A Libertação 124

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Ano XXX - Nº 124 - 1 de outubro de 2014 - Trimestral - outubo/novembro/dezembro 2014 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA AOS SÓCIOS


2ª Feira Estudos Espíritas - 20h00 - 21h30 ESDE – Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita – Ano III EIMECK Estudo e Interpretação da Mensagem dos Espíritos Codificada por Kardec – Ano II Estudo Básico das Obras de André Luiz - Ano I Com inscrição prévia

3ª Feira Integração no Centro Espírita - 17h00 - 19h00 (Entrevista individual) Com inscrição prévia

5ª Feira Assistência Espiritual - 17h30 - 19h30 - (Passe) Atendimento Fraterno – 18h00 – 19h45 Momento de Reflexão – 19h00 K Iniciação (Iniciação ao Estudo da Doutrina Espírita) – 19h30 – 20h30

Sábado Aulas D.I.J. - 15h00 - 18h00 (Aulas de Evangelização Infanto-Juvenil e Atividades Complementares) Assistência Espiritual para crianças e jovens - (Passe) – 15h30 – 16h30 Receção Individual – 16h00 – 17h00 Estudo Básico das Obras de André Luiz - Ano IV (para adultos) 16h30 – 18h00 Com inscrição prévia

- Editorial E agora porque te deténs? - Houve um tempo... Espiritual - Evangelho..Ajuda-te a ti mesmo...! - Espíritas de Ontem - Natal - Histórias do Rolinha - Os Malteses - BD - Nosso Lar - Notícias

Domingo Estudo Doutrinário - 17h00 - 18h00 - (Palestra) Assistência Espiritual - 18h00 - 18h30 - (Passe) Sessão Evangélica “Casa do Caminho” - 18h30 - 19h20 (Sessão de oração e comentário do Evangelho) Atendimento Fraterno - 17h00-19h00 Livro Pronto Socorro Espiritual – 18h00-18h30 Sessões públicas Com transmissão vídeo on-line em direto em - http://www.fec.pt


outubro / novembro / dezembro

Editorial

O Centro Espírita, instituição humana de inspiração divina, é composto pelas instalações terrenas, frequentadas pelos humanos, as quais estão ligadas a uma construção espiritual onde permanecem os Benfeitores desencarnados que são responsáveis pela Instituição, e onde igualmente se recolhem os Espíritos sofredores que ali são assistidos. É um espaço privilegiado da sociedade moderna, nem sempre devidamente valorizado e respeitado, mas que se constitui como invisível porto de abrigo para uns, hospital para outros, que a ele são transportados mesmo que nada conheçam da Doutrina Espírita. Na verdade, muitos reencarnados, e por intervenção dos seus Mentores Espirituais, para ali são encaminhados durante as horas do sono físico, para receberem Assistência Espiritual ou para serem elucidados sobre situações para as quais precisam de esclarecimento. Tal como desencarnados, muitas vezes confrontados com a morte do corpo físico sem qualquer preparação religiosa, que ali são recolhidos para os primeiros esclarecimentos e mesmo tratamentos de que se encontrem necessitados. A Assistência Espiritual que o Centro Espírita fornece, desdobra-se para alcançar os vários tipos de pedidos ou de urgências que os reencarnados apresentam. E muitos não chegam a ser apresentados aos responsáveis pelos vários trabalhos. Por vezes, estão apenas nos pensamentos, nesses pedidos mentais de socorro para si próprios ou para os seus entes queridos. De outras vezes, são Amigos desencarnados que se socorrem da organização espiritual para ajudarem os seus protegidos também desencarnados, a viver situações de grande aflição. Igualmente, quando se dão os grandes acidentes ou catástrofes, seja em área próxima das instalações ou não, o Centro Espírita serve como grande hospital a recolher as vítimas dessas situações difíceis. As atividades de Assistência Espiritual prosseguem, portanto, nas instalações terrenas e nas do Espaço, fazendo com que as equipas trabalhem por vezes em simultâneo, em conjunto mas em momentos diferentes ou apenas na zona espiritual. Muito há a referir sobre as atividades de Assistência Espiritual que o Centro Espírita fornece. Sobretudo, muito há que agradecer a Deus pela existência destas instituições que, de construção recente ou mais antiga, são sempre redutos do amor profundo com que o Criador a todos envolve, sem distinguir crença ou condição, a fim de que todos possamos caminhar acompanhados pela Sua proteção, pelo Seu amparo.


