O dia em que se amadureceu Curso de Verão 2014 Houve um Tempo... DIJ As tartarugas do Rolinha
Ano XXX - Nº 123 - 1 de julho de 2014 - Trimestral - julho/agosto/setembro 2014 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA AOS SÓCIOS
Fraternidade Espírita Cristã
Horário
2014
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Editorial
Há sempre um momento em que se deseja crescer, amadurecer e seguir pela vida agindo de forma a que os resultados de cada iniciativa nos deixem tranquilos ou mesmo felizes. Surge a ânsia de conhecer outra realidade, talvez pela necessidade de progredir, talvez pela urgência de se sentir em paz. E é então que a aspiração pelo amadurecimento, aspiração adiada pelo comodismo – que parece um contra-censo mas faz parte das incoerências da alma – se transforma em busca persistente, em luta pertinaz contra os hábitos estabelecidos, hábitos que promoveram o progresso atual mas que têm de ser renovados ou não se poderá ir mais longe. Para amadurecer, portanto, há que mudar. Mudar a maneira de ver o mundo e os outros; mudar a forma de responder ao desafio ou à pergunta, a fim de que deixemos o comportamento que se rege mais pelo instinto do que pela razão. Reagir por impulso é a atitude residual do instinto que, no ser humano, tinha como objetivo a sobrevivência em ambiente hostil.
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Com a evolução alcançada não podemos deter-nos por muito tempo no mesmo patamar. Quando isso acontece, e porque não está na nossa natureza estagnar, ficamos inquietos e insatisfeitos.
Mesmo que demore, sempre chega o dia em que nos decidimos a ter um comportamento diferente, seja nas escolhas, seja nas respostas que damos porque aquela necessidade de se sentir bem consigo mesmo se agiganta e passa a ser o nosso maior objetivo. Diluem-se, então, os castelos dos conceitos elaborados durante tanto tempo que parecem cristalizados no pensamento e, no seu lugar, surgem as novas construções erguidas de acordo com a visão diferente que a maturidade exige. Passamos a ser flexíveis em relação a questões sobre as quais não admitíamos outra possibilidade senão a que lhes atribuíamos e descobrimos que o mundo é muito mais rico, muito mais colorido, muito mais vasto do que pensávamos. Horrorizados com a visão estreita que tínhamos, empenhamo-nos então em prosseguir alargando conhecimentos e reflexões em torno da vida, a qual agora nos parece mais divertida, mais gratificante, mais de acordo com as aspirações do Ser. E esse é o dia em que se amadureceu, um pouco mais…
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Curso de verão 2014 História da Civilização à Luz do Espiritismo 2013 Departamento de Estudos Espíritas Fraternidade Espírita Cristã
Análise dos factos que compõem a história da Humanidade sob a perspetiva espiritual, com base na obra “A Caminho da Luz”, ditada pelo Espírito Emmanuel, através da psicografia de F. C. Xavier.
Da Génese à queda do Império Romano Sessão 01 Da Génese ao Homem (30 junho) Os primeiros tempos da Terra. As construções celulares. Os primeiros habitantes. A elaboração paciente das formas. Ensaios assombrosos. Os antepassados do homem.
Sessão 02 Capela e as Grandes Civilizações da Antiguidade (7 julho) Espíritos exilados na Terra. Fixação dos caracteres raciais. Origem das raças brancas. Quatro grandes povos.
Sessão 03 Capela e as Grandes Civilizações da Antiguidade (Cont.) (14 julho) Os egípcios. A ciência secreta. Os egípcios e as ciências psíquicas. As Pirâmides. A organização hindu. Os arianos puros. As castas. A grande virtude dos Árias europeus. Israel. Moisés. A escolha de Israel. A incompreensão do Judaísmo.
Sessão 04 A China Milenar (21 julho) A cristalização das ideias chinesas. Fo-Hi, Confúcio e Lao-Tsé. A China atual.
Sessão 05 As Grandes Religiões (28 julho) As primeiras organizações religiosas. A unidade substancial das religiões. As revelações gradativas. Preparação do Cristianismo.
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Sessão 06 A Grécia e Sócrates (1 setembro) Atenas e Esparta. A Grécia. Sócrates. Os discípulos. Provação coletiva da Grécia.
Sessão 07 Roma (8 setembro) O povo etrusco. Primórdios de Roma. Patrícios e plebeus. A família romana.
