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Esse remédio amargo era o caminho inevitável para superar a crise e evitar o risco de repetir a história iniciada com o crash de 1929. Na época, a atuação do governo Herbert Hoover, então presidente dos Estados Unidos, ajudou a aprofundar a mais grave recessão já vivida pelo país, com resultados desastrosos para a economia mundial. Em vez de cortar, o governo elevou os juros. Quando o sensato era salvar os bancos, o governo permitiu que as instituições quebrassem. Além disso, com o objetivo de proteger o mercado interno, instituiu uma taxa de importação que acabou provocando retaliações e reduziu drasticamente as exportações americanas, deteriorando ainda mais a situação das empresas do país.

*MÓDULO 1*

Capitalismo – Crises econômicas Aprendendo com o passado Em outubro de 2008, Wall Street viveu a pior semana de sua história. O índice Dow Jones, que mede o comportamento da bolsa de valores dos Estados Unidos, caiu 18% — o recorde negativo anterior havia sido registrado em julho de 1933. Como se isso não fosse assustador o suficiente, os sistemas bancários dos Estados Unidos e da Europa estiveram à beira de um colapso.

Alguns grandes nomes da economia ADAM SMITH (escocês, 1723-1790): Pioneiro em política econômica, escreveu A Riqueza das Nações. Iluminista, era partidário do liberalismo, ou seja, da tese de que a economia deve crescer por si própria, sem incentivos nem entraves governamentais ou de outras fontes externas. Para Adam Smith, um pensador influente até os dias de hoje, o mercado regularia a economia, diminuindo com o tempo as desigualdades, sem a tutela do Estado. KARL MARX (alemão, 1818-1883): Autor de O Capital e do Manifesto Comunista (este escrito em parceria com o pensador alemão Friedrich Engels), baseou seu trabalho no estudo da exploração do trabalho pelo capital. Crítico do capitalismo, não acreditava que o sistema pudesse levar à diminuição gradual das diferenças sociais. Segundo Marx, é da natureza do capitalismo a concentração de grandes quantidades de riquezas nas mãos de poucos. JOHN MAYNARD KEYNES (inglês, 1883-1946): O principal teórico da primeira metade do século XX, especialmente após a crise de 1929, discordava da tese do equilíbrio natural da economia e acreditava na importância de uma política fiscal regulatória. Sua principal obra é A Teoria Geral do Emprego, da Renda e do Lucro.

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 Em 1873, o mercado financeiro já vivia uma grave crise

Criticados por estar sempre a reboque dos acontecimentos, governos dos países mais afetados tentaram tomar o controle da situação. Num esforço inédito e coordenado, os países da União Europeia e os Estados Unidos lançaram medidas de ajuda para resgatar bancos falidos, garantir seus depósitos e irrigar os paralisados mercados privados de crédito. Dias depois de os Estados Unidos anunciarem um pacote de 700 bilhões de dólares para combater a crise financeira, a União Europeia pôs 2,5 triIhões de dólares à disposição de suas instituições financeiras — foi a primeira vez desde o lançamento do euro, em 1999, que os chefes de governo dos 15 países da moeda comum europeia fizeram uma reunião de cúpula formal, tamanha a gravidade da situação.

IMAGENS: © CREATIVE COMMONS

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As primeiras grandes crises do capitalismo ocorreram no século XIX, durante a Segunda Revolução Industrial. A de 1873 ficou conhecida como Grande Depressão. Prolongou-se por décadas e foi a mais marcante até então, só superada pelo impacto da crise de 1929.

O rápido crescimento econômico dos Estados Unidos após a Primeira Guerra Mundial levou o país a uma onda especulatória que culminou com a crise de 1929. Fortes economias ao redor do planeta, em especial as que tentavam se recuperar do conflito mundial, foram seriamente afetadas. Com o

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Pode até parecer uma notícia referente à mais recente crise financeira, mas tudo isso aconteceu em 1697, na Inglaterra. O governo precisou intervir para colocar rédeas no mercado financeiro depois que uma bolha de crescimento econômico estourou e deu lugar à maior crise financeira da história até então. As semelhanças entre esse mundo de 300 anos atrás e o de agora deixam claro: a última crise não tem nada de nova nem significa o fim do capitalismo. As crises de hoje são maiores porque não há mais fronteiras econômicas como no século XVII. Mesmo assim, seguem o roteiro de outras dezenas de bolhas econômicas que estouraram ao longo da história. O mercado moderno, com empresas controladas por milhares de acionistas, começou na Holanda, em 1602. Foi quando a Companhia das Índias Orientais, que comercializava especiarias, dividiu sua propriedade em partes iguais e minúsculas (as ações) para financiar com mais facilidade suas empreitadas marítimas. Todo mundo dividia as despesas na hora de comprar as ações e tinha direito a uma parcela do lucro. Era um negócio de risco: ninguém sabia qual seria o lucro de uma expedição. Se os barcos demorassem para voltar do Oriente, algum acionista podia achar que eles afundaram e tentar vender sua participação na companhia antes que ela própria afundasse. Aí o jeito era vender por um preço menor que o original. Agora, quando vinha a notícia de que os barcos estavam chegando carregados, a expectativa ia lá para cima e as ações podiam ser vendidas por um preço bem maior. A febre das ações chegou com tudo à Inglaterra no final daquele mesmo século XVII, graças a um certo capitão de navio chamado William Phillips. Em 1687, ele voltou de uma viagem com 32 toneladas de prata e baús de joias retirados de um navio espanhol que naufragara. Isso rendeu 190 mil libras (R$ 105 milhões em valores de hoje) para dividir entre os financiadores da expedição, o que assegurou um retorno de 10.000%. Inspirados no sucesso dessa empreitada, surgiram dezenas de projetos de caça ao tesouro que lançaram ações no mercado. O dinheiro rolou solto durante a fase de entusiasmo, mas logo se chegou à conclusão de que não havia tantos tesouros assim no mar. As ações das expedições despencaram, contrariando a expectativa exageradamente otimista de que subiriam para sempre. Quando veio a queda, o resto também desmoronou. Muita gente ficou sem dinheiro para pagar dívidas e credores levaram calote. Apesar do baque, contudo, a euforia do século XVII serviu para construir o mundo a que você está acostumado. Graças ao “cassino” das ações, a Companhia das Índias pôde se financiar e inventar o comércio global. A especulação ajudou a bancar também a Revolução Industrial, para citar outro momento crucial da história. De crise em crise, a história continua sendo escrita.

programa de recuperação econômica conhecido como New Deal (Novo Acordo), o governo norte-americano interveio de forma a diminuir a crise econômica no decorrer da década de 1930. 

A crise de 2008, a mais recente da história do capitalismo, foi provocada pela ação especulatória de grandes empresas e bancos. Eles criaram uma bolha financeira que atingiu seriamente não apenas os Estados Unidos, mas vários dos principais mercados do mundo, em especial as maiores economias da Europa.

Após o fim do regime militar brasileiro, a alta inflação foi um dos principais problemas enfrentados pelos governos civis que se seguiram. Os mais diversos planos econômicos tentaram conter a inflação, como o Plano Cruzado I e II, do governo José Sarney, o Plano Collor, do governo Fernando Collor, e o Plano Real, do governo Itamar Franco. Foi só com o sucesso desse último, lançado em 1994, que a inflação foi finalmente contida e, desde então, vem sendo mantida em níveis considerados razoáveis para os padrões da história recente do Brasil.

 *ATENÇÃO, ESTUDANTE!*  Para complementar o estudo deste Módulo, utilize seu LIVRO DIDÁTICO.

*********** ATIVIDADES *********** Texto para a questão 1.

Quando a bolha estoura As crises financeiras vão e voltam como as estações do ano — e repetem sempre o mesmo script

De uma hora para outra, a crise bateu. A bolsa de valores, que não parava de quebrar recordes de alta, despencou. Dinheiro virou coisa rara no mercado. Empréstimos minguaram e todo mundo passou a gastar menos. Aí piorou de vez: sem crédito nem clientes, empresas que até outro dia tinham seus maiores lucros na história não conseguiram mais equilibrar as contas. De cada 100 companhias, 72 fecharam as portas. E as que resistiram perderam valor no mercado.

 Operador da Bolsa de Nova Iorque demonstra desolação, mas a crise não é invenção do século XX

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A partir do texto, conclui-se que

Os passos de toda crise

(A) o fundamento da política de recuperação do país foi a ingerência do Estado, em ampla escala, na economia. (B) a crise de 1929 foi solucionada por Roosevelt, que criou medidas econômicas para diminuir a produção e o consumo. (C) os programas de ajuda social implantados na administração de Roosevelt foram ineficazes no combate à crise econômica. (D) o desenvolvimento da indústria bélica incentivou o intervencionismo de Roosevelt e gerou uma corrida armamentista. (E) a intervenção de Roosevelt coincidiu com o início da Segunda Guerra Mundial e foi bem-sucedida, apoiando-se em suas necessidades.

1. OLHA A ONDA Novas oportunidades de investimento (internet, imóveis etc.) criam chances de lucros cada vez maiores no mercado financeiro. 2. EUFORIA Quanto mais lucro se espera, mais as ações sobem. Investidores novatos entram no negócio. 3. FASE MANÍACA Companhias novas lançam ações para aproveitar a euforia. Pessoas e empresas fazem fortunas da noite para o dia. O crédito fica facinho. 4. ESTOURO DA BOLHA As expectativas de lucro não viram realidade. Investidores fogem. Bancos tomam calote. O crédito some, a economia trava. E vem a crise.

.3. (ENEM-MEC) A prosperidade induzida pela emergência das máquinas de tear escondia uma acentuada perda de prestígio. Foi nessa idade de ouro que os artesãos, ou os tecelões temporários, passaram a ser denominados, de modo genérico, tecelões de teares manuais. Exceto em alguns ramos especializados, os velhos artesãos foram colocados lado a lado com novos imigrantes, enquanto pequenos fazendeiros-tecelões abandonaram suas pequenas propriedades para se concentrar na atividade de tecer. Reduzidos à completa dependência dos teares mecanizados ou dos fornecedores de matéria-prima, os tecelões ficaram expostos a sucessivas reduções dos rendimentos.

Superinteressante, out. 2008 (com adaptações).

.1. (AED-SP) Qual a origem comum de todas as crises financeiras? ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________

THOMPSON, E. P. The making of the english working class. Harmondsworth: Penguim Books, 1979 (adaptado).

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Com a mudança tecnológica ocorrida durante a Revolução Industrial, a forma de trabalhar alterou-se porque

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.2. (ENEM-MEC)

(A) a invenção do tear propiciou o surgimento de novas relações sociais. (B) os tecelões mais hábeis prevaleceram sobre os inexperientes. (C) os novos teares exigiam treinamento especializado para serem operados. (D) os artesãos, no período anterior, combinavam a tecelagem com o cultivo de subsistência. (E) os trabalhadores não especializados se apropriaram dos lugares dos antigos artesãos nas fábricas.

A depressão econômica gerada pela crise de 1929 teve no presidente americano Franklin Roosevelt (1933-1945) um de seus vencedores. New Deal foi o nome dado à série de projetos federais implantados nos Estados Unidos para recuperar o país, a partir da intensificação da prática da intervenção e do planejamento estatal da economia. Juntamente com outros programas de ajuda social, o New Deal ajudou a minimizar os efeitos da depressão a partir de 1933. Esses projetos federais geraram milhões de empregos para os necessitados, embora parte da força de trabalho norte-americana continuasse desempregada em 1940. A entrada do país na Segunda Guerra Mundial, no entanto, provocou a queda das taxas de desemprego, e fez crescer radicalmente a produção industrial. No final da guerra, o desemprego tinha sido drasticamente reduzido.

.4. (ENEM-MEC) Eu, o Príncipe Regente, faço saber aos que o presente Alvará virem: que desejando promover e adiantar a riqueza nacional, e sendo um dos mananciais dela as manufaturas e a indústria, sou servido abolir e revogar toda e qualquer proibição que haja a este respeito no Estado do Brasil. Alvará de liberdade para as indústrias (1.º de Abril de 1808). In: BONAVIDES, P.; AMARAL, R. Textos políticos da história do Brasil. Vol. 1. Brasília: Senado Federal, 2002 (adaptado).

EDSFORD, R. America’s response to the Great Depression. Blackwell Publishers, 2000 (tradução adaptada).

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O exemplo mencionado permite identificar um aspecto da adoção de novas tecnologias na economia capitalista contemporânea. Um argumento utilizado pelas empresas e uma consequência social de tal aspecto estão em

O projeto industrializante de D. João, conforme expresso no Alvará, não se concretizou. Que características desse período explicam esse fato? (A) A ocupação de Portugal pelas tropas francesas e o fechamento das manufaturas portuguesas. (B) A dependência portuguesa da Inglaterra e o predomínio industrial inglês sobre suas redes de comércio. (C) A desconfiança da burguesia industrial colonial diante da chegada da família real portuguesa. (D) O confronto entre a França e a Inglaterra e a posição dúbia assumida por Portugal no comércio internacional. (E) O atraso industrial da colônia provocado pela perda de mercados para as indústrias portuguesas.

