Agora somos um só by Evoluir

coleção pequenas histórias de um grande planeta — vol. 5

bia monteiro ilustrações de samuel rodrigues

A coleção Pequenas histórias de um grande planeta relata, em cada volume, o bate-papo entre os irmãos Nando e Carol sobre o universo, o homem e a sociedade. Uma brincadeira de perguntas e respostas que mostra como chegamos até aqui. Em A Terra antes de nós, eles conversam sobre o surgimento do universo, o big bang, os planetas e as estrelas. Encantam-se com a beleza do céu e os mistérios da criação. A vida de muitos jeitos fala como, a partir de microscópicas células, a vida evoluiu devagar, do mar para a terra, formando plantas, animais e nós, seres humanos. E como, também por ser parte dela, precisamos respeitá-la. No terceiro livro da coleção, Chegamos!, Carol e Nando conversam sobre o aparecimento de uma nova espécie, o Homo sapiens, e de sua caminhada ao longo da pré-história. Admiram-se com sua capacidade de vencer desafios e a tomam como exemplo para suas próprias vidas. A invenção da escrita, a descoberta de novos mundos e a criação da prensa, da escova de dentes, avião, celular, internet e tanto mais são os temas do quarto livro da coleção: Progresso por toda parte. Nele os irmãos percebem como o que nos torna mais humanos é, justamente, aquilo que não é o fundamental para nossa sobrevivência. Finalmente, em Agora somos um só a conversa aborda um melhor relacionamento entre os seres humanos com a organização de sociedades sustentáveis, livres e generosas, em que os direitos são respeitados e os deveres cumpridos.

coleção pequenas histórias de um grande planeta • volume 5

textos de bia monteiro ilustrações de samuel rodrigues

DE IRMÃO PARA IRMÃ, DE IRMÃ PARA IRMÃO Carol e Nando são irmãos e gostam da natureza, das pessoas e da história dos povos. Todas as noites, antes de dormir, eles se reúnem para bater papo sobre esses assuntos que muito lhes interessam. A irmã mais velha, Carol, gosta de assistir a documentários na TV, pesquisar na internet e ler livros e revistas sobre astronomia, a origem do homem na Terra, ecologia, desenvolvimento sustentável e direitos humanos. Ela já sabe que será uma cientísta e está estudando para isso! Nando é curiosíssimo, interessado em saber de tudo e está sempre querendo ir além. Ele nunca se cansa de perguntar e pesquisar sobre as coisas que descobre. A coleção Pequenas histórias de um grande planeta relata, em cada livro, o bate-papo entre os irmãos sobre o universo, o homem e a sociedade. Uma brincadeira de perguntas e respostas que mostra como chegamos até aqui. Em A Terra antes de nós, eles conversam sobre o surgimento do universo, o big bang, os planetas e as estrelas. Encantam-se com a beleza do céu e os mistérios da criação. A vida de muitos jeitos fala como, a partir de microscópicas células, a vida evoluiu devagar, do mar para a terra, formando plantas, animais e nós, seres humanos. E como, também por ser parte dela, precisamos respeitá-la.

BeIlDfEiLh No terceiro livro da coleção, Chegamos!, Carol e Nando conversam sobre o aparecimento de uma nova espécie, o Homo sapiens, e de sua caminhada ao longo da pré-história. Admiram-se com sua capacidade de vencer desafios e a tomam como exemplo para suas próprias vidas. A invenção da escrita, a descoberta de novos mundos e a criação da prensa, da escova de dentes, avião, celular, internet e tanto mais são os temas do quarto livro da coleção: Progresso por toda parte. Nele os irmãos percebem como o que nos torna mais humanos é, justamente, aquilo que não é o fundamental para nossa sobrevivência. Finalmente, em Agora somos um só a conversa aborda o relacionamento entre seres humanos e a organização de sociedades mais sustentáveis, livres e generosas, em que os direitos são respeitados e os deveres cumpridos. A coleção é, na verdade, um recado: estamos juntos, todos nós, gente, animais, plantas e minerais nesta viagem incrível que é a aventura de existir nesta linda e querida nave Terra. Que essa viagem seja feliz! Um beijo, Bia

DO DISCURSO À AÇÃO

Estamos aqui há muito tempo. Passamos por muitos problemas e mudanças, enfrentamos vulcões, tsunamis, terremotos, fome, guerras, doenças... E conquistamos saúde, paz, alegrias, fartas colheitas e muita diversão.

