participe do movimento
habitação Cinco negócios que estão ajudando
mais brasileiros a ter acesso à moradia
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HHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH e x a m e p m e - p e q u e n a s e m é d i a s e m p r e s a s | agosto 2013 HHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH
o manual do empreendedor brasileiro
agosto 2013
edição 64
R$ 10,90
Um estudo exclusivo revela o perfil dos empreendedores mais bem-sucedidos Do país Como enxergam novas oportunidades | Onde conseguem recursos Como conciliam trabalho e família | O que querem deixar para o futuro
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Sumário
28 Daniela Toviansky
Luís Carlos Nascimento, da N&A Consulting: sociedade com sua mulher
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28
Empreendedorismo Uma pesquisa exclusiva mostra o perfl dos empreendedores donos das pequenas e médias empresas que mais crescem no país • Arvus Equipamentos e sofwares para agricultura • N&A Acompanhamento de obras para evitar atrasos • Apetit Administração de restaurantes em empresas • Sana Agro Aérea Pulverização de lavouras com aviões • Ecom Energia Gestão de contratos de energia
40
Empreendedorismo Os gráfcos que mostram os hábitos pessoais e de consumo dos empreendedores brasileiros
43
Empreendedorismo O ranking das 250 pequenas e médias empresas que mais cresceram no Brasil nos últimos três anos
EspECial Habitação Conheça as histórias de cinco empresas emergentes cujos negócios estão ajudando os brasileiros a ter mais acesso à moradia Centro Vivo Restauração de prédios antigos e depredados Na Reforma Produção de materiais educativos sobre reforma Canal do Crédito Simulador online de fnanciamento imobiliário Escola Concretta Cursos voltados para profssionais da construção civil TecVerde Construção de edifícios residenciais e comerciais
67
FazEr MElhor Recursos Quatro objetivos que podem ser alcançados pelos empreendedores por meio de sites de crowdfunding — que permitem que várias pessoas fnanciem projetos contribuindo com uma quantia em dinheiro
82
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92
sEçõEs 21 Para Começar Os empreendedores Luca Parise e Bruno Mengatti criaram a Nail on Wall, site que vende obras de arte e que deve faturar 1 milhão de reais em 2013 58 Grandes Decisões A Dauper faturou 24 milhões de reais em 2012 vendendo cookies e barras de cereais para supermercados. Agora, os sócios Marcio Peres e Raul Matos planejam abrir lojas próprias
Daniela ToviansKy
Capa
livros Gestão O que alguns dos dez livros de negócios mais vendidos nos últimos meses na livraria online Amazon têm a ensinar aos empreendedores
82
62 Eu Consegui Em 2004, o paulista Rogério Gabriel fechou sua rede de lojas de peças para computadores — mas usou a experiência para fundar a Prepara Cursos, rede de escolas de informática com mais de 200 000 alunos
Carolina Piccin, da MateriaBrasil: site por meio de financiamento coletivo
82 Sou Empreendedor Cristiana Mendanha, sócia da clínica de estética Duohaus, de Brasília, ganhou um curso sobre franquias oferecido pelo Grupo Bittencourt
88 Na Prática
Vendas que não se concretizam geram uma alto custo para as empresas, o que pode afetar a rentabilidade. Uma solução é investir em treinamento de vendas e gestão do estoque 90 Inovação&Tecnologia O Facebook lançou um buscador que vasculha os registros de preferências dos usuários. Como um empreendedor pode usar o recurso com inteligência? 96 Onde Encontrar Como contatar as empresas que participam desta edição 98 Abaixo dos 40 Pedro Opice e Guilherme Gomes, fundadores da Jazz Side, que faturou 1,3 milhão de reais em 2013 vendendo presentes sob encomenda
Tamires Kopp/prinT maKer
10 Carta ao Leitor 14 Rede Social Exame PME Uma empreendedora pergunta em qual setor as mulheres da rede atuam 16 Exame PME na Internet 18 Cartas
58
Marcio Peres, da Dauper: dúvida sobre o formato das lojas próprias
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Carta ao lEitor retrato nítido E
sta época do ano é sempre de grande expectativa para os jornalistas de Exame PME. É
quando fcamos sabendo quais são as pequenas e médias empresas que mais crescem no Brasil — resultado do estudo feito anualmente pela revista em parceria com a consultoria Deloitte. Em sua oitava edição, a pesquisa tornou-se referência para empreendedores, investidores e acadêmicos que acompanham o mercado das empresas emergentes no país. “O retrato que está aparecendo nestes quase dez anos é bem nítido”, diz Heloisa Montes, de 50 anos, sócia da Deloitte, responsável pelo estudo. “Ele mostra uma evolução consistente, que se traduz em boas práticas corporativas, profssionalização crescente da gestão e, sobretudo, capacidade de aprender com os próprios erros e acertos.”
O estudo de 2013 (imagem maior), os dos dois anos anteriores e Heloisa, da Deloitte: respostas inéditas
a dinâmica das empresas emergentes vem atraindo cada vez mais atenção no mundo todo. Estudos semelhantes feitos pela Deloitte nos Estados Unidos, onde o mercado de pequenas e médias empresas já está amadurecido, mostram que são elas as responsáveis por uma grande dose da inovação que permitiu que mercados como tecnologia da informação e comércio eletrônico tomassem impulso. “Seus empreendedores estão em busca constante por adotar práticas de gestão que conquistem a confança de potenciais investidores”, diz Renato Souza, de 40 anos, diretor de comunicação e marketing da Deloitte, que exerceu um papel inestimável nesses anos todos. “No Brasil está acontecendo a mesma coisa.” maria luisa mEndEs
FABIANO ACCORSI
todos os anos, buscamos analisar as informações enviadas pelas empresas sob a perspectiva de um tema principal. Aspectos como inovação, governança, rentabilidade e custo Brasil já foram abordados. Neste ano, a ambição foi trazer respostas a questões nunca antes respondidas: qual é o perfl dos empreendedores que conseguem conduzir suas empresas à expansão? Como eles se dividem entre trabalho e família? Quais são seus sonhos? “A pesquisa de 2013 tem um caráter inédito e interessantíssimo”, diz Heloisa. “Ela mostra quem são os líderes dos negócios que se expandem a taxas muito mais altas do que as da média de crescimento do país.” Para esse levantamento, convidamos os sócios majoritários das empresas que já fguraram ao menos uma vez nos rankings feitos desde 2006.
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Rede social Exame PME Metas Discussões Preços Estratégia
Inovação Pessoas Exportação Agenda
Mulheres empreendedoras
Em que setor as mulheres da rede atuam? A empreendedora paulista Vanessa Zanuzzi começou uma discussão sobre o tema. Ela é sócia da Educco, empresa de recursos humanos do interior de São Paulo.
fotos: corbis/lAtinstock
Custos
Internet Vídeos
Turismo em família
O mineiro Crispim Charles Aquino Júnior acredita ter encontrado uma oportunidade para crescer no mercado de turismo, um setor que movimentou mais de 57 bilhões de reais no Brasil em 2012. Ele planeja criar uma agência especializada na venda de passagens aéreas e pacotes de viagens para famílias — e pediu aos membros da rede sugestões sobre como levar sua ideia adiante. “Um dos desafios é criar pacotes turísticos que agradem pessoas de diferentes faixas etárias, desde os avós até os netinhos”, diz Aquino.
