Chefinho na cozinha

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Monica Martinez & Silvia Jeha ilustrações de Marcella Tamayo & Luciane Mori

URAS DE UM PEQUENO MESTRE-CUCA T N E V A S A



URAS DE UM PEQUENO MESTRE-CUCA T N E V A S A


Era uma vez um garoto chamado Betinho. Ele morava numa casa de tijolos aparentes, perto de um lago. Betinho tinha uma famĂ­lia grande. Na casa moravam sua mĂŁe, Clara, e o segundo marido dela, Francisco. Com eles, Mariana, a filha de 17 anos do primeiro casamento de Francisco. A cegonha havia passado na Ăşltima primavera e deixado um bebĂŞ risonho e tranquilo: Gabriel.

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Chegada em casa — Mãe, faz um sanduíche? — grita Betinho, batendo a porta da entrada de casa com força. É 1 hora da tarde e o garoto, que acaba de chegar da aula, está morrendo de fome. Alto para sua idade — 1,57m aos 11 anos —, o menino tem cabelos ruivos, bochechas sardentas e usa aparelho móvel para endireitar os dentes. — Filho, tô ocupada. Pega duas fatias de pão e escolhe um recheio. Tem queijo prato, presunto, maionese, tomate... Clara é arquiteta e está sempre trabalhando no escritório que criou no sobrado de dois andares. Betinho coça a cabeça e pensa: “Essa agora, ter que fazer o próprio sanduíche. Ninguém merece...” Como o estômago vazio “fala” mais alto, abre a geladeira e começa a pesquisar o que tem lá dentro. Enquanto vai tirando os frios do refrigerador, lembra da sua vó Cecília, que sempre dizia: “Quando você era menor, adorava brincar de cozinheiro. E, sempre que chegava em minha casa, arrastava as panelas de um lado para outro, dizendo que era o Jamie Oliver.”

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FamĂ­lia que cozinha unida...

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Conheรงa um dos livros da biblioteca do tio Pedro. Um catรกlogo de ervas aromรกticas elaborado pelo nono Gino.



O símbolo da amizade. Perfumado e rico em substâncias que preservam os alimentos, o alecrim era usado nos buquês de noivas para dar sorte e proteger contra o mau-olhado.

Alecrim de cheiro, alecrim de horta, alecrim de jardim, rosmarino.

Diz-se que o alecrim só floresce em jardins de pessoas corretas e honestas. Um exemplar bem robusto é sinal de que é a mulher quem manda na casa – é melhor seguir seus conselhos! Diz-se que a rainha da Hungria, que viveu no século XIII, curou-se do reumatismo e da gota com uma receita que lhe foi dada por um anjo. A água da rainha da Hungria continha alecrim e outras ervas.

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Romero (espanhol); rosmarin (francês); rosmarino (italiano); rosemary (inglês); rosmarin (alemão).

Os italianos não dispensam o alecrim em assados de cabrito e vitela. No churrasco, coloque um galho sobre o peixe ou a carne. O aroma passará para o assado e perfumará o ambiente. Fica ótimo em verduras e legumes, como berinjela, batata, couve-flor e cogumelo. O alecrim é indispensável na maioria dos molhos e marinados (mistura de sal, limão ou vinagre e óleo empregada para temperar carnes).


O arbusto é nativo da costa do mar Mediterrâneo, localizado na Europa. Seu nome provém do árabe al-iklil, que é associado ao casamento (por isso diz-se que um raminho de alecrim no buquê da noiva traz sorte e alegria).

O chá é estimulante, sendo eficaz contra gripe e cólica. É anti-inflamatório, revigora o coração e alivia espasmos musculares.

Pode atingir até 2 metros. Possui folhas estreitas, verdes na parte de cima e esbranquiçadas embaixo. As flores são azuladas, brancas ou lilases. A planta exala um aroma agradável.

Folhas e flores.

Prefere solos secos e arenosos. Cuidado: o excesso de água pode matá-lo! Plante-o diretamente no solo (com pelo menos uns 60 centímetros entre as mudas) ou em um vaso, lembrando que o alecrim precisa de 5 a 6 horas de sol direto por dia. 41


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Para saber mais BORNHNAUSEN, Rosy L. As ervas do sítio. São Paulo: M.A.S., 1991. BORNHNAUSEN, Rosy L. As ervas na cozinha. São Paulo: Bei Comunicações, 1998. BREMNESS, Lesley. Plantas aromáticas. São Paulo: Civilização, s/d. CARR, Anna et al. Rodale’s ilustrated encyclopedia of herbs. Pennsylvania: Rodale Press, 1997. CORRÊA, Anderson D. Plantas medicinais: do cultivo à terapêutica. Rio de Janeiro: Vozes, 2011. DAWSON, Adele G. O poder das ervas: um guia sobre o uso medicinal, culinário e paisagístico de plantas selvagens e cultivadas. São Paulo: Best Seller, 1991. FURLAN, Marcos Roberto. Cultivo de plantas medicinais. Cuiabá: SEBRAE/MT, 1998. GIACOMETTI, Dalmo C. Ervas condimentares e especiarias. São Paulo: Nobel, 1989. JACOBS, Betty. Ervas: como cultivar e utilizar com sucesso. São Paulo: Nobel, 1995. JUNQUEIRA, Lígia. Ervas e especiarias na cozinha: preparo e utilização – vinagres – óleos – bebidas – receitas. Rio de Janeiro: Ediouro, 1980.

