Fábulas

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Biblioteca Escolar André Soares

Fábulas Esopo La Fontaine


A lebre e a tartaruga Um dia a Lebre encontrou a Tartaruga e ridicularizou o seu passo lento e miudinho. - Muito bem - respondeu a Tartaruga sorrindo. – Apesar de seres tão veloz como o vento, vou ganhar-te numa corrida. A Lebre, pensando que tal era impossível, aceitou o desafio. Resolveram entre elas que a raposa escolheria o percurso e seria o árbitro da corrida. No dia combinado, encontraram-se e partiram juntas. A Tartaruga começou a andar no seu passo lento e miudinho, nunca parando pelo caminho, direita até à meta. A Lebre largou veloz, mas algum tempo depois deitou-se à beira do caminho e adormeceu. Quando acordou, recomeçou a correr o mais rapidamente que pode. Mas já era tarde... Quando chegou à meta, verificou que a Tartaruga tinha ganho a aposta e que já estava a descansar confortavelmente. Moral da história: Devagar mas com persistência completas todas as tarefas. Fábula de Esopo, http://nonio.eses.pt/fabulas/


A raposa e as uvas

Uma raposa esfomeada passou por uma latada e viu uns cachos de uvas muito apetitosos. - Estas uvas parecem muito suculentas - pensou ela. - Tenho que as comer! Tentou apanhá-las saltando o mais alto que pode, mas em vão, porque as uvas estavam fora do seu alcance. Então desistiu e afastou-se. Fingindo-se desinteressada, exclamou: - Pensei que estavam maduras, mas vejo agora que ainda estão muito verdes! Moral da história: Não te enganes a ti mesmo se as coisas não correrem como desejas.

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A raposa e o espinho Uma Raposa foi apanhada numa armadilha. Conseguiu escapar, mas ficou sem a cauda porque a armadilha a cortou. Sentindo-se envergonhada e ridícula, pensou convencer as outras raposas a cortarem também as suas. Reuniu um bom número de amigas e explicou-lhes que, sem cauda, não só ficariam muito mais bonitas, mas também se livrariam de um peso inútil. Ouvindo isto, uma das raposas interrompeu-a e perguntou-lhe: - Se não tivesses perdido a tua cauda, também nos aconselharias a cortar as nossas? Moral da história: Tem cuidado com quem te dá conselhos tendo em vista os seus próprios interesses.

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A raposa e o lenhador Uma raposa, perseguida por caçadores, cruzou-se com um lenhador e pediu-lhe ajuda. O lenhador aconselhou-a a entrar na sua cabana e a esconder-se num canto. Pouco depois, apareceram os caçadores e perguntaram ao lenhador se tinha visto a Raposa. Este respondeu-lhes que não mas, enquanto falava, apontou para a cabana. Os caçadores não compreenderam os seus gestos e, como acreditaram nas suas palavras, foram-se embora. Livre de perigo, a raposa saiu do esconderijo e preparou-se para seguir o seu caminho sem dizer nada. - És uma ingrata. Salvei-te a vida e nem sequer me agradeces - censurou-a o lenhador. Ouvindo isto, a Raposa respondeu-lhe: - Ter-te-ia agradecido e muito, se tivesses atuado tão bem como falaste e se as tuas mãos não tivessem atraiçoado as tuas palavras. Moral da história: Atua de acordo com o que dizes. Fábula de Esopo, http://nonio.eses.pt/fabulas/


A raposa que perdeu a cauda Uma Raposa foi apanhada numa armadilha. Conseguiu escapar, mas ficou sem a cauda porque a armadilha a cortou. Sentindo-se envergonhada e ridícula, pensou convencer as outras raposas a cortarem também as suas. Reuniu um bom número de amigas e explicou-lhes que, sem cauda, não só ficariam muito mais bonitas, mas também se livrariam de um peso inútil. Ouvindo isto, uma das raposas interrompeu-a e perguntou-lhe: - Se não tivesses perdido a tua cauda, também nos aconselharias a cortar as nossas? Moral da história: Tem cuidado com quem te dá conselhos tendo em vista os seus próprios interesses. Fábula de Esopo, http://nonio.eses.pt/fabulas/


