entendi o auxílio que me foi prestado permanentemente. Porque o corpo físico estava tão gasto, sem forças físicas, que era a fé e o auxílio dos Mentores que o faziam manter-se de pé a trabalhar. No momento da partida senti primeiro uma dor física, mas que depois, a pouco e pouco, foi ficando mais branda até que desapareceu, sentindo-me apenas como se estivesse anestesiada e atordoada. E observava o que se passava à minha volta: o carinho dos Mentores a seguraremme e a procurarem tranquilizar a minha alma quanto ao sentimento de apego relativamente aos filhos e aos netos, que eram as únicas preocupações que me ligavam à Terra. Depois comecei a observar os grande amigos que me auxiliaram no momento mais difícil da minha vida e que me ajudaram a nascer de novo aqui na Terra - o irmão Adriano e a irmã Laura! Observei também toda a existência e chorei. Agradeci tanto a Deus pelas necessidades, pela fome e pelas dores, que por terem sido bem vividas, proporcionavam-me tanta paz… Sentia-me como se me encontrasse num dia morno, em que os raios de sol aconchegam e agasalham, como se a Natureza inteira entoasse um hino grandioso! Senti-me feliz, não que merecesse. Há tanto trabalho a fazer! Mas vale a pena o sofrimento, amar muito, esquecer as próprias necessidades para alimentar e agasalhar os outros, fazendo o bem. (Continua na pág. 12) 10 A Libertação


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O que é um Dirigente Espírita? O Dirigente Espírita é um voluntário de Jesus, que tem sob sua responsabilidade a coordenação dos trabalhos do Centro Espírita. É aquele que se comprometeu a dignificar os ensinamentos de Jesus, através do exemplo. É também um estudioso da Doutrina Espírita e esforça-se, dia-a-dia, para ser um homem de bem. Como se relaciona o Dirigente Espírita na sua actividade profissional? Ensinam-nos os Espíritos que o trabalho é lei da Natureza e constitui uma necessidade que se impõe ao homem por ser uma consequência da sua natureza corpórea. É expiação e, ao mesmo tempo, meio de aperfeiçoamento da sua inteligência. Nesse sentido, o Dirigente Espírita, sem “trair” as suas convicções, deve desempenhar as funções que lhe foram atribuídas com brio, de forma firme, responsável e coerente. Como se relaciona o Dirigente Espírita nas actividades do quotidiano? É no quotidiano que temos a oportunidade de servir Jesus, de aprender e desenvolver valores que nos fazem crescer enquanto Espíritos individualizados. O Dirigente Espírita, no seu quotidiano, tem o dever moral de zelar pelo seu bem-estar psicofísico-espiritual. Portanto, as actividades do dia-a-dia devem ser assumidas com determinação,

responsabilidade e disciplina de forma a conseguir manter o equilíbrio entre família, Centro Espírita e sociedade. O dever bem cumprido dá paz de consciência e alegria de viver. A sua postura servirá de exemplo para todos aqueles que com ele convivem e o observam e que dele esperam o melhor. Como encara o Dirigente Espírita os grandes temas da actualidade do seu país e do mundo? Actualmente atravessamos um período de grande agitação, devido à transição do nosso planeta para Mundo de Regeneração. Sabemos que esta agitação nos é mostrada através dos média, de uma forma sensacionalista e sem qualquer critério de bom senso. Mas, independentemente da forma como lhe chegam as notícias, o Dirigente Espírita deve estar atento e ser conhecedor desses mesmos temas discernindo e analisando os seus conteúdos, extraindo deles o melhor e sempre em harmonia com os princípios que a Doutrina Espírita lhe dita. O Dirigente Espírita deve ser interessado e participativo na sociedade em que está inserido. Tendo em conta o materialismo das sociedades actuais e a sua postura espírita, considera que se impõe ao

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Dirigente Espírita uma dupla personalidade? De maneira alguma. O Dirigente Espírita tem que ser coerente com as suas convicções, sabendo respeitar as que delas diferem. É difícil manter uma postura diferente da maioria, mas é essa firmeza que dará ao Dirigente Espírita a moral para desenvolver as actividades que estão a seu cargo. Recomenda um Espírito protector no ESSE: “vivei com os homens da vossa época, como

devem viver os homens. Sacrificai às necessidades, mesmo às frivolidades do dia, mas sacrificai com um sentimento de pureza que as possa santificar”. E é com este sentimento de pureza que o Dirigente Espírita deve vivenciar o seu dia-a-dia mostrando, sem dupla personalidade, aquilo que realmente sente e aquilo que realmente é. É feliz o Dirigente Espírita? Se o Dirigente Espírita confiar em Deus e seguir os ensinamentos de Jesus, SÓ PODE SER FELIZ.

