A Libertação 120

Page 1

Ano XXIX - Nยบ 120 - Trimestral - outubro/novembro/dezembro 2013


2ª Feira

5ª Feira

Estudos Espíritas - das 20h00 às 21h30 ESDE – Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita – Ano II EIMECK Estudo e Interpretação da Mensagem dos Espíritos Codificada por Kardec – Ano I JESUS CONTEMPORÂNEO – Viagem ao mundo das emoções – Ano II Estudos só com inscrição prévia

Assistência Espiritual (Passe) Abertura - 17h30 Assistência Espiritual – 18h00 – 19h30 Atendimento Fraterno – 18h00 – 19h45 Momento de Reflexão – 19h00 K Iniciação (Iniciação ao Estudo da Doutrina Espírita) – 19h30 – 20h30

3ª Feira Integração no Centro Espírita (Entrevista individual) Entre as 17h00 e as 19h00 Com inscrição prévia

4ª Feira Estudo Doutrinário (Palestra pública) Momentos de Reflexão - 19h30 – 19h45 Estudo Doutrinário - 20h30h – 21h30 Assistência Espiritual (Passe) - 21h30h – 21h45 Com transmissão vídeo on-line em direto em - http://www.fec.pt

6ª Feira Sessão Evangélica “Casa do Caminho” (Sessão de oração e comentário do Evangelho) Momentos de Reflexão – 19h30 – 19h45 Livro Pronto Socorro Espiritual – 20h00 – 20h20 Sessão Evangélica – 20h30 – 21h30 Sessão pública Com transmissão vídeo on-line em direto em - http://www.fec.pt

Sábado Aulas D.I.J. Evangelização Infanto-Juvenil Aulas de Evangelização e Atividades Complementares – 15h00 – 18h00 Assistência Espiritual para crianças e jovens (Passe) – 15h30 – 16h30 Receção Individual – 16h00 – 17h00 Estudo Básico das Obras de André Luiz (para adultos) – 16h30 – 18h00


outubro / novembro / dezembro

De todas as oportunidades que o Tempo tem para nos oferecer, a possibilidade de criar memórias permite-nos retornar aos dias em que se iniciaram projetos e àqueles nos quais os mesmos foram concretizados. O Tempo que marca o início e o fim dos ciclos de vida e de trabalho, para início de outros, mais profundos e mais ricos, deixa-nos visitar os dias já vividos, para que nessa viagem de memórias nos reencontremos com as emoções e nos sintamos felizes pela obra feita e renovados para enfrentar os dias futuros, plenos de confiança e de certezas. Quando tudo se inicia não se sabe como iremos terminar. Observar o que foi feito, avaliar que se andou bem, gera alegria e dá segurança para enfrentar os desafios, tão desconhecidos hoje como o eram aqueles que se abraçou no Passado. Avaliar o que foi feito dá também uma outra dimensão ao sentido de responsabilidade. O que se concretizou anteriormente deve servir como suporte para a tentativa de ir mais longe, ser arrojado. Quando se permanece ligado a uma obra por várias décadas, aquilo que se recebeu, tudo o que se iniciou, tem de ser oferecido aos que agora chegam. As memórias que estão a ser construídas pelos jovens trabalhadores deverão ser tão doces quanto aquelas que foram construídas por aqueles que os receberam. É por isso que recordar os feitos, que a passagem do Tempo permitiu edificar, é também alertar para o muito que há a fazer no presente junto dos que chegam. Porque somos herdeiros uns dos outros, os desafios da maturidade não terminam e mais se ampliam a fim de que a preparação do terreno, do campo de trabalho de Jesus, seja feita de forma cuidada e constante para que os frutos surjam na época prevista. A renovação dos responsáveis pela direção da obra é inevitável, por isso, cuidar dessa renovação através da preparação da futura geração é o resultado natural que se retira da avaliação que se faz, quando se viaja ao tempo feliz em que se deu o nosso recomeço. Seja esse o melhor presente de um aniversário especial como o é o do Centro Espírita onde se trabalha: estender aos jovens o legado que se recebeu, enriquecido pelos trabalhos desenvolvidos para que possam tomá-lo nas suas mãos e prolongar uma obra que, sendo de todos, só a Jesus pertence! Carmo Almeida