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HOLT, Geraldene. Creative herb gardening. Londres: Conran Octupus, 1991. MARANCA, Guido. Plantas aromáticas na alimentação. São Paulo: Nobel, 1986. MING, Lin Chau et al. Cultivo de plantas medicinais, condimentares e aromáticas. EMATER, Paraná, 1991. POLUMIN, Miriam et al. La farmacia natural. Barcelona: Alcanto, 1992. SANECKI, Kay N. History of the English herb garden. Londres: Ward Lock, 1992. SIMONETTI, Gualtiero. Simon & Schuster’s guide to herbs and spices. New York: Simon & Schuster Inc., 1990. TOLLEY, Emelie et al. Gifts from the herbs garden. New York: Clarkson N. Potter Inc., 1991. VON HERTWIG, Igor Francisco. Plantas aromáticas e medicinais: plantio, colheita, secagem, comercialização. São Paulo: Ícone, 1991.

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Sobre as autoras Monica Martinez, jornalista, é doutora em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes de São Paulo. Trabalha como docente no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura da Uniso, onde ensina os alunos a pesquisar. Adora fazer haicais, cozinhar, escrever livros, artigos acadêmicos e histórias infantis, como esta aqui. Para o público infantojuvenil, já escreveu Martin Luther King (Salesiana, 2007) e Gandhi (Salesiana, 2005). Para os maiores, o romance Professor de Ilusões (Rocco, 2012), entre outros. É mãe de Laura Louise, sua maior criação.

Silvia Jeha, nutricionista, herborista e especialista no cultivo de ervas medicinais e aromáticas. Formada na Universidade São Camilo com lato sensu na unitau – Universidade de Taubaté, é proprietária do viveiro “Sabor de Fazenda”, localizado na Zona Norte de São Paulo, onde são produzidas de maneira artesanal mais de 100 espécies de ervas orgânicas. É uma das idealizadoras do Projeto Dedinho Verde, que há mais de 19 anos ensina crianças das redes pública e privada a plantar e preservar o verde nas grandes cidades. É mãe de Luisa e Isabel.


Marcella Tamayo, ilustradora, é formada em Design Gráfico pelo Centro Universitário senac–sp. Passa o dia inteiro desenhando e dedica seu tempo livre às suas coisas favoritas: desenhar mais um pouco, tocar piano, ouvir histórias, desbravar a natureza, brincar com cachorros e à sensação de mistério que existe na vida. Escreve com a mesma vontade que desenha e é co-autora de Clareada (Atelier Piratininga, 2011) e da série de animação Anna Bee (mtv, 2011).

Luciane Mori, artista visual e ilustradora científica pela Universidade Estadual de Londrina. As suas ilustrações fazem parte de publicações no Brasil e Portugal, principalmente para obras de ciências naturais destinadas ao Programa Nacional do Livro Didático. Em 2014 a artista misturou suas técnicas e sua paixão pela etnobotânica e criou a iniciativa autoral “Diário de Estudos Botânicos”, na qual mapeou plantas que encontrou nas redondezas do seu ateliê, em Florianópolis, e ilustrou uma planta por dia durante seis meses.


Editora Evoluir, 2020 Título original Texto Ilustrações Revisão Design gráfico

Chefinho na Cozinha: as aventuras de um pequeno mestre-cuca Monica Martinez e Silvia Jeha Marcella Tamayo e Luciane Mori Jennifer Rangel de França David Renó

Gerente Editorial

Patrícia Monteiro

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Martinez, Monica Chefinho na cozinha : as aventuras de um pequeno mestre-cuca / Monica Martinez e Silvia Jeha. — 1. ed. — São Paulo : Evoluir, 2015. 1. Literatura infantojuvenil I. Jeha, Silvia. II. Título. 15-09283

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Índices para catálogo sistemático: 1. Literatura infantil 2. Literatura infantojuvenil

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ISBN 978-85-8142-085-1 Este livro atende às normas do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, em vigor desde janeiro de 2009. Fontes Tisa Sans e AFL Font Pespaye Nonmetric Papel miolo Offset 90 g/m² Papel capa Triplex 300 g/m² Tiragem 1 000 unidades Impressão Elyon Impresso em abril de 2020.

Esta obra é licenciada sob uma Licença Creative Commons 4.0 Internacional que permite que você faça cópias e até gere obras derivadas, desde que não as use com fins comerciais e que sempre as compartilhe sob a mesma licença.

Editora Evoluir · FBF Cultural Ltda. Rua Aspicuelta, 329 · São Paulo-SP · CEP 05433-010 (11) 3816-2121 · ola@evoluir.com.br · www.evoluir.com.br



Esta é a história de Betinho que, como todo garoto de sua idade, é vidrado em video games, em guloseimas e em sanduíches. Certo dia, se depara com uma enorme chance de ter um incrível video game só para ele. Para isso irá enfrentar desafios, encarar novidades e provocar verdadeiras mudanças em seus hábitos e de toda a sua família. Ao lado dos amigos Mário e Bia, o garoto descobre os valores da amizade, da gratidão, da honestidade e da perseverança. E, guiado pelos conhecimentos de seus antepassados, conquista importantes sonhos.


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