Há um pouco de tudo em nossa história. Ciclos de alegrias e de tristezas, de progressos e de atrasos... Mas tudo isso faz parte, ainda não sabíamos como evitar os baixos nem manter os altos da nossa aventura. Agora sabemos: guerra é bobagem, doenças podem ser curadas, é possível prever tsunamis e terremotos e tentar avisar as populações para minimizar tragédias... Só que nada é conseguido de mão beijada. É preciso trabalho e dedicação.

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Belo discurso, parece de candidatos em época de eleição... Claro que todo mundo fala que quer o bem de todos, mas e daí? Daí que não basta falar. É preciso fazer. Mas fazer o quê?

Em primeiro lugar, conhecer a situação: da nossa cidade, do nosso país, do mundo. Hoje em dia, com o avanço de tantos meios de comunicação fica bem mais fácil.

Por exemplo, você quer saber quantas pessoas passam fome no Brasil? É só procurar na internet a pesquisa do ibge, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

E em relação a outros países, dá para saber como anda a situação? Às vezes é bom fazer uma comparação, para saber se estamos melhor, pior ou na média.

Dá para saber, sim. Já foram feitos muitos estudos sobre o nível de vida das pessoas ao redor do mundo. Eu gosto muito de um deles, o ipf, Índice do Planeta Feliz.

Me conta tudo! O que é esse tal Índice do Planeta Feliz?

PLANETA FELIZ

É o seguinte: quando observamos um país e seu povo percebemos que para estarem de bem com a vida não basta acumularem riquezas. É importante que se sintam felizes, vivam bastante e sem prejudicar o meio ambiente.

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E como a gente fica sabendo a situação de cada país?

Usando esse índice. Tem uma fundação chamada Fundação para a Nova Economia que, por meio de questionários, observações e pesquisas mede a capacidade que cada nação tem de converter seus recursos naturais em vida longa e feliz para seus cidadãos.

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Como esse índice é calculado, Carol?

É muito mais simples do que você imagina: ipf = (satisfação de vida × expectativa de vida) ⁄ pegada ecológica Mas o que é satisfação de vida? Expectativa de vida? Pegada ecológica? Não conheço.

Satisfação com a vida quer dizer estar contente, feliz, gostar da família, dos amigos, do lugar onde se vive. Ter o que é necessário e confiar que a vida pode ser cada vez melhor. Expectativa de vida quer dizer quantos anos, em geral, as pessoas vivem na região. E pegada ecológica é uma forma de traduzir o quanto de recursos naturais uma pessoa ou toda uma sociedade utiliza para sustentar seu estilo de vida.

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Qual é o ipf do Brasil? É bom, comparado com outros países?

Estamos em nono lugar entre os 143 pesquisados. Nem tão bem como a Costa Rica nem tão mal como o Zimbabwe.

ORGANIZANDO O MUNDO

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Bem legal esse ipf! E o que mais dá para saber sobre a situação do mundo com outras estatísticas? O que você quiser. Quantas pessoas são analfabetas, onde há guerras, quais as consequências do preconceito, o que está acontecendo com o meio ambiente... Praticamente qualquer coisa.

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Que coisa, antigamente era difícil até saber o que se passava no outro bairro.

Então, não temos mais desculpas para ignorar os baixos índices sociais, quando sabemos de todo o bem que somos capazes de realizar.

É mesmo! Agora que parece que tudo e todos estão assim tão perto, dá até vontade de ajudar. E, como você disse, o importante é saber direitinho o que vem acontecendo com a gente, com os países e com a natureza.

Quer saber? Então vamos começar em 1948. Depois de uma grande guerra mundial em que muitas pessoas morreram, outras tantas tiveram as casas bombardeadas, crianças ficaram sem poder ir à escola e havia fome por todo lado.

Pessoas e governos de bom senso se juntaram e fundaram Organização das Nações Unidas, a ONU, como é chamada geralmente. Ainda, criaram um manifesto que mostra os direitos humanos básicos.

ff BB

Que manifesto é esse?