(A) (B) (C) (D) (E)

qualidade total e estabilidade no trabalho. pleno emprego e enfraquecimento dos sindicatos. diminuição dos custos e insegurança no emprego. responsabilidade social e redução do desemprego. maximização dos lucros e aparecimento de empregos.

.7. (ENEM-MEC) O movimento operário ofereceu uma nova resposta ao grito do homem miserável no princípio do século XIX. A resposta foi a consciência de classe e a ambição de classe. Os pobres então se organizavam em uma classe específica, a classe operária, diferente da classe dos patrões (ou capitalistas). A Revolução Francesa lhes deu confiança; a Revolução Industrial trouxe a necessidade da mobilização permanente.

.5. (ENEM-MEC) Homens da Inglaterra, por que arar para os senhores que vos mantêm na miséria? Por que tecer com esforços e cuidado as ricas roupas que vossos tiranos vestem? Por que alimentar, vestir e poupar do berço até o túmulo esses parasitas ingratos que exploram vosso suor — ah, que bebem vosso sangue?

HOBSBAWM, E. A era das revoluções. São Paulo: Paz e Terra, 1977.

No texto, analisa-se o impacto das Revoluções Francesa e Industrial para a organização da classe operária. Enquanto a “confiança” dada pela Revolução Francesa era originária do significado da vitória revolucionária sobre as classes dominantes, a “necessidade da mobilização permanente”, trazida pela Revolução Industrial, decorria da compreensão de que

SHELLEY. Os homens da Inglaterra. Apud HUBERMAN, L. História da Riqueza do Homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.

A análise do trecho permite identificar que o poeta romântico Shelley (1792-1822) registrou uma contradição nas condições socioeconômicas da nascente classe trabalhadora inglesa durante a Revolução Industrial. Tal contradição está identificada (A) na pobreza dos empregados, que estava dissociada da riqueza dos patrões. (B) no salário dos operários, que era proporcional aos seus esforços nas indústrias. (C) na burguesia, que tinha seus negócios financiados pelo proletariado. (D) no trabalho, que era considerado uma garantia de liberdade. (E) na riqueza, que não era usufruída por aqueles que a produziam.

(A) a competitividade do trabalho industrial exigia um permanente esforço de qualificação para o enfrentamento do desemprego. (B) a completa transformação da economia capitalista seria fundamental para a emancipação dos operários. (C) a introdução das máquinas no processo produtivo diminuía as possibilidades de ganho material para os operários. (D) o progresso tecnológico geraria a distribuição de riquezas para aqueles que estivessem adaptados aos novos tempos industriais. (E) a melhoria das condições de vida dos operários seria conquistada com as manifestações coletivas em favor dos direitos trabalhistas.

.6. (ENEM-MEC)

.8. (ENEM-MEC)

Um banco inglês decidiu cobrar de seus clientes cinco libras toda vez que recorressem aos funcionários de suas agências. E o motivo disso é que, na verdade, não querem clientes em suas agências; o que querem é reduzir o número de agências, fazendo com que os clientes usem as máquinas automáticas em todo tipo de transações. Em suma, eles querem se livrar de seus funcionários.

Em meio às turbulências vividas na primeira metade dos anos 1960, tinha-se a impressão de que as tendências de esquerda estavam se fortalecendo na área cultural. O Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE) encenava peças de teatro que faziam agitação e propaganda em favor da luta pelas reformas de base e satirizavam o “imperialismo” e seus “aliados internos”.

HOBSBAWM, E. O novo século. São Paulo: Companhia das Letras, 2000 (adaptado).

KONDER, L. História das Ideias Socialistas no Brasil. São Paulo: Expressão Popular, 2003.

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No início da década de 1960, enquanto vários setores da esquerda brasileira consideravam que o CPC da UNE era uma importante forma de conscientização das classes trabalhadoras, os setores conservadores e de direita (políticos vinculados à União Democrática Nacional — UDN —, Igreja Católica, grandes empresários etc.) entendiam que esta organização

.10. (ENEM-MEC)

(A) constituía mais uma ameaça para a democracia brasileira, ao difundir a ideologia comunista. (B) contribuía com a valorização da genuína cultura nacional, ao encenar peças de cunho popular. (C) realizava uma tarefa que deveria ser exclusiva do Estado, ao pretender educar o povo por meio da cultura. (D) prestava um serviço importante à sociedade brasileira, ao incentivar a participação política dos mais pobres. (E) diminuía a força dos operários urbanos, ao substituir os sindicatos como instituição de pressão política sobre o governo.

O Estado de S. Paulo, 28/9/2004.

A situação abordada na tira torna explícita a contradição entre a(s) (A) (B) (C) (D) (E)

relações pessoais e o avanço tecnológico. inteligência empresarial e a ignorância dos cidadãos. inclusão digital e a modernização das empresas. economia neoliberal e a reduzida atuação do Estado. revolução informática e a exclusão digital.

.11. (ENEM-MEC) Em dezembro de 1998, um dos assuntos mais veiculados nos jornais era o que tratava da moeda única europeia. Leia a notícia destacada abaixo.

.9. (ENEM-MEC)

O nascimento do euro, a moeda única a ser adotada por onze países europeus a partir de 1.º de janeiro, é possivelmente, nos últimos dez anos, a mais importante realização deste continente, que assistiu à derrubada do Muro de Berlim, à reunificação das Alemanhas, à libertação dos países da Cortina de Ferro e ao fim da União Soviética. Enquanto todos esses eventos têm a ver com a desmontagem de estruturas do passado, o euro é uma ousada aposta no futuro e uma prova da vitalidade da sociedade europeia. A “Euroland”, região abrangida por Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo e Portugal, tem um PIB (Produto Interno Bruto) equivalente a quase 80% do americano, 289 milhões de consumidores e responde por cerca de 20% do comércio internacional. Com este cacife, o euro vai disputar com o dólar a condição de moeda hegemônica.

Em 4 de julho de 1776, as treze colônias que vieram inicialmente a constituir os Estados Unidos da América (EUA) declaravam sua independência e justificavam a ruptura do Pacto Colonial. Em palavras profundamente subversivas para a época, afirmavam a igualdade dos homens e apregoavam como seus direitos inalienáveis: o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade. Afirmavam que o poder dos governantes, aos quais cabia a defesa daqueles direitos, derivava dos governados. Esses conceitos revolucionários que ecoavam o Iluminismo foram retomados com maior vigor e amplitude treze anos mais tarde, em 1789, na França. COSTA, Emília Viotti da. Apresentação da coleção. In: Wladimir Pomar. Revolução Chinesa. São Paulo: UNESP, 2003 (com adaptações).

Considerando o texto acima, acerca da independência dos EUA e da Revolução Francesa, assinale a opção correta.

Gazeta Mercantil, 30/12/1998.

A matéria refere-se à “desmontagem das estruturas do passado”, que pode ser entendida como

(A) A independência dos EUA e a Revolução Francesa integravam o mesmo contexto histórico, mas se baseavam em princípios e ideais opostos. (B) O processo revolucionário francês identificou-se com o movimento de independência norte-americana no apoio ao absolutismo esclarecido. (C) Tanto nos EUA quanto na França, as teses iluministas sustentavam a luta pelo reconhecimento dos direitos considerados essenciais à dignidade humana. (D) Por ter sido pioneira, a Revolução Francesa exerceu forte influência no desencadeamento da independência norte-americana. (E) Ao romper o Pacto Colonial, a Revolução Francesa abriu o caminho para as independências das colônias ibéricas situadas na América.

(A) o fim da Guerra Fria, período de inquietação mundial que dividiu o mundo em dois blocos ideológicos opostos. (B) a inserção de alguns países do Leste Europeu em organismos supranacionais, com o intuito de exercer o controle ideológico no mundo. (C) a crise do capitalismo, do liberalismo e da democracia, levando à polarização ideológica da antiga URSS. (D) a confrontação dos modelos socialista e capitalista, para deter o processo de unificação das duas Alemanhas. (E) a prosperidade das economias capitalista e socialista, com o consequente fim da Guerra Fria entre os EUA e a URSS. 19

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.12. (ENEM-MEC)

.13. (ENEM-MEC)

As diferentes formas em que as sociedades se organizam socioeconomicamente visam a atender suas necessidades para a época. O liberalismo, atualmente, assume papel crescente, com os Estados diminuindo sua atuação em várias áreas, inclusive vendendo empresas estatais. Da ideia de interferência estatal na economia, do “Estado de Bem-Estar”, da assistência social ampla e emprego garantido por lei, e, às vezes, à custa de subsídios (na Europa defendido pela Social-Democracia), caminha-se para um Estado enxuto e ágil, onde a manutenção do progresso econômico e uma maior liberdade na conquista do mercado são as formas de assegurar ao cidadão o acesso ao bem-estar. Nem sempre a população concorda. Nesse contexto, as eleições gerais na Alemanha, em 1998, poderão levar Helmuth Kohl, com longa e frutuosa carreira à frente daquele país, a entregar o posto ao social-democrata Gerhard Schroeder. O desemprego na Alemanha atinge seu ponto máximo. A moeda única europeia será o fim do marco alemão. A imagem de Helmuth Kohl começa a desvanecer-se. Conseguirá vencer este ano? Seja como for, ele luta. Mas recebeu um novo e tremendo golpe: o Partido Liberal (FDP) deixou Kohl. O secretário-geral do FDP, Guido Westerwelle declarou: “Começou o fim da era Kohl!”

Depois de estudar as migrações, no Brasil, você lê o seguinte texto: O Brasil, por suas características de crescimento econômico, e apesar da crise e do retrocesso das últimas décadas, é classificado como um país moderno. Tal conceito pode ser, na verdade, questionado se levarmos em conta os indicadores sociais: o grande número de desempregados, o índice de analfabetismo, o déficit de moradia, o sucateamento da saúde, enfim, a avalanche de brasileiros envolvidos e tragados num processo de repetidas migrações [...] VALIN, A. Migrações: da perda de terra à exclusão social. São Paulo: Atuali, 1996, p. 50 (com adaptações).

Um dos fenômenos mais discutidos e polêmicos da atualidade é a “globalização”, a qual impacta de forma negativa (A) na mão de obra desqualificada, desacelerando o fluxo migratório. (B) nos países subdesenvolvidos, aumentando o crescimento populacional. (C) no desenvolvimento econômico dos países industrializados desenvolvidos. (D) nos países subdesenvolvidos, provocando o fenômeno da “exclusão social”. (E) na mão de obra qualificada, proporcionando o crescimento de ofertas de emprego e fazendo os salários caírem vertiginosamente.

A Alemanha ajuda a concretizar o bloco econômico da União Europeia. A participação neste bloco implica a adoção de um sistema socioeconômico que

Texto para as questões 14 e 15.

(A) dificulte a livre iniciativa econômica, inclusive das grandes empresas na Alemanha. (B) ofereça mercado europeu mais restrito aos produtos e serviços alemães. (C) diminua as oportunidades de iniciativa econômica para os alemães em outros países e vice-versa. (D) garanta o emprego, na Alemanha, pelo afastamento da concorrência de outros países da própria União Europeia. (E) permita à economia alemã, por meio da união de esforços com os países da União Europeia, concorrer em melhores condições com países de fora da União Europeia.

Você está fazendo uma pesquisa sobre a globalização e lê a seguinte passagem, em um livro:

A sociedade global As pessoas se alimentam, se vestem, moram, se comunicam, se divertem, por meio de bens e serviços mundiais, utilizando mercadorias produzidas pelo capitalismo mundial, globalizado. Suponhamos que você vá com seus amigos comer Big Mac e tomar Coca-Cola no McDonald’s. Em seguida, assiste a um filme de Steven Spielberg e volta para casa num ônibus de marca Mercedes. Ao chegar em casa, liga seu aparelho de TV Philips para ver o videoclipe de Michael Jackson e, em seguida, deve ouvir um CD do grupo Simply Red, gravado pela BMG Ariola Discos em seu equipamento AIWA. Veja quantas empresas transnacionais estiveram presentes nesse seu curto programa de algumas horas.

________________________________________________ *Anotações*

PRAXEDES et alii. O Mercosul. São Paulo: Ática, 1997 (com adaptações).

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.14. (ENEM-MEC) Com base no texto e em seus conhecimentos de Geografia e História, marque a resposta correta. (A) O

capitalismo

globalizado

está

eliminando

as

particularidades culturais dos povos da Terra. (B) A cultura, transmitida por empresas transnacionais, tornou-se um fenômeno criador das novas nações. (C) A globalização do capitalismo neutralizou o surgimento de movimentos nacionalistas de forte cunho cultural e divisionista. (D) O capitalismo globalizado atinge apenas a Europa e a América do Norte. (E) Empresas transnacionais pertencem a países de uma mesma cultura.

.15. (ENEM-MEC) A leitura do texto ajuda você a compreender que: I.

a globalização é um processo ideal para garantir o acesso a bens e serviços para toda a população.

II.

a globalização é um fenômeno econômico e, ao mesmo tempo, cultural.

III.

a globalização favorece a manutenção da diversidade de costumes.

IV.

filmes, programas de TV e música mercadorias como quaisquer outras.

