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Horário | 2013 Fraternidade Espírita Cristã


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Editorial

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Editorial Da “mão” de Deus saem todos os decretos, todas as normas, todas as novidades. Para amparar os Seus filhos, dá-nos Ele tantos recursos diferentes que, ao analisá-los, a gratidão, mais do que outro sentimento, ilumina a nossa alma. Não há problema humano para o qual não haja solução. Não há carência que não encontre satisfação. Não há medo que não encontre segurança que o dissipe. Para Deus tudo tem um tempo próprio e a Sua vontade faz-se sentir na altura certa. O Homem admira-se, surpreende-se nas suas pesquisas, nos seus trabalhos quando, de uma ideia, de uma hipótese, se desenvolve um novo conceito, uma outra abordagem que será solução ou melhoria daquilo que já se conhece. Nascer… necessidade para a alma e entusiasmante expectativa para os que

acompanham o processo reencarnatório! Possibilidade de retorno ao laboratório de importantes experiências, nada é deixado ao acaso e o mérito, sempre presente como elemento de auxílio, é valorizado ao pormenor – ou não fosse Deus a própria misericórdia! À medida que as academias progridem em conhecimento, chegam as ideias que revolucionam os métodos pelos quais se volta às experiências na matéria. Não há limitações que não se vençam, não há impedimentos que perdurem indefinidamente. E Deus, que permanece velando por todos, alcança o pensamento dos que buscam inspiração para fazer deles instrumentos do Seu amor. Eis aí o motivo das inovações e da abertura de novas possibilidades para que o ser humano progrida sempre. Carmo Almeida

índice Curso de Varão 2013 Sobre os dialogadores Inseminação artificial e embriões congelados II O Empréstimo Espíritas de Ontem - “O Egoísmo" Histórias do Rolinha - A Primeira Comunhão do Rolinha BD - Nosso Lar Notícias


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2013 Departamento de Estudos Espíritas Fraternidade Espírita Cristã

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Sobre os Dialogadores Juieta Barbosa/ Isabel Piscarreta

O dialogador é o elemento de uma reunião mediúnica a quem cabe a tarefa de conversar com os espíritos sofredores que se manifestam através de um médium. Ao abordarmos o tema, destacamos em primeiro lugar a indispensável ferramenta de trabalho no diálogo com os Espíritos sofredores,

dialogador tem de dispor: “Formação doutrinária muito sólida, com apoio insubstituível nos livros da Codificação Kardequiana, familiaridade com o Evangelho de Jesus, autoridade moral, fé e amor. As demais são desejáveis, importantes também, mas não tão críticas: paciência, sensibilidade, tacto, energia, vigilância, humildade, destemor e prudência” (4). Realçaríamos o papel da autoridade moral que difere da atitude arrogante de superioridade sobre aqueles que em condição mais difícil se manifestam numa reunião mediúnica. Aliás, é importante manter presente a consciência da própria imperfeição que nos permite compreender e servir melhor esses irmãos em sofrimento. O diálogo deverá ser sempre “uma tentativa de entendimento e não uma discussão ou uma

tal como refere Hermínio C. Miranda: “O segredo da doutrinação é o amor” (1). Todo o diálogo com os Espíritos sofredores deverá ser sempre guiado por esse sentimento. Isto porque “O impacto do amor sincero no coração de um irmão que sofre é uma das coisas mais impressionantes e comoventes do trabalho de doutrinação.” (2) O diálogo estabelecido tem por propósito esclarecer, ajudar a entidade que se manifesta a raciocinar de modo mais claro para que compreenda melhor a situação. Para isso, o dialogadordeve ter em conta que, “quanto mais apagado o seu trabalho, mais eficaz e produtivo” (3) ele será. Que não se trata de qualquer forma de projeção pessoal, mas de uma tarefa séria e grave, que comporta alguns riscos e que exige qualidades especiais que deve esforçar-se arduamente por possuir, para sua própria segurança e para eficácia da sua tarefa. Ainda segundo Hermínio Miranda, são cinco as qualidades ou aptidões básicas de que o

O diálogo deverá ser sempre “uma tentativa de entendimento e não uma discussão ou uma contenda.

contenda”, já que o dialogador está ali para “estudar com empatia o drama que aflige o companheiro” (5). É necessário primeiro escutá-lo atentamente para conhecer as suas razões e motivações, procurando reter todo o tipo de informações e apontamentos que auxiliem a construir um perfil psicológico da entidade que se comunica e poder-se agir com tato, em conformidade com a sua personalidade. O Dialogador não deve esquecer que não está A Libertação 5