Sessão 08 A Vinda do Cristo (15 setembro) A manjedoura. O Cristo e os essénios. Cumprimento das profecias de Israel. O exemplo do Cristo.
Sessão 09 O Império Romano (22 setembro) Os desvios romanos. Os chefes de Roma. O século de Augusto. Provações coletivas.
Sessão 10 Os primórdios do Cristianismo (29 setembro) Os primeiros cristãos. Propagação do Cristianismo. A redação dos textos definitivos. A missão de Paulo. O Apocalipse de João. Os mártires. Constantino.
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(IV Continuação) CREMILDE (FEC – 1983) Quem não se sentirá feliz por viver numa estrela? E se essa estrela se chama FEC e está ligada ao espaço por uma estrada de luz que se liga a outra estrela ainda mais fulgente? Cada um de nós que somos convidados a habitar e a trabalhar diariamente na FEC algumas horas da nossa existência, temos a consciência de que estamos participando de uma grande construção de amor que com o tempo irradiará cada vez mais para o exterior, para o mundo; e que não somos só nós os beneficiados, mas todos aqueles que, como nós, querem viver num m u n d o m e l h o r, m a i s b r i l h a n t e , m a i s engrandecido, viver em outras estrelas que, tal como a FEC vivenciam o amor, vivenciam Jesus! Sou feliz na FEC! PAULA ALCOBIA GRAÇA (FEC – 1983) “Sou feliz na FEC? Guardo tantas memórias boas – do passado e do presente – que só posso dizer que sim. Comecei, como muitas outras crianças no DIJ…e que boas memórias guardo desse tempo e dessas aulas! Conheço a FEC desde que sou pequenina. A minha mãe, durante muitos anos, trouxe-me, bem como aos meus irmãos. Às vezes, percebia que era uma tarefa difícil mas, ela de forma heroica, desencantava uma solução para que não faltássemos às aulas. Recordo-me que gostava de observar as pessoas crescidas e responsáveis pelas tarefas no Centro… e acreditem que eu observava com atenção! E de tanto observar, criei no meu íntimo, uma profunda admiração e estima por essas pessoas. Compreendi, desde muito cedo, que há uma alegria autêntica a viver no coração daqueles que servem Jesus com sinceridade e que colaborar com o Mestre é uma oportunidade incomparável mas, ao mesmo tempo, é um prazer! Lembro-me, num determinado momento, sentir vontade de ser como essas pessoas… desejei ser feliz…dessa forma! E embora essa hipótese parecesse remota e um pouco tola, com o tempo, apercebi-me de que a FEC facultava – de forma generosa – muitas formas diferentes para colaborar.
Hoje, já não sou uma criança…sou uma pessoa crescida a quem foi oferecida uma oportunidade de assumir um papel neste imenso projeto de Jesus…mas continuo a sentir – como uma criança - a mesma profunda admiração e estima por aqueles que me antecederam e ensinaram que servir Jesus, colaborando na FEC…é e será sempre um motivo para me sentir feliz!” SANDRA SEQUEIRA (FEC – 1988) Na FEC senti que me encontrei… Foi aquela “estranha” e agradável sensação de sempre ter conhecido este Lar… Na FEC sinto-me “Completa”, sinto a confortável certeza que estou onde pertenço… E nem sei como exprimir de outra forma que não seja a de afirmar que na FEC me sinto verdadeiramente Feliz…
ISABEL PISCARRETA (FEC – 1988) Quando se caminha num deserto o sonho de vislumbrar um oásis é um roteiro obrigatório! Quando há 25 anos toquei na campainha deste lar pela primeira vez, não imaginava que iria encontrar esse oásis... Sedenta de água fresca foi nesta escola de Jesus que aprendi com o GPS do Espiritismo a encontrar as coordenadas certas da vida para uma felicidade real. Na honra de poder servir ao Mestre neste projeto de amor FEC, tenho a oportunidade abençoada de conhecer Jesus mais de perto, de receber o auxílio e os recados importantes do Céu, a alegria de conviver com almas inesquecíveis e de poder reprogramar o pensamento para os tempos novos que se avizinham. Muito Obrigada Senhor pela misericórdia do serviço. Muito Obrigada FEC pelo oásis felicitador e MUITOS PARABÉNS pelos 85 anos a iluminar consciências!
