textos de david nordon ilustracĂľes de reberson alexandre editora evoluir
O Mais In‑Crível Disse‑o‑nário das Palavras Mais In‑Acreditáveis Com as Respostas Mais Fabuludas e Cabelosas de Toda a Nossa Língua Portuguesa. textos de david nordon e ilustracões de reberson alexandre editora evoluir
Agradeço em primeiro lugar e acima de tudo ao Senhor nosso Deus. À minha amada esposa, Mirian, Aos meus pais, E a todos que me apoiaram nesta carreira.
O que disse o nรกrio?
O Mais In-Crível Disse-o-nário das Palavras Mais In-Acreditáveis Com as Respostas Mais Fabuludas e Cabelosas de Toda a Nossa Língua Portuguesa. Com um título desses, precisa explicar mais? Qual a origem das palavras Bombom e Queijo Camembert? Você sabia que o nome Escafandro surgiu por uma pegadinha de portugueses? E por que “Ao vencedor, as batatas”? De onde surgiu Hambúrguer? E Totem, utilizado em drive-thru de carroças? Flamingo, Fiado, Financiamento, de onde surgiram estas palavras? E Dicionário? E o que Retrucar tem a ver com Tutancâmon, afinal de contas? Um livro que conta a origem das palavras da forma mais absurda que você pode imaginar, e em partes sem nem mesmo um pingo de verdade. Exceto pelos toques de História Geral do Mundo, com fatos sobre o verdadeiro criador do dicionário e do escafandro, o Imperador Nero, Alexandre, o Grande, a conquista do Brasil, a fuga do rei de Portugal, Napoleão Bonaparte, o xogunato no Japão e a restauração Meiji, a criação da Força Aérea Brasileira e muito mais. Além disso, o autor também traz termos inusitados e irreverentes ao aportuguesar palavras de origem inglesa e francesa. Estilo do autor. No final do livro, confira a grafia das palavras no idioma de origem. Então, a seguir conheça a classificação e o significado das palavras, segundo nosso amigo: o Nário. Aproveitem e divirtam-se com essa viagem literária recheada de bom humor!
sumรกrio do disse-o-nรกrio
009 017 025 035 045 055 067 073 083 089 095 101 113 117 123 137 143 155 163 169 173 175 183
A, de Abelhudo Bê, de Bombom Cê, de Caçarola Dê, de Degringolar Ê, de Escabrosa Éfe, de Fiado Gê, de Gastronomia Agá, de Heliocêntrico I, de Inflamável Jota, de Jamelão Éle, de Lambisgoia Eme, de Mirabolante Ene, de Naufrágio Ó, de Obrigado Pê, de Pancadaria Quê, de Queijo Camembert Érre, de Retrucar Ésse, de Silogismo Tê, de Tortura U, de Umbral Vê, de Vencedor Chís, de Xogum Zê, de Zumbi
A, de Abelhudo
Abelhudo
Vem de Abelha — o inseto — e udo — sufixo que significa “cheio de”. Udo veio do Lorde Ludo. Ludo era chamado de o Lorde dos Éles — porque, além de ter mais éles no nome Ludlovlicho Vlon Vladsvostokly, do que a própria letra, ele trocava os erres pelos éles. Deste modo, Ludo virou o “cheio de éles”, o que seria L, a letra, mais Udo, o sufixo, que virou “cheio de”. Contudo, o fato da palavra significar “cheio de abelhas” vem da Índia, quando um homem, encantador de abelhas — um louco daqueles que faziam uma verdadeira máscara de abelhas na cara — teve sua causa de pedido de indenização por serviço perigoso — picaram o corpo inteiro dele, coitado, e o pior foi que ele sobreviveu — reconhecida pelo país e concedida pelo Marajá. O fato é que, de tão famoso, muitas pessoas resolveram fazer o mesmo, e já se vê o “auê” que foi. Os encantadores de abelha logo receberam o nome de Abelhudos e, como eram um estorvo para o governo e uma chateação — ficava aquele zum-zum-zum pra lá e pra cá o tempo todo, de modo que sempre se sabia quando havia um abelhudo por perto ouvindo a conversa alheia — o termo logo recebeu, também, este significado.
Alegoria
É um termo que se originou dos tribunais, derivado da palavra alegação — que seria uma palavra direcionada à defesa do réu, provando que desde o início dos tempos,
010
nos tribunais, o réu é culpado até que se prove o contrário. Conta-se que nos idos tempos de 1600 e tanto, um tal de Gregório de Matos Guerra, mais conhecido como Boca do Inferno (pelo mau hálito, certamente), foi levado aos tribunais por uma espécie de CPI por danos morais infligidos à Igreja Católica. Gregório, que era advogado, além de poeta satirizador, em sua defesa fez diversas alegações, que eram tão inteligentes e paradoxalmente espirituosas, que o juiz e os jurados não conseguiam parar de rir. Acusado pelo advogado de oposição de estar causando alvoroço na corte, Gregório soltou a pérola que ficaria marcada pela eternidade: “Estás a dizer que alego coisas para que vossa Excelência ria?”. Gregório logicamente saiu vitorioso de seu julgamento e, todos os anos, na Guilda dos Escritores (GUETORES, como chamavam na época, uma junção bizarra das palavras, que eles só mantinham porque lhes lembrava de aligators, aqueles terríveis crocodilos, o que os fazia sentir mais ferozes) fazia uma encenação do acontecimento, que, pela frase perolástica, acabou por se tornar uma alegoria. E assim surgiram as alegorias de carnaval de hoje.