V.

as sedes das empresas transnacionais mencionadas são os EUA, a Europa Ocidental e o Japão.

são

Dessas afirmativas estão corretas (A) (B) (C) (D) (E)

I, II e IV, apenas. II, IV e V, apenas. II, III e IV, apenas. I, III e IV, apenas. III, IV e V, apenas.

________________________________________________ *Anotações*

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*MÓDULO 2*

Totalitarismo – Sem oposição O nazifascismo Logo depois da Primeira Guerra Mundial, a Itália se encontrava em profunda crise econômica. O Partido Socialista ganhava mais e mais adeptos, e as greves tomavam conta do país. Nesse cenário, o ex-militante socialista Benito Mussolini fundou, em 1919, o Partido Fascista. O ideário ultranacionalista, oposto ao socialismo e à democracia, conquistou adeptos até dentro do governo. Com a forte pressão dos “camisas negras”, como eram chamados os cada vez mais numerosos militantes fascistas, o poder cedeu. Em 1922, após a Marcha sobre Roma, Mussolini foi convidado a assumir o cargo de primeiro-ministro. Durante a década de 1920, o Duce (guia), apelido de Mussolini, pôs em prática o novo regime. Jornais foram fechados, adversários políticos acabaram mortos e o corporativismo foi implantado, ou seja, o controle do movimento operário com a institucionalização de corporações que reuniam patrões e empregados. O culto à personalidade de Mussolini era incentivado; as crianças eram ensinadas nas escolas a adorar a figura do Duce e os símbolos fascistas. Na década de 1930, Mussolini implementou seu plano de expansão territorial, buscando colônias na África a partir da invasão da Etiópia. A Alemanha, na mesma época, vivia um processo semelhante. Arrasada após a derrota na Primeira Guerra, que lhe impôs uma série de sanções econômicas e militares, a nação sofria com inflação e pobreza. Tentativas de revolução socialista fracassaram, assim como um golpe planejado pelo Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, ou Partido Nazista, em 1923. O fato, conhecido como Putsch de Munique, levou à prisão o líder do partido, Adolf Hitler, e tornou-o mais conhecido. As ideias de Hitler e do nazismo foram expressas no livro Minha Luta, escrito por ele na prisão. No livro, Hitler tratava de temas como totalitarismo, nacionalismo, militarismo, corporativismo, expansionismo, anticomunismo (itens comuns ao fascismo italiano) e racismo, sobretudo dirigido aos judeus. Os alemães, segundo Hitler, pertenciam a uma raça ariana, pura e superior. Em 1932, com a situação econômica agravada pela crise de 1929, os nazistas venceram as eleições gerais, apoiados pela classe média, que temia o comunismo. Um ano depois, Hitler foi nomeado primeiro-ministro. Chefe de governo e de Estado a partir de 1934, Hitler desfrutava poder absoluto, iniciando o Terceiro Reich, nome que deu ao Estado alemão, incorporando posteriormente outros territórios.

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 Benito Mussolini (à esquerda) e Adolf Hitler se encontram em Munique, na Alemanha, em 1940

Entre suas medidas econômicas, o intervencionismo e uma política de frentes de trabalho, inclusive em ações que visavam a impulsionar a indústria bélica, controlaram a inflação e diminuíram o desemprego. Assim como o Duce, o Führer impediu a formação de outros partidos, perseguiu inimigos políticos e fechou jornais. Além disso, iniciou uma perseguição aos judeus, confiscando seus bens e segregando-os em guetos. Suas ideias de expansão pela Europa e a remilitarização da Alemanha (em desobediência às cláusulas do Tratado de Versalhes, imposto à Alemanha após a Primeira Guerra Mundial) seriam determinantes na eclosão da Segunda Guerra. Terceiro aliado dos alemães e italianos na guerra, o Japão vivia um regime monárquico nacionalista, expansionista e racista. O ideário fascista teve raízes em diversos países, com formação de partidos ou grupos com maior ou menor força nos anos 1930 na Espanha, em Portugal, nos Estados Unidos, na Inglaterra, na França e até no Brasil, onde se uniam sob a bandeira do integralismo.

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Regimes totalitários são aqueles nos quais o poder do Estado se concentra em um pequeno grupo de pessoas. São governos de partido único e que contam com um líder à frente de todos.

A Itália assistiu à ascensão do fascismo, liderado por Benito Mussolini, no começo da década de 1920. Mussolini virou presidente em 1922 e instaurou um regime de medo.

Na Alemanha, o nazismo cresceu no mesmo período e chegou ao poder na década de 1930, quando o partido de Adolf Hitler venceu as eleições em meio à grande crise econômica no país.

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A Gestapo, polícia secreta de Adolf Hitler, agia com violência na repressão a eventuais opositores do regime nazista e na perseguição de judeus. Muitas de suas ações foram motivadas por denúncias de cidadãos comuns contra vizinhos e até mesmo parentes.

Nazismo e fascismo são ideologias que pregam o nacionalismo, o militarismo, o totalitarismo e o racismo como forma de controlar a sociedade.

Josef Stalin assumiu o poder na União Soviética em 1924 e implantou um regime totalitário, marcado pela repressão violenta, pelo culto à personalidade e pela burocratização do Estado.

Entre os conflitos mais marcantes da história da civilização ocidental estão as guerras do Peloponeso (entre Atenas e Esparta), Púnicas (Roma e Cartago), dos Cem Anos (França e Inglaterra), dos Sete Anos (Europa, Ásia e América do Norte) e Napoleônicas (Europa).

Interesses imperialistas e uma nova formação de Estados europeus estão entre as causas principais da Primeira Guerra Mundial (1914-1917), também chamada de Grande Guerra. Caracterizada pelas batalhas de trincheiras, ela terminou com a derrota alemã, que teve de assinar o Tratado de Versalhes.

Alemanha, Itália e Japão formaram o Eixo, aliança que deflagrou a Segunda Guerra Mundial. Além de desejar ampliar territórios, a Alemanha queria se vingar pela humilhação sofrida depois do fim da Grande Guerra.

O avanço alemão na Europa, iniciado em 1939, foi contido em 1943 do lado oriental pelos soviéticos e, depois do Dia D de 1944, no lado ocidental pelos Aliados, que reuniam ingleses, norte-americanos e forças mistas de resistência dos países ocupados.

No Pacífico, os norte-americanos derrotaram os japoneses, mas a rendição foi assinada somente depois do lançamento das bombas atômicas sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki.

*********** ATIVIDADES *********** Texto para a questão 1.

Secreta e mortal Com a ajuda de cidadãos comuns, a Gestapo se transformou na peça central do terror nazista

Em 1939, o médico Ludwig Kneisel foi ao quartel-general da polícia secreta do regime nazista para delatar o “comportamento suspeito” de uma vizinha, a estudante de música Ilse Sonja Totzke, que volta e meia era vista conversando com judeus na pequena cidade alemã de Wurtzburgo. No ano seguinte, foi a vez de uma jovem colega de Ilse, chamada Gertrude Weiss, informar aos agentes que a estudante nunca respondia à saudação “Heil Hitler!”. Questionada pela Gestapo em um interrogatório, Ilse confirmou que tinha amigos judeus. Recebeu a ordem para romper essas amizades, mas não obedeceu. Continuou sendo monitorada até o ponto de ser enviada ao campo de concentração de Ravensbruck, de onde jamais voltou. Raros alemães desafiaram a Gestapo, a exemplo de Ilse. Milhões, contudo, viveram no mesmo clima de pavor, em que todos eram denunciantes e potenciais denunciados. A polícia secreta de Adolf Hitler tinha a fama de ser infalível e implacável, quase onisciente, até. Hoje, porém, historiadores têm uma visão distinta. Embora fosse a peça central do terror nazista e agisse praticamente acima da lei, a Gestapo não teria a mesma eficácia sem a colaboração de cidadãos comuns, como Kneisel e Weiss. Em Krefeld, por exemplo, com 170 mil habitantes, a polícia secreta tinha apenas 13 oficiais — um para cada 13 mil habitantes. Entre 1933 e 1939, 41% dos processos contra judeus nessa cidade foram iniciados por denúncias de civis. Alguns delatores chegaram a integrar uma “rede de espionagem” da instituição, dispostos a dedurar pelo bem do país — ou aproveitar a ocasião para resolver desavenças pessoais.

 Implacável com todos que fossem considerados inimigos do nazismo, a polícia secreta de Hitler espalhou o terror sob o comando de Himmler (centro)

Após 1945, a Guerra Fria manteve o mundo dividido em dois blocos: de um lado, os Estados Unidos e seus aliados; do outro, a União Soviética e os países incorporados à esfera socialista. Muitas guerras, como a da Coreia e a do Vietnã, foram consequência da Guerra Fria.

 *ATENÇÃO, ESTUDANTE!*  Para complementar o estudo deste Módulo, utilize seu LIVRO DIDÁTICO.

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A Gestapo foi criada em 1933 e teve como primeiras vítimas os comunistas, social-democratas e demais adversários políticos do regime nazista. No início, a maioria dos agentes atuava atrás da escrivaninha, analisando denúncias. Nas batidas em locais suspeitos, nas ruas, frequentemente andavam à paisana. Mas, sob o comando de Heinrich Himmler a partir de 1934, tornou-se cada vez mais violenta. Comandante da temida SS, a tropa de elite do regime nazista, Himmler já havia se revelado um dos maiores carrascos da população judia ainda antes da guerra. A perseguição começou com um boicote econômico às suas lojas, ordenado por Hitler, em 1933. Dois anos depois, as Leis de Nuremberg cassaram a cidadania dos judeus e declararam ilegais os casamentos entre eles e pessoas de “sangue alemão”. Qualquer contato passou a ser visto pelo regime como um crime em potencial. Quando estourou a Segunda Guerra, em 1939, membros da Gestapo passaram a integrar esquadrões da morte que seguiam o Exército nos países ocupados, eliminando quem bem quisessem — principalmente os judeus. A perseguição se intensificou para valer com a Noite dos Cristais, em 9 de novembro de 1938. Uma onda de ira popular varreu a Alemanha em represália ao assassinato de um diplomata, em Paris, por um judeu polonês, revoltado com a perseguição a seu povo. Os tumultos foram insuflados pelos escritórios locais da Gestapo. Deixaram mais de 90 judeus mortos e centenas de feridos. Cerca de 30 mil pessoas foram enviadas a campos de concentração. Durante a guerra, o controle social foi radicalizado. O regime de exceção podia considerar delito qualquer frase dita em público que pudesse ofender “a vontade do povo alemão”. A Gestapo se tornara mais poderosa do que nunca. Himmler conseguira unificar todas as forças policiais do país e submetê-las à SS com a criação do Escritório Central de Segurança do Reich (RSHA). Em 1940, a polícia secreta foi liberada de cumprir o Decreto do Reichstag. Ou seja, na prática, podia atuar como legislador, juiz, jurado e executor. Assim, tornou-se a última instância responsável pelo destino dos judeus. Em 1946, o Tribunal de Nuremberg julgou os 22 criminosos de guerra mais importantes da Alemanha. Doze foram condenados à morte. A Gestapo foi definida como uma organização criminosa, e a corte resolveu que os responsáveis pagariam por seus crimes. Himmler já havia se suicidado no ano anterior, mas vários mandachuvas menos conhecidos, como Richard Schulenburg, puderam reorganizar sua vida normalmente. Aos 68 anos, o ex-chefe de assuntos judaicos em Krefeld pleiteou uma pensão do Estado, alegando ter sido obrigado a integrar a Gestapo. Deu certo: recebeu pensão até morrer, aos 82 anos.

.1. (AED-SP) O texto relata o gradual aumento de poder da Gestapo. Destaque alguns fatos que justificam essa afirmação. ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________

.2. (ENEM-MEC) O Massacre da Floresta de Katyn foi noticiado pela primeira vez pelos alemães em abril de 1943. Numa colina na Rússia, soldados nazistas encontraram aproximadamente doze mil cadáveres. Empilhado em valas estava um terço da oficialidade do Exército polonês, entre os quais, vários engenheiros, técnicos e cientistas. Os nazistas aproveitaram-se ao máximo do episódio em sua propaganda antissoviética. Em menos de dois anos, porém, a Alemanha foi derrotada e a Polônia caiu na órbita da União Soviética — a qual reescreveu a história, atribuindo o massacre de Katyn aos nazistas. A Polônia inteira sabia tratar-se de uma mentira; mas quem o dissesse enfrentaria tortura, exílio ou morte. Disponível em: http://veja.abril.com.br. Acesso em: 19/5/2009 (adaptado).

Como o Massacre de Katyn e a farsa montada em torno desse episódio se relacionam com a construção da chamada Cortina de Ferro? (A) A aniquilação foi planejada pelas elites dirigentes polonesas como parte do processo de integração de seu país ao bloco soviético. (B) A construção de uma outra memória sobre o Massacre de Katyn teve o sentido de tornar menos odiosa e ilegítima, aos poloneses, a subordinação de seu país ao regime stalinista. (C) O Exército polonês havia aderido ao regime nazista, o que levou Stalin a encará-lo como um possível foco de restauração do Reich após a derrota alemã. (D) A Polônia era a última fronteira capitalista do Leste Europeu e a dominação desse país garantiria acesso ao mar Adriático. (E) A aniquilação do Exército polonês e a expropriação da burguesia daquele país eram parte da estratégia de revolução permanente e mundial defendida por Stalin.