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Carmo Almeida
Em 1989, e na sequência da participação da FEC no Congresso Mundial de Brasília, surge o texto daquele que seria o primeiro TEATRINHO FEC. Tinha como título “O REGRESSO” e apesar do texto se ter perdido, marcou na verdade o início da criação regular de textos para teatrinhos animados através de fantoches, levando mesmo à construção de uma estrutura metálica que nos permitisse montar os nossos Teatrinhos de bonecos. “O REGRESSO” foi um sucesso, embora só entre amigos, e para o primeiro Aniversário da turma Maternal que se completava também nessa altura, foi elaborado o Hino da MATERNAL que, de certa forma, é também o hino do DIJ. Foi dessa forma que recebemos os Dirigentes que nesse ano viajaram até ao Brasil. Não cabe nesta Palestra enumerar todas as atividades que o DIJ foi realizando ao longo dos anos. De referir que todos os seus elementos, GRUPO BASE, GRUPO EXPERIÊNCIA e restantes elementos das turmas futuras, passaram a ser simplesmente o DIJ. E todos sentiam orgulho de a ele pertencer, um orgulho que se prolonga até hoje, porque deixámos de ser alunos para sermos Monitores, acumulando com outras atividades sem deixarmos de ser... DIJ! Entretanto, esta área de estudos Espíritas
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deixou de ser um Departamento e passou a Direção fazendo parte do conjunto onde estavam as direções Administrativa, Financeira, de Apoio Técnico e Criativo, Espiritual e Cultural, passando a designar-se Direção para a Infância e Juventude, mantendo assim a mesma sigla DIJ. Mas ainda que não se possa continuar a enumerar todas as coisas que têm sido feitas, não podemos deixar de referir que em 1999 a FEC assumiu, na pessoa da Maria Emília Barros, a grave responsabilidade de ficar à frente dos destinos do Departamento para a Infância e Juventude que a Federação Espírita Portuguesa quis dinamizar, convidando a FEC a esse trabalho que se prolongou até outubro de 2013. Conhecíamos bem as carências e fragilidades do Movimento Espírita Português na área da infância e juventude. Desde muito cedo os Dirigentes que nos viram crescer levavam-nos a todos os encontros que a FEP realizava, a fim de que conhecêssemos a realidade do Movimento no nosso país. Eramos uma grande equipa em todo o lado. Mas não eram dias fáceis... A linguagem FEC nem sempre era bem compreendida. Às vezes tínhamos que nos “virar” mais para nós e para o trabalho no nosso Centro, outras vezes lá íamos de novo com o único objetivo de dar o nosso
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Reconheci-o na primeira frase e para aumentar a minha alegria, descobri que é um texto psicografado por Divaldo Franco, incluído no livro “Terapêutica de Emergência”. Naqueles dias, apesar de já ter assistido a algumas das suas palestras, não tinha noção da sua grandeza.
Como não quero ficar com ele só para mim e porque há em todos nós um pouco do jovem que precisa de Jesus, convosco partilho:
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sempre quiseram que a FEC brilhasse mas porque era a Doutrina Espírita e o serviço por Jesus quem nos movia. E sempre pensámos que era nossa obrigação, se Deus nos tinha reunido neste Espaço e dado meios de desenvolver uma tarefa, de colocar os frutos desse trabalho a benefício de outros
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contributo, o produto do nosso trabalho aqui na FEC para, se possível, beneficiar alguém que não tivesse os mesmos recursos que nós. Por alguma razão aqui se reuniram pessoas que foram tirando as suas licenciaturas, que desenvolveram conhecimentos no campo da arte, do desenho, da escultura, da escrita, da literatura; que se adaptavam com facilidade às novidades das tecnologias, que sempre quiseram que a FEC brilhasse mas porque era a Doutrina Espírita e o serviço por Jesus quem nos movia. E sempre pensámos que era nossa obrigação, se Deus nos tinha reunido neste Espaço e dado meios de desenvolver uma tarefa, de colocar os frutos desse trabalho a benefício de outros que não tendo as mesmas possibilidades, seguiam, às vezes um pouco sozinhos, tentando fazer o seu melhor e com quem podíamos partilhar a nossa experiência. Foi imbuídos desse espírito de cooperação que aceitámos essa tarefa e que durante 13 anos, a FEC/ Maria Emília Barros permaneceu a serviço de todos, cruzando o país na maior parte das vezes sozinha, levando na bagagem os materiais que aqui se iam construindo para deixar pelos locais onde passava essas sementes de luz que nada pode apagar! Houve um tempo em que a minha tarefa, além de fazer a receção, ao sábado, era ler uma oração, cujo texto se perdeu, algures por entre estas três décadas que medeiam entre aqueles dias luminosos de expectativas e os dias das concretizações do presente. Mas, graças às tecnologias recentes, coloquei num motor de busca a frase “oração do Jovem” e... oh! alegrias que o século XXI proporciona, recuperei o texto que eu sabia que havia de reconhecer se algum dia o encontrasse, tantas foram as vezes que o li, no final dessas reuniões de jovens que antecederam a criação do GRUPO BASE, sentada num extremo da pequena mesa de trabalhos.