É a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Estudando a declaração, aprendemos que todos nós temos direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais.

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Direitos civis? São os direitos de dispormos do nosso próprio corpo, de irmos e virmos quando e para onde quisermos, de não sermos atacados, feridos, roubados, ou presos sem motivo legal.

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E os direitos políticos? Direitos políticos dizem respeito à liberdade de expressão do pensamento, da prática religiosa e política e a livre participação em partidos, sindicatos, associações de classe, movimentos sociais. Eles podem ser exercidos pela própria pessoa, ou através do voto em eleições livres.

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Maneiro! Quer dizer que com tantos direitos está tudo resolvido?

Não, né? Só um papel assinado não vai garantir comida, educação ou tratamento médico adequado para as pessoas, nem conseguir que os países vivam em paz. É necessário, cada um de nós, colocar em prática essas ideias.

Também acho!

OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

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Então, a ONU não consegue fazer com que todos tenham seus direitos realizados? Infelizmente, não. Mas ela está tentando e quando a situação está muito ruim em algum lugar do mundo manda seu pessoal para ajudar, pede a colaboração dos outros países, enfim, procura dar um jeito.

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Como está a situação agora?

Em muitos lugares está bem feia, mas como a onu foi criada justamente para melhorar as condições dos países, das pessoas e do meio ambiente, ela considera os problemas como desafios e as soluções como objetivos.

Desafio não é tão ruim.

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E desafio é para ser superado, assim como objetivo é para ser alcançado. Sabe que já estamos alcançando muitos objetivos?

Sério? Quais são eles?

São os chamados Objetivos do Milênio. A meta era que fossem atingidos até 2015. Dá só uma olhadinha nessas metas e me diga se você concorda que são coisas que deveriam estar acontecendo no mundo inteirinho.

Olha só, são 8 metas:

1) Acabar com a fome e a miséria. 2) Dar educação básica de qualidade para todos. 3) Estabelecer a igualdade de oportunidade entre os sexos e valorizar as mulheres 4) Reduzir a mortalidade infantil. 5) Melhorar a saúde das gestantes. 6) Combater a aids, malária e outras doenças. 7) Promover a qualidade de vida e o respeito ao meio ambiente. 8) Conseguir que todo mundo trabalhe pelo desenvolvimento.

Nossa, são coisas básicas. O mundo inteiro deveria estar perseguindo essas metas. Quanto é que nós já alcançamos desses objetivos?

Bastante, mas não o suficiente. Segundo o relatório da onu de 2014, já conseguimos reduzir a pobreza, aumentar o acesso à água potável e levar o ensino básico a mais crianças. Entretanto, a mortalidade infantil e o saneamento, quer dizer, o tratamento de esgoto, a coleta seletiva e a destinação adequada de lixo, que são importantes para a saúde e o meio ambiente, ainda são problemas sérios no Brasil e no mundo todo.

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No mundo todo? Em uns lugares mais e em outros menos. No Brasil, dos oito objetivos, conseguimos atingir dois: reduzir a mortalidade infantil e combater a fome e a miséria. Os outros seis estão a caminho de serem atingidos.

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Bom, né? Quer dizer que estabelecer metas funciona. Funciona mesmo. Os objetivos têm ajudado governos e sociedades a terem clareza sobre o que é necessário fazer E, como os resultados são publicados, todo mundo fica sabendo quem está fazendo as coisas direito e quem está só enrolando.

Isso é ótimo! Está aí a minha próxima pesquisa na internet: quero saber direitinho a nossa situação em cada um desses objetivos. E vou compartilhar em todas as redes sociais!

Boa ideia! Já que você está tão interessado nesse assunto é bom saber que a onu já teve novas ideias e estabeleceu os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que devem ser atingidos até 2030.

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É mesmo? E quais são eles? Dá uma olhadinha aqui neste quadro, são 17 objetivos.