- Ser Feliz na FEC - O Impulso de Sonhar - 85 verdades sobre a FEC - Houve um tempo... - Apelo ao Natal - Espíritas de Ontem - Rolinha - BD - Nosso Lar - Notícias


outubro / novembro / dezembro

SARA BARROS (FEC – 1977) "Ser Feliz na FEC", é ser feliz sempre que nos predispomos ao trabalho! Sempre que subimos as escadas, e recomeçamos a tarefa... Estar feliz na FEC é esquecermo-nos de nós, e apenas lembrarmos uma causa que é muito maior que nós! Ser feliz na FEC é a oportunidade de realizar o que falta fazer para Jesus! A Felicidade é uma estratégia de vida que cada um constrói à sua medida. Para mim é, e será sempre, a forma mais fácil de agradecer ao Criador a sublime oportunidade de viver, resgatar e trabalhar em todos os momentos. Nas nossas vidas existe esta casa, que é uma grande família, que vive partilha e auxilia sempre, não questionando ou recriminando. Esta é a essência de sermos felizes na FEC, porque é o porto seguro, a âncora com uns grandes braços em forma de estrela, que nos segura aqui, na Terra, e nos liga ao Céu.” PAULO HENRIQUES (FEC – 1977) "Desde criança encontrei na Fraternidade Espírita Cristã e na Doutrina Espírita, o rumo e o norte da minha existência física e espiritual. Parabéns FEC." ISABEL COSTA (FEC – 1977) A FEC comemora hoje 85 anos! Estamos todos de Parabéns! Estou na FEC desde a primeira hora, (não ainda não estou assim tão velhota mas para lá caminho!), o que quero dizer é que vim com os fundadores deste núcleo Espírita aqui para a Rua da Saudade. Assisti às muitas lutas ao longo destes anos, para manter estas portas abertas; ao esforço que sempre foi feito para se fazer um trabalho de qualidade, fiel aos ensinamentos de Jesus e à codificação de Kardec, um trabalho responsável e inovador. A preocupação constante no estudo e divulgação da Doutrina 4 A Libertação

Espírita. Convivi aqui com pessoas tão fundamentais e relevantes na minha vida. Todos os dias agradeço a Deus, a oportunidade que me deu de conhecer a Doutrina Espírita e o facto de poder ser trabalhadora Espírita aqui na FEC. O que aqui tenho aprendido, os exemplos que aqui venho colhendo, a amizade e carinho que aqui recebo, são fundamentais na minha vida. Esta é também a minha Casa, a minha Família! A FEC faz parte integrante de mim, e espero poder servir Jesus trabalhando na FEC até ao último dia da minha vida e se for possível continuar do outro lado da vida. JULIETA (FEC – 1977) “Naquele dia já distante, eu sentia que, mais dia, menos dia, encontraria o que buscava. Já passara tanto tempo que restava apenas a esperança. E ao cair da tarde de 18 de Agosto de 1977 entrei pela porta verde do nº 8 da Rua da Saudade. Duas pessoas disponíveis, o Adriano e a Laurita, que de uma forma tão fraterna e envolvente, quais verdadeiros amigos, falaram-me da Doutrina Espírita e do funcionamento da Fraternidade Espírita Cristã. Nesses momentos de busca, de esclarecimento e de consolo, eis o que há tanto tempo a minha alma ansiava: o reencontro com a vida e ser feliz. Estou grata a Deus e aos Bons Espíritos pelos Bons e Felizes momentos vivenciados na FEC, pela oportunidade de conhecer e aprender, trabalhar e amar na Doutrina sublime do Mestre Jesus, prosseguindo com fé, com amor e muita esperança, para conseguir realizar os sonhos e para que as lágrimas do ontem sejam as alegrias do amanhã.” (continua)


outubro / novembro / dezembro

Liliana Henriques

Quando medito sobre poder da razão e do coração, tentando entender qual dos dois é mais sábio, mais credível a orientar o homem no caminho e nas escolhas a seguir… a mente agarra-se Inicialmente à robustez da razão, como coluna sólida capaz de erguer qualquer construção e, por conseguinte, capaz de apontar o caminho certo e seguro. Mas… por outro lado, evidencia-se ao meu espírito que esta sem o coração, na verdade, é muito pobre, limitada, fria… como um pilar de mármore a sentir a ausência da hera que o embeleza. O coração é mais clarividente, ultrapassa os meros indícios que podem iludir e voa mais longe, penetra mais fundo. Vê e ouve o que os sentidos não detetam, alcançando uma realidade maior. Germina e agasalha os sonhos que enchem a alma humana de visões e alento. Que seria da vida sem os sonhos? Que seria do progresso, da história dos homens? É o sonho que nos move, que segrega a esperança, quando os indícios são adversos. Bendita realidade de sonhar! Uma característica profundamente humana, potência poderosa da alma cujo ato a eleva, a enobrece! A reencarnação é o sonho a procurar caminhos, a dizer ao Espírito que é possível, que ele alcançará a realização plena. É Deus a falar ao coração, a imprimir o impulso, a coragem, a certeza.

Se o coração é o templo onde se guardam os sonhos, então, é ele que ouve os sussurros de Deus. É ele que compreende, progressivamente, as verdades contidas no Evangelho. É ele que impulsiona a alma à expansão de si mesma. É o coração que ouve o canto enigmático da saudade e é ele que inventa as diversas linguagens da arte para traduzir um mundo superior, presente nele mesmo. A excelência do sentimento é superior à excelência da razão, cuja expressão máxima é o progresso moral, tornando-se, por isso, mais difícil de se desenvolver. Então, deixai o coração orientar, perfumar com os sonhos os dias mais ásperos da vida!