Fornecedores
Twitter Livros
Pagamentos internacionais
Robert Costa, de Salvador, perguntou qual a melhor forma de receber de seus clientes no exterior. Jessé Silva, da WebmaniaBR, sugeriu procurar um banco que faça transferências internacionais.
Nichos Vendas Marketing Tecnologia Marcas Gestão
Em busca do sócio perfeito
Divergências entre os sócios podem pôr as empresas em risco. O paulista Ederson Manoel, dono da Agência Blitz, contou que já passou por esse tipo de situação. “Já tive de encerrar negócios promissores por discordar de meus sócios sobre qual o melhor caminho a seguir”, diz ele. “Será que existe o sócio perfeito?” Participe da discussão e dê sua opinião.
Escambo Sócios Cobrança Franquias e-commerce Agronegócio
Capricho no site
O paulista Eduardo Arsani, sócio da Bull Marketing, perguntou aos membros da rede se eles prestam atenção às informações divulgadas nos sites de suas empresas. “É comum encontrar sites em que não há endereço nem telefone de contato”, diz ele.
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na intErnEt
Encontre os complementos desta edição e dos números anteriores no endereço www.exame.abril.com.br/revista-exame-pme/recursos
O cenário da habitação no Brasil
PEqUENAS E méDIAS
EmPRESAS
qUE mAIS CRESCEm O perfil de quem está no comando
Veja as 250 pequenas e médias empresas que mais cresceram nos últimos três anos, a versão completa da pesquisa sobre o perfil dos empreendedores e os destaques dos estudos anteriores CONCORRÊNCIA No ano passado, a pesquisa mostrou o que as empresas fazem para se destacar no mercado
RENTAbIlIDADE Cinco empreendedores contaram, em 2011, como aumentaram as margens de lucro de seus negócios
OPORTUNIDADES O estudo de 2010 mostrou como os empreendedores cresceram ao investir em mercados emergentes
gESTãO Em 2009, a pesquisa abordou as estratégias para melhorar o fluxo de caixa e a produtividade
O aumento na oferta de crédito imobiliário tem feito muitos brasileiros comprar o primeiro imóvel ou reformar suas casas. Mas ainda há no Brasil 5,4 milhões de famílias vivendo em residências precárias ou dividindo a mesma moradia. Leia três estudos sobre o déficit habitacional, o crédito e o mercado para reformas.
Onde buscar dinheiro
Há diversas alternativas para uma pequena ou média empresa conseguir capital — desde pedir empréstimo bancário até negociar com fundos de investimento e fazer fusões com outras empresas. Leia uma série de reportagens publicadas em Exame PME sobre o tema. Uma delas responde às dúvidas frequentes que os empreendedores têm antes de receber um investimento. Outra trata sobre como antecipar recebíveis.
Segredos na nuvem
Uma pesquisa da consultoria britânica Coleman Parkes Research mostrou como as empresas lidam com o armazenamento de arquivos na nuvem, como é chamada a tecnologia em que dados permanecem armazenados em computadores que podem ser acessados remotamente. Segundo o estudo, a maioria prefere manter as informações estratégicas arquivadas em servidores próprios.
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exame.pme@abril.com.br
Economia e negócios
Os juros altos, a infação e a conjuntura mundial de crise afetam o modelo de crescimento da economia brasileira, voltado para o consumo (O Que Fazer Agora, julho). A alta inadimplência provocada por esses fatores atinge diretamente a liberação de crédito, o motor do país. As empresas precisam se reinventar para passar por esse momento, mas o governo também precisa fazer sua parte. Gabriel Andrade Condor Veículos — Brasília, DF
Eduardo Marques | Constru Forte — São Paulo, SP eduardo@construforte.com
O básico vem antes
Acho importante que as empresas tenham um plano de fdelização da clientela (Como Fazer o Cliente Voltar, julho). Mas acredito que há ações mais básicas do que as mencionadas na reportagem que ajudam a fazer o cliente voltar. Embora simples, poucos empreendedores praticam atitudes como tratar bem o consumidor e resolver problemas rapidamente quando eles aparecem. Silvan Lima | Fundação de Apoio à Pesquisa — Belo Horizonte, MG
O foco é cultural
Achei muito interessante a maneira como trabalham os cinco empreendedores, na reportagem especial (Como Eles Dirigem o Espetáculo, julho). Gostei particularmente da Bookess, porque oferece oportunidade a quem não conseguiria publicar um livro se dependesse do interesse de editoras. Augusto Barbosa Lima | Embraplangem — Goiânia, GO @augusto_barbosalima
Beleza cacheada
A história de Zica de Assis é muito bonita (Debaixo dos Caracóis, julho). Ela teve tanta força de vontade para abrir seu negócio que chegou a testar seu produto nela mesma. No fnal das contas, criou um negócio rentável num mercado em crescimento. Marcos Rocha | Odontosites — Caieiras, SP marcos@odontosites.com.br
Exame pmE
Admiro a revista porque fco sabendo de muitas oportunidades. Por causa da seção Grandes Decisões de julho, conheci a produtora de vídeos e peças publicitárias Wide Story e estou quase fechando uma parceria. Gustavo Chaves | Destino Palmas — Palmas, TO gustavo@destinopalmas.com.br
COrrEçõEs • O telefone da Karida’s Soluções é (11) 4265-
1424 (Comer, Relaxar, Trabalhar, julho).
• A cidade prevista para a flial americana da
Wide Story é Los Angeles (Grandes Decisões, julho). • O trabalhador brasileiro gera, em média, o equivalente a 22% da riqueza do americano (O Que Fazer Agora, julho).
dAnielA toviAnsky
O momento é de cortar custos, aumentar a rentabilidade do estoque, deixar de vender produtos de baixo giro e diminuir a ociosidade em todos os setores da empresa. É hora de cortar luxos e trivialidades e se concentrar no crescimento do negócio.
Como entrar em contato com ExamE pmE
Os depoimentos publicados nesta seção são selecionados pelos jornalistas de Exame PME entre os comentários enviados por e-mail para o endereço exame.pme@abril.com.br e os publicados pelos leitores na Rede Social Exame PME (www.revistapme.ning.com) ou em nossa página do Facebook (www.facebook.com/examepme). Os textos poderão ser modificados ou reduzidos por motivo de concisão e clareza.
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Para começar NoTícIas, IdeIas e TeNdêNcIas Para o emPreeNdedor
edIção | carLa araNHa
Luca Parise e Bruno Mengatti, do Nail on Wall: venda de quadros
comÉrcIo eLeTrÔNIco
Julia RodRigues
Delivery de obras de arte
O mercado de arte, que em 2012 movimentou no país 1,3 bilhão de reais, vem gerando oportunidades para negócios como o Nail on Wall, site de vendas de gravuras, pinturas e fotos. A empresa foi criada em 2011 pelos empreendedores paulistas Luca Parise, de 22 anos, e Bruno Mengatti, de 24. Parte dos consumidores é de regiões onde a oferta de galerias é limitada, como Norte e Nordeste. “Há clientes até de Roraima, que gostam de arte e têm dinheiro, mas não encontram lojas em sua cidade”, diz Parise. A receita da Nail on Wall vem da comissão de venda das obras, que custam em média 6 000 reais, e de consultorias para colecionadores. “Não temos custos com estoque, pois os itens são enviados para o cliente pelos próprios fornecedores.” O Nail on Wall deverá faturar 1 milhão de reais neste ano, o triplo de 2012.