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Para aqueles que gostam de história não é raro interrogarem-se o que terão sido em reencarnações passadas, nessas épocas longínquas, especialmente naquelas que exercem um fascínio particular sobre quem as estuda: Que personagem seria, nesse cenário que a imaginação tenta restaurar? Estaria à altura dessa época fascinante ou submerso pela ignorância, desprezava o que hoje reconhece e valoriza? Uma das épocas fascinantes da história da humanidade é a época do Renascimento, no séc. XV e XVI. Uma época que rompe firmemente com o obscurantismo da Idade Média, trazendo uma nova luz às consciências e à vida dos homens, através de uma falange de Espíritos com conhecimentos muito elevados e que, profundamente corajosos, enfrentando a ignorância e o perigo do poder temporário, num gesto vigoroso e paulatino, trouxeram uma nova concepção do mundo e do homem. A ideia do mundo é renovada com a noção de infinito; ao homem são valorizadas as possibilidades internas, consideradas preciosas e ilimitadas. Surge uma nova ideia de Deus, bem como uma nova religiosidade, sem intermediários, mais intimista, sincera, natural, expressa nas

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obras e na reflexão direta dos Evangelhos, que raras eram as pessoas que conheciam. A Bíblia é, nessa altura, traduzida do latim para a língua materna; a imprensa, grande invenção da época, divulga-a aos laicos; florescem todas as outras expressões de progresso científico e filosófico, profundamente marcantes. Espíritos eminentes impressionam, ainda hoje, com o seu talento, a sua curiosidade científica e a sua obra, como por exemplo Leonardo da Vinci, que era técnico, engenheiro, anatomista, arquitecto, estratega militar e ainda artista. Mas como ele, encontravam-se muitos outros a cumprirem a sua parte na obra comum, reunindo em si várias áreas do saber. É o caso de Alberto Durer, Miguel Ângelo, Copérnico, Giordano Bruno, Galileu Galilei, Erasmo de Roterdão, Jan Huss, John Wyclif e tantos outros. É natural e justo o fascínio, mas não desprezemos a época presente e despertemos para o momento fascinante que vivemos hoje. É, talvez, comparável à época acima referida, senão vejamos: o progresso científico é galopante; as consequências do progresso tecnológico das últimas décadas


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são difíceis de prever pelos sociólogos c o n te m p o r â n e o s , e m e s p e c i a l o u s o generalizado da internet, cuja percussão é comparável, hoje, à percussão da Imprensa no séc. XV. A globalização aproxima os povos de um modo mais profundo, hoje, do que anteriormente, na medida em que difunde o conhecimento às massas, mistura culturas, diluindo o espírito sectário e tradições obsoletas. E é neste cenário que progressivamente, firmemente, uma nova concepção do homem e do mundo é divulgada pela luz do Espiritismo, revelando, como no séc. XV, “novos mundos ao mundo”. Reforçando a dimensão espiritual do homem, revela com detalhes uma nova dimensão da vida, fundamentando com maior rigor as leis morais do comportamento humano. Reposiciona o papel de todos os elementos da criação divina, renovando no Homem a compreensão de Deus e a perspectiva da vida, levando-o a compreender de onde vem, porque está, e para onde vai. É uma revolução profunda, jamais atingida antes, que se traduz numa demolição paulatina do erro, da ilusão e dos prejuízos do materialismo, bem como do fanatismo, com consequências inevitáveis em toda a estrutura social, iniciadas na renovação moral do indivíduo. Quando nos predispomos a estudar, metódica e perseverantemente, a Doutrina Espírita ficamos fascinados com a sua coerência e o seu alcance em todas as áreas do saber; ficamos revitalizados na inteligência e no coração,

sentindo o consolo e o fortalecimento no íntimo da alma. Quando nos detemos a ler sobre o percurso dos trabalhadores e divulgadores espíritas, ficamos com a certeza de que este é um momento fantástico, na renovação moral do planeta. Não é um momento acabado, é um momento em que muitos Espíritos se encontram reencarnados, arregaçam as mangas e metem as mãos na charrua, arrastando atrás de si muitos outros. Nós estamos a ter a oportunidade não só de o testemunhar, como também de o viver, contribuindo com a nossa parte nessa revolução. A renovação social pela renovação moral do indivíduo, que o Espiritismo proporciona com o seu esclarecimento abrangente é, segundo Bezerra de Menezes, “o programa da actualidade sob a inspiração do Cristo”. Como continuar a hesitar no serviço que nos é proposto? Como não servir sinceramente com todas as forças da alma, engrossando essa falange renovadora? Como adiar o desafio dessa aprendizagem e como impedi-la aos nossos filhos? Como considerá-la menor perante outras ofertas do mundo? Tentemos projectar-nos num futuro em que, estudando a época fecunda que atravessamos, interrogaremos, tal como hoje, “que personagens fomos?” e compreenderemos melhor a interrogação de Ananias a Paulo de Tarso, depois de o curar da cegueira e de o informar sobre o que Jesus esperaria dele: , “Agora, porque te deténs?” .