A Libertação 5


outubro / novembro / dezembro

anos de

Fraternidade Espírita Cristã

No dia do 85º Aniversário, disponibilizou-se um espaço de homenagem à FEC, no qual, todos os trabalhadores e frequentadores pudessem registar o seu testemunho. Démos-lhe o título de: “85 VERDADES SOBRE A FEC” e partilhamos aqui, com todos, alguns desses depoimentos.

verdades sobre a FEC

... 3 - A FEC TEM O TOQUE DA LAURITA ... 6 - A FEC TEM A VOZ DO ADRIANO ... 9 - NA FEC EXISTE A CUMPLICIDADE QUE UNE AS FAMÍLIAS FELIZES 10 - A FEC TEM RISO DE MENINOS ... 16 - A FEC TEM O BRILHO DO CANTO DAS ANDORINHAS ... 22 - A FEC TEM AMIGOS DA PRIMEIRA HORA ... 24 - A FEC TEM UMA MANJEDOURA NO NATAL ... 27 - NA FEC O TRABALHO É EM EQUIPA ... 33 - A FEC TEM O OBRIGADO DOS AFLITOS ... 42 - A FEC É UMA BÚSSOLA ... 48 - A FEC TEM PERFUME DE JACINTOS ... 64 - A FEC CONTAGIA PELA FÉ QUE OFERECE ... 69 - A FEC TEM ESTRELAS QUE BRILHAM NA ALMA ... 74 - A FEC TEM PALAVRAS DE CONFORTO ... 78 - A FEC TEM O COR DE ROSA DAS TARDES DE PRIMAVERA ... 80 - A FEC TEM MEMÓRIA DE DIAS MUITO FELIZES ... 82 - A FEC É SIMPLESMENTE ÚNICA ... 85 - QUEM CONHECE A FEC NUNCA MAIS A ESQUECE!

6 A Libertação


outubro / novembro / dezembro

“Houve um tempo…” em que as pernas eram fortes e o coração mais ligeiro: as pernas faziam-nos subir a colina, desde a praça da Figueira quase até ao topo, em apenas 5 minutos; e o coração, na leveza que lhe conferiam os sonhos, seguia sem preocuparse com o que viria a ser… “Houve um tempo…” em que o avistar da larga porta verde, da Rua da Saudade, era saber que já se estava em lugar seguro. Nada a temer, chegámos bem! Se era verão, a frescura das suas grossas paredes faziam soltar um suspiro de alívio e alegria por já ali estarmos. Se era frio e chuva de inverno, que bom era também entrarmos finalmente naquele primeiro espaço protetor, revestido a azulejos azuis e amarelos, onde sacudíamos a água dos sapatos… E depois lá dentro os rostos que se foram tornando familiares e amigos do nosso coração. Ali estavam os nossos, a nossa gente! “Houve um tempo…” em que vários grupos diferentes realizavam tarefas em dias distintos, sem que chegassem a encontrar-se todos num mesmo dia. Era o tempo dos grupos fixos, onde pessoas repletas de interesse fraterno pelas dores dos sofredores, se entregavam à prática da mediunidade honesta. Mas nesse tempo de bondade faltava o estudo sistemático da Doutrina Espírita a clarear o raciocínio para que generosidade se expandisse mais. “Houve um tempo…” em que se ouviu dizer que o Centro Espírita não podia ter tapetes no chão das salas porque os Espíritos “agarravam-se” a eles e não queriam sair. E se hoje podemos sorrir da sincera mas ingénua aflição de quem assim falava é porque o Estudo passou a ser parte essencial das

atividades semanais, juntando ao aspeto Hospital, já criado com a assistência espiritual, a vertente Escola de que o Centro Espírita se compõe. “Houve um tempo…” em que dois corações joviais mas psicologicamente amadurecidos, reconhecendo que, em alguns adultos que os rodeavam, a vida já tinha tornado o pensamento prisioneiro de rotinas e hábitos que não podiam transformar, se quedaram a