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tipo de informações e apontamentos que auxiliem a construir um perfil psicológico da entidade que se comunica e poder-se agir com tato, em conformidade com a sua personalidade. O Dialogador não deve esquecer que não está só e que os Mentores e trabalhadores espirituais estão ativos, inspirando-o. Muitas vezes, estão também presentes afetos desses espíritos sofredores procurando auxilia-los indiretamente, envolvendo-os em vibrações

O diálogo estabelecido tem por propósito e s c l a r e c e r, a j u d a r a entidade que se manifesta a raciocinar de modo mais c l a r o p a r a q u e compreenda melhor a situação.

positivas, prontos a recolhê-los e conduzi-los para outros planos. É o que acontece quando, esclarecidos e determinados à mudança ou simplemente cansados do trajecto anterior, se propõem mudar de rumo. Nessa altura são geralmente transportados

para locais de repouso e de tratamento perispiritual, para que posteriormente possam abraçar novos compromissos, nomeadamente em nova reencarnação, mal estejam em condições. "(…) Estes Espíritos temem mais o amor do que o ódio, mas desejam-no acima de tudo. Não buscam, no fundo, outra coisa, senão serem convencidos de seus erros, para despertarem o amor que trazem no coração - ainda que sepultado em profundas camadas de desesperança e desenganos - e retomarem o caminho evolutivo, abandonado, às vezes, há séculos ou milénios." (6) PALAVRAS AO DIALOGADOR “Quanto a ti que esclareces, esclarece-te também. Quanto a ti que apontas caminhos, caminha pelos mesmos trilhos que indicas. Quanto a ti que propões as lições de Jesus como roteiro seguro aos desencarnados não deixes de ter essas mesmas lições como mapa capaz de nortear também a tua vida, a fim de que tenhas a decantanda autoridade moral e para que dês força de documento às tuas palavras.” (7) n Referências Bibliográficas: (1) MIRANDA, Hermínio C., Diálogo com as Sombras, Introdução. (2) Idem, Cap. IV, item 10. (3) e (4) – Idem, Cap. II, item 1.2. (5) Idem, Cap. IV. (6) Idem, Cap. II, item 2.2 (7) TEIXEIRA, Raul (Hans Swigg), Em Serviço Mediúnico, Cap. 27.

Libertação Memória “O Evangelho no lar deve ser uma das primordiais preocupações daquele que sabe que só a oração, a fé e a prática do bem serão os sustentáculos da sua existência. Por isso, neste momento de conturbação, tu, meu amigo, que conheces a Doutrina de Jesus e sabes do valor encerrado no seu Evangelho, lê-o, cultiva-o e interioriza-lhe cada pensamento. Acredita que o teu lar passará a ser um lugar de paz.” Maria Laura Barros 1994

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Inseminação artificial

e embriões congelados II (continuação)

Sílvia Almeida

No número anterior, terminámos deixando em aberto a questão: como saber se um determinado embrião possui ou não um espírito ligado? Na verdade, não há como saber! É com base nesta incógnita e no esclarecimento de que há crime sempre que se impede um espírito de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando, tirando a vida a uma criança antes do seu nascimento (1), que muitos espíritas defendem que, na dúvida, os embriões congelados devem ser preservados. É o que está escrito nos “Direitos do Embrião”(2), publicado pela Associação Médico Espírita do Brasil, que nos itens 1 e 6 defende que: “Os direitos do embrião começam com a fecundação” e “Como ainda não existem meios para identificar quais os embriões congelados que possuem ligações com Espíritos reencarnantes, todos devem ser preservados. Estima-se que, só no Brasil, existem cerca de cem mil embriões congelados aos quais não se sabe que destino dar. Digamos que são os excedentes dos processos de inseminação artificial bem sucedidos. A lei humana naquele país impede que eles sejam eliminados, sendo muito polémico o rumo a dar a esses embriões. Uma das opções é utilizá-los para experiências científicas, já que através deles podem ser obtidas células tronco embrionárias. Outra é disponibilizá-los para adoção, o que tem vindo a ser feito com algum