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Este foi um dia de agitação. Pensando no estômago e nas exigências do corpo, esqueci-me de alçar-me a Ti. Dominado pelas paixões desperdicei o tempo na futilidade. Entre torturas e ansiedades, saí à cata de sensações fortes. Agora detenho-me cansado... Corri de um para outro lado, estive azorragado pelos impositivos da vida atribulada, e, neste momento, deparo-me com as mãos vazias de feitos nobilitantes e o coração sem paz... Por que me permito afligir com as questões da vida transitória, quando já me encontro cientificado da realidade verdadeira? Ainda ontem, fazendo um exame de consciência, prometi-me retificação, corrigenda interior. Todavia, novos malogros me assaltam no dia de hoje. Padeço receios que me atestam a falência íntima dos poucos valores morais que possuo. A verdade, porém, é que Te amo. Sem embargo, surpreendo-me a cada momento distante de Ti. Ajuda-me a não Te abandonar, porquanto sou eu quem necessita da Tua Presença vigorosa. A juventude, qual licor embriagante, corre pelas minhas veias e esfogueia-me... As ambições me convocam à corrida desenfreada, na busca, afinal, de coisa nenhuma. Ouço os convites ardentes do mundo, atraentes, sedutores, e inquieto-me, porquanto, simultaneamente, Tua voz me penetra e me arrebata. Senhor: Ajuda-me na barca frágil da minha juventude ansiosa em que naufrago e salva-me! Aquieto-me, confiante, registro Tua voz a dizer-me, gentil: - Bom ânimo. Aqui estou! Conduze-me contigo ao porto da paz, Amigo Divino.
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Fé Montanhas A
Transporta
Célia Galego
Estas palavras de Jesus aqui aplicadas referem-se, no sentido moral, às dificuldades do dia-a-dia que a fé permite ultrapassar sempre, quando, através da humildade e da resignação, conseguimos com fé e gratidão colocarmo-nos nas mãos de Deus, tendo confiança na realização do melhor. A fé é esse sentimento inato em cada um de nós, que nos cabe consolidar no nosso coração através do estudo, do esclarecimento e da oração. É o sentimento que nos faz sentir no fundo do nosso íntimo, a alegria profunda de nos sabermos filhos amados de Deus. A fé é coragem, humildade e paciência. A fé robusta dá-nos a perseverança, a energia e os recursos que fazem se vençam os obstáculos nas pequenas como nas grandes coisas. A fé lúcida permite-nos ver onde queremos chegar. A fé sincera e verdadeira é sempre calma e faculta a paciência que sabe esperar. A fé verdadeira é humilde, não presunçosa, porque aquele que a possui confia mais em Deus do que em si próprio, por saber-se simples instrumento da vontade divina. A fé é incondicional, quando com o seu magnetismo de amor
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“A fé é esse sentimento inato em cada um de nós, que nos cabe consolidar no nosso coração através do estudo, do esclarecimento e da oração.”