A Libertação 7


outubro / novembro / dezembro

olhar os rostos juvenis que, apesar de tudo, se envolviam nas atividades existentes, uns por serem filhos dos trabalhadores, outros ali chegados por necessidades prementes das suas almas, e animados pela inspiração que os cercava, esboçaram aquele que, em breves anos, se tornaria o Departamento Infantojuvenil, posteriormente transformado em Direção para a Infância e Juventude. “Houve um tempo…” em que essas figurinhas, de rostos quase infantis, reunidos finalmente numa comprida mesa de trabalho, após ultrapassadas as várias mas incompletas tentativas de criar um trabalho dedicado especificamente à juventude, passaram a ser como que os ”infantes da casa”, aqueles que progressivamente foram convidados a participar ativamente nos vários trabalhos. E fosse a fazer os trabalhos de rececionista, fosse a integrar o grupo de passistas; fosse a arquivar livros e documentos ou a lavar os copos de vidro em que se servia água magnetizada; fosse fazendo parte do grupo mediúnico, ou recortando e colando fotografias para o cartão de sócio… lá estavam eles acompanhando a vida do Centro Espírita a par com os mais velhos. “Houve um tempo…” em que a consolidação do Hospital e da Escola tornou mais evidente a necessidade de fortalecer o aspeto Templo para que a trilogia se completasse. E a beneficência desinteressada surgiu na forma 8 A Libertação

de oferta da “Sopa” diária, confortando o corpo e a alma dos mais carentes desta zona da cidade, que aqui chegavam ansiosos do conforto, não só do alimento mas da atenção, da proteção de aqui se reunirem… e quando saíam levavam ainda um pouco mais de pão, de fruta, de carinho! “Houve um tempo…” que nesse tempo fez com que o Almoço de Natal das famílias assistidas fosse servido nestas salas, preparado desde cedo pelos “infantes” – com alguns deles tornando-se “provadores” oficiais de todas as iguarias que eram posteriormente servidas… “Houve um tempo…” em que a Noite de Natal foi vivida, entre trabalhadores, nesta mesma sala. Foi o tempo em que alguns tinham uma família pouco numerosa e por isso se juntaram aqui onde, pela primeira vez se cantou o “parabéns”, à meia-noite, ao Menino Jesus … e até os Espíritos se surpreenderam porque o Mestre era o menino a quem nunca ninguém cantava “Parabéns”. “Houve um tempo…” em que se estabeleceu na Terra, de novo, a velha Casa do Caminho, erguida por um velho caminheiro… E Jesus e seus discípulos voltaram, chegando sorridentes, estendendo-nos as mãos! “Houve um tempo…” em que as relações fraternas transformaram-se, para alguns, em


outubro / novembro / dezembro

relações afetivas que deram origem a novas famílias. E quando chegou o tempo de alguns voltarem ao Lar espiritual, chegou também o dia de receber os que regressavam ao Lar terreno. E nesse tempo, sentimos que entre as maravilhosas possibilidades que Deus deu aos braços e às mãos, a mais bela de todas é aquela que nos permite segurar nos braços um pequenino bebé. Agora… é o tempo… em que as pernas, que antes eram fortes, se tornaram mais pesadas e o coração, antes ligeiro, se tornou mais responsável e admirador das verdades que a vida encerra. Nele permanecem os sonhos que há ainda por realizar mas as ilusões deram lugar a uma visão mais lúcida da vida. Agora, já não é a garra da juventude que apenas nos conduz; é a segurança, a confiança que o trabalho nos ensinou a ter na justiça divina e nas razões que a Vida tem para ser como é. Agora… é o tempo… em que o rosto, de traços mais vincados, se emoldura de cabelos artisticamente prateados, ainda que sob

disfarce. E este é o tempo que nenhum de nós trocaria por qualquer outra glória que não seja a de pertencer ao grupo daqueles que um dia conheceram a FEC e nunca mais a

esqueceram. Este é o tempo… de sermos nós agora a ver chegar, pela cada vez mais velha porta do número oito da Rua da Saudade, as figurinhas radiantes de energia que sobem a velha escada, cada vez mais velha, para encherem com o seu entusiasmo as salas e os corredores que os aguardam para serem de novo abraçados e amados pelos que chegam, tanto quanto nós os temos amado, ao longo das décadas - a estas paredes que formam o Lar que não só nos abriga como nos abre oportunidades de conhecer uma paz e uma alegria que o mundo ainda não conhece e que Jesus nos permite viver, antecipando uma felicidade que só mais tarde o mundo há-de conhecer.

Sílvia Almeida

E se “Houve um tempo …” em que trouxemos a renovação e a vitalidade ao Centro Espírita, agora há um tempo de insuspeitadas realizações e novidades que, dia a dia, se irão concretizar pela boa-vontade de uns, pela disposição de outros, pelo conhecimento de verdades que o espírito encerra e pela vontade de servir a todos, na oferta silenciosa dos tesouros da alma que todos os que se encontram neste espaço possuem de seus. Houve um tempo… e há um tempo ainda, à espera de todos, na Fraternidade Espírita Cristã! E o futuro, de cada um de nós, escreve-se hoje, aqui, agora, unidos que estamos pelo mesmo e sempre procurado ideal de compreender Jesus, para amar Jesus e seguir Jesus. FEC - 28 de setembro de 1928 / 28 de setembro de 2013 – 85 anos ao serviço da Fraternidade!