sucesso, trazendo inclusivamente algumas surpresas. Esta situação permitiu que nascessem crianças de embriões que chegaram a estar congelados durante 14 anos, o que comprova a existência efetiva de espíritos ligados a eles. Espíritos que aguardaram a sua vez durante todo aquele tempo. A respeito deste ponto, a Doutrina Espírita vem em nosso auxílio, esclarecendo-nos que nada acontece ao acaso. Na questão 334 do Livro dos Espíritos, encontramos o seguinte: “Há predestinação na união da alma com tal ou tal corpo, ou só à última hora é feita a escolha do corpo que ela tomará? – ao que os Espíritos respondem: “O Espírito é sempre, de antemão, d e s i g n a d o . Te n d o escolhido a prova a que queira submeter-se, pede para encarnar. Ora, Deus, que tudo sabe e vê, já antecipadamente sabia e vira que tal Espírito se uniria a tal corpo.” E se assim é, haverá fortes razões para que um espírito permaneça ligado por tempo determinado a um dado embrião. Eurípedes kuhl, na obra “Genética e Espiritismo” (3) avança algumas hipóteses relativamente à interpretação a fazer desses casos de espíritos que se ligam a embriões, sabendo de antemão que permanecerão congelados por um período de tempo maior ou menor, com esperança ou não de virem a ser implantados e darem efetivamente oportunidade a uma existência A Libertação 7


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implantados e darem efetivamente oportunidade a uma existência humana. Eis as hipóteses que ele nos apresenta: 1 - Réprobos Arrependidos– neste caso, Kuhl cita a opinião pessoal do médium Raul Teixeira numa entrevista em 1994, quando conjetura que tais embriões seriam utilizados por "entidades que se oferecem para vir atender ao progresso da ciência; elas são devedoras da sociedade; devendo reencarnar para sofrer na Terra toda gama de tormentos que produziram no passado, oferecem-se aos prepostos do progresso do planeta. Assim, são ligadas a esses embriões para que vivam hermeticamente vinculadas a eles. Para que sofram aquele processo de mutismo, enquanto o embrião estiver congelado". E conclui: "dessa forma, neste trabalho de servir a ciência possam conseguir o progresso, ao invés de renascerem na Terra e sofrerem situações de enfermidades variadas durante largos anos". (…) 2 - Espíritos Semimortos – neste ponto o autor refere o livro "Nosso Lar", Cap. 27, quando é dada notícia da existência, naquela colónia espiritual, de uma câmara onde se encontram dezenas de Espíritos que dormem num sono particularmente pesado, ao longo de anos, em pesadelos sinistros. Como hipótese, Krul avança que “podem alguns deles, a juízo das Entidades que controlam as reencarnações, serem destinados a embriões congelados. Considerando que no momento da fecundação o laço é frágil e ali os Espíritos são tomados de perturbação, semelhante ao sono de um encarnado (Questões 345 e 351 de "O Livro dos Espíritos"), nada objeta que essa alocação lhes

seja benéfica. Ao tempo que auxiliam o progresso científico terreno, mantêm-se estáveis e seguros. Se devem ser transferidos para útero materno ou se a experiência será interrompida, as decisões e os procedimentos 8 A Libertação

adequados são da alçada dos Protetores espirituais.” 3 - Abrigo indevassável – o autor explica neste ponto que alguns espíritos profundamente infelizes e extremamente devedores perante as Leis Morais, contam com inúmeros inimigos nos dois planos da vida, que os buscam para efetuarem a sua vingança. “Entre eles, como exemplo eventual, estão os ditadores que determinam massacres de dezenas, centenas, milhares de pessoas: ou os responsáveis por tantos e tantos abortos de equivocada conveniência; os torturadores; os "matadores de aluguer": os caçadores impiedosos, responsáveis por dizimação de animais.” Talvez, neste caso, a permanência num embrião congelado, possa significar o recolhimento a um abrigo onde não pode ser descoberto ou penalizado pelos seus inimigos. Enquanto tal acontece, o Mentores Espirituais têm oportunidade de os assistir com tratamentos e assistência especializada, auxiliando-os na sua dolorosa situação, ao mesmo tempo que o longo tempo que aí podem permanecer da oportunidade não só a que reflitam e se arrependam, mas também a que os vingadores evoluam ou reencarnem entretanto e, consequentemente, abandonem a perseguição. Allan Kardec traz-nos ainda uma explicação que pode auxiliar a compreender nalguns casos a situação do espírito durante a congelação do embrião: “351. No intervalo que medeia da conceção ao nascimento, goza o Espírito de todas as suas faculdades? “Mais ou menos, conforme o ponto em que se ache dessa fase, porquanto ainda não está encarnado, mas apenas ligado. A partir do instante da conceção, começa o Espírito a ser tomado de perturbação, que o adverte de que soou o momento de começar nova existência corpórea. Essa perturbação cresce de contínuo até ao nascimento. Nesse intervalo, seu estado é quase idêntico ao de um Espírito encarnado durante o sono. À medida que a hora do