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para comEçar por dENtro
da LEI
Falta de aviso
Quando há uma greve nos transportes, o funcionário precisa avisar que não poderá comparecer à empresa?
SIM.
Motivo Somente faltas causadas por morte de parentes próximos, casamento e nascimento de filhos são abonadas automaticamente pela empresa.
daniel dezontini, sócio do Dezontini Sociedade de Advogados
Guilherme Figueiredo, da Futebol Tour: mais vendas com a Copa das Confederações
FAbiAno Accorsi
O que fazer Caso o funcionário não comunique (por telefone ou e-mail) seu superior imediato ou outro chefe que não poderá comparecer ao trabalho em decorrência de uma greve no sistema de transportes da cidade, a empresa pode punir o profissional com advertência ou descontar o dia não trabalhado. Em geral, as empresas determinam que esse aviso deve ser dado com antecedência mínima de 1 hora em relação ao começo do expediente. Esse ponto não é regido pela lei. Cabe à própria empresa defini-lo. Para evitar conflitos com os funcionários, deve-se estabelecer uma política dos procedimentos a ser adotados quando há uma paralisação no transporte. A empresa pode, por exemplo, instituir um sistema de caronas nesses dias para os empregados que são imprescindíveis para o negócio. Essas regras devem ser divulgadas a todos os empregados.
torcEdorEs
Até a pé nós iremos
A Copa das Confederações, realizada em junho, movimentou cerca de 740 milhões de reais no país, de acordo com uma pesquisa da Fipe feita para o Ministério do Turismo. Uma das empresas que tiraram proveito do evento foi a paulistana Futebol Tour, que organiza viagens para torcedores assistirem a jogos de futebol e vôlei, no Brasil e em outros países. Os pacotes em geral incluem passagem, ingressos para as partidas e transporte até o estádio. As receitas geradas com a Copa das Confederações vão ajudar a Futebol Tour a faturar cerca de 6 milhões de reais neste ano, 30% mais, em média, do que em 2012. “Em 2014, com a Copa do Mundo, projetamos um crescimento ainda maior”, afirma o dentista Guilherme Figueiredo, de 36 anos, sócio da Futebol Tour.
Empreendedor é quem vai contra a corrente — daniel Isenberg, autor do livro Worthless, Impossible and Stupid: How Entrepreneurs Create and Capture Value
— Com reportagem de Camilla Ginesi
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iNOVAÇÃO
O QUE ACONTECEU
O papel do líder
Uma recente pesquisa da consultoria PwC mostrou como os líderes das empresas enxergam seu próprio papel na criação de ambientes inovadores. Foram ouvidos 246 executivos de vários países. “Estabelecer processos de inovação virou palavra de ordem”, diz Federico Servideo, consultor da PwC Brasil. Eis o que a pesquisa mostrou.
A Peela, empresa paulistana de cartões pré-pagos, comprados principalmente por consumidores emergentes, foi tema de uma reportagem de capa de Exame PME sobre negócios inovadores em março de 2012. Na época, o publicitário Eduardo Almeida, de 43 anos, e seus sócios haviam acabado de receber um aporte do fundo brasileiro Trindade Investimentos. Os empreendedores planejavam, nos anos seguintes, vender cerca de 100 000 cartões pré-pagos em 5 000 estabelecimentos credenciados. Veja o que aconteceu.
mAR
2012
O papel do presidente da empresa (em %) Liderança Ter visão de futuro Ser um facilitador de mudanças Estimular a inovação Apoiar a criatividade
7
34
37 16
5
Aspectos em que a empresa deve inovar (em %) Produtos Modelo de negócios Relacionamento com o cliente Tecnologia Cadeia de fornecedores
15
13 17
A EsTRATégiA
Até meados do ano passado, a Peela vendia somente cartões pré-pagos de fornecedores do setor de cultura e entretenimento, como ingressos para shows e parques de diversão, além de assinaturas de revistas que os clientes compravam para dar de presente. No segundo semestre do ano passado, a empresa passou a oferecer cartões de garantia estendida para produtos eletrônicos e de assistência residencial, de carros e de motos, entre outros.
26
Os RisCOs
Os clientes finais e os donos dos estabelecimentos credenciados estavam acostumados aos cartões de entretenimento e poderiam não se interessar em comprar os produtos que a Peela começava a vender. A empresa teria, então, de buscar outros nichos de entretenimento para atrair consumidores.
9
O que mais estimula a inovação (em %)
O REsUlTAdO
Criatividade e visão dos líderes Cultura organizacional favorável Capacidade de correr riscos e mudar Habilidade de aproveitar boas ideias que surgem na empresa Ouvir os clientes
9
26
O fUTURO
9
9
DAnielA ToviAnsky
26
Almeida fechou contrato com grandes redes de varejo, como Saraiva, Lojas Americanas e Pão de Açúcar. As vendas de cartões nesses canais devem representar boa parte da receita de 5 milhões de reais prevista para este ano. Em 2012, aproximadamente 1,5 milhão de cartões foram vendidos em mais de 3 000 pontos de venda em todas as regiões do país. Recentemente, os sócios lançaram novos cartões para crianças e adolescentes — como os de jogos eletrônicos. “Vamos aumentar a variedade de produtos, já que os cartões de serviços estão dando tão certo”, diz Almeida. “O número de pontos de venda também está aumentando.” Até o fim do ano, os cartões da Peela deverão ser vendidos em 8 000 lojas.
Fonte PwC
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para comEçar c0lEçõEs
Um item a mais
Nos Estados Unidos e na Europa, é comum encontrar lojas e sites especializados em vender objetos que possam ser colecionados — desde pequenos itens, como discos e moedas, cartõespostais e brinquedos, até automóveis antigos. No mundo todo, estima-se que esse mercado movimente cerca de 4 bilhões de dólares por ano. Recentemente, começaram a surgir no Brasil pequenas e médias empresas especializadas em atender esse nicho. Veja três negócios que estão crescendo ao vender para colecionadores.