uma nova concepção do homem e do mundo é divulgada pela luz do Espiritismo, revelando, como no séc. XV, “novos mundos ao mundo”. Reforçando a dimensão espiritual do homem


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Carmo Almeida

Houve um tempo... na FEC, em que se ouviu falar de obsessões e de obsessores. E nesse tempo ficámos a saber que aqueles que assim são definidos – os Obsessores – são as vítimas do mau proceder de alguém. E ouvimos também que, aquele que agora chora e se sente perseguido é, quase sempre, o algoz que noutro tempo feriu e arrastou a sua vítima para o sofrimento. Os trabalhos de Assistência Espiritual, no Centro Espírita, comprovam essa verdade, desdobrandose em atividades de socorro aos infelizes. Por isso, este trabalho é dedicado à Assistência Espiritual no Centro Espírita, na Fraternidade Espírita Cristã. Chegados àquele momento em que os distúrbios físicos e psíquicos para os quais a ciência não tem explicação se tornam insuportáveis; quando as dificuldades estão sempre presentes e a alma se sente incapaz de continuar a lutar, bate-se à porta do Centro Espírita. E esse dia torna-se inesquecível. Sem que se saiba porquê, o ambiente que se encontra nunca nos deixa indiferentes. É a Assistência Espiritual agindo, silenciosamente... Logo à chegada, na sala de Receção, que no

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Espaço é designada como Sala de Acolhimento, Equipas compostas por Espíritos amigos acolhem cada pessoa como se fosse única no universo. Por vezes são familiares de outras épocas quem nos recebe, exultantes! De outras vezes, são os Benfeitores que estão ligados a este Lar, que vivem na sua réplica espiritual e na qual se movimentam. Há vigilantes e guardas que, por vezes, intervêm no sentido de não permitir a entrada a Espíritos perturbadores e arruaçeiros cujo objetivo é apenas produzir mal-estar. Criam barreiras magnéticas que os impossibilitam de acompanhar os reencarnados que entram por estas portas sem no entanto os impedir de beneficiarem dos trabalhos aqui realizados. Para isso existem equipamentos de som e painéis exteriores a partir dos quais podem assistir ao que aqui se passa. Assim que se marca a entrevista, as equipas espirituais registam a identificação dessa pessoa, com pormenores que definem as suas necessidades reais, registo esse que se mantem atualizado ao longo do tempo. É a Assistência Espiritual na sua vertente anónima. Com o tempo surgiu, através de psicografia, um


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texto que deu origem a um vídeo que tem sido atualizado mas mantém uma parte do texto inicial e que é uma maneira de dar as boas-vindas a quem chega e também fornecer as primeiras instruções sobre o que é o Centro Espírita. O dia da semana definido para receber quem chegava pela primeira vez foi a terça-feira, e assim se mantém até hoje. E enquanto nas salas terrenas se recebe e orienta quem chega, no ambiente espiritual igualmente se dá as boas-vindas aos seus acompanhantes invisíveis. As equipas espirituais acompanham a entrevista preenchendo, em simultâneo, com o trabalhador reencarnado, a Ficha Espiritual do Assistido. Depois que todos partem, reúne-se o Grupo Mediúnico em privado, e inicia-se a Assistência Espiritual aos casos recebidos nesse dia. Por serem, maioritariamente, situações de aflição, de perturbação física e psíquica os motivos que traziam as pessoas ao Centro Espírita, a todos era e é ainda recomendado que assistissem à Palestra de quarta-feira, e também que viessem à quinta-feira, designado dia de Assistência Espiritual, porque era o dia em que, tal como ainda hoje, se fazia o Passe, e em que todo o ambiente do Centro Espírita se transforma num hospital, cuidando tanto de reencarnados quanto dos desencarnados. É esse também o dia do Atendimento Fraterno, onde se podem colocar dúvidas e pedidos de ajuda, em atendimento privado. Ta m b é m n e s t e d i a a s a t i v i d a d e s s e revestiam/revestem de um profundo respeito pela dor. Os trabalhos mantêm o seu início ao final da tarde, a partir de uma Abertura centrada na preparação de um ambiente que a todos favoreça e permita que, no momento de imposição das mãos, cada Assistido esteja tão envolvido, tão tranquilo que possa absorver tudo o que lhe está a ser ministrado. Porém... houve um tempo em que, na noite de sexta-feira começou a fazer-se um trabalho diferente de todos os outros. Surgiu a Sessão Evangélica Casa do Caminho, um trabalho sobretudo de reflexão interna sobre os ensinamentos de Jesus. A sua estrutura, que não conhecemos haja igual em qualquer outro lugar, tinha como ponto de partida a existência dos doze Apóstolos de Jesus, recordados, um a um, em cada noite. Ao fim de muito pouco tempo, porém, os Benfeitores Espirituais informaram que os Apóstolos a

recordar seriam aqueles que lembramos atualmente, e não exatamente os doze nomes que a história guardou. Posteriormente, durante os trabalhos mediúnicos realizados em privado, e a pedido dos sofredores ali assistidos, surgiu o nome de Maria de Magdala e, encerrando o ciclo acrescentou-se ainda a noite dos Apóstolos Anónimos das Casas do Caminho da Antiguidade.