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corpórea. Essa perturbação cresce de contínuo até ao nascimento. Nesse intervalo, seu estado é quase idêntico ao de um Espírito encarnado durante o sono. À medida que a hora do nascimento se aproxima, suas ideias se apagam, assim como a lembrança do passado, do qual deixa de ter consciência na condição de homem, logo que entra na vida. Essa lembrança, porém, lhe volta a pouco e pouco ao retornar ao estado de Espírito.” Uma resposta que de certa forma nos permite conceber alguma atividade para o Espírito reencarnante, que talvez se possa afastar do embrião ao qual se encontra ligado para trabalhar, no Plano Espiritual pelo seu progresso, dependendo naturalmente do seu estado de evolução. “Como a fase embrionária é mais próxima do momento da conceção do que do nascimento, a perturbação tende a ser pequena, podendo o espírito gozar de mais liberdade quanto ao uso de suas faculdades.” (4) Pouco poderíamos acrescentar para concluir a abordagem do assunto. Optámos, por isso, por recorrer à perspetiva que é enunciada por Francisco Cândido Xavier e que nos parece adequada e conclusiva. O exemplar médium declara-se otimista relativamente a todos estes avanços da ciência e opta por realçar a competência e seriedade dos cientistas envolvidos, o sentido de responsabilidade dos

pais e a maturidade das consciências, para que o amor se cumpra e as missões sejam levadas a bom termo, com a permissão e bênção de Deus (5). n

Referências Bibliográficas: (1) KARDEC, Allan, O Livro dos Espíritos, questão 358. (2) AME-Brasil, “Direitos do Embrião”, Revista da Abrame 3, p. 15, 2004. (3) KÜHL, Eurípides, Genética e Espiritismo, 2ª ed., pág. 115 e ss. (4) - Revista Internacional de Espiritismo, Ano LXXX, No. 3, p. 135-137, abril 2005. (5) XAVIER, F. C., Lições de Sabedoria, 1ª ed., pág. 98 - 100.

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“O Empréstimo” Patrícia Santos Ao longo destes dois anos de estudos de André Luiz muito tenho meditado, inclusive acabei por ver o livro “Nosso Lar” e certas passagens de outra forma, pois houve uma abordagem mais exaustiva sobre determinadas matérias. Contudo, existiu um capítulo específico (aula 45 “Lei de Causa e Efeito e Livre Arbítrio”), o empréstimo, que abalou profundamente a minha postura e atitude interna. Foi uma aula em que me emocionei, que me fez pensar e ficar “muda”, com uma vontade imensa de ouvir de uma forma ininterrupta a oradora e monitora, a nossa querida Mira. A abordagem ao tema foi até então, desconhecido por mim, pois jamais vi dessa forma a nossa permanência na terra. Somos devedores!!!!!!! Sim, somos devedores e sempre a reclamar da nossa pouca sorte, quando temos tanto e outros nada. E pior, o que fizemos para merecer este empréstimo e ainda reclamamos da nossa pouca sorte? Pois é, deu que pensar!!! O comum é pensarmos que temos vidas tranquilas, porque talvez até já não sejamos assim tão maus e agora estamos a colher os frutos, tendo uma família estruturada, um emprego estável, saúde e até algum conforto material. Mas não, aí é que está o nosso engano, somos devedores, sim!!!!! Estamos num planeta de prova e expiação, em que não nos pode ser concedido descanso, pois é o trabalho que edifica e que nos faz evoluir. A esse trabalho dáse o nome de tarefa que consiste na doação ao próximo, na fraternidade, na caridade, na beneficência, no fundo são todos os ensinamentos do Cristo que devem ser postos em prática no nosso quotidiano. E para que o 10 A Libertação