Aventuras na História, set. 2010 (com adaptações).

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.3. (ENEM-MEC)

.5. (ENEM-MEC)

Os regimes totalitários da primeira metade do século XX apoiaram-se fortemente na mobilização da juventude em torno da defesa de ideias grandiosas para o futuro da nação. Nesses projetos, os jovens deveriam entender que só havia uma pessoa digna de ser amada e obedecida, que era o líder. Tais movimentos sociais juvenis contribuíram para a implantação e a sustentação do nazismo, na Alemanha, e do fascismo, na Itália, Espanha e Portugal.

QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

Democracia: “regime político no qual a soberania é exercida pelo povo, pertence ao conjunto dos cidadãos.”

A atuação desses movimentos juvenis caracterizava-se (A) pelo sectarismo e pela forma violenta e radical com que enfrentavam os opositores ao regime. (B) pelas propostas de conscientização da população acerca dos seus direitos como cidadãos. (C) pela promoção de um modo de vida saudável, que mostrava os jovens como exemplos a seguir. (D) pelo diálogo, ao organizar debates que opunham jovens idealistas e velhas lideranças conservadoras. (E) pelos métodos políticos populistas e pela organização de comícios multitudinários.

JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.

Uma suposta “vacina” contra o despotismo, em um contexto democrático, tem por objetivo (A) impedir a contratação de familiares para o serviço público. (B) reduzir a ação das instituições constitucionais. (C) combater a distribuição equilibrada de poder. (D) evitar a escolha de governantes autoritários. (E) restringir a atuação do Parlamento.

.4. (ENEM-MEC) O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu propósito é manter o povo unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente do que outros que, por muita piedade, permitem os distúrbios que levem ao assassínio e ao roubo.

.6. (ENEM-MEC) Para os amigos pão, para os inimigos pau; aos amigos se faz justiça, aos inimigos aplica-se a lei. LEAL, V. N. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Alfa Omega, 2008.

MAQUIAVEL, N. O Príncipe. São Paulo: Martin Claret, 2009.

Esse discurso, típico do contexto histórico da República Velha e usado por chefes políticos, expressa uma realidade caracterizada

No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe, reflexão sobre a Monarquia e a função do governante. A manutenção da ordem social, segundo esse autor, baseava-se na

(A) pela força política dos burocratas do nascente Estado republicano, que utilizavam de suas prerrogativas para controlar e dominar o poder nos municípios. (B) pelo controle político dos proprietários no interior do país, que buscavam, por meio dos seus currais eleitorais, enfraquecer a nascente burguesia brasileira. (C) pelo mandonismo das oligarquias no interior do Brasil, que utilizavam diferentes mecanismos assistencialistas e de favorecimento para garantir o controle dos votos. (D) pelo domínio político de grupos ligados às velhas instituições monárquicas e que não encontraram espaço de ascensão política na nascente República. (E) pela aliança política firmada entre as oligarquias do Norte e Nordeste do Brasil, que garantiria uma alternância no poder federal de presidentes originários dessas regiões.

(A) inércia do julgamento de crimes polêmicos. (B) bondade em relação ao comportamento dos mercenários. (C) compaixão quanto à condenação de transgressões religiosas. (D) neutralidade diante da condenação dos servos. (E) conveniência entre o poder tirânico e a moral do príncipe.

________________________________________________ *Anotações*

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A charge remete ao contexto do movimento que ficou conhecido como Diretas Já, ocorrido entre os anos de 1983 e 1984. O elemento histórico evidenciado na imagem é

.7. (ENEM-MEC) Os generais abaixo-assinados, de pleno acordo com o Ministro da Guerra, declaram-se dispostos a promover uma ação enérgica junto ao governo no sentido de contrapor medidas decisivas aos planos comunistas e seus pregadores e adeptos, independentemente da esfera social a que pertençam. Assim procedem no exclusivo propósito de salvarem o Brasil e suas instituições políticas e sociais da hecatombe que se mostra prestes a explodir.

(A) a insistência dos grupos políticos de esquerda em realizar atos políticos ilegais e com poucas chances de serem vitoriosos. (B) a mobilização em torno da luta pela democracia frente ao regime militar, cada vez mais desacreditado. (C) o diálogo dos movimentos sociais e dos partidos políticos, então existentes, com os setores do governo interessados em negociar a abertura. (D) a insatisfação popular diante da atuação dos partidos políticos de oposição ao regime militar criados no início dos anos 80. (E) a capacidade do regime militar em impedir que as manifestações políticas acontecessem.

Ata de reunião no Ministério da Guerra, 28/9/1937. In: BONAVIDES, P.; AMARAL, R. Textos políticos da história do Brasil. Vol. 5. Brasília: Senado Federal, 2002 (adaptado).

Levando em conta o contexto político-institucional dos anos 1930 no Brasil, pode-se considerar o texto como uma tentativa de justificar a ação militar que iria (A) debelar a chamada Intentona Comunista, acabando com a possibilidade da tomada do poder pelo PCB. (B) reprimir a Aliança Nacional Libertadora, fechando todos os seus núcleos e prendendo os seus líderes. (C) desafiar a Ação Integralista Brasileira, afastando o perigo de uma guinada autoritária para o fascismo. (D) instituir a ditadura do Estado Novo, cancelando as eleições de 1938 e reescrevendo a Constituição do país. (E) combater a Revolução Constitucionalista, evitando que os fazendeiros paulistas retomassem o poder perdido em 1930.

.9. (ENEM-MEC) Os três tipos de poder representam três diversos tipos de motivações: no poder tradicional, o motivo da obediência é a crença na sacralidade da pessoa do soberano; no poder racional, o motivo da obediência deriva da crença na racionalidade do comportamento conforme a lei; no poder carismático, deriva da crença nos dotes extraordinários do chefe.

.8. (ENEM-MEC)

BOBBIO, N. Estado, Governo, Sociedade: para uma teoria geral da política. São Paulo: Paz e Terra, 1999 (adaptado).

O texto apresenta três tipos de poder que podem ser identificados em momentos históricos distintos. Identifique o período em que a obediência esteve associada predominantemente ao poder carismático: (A) (B) (C) (D) (E)

República Federalista Norte-Americana. República Fascista Italiana no século XX. Monarquia Teocrática do Egito Antigo. Monarquia Absoluta Francesa no século XVII. Monarquia Constitucional Brasileira no século XIX.

________________________________________________ *Anotações*

Disponível em: http://pimentacomlimao.files.wordpress.com. Acesso em: 17/4/2010 (adaptado).

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Nos anos 1960, eram comuns as disputas pelo significado de termos usados no debate político, como “democracia” e “reforma”. Se, para os setores aglutinados em torno da UDN, as reformas deveriam assegurar o livre mercado, para aqueles organizados no CGT, elas deveriam resultar em

.10. (ENEM-MEC)

(A) (B) (C) (D) (E)

fim da intervenção estatal na economia. crescimento do setor de bens de consumo. controle do desenvolvimento industrial. atração de investimentos estrangeiros. limitação da propriedade privada.

.12. (ENEM-MEC)

Charge capa da revista O Malho, de 1904. Disponível em: http://1.bp.blogspot.com. Acesso em: 21/3/2011.

Os Jogos Olímpicos tiveram início na Grécia, em 776 a.C., para celebrar uma declaração de paz. Na sociedade contemporânea, embora mantenham como ideal o congraçamento entre os povos, os Jogos Olímpicos têm sido palco de manifestações de conflitos políticos. Dentre os acontecimentos apresentados abaixo, o único que evoca um conflito armado e sugere sua superação, reafirmando o ideal olímpico, ocorreu

A imagem representa as manifestações nas ruas da cidade do Rio de Janeiro, na primeira década do século XX, que integraram a Revolta da Vacina. Considerando o contexto político-social da época, essa revolta revela (A) a insatisfação da população com os benefícios de uma modernização urbana autoritária. (B) a consciência da população pobre sobre a necessidade de vacinação para a erradicação das epidemias. (C) a garantia do processo democrático instaurado com a República, através da defesa da liberdade de expressão da população. (D) o planejamento do governo republicano na área de saúde, que abrangia a população em geral. (E) o apoio ao governo republicano pela atitude de vacinar toda a população em vez de privilegiar a elite.

(A) em 1980, em Moscou, quando os norte-americanos deixaram de comparecer aos Jogos Olímpicos. (B) em 1964, em Tóquio, quando um atleta nascido em Hiroshima foi escolhido para carregar a tocha olímpica. (C) em 1956, em Melbourne, quando a China abandonou os Jogos porque a representação de Formosa também havia sido convidada para participar. (D) em 1948, em Londres, quando os alemães e os japoneses não foram convidados a participar. (E) em 1936, em Berlim, quando Hitler abandonou o estádio ao serem anunciadas as vitórias do universitário negro, Jesse Owens, que recebeu quatro medalhas.

.11. (ENEM-MEC) A consolidação do regime democrático no Brasil contra os extremismos da esquerda e da direita exige ação enérgica e permanente no sentido do aprimoramento das instituições políticas e da realização de reformas corajosas no terreno econômico, financeiro e social.

.13. (ENEM-MEC) A primeira metade do século XX foi marcada por conflitos e processos que a inscreveram como um dos mais violentos períodos da história humana. Entre os principais fatores que estiveram na origem dos conflitos ocorridos durante a primeira metade do século XX estão

Mensagem programática da União Democrática Nacional (UDN) — 1957.

Os trabalhadores deverão exigir a constituição de um governo nacionalista e democrático, com participação dos trabalhadores para a realização das seguintes medidas: a) Reforma bancária progressista; b) Reforma agrária que extinga o latifúndio; c) Regulamentação da Lei de Remessas de Lucros.

(A) a crise do colonialismo, a ascensão do nacionalismo e o totalitarismo. (B) o enfraquecimento do império britânico, a Grande Depressão e a corrida nuclear. (C) o declínio britânico, o fracasso da Liga das Nações e a Revolução Cubana. (D) a corrida armamentista, o terceiro-mundismo e o expansionismo soviético. (E) a Revolução Bolchevique, o imperialismo e a unificação da Alemanha.

Manifesto do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) — 1962.

BONAVIDES, P.; AMARAL, R. Textos políticos da história do Brasil. Brasília: Senado Federal, 2002.

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(A) a carência de fontes para pesquisa sobre os reais motivos dessa Guerra. (B) o caráter positivista das diferentes versões sobre essa Guerra. (C) o resultado das intervenções britânicas nos cenários de batalha. (D) a dificuldade de elaborar explicações convincentes sobre os motivos dessa Guerra. (E) o nível de crueldade das ações do exército brasileiro e argentino durante o conflito.

.14. (ENEM-MEC) As secas e o apelo econômico da borracha — produto que no final do século XIX alcançava preços altos nos mercados internacionais — motivaram a movimentação de massas humanas oriundas do Nordeste do Brasil para o Acre. Entretanto, até o início do século XX, essa região pertencia à Bolívia, embora a maioria da sua população fosse brasileira e não obedecesse à autoridade boliviana. Para reagir à presença de brasileiros, o governo de La Paz negociou o arrendamento da região a uma entidade internacional, o Bolivian Syndicate, iniciando violentas disputas dos dois lados da fronteira. O conflito só terminou em 1903, com a assinatura do Tratado de Petrópolis, pelo qual o Brasil comprou o território por 2 milhões de libras esterlinas.

________________________________________________ *Anotações*

Disponível em: www.mre.gov.br. Acesso em: 3/11/2008 (adaptado).

Compreendendo o contexto em que ocorreram os fatos apresentados, o Acre tornou-se parte do território nacional brasileiro (A) pela formalização do Tratado de Petrópolis, que indenizava o Brasil pela sua anexação. (B) por meio do auxílio do Bolivian Syndicate aos emigrantes brasileiros na região. (C) devido à crescente emigração de brasileiros que exploravam os seringais. (D) em função da presença de inúmeros imigrantes estrangeiros na região. (E) pela indenização que os emigrantes brasileiros pagaram à Bolívia.

.15. (ENEM-MEC) Substitui-se então uma história crítica, profunda, por uma crônica de detalhes onde o patriotismo e a bravura dos nossos soldados encobrem a vilania dos motivos que levaram a Inglaterra a armar brasileiros e argentinos para a destruição da mais gloriosa República que já se viu na América Latina, a do Paraguai. CHIAVENATTO, J. J. Genocídio americano: A Guerra do Paraguai. São Paulo: Brasiliense, 1979 (adaptado).

O imperialismo inglês, “destruindo o Paraguai, mantém o status quo na América Meridional, impedindo a ascensão do seu único Estado economicamente livre”. Essa teoria conspiratória vai contra a realidade dos fatos e não tem provas documentais. Contudo essa teoria tem alguma repercussão. DORATIOTO, F. Maldita guerra: nova história da Guerra do Paraguai. São Paulo: Cia. das Letras, 2002 (adaptado).