As nossas necessidades espirituais são sempre muitas e variadas e, por isso, o Centro Espírita vai criando recursos que permitam socorrer a quem quer que seja.

No princípio da década de 90, no final desse trabalho, a mediunidade continuou a ser exercida, em privado, e pela psicografia começaram a surgir textos que tinham como objetivo constituir a base de uma Apresentação a ser realizada durante a tarde e noite de 5ª feira, a fim de ajudar a criar o ambiente propício a uma ajuda mais eficaz. Esses textos eram gravados durante o fim-de-semana, ilustrados através de slides e passados depois em forma de diaporama… e a esse trabalho chamouse “Espaço Passe”. As nossas necessidades espirituais são sempre muitas e variadas e, por isso, o Centro Espírita vai criando recursos que permitam socorrer a quem quer que seja. É assim com a “Ficha de Irradiação” que, sempre que é preenchida desencadeia a ajuda das equipas que se deslocam para visitar essas pessoas, não deixando nunca que esses pedidos sejam esquecidos. O mesmo se passa com os nomes inscritos no livro “Pronto Socorro Espiritual”. E para amparar aqueles casos de problemas físicos mais graves, foi criado por indicação dos Benfeitores o “Ambulatório Espiritual”. A partir de uma simples caixa de lenços de papel, podemos obter uma ajuda que vai desde o estagnar do desenvolvimento da doença até ao adiar desse desenvolvimento para o final da existência, se for imprescindível que se passe por essa situação. No entanto, se houver mérito

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suficiente da parte do Assistido, é possível alcançar a cura para esse problema grave. Essa caixa é analisada pelos Médicos Espirituais, sendo os lenços impregnados de magnetismo, pelos Espíritos encarregados dessa tarefa. E a caixa é devolvida no dia seguinte, no final do trabalho “Casa do Caminho”, beneficiando assim da magnetização geral que o Centro recebe no final da Sessão Evangélica. A pessoa que pede ajuda tem de se preocupar em adquirir a caixa, aumentar um pouco a abertura superior da mesma, escrever nela o seu nome e o órgão doente, receber o passe na quinta-feira e assistir ao trabalho de sexta. Estes passos são essenciais para que nada se perca da ajuda que é fornecida pelos Espíritos. Os lenços, aplicados diariamente, durante o período de repouso da noite, removem as energias deletérias e repõem as substâncias de que se encontram impregnados. Não tem contraindicações, não produz qualquer outra reação que não seja a do bem-estar e a única situação que se deve acautelar é a de não deixar que a caixa seja exposta aos raios solares porque, tal como com vários medicamentos das nossas farmácias, a luz solar altera a composição do magnetismo ali colocado. O mesmo se passa também nas salas onde se faz o Passe, que estão sempre envolvidas em penumbra, porque a luz solar pode anular alguma propriedades do magnetismo espiritual utilizado nessas tarefas. Houve um tempo... em que as circunstâncias permitiram que se realizassem trabalhos mediúnicos diariamente, durante as tarde, dirigidos aos sofredores desencarnados. Um trabalho que atingiu uma dimensão de que não podíamos suspeitar. Ficou conhecido como “Oração para as Colónias Espirituais”, um conjunto de Colónias onde se reúnem Espíritos

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sofredores agrupados em várias categorias diferentes. Para os sofredores dessas pequenas cidades do Espaço, era um modo de se recuperarem e de sentirem alívio. De referir também que, mesmo nos poucos dias em que as atividades estão encerradas – por férias ou por nos deslocarmos em ações inseridas no Movimento Espírita Português, os trabalhos realizados no Espaço não cessam nunca. Se racionalmente não tínhamos dúvida de que assim era, numa certa altura, ainda a Sessão de sexta-feira tinha poucos meses, tivemos a confirmação. Porque se iria suspender o trabalho uma semana, pensámos retomar na semana seguinte, o Apóstolo que seria recordado se não tivesse havido interrupção. No entanto, um dos Espíritos ligados à execução do Trabalho apressou-se a informar que, na verdade, na Terra não se faria o trabalho mas no Espaço ele iria continuar. Além disso, há também muitas outras atividades que não podem ser executadas por falta de tempo mas que têm a sua continuidade durante o período noturno, podendo tanto os trabalhadores reencarnados quantos os frequentadores fazer parte desses trabalhos, o que realmente acontece., como se verifica pelos muitos testemunhos que partilhamos, dos sonhos em que nos revemos em trabalho na FEC. Associada a qualquer atividade do Centro Espírita, a Assistência espiritual está sempre presente. Deus tudo cria para benefício dos seus filhos. Por isso, quem de nós sabe tudo o que Assistência Espiritual deste espaço Espírita, Escola, Hospital e Templo tem para nos oferecer? Não sabemos o quanto, mas sabemos que é muito, seja no presente ou noutro tempo qualquer. E é por isso que nele queremos estar, haja o que houver!