Tibiriçá Martins
CAOS — Loja e bar São Paulo, SP
FernAndA FrAzão
Na mesa do bar Em 2011, abri um bar que também vende objetos antigos. Assim, posso garantir receitas mesmo de quem não quer comprar nada para sua coleção. No ano passado, o faturamento chegou a 2 milhões de reais
Carros clássicos
AG.rbs
Gilberto D’Ávila Rufino
CELEIrO dO CArrO AntIgO — Restauração de carros antigos Tijucas, SC
Catálogo online Criei um site no qual os clientes podem cadastrar suas coleções e pesquisar ofertas de objetos que lojas e outros colecionadores põem à venda Maurivan Luiz
MYPILEOF — Site para organizar coleções Curitiba, PR
rAphAel Günther
Como colecionador de carros, tinha dificuldade para encontrar peças e profissionais de restauração. Em 2003, abri meu próprio negócio. Hoje, tenho clientes de vários estados brasileiros
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GloSSáRIo
pIvotAR
Empreendedores, principalmente aqueles à frente de startups, vêm usando um novo verbo — “pivotar”. O termo é derivado do inglês to pivot (“mudar” ou “girar”) e designa uma mudança radical no rumo do negócio. “Por não entenderem direito do que se trata, muitas pessoas acabam usando o verbo de maneira errada”, diz Frederico Lacerda, sócio da aceleradora 21212.
2
PARA QUEM SERVE Donos de startups costumam mudar mais frequentemente de estratégia, pois acabaram de criar o negócio. Por essa razão, o verbo costuma ser bastante utilizado em aceleradoras e incubadoras — e por investidores com participação nessas empresas.
3
QUANDO EVITAR Se um empreendedor faz algum ajuste no plano de negócios, como adiar ou antecipar a contratação de executivos ou trocar um fornecedor, ele não pivota a empresa — apenas muda de ideia. Pivotar é mudar de estratégia depois de perceber que a empresa estava no caminho errado. Fontes Frederico Lacerda (21212) e Yuri Gitahy (Aceleradora)
CriStiAno MAriz
1
O QUE É Quando um empreendedor decide mudar o plano de negócios depois de ter testado uma estratégia e não ter obtido os resultados esperados, ele pivota o negócio. Exemplo: o dono de uma loja de revenda de painéis que geram energia a partir da luz do sol pode pivotá-la e passar a só alugar os equipamentos para empresas, em vez de vendê-los a consumidores finais.
Edson Braga, da Salgados do Brasil: a margem de lucro dobrou com as franquias
FRANQUIAS
Salgados pelo Brasil afora
O empreendedor Edson Braga, de 39 anos, dono da Salgados do Brasil, criada há 15 anos em São Paulo, viu a rentabilidade do negócio dobrar desde o início de 2012 — agora, a mar gem de lucro é 18%. O que mudou? “Aderi ao sistema de franquias”, diz Braga. Antes, a re ceita vinha apenas da venda de salgados, como coxinhas e quibes, para outras empre
43 tEcNoloGIA
sas, como hotéis, bares e restaurantes. Hoje, a Salgados do Brasil tem três lojas franquea das, no CentroOeste e no Nordeste. “Até dezembro, devem ser abertos mais 20 pon tos”, diz Braga. “A escala me dá poder de negociação com os fornecedores, e os custos caem.” A expectativa é faturar 10 milhões de reais neste ano, o dobro de 2012.
%
das empresas brasileiras com mais de dez funcionários com acesso à internet não têm site. É o que mostra uma pesquisa do Cetic.br, centro de estudos sobre o uso de internet no país, divulgada em julho. Cerca de 38% das pequenas e médias empresas ouvidas no levantamento pretendem criar um site nos próximos 12 meses.
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para comEçar
EXpEDIçÃo
Lançamento da Apollo 11: mistério solucionado
AFP PHOTO/NASA
O achado de Bezos
Onde foram parar os moto res da Apollo 11? O america no Jeff Bezos, dono da Ama zon, passou 44 anos intriga do com isso. “Assisti em 1969 à chegada do homem à Lua”, diz Bezos, hoje com 49 anos. “Queria resgatar parte desse passado.” Em março deste ano, o mistério foi resolvido. Uma de suas empresas, a Bezos Expeditions, localizou os motores da nave nas pro fundezas do oceano Atlân tico. A Bezos Expeditions também está construindo um relógio de centenas de metros de altura nas monta nhas do Texas. “Vai ser um símbolo das conquistas da civilização e deverá durar milênios”, afirma Bezos.
Não se deve seguir todos os conselhos de um investidor
— Fred Wilson, criador do fundo americano Union Square Ventures,
que investiu em empresas como Twitter e Foursquare
pESSoaS
Hora para chegar, hora para sair
Grande parte dos empreendedores controla o horário de trabalho dos empregados, em geral por meio do ponto eletrônico. Perguntamos aos membros da Rede da Exame PME (revistapme.ning.com) por que exercem essa fiscalização. Veja o que eles responderam.
Você controla o horário de trabalho dos funcionários? (em %)
69 Sim
Por que você controla o horário dos empregados? (em %)
38
33
31 Não
Quero saber quem é mais eficiente, não se atrasa e não falta
Preciso atualizar o cálculo do custo da hora de trabalho
Como você controla o horário de trabalho dos empregados? (em %)
6 18 42
19 Não quero que o pessoal alegue ter direito a hora extra
10
Outros motivos
34 Ponto eletrônico Livroponto Crachá inteligente Outros
Fonte Rede Exame PME (revistapme.ning.com). Questões respondidas por 176 empreendedores em junho de 2013
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CAPA Empreendedorismo
Os realiz a Um estUdO exclUsivO revela O perfil dOs dOnOs das peqUenas e medias empresas qUe mais crescem nO Brasil leO BrancO
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z adOres de
M
uita gente acredita que sorte é determinante para o sucesso de uma empresa. Claro, azar não ajuda. Mas uma pes-
quisa exclusiva feita por Exame PME em parceria com a consultoria Deloitte para descobrir o perfl dos empreendedores mais bem-sucedidos do Brasil mostrou que há, sim, algo em comum entre eles. A maioria tem curso superior, não retira mais de 10% do lucro líquido para consumo próprio e não tem tempo para se distrair. Poucos abriram um negócio porque não tinham outra opção. O levantamento aconteceu entre fevereiro e abril e partiu de uma amostra de 776 empreendedores cujos negócios constaram nas oito edições do ranking das pequenas e médias empresas que mais crescem no Brasil feitas até hoje. Conheça, a seguir, cinco que realizaram o sonho de ver sua empresa prosperar. Agosto 2013 | Exame pmE | 29
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CApA Empreendedorismo
CONSEgUI DINhEIRO PARA A ExPANSAO
E
ntre as pequenas e médias empresas que mais cresceram no Brasil nos últimos três anos, 5% fnanciaram
a expansão com aportes de fundos de investimento. É o caso da Arvus Tecnologia, empresa com sede em Florianópolis que faz sofwares e equipamentos para o manejo de lavouras. No ano passado, a empresa faturou 7,9 milhões de reais — três vezes mais do que em 2010. Desde a fundação, em 2006, a Arvus recebeu dois aportes do fundo de investimento Criatec, especializado em negócios de tecnologia, no valor de 3,5 milhões de reais. “Eu não tinha muito conhecimento em gestão no início da empresa”, diz o engenheiro Bernardo de Castro, de 33 anos, um dos sócios. “A presença do fundo acelerou a profssionalização da empresa.”