O Burro, a Raposa e o Leão O Burro e a Raposa acordaram proteger-se mutuamente e foram juntos para a floresta em busca de comida. Mal tinham começado a caminhada quando encontraram um Leão. Perante este perigo, a Raposa aproximou-se do Leão e propôs-lhe: - Se me poupares, ajudo-te a caçares o Burro sem grande esforço. O Leão aceitou a troca. Satisfeita, a Raposa voltou para junto do Burro e tranquilizou-o: - Não tenhas receio porque o Leão prometeu que não nos fará mal. O Burro acreditou no que ela disse e continuou a pastar despreocupadamente. Mas, a pouco e pouco, a Raposa conduziu-o para a beira de uma ravina e provocou a sua queda. Vendo que o Burro já não podia fugir-lhe, o Leão atirou-se à raposa e comeu-a. Moral da história: Não confies nos teus inimigos. Fábula de Esopo, http://nonio.eses.pt/fabulas/


O Javali e a Raposa Estava um Javali na floresta a afiar os dentes numa árvore, quando apareceu uma Raposa. Vendo o que o Javali estava a fazer, perguntou-lhe: - Por que estás a afiar os dentes? Os caçadores não saíram hoje e não vejo outro perigo por perto. - É verdade, minha amiga - respondeu o Javali. - Mas, no momento em que a minha vida correr perigo preciso de usar os dentes e, então, será tarde demais para os afiar. Moral da história: Prepara-te para as dificuldades.

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O leão, a raposa e o rato Era um dia de Verão, o Sol ia alto no horizonte e o Leão dormia calmamente a sua sesta. Nisto, um Rato trepou para cima dele e desatou a correr. O Leão acordou sobressaltado e pôs-se às voltas sobre si mesmo, à procura do Rato. A Raposa, que o observava, criticou-o dizendo: - Que grande Leão, cheio de medo de um Rato... - Não é do Rato que tenho medo - respondeu-lhe o Leão. - Estou admirado com o seu à vontade e com a sua coragem. Moral da história: Nunca subestimes o valor dos outros.

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O Lobo ferido e a Ovelha Um Lobo, gravemente mordido pelos cães, jazia deitado no chão. Como tinha fome e sede, pediu a uma Ovelha que lhe trouxesse água de um rio que corria ali perto. E acrescentou: - Se me trouxeres de beber, eu próprio me encarregarei de encontrar de comer. - Sim - respondeu-lhe a Ovelha. - Se eu te trouxer de beber, sem dúvida que eu própria serei o teu almoço. Moral da história: Não confies nos malvados, mesmo que pareçam ser bem-intencionados.

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O Morcego e a Doninha

Um dia, um Morcego caiu num buraco de uma Doninha e foi apanhado por ela. Pediu-lhe que lhe poupasse a vida, mas a Doninha recusou respondendo-lhe que não o podia fazer porque era inimiga dos pássaros. - Mas eu não sou um pássaro, sou um rato! – argumentou o Morcego. Ouvindo isto, a Doninha poupou-lhe a vida e deixou-o partir. Pouco tempo depois, o Morcego voltou a cair e foi apanhado por outra Doninha. Desta vez, quando o Morcego lhe pediu que lhe poupasse a vida, a Doninha respondeu que não podia, porque detestava ratos. - Mas eu não sou um rato, sou um pássaro! – respondeu-lhe o Morcego. A Doninha deixou-o partir, poupando-lhe a vida. Moral da história: É bom sabermos adaptar-nos às circunstâncias.

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O Urso e os dois viajantes Certo dia, dois homens viajavam juntos quando um Urso se atravessou no seu caminho. Um deles subiu a uma árvore e escondeu-se nos seus ramos. O outro, percebendo que ia ser atacado a qualquer momento, deitou-se no chão. Quando o Urso o começou a cheirar, o homem susteve a respiração fingindose morto. Ao fim de algum tempo, o Urso foi-se embora. Certificando-se que o Urso não voltava, o outro viajante desceu da árvore e, com ar brincalhão, perguntou ao amigo: - Afinal o que é que o Urso te segredou ao ouvido? - Deu-me este conselho: «Nunca viajes com um companheiro que te abandone perante o perigo» - respondeu-lhe o amigo. Moral da história: Os amigos conhecem-se nos momentos difíceis.