impulsiona a cura, à qual se referia Jesus quando disse a seus apóstolos: "Se não o curastes, foi porque não tínheis fé." O Espírito Meimei na mensagem Confia Sempre, psicografada por Francisco Cândido Xavier, referiu que: “De todos os infelizes, os mais desditosos são os que perderam a confiança em Deus e em si mesmos, porque o maior infortúnio é sofrer provação da fé e prosseguir vivendo.” A fé é esse sentimento profundo de quem sabe e sente que Deus jamais abandona os seus filhos; que nunca, em qualquer circunstância, nos encontraremos sozinhos; que existem equipas de mentores espirituais, de amigos verdadeiros que nos abraçam e nos carregam ao colo com profundo carinho e nos inspiram a fé necessária para ultrapassarmos as provas que a nossa evolução, enquanto espíritos imortais, nos exige. Saulo de Tarso, antes de sua conversão, enquanto cidadão romano e doutor da lei, dedicou-se em nome do Sinédrio à perseguição dos primeiros discípulos de Jesus na região de Jerusalém. Porém, durante uma viagem a caminho da estrada de Damasco com a missão de encontrar e prender o apóstolo Ananias, Saulo teve uma visão de Jesus envolto numa grande luz que o cegou temporariamente. Após três dias, sob a imposição de mãos do apóstolo Ananias, recuperou a visão e converteu-se ao Cristianismo. Juntamente com Simão Pedro e Tiago, Paulo de Tarso foi um dos mais proeminentes líderes do nascente Cristianismo. Foi com o seu exemplo de uma fé inabalável, sobrevivendo à fome, à chuva, ao frio e aos salteadores do caminho que Paulo de Tarso difundiu a boa nova por tantos lugares. Que o exemplo de Paulo de Tarso nos auxilie a encontrar com o coração as nossas asas da fé!
Explanação de O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIX, item leitura: 1/itens comentário: 2-5 , 25.10.2013 - Sessão Evangélica da Casa do Caminho: Paulo de Tarso - O Apóstolo da Fé
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VINICIUS
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In Luz e Caridade, órgão do Centro Espírita de Braga, Novembro de 1924 12 A Libertação
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“O Mundo Mágico dos Animais”
As tartarugas do Rolinha No quinto dia Deus disse: “que as águas sejam povoadas de inúmeros seres vivos…” – Génesis, História das Origens – Bíblia Uma era do João, a outra era do Bernardo. Cresceram, cresceram e tornou-se difícil manterem-se com os seus donos. Por isso o Rolinha tomou conta delas. A sua nova morada passou a ser um pequeno tanque com água limpinha, no meio da horta e à sombra da velha cerejeira. À flor da água um pedaço de cortiça a boiar para onde subiam e apanhavam sol sempre que o desejavam. Para serem protegidas dos predadores – ratazanas, doninhas ou outros, o Rolinha cobriu o tanque com uma rede de pesca que deixava passar a comida que ele lhes fornecia dia sim, dia não, misturada com uma boa porção de agriões bravos, apanhados num dos poços da horta. Durante o tempo quente cresciam bastante, mas para surpresa do Rolinha, logo que vinha o Inverno deixavam de comer e ficavam a dormir tempo sem fim – hibernavam. Quando voltavam a acordar vinham novamente pequenas mas com muito apetite. Cada uma tinha o seu nome nos antigos donos, enquanto viviam separadas, mas agora como viviam juntas e uma era fêmea e a outra macho ele passou a chamá-las de Júlio e Juliana. Um dia ao ir dar-lhes a comida reparou que a rede tinha um grande buraco e a comida que ficara a boiar desaparecera. Ficou por ali guardando e descobriu uma grande ratazana a sair do tanque pelo buraco da rede. Correu e ela afastou-se em alta velocidade mas as tartarugas estavam bem, não tinham sido maltratadas. Reforçou a rede e elas lá continuam felizes com a sua visita quase diária. Vão viver muitos anos, pois sabe-se que uma tartaruga vive cerca de trezentos anos, a não ser que façam o que a Juliana fez uma vez. O tanque estava demasiado cheio, a rede encostada à água e o Rolinha ao visitá-las ficou com o coração a bater, a bater muito, a Juliana não estava lá dentro. Procurou, procurou e foi encontra-la à beira de um dos poços, a apanhar sol no meio das ervas. Apanhou-a suavemente, ela primeiro meteu a cabeça para dentro da carapaça e depois estendeu-a para fora, deixando que o Rolinha lhe fizesse cócegas no pescoço, como sempre lhes faz. Tinha a carapaça cheia de pequenas dentadas mas não tinha feridas. Voltou com o Rolinha para junto do companheiro e continuou feliz, mas desta vez o Rolinha retirou água do tanque para que a distância à rede não permitisse essas veleidades. A Libertação 13
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Nosso Lar Autor Espiritual: André Luiz I Psicografado por: Francisco Cândido Xavier Adaptado e ilustrado por: Paulo Henriques I Com a autorização da Federação Espírita Brasileira
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LEITURAS EDIFICANTES
ANO LETIVO 2014-2015
As férias representam o momento ideal para nos dedicarmos mais à leitura de obras espíritas. E não há nada melhor do que aproveitar esse tempo para ler um pouco mais. Relembramos que através de um serviço que a FEC lhe oferece através da Internet poderá adquirir diferentes obras espíritas para ler. Basta aceder a www.espiritodolivro.com – a nossa Biblioteca virtual –, registar-se e consultar o imenso catálogo que lá se encontra disponível, fazendo as encomendas que pretender. Mas, se gostava de ler uma determinada obra e se, por qualquer motivo, não a puder comprar, recordamos também a existência do serviço de Biblioteca que lhe oferece uma lista variada de obras espíritas de diferentes autores que poderá requisitar – por um período determinado de tempo - e ler em casa.