QUEM É Quando criança, queria ser engenheiro e trabalhar em grandes empresas. Em 1997, prestei vestibular para engenharia de automação na Universidade Federal de Santa Catarina. É um curso com ênfase em computação e processos industriais. Na faculdade estagiei numa incubadora de empresas de tecnologia. Fiz pesquisas de mercado para o desenvolvimento de produtos e melhorias de gestão das empresas incubadas. O trabalho ajudava empreendedores a tomar decisões. No fnal da faculdade fui aprovado como trainee da Embraer. Meses antes, havia sido contratado pela incubadora e acabei recusando o trainee. Meus amigos me chamaram de maluco, mas gostei da liberdade de trabalhar numa empresa pequena. Queria ter meu próprio negócio. Faltavam ideias e dinheiro.
OPORTUNIDADE Em 2004 fui a Goiás passar férias na fazenda de um tio que plantava soja. Ele havia mapeado as diferenças no solo da propriedade. As terras ricas em calcário produzem mais com menos fertilizantes. Só que, na maioria das máquinas agrícolas usadas para aplicar adubo, a saída de nutrientes tem de ser ajustada manualmente. O plantio atrasaria se meu tio parasse as máquinas a cada alteração. Propus ajudá-lo a automatizar o processo. De volta a Florianópolis, criei com dois colegas um protótipo de aparelho para controlar a quantidade de fertilizante despejada no solo usando o sistema de localização GPS. O aparelho atendeu às expectativas do meu tio e chamou a atenção de outros fazendeiros. Em 2006 convidei os colegas para montarmos a Arvus.
5
%
dos negócios pequenos e médios que mais crescem receberam aportes de fundos de investimento
MOMENTO DIFÍCIL Em 2007 fomos contatados por um diretor da Votorantim Papel e Celulose (hoje Fibria) para criar aparelhos para adubar as plantações de eucalipto da empresa em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Eles queriam 25 unidades. Até então não tínhamos vendido nenhuma. A produção exigiria um investimento muito alto. Eu e meus sócios não tínhamos dinheiro nem ativos que servissem de garantia para conseguir um empréstimo no banco. Chegamos a um acordo com o cliente para fnanciar parte da quantia. As receitas com as vendas dos primeiros aparelhos foram usadas para produzir os outros. O sistema da Arvus diminuiu em 15% o uso de fertilizantes. Os resultados foram divulgados num encontro de empresas de papel e celulose. Recebemos muitas propostas. CRESCIMENTO Busquei recursos para a expansão em fundos de investimento. Em setembro de 2009 o fundo Criatec, que investe em empresas de tecnologia, se tornou sócio minoritário em troca de dois aportes, que somaram 3,5 milhões de reais. Os recursos foram usados na contratação de vendedores e no desenvolvimento de produtos. Hoje vendemos computadores de bordo e sofwares para o monitoramento do trabalho no campo. As receitas da Arvus triplicaram em três anos. Atendemos as principais multinacionais de papel e celulose.
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MICHEL TÉO SIN
33 anos
BERNARDO DE CASTRO
ARVUS
Florianópolis, SC
Sistemas para manejo de lavouras ExpANSãO RECEiTA líquiDA
315,5%(1)
7,9 milhões de reais(2)
1. Nos últimos três anos 2. Em 2012 Fonte Deloitte
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CAPA Empreendedorismo
69 anos
n&a
Salvador, BA
Controle de processos em obras
89,8%(1) (2) reCeIta LíquIda 25,4 milhões de reais expaNsão
1. nos últimos três anos 2. em 2012 Fonte deloitte
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daniela toviansky
Luís CarLos LIMa do NasCIMeNto
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sou sócio da minha mulher
É
comum encontrar empreendedores que têm o cônjuge como sócio. Cerca de 10% dos donos das empre-
sas que mais crescem dividem o comando com o marido ou a esposa. É o caso do sergipano Luís Nascimento, de 69 anos, que está à frente da N&A, empresa de Salvador especializada na administração de projetos de engenharia. Ele e sua mulher, Terezinha, de 65 anos, abriram o negócio em 1995. “Eu estava na idade de me aposentar, mas não queria fcar parado, e a Terezinha buscava um emprego após anos cuidando dos flhos”, diz ele. “A empresa resolveu os dois problemas.” Nascimento é responsável pelo departamento comercial. Terezinha, pelo fnanceiro. “Não sai nenhum dinheiro do caixa da empresa sem a aprovação dela”, afrma Nascimento.
Quem É Nasci em Estância, no interior sergipano, em 1944. Comecei a estudar química industrial em Aracaju, 20 anos depois. Queria trabalhar na Petrobras. Ao fnal da faculdade, prestei concurso para trabalhar na estatal, mas fui reprovado. Depois, fz mestrado em engenharia na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em 1969, fui contratado pela Promon, empresa de engenharia com projetos nos setores de energia, mineração e petroquímica. Trabalhei na construção de refnarias no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Nos anos 80, fui transferido para a Bahia e coordenei obras no polo petroquímico de Camaçari. Em 1994, a Promon mudou minha unidade de negócios para São Paulo, e me aposentei. Na época, eu tinha alguns imóveis alugados, que davam uma segurança fnanceira.
oPorTunidade A vida acadêmica e a experiência profssional me ensinaram técnicas de planejamento para lidar com imprevistos em obras. Conheci muita gente na construção civil. A maioria dizia que o mercado nordestino estava aquecido. Obras de supermercados, shopping centers e residências se espalhavam nas grandes cidades da região, mas o setor não estava preparado para a demanda. Havia muitas queixas sobre atrasos e estouros nos orçamentos. Vi que minha experiência poderia ajudá-los. Em 1995, fundei a N&A, empresa que assessora construtoras a contornar imprevistos, em sociedade com minha mulher, Terezinha. Formada em química, ela gosta de números e foi cuidar do fnanceiro. A empresa fcava no quarto de nosso flho, que fazia faculdade em outro estado.
16
%
dos donos de pequenas e médias empresas que mais crescem têm o cônjuge como sócio no negócio
momenTo diFÍcil Nos primeiros anos da N&A as orientações aos clientes eram feitas em relatórios em papel. Era difícil acompanhar o andamento da obra e saber exatamente o que deveria ser ajustado a cada momento. Em 2000 criei um sofware para a gestão de obras. Ele estima os materiais necessários, o orçamento e a duração das etapas da construção, alerta quando há um desvio do planejamento e sugere as medidas para a obra voltar ao cronograma. crescimenTo Entre os primeiros clientes estão as redes de supermercados Bompreço e Cencosud, dois dos maiores grupos varejistas do Nordeste, e shopping centers em Salvador, Natal, Aracaju e Maceió. Nos últimos cinco anos, a N&A diversifcou seus projetos. Passamos a trabalhar em obras de resorts, usinas termelétricas e parques eólicos. A demanda por obras nesses setores é recente. Eles foram responsáveis por metade dos 25 milhões de reais do faturamento no ano passado. Muitos dos novos clientes têm as mesmas angústias dos varejistas que motivaram a fundação da N&A. A participação de clientes industriais deve aumentar. Em 2013, montei uma flial em São Paulo. Pelo menos uma vez por mês estou na capital paulista. Nesses períodos, a Terezinha comanda o escritório em Salvador. O apoio dela me mantém motivado. Não pretendo me aposentar.
