Conto de Natal
Um sonho inesperado Beatriz Braga – 5º C
Era a tarde do dia de Ano Novo. A Margarida e os seus pais estavam a passar as férias de Natal na casa dos avós maternos. A mãe e os avós preparavam todos os petiscos para a grande festa da noite enquanto o pai dormia no seu quarto e a Margarida estava com um pijama rosa, quente e confortável, na sala, na cadeira de baloiço velha, a ser iluminada pela luz da lareira, a ler um dos livros recebidos no Dia de Natal.
A rapariga como já estava ali há bastante tempo, adormeceu sem demora, com um sorriso travesso naqueles lábios bem vermelhos. Minutos
depois
acordou
meia
ensonada
estendida no chão e viu que não estava em casa! Olhou à sua volta e existia uma grande escuridão… só se via um corredor enorme à sua frente, com apenas uma porta que tinha um contorno de luz.
A Margarida caminhou em direcção a ela e avistou pelo canto do olho uma coisa pequena e reluzente. Virou-se e encontrou uma chave agarrada a um fio, em cima de uma tábua de madeira colada à
parede. Pegou nela e logo a prendeu ao pescoço que estava coberto pelo seu castanho, liso e curto cabelo. Por momentos hesitou em entrar mas acabou por o fazer. Ela ficou espantada! Naquela sala existia uma enorme fábrica! Havia animações em todos os lados e imensos brinquedos
a
passar
por
máquinas,
a
serem
construídos.
Seguidamente, um dos esquilos ajudantes do Pai Natal aproximou-se e ficou a olhar, com ar sério, para ela. Usava um traje vermelho, brilhante e radioso com pequenas bolinhas de algodão como o de todos os outros esquilos, como era próprio para trabalhar ali. - Oh, que fofura! Um esquilo! - Exclamou ela. - Mmmm… quem és tu? – Interrogou o animal.
- Ah! Um esquilo falante!!!! Ela desviou-se rapidamente, dando um salto atrás, assustada. - Não te preocupes, sou só um esquilo.
- Não é normal haver esquilos que falam! - Quem é que te disse? A Margarida ficou sem palavras e o esquilo não conseguiu confiar nela. Enfim, era raro estar ali um humano para além do Pai Natal! E ainda por cima de pijama! O velho senhor não tardou a juntar-se a eles:
- Olá Margarida! É sempre bom ter visitas! O que te traz por cá?
- Eu não sei como vim aqui parar! – Declarou ela. Pensou mais um bocadinho e obteve a resposta. – Esperem lá, eu estou dentro do livro! O princípio da história que eu estava a ler encaixa com isto! Mas, como é que é possível? - Tudo é possível. A maior parte das pessoas não acredita em quase nada. A
Margarida
estava
a
achar
tudo
aquilo
demasiado estranho, portanto, decidiu mudar de assunto. - Já que estou aqui à frente de tudo isto, tenho uma pergunta: Porque é que se continuam a fabricar brinquedos se o grande dia de Natal já passou?
- Recebem-se prendas em dias especiais ou sempre que uma pessoa quer fazer outra feliz. – Informou o homem – Esse dia especial serve para avisar que o Natal é todos os dias. Mesmo sendo
assim, ainda há pessoas que necessitam de receber mais carinho do que aquele que já têm. O
esquilo
achou
que
já
tinham
perdido
demasiado tempo na conversa e por essa razão pediu ao Pai Natal para vir também e continuar a trabalhar. Ele decidiu convidar a Margarida para se juntar ao grupo, mas o esquilo não concordou. - Ela é boa pessoa e só está aqui para tentar ajudar, esquilo. Se não queres acreditar, isto vai dar mau resultado. - Está bem. Mas, para me provar, ela vai ter que ser útil aqui. – afirmou, lançando-lhe o desafio. - Aceitas? – Perguntou o Pai Natal. - Claro! Vou já para o trabalho! – Disse a menina. - É assim que se fala!
O senhor das barbas brancas tinha guardado as cartas com os desejos das crianças em lugares diferentes, de acordo com as moradas das crianças. Quando já ia a ler as cartas das crianças de outras moradas, lembrou-se que as tinha guardado num baú fechado a chaves, mas não as encontrou em lado nenhum.
Pediu
à
Margarida
e
aos
esquilos
que
o
ajudassem a procurar e, pouco tempo depois, a rapariga lembrou-se do que tinha encontrado no início daquilo tudo, viu o que tinha preso no pescoço e explicou tudo ao Pai Natal. Ele compreendeu e agradeceu-lhe. - Passaste o desafio. Foste muito útil, obrigada! – Aplaudiu o esquilo.
O tempo foi passando …
- Margarida! Acorda! Adormeceste aí sentada com o livro na mão, já é de noite e o teu Zé e a tia Maria devem estar a chegar! Vai-te vestir e arranjar. Abriu um olho, abriu o outro e ficou contrariada. - Então, isto foi apenas um sonho? Oh... Foi tão fixe e acabou tão depressa! Ela fez o que a mãe lhe mandou e o dia de Ano Novo não lhe podia ter corrido melhor.