ERRADICAÇÃO DA POBREZA

FOME ZERO E AGRICULTURA SUSTENTÁVEL

SAÚDE E BEM-ESTAR

ÁGUA POTÁVEL E SANEAMENTO

ENERGIA LIMPA E ACESSÍVEL

TRABALHO DECENTE E CRESCIMENTO ECONÔMICO

CIDADES E COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS

CONSUMO E PRODUÇÃO RESPONSÁVEIS

PAZ, JUSTIÇA E INSTITUIÇÕES EFICAZES

PARCERIAS E MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO

AÇÃO CONTRA A MUDANÇA GLOBAL DO CLIMA

EDUCAÇÃO DE QUALIDADE

IGUALDADE DE GÊNERO

INDÚSTRIA, INOVAÇÃO E INFRAESTRUTURA

REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES

VIDA NA ÁGUA

VIDA TERRESTRE

Nossa, é muita coisa, não é não?

É sim, mas nós vamos conseguir atingi-los!

PLANETA SUSTENTÁVEL

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Tá, eu entendi que a questão da sustentabilidade é muito importante. Mas o que exatamente isso quer dizer? Sustentabilidade quer dizer satisfazer as necessidades da geração presente sem prejudicar a capacidade das gerações futuras de satisfazer as delas. E, para isso, precisamos:

1) Respeitar o meio ambiente, as florestas, águas e os animais, agindo de forma ecologicamente correta. 2) Repartir melhor as riquezas de forma que todos se beneficiem delas, isto é, ser socialmente justos. 3) Usar os recursos naturais de forma inteligente e promover o desenvolvimento sustentável, ou seja, ser economicamente viável. 4) Preservar e respeitar as diferentes formas de viver e de expressão de povos e grupos, tornando todas culturalmente aceitas.

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Resumindo, uma vida boa para as pessoas, a sociedade e a natureza, para sempre?

Parabéns, você entendeu direitinho! Só para completar: vida boa quer dizer saúde, bem-estar, educação, boa diversão, boa alimentação, oportunidade de praticar esportes, de morar com dignidade, respirar ar puro, morar em casas legais com água encanada, esgoto e ter acesso a muita música, cinema, teatro e beleza por toda parte.

E, ainda por cima, respeitando o meio ambiente? Menos! É muito sonho!

Não é não, é meta, é objetivo e, com algum esforço, chegaremos lá.

SEM VACILO

Sustentabilidade é tudo isso: tem a ver com a qualidade de vida das pessoas, com uma sociedade justa, que oferece boas oportunidades para todos, como com o respeito ao meio ambiente.

É muito importante que o meio ambiente seja respeitado. As árvores, os animais, as florestas, os rios e oceanos, o ar, a terra, tudo faz parte da vida do nosso planeta e todos têm o direito de existir. E de viver bem, tanto quanto nós!

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Além disso, é muito melhor para a gente!

Exatamente. Já pensou se os rios secarem? De onde virá a água que sai das torneiras? E se o ar que respiramos estiver poluído?

E sem animais e árvores, que pobreza de planeta... O que podemos fazer para isso nunca acontecer?

Vou resumir e depois você pesquisa melhor e espalha para quem você puder, porque cuidar da sustentabilidade é dever de todos.

Cinco pontos que não podem ser ignorados quando se fala de preservação ambiental:

1) Água: economizar e manter limpos os mananciais, lagos e oceanos. 2) Ar: diminuir a poluição. 3) Energia: produzir a partir de fontes, como o sol, o vento e as marés, que não poluam a atmosfera e causem o menor impacto social e ambiental possíveis. 4) Biodiversidade: preservar a variedade de animais e vegetais. 5) Resíduos: descartar o que não queremos mais de forma responsável, reciclando, reutilizando, doando ou trocando.

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Será que a gente consegue fazer tudo isso? Não temos alternativa, precisamos agir de forma sustentável, isso é o melhor para todos nós.

GENTE PODEROSA

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Gostei muito dessa coisa de sustentabilidade! Como faço para participar disso, desse movimento todo? Olha, Nando, está faltando ação das pessoas, da sociedade e do governo. Todos nós temos que nos mexer para colocar essas ideias em prática.

Não adianta deixar o trabalho só com os políticos porque muitos deles só prometem que vão fazer isso e aquilo. As pessoas devem cobrar uma posição deles, reivindicar e protestar.

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Já ouvi essa conversa sobre o empoderamento da sociedade civil, só que não entendi muito bem. É justamente do que estamos falando: dar poder às pessoas e à sociedade. Isso acontece por meio do voto livre e inteligente, de passeatas, cartas a jornais e revistas, e-mails endereçados a políticos e órgãos do governo, postagens na web. E não vamos nos esquecer também de elogiar e apoiar as boas iniciativas porque a aprovação é um estímulo importante.

