A Coruja revolucionária

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Elias José

A RE VO L U C I O N ÁR I A



U A CORUJA REVOLUCIONÁRIA Elias José


2 A coruja Florbela voava feliz, levando a alegre corujinha Simone Bom-Voar para o seu primeiro dia de aula. — Minha filha, você vai adorar a escola. Eu adorava a minha. E a escola do meu tempo tinha poucos recursos. Os livros e os mapas eram feios. Não havia bibliotecas, salas de vídeo, quadras de esporte, laboratórios, jornais, revistas e computadores, tantas coisas como hoje.


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— Mesmo assim, você aprendeu muito. Conseguiu ser poetisa e filósofa.


5 — Muita coisa aprendi com os meus pais, que eram såbios. Outras, aprendi pesquisando, lendo bons livros, observando a vida.


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— Eu quero ser sábia como você!

— Quando a gente voa com prazer, buscando um sonho, nem sente a viagem...


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10 — Minha filha está muito motivada. É inteligente. Tenho certeza de que brilhará nos estudos com a ajuda de todas vocês.

— Estaremos às ordens, dona Florbela.


11 Enquanto a filha caminhava para a sua classe, Florbela falava com a Ave-diretora:

— Quero contribuir com a escola no que for preciso. Qualquer coisa, é só me procurar. Comprei algum material escolar para minha filha trazer. Livros, eu não sabia quais os títulos. Comprei lápis, apontador, cadernos, borracha e uma bela lancheira.


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— Lancheira, não precisa. A escola dá merenda para todos.

— Que notícia boa, Ave-diretora!

— Afinal, a criança que está bem alimentada aprende melhor. Sem contar que, como diz o ditado “saco vazio não para em pé” e... — Florbela não completou a frase.


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— Venha cá, dona Florbela. Vou mostrar-lhe o refeitório, a cozinha e o depósito da merenda. O Ave-rei não tem descuidado dessa parte, disse a Ave-diretora toda orgulhosa.

— Muito bem, muito bom, gostei! — dizia dona Florbela vendo tudo.


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20 Depois de visitar o refeitório, ela pediu à Ave-diretora:


21 — Agora, o mais importante. Posso conhecer a bibliotec­a? Eu e minha filha amamos os livros!


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— Também achamos a leitura superimportante para o aprendizado das crianças. Venho aqui... porque quero mostrar os nossos lançamentos — disse a Ave-diretora bastante empolgada. — Sua filha vai receber livros didáticos e poderá pegar emprestado da biblioteca livros que são úteis para pesquisa e literatura.


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— Que ótimo! Minha filha ama literatura, viaja nas histórias encantadas, nos contos de fada, nas fábulas. Ela não só lê, mas também gosta de escrever pequenos poemas, adora falar rimando! A leitura é muito importante! — Eu concordo, acho muito importante também. A leitura transforma as pessoas...


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— Nossa, Ave-diretora! Você atÊ me deu uma ideia. Vou combinar com as minhas amigas de fazer uma campanha, falando com as pessoas


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e as conscientizando de como ĂŠ bom ler e ter contato com a leitura. A senhora vai ter notĂ­cias minhas, dona Ave-diretora!


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29 Florbela fez mais de cem horas de voo, “plantando a sementinha” para as aves sobre a importância de ler. Acompanhada de amigos, convocou e presidiu reuniões com todas as espécies de aves. Distribuiu funções. Estrategicamente, deixou os papagaios por último. — Sou boa para escrever. Vocês falam tão bem como os homens.


30 Posso fazer discursos vibrantes, com paixão e linguagem comovente. Vamos fazer juntos??? Além dos discursos, as aves canoras entoarão sonoros hinos aos livros. As garças, acompanhadas pela linda música dos sabiás, dançarão um balé em louvor à leitura. Todos concordaram com aplausos. Fazendo muito barulho, fruto da animação e do sonho, montaram a programação e iniciaram o projeto cultural “Prazer em Ler”.


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32 As aves fizeram tanto baru­lho e tanto sucesso que os jornais, o rådio e a televisão falavam


33 nelas e no movimento pr贸-leitura em todos os notici谩rios.


34 Florbela e outras corujas deram mil e uma entrevistas para J么s, Hebes, Gabis, Silvios, Gugus, Faust玫es e outros entrevistadores. Os papagaios tomaram conta dos programas infantis. Aves canoras gravaram discos, CDs, trilhas sonoras de novelas e programas especiais. Ningu茅m falava em outra coisa. S贸 em aves livres e livros.


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37 O dia da grande festa chegou. Começou com uma vibração jamais vista. Depois dos números das garças, dos hinos dos sabiás e do quinto discurso de Dom Louro, chegou um representante do Averei. Chegou com urubus batedores, seguranças de condores e bandeiras brancas. Com toda pose, pediu a palavra:


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40 — Aves amigas, um momento, por favor. Sua majestade, o Averei, manda convidar todas as aves para assistir à inauguração da BIBLIOTECA ESCOLAR PRAZER DE VOAR, na escola em que estuda a corujinha Simone Bom-Voar. Ela será a mascote de nossa biblioteca. E dona Florbela será a madrinha. — Viva o Ave-rei!


41 Antes de as asas comeรงarem a dar vivas, Florbela pediu a palavra:


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44 — Calma, pessoal! Antes dos vivas, queremos que o representante do Ave-rei diga a sua majestade que não lutamos só pela leitura que pode ser enriquecedora e transformadora. Queremos também promover eventos literários.


45 — E vamos transformar nosso país em um país de leitores!!!

FIM


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48 Coordenação Editorial Flávia Bastos / Rubia Hikari Kumagai Supervisão Beatriz Monteiro da Cunha Revisão Giacomo Leone Neto Capa, projeto gráfico e diagramação Elis Nunes Ilustrações Simone Matias

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) José, Elias A coruja revolucionária / Elias José ; ilustrações de Simone Matias. -- São Paulo : Evoluir, 2004. 1. Literatura infanto-juvenil I. Matias, Simone. II. Título. 04-1377 CDD-028.5

Índices para catálogo sistemático: 1. Literatura infanto-juvenil 028.5 2. Literatura infantil 028.5

Evoluir Cultural R. Girassol, 34 - cj. 93 / 94 - Vila Madalena - São Paulo - SP CEP: 05433-000 - Tel.: (11) 3816-2121 www.evoluircultural.com.br / evoluir@evoluircultural.com.br



A RE VO L U C I O N ÁR I A

Sobre o Autor / Coruja Revolucionária

E

lias José cresceu na fazenda onde aprendeu a amar a liberdade, cantigas e histórias contadas por sua avó em Minas Gerais, numa cidade chamada Santa Cruz da Prata. Desse gostar tirou a vontade de escrever suas próprias histórias e com elas brincar com as palavras. “Ler é gostoso como qualquer bom brinquedo”, disse certa vez. Ao longo de sua brilhante carreira como professor e escritor Elias José foi numerosas vezes premiado pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, Associação Paulista dos Críticos de Arte, União Brasileira de Escritores e outros. Elias nos deixou há dois anos, mas suas histórias ainda estão atuais e divertidas. Leia os livros da Coleção Elias José com carinho. Coruja Revolucionária certamente emocionará e vai te fazer dar muita risada.


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