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CApA Empreendedorismo
CRIEI MEUS FILhOS NA EMPRESA
A
paranaense Marcia Manfrin, de 47 anos, é uma das empreendedoras à frente dos pequenos e médios negócios
que mais crescem — 7% das empresas da pesquisa são comandadas por mulheres. Há duas décadas, Marcia fundou a Apetit, em Londrina, no interior do Paraná, que administra restaurantes em empresas. Em 2012, a Apetit faturou 81 milhões de reais — uma expansão de 140% em três anos. O negócio surgiu de um barzinho da família que Marcia passou a administrar quando deixou a carreira num banco para cuidar da flha recém-nascida. “Era difícil criar um flho e cumprir as jornadas de trabalho que eu tinha como assalariada”, diz ela. “A rotina de empreendedora é puxada, mas me deu mais liberdade para fcar perto de meus flhos.”
QUEM É Nasci em Apucarana, no norte do Paraná. Meu pai era professor de escola pública. Quando eu tinha 13 anos, pedi dinheiro a ele para comprar um vestido. Ele me mandou batalhar pelos meus sonhos. Eu queria estudar, casar, ter flhos, uma carreira. Pedi um emprego num escritório de contabilidade. Eu mal sabia datilografar, mas fui contratada. Aos 18 anos, consegui trabalho num banco em Londrina. Nessa época conheci o Decarlos, que era dono de um escritório de engenharia. Em 1987, nos casamos. Em poucos meses engravidei da minha primeira flha, a Pâmela. Durante a gravidez, tive de largar o banco para poder cuidar de minha flha. Mas não consegui fcar muito tempo parada. O Decarlos comprou um barzinho e me deixou na função de atender os clientes.
OPORTUNIDADE O ritmo no bar era mais corrido do que no banco — pelo menos podia levar minha flha para o trabalho. O problema é que a concorrência na vizinhança era grande. O Decarlos fcou sabendo de uma empresa que estava com o refeitório em reformas. Eles procuravam um fornecedor de marmitas e me ofereci para o serviço. Não conhecia o mercado de refeições para empresas, mas vi uma oportunidade de aumentar as receitas. O bar tinha geladeira e fogão. Eu mesma cozinhava as porções de feijão, arroz, salada e carne e levava ao cliente. Era uma culinária simples, caseira. Conversei com donos de empresas que eram amigos do meu marido. Todos me disseram que faltava gente para fazer marmitas. Convenci o Decarlos a vender o bar e uma moto. Com o dinheiro, aluguei uma cozinha
7
%
dos donos de negócios de pequeno e médio porte que mais cresceram nos últimos oito anos são mulheres
maior, contratei cozinheiras, comprei fogões e uma Kombi para as entregas. Em 1989, fundei a Apetit. MOMENTO DIFÍCIL Os primeiros anos foram um sufoco. Não é fácil para um empreendedor conciliar o negócio com a vida pessoal. Era comum eu fcar na empresa até tarde da noite e nos fns de semana. Em 1991, nasceu meu segundo flho, o Lucas. Minha rotina era acompanhar a produção de marmitas pela manhã. À tarde, visitava empresas com potencial para serem clientes. O lucro do negócio era investido em equipamentos e mais funcionários. Eu não podia me dar ao luxo de ter uma babá, e muitas vezes as cozinheiras da Apetit cuidaram de meus flhos. Essa rotina foi uma lição para eles. Hoje, os dois trabalham na Apetit. A Pâmela, de 25 anos, está no departamento de qualidade, e o Lucas, de 21, no de vendas. CRESCIMENTO Em 1997, a Apetit era uma das maiores fornecedoras de refeições em Londrina — mas levar marmitas aos clientes elevava os custos e impedia a expansão para outras cidades. Comecei a fechar contratos com empresas que tinham cozinha. As cozinheiras da Apetit passaram a fazer as refeições nesses locais. Em 1998, fechamos o primeiro contrato em São Paulo. Hoje a Apetit está em 12 estados. Nossos 2 000 funcionários preparam 100 000 refeições por dia.
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47 anos
Marcia Manfrin
Apetit
Londrina, PR
BULLA JR
Restaurantes de empresas Expansão rEcEita líquida
140,5%(1)
81 milhões de reais(2)
1. Nos últimos três anos 2. em 2012 Fonte Deloitte
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Bruno Vasconcelos 32 anos
saNa agro aérEa
Leme, SP
Pulverização de culturas agrícolas
69,7%(1) (2) receita líquida 10,6 milhões de reais expansão
1. Nos últimos três anos 2. Em 2012 Fonte Deloitte
DaNiEla toviaNsky
CApA Empreendedorismo
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MOSTREI QUE PODIA SUCEDER MEU PAI
A
proximadamente um quinto das empresas que mais cresceram no país nos últimos anos não é mais ad-
ministrado pelos fundadores. Os herdeiros comandam 46% desses negócios. É o caso do administrador paulistano Bruno Vasconcelos, de 32 anos, da Sana Agro Aérea, empresa de Leme, no interior paulista, especializada na pulverização de lavouras. Vasconcelos foi chamado pelo pai para trabalhar na empresa há seis anos. “O agronegócio atraía investidores estrangeiros que poderiam ser clientes”, diz ele. “Fui preparar a empresa para atendê-los.” Vasconcelos cortou custos, mudou a remuneração dos funcionários e ampliou a frota. No ano passado, a Sana faturou 10 milhões de reais — um aumento de quase 70% em três anos.
QUEM É Sou flho de imigrantes portugueses que vieram para o Brasil nos anos 70. Meu pai, Rui, havia sido piloto militar na África e queria trabalhar com aviação agrícola. Ele veio para o país para fazer pulverização aérea em lavouras de cana-de-açúcar. Em sociedade com um usineiro, ele fundou a Sana Agro Aérea em 1977. Nasci quatro anos depois. Passei a infância na capital paulista, onde minha mãe, Isabel, tinha uma fábrica de bolos e tortas. Ela morreu quando eu tinha 18 anos e tive de assumir o comando do negócio, que atendia grandes clientes, como os supermercados Pão de Açúcar e Santa Luzia. Nos anos seguintes, a alta do dólar encareceu insumos importados, como trigo e outros ingredientes usados nas receitas das tortas. Tive de anunciar aos 40 funcionários o fechamento da fábrica. Foi horrível.