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E as crianças e os jovens podem fazer isso?

Claro! Fora votar, todos podem e a escola é um ótimo lugar para discutir a situação do bairro, da cidade, do país e do mundo e também para motivar e orientar os alunos a participarem desse movimento de treinar para a prática da cidadania.

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Irado! Vou começar o movimento “Cidadania já” na minha classe. Faz muito bem! E aproveite e conte que a conquista da cidadania para todos está baseada no artigo primeiro da famosa Declaração Universal dos Direitos Humanos. Ela afirma que é evidente que:

“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros em espírito de fraternidade”.

Bonito e fácil de entender! É evidente mesmo. Afinal, somos todos seres humanos.

QUANTO VALE

Eu fico pensando na questão da sustentabilidade e que é preciso colocá-la em prática de qualquer maneira. Mas será que todo mundo quer? Carol, será que todos nós queremos as mesmas coisas?

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Se você não está falando só de celular ou de videogame, roupa nova ou tênis de marca... Não, não estou falando dessas coisas, nem de sorvete e hambúrguer. Estou falando do que interessa mesmo, estar numa boa, feliz, de bem com a vida.

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Com certeza. Quem vai querer estar numa pior? Claro que ninguém!

É isso aí. O que todo mundo quer é viver bem consigo mesmo, com a sociedade e a natureza.

Tem razão, porque está tudo ligado, conectado. Como eu poderia viver bem em um meio ambiente todo degradado, sem árvores, poluído?

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Ou em uma sociedade injusta, que não respeita os direitos das pessoas? Como a gente pode resolver essa questão?

Acho que só tem um jeito: estabelecer para todo mundo, em todo tempo e lugar o que é o mais importante, que realmente tem valor.

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Que é o quê?

O bem, a verdade, a beleza, a amizade, a cooperação, a paz, a generosidade, a honestidade, a coragem, a justiça, o respeito...

Estou nessa! Você tem toda razão. Tudo isso tem muito valor.

Então, por isso são chamados valores humanos, isto é, as qualidades importantes para o bom desenvolvimento das pessoas e das sociedades.

Que legal! Vou praticar, espalhar e incentivar: valores humanos — a missão!

JUNTO E MISTURADO

Se os valores humanos são importantes para as pessoas, imagine para as cidades, os países e o planeta, ainda mais agora com a globalização.

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Globalização? É a mesma coisa que aldeia global?

Aldeia global, um bom jeito de falar do mundo hoje. Com o comércio entre os países aumentando, a gente vai na lojinha da esquina e encontra brinquedos feito na China.

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Em compensação eles cozinham com óleo da soja plantada no Brasil! Eu ouvi o pai falar sobre isso uma vez. E nós podemos assistir na TV o jogo de futebol que está passando na Espanha ou na França, naquele exato momento, ao vivo e em cores.

E ter amigos nas redes sociais que moram lá em Moçambique!

O mundo está cada vez menor e nós cada vez mais próximos uns dos outros. Com isso, percebemos cada vez mais as nossas semelhanças e cada vez ficam menores as diferenças.

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A globalização nos lembra que nós todos, brasileiros, italianos, americanos, nigerianos, turcos... somos todos humanos. Verdade. Pensando bem, percebemos que nós, florestas, animais, rios e oceanos fazemos todos parte dessa nave Terra. Percebemos agora que somos um só.

Agora somos um só, mas será que todo mundo pensa assim?

Que nós, florestas, animais, rios e oceanos somos todos filhos da nossa generosa mãe Terra e por isso temos que nos respeitar como irmãos? Claro que não. Basta ver os noticiários na TV.

Que mostram como ainda estamos derrubando florestas, sujando rios, maltratando gente por puro preconceito, desviando dinheiro público.

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Pode parar, que a lista dos absurdos é grande demais.

Então...

Então, vamos fazer a nossa parte: vamos começar por nós mesmos, sendo pessoas bacanas, estudiosas, gentis, amigas, colaborando com o que for bom e ajudando a mudar o que estiver ruim.

Então, vamos! Curtir a vida e contribuir para que o mundo seja um lugar melhor para todos é a nossa missão!