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A raposa e as uvas Morta de fome, uma raposa foi até um vinhedo sabendo que ia encontrar muita uva. A safra tinha sido excelente. Ao ver a parreira carregada de cachos enormes, a raposa lambeu os beiços. Só que sua alegria durou pouco: por mais que tentasse, não conseguia alcançar as uvas. Por fim, cansada de tantos esforços inúteis, resolveu ir embora, dizendo: - Por mim, quem quiser essas uvas pode levar. Estão verdes, estão azedas, não me servem. Se alguém me desse essas uvas eu não comeria. Moral: Desprezar o que não se consegue conquistar é fácil.

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A coruja e a águia Coruja e águia, depois de muita briga, resolveram fazer as pazes. - Basta de guerra - disse a coruja. O mundo é tão grande, e tolice maior que o mundo é andarmos a comer os filhotes uma da outra. - Perfeitamente - respondeu a águia. - Também eu não quero outra coisa. - Nesse caso combinemos isso: de ora em diante não comerás nunca os meus filhotes. - Muito bem. Mas como vou distinguir os teus filhotes? - Coisa fácil. Sempre que encontrares uns borrachos lindos, bem feitinhos de corpo, alegres, cheio de uma graça especial que não existe em filhote de nenhuma outra ave, já sabes, são os meus. - Está feito! - concluiu a águia. Dias depois, andando à caça, a águia encontrou um ninho com três monstrengos dentro, que piavam de bico muito aberto. - Horríveis bichos! - disse ela. Vê-se logo que não são os filhos da coruja. E comeu-os. Mas eram os filhos da coruja. Ao regressar à toca a triste mãe chorou amargamente o desastre e foi justar contas com a rainha das aves. - Quê? - disse esta, admirada. Eram teus filhos aqueles monstreguinhos? Pois, olha, não se pareciam nada com o retrato que deles me fizeste... MORAL: Quem o feio ama, bonito lhe parece. Fábula de Esopo, https://pensador.uol.com.br/fabulas_de_jean_de_la_fontaine/


A Gansa que Punha Ovos de Ouro "Um homem possuía uma gansa que, toda manhã, punha um ovo de ouro. Vendendo estes ovos preciosos, ele estava acumulando uma grande fortuna. Quanto mais rico ficava, porém, mais avarento se tornava. Começou a achar que um ovo só, por dia, era pouco. "Porque não põe dois ovos, quatro ou cinco?" pensava ele. "Provavelmente, se eu abrir a barriga desta ave, encontrarei uma centena de ovos e viverei como um nababo". Assim pensando, matou a gansa abriu-lhe a barriga e, naturalmente, nada encontrou." Moral da história: Quem tudo quer, tudo perde

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A Formiga e a Pomba Estava uma Formiga junto a um regato quando foi apanhada pela corrente. Uma Pomba que estava pousada numa árvore sobre a água viu que ela estava quase a afogar-se e teve pena dela. Para que se pudesse salvar, atirou-lhe uma folha. A Formiga subiu para cima da folha e flutuou em segurança para a margem do regato. Pouco depois, apareceu um caçador e apontou para a Pomba. A Formiga, percebendo o que estava para acontecer, picou-o no pé. O caçador sentiu a dor da picada e moveu-se ruidosamente. Alertada, a Pomba voou para longe e salvou-se. Moral da história: O melhor agradecimento é o que se dá quando os outros mais precisam de nós.

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A Lebre e a Tartaruga Num bonito dia de sol a Lebre encontrou a Tartaruga e ridicularizou o seu passo lento e miudinho. - Muito bem - respondeu a Tartaruga sorrindo. – Apesar de seres tão veloz como o vento, vou ganhar-te numa corrida. A Lebre, pensando que tal era impossível, aceitou o desafio. Resolveram entre elas, que a raposa escolheria o percurso e seria o árbitro da corrida. No dia combinado, encontraram-se e partiram juntas. A Tartaruga começou a andar no seu passo lento e miudinho, nunca parando pelo caminho, direto até à meta. A Lebre largou veloz, mas algum tempo depois deitou-se à beira do caminho e adormeceu. Quando acordou, recomeçou a correr o mais rapidamente que pode. Mas já era tarde... Quando chegou à meta, verificou que a Tartaruga tinha ganho a aposta e que já estava a descansar confortavelmente. Moral da história: Devagar mas com persistência completará todas as tarefas. Fábula de La Fontaine, http://nonio.eses.pt/fabulas/