23
%
dos negócios de pequeno e médio porte que mais crescem não têm mais o fundador no comando
OPORTUNIDADE Em 2003, fui aprender línguas na Inglaterra, na Espanha e na Itália. Para me sustentar, trabalhei em bares e hotéis. Na Europa, lia as notícias sobre o bom momento da agricultura brasileira — as lavouras de cana-de-açúcar, soja e laranja cresciam e atraíam investidores estrangeiros. A Sana poderia crescer junto, mas suas receitas estavam estagnadas. Meu pai dizia que os custos de manutenção das cinco aeronaves estavam subindo. Faltavam processos para mensurar desperdícios. Muitos contratos não levavam em consideração os custos de deslocamento dos aviões e davam prejuízo. Voltei ao Brasil no fm de 2006 para trabalhar na Sana. Padronizei a duração e as etapas da manutenção das aeronaves e fz manuais para os processos da empresa. Os vendedores passaram a ganhar
bônus ao fechar contratos prolongados e com baixo custo para o traslado das aeronaves. MOMENTO DIFÍCIL No início de 2008 pedi empréstimo ao BNDES e à Embraer para dobrar a frota. Eu queria ter estrutura para fechar grandes contratos. Pouco depois veio a crise internacional, e muitos clientes cancelaram contratos que estavam praticamente acertados. No início do ano seguinte começaram a vencer as parcelas do fnanciamento das aeronaves. Faltou dinheiro. Eu revisava o fuxo de caixa duas vezes por dia para encontrar maneiras de pagar as dívidas. Nessa época, meu pai descobriu um câncer avançado. Ele morreu em fevereiro de 2010. Eu me senti pressionado. Não queria que os funcionários duvidassem da minha capacidade de suceder meu pai. Precisei usar empréstimos bancários para ter capital de giro, mas consegui superar a crise. CRESCIMENTO Quando o mercado voltou a crescer, no fm de 2009, a Sana Agro Aérea estava mais preparada do que as concorrentes para fechar bons contratos. As receitas vêm aumentando pelo menos 20% ao ano desde 2010. Fechei contratos com grandes empresas, como Raízen e Citrosuco. Sobrevivi às difculdades sem ter de devolver as novas aeronaves. Atualmente, a Sana tem 12 aviões. Apenas dois são fnanciados.
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CApA Empreendedorismo
SOU bOM EM LIDAR COM PRObLEMAS
O
ito entre dez donos das empresas que mais cresceram no país nos últimos oito anos abriram um negó-
cio ao enxergar uma oportunidade num mercado em expansão, segundo a pesquisa da consultoria Deloitte. E 58% deles tornaram-se empreendedores quando tinham entre 21 e 30 anos. É o caso do paulistano Márcio Sant’Anna, hoje com 45 anos. Seu primeiro negócio, aos 27 anos, foi uma pizzaria em São Paulo. Não deu certo. Dois anos depois ele fechou a empresa e foi trabalhar numa distribuidora de energia. Em 2001, ele percebeu que havia um negócio promissor a explorar no então recémcriado mercado livre de energia. Hoje, Sant’Anna está à frente da Ecom, comercializadora de energia que cresceu 144% em três anos. QUEM É Sou de uma família de classe média. Meu pai morreu quando eu tinha 11 anos. Minha mãe era dona de casa e passamos a viver da pensão que ele nos deixou. Ela dizia que só poderia dar comida e apoio moral — o resto eu teria de conseguir por conta própria. Aos 16 anos, arranjei emprego como ofce boy num banco. Trabalhei em escritórios e na bolsa de valores. Aprendi a gostar de assumir riscos e resolver problemas. Estudei administração e, em 1989, fui selecionado como trainee da Brahma. Quando tinha 27 anos, um distribuidor da cervejaria me propôs sociedade numa pizzaria. Não sabia nem fazer molho de tomate, mas aceitei. Eu era inexperiente e o negócio não deu certo. Encerrei a sociedade em dois anos. Não encarei como um fracasso. Fiquei mais preparado.
58
%
dos donos de negócios que mais crescem abriram sua primeira empresa entre os 21 e os 30 anos
OPORTUNIDADE Na época da pizzaria fz pós-graduação em marketing. Lá conheci o colega de estudos Paulo Toledo, que foi trabalhar no departamento comercial da CPFL, distribuidora de energia para o interior paulista. Em 1999, ele me convidou para montar um setor de atendimento aos clientes. Dois anos depois, em 2001, o Brasil enfrentou o racionamento de energia. Vi muitos industriais em pânico com a hipótese de ter de cortar a produção ou fcar no escuro. Na mesma época, estava surgindo o mercado livre de energia, no qual indústrias, shoppings e supermercados podem escolher o fornecedor que oferecer as melhores condições. Era um mercado promissor. Toda empresa precisa de energia e eu tinha experiência no setor. Em novembro de 2002 eu e o Paulo abrimos a Ecom Energia.
MOMENTO DIFÍCIL Em 2008, a demanda da indústria estava em alta e os preços da energia no mercado livre começaram a subir. Um de nossos fornecedores rompeu o contrato de uma hora para a outra. Já havíamos revendido a energia a um grande cliente. Se o fornecimento fosse interrompido, teríamos de pagar uma multa de 17 milhões de reais. Seria um peso para uma empresa que ainda estava se frmando. Eu já era casado e tinha dois flhos. Minha mulher havia largado o emprego para cuidar da família. Senti que não podia falhar. Comprei energia de outras fontes e chamei o cliente para renegociar. Expliquei que a minha maior vontade era resolver seu problema. Ele aceitou e é cliente da Ecom até hoje. CRESCIMENTO A Ecom cresceu com o mercado livre, que é responsável por 27% da energia consumida no país. Em dez anos, vi o surgimento de muitos concorrentes. Para me diferenciar, busco criar fontes de receita no mercado. Em 2006, criei uma unidade na empresa especializada em ajudar os clientes na gestão de contratos de energia, mesmo que tenham sido comprados da concorrência. A regulamentação dessas transações é complicada, e essa unidade ajuda os clientes a lidar com isso. O faturamento da unidade cresceu 144% em três anos. Em 2013, devemos começar a vender contratos de gás natural.