Uma leitura dessas narrativas divergentes demonstra que ambas estão refletindo sobre 28

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primeiras estruturas de ordenamento social, um embrião do que hoje conhecemos por Estado. Em algumas sociedades, essa organização incipiente rapidamente se sofisticou na figura de um governante centralizado, um rei (ou faraó, no caso dos egípcios). Foi uma evolução lenta e que paulatinamente mudou o modo de produção, batizado por alguns historiadores de asiático, pois se desenvolveu no Oriente Médio (babilônios, assírios, fenícios, hebreus e persas) e nas regiões onde hoje ficam o Egito, a China e a Índia.

*MÓDULO 3*

Trabalho – Produção O nascimento da produção O trabalho dos hominídeos (família de primatas que compreende o homem e seus ancestrais) e dos primeiros homens consistia em caçar, pescar, coletar frutas, folhas e raízes e se defender de ataques de outros animais. Para conseguir sobreviver, movia-se por longas distâncias, mudando constantemente de região, e até mesmo alcançando novos continentes. Por volta de 12.000 a.C., no fim da última era glacial, o solo ficou mais fértil e o clima, mais ameno. O homem passou a viver próximo de rios e lagos por um período maior. Aos poucos, notou que os grãos que caíam no solo germinavam e geravam outras plantas.

Da coleta à fabricação Os principais modos de produzir riqueza durante a Antiguidade PRIMITIVO: É o modo usado pelos seres humanos pré-históricos. Não havia produção para a subsistência: o homem colhia, caçava e pescava para se alimentar e dependia de sua mobilidade (nomadismo) para encontrar regiões mais férteis. Não havia divisão de classes, Estado nem propriedade privada das terras. ASIÁTICO: Ao dominar a agricultura, o homem deixa de ser nômade e se fixa em regiões mais produtivas, como margens de rios e lagos. Ao fazê-lo, desenvolve um conceito de propriedade. A criação e a fabricação de utensílios para a agricultura geram novos trabalhos e trabalhadores. O aumento das populações nos locais mais férteis favorece o surgimento de vilas e cidades, que, por sua vez, dão início a uma divisão de classes. Obras maiores, para conter cheias, tornam o trabalho ainda mais especializado e acabam conduzindo à criação da escrita. A necessidade de organizar imensos contingentes populacionais para a edificação de grandes obras de irrigação fez com que esses povos vivessem em impérios teocráticos, extremamente centralizados. Esse modo de produção foi predominante em algumas sociedades da Antiguidade.

 REPRODUÇÃO

 Placa com linguagem etrusca

O domínio da agricultura, que, como se sabe hoje, ocorreu simultaneamente em várias partes do mundo, foi alcançado há cerca de 10.000 anos. Foi um acontecimento revolucionário para nossa espécie: marcou o fim da vida nômade. O homem começou a se fixar em determinadas regiões. A utilização da agricultura fez com que o homem elaborasse meios para controlar e melhorar seu sustento. Com o tempo, a noção se estruturou. Instrumentos foram criados para trabalhar a terra, e os animais já não serviam apenas como alimento e fonte de vestimenta — eram também importantes como força de trabalho. A vida sedentária e o cultivo do solo levaram ao surgimento de aglomerados humanos, que se transformaram em vilas e cidades. O trabalho começou a se diversificar: alguns homens plantavam, outros fabricavam instrumentos, havia aqueles que construíam reservatórios e diques e, por fim, um grupo que organizava o trabalho dos outros. Guerras surgiram pelo controle de territórios, e os derrotados se transformavam muitas vezes em escravos. Surgia, assim, uma divisão de classes baseada no poder econômico e na capacidade militar. Ao mesmo tempo, a necessidade de controlar uma sociedade cada vez mais complexa resultou nas 29

Trabalhar a terra e cultivar o próprio alimento foi a primeira grande revolução no modo de produção do homem. Foi a partir da Revolução Agrícola que surgiram a escrita e as mais importantes sociedades da Antiguidade. Com a agricultura, o ser humano tornou-se sedentário, criou cidades que se organizaram em Estados e viu surgir a figura do rei como o governante que centralizava o poder dessas novas sociedades.

Os gregos e os romanos dependiam da agricultura e do comércio com civilizações mediterrâneas. O uso de escravos, normalmente capturados em guerras, era comum nessas sociedades. Eles eram onipresentes e respondiam por várias funções importantes para as cidades, incluindo a de lecionar.

O modo de produção feudal dependia da agricultura. Servos trabalhavam pela subsistência e enriqueciam os senhores donos da terra. Os servos plantavam num sistema de aproveitamento da terra com o revezamento de diferentes culturas.

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O comércio se fortaleceu a partir do século XII na Europa. Foi quando começou a surgir uma nova classe, a burguesia.

A Revolução Industrial consolidou o modo de produção capitalista, caracterizado por trabalhadores assalariados, propriedade privada e dos meios de produção, foco no lucro e valorização do maior acúmulo possível do capital.

O capitalismo ficou mais complexo com a diminuição da concorrência e o surgimento de grandes conglomerados das mais diversas áreas produtivas.

grandes acontecimentos da cultura e da política. Todos os fios estão entretecidos. Na transição dos séculos XIV e XV, por exemplo, o florescimento dos negócios bancários na Itália foi condição indispensável para que a Renascença tivesse seus esplendores. Da mesma forma, a criação das finanças corporativas foi alicerce para o império britânico, e a expansão da indústria de seguros e do crédito ao consumidor, um pressuposto da prosperidade americana no século XX. Ferguson, obviamente, não deixa de registrar os momentos de ruptura. Seria uma das “verdades perenes” da história financeira o fato de que, “mais cedo ou mais tarde, as bolhas sempre explodem”. No balanço geral da história, contudo, os ganhos sempre se sobrepõem às perdas. Ferguson rejeita peremptoriamente a tese de que a pobreza decorre da exploração de homens simples por financistas predatórios. “A pobreza”, diz ele, “tem muito mais a ver com a falta de instituições financeiras e de bancos do que com sua presença”.

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*********** ATIVIDADES *********** Texto para a questão 1.

Dinheiro também é cultura

 Na transição

A inovação financeira sempre foi um fator central no avanço da civilização

do século XIV

Em novembro de 2008, quando os mercados financeiros mundiais estavam mergulhados no pânico absoluto, a rainha Elizabeth II, da Inglaterra, visitou a London School of Economics para inaugurar um novo prédio. Na ocasião, aproveitou para perguntar aos professores da tradicional escola de economia o motivo da irrupção de uma das mais profundas crises econômicas da história. “Mas como ninguém percebeu o que estava acontecendo?”, questionou a rainha, que é famosa por sempre manter a fleuma e evitar ao máximo emitir opiniões sobre qualquer assunto. Ela não esteve sozinha, obviamente, ao pôr em dúvida o tirocínio dos economistas. Desde a eclosão da crise, eles e seus modelos teóricos caíram em desgraça. As ferramentas financeiras desenvolvidas nos últimos cinquenta anos foram classificadas de inúteis, nas críticas mais amenas, ou de perniciosas, nas mais acerbas. Também voltou com força a ideia de que as bolsas não são mais do que cassinos vulgares, nos quais espertalhões fazem fortuna à custa de inocentes. Escrito por um súdito da rainha, o historiador escocês Niall Ferguson, o livro A Ascensão do Dinheiro ajuda a combater esse espírito. Primeiro, ao demonstrar que a inovação financeira sempre foi um fator central no avanço das sociedades — ou mesmo das civilizações. Em segundo lugar, por conferir à reflexão econômica a sua devida dimensão de aventura intelectual. “Atrás de cada fenômeno histórico grandioso existe um segredo financeiro”, afirma Ferguson. O livro traça a história das finanças desde os seus primórdios, na Mesopotâmia. E essa história, diz Ferguson, não deve ser vista apenas como um pano de fundo para os

os esplendores

para o século XV,

da Renascença só se tornaram viáveis pelo florescimento dos negócios bancários na Itália

© AFP

O livro de Ferguson também é valioso por apontar muitos dos personagens que, ao longo dos séculos, foram responsáveis pelas grandes inovações no mundo das finanças. São figuras como o matemático italiano Leonardo de Pisa, ou Fibonacci, responsável pela introdução do sistema decimal na Europa da Idade Média, ou o barão Nathan de Rothschild, um dos fundadores da· dinastia de financistas que dominou o sistema bancário europeu no século XIX e aperfeiçoou a emissão de títulos de dívidas de países. Aparecem, por fim, alguns dos pais do pensamento financeiro contemporâneo, calcado na matemática e que deu base para o extraordinário crescimento daquilo que Ferguson chama de “Planeta Finanças”, com sua miríade de títulos e derivativos. São acadêmicos ainda vivos e atuantes, como Harry Markowitz, pioneiro no estudo de diversificação de carteiras de investimentos, e Myron Scholes, que, junto com Fischer Black (já falecido), desenvolveu a fórmula de Black-Scholes, uma equação matemática utilizada para dar preço a ativos financeiros. Veja, 26/8/2009 (adaptado).

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A respeito do texto e do quadrinho são feitas as seguintes afirmações:

.1. (AED-SP) O texto menciona alguns momentos importantes da história que, de acordo com o historiador Niall Ferguson, estiveram intimamente relacionados a aspectos financeiros. Que momentos históricos são esses e quais os aspectos financeiros relacionados a cada um deles? ___________________________________________________ ___________________________________________________

I.

Ambos retratam a intensa divisão do trabalho, à qual são submetidos os operários.

II.

O texto refere-se à produção informatizada e o quadrinho, à produção artesanal.

III.

Ambos contêm a ideia de que o produto da atividade industrial não depende do conhecimento de todo o processo por parte do operário.

___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________

Dentre essas afirmações, apenas (A) (B) (C) (D) (E)

.2. (ENEM-MEC) A Revolução Industrial ocorrida no final do século XVIII transformou as relações do homem com o trabalho. As máquinas mudaram as formas de trabalhar, e as fábricas concentraram-se em regiões próximas às matérias-primas e grandes portos, originando vastas concentrações humanas. Muitos dos operários vinham da área rural e cumpriam jornadas de trabalho de 12 a 14 horas, na maioria das vezes em condições adversas. A legislação trabalhista surgiu muito lentamente ao longo do século XIX, e a diminuição da jornada de trabalho para oito horas diárias concretizou-se no início do século XX.

I está correta. II está correta. III está correta. I e II estão corretas. I e III estão corretas.

.4. (ENEM-MEC) Desiguais na fisionomia, na cor e na raça, o que lhes assegura identidade peculiar, são iguais enquanto frente de trabalho. Num dos cantos, as chaminés das indústrias se alçam verticalmente. No mais, em todo o quadro, rostos colados, um ao lado do outro, em pirâmide que tende a se prolongar infinitamente, como mercadoria que se acumula, pelo quadro afora.

Pode-se afirmar que as conquistas no início deste século, decorrentes da legislação trabalhista, estão relacionadas com

Nádia Gotlib. Tarsila do Amaral, a modernista.

(A) a expansão do capitalismo e a consolidação dos regimes monárquicos constitucionais. (B) a expressiva diminuição da oferta de mão de obra, devido à demanda por trabalhadores especializados. (C) a capacidade de mobilização dos trabalhadores em defesa dos seus interesses. (D) o crescimento do Estado ao mesmo tempo em que diminuía a representação operária nos Parlamentos. (E) a vitória dos partidos comunistas nas eleições das principais capitais europeias.

.3. (ENEM-MEC) “[...] Um operário desenrola o arame, o outro o endireita, um terceiro corta, um quarto o afia nas pontas para a colocação da cabeça do alfinete; para fazer a cabeça do alfinete requerem-se 3 ou 4 operações diferentes; [...]”

O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema que também se encontra nos versos transcritos em:

SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. Investigação sobre a sua natureza e suas causas. Vol. I. São Paulo: Nova Cultural, 1985.

(A) “Pensem nas meninas / Cegas inexatas / Pensem nas mulheres / Rotas alteradas.”

Tarsila do Amaral, Operários.

(Vinicius de Moraes)

(B) “Somos muitos severinos / iguais em tudo e na sina: / a de abrandar estas pedras / suando-se muito em cima.” (João Cabral de Melo Neto)

(C) “O funcionário público / não cabe no poema / com seu salário de fome / sua vida fechada em arquivos.” (Ferreira Gullar)

Jornal do Brasil, 19/2/1997.

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(D) “Não sou nada. / Nunca serei nada. / Não posso

(D) Exigência da inserção adequada da mulher no

querer ser nada. / À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”

mercado de trabalho. (E) Aprofundamento do problema social do desemprego e do subemprego.

(Fernando Pessoa)

(E) “Os inocentes do Leblon / Não viram o navio entrar [...] / Os inocentes, definitivamente inocentes tudo

.6. (ENEM-MEC) Após a Independência, integramo-nos como exportadores de produtos primários à divisão internacional do trabalho, estruturada ao redor da Grã-Bretanha. O Brasil especializou-se na produção, com braço escravo importado da África, de plantas tropicais para a Europa e a América do Norte. Isso atrasou o desenvolvimento de nossa economia por pelo menos uns oitenta anos. Éramos um país essencialmente agrícola e tecnicamente atrasado por depender de produtores cativos. Não se poderia confiar a trabalhadores forçados outros instrumentos de produção que os mais toscos e baratos. O atraso econômico forçou o Brasil a se voltar para fora. Era do exterior que vinham os bens de consumo que fundamentavam um padrão de vida “civilizado”, marca que distinguia as classes cultas e “naturalmente” dominantes do povaréu primitivo e miserável. [...] E de fora vinham também os capitais que permitiam iniciar a construção de uma infraestrutura de serviços urbanos, de energia, transportes e comunicações.

ignoravam, / mas a areia é quente, e há um óleo suave / que eles passam pelas costas, e aquecem.” (Carlos Drummond de Andrade)

.5. (ENEM-MEC)

SINGER, Paul. Evolução da economia e vinculação internacional. In: SACHS, I.; WILLHEIM, J.; PINHEIRO, P. S. (orgs.). Brasil: um século de transformações. São Paulo: Cia. das Letras, 2001, p. 80.