A Libertação Memória (Continuação da pág.10)

Hoje, no momento em que olhava o céu, pedi: Pai permite que eu vá àquele sol que existe na Terra para orar pelo planeta, pela casa que me agasalhou, orar junto dos meus amigos que ficaram na Terra, a minha família - porque também fosteis sempre a minha família. A dado instante fiquei sentada, a abraçar mentalmente todo este edifício feito de luz e a orar por todos, e é por isso que aqui estou. Não contava falar-vos, mas foi um prazer deixar-vos estas minhas palavras. Que possam auxiliar-vos a abraçar a própria dor, porque o que vale neste mundo é aquilo que nós trazemos no coração, aquilo que somos, não aquilo que amealhamos, nem aquilo que temos. Tudo fica, tudo passa, somente os valores morais, a consciência tranquila e o dever bem cumprido são eternos. Amanhã (*) é também um dia grato ao meu coração. Quem sabe se um dia estarei convosco, também a participar! Tenham fé! Uma fé sem tamanho, porque ela salva a alma das intempéries e liga-a a Deus - o Pai que tudo pode, que nos abraça e envolve. Nunca nos deveremos sentir órfãos. Obrigada a todos. Uma vez mais vos digo: foi um prazer, uma felicidade ter estado convosco na Terra, um privilégio ter estado neste lar, um oásis na minha vida. Até sempre amigos! (*) Dia 14 de Março – Dia da distribuição mensal dos géneros alimentícios, às famílias carenciadas, pelas equipas da Associação Auxílio e Amizade. Mensagem de Felisbela Cardoso (1937 - 2010) recebida psicofonicamente recebida na Sessão Evangélica Casa do Caminho a 13 de Março de 2011

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“Todas as criaturas de Deus que ainda não têm inteligência, já têm instinto de repulsão ou atracção.” Fazia jus ao nome, sendo uma burra muito bonita, cinzentinha, orelhas muito espetadas e de movimentos repentinos e vigorosos. Era o tempo das eiras, no mês de Julho, e, depois de espalhado o cereal pelo chão, favas, trigo, aveia ou cevada, a Bonita era atrelada ao “trilho” com os olhos vendados. O Rolinha subia e com as rédeas lá fazia girar a Bonita num movimento sem fim, que durava horas a fio, até que toda a palha estivesse moída e o cereal fora das espigas ou das vagens. De tempos a tempos parava, dava água à Bonita, sempre com os olhos vendados para não ficar tonta e, por vezes, mimoseava-a com alguns figuinhos, que começavam a aparecer na “primeira camada”. As figueiras dão uma primeira produção em Julho e uma segunda em Setembro. Após muita labuta, muito calor, muita sede e cansaço, chegavam as 17 horas e a Bonita recolhia à cavalariça para beber com fartura, comer e descansar. Ficavam na eira o tio Gomes e o pai do Rolinha para limpar o cereal, pois a brisa fresca começava a soprar. Com grandes forquilhas a palha era atirada ao ar e, empurrada pelo vento, caía fora da eira, amontoando-se com uma poeira enorme, enquanto o grão descia na vertical, por ser mais pesado, juntando-se na eira. Por fim, a palha era levada para o palheiro para alimentar o gado no Inverno e para fazer-lhe camas quentinhas, enquanto o grão era ensacado e guardado. - Levas a Bonita, tiras água do poço com o balde, enches o chafariz e deixa-la beber à vontade, que eu quando chegar, trato do resto, disse o tio Gomes.

E lá seguiu para casa o Rolinha com a Bonita atrás, puxada pela arreata. - Ó Rolinha, não a queres levar às costas? – gritou alguém. - Monta-te mas é nela, e fazes o caminho melhor. O Rolinha achou por bem seguir o conselho e resolveu montar-se na Bonita para mostrar que não era parvo nenhum. Levou a Bonita para junto de uma parede que ladeava a estrada, puxou-a pela rédea e, como ela ficasse quieta, levantou uma perna e passoua para o outro lado do lombo, ficando “escarranchado” nela, com uma perna de cada lado. Deu-lhe rédea com a arreata e a Bonita começou a andar. Era vê-lo todo orgulhoso, montado na burra, bem alto, que até parecia que o mundo era todo seu. Começou então a picá-la com a biqueira da bota direita para que ela começasse a galopar e assim fazer figura de bom cavaleiro. A Bonita ainda correu um bocadinho mas, de repente, sabe-se lá porquê, estacou e ficou presa ao chão que nem um prego espetado, com a cabeça baixa. Sem saber como, o Rolinha só deu por isso, quando se viu a “voar” por cima da sua cabeça, indo estatelarse lá bem em frente. As gargalhadas que se ouviram foram muitas e alguém gritou: - Ó Rolinha, tens a mania que és pássaro? Levantou-se, calado que nem um rato quando anda a roubar queijo, pegou nas rédeas da Bonita, puxou-a com toda a força e fugiu dali envergonhado e a pensar que nunca mais seguiria a opinião dos outros. JOTA TÊ Trilho – pequeno carro rústico de madeira com dois rolos em vez de duas rodas, para esmagar as cápsulas dos cereais e deixar escapar as sementes. A Libertação 13