A Libertação 9


outubro / novembro / dezembro

“Na Terra, nesta época do ano, sentia o coração a pulsar mais forte onde quer que me encontrasse. Vivia sozinho com o meu avô; não tinha pai nem mãe. Ele era uma figura grande, sempre reservado e sério, mas no Natal falava mais e os olhos ganhavam brilho. Por vezes ficava longe, nas suas memórias, a recordar tempos de criança e familiares que já tinham partido. Ele era como uma árvore grande, robusta. Ficava por perto, protegia-me e cuidava de mim ao seu jeito. Era uma referência, uma bússola. Era um homem austero, regado com disciplina. Poisava o seu olhar no meu corpo infantil, sorria como que fazendo projetos e dizia: “Tudo isto é teu!” No Natal eu procurava falar de Jesus e ele sorria. Pedia-lhe que permitisse que Maria fizesse o presépio. Era uma empregada de há muito tempo que se encontrava naquele lar e enfeitava a minha vida. Alegre e sorridente, ensinava-me tudo sobre Jesus, sobre o Seu papel junto dos homens, sobre a Sua bondade e generosidade… e eu ficava encantado naquela viagem. Sentiame tão feliz! Um dia eu disse: “Avô, vamos tornar todos os dias Natal. Nesta época tu oras comigo e lembramonos da dor dos outros, lembramo-nos que existe frio em muitos corações, almas que choram. Ai avô, nós podíamos tornar Natal todos os dias! Podias sorrir e falar mais e depois olharmos o céu e as estrelas, onde se encontra o pai e a mãe que tomam conta de nós, e não ficares assim tão triste.” Ele sorriu à minha proposta e como Maria fazia, deixou na minha cara infantil dois beijos, bem ruidosos e abraçou-me como nunca fizera. Observei que quando o ano começou, novinho em folha, ele tornou-se um homem diferente. Cresci junto dele, fiz-me um homem, seguindo os seus passos de generosidade. Aquela alma tão reservada passou a ajudar e dizia: “Afinal, deixo tanto para ti! Vamos oferecer um pouco a todos os que precisam, aos que nós encontrarmos no caminho!” Nesse trajeto ganhei uma irmãzinha e acolhemos mais dois órfãos. Crescemos juntos e passámos a oferecer presentes diariamente, pela postura e pelo exemplo. Conseguimos colocar Jesus no nosso lar e levar Jesus a muitos outros lugares. No espaço, encontramo-nos a trabalhar em conjunto. Foi permitido. (…) Tende força, meus amigos e procurai trazer Jesus para a vossa vida, os vossos lares e caminhos, sem nunca desistir. (…) Ligai-vos ao Mestre Jesus, ligai-vos ao amor e procurai ser na Terra a caridade em ação: dinâmicos, fortes, com uma fé ardente e, sobretudo, a transformar o Natal numa realidade diária, permanente em vós, junto dos outros… de todos os homens!” Psicofonia de Elizabete Henriques recebida na Sessão Evangélica Casa do Caminho, em 15.11.2013