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O curso “Jesus Contemporâneo – viagem ao mundo das emoções” chegou ao fim depois de dois anos cumpridos no estudo do legado de Amélia Rodrigues, através da psicografia de Divaldo P. Franco. Deixamos aqui uma das sínteses realizadas na última aula do curso, no final do ano letivo, por um dos participantes neste estudo. O curso Jesus Contemporâneo pretendia levar-nos de volta à época de Jesus, fazer-nos reviver paisagens, aromas, emoções relacionados com a passagem do Mestre pela Terra há mais de dois mil anos, ajudando-nos também, desse modo, a entendê-lo melhor e a sentir de forma mais clara a mensagem que nos deixou.

“Através do exemplo e da palavra, Jesus usou ideias e conceitos, alguns já conhecidos, mas aos quais imprimiu nova extensão e compreensão, tornando-os absolutos, universais. Do amor fez emanação divina, aplicável a todas as pessoas e em todas as situações da vida diária, à face da Terra. Ele próprio, através do exemplo prático, o demonstrou nas mais diversas ocasiões. É claro que como valor absoluto o amor se manifestou nas mais diversas ações que ele foi praticando, aparecendo sob a forma de caridade, perdão, misericórdia, esperança, fé, e outros mais valores que fazem parte da sua mensagem transcendente, indicando à humanidade os procedimentos certos, a prática do bem, a caminho do “Reino dos Céus”. Manuel Lucas

Jesus usou ideias e conceitos, alguns já conhecidos, mas aos quais imprimiu nova extensão e compreensão, tornando-os absolutos, universais.

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1. Pedi e se vos dará; buscai e achareis; batei à porta e se vos abrirá; porquanto, quem pede recebe e quem procura acha e, àquele que bata à porta, abrir-se-á. Qual o homem, dentre vós, que dá uma pedra ao filho que lhe pede pão? Ou, se pedir um peixe, dar-lhe-á uma serpente? Ora, se, sendo maus como sois, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, não é lógico que, com mais forte razão, vosso Pai que está nos céus dê os bens verdadeiros aos que lhos pedirem? (Mateus, 7:7 a 11.)

Desde a infância da humanidade, a máxima “Buscai e Achareis” esteve sempre presente, ressoando por toda a parte. O Criador nunca deixou os Seus filhos desprovidos do essencial para que evoluíssem. Ao Ser Humano concedeu o maior recurso – a inteligência – distinguindo-o dos animais irracionais de forma única e incomparável. Fazendo uso da inteligência, embora de forma ainda muito primitiva, o homem lutava pela sua sobrevivência, procurava nos recursos ao seu alcance os meios de se abrigar, alimentar, agasalhar e proteger. Procurava esses recursos e adaptava-os à medida que os descobria, que ia adquirindo a técnica que só a experiência permite alcançar. Deus concede ao Ser Humano, ao contrário dos animais, o desejo incessante de se melhorar, conforme analisa Allan Kardec. É esse desejo que o impele a procurar sempre o melhor. Num momento que os materialistas considerariam de mero acaso, a faísca surgiu entre duas pedras que mãos rudes movimentavam. E foi preciso persistência e energia até adquirir a técnica que permitia acender o fogo e mantê-lo. Buscai e Achareis! O fogo, depois o ferro, a descoberta do uso que poderia ser dado aos metais e o esforço por adquirir a técnica que permitia trabalhá-los segundo a vontade humana. Buscai e Achareis meus filhos! Os apelos incessantes do Criador ecoavam por toda a parte. De descoberta em descoberta, desde o ar à face da Terra ou às profundezas das minas, a alma humana ouvia no seu íntimo esse apelo do Pai. Só assim a inteligência se desenvolveria, pelo esforço próprio de pesquisa, pelas tentativas e erros que constituem o processo de aprendizagem. De pesquisa em pesquisa, com o passar dos séculos, surgiram invenções fabulosas que prepararam o caminho para a Humanidade chegar aos dias actuais, conforme a conhecemos. Buscai e Achareis era a vontade do Pai! Buscai os meios, as técnicas; Eu vos darei os recursos necessários na altura certa e os Meus Emissários vos guiarão, através da inspiração, para que a busca seja bem sucedida. Na nossa visão pequenina das coisas, por vezes questionamos do alto da nossa