O Leão e o Rato Certo dia, estava um Leão a dormir a sesta quando um ratinho começou a correr por cima dele. O Leão acordou, pôs-lhe a pata em cima, abriu a bocarra e preparou-se para o engolir. - Perdoa-me! - gritou o ratinho - Perdoa-me desta vez e eu nunca o esquecerei. Quem sabe se um dia não precisarás de mim? O Leão ficou tão divertido com esta ideia que levantou a pata e o deixou partir. Dias depois o Leão caiu numa armadilha. Como os caçadores o queriam oferecer vivo ao Rei, amarraram-no a uma árvore e partiram à procura de um meio para o transportarem. Nisto, apareceu o ratinho. Vendo a triste situação em que o Leão se encontrava, roeu as cordas que o prendiam. E foi assim que um ratinho pequenino salvou o Rei dos Animais. Moral da história: Não devemos subestimar os outros Fábula de La Fontaine, http://nonio.eses.pt/fabulas/


A Raposa e o Corvo Um corvo que passeava pelo campo, apanhou um pedaço de queijo que estava no chão e fugiu, acabando por pousar sobre uma árvore. A raposa observando-o de longe sentiu uma enorme inveja e desejou de todo, comer-lhe o queijo. Assim pôs-se ao pé da árvore e disse: Por certo que és formoso, e gentil-homem, e poucos pássaros há que te ganhem. Tu és bem-disposto e muito falante; se acertaras de saber cantar, nenhuma ave se comparará contigo. O corvo soberbo de todos estes elogios, levanta o pescoço para cantar, porém abrindo a boca o queijo caiu-lhe. A raposa apanhou e foi-se embora, ficando o corvo faminto e corrido da sua própria ignorância.

Moral da história: Não dês ouvidos a quem te inveja.

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O lobo e o cão Certo dia, um Lobo só pele e osso encontrou um cão gordo, forte e com o pelo muito lustroso. Via-se bem que não passava fome. O Lobo, admirado, quis saber onde é que ele conseguia obter tanta comida. - Se me seguires, ficarás tão forte como eu - respondeu o cão. - O homem dar-te-á restos saborosos. - Mas o que preciso de fazer em troca? - quis saber o Lobo. - Muito pouco, na verdade - respondeu o Cão. - Uivar aos intrusos, agradar ao dono e adular os seus amigos. Só por isto receberás carne e outras iguarias muito bem cozinhadas. De vez em quando, receberás também festas no dorso. O Lobo ficou encantado com a ideia e meteram-se ambos ao caminho. A dada altura, o Lobo reparou que o cão tinha o pescoço esfolado. - O que tens no pescoço? - perguntou. - Nada de grave. É da argola com que me prendem - explicou o Cão. - Preso? Então não podes correr quando queres? - exclamou o Lobo. - Esse é um preço demasiado elevado: não troco a minha liberdade por toda a comida do mundo. Dito isto, desatou a correr o mais depressa que pode para bem longe dali. Moral da história: A tua liberdade não tem preço. Fábula de La Fontaine, http://nonio.eses.pt/fabulas/


O Leão velho Um Leão, já muito velho e sem forças, repousava no seu covil. Os outros animais, aproveitando-se da sua fraqueza, resolveram vingar-se dos maus tratos que ele lhes infligira quando era jovem e forte: o cavalo deu-lhe um coice, o lobo deu-lhe dentadas e o boi deulhe uma cornada. O infeliz aguentou, sem um queixume. Foi então que viu um burro a correr na sua direção, pronto para o agredir também. - É demais! - exclamou ele. - Aceito morrer, mas ser insultado por ti é morrer duas vezes!

Moral da história: Receber um castigo de pessoas ilustres é suportável, mas recebê-lo de ignorantes é deprimente.