10 A Libertação


outubro / novembro / dezembro

Espíritas de Ontem

está mais nos seus atos e obras do que nos pensamentos e palavras Ser, por esforço constante da vontade, verdadeiro, justo e bondoso nos seus pensamentos, é evidentemente um bem. Mas só quando convertemos em factos os nossos bons pensamentos é que praticamos o bem. Antes da ação, e a engendrá-la, está o pensamento. Mas este só tem vida completa e perfeita quando manifestado e concretizado na ação. Sejamos, pois, homens de ação, habituando-nos a realizar, prudentemente mas com toda a decisão, tudo aquilo que a nossa consciência, com toda a ponderação e estudo, aceitou como justo, útil e bom. Nenhuma hesitação, nenhum esmorecimento na prática do ato que a consciência nos impõe como dever. Praticamo-lo a princípio menos perfeitamente? Examinemos bem os seus defeitos, e repitamo-lo cada vez com mais atenção e maior desejo de corrigir esses defeitos, e será certo o nosso triunfo. Não nos limitemos a só ruminar os nossos bons pensamentos, nem a só os pôr em palavras. Convertamo-los em factos, em obras, repito; porque só assim seremos o que devemos ser – homens de ação, instrumentos e servos de Deus. O hábito, o mau hábito, desnaturou-nos. Mas quem não estiver de todo degenerado verá, examinando-se, que todos os pensamentos exigem a sua exteriorização ou concretização, e, com tal insistência a exigem, que a não satisfação desta exigência penaliza e tortura. Cumpramos, pois, a lei natural, pensando, e obrando, e não nos mutilemos limitando-nos ao pensamento sem a consequente ação. Quem assim não fizer, por melhor intencionado que seja, por mais puros, justos e bondosos que sejam os seus pensamentos, semeará pouco bem, fraca ação social exercerá, e viverá constantemente em dívida para com os seus concidadãos, visto não lhes fazer o que a consciência lhe mostra e exige que faça; e, após a morte, sentir-se-á, mais uma vez, culpado e infeliz, pelo bem que não fez e podia fazer, e que, antes de reencarnar, planeou e prometeu fazer durante a sua nova vida corpórea. Volta a planear na erraticidade uma nova vida ativa e fértil em obras no plano físico em que de novo encarna; mas ser-lhe-á cada vez mais difícil realizá-la, visto estar radicando cada vez mais em si o mau hábito da não concretização dos seus pensamentos, da não realização das suas aspirações de justiça e de bondade. E, se no Espaço não acumular grandes energias e não trouxer para a nova existência fortíssimos propósitos de realizar obras concretas e vivas, poderá continuar a falir, e arrisca-se a cair na indolência e na inação: o que muito o infelicitará porque o fará perder muitas vidas, sabe Deus se por muitos séculos. Não, querido leitor! Não havemos de cair mais nesta falência, que nos poderia conduzir ao abismo. Tenhamos bons pensamentos; emitamos para os nossos concidadãos somente pensamentos altruístas e de amor; mas esforcemo-nos principalmente por convertê-los em atos, por sermos homens de ação, porque para isso é que nos é dado o poder de atuar na matéria dos diversos mundos – na do mundo físico, por meio deste nosso corpo, na do mundo astral, pelo corpo correspondente a esse plano, e assim em todos os outros planos ou mundos. Compenetremo-nos das nossas responsabilidades. Emitamos bons pensamentos; enviemos aos outros somente vibrações de bondade e de justiça. Mas tenhamos sempre presente que só valemos pelo que sabemos fazer e de facto fazemos em benefício da humanidade, no serviço de nosso Pai Celestial. Tenham pois um só fim todos os nossos pensamentos e atos: servir a humanidade e a Deus, praticar a fraternidade e o amor; e com este fim desempenhemos as nossas tarefas. Assim, não mais faliremos, nunca mais infelicitaremos nem perturbaremos ninguém, e só irradiaremos vibrações construtivas da Ordem, da Harmonia e da Beleza. J. B. S.in Luz e Caridade, órgão do Centro Espírita de Braga, Agosto de 1922 A Libertação 11


outubro / novembro / dezembro

“O homem interrogou-se: quando Senhor? Não deveis ter pressa. Não há pressa na mediunidade. O homem leva existências a preparar-se…” Estudo e Educação da mediunidade – ano III, mensagem recebida por Elizabete Henriques em 11/06/2012 O inverno ia rigoroso. Dias e noites de chuva intensa, frio e humidade que há muito não se via. O Piny, o pastor alemão que guardava a horta desde muito pequeno, altura em que a Joana Adão o oferecera ao Rolinha, agora já um bom guarda, ladrava muito preocupado, com o seu vozeirão que metia medo, pois algo estranho acontecia nos arredores. O Rolinha observou, observou e viu um pequeno canito, todo branco com malhas pretas a rondar o portão, com ar famélico. Era mais um sem abrigo, outro abandonado após a época de caça, situação já habitual. O Piny não o aceitaria e por isso fez uma pequena cabana fora do portão e pôs um prato com comida e outro com água. O cãozito acercou-se com medo, comeu e bebeu e por fim deitou-se no abrigo que lhe era oferecido. O Rolinha pensou: - Agora que estás saciado, voltas para a tua casa, para o teu dono. Mas não, passaram-se os dias, o Piny ladrava e o canito não ia embora, dava voltas e voltas ao redor da horta até fazer um trilho bem marcado através das altas ervas que a circundavam. Mas uma noite o temporal foi medonho e o Rolinha falou com Piny: - Vamos deixá-lo entrar! A antiga cabaninha do Piny, feita de chapa vinha mesmo a calhar. Um arame no chão onde corria uma corrente com uma argola de aço permitia ao novo inquilino movimentar-se sem custo e dava ao Piny a impressão de posse – mais um para guardar além das galinhas, dos coelhos e da rola. Assim permitiu que sim senhor, podia ficar pois não incomodava e até fazia companhia, embora só no seu recanto. Desinfetado, com boas banhocas e boa comida, foi engordando e tornando-se familiar sobretudo com o carinho da dona. Quanto ao dono, o Rolinha, a conversa era outra, pois apercebeu-se imediatamente que o preferido dele era o Piny e daí os ciúmes foram crescendo. Cresceram tanto que por três ou quatro vezes, quando o Rolinha o presenteava com uns biscoitos ele antes de os comer resolvia morder na mão do dono, mas com fúria. Como o Rolinha não sabia o nome e ele parecia uma vaquinha em ponto pequeno, em reunião familiar ficou decidido que se chamaria “Malhadinhas” embora só começasse a responder por 12 A Libertação