Levando-se em consideração as afirmações acima, relativas à estrutura econômica do Brasil por ocasião da independência política (1822), é correto afirmar que o país (A) se industrializou rapidamente devido ao desenvolvimento alcançado no período colonial. (B) extinguiu a produção colonial baseada na escravidão e fundamentou a produção no trabalho livre. (C) se tornou dependente da economia europeia por realizar tardiamente sua industrialização em relação a outros países. (D) se tornou dependente do capital estrangeiro, que foi introduzido no país sem trazer ganhos para a infraestrutura de serviços urbanos. (E) teve sua industrialização estimulada pela Grã-Bretanha, que investiu capitais em vários setores produtivos.

As tiras ironizam uma célebre fábula e a conduta dos governantes. Tendo como referência o estado atual dos países periféricos, pode-se afirmar que nessas histórias está contida a seguinte ideia:

________________________________________________

(A) Crítica à precária situação dos trabalhadores ativos e aposentados. (B) Necessidade de atualização crítica de clássicos da literatura. (C) Menosprezo governamental com relação a questões ecologicamente corretas.

*Anotações*

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.7. (ENEM-MEC)

.9. (ENEM-MEC)

O Egito é visitado anualmente por milhões de turistas de todos os quadrantes do planeta, desejosos de ver com os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra há milênios: as pirâmides de Gizeh, as tumbas do Vale dos Reis e os numerosos templos construídos ao longo do Nilo.

O suíço Thomas Davatz chegou a São Paulo em 1855 para trabalhar como colono na fazenda de café Ibicaba, em Campinas. A perspectiva de prosperidade que o atraiu para o Brasil deu lugar a insatisfação e revolta, que ele registrou em livro. Sobre o percurso entre o porto de Santos e o planalto paulista, escreveu Davatz: “As estradas do Brasil, salvo em alguns trechos, são

O que hoje se transformou em atração turística era, no passado, interpretado de forma muito diferente, pois

péssimas. Em quase toda parte, falta qualquer espécie de calçamento ou mesmo de saibro. Constam apenas de

(A) significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós tinham para escravizar grandes contingentes populacionais que trabalhavam nesses monumentos. (B) representava para as populações do alto Egito a possibilidade de migrar para o sul e encontrar trabalho nos canteiros faraônicos. (C) significava a solução para os problemas econômicos, uma vez que os faraós sacrificavam aos deuses suas riquezas, construindo templos. (D) representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade, obrigando os desocupados a trabalharem em obras públicas, que engrandeceram o próprio Egito. (E) significava um peso para a população egípcia, que condenava o luxo faraônico e a religião baseada em crenças e superstições.

terra simples, sem nenhum benefício. É fácil prever que nessas estradas não se encontram estalagens e hospedarias como as da Europa. Nas cidades maiores, o viajante pode naturalmente encontrar aposento sofrível; nunca,

porém,

comodidade

qualquer

que

coisa

proporciona

de

na

comparável

Europa

à

qualquer

estalagem rural. Tais cidades são, porém, muito poucas na distância que vai de Santos a Ibicaba e que se percorre em cinquenta horas no mínimo”. Em 1867 foi inaugurada a ferrovia ligando Santos a Jundiaí, o que abreviou o tempo de viagem entre o litoral e o planalto para menos de um dia. Nos anos seguintes, foram

construídos

outros

ramais

ferroviários

que

articularam o interior cafeeiro ao porto de exportação, Santos.

.8. (ENEM-MEC) DAVATZ, T. Memórias de um colono no Brasil. São Paulo: Livraria Martins, 1941 (adaptado).

Até o século XVII, as paisagens rurais eram marcadas por atividades rudimentares e de baixa produtividade. A partir da Revolução Industrial, porém, sobretudo com o advento da revolução tecnológica, houve um desenvolvimento contínuo do setor agropecuário.

O impacto das ferrovias na promoção de projetos de colonização com base em imigrantes europeus foi importante, porque

São, portanto, observadas consequências econômicas, sociais e ambientais inter-relacionadas no período posterior à Revolução Industrial, as quais incluem

(A) o percurso dos imigrantes até o interior, antes das ferrovias, era feito a pé ou em muares; no entanto, o tempo de viagem era aceitável, uma vez que o café era plantado nas proximidades da capital, São Paulo. (B) a expansão da malha ferroviária pelo interior de São Paulo permitiu que mão de obra estrangeira fosse contratada para trabalhar em cafezais de regiões cada vez mais distantes do porto de Santos. (C) o escoamento da produção de café se viu beneficiado pelos aportes de capital, principalmente de colonos italianos, que desejavam melhorar sua situação econômica.

(A) a erradicação da fome no mundo. (B) o aumento das áreas rurais e a diminuição das áreas urbanas. (C) a maior demanda por recursos naturais, entre os quais os recursos energéticos. (D) a menor necessidade de utilização de adubos e corretivos na agricultura. (E) o contínuo aumento da oferta de emprego no setor primário da economia, em face da mecanização.

________________________________________________

(D) os fazendeiros puderam prescindir da mão de obra europeia e contrataram trabalhadores brasileiros provenientes de outras regiões para trabalhar em suas plantações. (E) as notícias de terras acessíveis atraíram para São Paulo grande quantidade de imigrantes, que adquiriram vastas propriedades produtivas.

*Anotações*

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.10. (ENEM-MEC)

.12. (ENEM-MEC)

Entre 2004 e 2008, pelo menos 8 mil brasileiros foram libertados de fazendas onde trabalhavam como se fossem escravos. O governo criou uma lista em que ficaram expostos os nomes dos fazendeiros flagrados pela fiscalização. No Norte, Nordeste e Centro-Oeste, regiões que mais sofrem com a fraqueza do poder público, o bloqueio dos canais de financiamento agrícola para tais fazendeiros tem sido a principal arma de combate a esse problema, mas os governos ainda sofrem com a falta de informações, provocada pelas distâncias e pelo poder intimidador dos proprietários. Organizações não governamentais e grupos como a Pastoral da Terra têm agido corajosamente, acionando as autoridades públicas e ministrando aulas sobre direitos sociais e trabalhistas.

Os tropeiros foram figuras decisivas na formação de vilarejos e cidades do Brasil colonial. A palavra “tropeiro” vem de “tropa” que, no passado, se referia ao conjunto de homens que transportava gado e mercadoria. Por volta do século XVIII, muita coisa era levada de um lugar a outro no lombo de mulas. O tropeirismo acabou associado à atividade mineradora, cujo auge foi a exploração de ouro em Minas Gerais e, mais tarde, em Goiás. A extração de pedras preciosas também atraiu grandes contingentes populacionais para as novas áreas e, por isso, era cada vez mais necessário dispor de alimentos e produtos básicos. A alimentação dos tropeiros era constituída por toucinho, feijão-preto, farinha, pimenta-do-reino, café, fubá e coité (um molho de vinagre com fruto cáustico espremido). Nos pousos, os tropeiros comiam feijão quase sem molho com pedaços de carne de sol e toucinho, que era servido com farofa e couve picada. O feijão-tropeiro é um dos pratos típicos da cozinha mineira e recebe esse nome porque era preparado pelos cozinheiros das tropas que conduziam o gado.

Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo. Disponível em: http://www.mte.gov.br. Acesso em: 17/3/2009 (adaptado)

Nos lugares mencionados no texto, o papel dos grupos de defesa dos direitos humanos tem sido fundamental, porque eles

Disponível em: http://www.tribunadoplanalto.com.br. Acesso em: 27/11/2008.

(A) negociam com os fazendeiros o reajuste dos honorários e a redução da carga horária de trabalho. (B) defendem os direitos dos consumidores junto aos armazéns e mercados das fazendas e carvoarias. (C) substituem as autoridades policiais e jurídicas na resolução dos conflitos entre patrões e empregados. (D) encaminham denúncias ao Ministério Público e promovem ações de conscientização dos trabalhadores. (E) fortalecem a administração pública ao ministrarem aulas aos seus servidores.

A criação do feijão-tropeiro na culinária brasileira está relacionada à (A) atividade comercial exercida pelos homens que trabalhavam nas minas. (B) atividade culinária exercida pelos moradores cozinheiros que viviam nas regiões das minas. (C) atividade mercantil exercida pelos homens que transportavam gado e mercadoria. (D) atividade agropecuária exercida pelos tropeiros que necessitavam dispor de alimentos. (E) atividade mineradora exercida pelos tropeiros no auge da exploração do ouro.

.11. (ENEM-MEC) A evolução do processo de transformação de matérias-primas em produtos acabados ocorreu em três estágios: artesanato, manufatura e maquinofatura.

.13. (ENEM-MEC) Quem construiu a Tebas de sete portas? Nos livros estão nomes de reis. Arrastaram eles os blocos de pedra? E a Babilônia várias vezes destruída. Quem a reconstruiu [ tantas vezes? Em que casas da Lima dourada moravam os [ construtores? Para onde foram os pedreiros, na noite em que a [ Muralha da China ficou pronta? A grande Roma está cheia de arcos do triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem triunfaram os césares?

Um desses estágios foi o artesanato, em que se (A) trabalhava conforme o ritmo das máquinas e de maneira padronizada. (B) trabalhava geralmente sem o uso de máquinas e de modo diferente do modelo de produção em série. (C) empregavam fontes de energia abundantes para o funcionamento das máquinas. (D) realizava parte da produção por cada operário, com uso de máquinas e trabalho assalariado. (E) faziam interferências do processo produtivo por técnicos e gerentes com vistas a determinar o ritmo de produção.

BRECHT, B. Perguntas de um trabalhador que lê. Disponível em: http://recantodasletras.uol.com.br. Acesso em: 28/4/2010.

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Partindo das reflexões de um trabalhador que lê um livro de História, o autor censura a memória construída sobre determinados monumentos e acontecimentos históricos. A crítica refere-se ao fato de que

.15. (ENEM-MEC)

(A) os agentes históricos de uma determinada sociedade deveriam ser aqueles que realizaram feitos heroicos ou grandiosos e, por isso, ficaram na memória. (B) a História deveria se preocupar em memorizar os nomes de reis ou dos governantes das civilizações que se desenvolveram ao longo do tempo. (C) os grandes monumentos históricos foram construídos por trabalhadores, mas sua memória está vinculada aos governantes das sociedades que os construíram. (D) os trabalhadores consideram que a História é uma ciência de difícil compreensão, pois trata de sociedades antigas e distantes no tempo. (E) as civilizações citadas no texto, embora muito importantes, permanecem sem terem sido alvos de pesquisas históricas.

primeiro lugar, porque sua especialização exigiu uma

.14. (ENEM-MEC)

(A) (B) (C) (D) (E)

Os cercamentos do século XVIII podem ser considerados como sínteses das transformações que levaram à consolidação do capitalismo na Inglaterra. Em articulação fundamental com o mercado. Como se concentravam na atividade de produção de lã, a realização da renda dependeu dos mercados, de novas tecnologias de beneficiamento do produto e do emprego de novos tipos de ovelhas. Em segundo lugar, concentrou-se na inter-relação do campo com a cidade e, num primeiro momento, também se vinculou à liberação de mão de obra. RODRIGUES, A. E. M. Revoluções burguesas. In: REIS FILHO, D. A. et al (orgs.). O Século XX, v. I. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000 (adaptado).

Outra consequência dos cercamentos que teria contribuído para a Revolução Industrial na Inglaterra foi o aumento do consumo interno. congelamento do salário mínimo. fortalecimento dos sindicatos proletários. enfraquecimento da burguesia industrial. desmembramento das propriedades improdutivas.