nosso caminho da evolução seja feito de uma forma mais digna, contraímos empréstimos que não podemos de forma alguma deixar de pagar. Sem dúvida que esta aula me alertou para a minha imaturidade espiritual, mas também me deu a oportunidade de ter outra postura e atitude contra os reveses da vida. Somos seres insaciáveis e isso é uma característica indispensável para a nossa evolução. No entanto, a tomada de consciência da dívida que ao longo do tempo vimos contraindo e de que sem a ajuda dos nossos avalistas não tínhamos a hipótese de sermos o que somos e termos a vida que temos, fez-me ver o quanto somos muitas vezes ingratos e infantis perante a espiritualidade e, acima de tudo, para o nosso querido mentor que jamais nos abandona e tanto faz por nós. Por tudo isto escolhi este capítulo, não podendo deixar, neste momento, de agradecer aos mentores desta casa, às nossas queridas monitoras que disponibilizam o seu tempo e esforço para nos dar este curso e iluminar as nossas almas, bem como a todos os meus colegas que partilham estes momentos de uma forma sempre salutar e esclarecedora colaborando para a harmonia deste curso. MUITO OBRIGADA!!!! Abril de 2013


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Espíritas de Ontem

O Egoísmo Muito se tem escrito sobre este assunto; e ninguém se jacte de poder dizer a tal respeito a última palavra. Sendo o egoísmo a causa determinante das nossas imperfeições, ele apresenta tantas modalidades diferentes, toma tanta vez a face múltipla de Proteu, - é tão ardiloso, tão melífluo, tão traiçoeiro, insinua-se com tamanhas cautelas, que consegue enganar ainda os mais prudentes e triunfar dos mais apercebidos. Haverá cinco anos, estando eu muito doente e cedendo a uma fortíssima depressão moral, houve Alguém que, no caridoso desejo de beneficiar-me, me quis fazer abraçar certa doutrina, em que encontrara, também doente e também farto do mundo, o remédio de todo o seu padecer. Tendo como base o culto por Jesus, essa doutrina afigurou-se-me nobre e bela, pareceu-me capaz de operar sobre mim o efeito admirável da frase “surge et ambula” proferida pelo doce profeta sobre o corpo inanimado do irmão de Marta e de Maria. Mas, a breve trecho, compreendendo que o sistema recomendado tinha como principal objetivo o aperfeiçoamento do indivíduo e não o aperfeiçoamento da coletividade, - pu-lo de parte, mais uma vez convencida de que todas as doutrinas feitas pelos homens não podem conduzir-nos à perfeição – desde que o egoísmo há-de forçosamente transparecer através. Efetivamente, que mérito haverá em cada qual se dedicar à obra do próprio aperfeiçoamento, esquecendo-se do atraso em que vivem seus irmãos? O anacoreta que se encerra na sua Tebaida, dominado pelo misticismo, tem a meus olhos menos valor do que aquele que se lança na luta das ideias, esquecendo-se de si mesmo na ânsia de trabalhar em prol da grande Família Humana. Creio que pensando mais nos outros do que em nós, prepararemos com mais segurança a obra da nossa perfeição. Pensando assim, escrevi ao bom amigo que me aconselhara o ingresso na referida religião, dizendo-lhe que não a compreendia, talvez por um defeito de percepção – mas que me fizesse ele a caridade de ma explicar. O meu amigo – sendo aliás um espírito adiantadíssimo (feliz dele – que já partiu deste mundo!) não tornou a escrever-me mais. Talvez me desprezasse pela minha incompreensão; mas assim mesmo, apesar de ser – repito – uma criatura moralmente muito A Libertação 11


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Hoje, tendo a h u m a n i d a d e evoluído, Jesus diria – que amássemos o próximo mais do que a nós mesmos.

