Menino plugado.com

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Carmensita Corso ilustrações de

Marcos Almeida

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A meus filhos Daniel Duncan e Victor Frank.

A autora A gaúcha Carmensita Corso é jornalista de profissão, roteirista e diretora de vídeos e documentários por paixão.

Carrega na bagagem campanhas políticas vitoriosas e é gestora de conteúdo em sites e redes sociais.

“O meninoplugado.com” é seu primeiro livro.

O ilustrador Rovide ommolla ipsaped quam quam, te consequo. Ab iumet mi, que occus sitiore lautatur?Bus modit quas volo con consed quist. Minveliqui coribusam.

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Carmensita Corso ilustrações de

Marcos Almeida

Era uma vez um menino que vivia plugado. A vida dele era o mundo do computador, videogame, tablet, celular...

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Se o irmão menor fazia birra, insistia naquilo que queria, o meninoplugado dizia: — Dá um delete nele aí, mãe!

Para acordar o irmão caçula, era sempre a mesma coisa: — Reinicia aí, cara! Está na hora!

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Não adiantava o irmão pequeno chamar para brincar, o amigo telefonar, a mãe lembrar que o sol brilhava lá fora e que a água quentinha da piscina esperava por ele.

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O meninoplugado contava as horas em que poderia estar livre da escola e se esquecia dos estudos quando ligava o computador para construir casa, cidade, barco no Minecraft, ou então, ao jogar online com os amigos virtuais do Club Penguin.

Passava um mês, passava outro e o menino seguia cada vez mais fora do mundo real.

Se por um acaso praticava algum esporte, era apenas com as teclas e do mouse. Um pontapé, ou melhor, um “ponta dedo” no Fifa. Uma respirada funda antes de enterrar a bola na cesta ou fazer seu jogador correr e parar no ponto certo para emplacar uma de três.

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Nem ligava quando a mãe alertava que seus dedos não precisavam desse tipo de atividade física! E que o importante era correr descalço pelo quintal, andar de bicicleta, nadar, jogar futebol e basquete de verdade, ao invés de fazer tudo isso só pelo computador, videogame, ou smartphone.

O menino nem respondia e o seu falatório era sempre a mesma coisa: — Deleta, dá ESC nessa lenga-lenga, mãe!

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Na hora do recreio, ele não brincava: registrava tudo no seu tablet.

Uma foto do jogo de futebol, outra das meninas da torcida, mais uma do colega vidrado no livro de 400 páginas... Cada dia um grupo, uma pessoa, uma situação diferente.

Mas por uma imagem ele sempre buscava e, na hora do clique, o coração disparava! E não era fácil esperar pelo momento de chegar em casa para ver, na tela grande do computador, a garota de cabelos encaracolados e sorriso encabulado.

Na hora de dormir, era um tal de vira para cá, vira para lá, e nada do cérebro desligar para deixar o corpo descansar. O tempo passava e o menino continuava só plugado.

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Um dia, a mãe começou a notar que seu meninoplugado, mesmo fazendo o que queria, parecia triste e até um pouco deprimido.

— Oh, meu Deus e esse corpo meu filho? Você está muito acima do peso. E com a pele quase transparente de tão branca”, pensou alto, a mãe.

Decidida a trazer o meninoplugado de volta para o mundo real, a mãe teve uma ideia brilhante! Faltavam poucos dias para o aniversário do filho e ela já sabia muito bem como comemorar...

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Sem perder tempo, começou a colocar seu plano em prática, e tudo em segredo. Apenas avisou o marido e os filhos que passariam o final de semana na chácara da avó. Para desespero do meninoplugado, que detestava ir para o campo!

Ele sabia que, naquele lugar, estaria perdido sem o sinal de internet. Mas desta vez, percebeu que não adiantaria dar “piti”.

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No domingo pela manhã, o meninoplugado estava emburrado, deitado numa rede na varanda da chácara da avó, quando ouviu barulho de carro se aproximando.

Espichou a cabeça e viu uma van cheia de crianças.

Assim que ela parou, parecia que as fotografias da turma, que o menino guardava nos arquivos do computador, “desciam” uma a uma do veículo.