Com o final do mês de setembro, e a celebração do Aniversário desta Casa Espírita, chega o momento de começar o novo Ano Letivo na FEC. O Estudo Doutrinário 2014-15 reiniciará no dia 1 de outubro; as aulas de Estudos Espíritas (para os adultos) irão recomeçar a 6 de outubro e as inscrições estarão disponíveis na recepção a partir de setembro. Renovamos o convite para estarem presentes nas sessões de Estudo Doutrinário (4ª feiras) e para se inscreverem nas aulas de Estudos Espíritas (2ª feiras). Contamos com a sua inscrição!
r! e l é te n a t r o O imp
Por: Sílvia Almeida
PASSE ÀS 5ªs FEIRAS Relembramos que, as crianças e jovens que frequentam o DIJ, uma vez que não teremos atividades ao Sábado durante os meses de Julho e Agosto, poderão continuar a beneficiar da Assistência Espiritual às 5ªs feiras. ABERTURA DO ANO LETIVO DIJ No dia 4 de outubro reiniciamos as atividades DIJ com um novo ano letivo pleno de atividade e alegria. Esperamos por todos, crianças, jovens e pais, neste dia em que voltamos à escola de Jesus para aprender tudo o que nos faz bem à alma; todos os conteúdos capazes de transformar cada criança e cada jovem num futuro Homem de Bem.
86º ANIVERSÁRIO DA FEC - 28 de setembro de 2014 A Fraternidade Espírita Cristã celebrará o seu 86ºAniversário no dia 28 de Setembro. Este dia marcará o reinício de todas as atividades. Convidamo-lo, desde já, a estar presente para comemorar connosco esta data tão especial.
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CAUSA E EFEITO - O MAIS NOVO FILME ESPÍRITA
Depois do sucesso da parceria com O Filme dos Espíritos, a produtora Estação Luz Filmes e a paulista Mar Revolto Produções voltam-se a unir para a realização de um novo filme. Trata-se da longa metragem Causa e Efeito, segundo filme de André Marouço, que produziu, escreveu e dirigiu em 2011 O Filme dos Espíritos, que ganhou o prémio de melhor roteiro no Sesc Melhores Filmes. As filmagens do Causa e Efeito foram iniciadas em maio de 2013 em São Paulo. O filme é um drama espírita que conta a história de Paulo, um policia que tinha uma vida tranquila até que um motorista alcoolizado atropela e mata a sua esposa e filho. O motorista não é preso e revoltado Paulo torna-se justiceiro. Contratado para matar uma prostituta chamada Madalena, ele sensibiliza-se com a sua história e foge com ela. Na fuga, o casal apaixona-se e juntos reajustam a sua conduta, auxiliados por um trio de religiosos: um padre, um pastor e um espírita. Ao longo da trama os protagonistas alcançam o amor, a paz e a iluminação.
ARTIGO PUBLICADO NUMA REVISTA MÉDICA APRESENTA ANDRÉ LUIZ
O A r t i g o publicado numa revista médica europeia, de repercussão m u n d i a l , apresenta André Luiz à Ciência Médica. Uma vitória da AME Brasil e Internacional. "Historical and cultural aspects of pineal gland: comparison between the theories provided by Spiritism in the 1940’s and the current scientific evidence.” (Aspetos históricos e culturais da glândula pineal: comparação entre as teorias fornecidas pelo Espiritismo na década de 40 e as evidências científicas atuais). Com a finalidade de estabelecer se André Luiz trouxe informações relevantes, o departamento de pesquisas da AME BRASIL, liderado pelo Dr. Giancarlo Lucchetti, levantou na obra de André Luiz todas as informações sobre a glândula pineal e comparou-as com os conhecimentos da época em que os livros foram escritos e com os que a ciência obteve nos últimos 20 anos. O resultado encontrado pelos autores do artigo, que mereceu publicação na respeitada revista Neuroendocrinology Letters, foi surpreendente. André Luiz antecipou informações que foram postuladas, pesquisadas e confirmadas 60 anos depois da publicação do livro Missionários da Luz. A publicação do artigo representa um marco histórico, pois assinala a entrada de Francisco Cândido Xavier numa das mais respeitadas bases de dados da literatura médica mundial, o Pubmed. O artigo demonstrou que a mediunidade é uma forma não usual de obtenção de conhecimento e que André Luiz, através de Francisco Cândido Xavier, trouxe uma colaboração inusitada à Ciência Médica.