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ignorância: se Deus é omnipotente, porque não nos deu já tudo pronto? Se os Espíritos Superiores tanto sabem, mais do que nós, porque não nos dão a conhecer essas verdades? Porque não nos explicam as soluções para os problemas humanos? Pois se Deus houvesse poupado o homem ao trabalho físico/intelectual, o seu corpo físico teria atrofiado, o seu cérebro não se desenvolveria pois que lhe faltava o exercício necessário. Em consequência, o Espírito permaneceria na infância espiritual. A inteligência é atributo do Espírito, sim, mas precisa de ser desenvolvida, assim como a moralidade. Surgiu pois a Filosofia e a Ciência e através delas a máxima se concretizou mais profundamente: buscar, procurar, investigar, conhecer e aprender sempre mais. Pelas pesquisas: a inteligência desenvolveu-se e engrandeceu, duros golpes foram dados na ignorância, o progresso tecnológico atingiu patamares inimagináveis, extraordinários. Como às necessidades do corpo sucedem-se as do Espírito, depois do alimento material o homem precisa do alimento espiritual. As necessidades do corpo e as do Espírito levam ao progresso intelectual e moral, respectivamente. Só assim foi possível ao homem passar da selvajaria à civilização e da civilização material à civilização moral que procuramos ainda alcançar. Na verdade, desde os primórdios, a Humanidade procurou Deus. Procurou-O primeiramente nas forças da Natureza (no trovão, no sol, na árvore) e encontrou-O sempre, porque Deus é omnipresente e toda a Sua obra está impregnada pela Sua presença. Inclusive, a criatura humana é centelha divina; como o filho tem no sangue o ADN paterno, tendo, dessa forma, em si, um pouco do Pai, sendo portador dessa herança inapagável. Buscai e Achareis! O Homem começou a olhar para dentro de si, da sua alma e a descobrir essa herança divina, essa luz que o Pai depositou no seu íntimo. A Razão desenvolveu-se e com ela o Discernimento, cada vez mais apurado, de escolher entre o certo e o errado, entre o bem e o mal, entre o que nos rebaixa e o que nos eleva, entre nos deixarmos arrastar pelas forças inferiores que acumulámos na nossa alma ou nos ligarmos aos Planos da Verdade, da Vida e dos Mentores Amigos que nunca nos abandonarão, porque o Pai Misericordioso e Soberanamente Bom não se esquece dos filhos. “Buscai e achareis; Pedi e dar-se-vos-á”. Se pedirmos a luz para clarear o nosso caminho, ela nos será dada; se pedirmos a força para resistir ao mal, ela chegará; se pedirmos bons conselhos, eles jamais serão recusados. Dependerá apenas da fé e da humildade com que pedirmos. A mensagem permanece nos dias de hoje para todos os homens: Buscai e Achareis! Para todos sem exceção: desde o investigador do infinitamente pequeno pela lente do microscópio ao pesquisador do infinitamente grande pela lente do telescópio; desde o que trata de amanhar a terra ao que estuda os fenómenos atmosféricos; desde o que ensina ao que aprende; desde o que defende a natureza, os animais ou os cidadãos ao que se defende a si mesmo de cair nas tentações a que a alma está sujeita; desde os que cuidam dos corpos e salvam vidas aos que, devotadamente, salvam as almas, incentivando-as ao Bem e ao Amor. Todos os Espíritos, encarnados e desencarnados, estão sujeitos ao “olhar” atento do Criador que aguarda e incentiva que O procurem em todas as Suas expressões, nas mais variadas áreas da vida, através da Ciência, da Filosofia, da Religião. Curioso como só há 2000 anos essa mensagem ficou definitivamente registada nos documentos humanos pela letra do apóstolo Mateus, reproduzindo as palavras inigualáveis do Mestre Jesus, apesar de ter estado impressa na Natureza e nas consciências desde sempre: “Buscai e achareis; Pedi e dar-se-vos-á; Porque todo o que pede, recebe; e o que procura acha.” 11 A Libertação