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O leão e o rato Certo dia, estava um Leão a dormir a sesta quando um ratinho começou a correr por cima dele. O Leão acordou, pôs-lhe a pata em cima, abriu a bocarra e preparou-se para o engolir. - Perdoa-me! - gritou o ratinho - Perdoa-me desta vez e eu nunca o esquecerei. Quem sabe se um dia não precisarás de mim? O Leão ficou tão divertido com esta ideia que levantou a pata e deixou-o partir. Dias depois o Leão caiu numa armadilha. Como os caçadores o queriam oferecer vivo ao Rei, amarraram-no a uma árvore e partiram à procura de um meio para o transportarem. Nisto, apareceu o ratinho. Vendo a triste situação em que o Leão se encontrava, roeu as cordas que o prendiam. E foi assim que um ratinho pequenino salvou o Rei dos Animais. Moral da história: Não devemos subestimar os outros. Fábula de La Fontaine, http://nonio.eses.pt/fabulas/


O galo e a raposa Um Galo velho e sábio estava empoleirado nos ramos de uma árvore. Nisto, aproximou-se uma raposa que lhe disse em tom meloso: - Irmão, agora há paz no reino dos animais e, por isso, já não sou tua inimiga. Desce do ramo para que possamos celebrar a nossa amizade com um beijo. Depressa, porque hoje tenho muito que fazer. - Irmã Raposa - replicou o Galo - esperemos pelos dois Galgos (cães) que se aproximam. De certo que também eles ficarão contentes com essa notícia e, assim, poderemos beijar-nos uns aos outros. - Adeus! - respondeu a Raposa. - Estou cheia de pressa. Celebraremos a nossa amizade noutro dia. Dito isto, desatou a correr o mais depressa que pode, furiosa com o Galo e cheia de medo dos cães. Moral da história: É mais fácil combater os malvados com as suas próprias artimanhas. Fábula de La Fontaine, http://nonio.eses.pt/fabulas/


O conselho dos ratos Há muito, muito tempo, os Ratos reuniram-se em assembleia para decidirem em conjunto o que fazer em relação ao seu inimigo comum: o Gato. Depois de muito conversarem, um jovem rato levantou-se e apresentou a sua proposta: - Estamos todos de acordo: o perigo está na forma silenciosa como o inimigo se aproxima de nós. Se conseguíssemos ouvi-lo, podíamos escapar facilmente. Por isso, proponho que lhe coloquemos um guizo no pescoço. A assembleia recebeu estas palavras com entusiasmo. Foi então que um Rato Velho se levantou e perguntou: - E quem é que vai colocar o guizo no pescoço do Gato? Os ratos começaram a olhar uns para os outros, e não houve nenhum que se oferecesse para levar a cabo semelhante tarefa. Então o Rato Velho terminou, dizendo: Propor uma solução é fácil, o difícil é pô-la em prática. (Moral da história) Fábula de La Fontaine, http://nonio.eses.pt/fabulas/


O Burro com a pele de Leão

Certo dia, um Burro encontrou uma pele de Leão que os caçadores tinham deixado a secar ao Sol. - Vou cobrir-me com ela e assustar toda a gente – pensou ele. Assim fez, e assustou todas as pessoas e todos os animais que encontrou. Muito orgulhoso do seu feito, zurrou muito alto, cheio de alegria. Foi o seu erro, porque nesse momento todos perceberam pela sua voz que ele, afinal, era apenas um Burro. O dono, que tinha apanhado um grande susto, resolveu castigá-lo e deulhe umas valentes pauladas. Moral da história: Não queiras parecer aquilo que não és.

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As lebres e as rãs Certo dia, uma Lebre queixou-se amargamente às amigas: - Vivemos uma vida pavorosa porque temos medo de tudo: temos medo dos homens, dos cães, das águias, das raposas... enfim, somos obrigadas a dormir com um olho aberto e outro fechado, prontas para fugir. Todas concordaram e lamentaram-se dizendo que mais valia morrerem do que viverem sempre assustadas, com medo de tudo e de todos. Nisto, passaram por um charco. Quando as Rãs que aí viviam sentiram a sua aproximação, saltaram espavoridas para a água, fugindo delas. Então, disse uma das Lebres: - Amigas, deixemo-nos de lamentos! Vejam como também nós podemos assustar outros seres!