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Nosso Lar Nosso Lar é o nome da Colónia Espiritual que André Luiz nos apresenta neste seu primeiro livro. Em narrativa vibrante, o autor transmite-nos as suas observações e descobertas sobre a vida no Mundo Espiritual, atuando como um repórter que regista as suas próprias experiências. Revela-nos um mundo palpitante, pleno de vida e atividade, organizado de forma exemplar. Nosso Lar permite-nos antever o Mundo Espiritual que nos aguarda, quando abandonarmos o corpo carnal pela morte física. Editora: FEP
Quem é o Cristo? Teria sido Jesus um deus ou um herói? Um revolucionário ou um chefe político? Um mago ou um visionário? Diante dessas interrogações do Ocidente e do Oriente, o Espírito Francisco de Paula Vitor vem-nos esclarecer a respeito do Homem de Nazaré, valendo-se das referências que Ele fez a si próprio, enquanto desempenhou a sua missão entre os homens, na Terra. Dessa forma, o Benfeitor Espiritual oferece-nos a resposta possível para essa instigante quão velha pergunta: Afinal, quem é o Cristo? Editora: Frater
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Quedas e Ascensão Da Espanha do início do século XIX, onde foram vencidas pela paixão e ambição, as personagens deste livro retornam, pela reencarnação, a um país da América do Sul, onde experimentam as dores e as alegrias na sua ascenção espiritual. Victor Hugo, ressurge pela mediunidade de Divaldo Franco, para nos brindar com as páginas deste romance cativante, que prende a atenção do leitor desde as primeiras páginas. Um livro simultaneamente narrativo e doutrinário, que, nas palavras do autor, representa "uma advertência e uma proposta saudável para a felicidade de todos". Editora: LEAL
Paulo e Estêvão Depois de décadas de existência, o romance Paulo e Estêvão ainda é considerado uma obra-prima da parceria entre o Espírito Emmanuel e o médium Francisco Cândido Xavier. Presença constante entre os mais vendidos, o livro mostra a relação entre Paulo e o apedrejamento de Estêvão – o primeiro mártir do Cristianismo –, o profundo amor do apóstolo pela noiva Abigail e a forma como o obstinado perseguidor de cristãos se converteu ao trabalho em prol do Cristianismo e transformou a sua vida num exemplo de luta, fé e amor. Editora: FEP
100 reflexões filosóficas e cor local nos romances mediúnicos de Victor Hugo Trata-se de uma coletânea de comentários e considerações sobre os mais variados temas, todos de grande interesse. Nessas profundas e sábias reflexões, o mestre Victor Hugo transmitenos - com o seu inconfundível e magistral estilo literário - lições de grande utilidade para a nossa aprendizagem doutrinária. Apresentando o selo de qualidade da editora LEAL, é uma obra riquíssima que não pode faltar na sua coleção. Editora: LEAL
Nº 123 Ano XXX julho/agosto/setembro 2014 Nome do Proprietário e Editor Fraternidade Espírita Cristã Morada Sede do Proprietário e Editor, Redação e Impressão- Rua da Saudade, nº 8 1º 1100-583 Lisboa, Portugal Nº de Contribuinte - 501091670 Nº de Registo na ERC - 109883 Nº de Depósito Legal - 10.284/85 ISSBN - 0871-4274 Direção: Diretor - Maria Emília Barros Diretor Adjunto - Maria do Carmo Almeida Colaboradores: Carmo Almeida Célia Galego Joaquim Tempero Paula Alcobia Graça Paulo Henriques Sílvia Almeida Periodicidade - Trimestral Tiragem - 500 exemplares Realização: Imagem Gráfica Sara Barros Montagem Zaida Adão