outubro / novembro / dezembro

“Dinhas”. O veterinário entendeu, pela dentição, que deveria ter sete anos, e foi assim que ficou registado no seu bilhete de identidade, quer o nome, quer a idade. Os dias iam passando, rosnava sempre com o dono, mesmo quando lhe dava comer – ia comendo e rosnando, sempre ameaçador de olhes vidrados e ensanguentados, embora para a dona se desfizesse todo em salamaleques – deitava-se, ela coçava-lhe a barriga, afagava-o e ele deliciava-se. Como sabia que o Piny era o preferido do dono, adorava-o, dava-lhe beijos, lambia-o. Embora o Piny não gostasse, deixava-o e vinha ter com o dono todo queixoso, como quem diz: - Julga que sou filho dele, não me deixa em paz. Quando saiam os dois, todos os dias de manhã e à tarde, o Dinhas passava por baixo da barriga do Piny, bem maior que ele e era o primeiro a sair o portão. O Piny seguia com o Rolinha no seu passeio, mas o Dinhas desaparecia. Quando voltavam, o Dinhas aparecia de língua de fora, muito cansado, e era o primeiro a entrar, até porque o Piny esperava que ele entrasse, sempre a rosnar. Um dia voltou e passado pouco tempo ficou murcho, abatido, não era o mesmo. O Rolinha pensou: - Foi envenenado! Era mais um. Todos os cães que eram abandonados pelos donos, em geral caçadores, em seguida vinha o fiscal da Associação, pago pela mesma, abatêlos a tiro ou envenená-los. Foi levado ao Hospital de cães pelo Rolinha e foi-lhe detetado veneno para ratos – raticida, veneno que não comprometia a Associação, embora o Rolinha já tivesse visto chouriço espalhado pelos campos contendo o veneno destinado a matar cães, gatos, águias, falcões, raposas, texugos e todos os outros animais que se alimentam de coelhos bravos ou perdizes. Foi operado, sofreu muito e passado algum tempo partiu, agarrado à máquina do soro no Hospital, depois de o Rolinha se despedir dele a chorar, A dona também chorou muito e ficou aceite na família que Deus o levara porque chegara a hora dele. O Rolinha passou a incluí-lo todas as noites nas suas orações. Como todos os cães têm um cheiro particular e o Rolinha conhece bem o cheiro dos seus, ficou muito feliz, uma noite em que estava na garagem e esta foi inundada pelo odor característico e indesmentível que o Dinhas exalava antes da partida. Era a mediunidade iniciante do Rolinha a perceber o agradecimento do Dinhas. JOTA TÊ A Libertação 13


outubro / novembro / dezembro

Nosso Lar

14 A Libertação

Autor Espiritual: André Luiz I Psicografado por: Francisco Cândido Xavier Adaptado e ilustrado por: Paulo Henriques I Com a autorização da Federação Espírita Brasileira


outubro / novembro / dezembro

A Libertação 15


outubro / novembro / dezembro

O Natal na Associação Auxílio e Amizade Chegou mais um Natal a coroar o ano civil! Como não podia deixar de ser, a AAA realizará a sua Festa de Natal, desta vez no dia 21 de Dezembro. Para que esse dia aconteça há um longo trabalho de bastidores que começa com mais de um mês de antecedência: pedir às famílias as idades e as medidas de vestuário e calçado

das crianças; construir e produzir os cartões com esses dados; criar os cartazes e imagens para divulgação das campanhas dos presentes, do cabaz, do bacalhau, dos lanches, etc.; preparar a distribuição de Dezembro com o especial cuidado de incluir o azeite, o bacalhau (e, se possível, alguns doces ou frutos secos); organizar quem colabora para o lanche que é distribuído às famílias no fim da festa; o esforço para tentar angariar fundos que

16 A Libertação

permitam incluir nesse lanche o famoso bolorei tão típico desta quadra; a construção das listas de crianças para organização dos presentes e da lista das famílias que vão estar presentes na festa; a logística de preparar e transportar os sacos dos presentes e dos lanches daqui para ali; a preparação da festa em si; enfim…todos os esforços se resumem a: boa vontade e organização! Porque a boa vontade precisa de ser organizada para que seja eficaz, bem direcionada. No dia da festa, reúnem-se os voluntários, distribuem-se tarefas e tudo tem de estar pronto para bem receber as famílias. A festa em si, simples, como sempre, mas repleta de emoção que aquece os corações de todos os presentes – voluntários e famílias – pretende ser um momento de alegria, de descontração, mas acima de tudo, um momento em que se transmitam mensagens de paz, de esperança, de coragem, de solidariedade, de confiança no futuro, seja por que meio for. No final, a distribuição dos lanches a cada família, em função do agregado familiar, e a distribuição de presentes às crianças. Em suma, “o pão da alma” e o “pão do corpo”. Cada um viverá e sentirá o Natal à sua maneira, talvez alguns nem acreditem em Jesus, mas naquele dia, naquela festa de Natal, há algo diferente, há o sentimento de fraternidade que envolve a todos, a alegria, o carinho que se reflete em sorrisos calorosos, às vezes em abraços emocionados, há um ambiente festivo, um bem-estar geral, pairando no ar energias consoladoras. É dessa forma que, mesmo para aqueles que não acreditam, Jesus está presente!