Moral da história: Não há na terra um cobarde que não encontre outro mais cobarde ainda. Fábula de La Fontaine, http://nonio.eses.pt/fabulas/


A tartaruga e os patos

Era uma vez uma Tartaruga que queria conhecer o mundo. Confiou este seu desejo a dois Patos que viviam perto dela, numa lagoa. Um belo dia, a lagoa secou e os Patos prepararam-se para partir. Antes, porém, foram despedir-se da sua amiga e fizeram-lhe um convite: - Se quiseres, podes vir conhecer o mundo connosco. Cada um de nós segura a ponta de um ramo e tu agarras-te bem a ele com a boca. Assim, ficarás em segurança e poderás ver, lá do alto, cidades e reinos maravilhosos. A Tartaruga nem pensou duas vezes: aceitou o convite e, nesse mesmo dia, partiram todos à aventura. Sobrevoaram aldeias, cidades e reinos de encantar. Quando passavam por cima de um campo, os camponeses admiraram-se com o que viram e gritaram: - Vejam! Vejam! Uma Tartaruga a voar! - Como sou extraordinária! - gritou a Tartaruga cheia de orgulho. Porém, assim abriu a boca, largou o ramo e estatelou-se no chão. Moral da história: Aceita o triunfo com modéstia. Fábula de La Fontaine, http://nonio.eses.pt/fabulas/


A Cigarra e a formiga

Num dia soalheiro de Verão, a Cigarra cantava feliz. Enquanto isso, uma Formiga passou por perto. Vinha afadigada, carregando penosamente um grão de milho que arrastava para o formigueiro. - Por que não ficas aqui a conversar um pouco comigo, em vez de te afadigares tanto? – Perguntou-lhe a Cigarra. - Preciso de arrecadar comida para o Inverno – respondeu-lhe a Formiga. – Aconselho-te a fazeres o mesmo. - Por que me hei de preocupar com o Inverno? Comida não nos falta... – respondeu a Cigarra, olhando em redor. A Formiga não respondeu, continuou o seu trabalho e foi-se embora. Quando o Inverno chegou, a Cigarra não tinha nada para comer. No entanto, viu que as Formigas tinham muita comida porque a tinham guardado no Verão. Distribuíam-na diariamente entre si e não tinham fome como ela. A Cigarra compreendeu que tinha feito mal... Moral da história: Não penses só em divertir-te. Trabalha e pensa no futuro. Fábula de La Fontaine, http://nonio.eses.pt/fabulas/


O Lobo e o Cordeiro Um cordeiro estava bebendo água num riacho. O terreno era inclinado e por isso havia uma correnteza forte. Quando ele levantou a cabeça, avistou um lobo, também bebendo da água. - Como é que você tem a coragem de sujar a água que eu bebo - disse o lobo, que estava alguns dias sem comer e procurava algum animal apetitoso para matar a fome. - Senhor - respondeu o cordeiro - não precisa ficar com raiva porque eu não estou sujando nada. Bebo aqui, uns vinte passos mais abaixo, é impossível acontecer o que o senhor está falando. - Você agita a água - continuou o lobo ameaçador - e sei que você andou falando mal de mim no ano passado. - Não pode - respondeu o cordeiro - no ano passado eu ainda não tinha nascido.O lobo pensou um pouco e disse: - Se não foi você foi seu irmão, o que dá no mesmo. - Eu não tenho irmão - disse o cordeiro - sou filho único. - Alguém que você conhece, algum outro cordeiro, um pastor ou um dos cães que cuidam do rebanho, e é preciso que eu me vingue. Então ali, dentro do riacho, no fundo da floresta, o lobo saltou sobre o cordeiro, agarrou-o com os dentes e o levou para comer num lugar mais sossegado. MORAL: A razão do mais forte é sempre a melhor Fábula de La Fontaine, https://pensador.uol.com.br/fabulas_de_jean_de_la_fontaine/


A Raposa e a Cegonha A Raposa convidou a Cegonha para jantar e lhe serviu sopa em um prato raso. -Você não está gostando de minha sopa? - Perguntou, enquanto a cegonha bicava o líquido sem sucesso. - Como posso gostar? - A Cegonha respondeu, vendo a Raposa lamber a sopa que lhe pareceu deliciosa. Dias depois foi a vez da cegonha convidar a Raposa para comer na beira da Lagoa, serviu então a sopa num jarro largo embaixo e estreito em cima. - Hummmm, deliciosa! - Exclamou a Cegonha, enfiando o comprido bico pelo gargalo - Você não acha? A Raposa não achava nada nem podia achar, pois seu focinho não passava pelo gargalo estreito do jarro. Tentou mais uma ou duas vezes e se despediu de mau humor, achando que por algum motivo aquilo não era nada engraçado. MORAL: Às vezes recebemos na mesma moeda por tudo aquilo que fazemos. Fábula de La Fontaine, https://pensador.uol.com.br/fabulas_de_jean_de_la_fontaine/


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