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De todos nós, já que agora sabemos que estamos todos juntos e misturados... Isso mesmo!

Editora Evoluir, 2016 Texto Ilustrações Revisão Direção de arte Design gráfico

Bia Monteiro Samuel Rodrigues Elisa Andrade Buzzo Uriá Fassina Gabi Ferreira e Uriá Fassina

Conselho Editorial Bia Monteiro, Chico Maciel, Fernando Monteiro, Flavia Bastos e Uriá Fassina DADoS inTeRnACionAiS De CATALogAÇÃo nA pubLiCAÇÃo (Cip) M775a Monteiro, Bia. Agora somos um só / Bia Monteiro ; ilustrações de Samuel Rodrigues. – São Paulo : Evoluir, 2016. 32 p. : il. ; 27 cm. – (Coleção Pequenas Histórias de um Grande Planeta) ISBN 978-85-8142-101-8 1. Literatura infantojuvenil brasileira - Sustentabilidade. 2. Literatura infantojuvenil brasileira - Sociedade. 3. Globalização. I. Rodrigues, Samuel. II. Título. III. Série. CDU 087.5 CDD 028.5 Índice para catálogo sistemático: 1. Literatura infantojuvenil brasileira : Sustentabilidade 087.5 Bibliotecária responsável: Sabrina Leal Araujo – CRB 10/1507

ISBN da coleção:

978-85-8142-096-7

Este livro atende às normas do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, em vigor desde janeiro de 2009. Fontes Papel miolo Papel capa Impressão

Atlas Grotesk e Intro Head Suzano Oﬀset Alta Alvura 180g/m² Suzano Art Premium Tech 300g/m² Melting Color (São Bernardo do Campo) Impresso em novembro de 2016

Esta obra é licenciada sob uma Licença Creative Commons 4.0 Internacional que permite que você faça cópias e até gere obras derivadas, desde que não as use com fins comerciais e que sempre as compartilhe sob a mesma licença. Editora Evoluir · FBF Cultural Ltda. Rua Aspicuelta, 329 · São Paulo-SP · CEP 05433-010 (11) 3816-2121 · ola@evoluir.com.br · www.evoluir.com.br

As montanhas de Minas, onde nasceu em 1944, o céu estrelado e o brilho dos vaga-lumes, foram sempre a referência do estar no mundo de Bia Monteiro. E foi a percepção de que também o mundo das coisas e das pessoas poderia apresentar essa beleza toda que a motivou a escrever e criar, junto com seus filhos, a editora e produtora de projetos educacionais e culturais Evoluir, dedicada a contribuir para a realização do potencial que todos nós, seres humanos, temos de ser mais livres e felizes, de estabelecer sociedades mais justas e generosas, de preservar melhor o meio ambiente e de escolher um trabalho que seja expressão de nós mesmos. Seus livros e projetos vêm sendo aprovados, desde 1996, por diversos órgãos oficiais e particulares de educação e cultura, por escolas e empresas patrocinadoras de todo o país. Mas, principalmente, têm alegrado as milhares de crianças que os receberam.

Samuel Rodrigues nasceu no Paraná mas é paulistano há quase 10 anos. Começou a desenhar quando criança e desde lá continuou a praticar e estudar. Em seus desenhos explora o uso de cores vivas e formas livres. Gosta de pensar que o desenho não é uma atividade linear para nunca perder a liberdade de experimentar.

Carol e Nando são irmãos e gostam da natureza, das pessoas e da história dos povos. Todas as noites, antes de dormir, eles se reúnem para bater papo sobre esses assuntos que muito lhes interessam. A irmã mais velha, Carol, gosta de assistir a documentários, pesquisar na internet e ler sobre astronomia, meio ambiente e direitos humanos. Ela já sabe que será uma cientísta e está estudando para isso! Nando é curiosíssimo, interessado em saber de tudo e está sempre querendo ir além. Ele nunca se cansa de perguntar e pesquisar sobre as coisas que descobre.

Neste livro, a conversa é sobre um melhor relacionamento entre os seres humanos com a organização de sociedades sustentáveis, livres e generosas, em que os direitos são respeitados e os deveres cumpridos.

ISBN 978-85-8142-101-8

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