outubro / novembro / dezembro

Por: Sílvia Almeida

27º ANIVERSÁRIO DIJ

Comemorou-se no dia 23 de novembro, na FEC, o 27º aniversário da Direção para a Infância e Juventude.. Foi em ambiente de grande alegria que as crianças e jovens encheram as paredes do Salão Nobre da casa com as suas homenagens à FEC e ao DIJ, enquanto os pais decoravam a Sala Multicultural e preparavam o lanche que todos, no final, iriam saborear. Foi ainda tempo de recordar, através de uma recolha fotográfica apresentada, o aniversário de 1989, no qual muitos dos pais presentes e até mesmo dos monitores participaram na condição de crianças e jovens, em circunstâncias semelhantes, no mesmo espaço do Salão.

FILME “HÁ 2000 ANOS”, BASEADO NA OBRA DE CHICO XAVIER Filme “Há 2.000 anos”, baseado na obra de Chico Xavier, ditada pelo Espírito Emmanuel, tem lançamento previsto para 2014. O filme tem a direção de Caíque Assunção.

LE MONDE PUBLICA ARTIGO SOBRE CHICO XAVIER O Jornal francês Le Monde publicou um artigo sobre Chico Xavier em 2010, intitulado “Um homem insignificante” por Jean-Pierre Langellier. Nesse artigo pode ler-se: “Os brasileiros consideram-no o maior homem que o país já conheceu. Ele não deve o seu renome nem à política, nem à música, nem ao futebol. Chico Xavier (1910-2002) foi o mais surpreendente médium do século XX”.

A Libertação 17


outubro / novembro / dezembro

O Evangelho Segundo o Espiritismo

"O Evangelho Segundo o Espiritismo" é um dos cinco livros que constituem o corpo doutrinário do Espiritismo. "O Evangelho Segundo o Espiritismo" é o ensinamento moral do Cristo Jesus para os cristãos de qualquer crença, desenvolvido pelos Espíritos de Luz em comunicações mediúnicas recolhidas, organizadas e comentadas pelo codificador Allan Kardec. Editora: FEP

Evolução à Luz do Espiritismo Palestra realizada em 1993 sobre a evolucao vista à luz do espiritismo e proferida por Mª Emília Almeida. Editora: Workfecdesign Ficheiro MP3 para download

Devassando o Invisível

Como vivem os Espíritos depois da morte de seu corpo físico? Onde e como habitam, como se vestem, como se comunicam? Yvonne Pereira relata contactos com o plano espiritual,através da sua mediunidade, em envolvente narrativa. Entre outros episódios, oferece-nos a reprodução de comovente diálogo com Frédéric Chopin, o inspirado compositor e pianista polaco. Sob a orientação de amigos espirituais como Bezerra de Menezes, Léon Denis, Charles e Léon Tolstoi, Yvonne apresenta-nos factos que demonstram quão profunda é a relação entre os planos material e espiritual. Editora: FEB

18 A Libertação


Bezerra de Menezes Ontem e Hoje

Apresenta trabalhos literários de e sobre Adolfo Bezerra de Menezes, bem como mensagens espirituais de sua autoria através de vários e conceituados médiuns. Esta Obra participou das comemorações dos cem anos de desencarnação desse inolvidável vulto da seara espírita, cuja vida foi e é um exemplo admiravél de dedicação e amor aos seus semelhantes. Editora: FEB

Nosso Lar - Ed. FEP

Nosso Lar é o nome da Colónia Espiritual que André Luiz nos apresenta neste primeiro livro de sua lavra. Em narrativa vibrante, o autor transmite-nos as suas observações e descobertas sobre a vida no Mundo Espiritual, como um repórter que regista as suas próprias experiências. Revelanos um mundo palpitante, pleno de vida e atividades, organizado de forma exemplar, onde Espíritos procedentes da Terra passam por estágios de recuperação e educação espiritual. Nosso Lar permite-nos antever o Mundo Espiritual que nos aguarda, quando abandonarmos o corpo carnal pela morte física. Editora: FEP

O Problema das Religiões no Séc. XX Palestra de Mª Laura Barros sobre o problema das religiões no Sec XX. Editora: Workfecdesign Ficheiro MP3 para download


Nº 120 Ano XXIX outubro/novembro/dezembro Trimestral / 2 0 1 3 Direção Diretor Maria Emília Barros Diretor Adjunto Carmo Almeida Redação Carmo Almeida Joaquim Tempero Liliana Henriques Paula Alcobia Graça Paulo Henriques Sílvia Almeida Realização Imagem Gráfica Sara Barros Montagem Zaida Adão

Revisão Carmo Almeida Mira Benedito


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.