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Entre todas as quadras do ano, o Natal é aquela que mais interesse desperta na nossa alma, a que mais nos comove, nos enternece e nos convida à meditação. Parece que em cada lar, ainda o mais triste e mais vazio de conforto, se pressente como que um ruflar de asas mansas, acompanhado de um suave perfume religioso e incomparável. Todos os afetos se tornam mais firmes, há em cada um de nós o desejo de muito sentir. O amor transborda dos nossos corações numa onda de pureza; a nossa alma pacifica-se, todas as tempestades se acalmam. Natal! Natal! E há risos nas bocas das crianças; há esperanças na alma dos moços… e a alma dos velhos enche-se de recordações e de saudades… ……………………………………………………………………………………………………………… ………………………………… Oh! Minha mãe! Vejo-te, afadigada e contente, ornamentando de flores, guarnecendo de murta cheirosa o altar sobre que se erguia, no seu eterno sorriso, no seu eterno gesto de bênção, o lindo Menino Jesus que me legaste… À meia-noite acendiam-se as velas de cera, em grande profusão, e o Menino, lá no alto, resplandecia, e os lumes faziam cintilar as doiradas bordaduras da sua túnica de cetim… Ia na casa toda uma azáfama enorme;- cristais que tilintavam, azeite que fervia, aloirando os “sonhos” e os “bolinhos”…; corrimaças de crianças entusiasmadas com a “festa”; gritos alegres, uma satisfação completa e franca. E todos trabalhavam, todos queriam contribuir com a quotaparte do seu esforço para as homenagens em honra de Deus Menino. Aqui um prego que se acaba de martelar; ali o tabuleiro das "cearas” em seus pires de variegados matizes; e este conduz um braçado de “espadanas”, aquele um vaso, donde escorrem em fios de neve as “cabeleiras”, nascidas do grão das ervilhacas. E a tua voz, ó minha mãe, cristalina e pura, soava no interior da casa, pondo uma nota de felicidade naquele quadro alacre de família. …. Enchem-se-me os olhos de lágrimas, recordando tudo isto… como esse tempo vai longe! E como tudo mudou! Mas desse tempo tão recuado, que me parece terem decorrido séculos, uma recordação imperecível me resta; e, fechando os olhos, julgo ver, como então, nos meus êxtases de criança, um Menino-Jesus descer da sua peanha e vir deitar-se nos meus braços… Mas não são os olhos parados da imagem que me sorriem…; são os olhos de um garotinho que lá de muito longe enviam, através dos mares, ternas “pilhinhas à avó”… ……………………………………………………………………………………………………………… ………………………………… Oh! Meu Menino Jesus de outrora! Pelo muito que te amei, pela ternura que te consagrei sempre! Permite que a saudosa avozinha ainda possa celebrar o teu Natal, no seio da Família hoje ausente, cingindo no mesmo abraço de despedida para a grande viagem, os filhos, os netos, toda a alegria radiosa do seu Lar! In Luz e Caridade, órgão do Centro Espírita de Braga, dezembro de 1924 A Libertação 12


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Nunca se soube se vieram de Malta ou de grupos de trabalho precário tratados por “malta”. Ainda hoje se diz no Alentejo: “Ó malta, vamos lá à diáfa”. Andavam sozinhos, esfarrapados e de sapatos ou botas cheios de buracos, ironizando-se que era para apanharem ar nos pés e não cheirarem a “cholé”. Ao ombro traziam um saco de serapilheira com uma espécie de bolsa à frente e outra atrás a que se chamava “alforge”. Calcorreavam montes e vales num caminhar sem fim e apareciam no Inverno completamente encharcados e no Verão banhados de suor e aproveitando a sombra dos sobreiros ou azinheiras para dormir de dia, pois caminhavam de noite ou pela fresquinha da manhã. Andavam de monte em monte a pedir pão, carne ou tudo o que lhes dessem já pronto para comer pois não cozinhavam. Era mais um retrato da miséria económica e social na antiga vida naquela província nacional. Conta-se a título anedótico que uma vez, num monte alentejano, deram a dois malteses pão com linguiça. O monte alentejano era o conjunto da casa senhorial, rodeada da casa do “capataz”, dos currais do gado, das cocheiras dos cavalos e mulas e das capoeiras das aves, perus, patos, galinhas e por vezes faisões e pavões. Como um dos irmãos era cego, cabia a tarefa de o guiar ao outro. Sentaram-se a uma sombra para comer o que tão generosamente lhe tinham oferecido, após o que beberam um golo de água do barril de barro, já muito encebado, que sempre transportavam. Então inesperadamente o cego agarrou o irmão por um braço e começou a espancá-lo com o seu cajado. - Então, irmão, eu sou a luz dos teus olhos e tu agora bates-me? - Lá atrás deram-nos pão com linguiça e tu só me deste pão. - Como sabes isso? - O pão cheirou-me a linguiça. Terminado o almoço partiram. Sempre que havia um obstáculo o cego era avisado pelo irmão: - Salta que é rego! Ele saltava e passava o obstáculo. Chegados à frente de um grande sobreiro, diz o irmão muito rápido: salta que é rego! O cego deu um grande pulo, bateu com a cabeça no sobreiro e caiu para trás. - Porque me fizeste isto irmão? - Então lá atrás o pão cheirou-te a linguiça e agora o sobreiro não te cheirou a cortiça? Sentiu-se vingado e lá continuou a guiar o irmão pela estrada fora. A Libertação 13