Aliás
Muitos acham que aliás é só uma palavra muito semelhante à “por sinal”, que não raramente é utilizada como seu sinônimo, mas poucos sabem que aliás também significa a fêmea do elefante — a elefanta. Agora, por que raios elefanta foi chamada de aliás? E como aliás se tornou sinônimo de “por sinal”? 011
…
Zê, de Zumbi
Zumbi
Zumbido, que é uma palavra diretamente relacionada com zumbi, é originada da onomatopeia zum, que representa o barulho que um inseto faz ao voar. Zumbido seria mais especificamente o barulho que o inseto faz quando voa perto do ouvido. Zumbi, por sua vez, deriva desta palavra de diversas formas: primeiro, pelo barulho que eles fazem — que também é uma espécie de zumbido. Segundo, pela relação com a mosca tsé-tsé, que causa a doença do sono. Antigamente, não se sabia sobre essa doença, mas já se havia reparado no fato de que pessoas, ao serem picadas por esse bicho, dormiam como se estivessem mortas e depois voltavam à vida. Só que, para todos os fins, era como se estivessem mortas mesmo, sendo aquela história de mortos-vivos. Por medo da população, essas pessoas eram exiladas do convívio social e relegadas a casas isoladas, onde poderiam viver sozinhas, fazendo o que quer que mortos-vivos façam. Não demorou muito para que a imaginação popular transformasse os sobreviventes da doença do sono naqueles seres horripilantes que saem das tumbas no meio da noite para comerem o seu cérebro. Quando foi descoberto a respeito da doença, já era tarde — o termo havia pegado, e não havia quem os demovesse da ideia de que eram mortos-vivos. Triste, não?
184
185
Lista das palavras “aportuguesadas” que foram utilizadas neste livro. Conheça como se escreve no idioma original: Bulim — Bullying (inglês) Cauntri — Country (inglês) Comôditis — Commodities (inglês) Cau-Pareide — Cow Parede (inglês) Draive Fru — Drive Thru (inglês) Fânqui — Funk (inglês) Féshion Uique — Fashion Week (inglês) Frenti Frais — French Fries (inglês) Glamúr — Glamour (francês) Grim Card — Green Card (inglês) Impitimam — Impeachment (latim) Isfogliatelis — Sfogliatelle (italiano) Istepi — Step (inglês) Marquetim — Marketing (inglês) Microblóguis — Microblogs (inglês) Mudim — Muting Pâzous — Puzzles (inglês) Pitsa — Pizza (italiano) Quetichupe — Ketchup (inglês) Róiautis — Royalties (inglês) Soupi opera — Soap opera (inglês)
186
Notas página 039: Em inglês, a expressão sad but true quer dizer “triste, mas verdadeiro”. É uma analogia à frase old but gold (velho, mas valioso). página 059: A abreviação “i.e.” vem de id est, que significa “isto é” ou ainda “ou seja”. página 080: A palavra Ergo vem do latim e tem o sentido de “portanto”. Cogito ergo sum é a clássica frase do filósofo e matemático francês René Descartes: Penso, logo existo.
Evoluir, 2015 Este livro atende às normas do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, em vigor desde janeiro de 2009. Título original O Disse-o-Nário Coordenação Editorial Flávia Bastos Monteiro Design Gráfico Uriá Fassina Ilustrações Reberson Alexandre Revisão Elisa Andrade Buzzo ISBN 978-85-8142-068-4 Fontes FF Tisa e Cubano Impressão Meltingcolor (S. B. Campo–SP) Tiragem 2 mil exemplares Papel Offset 90g/m² impresso em fevereiro de 2015
cc
s
Esta obra está licenciada por uma Licença Creative Commons nos padrões Atribuição-NãoComercialCompartilhaIgual 4.0 Internacional.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Nordon, David Disse-o-Nário / David Nordon ; [ilustrações Reberson Alexandre]. -- 1. ed. -- São Paulo : Evoluir, 2015. 1. Literatura juvenil I. Alexandre, Reberson. II. Título. 15-00529 Índices para catálogo sistemático 1. Literatura juvenil
CDD-028.5
028.5
Evoluir · FBF Cultural Ltda. Rua Aspicuelta, 329 · São Paulo-SP · CEP 05433-010 (11) 3816-2121 · ola@evoluir.com.br · www.evoluir.com.br
REBERSON ALEXANDRE
Filho de Dona Terezinha, aluno de desenho do Sr. Berto, bacharel em Design Grรกfico pela Universidade Estadual de Londrina (UEL, Paranรก). ร um adulto que gosta de desenho animado, insiste em chamar graphic novel de gibi e acredita na arte como uma forma de mudar o mundo.
david nordon
Começou a escrever pequenos jornais aos 9 anos e seu primeiro livro veio aos 14 anos de idade. Desde então, não parou mais. Hoje já passa de uma dúzia de livros publicados. Equilibra sua profissão de médico com seu hobby — uma “hobbissão” — de romancear crônicas, contar romances, cronicar contos e trançar rimas — os limeriques, seus favoritos! Por seu trabalho literário, David já ganhou o 2º lugar do 5º Concurso Literário Ben Gurion (2010) e no Prêmio Nacional de Literatura da Universidade FUMEC (2011), entre outros.
Durante uma leitura a abordagem do lúdico cria ambientes fantásticos e mirabolantes, onde é possível enveredar por caminhos diferentes e inusitados, mesclando realidade com fantasia, uma mistura que o Projeto Viajando na Leitura converte em conhecimento para as crianças.
isbn 978-85-8142-068-4
É uma satisfação patrocinar esse projeto que incentiva a leitura e enriquece a mente daqueles que serão o futuro do nosso país.
patrocínio
realização