elevada, tendo deixado escritas páginas de excecional beleza, onde se reflete a bondade da sua alma, nem por isso deixou de mostrar-se egoísta querendo impor-me o seu credo e afastando-se de mim porque o não aceitei à primeira vista. E somos muitos, muitíssimos – mais ou menos assim. Eu, que estou escrevendo contra o egoísmo, quantas faltas terei perpetrado ao rabiscar este artigo? Repare o leitor o aplomb como abri este desastrado parêntese, que, já agora, não me atrevo a eliminar, pois que dele me veio o aborrecimento que me causa a vida… “Feliz dele – que já partiu deste mundo!” escrevi acima. Esta frase não implicará um certo amor por mim mesma, o desejo de descansar da penosa viagem – quando, afinal, não estará ainda cumprida a minha missão?! O egoísmo é por tal forma companheiro inseparável dos homens, que Jesus – numa época em que estas palavras mal poderiam ser ainda compreendidas – aconselhava os que o escutavam “a que amassem o seu próximo como a si mesmos”. Hoje, tendo a humanidade evoluído, Jesus diria – que amássemos o próximo mais do que a nós mesmos. Só quando tivermos compreendido que não somos criaturas mas a criatura; que cada um de nós não é mais do que uma parte ínfima do grande Todo, em que há de vir a integrar-se um dia; quando nos esquecermos de que existimos, para apenas pensarmos que somos – só então teremos vencido o egoísmo – monstro de furta-cores – que cava um abismo entre a nossa crença e a Verdade Eterna.

Maria Veleda in Luz e Caridade, órgão do Centro Espírita de Braga, Junho de 1922

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Histórias do Rolinha

A Primeira Comunhão do Rolinha

“O homem põe e Deus dispõe” – ditado popular Era o dia tão esperado! Era o dia da primeira comunhão. As meninas iam lindas, todas vestidinhas de branco, com muitos laçarotes e coroas de flores brancas na cabeça, por cima dos caracóis pretinhos ou loirinhos. Os meninos, esses iam janotinhas, vestidos a rigor conforme as posses de cada um, ou de fatinho a adulto com gravatinha azul ou branca, ou ainda com bonitos lacinhos de várias cores conforme o gosto dos pais. Houve missa de domingo, que encheu de gente a igreja, o que só nas festas de aldeia acontecia e só com mulheres ou os homens ricos da terra. Mas desta vez foi diferente já que os homens também entraram e assistiram, mas só os pais das crianças. Nessa época os homens não entravam nas igrejas, ficavam sempre no adro para não serem obrigados a tirar o chapéu. Sabe-se lá porquê? Pensa-se que por ficarem carecas muito novos, resultado de andarem sempre com a cabeça tapada por causa do calor, do frio ou do pó. Logo que saíam de casa tapavam a cabeça com boné, chapéu de palha ou feltro conforme a época do ano exigia agasalho do frio ou do calor. Também há quem defenda que era uma forma de não pactuarem com quem os explorava, os patrões, a quem eram obrigados a cumprimentar tirando o chapéu. Se o não fizessem corriam o risco de não ter trabalho na próxima época de ceifa ou colheita da azeitona. Durante a missa houve lindas canções cantadas pelas crianças, a Maria, a Jesus e a Deus, de permeio com as orações que o padre fazia em latim e que ninguém entendia, embora no fim todos respondessem “Amém”, sem saberem o que isso queria dizer. Por fim houve a distribuição de uma pequena hóstia a cada criança, posta na língua de cada comungante, pelo padre, com a recomendação de não a mastigar pois era o corpo de Jesus, e deixála desfazer-se antes de engolir. Estavam todos em jejum para que Jesus entrasse no corpo limpo de alimentos impuros. Fez-se a despedida com a bênção final dada pelo padre a todos os participantes. O Rolinha ficou tão emocionado que lhe vieram as lágrimas aos olhos. Eram lágrimas simples, ingénuas e puras que lhe irrompiam espontaneamente sem conseguir segurá-las. De repente, ficou rodeado por todos a perguntar-lhe o que tinha, se estava bem, porque chorava. Veio a professora Ema, veio o padre e veio a pergunta deste: - porque estás a chorar? A resposta saiu-lhe pronta sem ele saber como – “Eu queria comungar todos os dias!” Ainda hoje ignora porque deu aquela resposta, mas as consequências não se fizeram esperar. - Louvado seja Deus, disse o padre, isto é um chamamento, é o despertar de uma vocação. E ficou ali decidido que o Rolinha iria estudar para o seminário e um dia seria padre. JOTA TÊ A Libertação 13


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Nosso Lar

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Autor Espiritual: André Luiz I Psicografado por: Francisco Cândido Xavier Adaptado e ilustrado por: Paulo Henriques I Com a autorização da Federação Espírita Brasileira


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Cultura

Por: Paula Alcobia Graça

UNIÃO ESPÍRITA DA REGIÃO DE LISBOA De acordo com a calendarização de atividades da União Espírita da Região de Lisboa, realizouse, no dia 7 de abril o Conselho Federativo Regional e na manhã do dia 16 de junho, realizarse-á o Conselho Deliberativo. Relembramos que a tarde deste mesmo dia ficará reservada para a Festa de Encerramento do Ano Letivo da UERL que conta com a participação de todos os frequentadores dos diferentes Centros Espíritas da Região de Lisboa.