________________________________________________ *Anotações*

DEBRET, J. B.; SOUZA, L. M. (org.). História da vida privada no Brasil: cotidiano e vida privada na América Portuguesa, v. 1. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

A imagem retrata uma cena da vida cotidiana dos escravos urbanos no início do século XIX. Lembrando que as atividades desempenhadas por esses trabalhadores eram diversas, os escravos de aluguel representados na pintura (A) vendiam a produção da lavoura cafeeira para os moradores das cidades. (B) trabalhavam nas casas de seus senhores e acompanhavam as donzelas na rua. (C) realizavam trabalhos temporários em troca de pagamento para os seus senhores. (D) eram autônomos, sendo contratados por outros senhores para realizarem atividades comerciais. (E) aguardavam a sua própria venda após desembarcarem no porto. 35

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Os portugueses produziram açúcar adotando o modelo plantation: grandes propriedades (latifúndios) monocultoras, chamadas de engenhos, mão de obra escrava e produção voltada para o mercado externo. Os latifúndios monocultores e a escravidão permitiam uma produção vasta, que rendia altos lucros. O destino era unicamente a exportação, uma vez que Portugal não tinha interesse em desenvolver a economia interna brasileira. Os lucros que permaneciam no Brasil ficavam nas mãos dos senhores de engenho — os donos dos latifúndios —, originando grande concentração de renda. A produção de açúcar foi a principal atividade econômica do Brasil colonial nos séculos XVI e XVII, mas não a única. Houve outras atividades, como a pecuária, mas sua produção era voltada para o mercado interno. Fornecedora de força de tração, alimento e meio de transporte para os engenhos, ela foi inicialmente instalada na Bahia e em Pernambuco, em meados do século XVI. Como no litoral predominavam as lavouras de cana, o gado foi levado ao interior. As feiras organizadas para o comércio dos animais deram origem às vilas, o que permitiu a colonização dos sertões brasileiros. Além do Nordeste, a atividade se desenvolveu com força no sul do país, onde foi favorecida pelas vastas pastagens naturais dos pampas. Os trabalhadores eram homens livres e de origem humilde, geralmente índios ou mestiços. Recebiam um pequeno salário e algumas cabeças de gado e, assim, podiam começar o próprio negócio, o que ajudava a desenvolver a atividade no país. A pecuária teve novo impulso no século XVIII, com o surgimento da mineração e a necessidade de abastecer as regiões de extração.

*MÓDULO 4*

Brasil – Crescimento econômico A economia açucareira No século XV, quando os portugueses chegaram ao Brasil, a Europa vivia o mercantilismo. Um dos pilares desse sistema era o pacto colonial, segundo o qual os brasileiros só podiam comercializar produtos com os portugueses, que, assim, compravam barato, vendiam caro e tinham exclusividade na exportação de mercadorias brasileiras para outros países. Grande parte dos lucros ia para a metrópole, principalmente para a Coroa portuguesa, que cobrava impostos elevados sobre a exploração dos produtos da colônia.

© DIVULGAÇÃO

 Engenho de açúcar, uma imagem recorrente no Brasil colonial

O primeiro produto explorado pelos colonizadores portugueses foi o pau-brasil, madeira que então era abundante em grande parte da faixa litorânea e era usada para fazer tinturas. Os índios a extraíam e, em troca, recebiam objetos como colares e espelhos. Os portugueses enchiam seus navios e voltavam para Lisboa. Em alguns pontos do litoral, instalaram feitorias para o armazenamento do produto. A exploração era fácil e lucrativa, mas não incentivava a fixação dos portugueses na colônia, o que a tornava vulnerável a invasões estrangeiras. Para garantir a proteção do território brasileiro, Portugal decidiu promover sua ocupação. A forma encontrada para isso foi criar as Capitanias Hereditárias, dividindo o território em faixas horizontais. Escolhida a estratégia, definiu-se o produto: o açúcar. A matéria-prima, a cana-de-açúcar, adaptava-se bem ao clima e ao solo brasileiros. Além disso, Portugal já possuía experiência na produção de cana nos Açores e na Ilha da Madeira. Para completar, o açúcar tinha grande aceitação na Europa, o que era uma garantia de mercado consumidor. Entretanto, faltavam aos portugueses capital inicial e uma eficiente infraestrutura de distribuição. Essa questão foi resolvida com uma parceria com os holandeses, que já fretavam o açúcar produzido por Portugal nas ilhas do Atlântico. 36

Antes de implantar a monocultura da cana-de-açúcar no Brasil, os portugueses apenas exploravam o pau-brasil, que era lucrativo, e utilizavam a mão de obra indígena a baixíssimo custo.

Implantada a partir do século XVI, a cultura da cana levou à ocupação do Nordeste brasileiro, sobretudo das áreas mais próximas ao litoral. O pacto colonial instituído nessa época como instrumento de viabilização do novo negócio proporcionava altos lucros à metrópole e aos integrantes da nova elite colonial.

Em busca de índios, os bandeirantes ajudaram a descobrir ouro no interior do Brasil no fim do século XVII. O ciclo do ouro provocou rápido povoamento e enriquecimento da região onde hoje fica o estado de Minas Gerais. A acelerada ocupação em busca de metais e pedras preciosas foi importante no processo de integração de várias regiões brasileiras, antes pouco ocupadas.

A cultura do café na Região Sudeste mudou a economia brasileira a partir do século XIX. A produção introduziu o trabalho assalariado no campo e estimulou as primeiras (nem sempre bem-sucedidas) tentativas de industrialização.

O processo de industrialização brasileira ganhou impulso durante o governo de Getúlio Vargas, que

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melhorou a infraestrutura do país e criou indústrias de base. Juscelino Kubitschek estimulou o desenvolvimento da indústria automobilística e de bens de consumo.

O Brasil mudou muito durante os anos do milagre. Ficou mais urbano, mais escolarizado, mais moderno. A expansão econômica foi usada pelo regime. A expressão “ordem e progresso” caiu como uma luva. Dava a entender que o autoritarismo seria necessário para manter o país na rota do crescimento. Ocorre que, na década de 60, os mais pobres ficaram proporcionalmente mais pobres. A participação na renda nacional da metade menos abastada da população caiu de 18% para 15%. A renda do 1% mais rico subiu de 12% para 15%. Nos anos 70, a distribuição ficou pior: a metade mais pobre detinha 14% da renda em 1980, contra 17% do grupo que reunia o 1% mais rico. Delfim Netto, todo-poderoso da economia nos anos militares, dizia que era preciso fazer o bolo crescer para depois dividi-lo. Esse momento nunca chegou. Ainda na ditadura, o milagre virou coisa do passado. A expansão acelerada durou seis anos; a ditadura, 21. A tentativa de manobrar a economia de olho na política levou os técnicos do regime a fazer o que hoje tem cara de grande trapalhada. A primeira delas ocorreu após o choque do petróleo, no fim de 1973. O Brasil importava 80% do combustível que consumia e sentiu o golpe. O governo Geisel financiou esse gasto com empréstimos externos. Só em 1974, a dívida brasileira quase dobrou. A expansão foi mantida à custa do endividamento. Mas a economia já tinha dado sinais de fragilidade, e o apoio ao regime declinava. No fim dos anos 70, a fonte de recursos externos começa a secar. Torna-se difícil obter novos empréstimos e refinanciar a dívida. A inflação se acelera, ultrapassando 40% em 1978. Para completar, o petróleo sofre novo choque em 1979. Em 1980, a inflação chega a 77%, corroendo rapidamente os salários. Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), para comprar a cesta básica um trabalhador tinha de trabalhar 88 horas e meia em 1965; em 1980, seriam necessárias quase 174 horas. A forma de reagir aos choques do petróleo tinha ampliado a vulnerabilidade do Brasil a adversidades externas. Em 1981, a economia brasileira encolheu 1,6%. No ano seguinte, cresceu 0,9%. Em 1983, nova recessão fez o PIB baixar 3,2 %. Na primeira metade dos anos 80, o dinheiro sumiu do mercado de empréstimos internacionais e as taxas de juros dispararam. A dívida brasileira já superava 100 bilhões de dólares, parecia impagável, e a solução foi recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Em troca de financiamento, o Fundo passou a exigir que os governantes seguissem as políticas que recomendava. O santo mercado financeiro começava a cobrar o preço do milagre.

 *ATENÇÃO, ESTUDANTE!*  Para complementar o estudo deste Módulo, utilize seu LIVRO DIDÁTICO.

*********** ATIVIDADES *********** Texto para a questão 1.

Ganhos e perdas O modelo adotado pelo regime militar fez a economia crescer, mas acirrou a desigualdade social

De 1968 a 1973, o Brasil cresceu à taxa média próxima de 12% ao ano. Sua economia praticamente dobrou de tamanho. Um feito, com reflexos na vida de todas as classes, embora com intensidades bem diferentes. Os trabalhadores tinham emprego, a classe média comprou casa própria, carro e TV em cores. Os empresários lucraram como nunca, e as multinacionais ampliaram suas operações e ganhos. Era o milagre brasileiro, o período de maior expansão que o país viveu no século XX e que deixou os brasileiros eufóricos. Hoje, olhado em perspectiva, o milagre parece menos sobrenatural. Teve como efeito colateral uma dívida que ainda estrangula o país e também a piora na distribuição de renda, que já era desigual.  Construção da ponte Rio-Niterói: inaugurada em 1974, quando a crise do petróleo já reduzia o forte crescimento econômico do Brasil, a obra é um dos marcos do “milagre” brasileiro © ANTÔNIO ANDRADE

Em alguma medida, esse boom econômico significou a retomada do desenvolvimento acelerado anterior. Do fim da Segunda Guerra Mundial ao início dos anos 60, a renda per capita aumentara sempre acima de 2% ao ano, com exceção de 1953 e 1956. Entre 1957 e 1961, o Brasil cresceu 8,3% anuais, em média. Nos anos seguintes, a economia estagnou e a inflação disparou, o que ajuda a entender o contexto em que ocorreu o golpe. Os governos militares apostaram pesado em infraestrutura. Foi o tempo do “bras”. Eletrobras, Siderbras, Petrobras e outras empresas do Estado usavam grandes somas para superar gargalos em setores estratégicos. Obras gigantescas também marcaram o período, como a usina de Itaipu e a ponte Rio-Niterói.

Aventuras na História, edição especial, dez. 2008 (adaptado).

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(D) aproveitou a conjuntura de crise para fomentar a industrialização pelo país, diminuindo as desigualdades regionais. (E) direcionou parte do capital gerado pela cafeicultura para a industrialização, aproveitando a recessão europeia e norte-americana.

.1. (AED-SP) O texto indica que, no período da ditadura militar (1964-1985), a economia brasileira cresceu bastante, mas, em contrapartida, houve muitos aspectos negativos. Indique-os. ___________________________________________________ ___________________________________________________

.4. (ENEM-MEC)

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Não é difícil entender o que ocorreu no Brasil nos anos imediatamente anteriores ao golpe militar de 1964. A diminuição da oferta de empregos e a desvalorização dos salários, provocadas pela inflação, levaram a uma intensa mobilização política popular, marcada por sucessivas ondas grevistas de várias categorias profissionais, o que aprofundou as tensões sociais. Dessa vez, as classes trabalhadoras se recusaram a pagar o pato pelas “sobras” do modelo econômico juscelinista.

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.2. (ENEM-MEC) A industrialização do Brasil é fenômeno recente e se processou de maneira bastante diversa daquela verificada nos Estados Unidos e na Inglaterra, sendo notáveis, entre outras características, a concentração industrial em São Paulo e a forte desigualdade de renda mantida ao longo do tempo.

MENDONÇA, S. R. A Industrialização Brasileira. São Paulo: Moderna, 2002 (adaptado).

Outra característica da industrialização brasileira foi (A) a fraca intervenção estatal, dando-se preferência às forças de mercado, que definem os produtos e as técnicas por sua conta. (B) a presença de políticas públicas voltadas para a supressão das desigualdades sociais e regionais, e desconcentração técnica. (C) o uso de técnicas produtivas intensivas em mão de obra qualificada e produção limpa em relação aos países com indústria pesada. (D) a presença constante de inovações tecnológicas resultantes dos gastos das empresas privadas em pesquisa e em desenvolvimento de novos produtos. (E) a substituição de importações e a introdução de cadeias complexas para a produção de matérias-primas e de bens intermediários.

Segundo o texto, os conflitos sociais ocorridos no início dos anos 1960 decorreram principalmente (A) da manipulação política empreendida pelo governo João Goulart. (B) das contradições econômicas do modelo desenvolvimentista. (C) do poder político adquirido pelos sindicatos populistas. (D) da desmobilização das classes dominantes frente ao avanço das greves. (E) da recusa dos sindicatos em aceitar mudanças na legislação trabalhista.

.5. (ENEM-MEC) Observe as duas afirmações de Montesquieu (1689-1755), a respeito da escravidão:

.3. (ENEM-MEC) Houve momentos de profunda crise na história mundial contemporânea que representaram, para o Brasil, oportunidades de transformação no campo econômico. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e a quebra da Bolsa de Nova Iorque (1929), por exemplo, levaram o Brasil a modificar suas estratégias produtivas e a contornar as dificuldades de importação de produtos que demandava dos países industrializados.

A escravidão não é boa por natureza; não é útil nem ao senhor, nem ao escravo: a este porque nada pode fazer por virtude; àquele, porque contrai com seus escravos toda sorte de maus hábitos e se acostuma insensivelmente a faltar contra todas as virtudes morais: torna-se orgulhoso, brusco, duro, colérico, voluptuoso, cruel. Se eu tivesse que defender o direito que tivemos de tornar escravos os negros, eis o que eu diria: tendo os povos da Europa exterminado os da América, tiveram que escravizar os da África para utilizá-los para abrir tantas terras. O açúcar seria muito caro se não fizéssemos que escravos cultivassem a planta que o produz.

Nas três primeiras décadas do século XX, o Brasil (A) impediu a entrada de capital estrangeiro, de modo a garantir a primazia da indústria nacional. (B) priorizou o ensino técnico, no intuito de qualificar a mão de obra nacional direcionada à indústria. (C) experimentou grandes transformações tecnológicas na indústria e mudanças compatíveis na legislação trabalhista.