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Nosso Lar

Autor Espiritual: André Luiz I Psicografado por: Francisco Cândido Xavier Adaptado e ilustrado por: Paulo Henriques I Com a autorização da Federação Espírita Brasileira


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NOVO HORÁRIO DA FEC A FEC alterou o seu programa de trabalhos, com o objectivo de responder de modo cada vez mais eficaz às necessidades daqueles que a procuram. Assim, e de acordo com a nova programação, o Estudo Doutrinário, tradicionalmente às 4ªs feiras e a Sessão Evangélica “Casa do Caminho” às sextas, passaram a ter lugar aos domingos à tarde, entre as 17h00 e as 19h30. O Estudo Doutrinário recomeçará a 5 de outubro e as aulas de Estudos Espíritas (para os adultos) irão recomeçar a 6 de outubro.

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86º ANIVERSÁRIO DA FEC


outubro / novembro / dezembro

Por: Sílvia Almeida

ABERTURA DO ANO LETIVO Com o início do novo ano letivo, reiniciam-se o estudos para crianças e jovens na FEC. A abertura do novo ano terá lugar já no sábado, 4 de outubro, dia para o qual foi preparada uma atividade de boas vindas para pais e filhos, a assinalar o início desta nova etapa. Recordamos que a Evangelização Espírita para crianças e jovens compreende um conjunto de ciclos, constituídos de acordo com as várias faixas etárias, dos 3 aos 21 anos e ainda um conjunto de atividades complementares, como a expressão dramática, a expressão plástica e a música, onde os conteúdos aprendidos nas aulas podem ser relembrados e exercitados de diferentes formas.

28º ANIVERSÁRIO DIJ

ARTHUR CONAN DOYLE Entrevista com Arthur Conan Doyle está no YouTube com legendas em português. Trata-se do único registro audiovisual conhecido do autor. Em breves minutos, Conan Doyle fala sobre Sherlock Holmes e Espiritismo Pode ver a entrevista de Sir Arthur Conan Doyle, feita no verão de 1927 em: https://www.youtube.com/watch?v=8EOYl9Z0 wB8

A Libertação 17


outubro / novembro / dezembro

Psicologia da Gratidão É o mais recente livro psicografado por Divaldo Franco, pelo espírito Joanna de Ângelis. Nesta obra, a autora espiritual trabalha o conceito de gratidão como um reconhecimento agradável por tudo o que recebemos, sentimento verdadeiro que emana do íntimo do ser, em nada semelhante ao que convencionalmente se entende como sendo gratidão, a saber, aquele sentimento/gesto da recompensa pura e simples: “Sem esse sentimento de identificação das manifestações gloriosas do existir, a gratulação não vai além da presunção de devolver, de nada ficar-se devendo a outrém, de passar incólume pelos caminhos existenciais, sem carregar débitos...”. Segundo Joanna, aquele que realmente é grato alcança a verdadeira liberdade do espírito e, ainda que este seja um caminho longo, é fascinante e desafiador. Editora: LEAL

A Caminho da Luz Objetivando orientar o homem de acordo com os desígnios da Misericórdia divina, apresentando reflexões sobre as situações quotidianas à guisa dos ensinamentos e bondade celestes, A caminho da luz é obra merecedora de leitura e estudo para os que buscam compreender o nosso mundo. Nesta inestimável obra, o Espírito Emmanuel narra a história da humanidade sob a luz do Espiritismo, apresentando-nos acontecimentos e experiências que vão desde a génese planetária até as perspectivas para o futuro da Humanidade, elucidando-nos a posição e a importância do Evangelho do Cristo diante da ciência, das religiões e das filosofias terrenas. Editora: FEB

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outubro / novembro / dezembro


Nº 124 Ano XXX outubro/novembro/dezembro 2014 Nome do Proprietário e Editor Fraternidade Espírita Cristã Morada Sede do Proprietário e Editor, Redação e ImpressãoRua da Saudade, nº 8 - 1º 1100-583 Lisboa, Portugal Nº de Contribuinte - 501091670 Nº de Registo na ERC - 109883 Nº de Depósito Legal - 10.284/85 ISSBN - 0871-4274 Direção: Diretor - Maria Emília Barros Diretor Adjunto - Maria do Carmo Almeida Colaboradores: Carmo Almeida Claúdia Andrade Líliana Henriques Manuel Maria Lucas Maria Emília Barros Joaquim Tempero Paula Alcobia Graça Paulo Henriques Sílvia Almeida Periodicidade - Trimestral Tiragem - 500 exemplares Realização: Design Gráfico Sara Barros Montagem Zaida Adão


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