MOVIMENTO ESPÍRITA - JORNADAS ESPÍRITAS Com o objetivo de promover e divulgar o Espiritismo no seu tríplice aspeto, o Centro Espírita Perdão e Caridade irá promover, uma vez mais, as Jornadas Espíritas de Lisboa que se realizarão no dia 26 de maio. É importante referir que esta atividade é de âmbito nacional, funcionando como um marco importante na divulgação doutrinária e no encontro fraterno entre representantes de diversas associações espíritas.

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ENCERRAMENTO DAS ATIVIDADES DA FEC Aproxima-se o final do ano letivo e, com ele, o finalizar de algumas atividades. As aulas de Estudos Espíritas que se realizam à 2ª feira terminarão no dia 24 de junho e a última palestra do Estudo Doutrinário à 4ª feira será apresentada no dia 6 de Junho.

CURSO DE VERÃO DA FEC Informamos que, à semelhança do ano anterior, também durante o próximo verão funcionará, na FEC, durante os meses de julho e setembro um Curso de Verão. Desta vez, na base deste estudo encontra-se a obra de Ivone do Amaral Pereira “Recordações da Mediunidade”. Deixamos, pois, o convite para que se inscreva nesse curso que certamente corresponderá às expectativas de todos quantos desejem ocupar os meses de Verão com o estudo da Doutrina Espírita. Esteja atento! As inscrições estarão disponíveis na receção da FEC a partir de junho.


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Dij

Internacional

Por: Sílvia Almeida

XVII CONCESP – DIA MUNDIAL DA CRIANÇA Este ano o CONCESP – Convívio Nacional da Criança Espírita terá lugar em Lisboa, nas Instalações do Instituto Português da Juventude no Parque das Nações, no dia 1 de junho próximo, assinalando o dia mundial da criança. A organização está a cargo do DIJ – Lisboa, composto por representantes do DIJ dos vários Centros Espíritas da região. Prevê-se um dia muito animado, cheio de atividades lúdicas e didáticas, onde os mais novos (dos 5 aos 12 anos) terão um lugar privilegiado.

ONU – DIVALDO E A PAZ Mais de 200 pessoas compareceram na noite do dia 5 de abril, num dos auditórios da ONU, em Nova Iorque, para participarem no Movimento Você e a Paz, com Divaldo Pereira Franco. O evento foi promovido pelo TriState Federation, cujos dirigentes, no final, subiram ao palco para cantar com Divaldo a música de Nando Cordel, Você e a Paz. Foi mostrado o vídeo da música, com legenda em inglês, para que o público americano pudesse cantar também. Informações: https://tri-state-spiritistfederation.ticketbud.com/peace-and-youmovement CONGRESSO DE CUBA SUPERA EXPECTATIVAS

Espiritual

Por: Isabel Piscarreta

A Direção da Orientação Espiritual fez o convite a cinco jovens para integrarem a equipa da assistência espiritual do Sábado - dirigida às crianças e aos jovens. Após uma pequena formação – síntese de um estudo mais aprofundado levado a cabo anteriormente, estes novos passistas iniciaram esta atividade no mês de abril. Estes novos passistas, na sua maioria, frequentaram o DIJ, passaram por vários estudos espíritas realizados no Centro, como o Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita e o Estudo e Educação da Mediunidade e são hoje trabalhadores da FEC. A Direção da Orientação Espiritual felicita estes novos passistas pela sua dedicação e empenho, desejando-lhes bom êxito nesta nova tarefa espiritual de amor e auxílio magnético ao próximo, em nome de Jesus.

No 7º Congresso Mundial de Espiritismo, do CEI, em Havana, houve 2.012 inscritos, sendo 1.200 cubanos. Entre os 31 países presentes, tiveram maior número de participantes: Brasil – 569; Colômbia – 55; Estados Unidos – 41; México – 18; Uruguai – 16; Panamá – 12; Inglaterra e Portugal – 10. Como parte da tradição local, antes do início do Congresso houve uma homenagem pública na praça central ao patriota José Marti (também simpatizante das ideias espíritas). O Teatro Lazaro Peña esteve lotado durante todo o período de 22 a 24 de março. Na abertura e em vários momentos compareceram representantes do Governo de Cuba: o assessor do Presidente da República, a diretora e assessora do Departamento de Assuntos Religiosos do Governo e a assessora do Ministério da Justiça. Servando Agramonte e muitos líderes do Movimento Espírita Cubano usaram da palavra. Divaldo Pereira Franco proferiu as palestras de abertura e de encerramento e foi homenageado, durante o evento, pelo seu trabalho pela paz.