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Nosso Lar

Autor Espiritual: André Luiz I Psicografado por: Francisco Cândido Xavier I Adaptado e ilustrado por: Paulo Henriques I Com a autorização da Federação Espírita Brasileira

TAMBÉM EU TRABALHO, POIS, REAJUSTANDO O CORAÇÃO. TUAS LÁGRIMAS FAZEM-ME VOLTAR À PAISAGEM DOS SENTIMENTOS HUMANOS. ALGUMA COISA TENTA OPERAR O RETROCESSO DE MINHA ALMA. QUERO DAR RAZÃO AOS TEUS LAMENTOS, ERIGIR-TE UM TRONO, QUAL SE FORAS A MELHOR CRIATURA DO UNIVERSO...

MAS ESSA ATITUDE, PRESENTEMENTE, NÃO SE COADUNA COM AS NOVAS LIÇÕES DA VIDA.

ESSES GESTOS SÃO PERDOÁVEIS NAS ESFERAS DA CARNE.

AQUI, PORÉM, FILHO MEU, É INDISPENSÁVEL ATENDER, ANTES DE TUDO, AO SENHOR.

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SE É POSSÍVEL APROVEITAR ESTES MINUTOS RÁPIDOS, EM EXPANSÕES DE AMOR, POR QUE DESVIÁ-LOS PARA A SOMBRA DAS LAMENTAÇÕES?

REGOZIJEMO-NOS, FILHO, E TRABALHEMOS INCESSANTEMENTE.

...EM MEU CARINHO, EXPERIMENTO SUBLIME FELICIDADE EM TUA TERNURA FILIAL...

MAS NÃO POSSO RETROCEDER NAS MINHAS EXPERIÊNCIAS.

AMEMO-NOS, AGORA, COM O GRANDE E SAGRADO AMOR DIVINO.

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Por: Paula Alcobia Graça

PERÍODO DE FÉRIAS O calor ameno e a brisa suave das tardes de Primavera, o anoitecer mais tardio, o céu pintado de cor de rosa quando o sol se despede, são pequenos sinais que, inevitavelmente, nos fazem recordar que as férias se aproximam. Durante os meses de Junho e Agosto a F.E.C. encerrará as aulas de Estudos Espíritas, as aulas para a Infância e Juventude e o Estudo Doutrinário Evangelho Hoje. Mantém-se, no entanto, a Assistência Espiritual e a Sessão Evangélica “Casa do Caminho”.

FEDERAÇÃO ESPÍRITA PORTUGUESA Com o propósito de unir todos os Centros, estudando o Espiritismo, a Federação Espírita Portuguesa dirigiu aos Centros Espíritas da Região de Lisboa um convite para participarem no trabalho de Divulgação Doutrinária e de Assistência Espiritual que se realiza, semanalmente, nas tardes de sábado, na sua sede. Para tal foi elaborada uma planificação anual de palestras que, de acordo com as disponibilidades serão asseguradas pelos vários Centros. A primeira palestra teve início no dia 14 de Maio e no dia 18 de Junho foi a primeira participação da Fraternidade Espírita Cristã com a apresentação de um tema livre. A partir de Outubro os temas das palestras serão realizados com base no estudo da obra “O Livro dos Espíritos”.

MOMENTOS DE LEITURA Ainda é imprescindível rodearmo-nos de beleza e serenidade para nos deixarmos contagiar pelas energias revigorantes que a Natureza nos oferece tão gentilmente e que 16 A Libertação

são tão benéficas para o nosso equilíbrio físico e espiritual. Por isso, as férias representam o momento ideal para nos dedicarmos mais à leitura. E se vamos ler, que escolhamos obras espíritas. Voltamos a recordar que através de um serviço que a FEC lhe oferece poderá adquirir diferentes obras espíritas através da Internet. Basta aceder a www.espiritodolivro.com – a nossa Biblioteca virtual – registar-se e consultar o imenso catálogo que se encontra disponível, fazendo as encomendas que desejar. Mas, se gostava de ler uma determinada obra e se, por qualquer motivo, não a puder comprar, relembramos, igualmente, a existência do serviço da Biblioteca que lhe oferece uma lista variada de obras espíritas de diferentes autores que poderá requisitar e ler em casa. O importante é ler!