MONTESQUIEU. O espírito das leis.

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Com base nos textos, podemos afirmar que, para Montesquieu,

Também sobre essa diferentes reflexões:

(A) o preconceito racial foi contido pela moral religiosa. (B) a política econômica e a moral justificaram a escravidão. (C) a escravidão era indefensável de um ponto de vista econômico. (D) o convívio com os europeus foi benéfico para os escravos africanos. (E) o fundamento moral do direito pode submeter-se às razões econômicas.

Entre nós [brasileiros], [...] a separação imposta pelo sistema de produção foi a mais fluida possível. Permitiu constante mobilidade de classe para classe e até de uma raça para outra. Esse amor, acima de preconceitos de raça e de convenções de classe, do branco pela cabocla, pela cunhã, pela índia, [...] agiu poderosamente na formação do Brasil, adoçando-o.

questão,

estudiosos

fazem

FREIRE, Gilberto. O mundo que o português criou.

.6. (ENEM-MEC)

[Porém] o fato é que ainda hoje a miscigenação não faz parte de um processo de integração das “raças” em condições de igualdade social. O resultado foi que [...] ainda são pouco numerosos os segmentos da “população de cor” que conseguiram se integrar, efetivamente, na sociedade competitiva.

O mapa abaixo apresenta parte do contorno da América do Sul destacando a bacia amazônica. Os pontos assinalados representam fortificações militares instaladas no século XVIII pelos portugueses. A linha indica o Tratado de Tordesilhas revogado pelo Tratado de Madri, apenas em 1750.

FERNANDES, Florestan. O negro no mundo dos brancos.

Considerando as atitudes expostas acima e os pontos de vista dos estudiosos, é correto aproximar (A) a posição de Gilberto Freire e a de Florestan Fernandes igualmente às duas atitudes. (B) a posição de Gilberto Freire à atitude I e a de Florestan Fernandes à atitude II. (C) a posição de Florestan Fernandes à atitude I e a de Gilberto Freire à atitude II. (D) somente a posição de Gilberto Freire a ambas as atitudes. (E) somente a posição de Florestan Fernandes a ambas as atitudes.

MATTOS, Carlos de Meira. Geopolítica e teoria de fronteiras (adaptado).

.8. (ENEM-MEC)

Pode-se afirmar que a construção dos fortes pelos portugueses visava, principalmente, a dominar (A) (B) (C) (D) (E)

No início do século XIX, o naturalista alemão Carl Von Martius esteve no Brasil em missão científica para fazer observações sobre a flora e a fauna nativas e sobre a sociedade indígena. Referindo-se ao indígena, ele afirmou:

militarmente a bacia hidrográfica do Amazonas. economicamente as grandes rotas comerciais. as fronteiras entre nações indígenas. o escoamento da produção agrícola. o potencial de pesca da região.

“Permanecendo em grau inferior da humanidade, moralmente, ainda na infância, a civilização não o altera, nenhum exemplo o excita e nada o impulsiona para um nobre desenvolvimento progressivo [...]. Esse estranho e inexplicável estado do indígena americano, até o presente, tem feito fracassarem todas as tentativas para conciliá-lo inteiramente com a Europa vencedora e torná-lo um cidadão satisfeito e feliz.”

.7. (ENEM-MEC) A questão étnica no Brasil tem provocado diferentes atitudes: I.

II.

Instituiu-se o “Dia Nacional da Consciência Negra” em 20 de novembro, ao invés da tradicional celebração do 13 de maio. Essa nova data é o aniversário da morte de Zumbi, que hoje simboliza a crítica à segregação e à exclusão social.

MARTIUS, Carl Von. O estado do direito entre os autóctones do Brasil. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/EdUSP, 1982.

Um turista estrangeiro que veio ao Brasil, no Carnaval, afirmou que nunca viu tanta convivência harmoniosa entre as diversas etnias.

Com base nessa descrição, conclui-se que o naturalista Von Martius 39

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(A) apoiava a independência do Novo Mundo, acreditando que os índios, diferentemente do que fazia a missão europeia, respeitavam a flora e a fauna do país. (B) discriminava preconceituosamente as populações originárias da América e advogava o extermínio dos índios. (C) defendia uma posição progressista para o século XIX: a de tornar o indígena cidadão satisfeito e feliz. (D) procurava impedir o processo de aculturação, ao descrever cientificamente a cultura das populações originárias da América. (E) desvalorizava os patrimônios étnicos e culturais das sociedades indígenas e reforçava a missão “civilizadora europeia”, típica do século XIX.

O texto foi escrito no início da década de 1930 e revela, por meio das recordações do personagem, características sócio-históricas desse período, as quais remetem (A) à ascensão de uma burguesia de origem italiana. (B) ao início da imigração italiana e alemã, no Brasil, a partir da segunda metade do século. (C) ao modo como os imigrantes italianos impuseram, no Brasil, seus costumes e hábitos. (D) à luta dos imigrantes italianos pela posse da terra e pela busca de interação com o povo brasileiro. (E) às condições socioeconômicas favoráveis encontradas pelos imigrantes italianos no início do século.

.9. (ENEM-MEC)

.11. (ENEM-MEC)

A moderna democracia brasileira foi construída entre saltos e sobressaltos. Em 1954, a crise culminou no suicídio do presidente Vargas. No ano seguinte, outra crise quase impediu a posse do presidente eleito, Juscelino Kubitschek. Em 1961, o Brasil quase chegou à guerra civil depois da inesperada renúncia do presidente Jânio Quadros. Três anos mais tarde, um golpe militar depôs o presidente João Goulart, e o país viveu durante vinte anos em regime autoritário. A partir dessas informações, relativas à republicana brasileira, assinale a opção correta.

Para Caio Prado Jr., a formação brasileira se completaria no momento em que fosse superada a nossa herança de inorganicidade social — o oposto da interligação com objetivos internos — trazida da colônia. Este momento alto estaria, ou esteve, no futuro. Se passarmos a Sérgio Buarque de Holanda, encontraremos algo análogo. O país será moderno e estará formado quando superar a sua herança portuguesa, rural e autoritária, quando então teríamos um país democrático. Também aqui o ponto de chegada está mais adiante, na dependência das decisões do presente. Celso Furtado, por seu turno, dirá que a nação não se completa enquanto as alavancas do comando, principalmente do econômico, não passarem para dentro do país. Como para os outros dois, a conclusão do processo encontra-se no futuro, que agora parece remoto.

história

(A) Ao término do governo João Goulart, Juscelino Kubitschek foi eleito presidente da República. (B) A renúncia de Jânio Quadros representou a primeira grande crise do regime republicano brasileiro. (C) Após duas décadas de governos militares, Getúlio Vargas foi eleito presidente em eleições diretas. (D) A trágica morte de Vargas determinou o fim da carreira política de João Goulart. (E) No período republicano citado, sucessivamente, um presidente morreu, um teve sua posse contestada, um renunciou e outro foi deposto.

SCHWARZ, R. Os sete fôlegos de um livro. Sequências brasileiras. São Paulo: Cia. das Letras, 1999 (adaptado).

Acerca das expectativas quanto à formação do Brasil, a sentença que sintetiza os pontos de vista apresentados no texto é:

.10. (ENEM-MEC) João de Deus levanta-se indignado. Vai até a janela e fica olhando para fora. Ali na frente está a Panificadora Italiana, de Gamba & Filho. Ontem era uma casinhola de porta e janela, com um letreiro torto e errado: “Padaria Nápole”. Hoje é uma fábrica... João de Deus olha e recorda... Quando Vittorio Gamba chegou da Itália com uma trouxa de roupa, a mulher e um filho pequeno, os Albuquerques eram donos de quase todas as casas do quarteirão. [...] O tempo passou. Os negócios pioraram. A herança não era o que se esperava. Com o correr dos anos os herdeiros foram hipotecando as casas. Venciam-se as hipotecas, não havia dinheiro para resgatá-las: as propriedades, então, iam passando para as mãos dos Gambas, que prosperavam.

(A) (B) (C) (D) (E)

Brasil, um país que vai pra frente. Brasil, a eterna esperança. Brasil, glória no passado, grandeza no presente. Brasil, terra bela, pátria grande. Brasil, gigante pela própria natureza.

________________________________________________ *Anotações*

VERÍSSIMO, E. Música ao longe. Porto Alegre: Globo, 1974 (adaptado).

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.12. (ENEM-MEC)

.13. (ENEM-MEC) Ó sublime pergaminho Libertação geral A princesa chorou ao receber A rosa de ouro papal Uma chuva de flores cobriu o salão E o negro jornalista De joelhos beijou a sua mão Uma voz na varanda do paço ecoou: “Meu Deus, meu Deus, Está extinta a escravidão” MELODIA, Z.; RUSSO, N.; MADRUGADA, C. Sublime Pergaminho. Disponível em: http://www.letras.terra.com.br. Acesso em: 28/4/2010.

O samba-enredo de 1968 reflete e reforça uma concepção acerca do fim da escravidão ainda viva em nossa memória, mas que não encontra respaldo nos estudos históricos mais recentes. Nessa concepção ultrapassada, a abolição é apresentada como

CIATTONI, A. Géographie. L’espace mondial. Paris: Hatier, 2008 (adaptado).

A partir do mapa apresentado, é possível inferir que, nas últimas décadas do século XX, registraram-se processos que resultaram em transformações na distribuição das atividades econômicas e da população sobre o território brasileiro, com reflexos no PIB por habitante. Assim,

(A) conquista dos trabalhadores urbanos livres, que demandavam a redução da jornada de trabalho. (B) concessão do governo, que ofereceu benefícios aos negros, sem consideração pelas lutas de escravos e abolicionistas. (C) ruptura na estrutura socioeconômica do país, sendo responsável pela otimização da inclusão social dos libertos. (D) fruto de um pacto social, uma vez que agradaria aos agentes históricos envolvidos na questão: fazendeiros, governo e escravos. (E) forma de inclusão social, uma vez que a abolição possibilitaria a concretização de direitos civis e sociais para os negros.

(A) as desigualdades econômicas existentes entre regiões brasileiras desapareceram, tendo em vista a modernização tecnológica e o crescimento vivido pelo país. (B) os novos fluxos migratórios instaurados em direção ao Norte e ao Centro-Oeste do país prejudicaram o desenvolvimento socioeconômico dessas regiões, incapazes de atender ao crescimento da demanda por postos de trabalho. (C) o Sudeste brasileiro deixou de ser a região com o maior PIB industrial a partir do processo de desconcentração espacial do setor, em direção a outras regiões do país. (D) o avanço da fronteira econômica sobre os estados da região Norte e do Centro-Oeste resultou no desenvolvimento e na introdução de novas atividades econômicas, tanto nos setores primário e secundário, como no terciário. (E) o Nordeste tem vivido, ao contrário do restante do país, um período de retração econômica, como consequência da falta de investimentos no setor industrial com base na moderna tecnologia.

.14. (ENEM-MEC) A dependência regional maior ou menor da mão de obra escrava teve reflexos políticos importantes no encaminhamento da extinção da escravatura. Mas a possibilidade e a habilidade de lograr uma solução alternativa — caso típico de São Paulo — desempenharam, ao mesmo tempo, papel relevante. FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: EdUSP, 2000.

A crise do escravismo expressava a difícil questão em torno da substituição da mão de obra, que resultou

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(A) na constituição de um mercado interno de mão de obra livre, constituído pelos libertos, uma vez que a maioria dos imigrantes se rebelou contra a superexploração do trabalho. (B) no confronto entre a aristocracia tradicional, que defendia a escravidão e os privilégios políticos, e os cafeicultores, que lutavam pela modernização econômica com a adoção do trabalho livre.

*Anotações*

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(C) no “branqueamento” da população, para afastar o predomínio das raças consideradas inferiores e concretizar a ideia do Brasil como modelo de civilização dos trópicos. (D) no tráfico interprovincial dos escravos das áreas decadentes do Nordeste para o Vale do Paraíba, para a garantia da rentabilidade do café. (E) na adoção de formas disfarçadas de trabalho compulsório com emprego dos libertos nos cafezais paulistas, uma vez que os imigrantes foram trabalhar em outras regiões do país.

*Anotações*

.15. (ENEM-MEC)

Foto de Militão, São Paulo, 1879. ALENCASTRO, L. F. (org.). História da vida privada no Brasil. Império: a corte e a modernidade nacional. São Paulo: Cia. das Letras, 1997.

Que aspecto histórico da escravidão no Brasil do século XIX pode ser identificado a partir da análise do vestuário do casal retratado acima? (A) O uso de trajes simples indica a rápida incorporação dos ex-escravos ao mundo do trabalho urbano. (B) A presença de acessórios como chapéu e sombrinha aponta para a manutenção de elementos culturais de origem africana. (C) O uso de sapatos é um importante elemento de diferenciação social entre negros libertos ou em melhores condições na ordem escravocrata. (D) A utilização do paletó e do vestido demonstra a tentativa de assimilação de um estilo europeu como forma de distinção em relação aos brasileiros. (E) A adoção de roupas próprias para o trabalho doméstico tinha como finalidade demarcar as fronteiras da exclusão social naquele contexto. 42

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