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AUTO-DESOBSIDIAR: REPARAR, AMAR E SERVIR OS OBSESSORES” DVD Palestra proferida por: Sílvia Almeida “O tratamento de obsessões (...) não é trabalho excêntrico, em nossos círculos de fé renovadora. Constitui simplesmente a continuidade do esforço de salvação aos transviados de todos os matizes, começado nas luminosas mãos de Jesus.” (XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel), Pão Nosso, Cap. 175) O Espiritismo, portanto, orienta o tratamento das obsessões, abre novo entendimento acerca do obsessor e do obsidiado e demonstra o quanto é importante a participação do enfermo como condição básica para o êxito do empreendimento, em qualquer tempo em que esse se realize.

EVANGELHO EM ACÇÃO DVD Palestra proferida por: Mª Emília Barros Aplicar o Evangelho no dia-a-dia a quem necessita foi sempre uma preocupação da Fraternidade Espírita Cristã desde a sua fundação por Adriano Barros, na segunda metade da década de 70. A Campanha Natal Permanente esteve sempre presente, dinamizada através de várias atividades. A Associação Auxílio e Amizade surge em 2001 como resposta à necessidade de alargar a ação social da FEC, estendendo o voluntariado para além do meio Espírita e desenvolvendo novas áreas. Junto com os sacos contendo os géneros materiais distribuídos mensalmente, os voluntários, embora respeitando as convicções dos assistidos, oferecem palavras de carinho, esperança e fé, permitindo que as famílias assistidas se sintam valorizadas e amadas. “Sem o Evangelho, a ação social será apenas uma ação igual à proporcionada por qualquer outra instituição; a ação social espírita só tem sentido se, além do apoio material, tiver na sua base o Evangelho, estendendo o amor e os ensinamentos que Jesus nos legou há mais de 2.000 anos”

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Abril / Maio / Junho

EVANGELHO NO LAR DVD Palestra proferida por: Mª Emíla Barros A prática do “Evangelho no Lar” é de crucial importância, pois permite um constante encontro com o que de mais puro e sadio nos rodeia. Através da oração sentida, encontramos aqueles que nos acompanham e zelam por nós, em todos os momentos da nossa vida; ao escolhermos um momento na semana, consagrando-o à oração em família, estimulamos a compreensão e o respeito entre todos os elementos; ao disciplinarmo-nos na oração conjunta edificante, assumimos um compromisso perante nós mesmos na criação de uma psico-esfera que suavize o contacto com ambientes carregados e negativistas. Assumimos, igualmente, um compromisso perante todos aqueles que nos rodeiam na dimensão espiritual que, ainda que o desconheçam, beneficiam dos raios de luz do nosso diálogo sereno e terno.

MEMÓRIAS DE UM SUICIDA DVD Palestra proferida por: Gina Ferreira Palestra baseada na obra psicografada por Ivone A. Pereira”Memórias de um suicida”. O livro relata a experiência pessoal de Camilo Castelo Branco, depois de abandonar a vida material pela porta do suicídio. No plano espiritual Camilo deparase com dores ainda maiores que as vividas na vida terrena. No entanto, a ajuda chega pela mão da Legião dos Servos de Maria, que no momento certo, o conduz para uma colónia espiritual. Memórias de um Suicida fala das dores e tormentos de um suicida, mas também da esperança no seu reerguimento caminhando novamente para Jesus.

A Libertação 19


Nº 118 Ano XXIX Abril/Maio/Junho Trimestral / 2 0 1 3 Direção Diretor Maria Emília Barros Diretor Adjunto Carmo Almeida Redação Carmo Almeida Isabel Piscarreta Joaquim Tempero Julieta Barbosa Paula Alcobia Graça Paulo Henriques Sílvia Almeida Realização Imagem Gráfica Sara Barros Montagem Zaida Adão

Revisão Carmo Almeida Mira Benedito


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