REUNIÃO DE PAIS Realizou-se no final do mês de Maio a habitual Reunião de Pais. Este ano o tema girou em torno da prece e do seu papel no ambiente familiar e na educação dos mais novos.

ENCERRAMENTO DO ANO LECTIVO Terá lugar, no dia 4 de Junho, a festa de Encerramento do Ano Lectivo, na qual crianças e jovens terão um papel fundamental, já que serão feitas algumas apresentações que correspondem à síntese do trabalho que foi desenvolvido no DIJ ao longo do ano.


Julho / Agosto / Setembro

CURSO DE EDUCAÇÃO PARA A FAMÍLIA – TURMA DE 2009-2011 A turma de Sábado dos Estudos Espíritas terminou, no final deste Ano Lectivo, o segundo de dois anos do Curso de Educação para a Família. Foi proposto como tema do trabalho final do curso “A Família Ideal”, o que levou os participantes, individualmente ou em grupo a reunirem as aprendizagens feitas ao longo destes dois anos de estudo. Os trabalhos apresentados, pela sua elevada qualidade, serão publicados proximamente nas páginas deste Boletim.

SEMINÁRIO POR RAÚL TEIXEIRA: EQUILÍBRIOS E DESEQUILÍBRIOS FAMILIARES

FEB E CEI LANÇAM eBOOKS ESPÍRITAS Com o objetivo de ampliar a divulgação espírita, o Conselho Espírita Internacional (CEI) e a Federação Espírita Brasileira (FEB) uniram-se para lançar livros em formato digital. A meta é alcançar, até o final do ano, mais de 600 títulos convertidos. Todos os livros digitais produzidos fazem parte do catálogo de obras da FEB que inclui títulos de Allan Kardec, Francisco Cândido Xavier e Yvonne Pereira, entre outros. Os ebooks já podem ser adquiridos nos principais sites de comercialização como Apple, Barnes&Noble, Google, Publidisa, Saraiva e Submarino.

VIDEOAULAS NA TVCEI

Foi também em torno da família que o expositor e médium espírita Raul Teixeira realizou um Seminário, no dia 5 de Junho. Conforme foi anunciado anteriormente, este evento teve lugar na sede da FEP e contou com um número elevado de participantes. Em reflexão estiveram pontos como a dificuldade em lidar com as diferenças e a necessidade de desfazer vínculos antagónicos para conseguir fazer face à proposta de Deus para a família. O projecto cósmico é o projecto da Beleza e da Harmonia seja qual for o departamento da Vida e por isso, a família no Plano de Deus é o grande instrumento por meio do qual cada um aprende a amar o Mundo e a construir o seu próprio rumo para a divindade.

A TVCEI (www.tvcei.com) tem veiculado desde o ano passado, a série "Orientando", vídeoaulas com base nos livros "Orientação ao Centro Espírita" e "Orientação aos Órgãos de Unificação", ambos aprovados pelo Conselho Federativo Nacional da FEB. Estas vídeoaulas também podem ser acessadas no Portal da TVCEI, pelo link: http://www.tvcei.com/portal/index.php?optio n=com_wrapper&view=wrapper&Itemid=117 e, depois clique em "Série Orientando". I n f o r m a ç õ e s : c f n @ f e b n e t . o r g . b r, programacao@tvcei.com

FILOSOFIA DO DIREITO A Associação Jurídico-Espírita do Estado de São Paulo promoveu, um Seminário sobre Filosofia do Direito, no Centro Universitário de Araraquara. Com o tema “A filosofia do direito e seus horizontes contemporâneos: Justiça, amor e transformação social”, o Seminário que contou com a exposição de Alysson Leandro Mascaro, advogado e professor universitário da Universidade de São Paulo. A Libertação 17


Livros

Julho / Agosto / Setembro

Livros

espiritodolivro.com BookStore

DVD Nosso Lar Roteiro e Direção : Wagner de Assis Ano de Produção: 2010 Faixa Etária: Não recomendado para menores de 10 anos País de Produção: Brasil Baseado no Best seller de Chico Xavier, o filme conta a história de André Luiz, um médico bem-sucedido que, após sua morte, acorda no mundo espiritual. Lá começa sua nova jornada , de autoconhecimento e transformação, desde os primeiros dias numa dimensão de dor e sofrimento, até ser resgatado para a cidade espiritual Nosso lar, cidade dá nome ao filme e que paira nas camadas altas da atmosfera terrestre. Novas lições e conhecimentos estão no caminho deste homem que, enquanto aprende como é a vida em outra dimensão, anseia em voltar à terra e rever a família. No entanto, ao conseguir ver seus entes queridos, André percebe a grande verdade: a vida continua para todos.