“Será que dormi na rede da vovó e ainda estou sonhando?”, pensou ele, sem entender nada.

Só quando viu que a mãe, o pai, o irmão e os avós recebiam, animadamente, os colegas da escola, entendeu. Ou melhor, “se ligou”!

O meninoplugado saltou da rede e notou que todos a sua volta eram bem reais.

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Estavam todos ali. Mas, e a garotinha que fazia o seu coração disparar?

Olhou para um lado, para o outro, virou-se e... lá estava ela! E abraçando a mãe dele! “Agora danou!

Será que a minha mãe acessou meus arquivos de foto e descobriu de quem eu gosto?”

Mas a pergunta ficou sem resposta. O pai, que segurava uma bola de futebol, já organizava um time de meninos e meninas para a primeira atividade do dia.

No início, o meninoplugado estava um pouco tímido e com um certo medo de um jogo assim, tão real.

Foi péssimo em campo. Mas, de uma hora para outra, entusiasmou-se com a chance de causar boa impressão naquela de quem tanto gostava. Fez três gols seguidos!

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Depois do futebol, a avó logo chamou para brincar de pique-esconde; o avô para subir na mangueira e colher algumas frutas...

Quando se deu conta, o meninoplugado estava puxando a garota de cabelos encaracolados pela mão para ver os peixes na lagoa.

Ele se divertia como há muito tempo não acontecia.

A mãe era pura felicidade. O irmão, corria e o chamava para novas brincadeiras... Um dia perfeito, que terminou com o “parabéns a você” e muitas fotos.

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À noite, chegando em casa, o meninoplugado correu para descarregar as imagens da máquina fotográfica do pai. Quando as viu, notou que, desta vez, ele também aparecia nas fotos — e sempre sorrindo!

Ele sorria no futebol, no banho de piscina, lá no alto da mangueira, jogando pedrinhas na lagoa, sempre acompanhado de sua musa, a garota de cabelos encaracolados... O dia estava inteirinho registrado. Até parecia que participava de uma edição do big brother.

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Antes de dormir, o meninoplugado foi até o quarto dos pais, abraçou-os, beijou-os e lhes disse que aquele havia sido foi o melhor aniversário de todos.

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Lá no quarto, com o irmão menor “apagado” na cama ao lado, ele ligou o tablet, para ver as fotos uma vez mais.

E, então, decidiu postar no Facebook justamente aquela foto que mostrava todos os seus amigos cantando o “parabéns a você”. A imagem ainda registrava o exato momento em que seu coração quase saía pela boca por causa do beijo dado em seu rosto pela garota de cabelos encaracolados. Como comentário, escreveu: “O melhor dia de todos, nos últimos anos, em minha vida!”.

A partir daquele momento, o meninoplugado se “desplugou”, decidido a viver mais no “mundo real” e torcendo para que seus sonhos reproduzam cada minuto daquele dia maravilhoso.

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Editora Evoluir Cultural Título original

O meninoplugado.com

Autora

Carmensita Corso

Ilustrações

Marcos Argola

Conselho editorial

Chico Maciel, Fernando Monteiro, Flávia Bastos, Lilian Rochael e Uriá Fassina

Projeto e revisão gráfica Chico Maciel Revisão de texto

Fernanda Soifer e Lilian Rochael

Este livro atende às normas do acordo ortográfico em vigor desde janeiro de 2009.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Carmensita, Corso O menino plugado.com / Carmensita Corso, Marcos Argola. — São Paulo : Evoluir, 2013 1. Literatura infantojuvenil I. Argola, Marcos. II. Título ISBN xxx-xx-xxxx-xxx-x 03.0903 CDD-028.5 Índice para catálogo sistemático: 1. Literatura infantil 2. Literatura infanto-juvenil

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Evoluir Cultural FBF Cultural Ltda.

1ª impressão, julho de 2014 Fonte Avenir Tiragem 4.000 Papel capa Couché 120g/m2 Papel miolo Pólen 90g/m2 Gráfica xxxx Edição

Esta obra é licenciada sob uma Licença Creative Commons 4.0 Internacional que permite que você faça cópias e até gere obras derivadas, desde que não as use com fins comerciais e que sempre as compartilhe sob a mesma licença.

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