DVD Joelma - 23º Andar Baseado em Somos Seis, obra psicografada pelo médium Chico Xavier, Joelma 23º. Andar foi o primeiro filme brasileiro com temática espírita e o único que retratou o trágico incêndio do edifício Joelma que deixou 179 mortos e mais de 300 feridos. A jovem Lucimar (Beth Goulart) e seu irmão Alfredo trabalham num dos escritórios do edifício Joelma, em São Paulo. No incêndio do Joelma, Lucimar morre e Alfredo escapa com vida. Dona Lucinda, a mãe de Lucimar, entra em depressão com a morte da filha. Aconselhada por amigos, ela procura o médium Chico Xavier, em busca de uma mensagem do outro mundo.

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Chico Xavier - O Filme - DVD Direcção: Daniel FilhoChico Xavier é uma adaptação para o cinema que descreve a trajectória do médium Chico Xavier, que viveu 92 anos desta vida terrena desenvolvendo importante actividade mediúnica e filantrópica. Vida conturbada, com lutas e amor. Seus mais de 400 livros psicografados, consolaram os vivos, pregaram a paz e estimularam caridade. Fenómeno? Fraude? Os Espíritos existem? Para os admiradores mais fervorosos, foi um santo. Para os descrentes, no mínimo, um personagem intrigante. Baseado no livro escrito pelo jornalista Marcel Souto Maior, publicado no ano de 2003, é considerado como uma das melhores biografias do médium mineiro Francisco Cândido Xavier. Inicialmente intitulado ‘As Vidas de Chico Xavier’.

Livro Evangelho do Futuro Este é o primeiro livro da coleção Bezerra de Menezes, que compila os escritos da temática espírita do autor quando encarnado. Inédito em livro, este romance somente havia sido publicado no período Reformador, como folhetim e sob o pseudónimo Max, ao longo de 7 anos, com inicio em 1905.

DVD-A Educação à Luz da Doutrina Espírita Actualmente, as profundas mudanças e clivagens sociais acentuam a importância da educação e do papel do educador enquanto agentes formadores das personalidades do futuro. A falta de entendimento entre adolescentes e família, entre adolescentes e sociedade e a falta de entendimento que o adolescente tem de si próprio estão na origem das grandes angústias, receios e dores vivenciados pelos jovens. É missão sagrada dos pais, é dever de todos nós (porquanto todos nós somos educadores da novas gerações) orientar, elucidar, indicar os limites a quem começa agora uma nova existência na certeza inconsciente que regressou para resgatar faltas passadas. Educar é também amar. Bem educar é ter a obrigação de auto-educar-se. E auto-educar-se é guiar-se pelos ensinamentos de Jesus, magnífico educador e pedagogo e encontrar no Evangelho as orientações necessárias para cumprir os objectivos da autoeducação. “Como podemos educar amando, se ainda não nos amamos a nós próprios?” (Maria Emília Barros)

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Nº 111 Ano X X V I I Julho / Agosto / Setembro Trimestral / 2 0 1 1 Direcção Director Maria Emília Barros Director Adjunto Carmo Almeida Redacção Carmo Almeida Cláudia Lucas Joaquim Tempero Maria Emília Barros Paula Alcobia Graça Paulo Henriques Paulo Torres Sílvia Almeida Realização Imagem Gráfica Sara Barros Montagem Zaida Adão

Orgão Oficial da Fraternidade Espírita Cristã; Proprietária e Editora e Emp. Jorn. Nº209882 Administração, Redacção, Composição e Impressão, na sede da Proprietária e Editora Rua da Saudade, nº8 - 1º 1100-583 Lisboa - Portugal Telefones: Geral 21 882 10 43 Fax 21 882 10 44 Grav./Fax 21 887 37 94 S.O.S Espiritual 21 888 13 48 E-mail: correio@fec.pt P.V.P. 5€ Depósito Legal nº 10.284/85 Reg. Publ. Periódica - 109883 ISSBN: 0871 - 4274 Referência: 0104000008101 - Tiragem 500 exemplares Distribuição


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