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daniela toviansky
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45 anos
Márcio Sant’anna
ecom energia
São Paulo, SP
gestão de energia para empresas ExpanSão rEcEita líquida
144,5%(1)
8,3 milhões de reais(2)
1. nos últimos três anos 2. em 2012 Fonte deloitte
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CAPA Empreendedorismo
O que O estudO revela O perfil dos empreendedores à frente das pequenas e médias empresas que mais cresceram no país nos últimos anos (resultados em %)
quem sãO eles
2
Onde vivem, idade, formação e experiência Sexo
1
Formação
54 31 7
93
Homens
5
1
AM
1 1
7
Mulheres
5
BA
6
3
GO
Idade (em anos)
54%
SC
PR
9
38
6
RJ
SP
36 27 21 18 3 13
Turismo
7
Trabalho Estudo de línguas Pós-graduação e MBA
En tr e
1e 6 M ai sd e 12 En tr e 6 e 12
31 29 18 15
3
ES
Motivo da viagem(1)
(em meses)
N en hu m a A té 1
11
RS
Permanência no exterior
dos empreendedores têm pós-graduação. Desses, 28% fizeram um curso de MBA
6
3
1 2
AL PE
MG
MS
Entrevistados por estado (em %)
Pós-graduação Curso superior completo Curso superior incompleto Ensino médio técnico completo Ensino médio técnico incompleto Ensino médio tradicional completo Ensino fundamental completo
DF
1
Onde moram
3 20 37 20 20
De 26 De 31 De 41 De 51 Mais a 30 a 40 a 50 a 60 de 60
1
CE RN
Curso superior Outras atividades
qual é a sua história
Como cada um se tornou dono das pequenas e médias empresas que mais crescem no país É fundador
77
Sim
23
Não
Quem não fundou... Herdou
Comprou
Outros
(3)
46 42 12
82%
Idade em que abriu o primeiro negócio
58 Até 20 De 21 a 30 De 31 a 40 De 41 a 50 De 51 a 60
12 4
23
3
dos empreendedores abriram o negócio por ter enxergado uma oportunidade. Os outros 18%, por necessidade
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peQuenas e médias empresas
Que mais CresCem Como se relaCionam Com a família
Estado civil, número de filhos, tempo livre, prioridades e relação do cônjuge com os negócios dos donos de empresas que mais crescem Estado civil
Filhos
80
Renda mensal(2) (em 1 000 reais)
1
91
Solteiro Separado Casado
1
2
Nenhum
Tempo livre (horas por semana)
20
27
17
12
15
9
Até 5 Entre 5 e 10 Entre 10 e 20 Entre 20 e 50
horas semanais
é o tempo que os empreendedores se dedicam às atividades de lazer e de saúde
Entre 50 e 100 Entre 100 e 500 Mais de 500
Participação na renda familiar (em %)
6 Até 5 Entre 5 e 10
Entre 10 e 15 Entre 15 e 20
Participação do cônjuge no negócio
7
20 36
26
73
Até 10
Entre Entre Entre Entre 10 e 30 30 e 50 50 e 70 70 e 100
100
Quanto a renda representa do lucro líquido da empresa (em %)
31 32
64
Empresa Família
A té
23
6
5
2
A de cim 70 a
16
10
Prioridade
27
14
2
Entre 20 e 30 Acima de 30
10
Apenas trabalha na empresa Tem outra empresa Acionista da empresa Trabalha em outra empresa Não trabalha nem é sócio
12 39 27 16
E 50 ntr e e 70
12
2 ou mais
3
E 30 ntr e e 50
5
7
Renda e bens dos empreendedores das empresas que mais crescem no país
E 10 ntr e e 30
4
13
Qual é o seu patrimônio
Residência
8
Experiência com outros negócios Ainda está à frente da primeira empresa Sim Não Já teve de fechar alguma empresa Sim Não Possui mais de uma empresa Sim Não
10
82
55 45 24 76 63 37
Não é própria
Em financiamento
Quitada
Possui mais de um imóvel
81
Sim
19
Não
1. Respostas múltiplas 2. Inclui pró-labore, lucro líquido da empresa e outras receitas 3. Ganhou participação societária por mérito, adquiriu cotas de outros sócios etc. Fonte Deloitte
Agosto 2013 | Exame pmE | 41
PME 64 - MATÉRIA DE CAPA - GRÁFICOS.indd 41
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CApA Empreendedorismo
Quem está no ranking Como as empresas da lista foram seleCionadas
O ranking das pequenas e médias empresas brasileiras que mais crescem é baseado na expansão da receita líquida de 2010 a 2012. Todas as companhias com faturamento de 3 milhões a 300 milhões de reais com sede no Brasil e que operaram ao longo dos últimos cinco anos puderam se inscrever. As exceções são empresas de auditoria, consultorias, editoras, além de cooperativas, instituições financeiras, empresas públicas, organizações sem fins lucrativos, companhias com mais de 50% do capital controlado por corporações estrangeiras e subsidiárias de grupos com faturamento superior a 2 bilhões de reais. Para participar, as empresas responderam a um questionário elaborado pela consultoria Deloitte e por Exame PME. No total, foram recebidos 464 questionários. Dessas empresas, 393 encaminharam as demonstrações financeiras dos três anos cobertos pela pesquisa e 334 obedeciam aos critérios estabelecidos. São elas que compõem a amostra e originaram a lista das 250 empresas do estudo. — Com reportagem de Italo Rufino
Agosto 2013 | Exame pmE | 43
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CApA Empreendedorismo
RAnking
2013
EMPRESA(1)
REcEitA líquidA(2)(3) (em R$ mil)
2010
2011
2012
cRESciMEnto(3)
2010/12
Anual
SEtoR(4)
o quE fAz (5)
1
Grupo RR São Paulo, SP
1 009
9 037
19 804
1 862,3%
2
Marca Laser Pinhais, PR
1 029
3 552
8 838
759,0%
193,1%
3
DClick São Paulo, SP
2 955
9 152
17 407
489,0%
142,7% Indústria digital
Desenvolve softwares e aplicativos para celulares, tablets e desktops
4
Meta Distribuidor Arapiraca, AL
6 763
20 421
38 671
471,8%
139,1% Atacado
Distribui produtos de higiene pessoal, cosméticos, perfumaria e limpeza
5
Arcitech Campinas, SP
5 812
33 701
27 095
366,2%
115,9% Serviços
Faz projetos e manutenção de redes de telecomunicações
6
Piramide Montagens Américo Brasiliense, SP
18 383
55 080
84 182
357,9%
114,0% Serviços
Presta serviços de montagem industrial para grandes empresas
7
Grupo I9 Barueri, SP
5 079
13 866
22 289
338,8%
109,5% Indústria digital
Desenvolve softwares e presta integração na área de TI
8
Arvus Tecnologia Florianópolis, SC
1 906
4 484
7 921
315,5%
103,8% Bens de capital
Produz sistemas para gestão de plantio e manejo de lavouras
9
Grupo Empreza Goiânia, GO
57 817
186 147 228 468
295,2%
98,8% Serviços
Recruta e seleciona funcionários temporários para outras empresas
10
EQS Engenharia São José, SC
12 620
35 986
47 032
272,7%
93,0% Serviços
Oferece locação de geradores e ar-condicionado
11
Prazzo Engenharia São José dos Campos, SP
7 552
34 365
27 362
262,3%
90,3%
12
Teevo Caxias do Sul, RS
14 340
29 144
49 978
248,5%
86,7% Serviços
Faz consultoria e suporte técnico em tecnologias da informação
13
Adler Andaimes São Paulo, SP
2 713
6 042
9 367
245,3%
85,8% Serviços
Aluga e monta andaimes para grandes indústrias
14
Enalta São Carlos, SP
3 194
4 678
10 696
234,9%
83,0% Bens de capital
Desenvolve sistemas de automação de máquinas agrícolas
15
J. Fonseca Construtora Campinas, SP
10 773
19 277
35 027
225,1%
16
Compass Containers Santos, SP
3 296
8 089
10 454
217,2%
78,1% Serviços
Fornece contêineres para uso em indústrias, varejo e construção civil
17
VP Projeto Taboão da Serra, SP
2 641
4 210
8 356
216,4%
77,9% Bens de capital
Projeta e fabrica laboratórios, mobiliários e equipamentos
18
Acesso Digital São Paulo, SP
6 633
10 853
20 960
216,0%
77,8% Indústria digital
Presta serviços de digitalização e arquivamento de documentos
19
MPD Engenharia São Paulo, SP
33 877
51 097
102 579
202,8%
74,0%
20
Ambientec Joinville, SC
1 031
2 583
3 059
196,6%
72,2% Serviços
Oferece consultoria em engenharia de segurança e higiene ocupacional
21
Agência Ideal São Paulo, SP
6 145
11 023
17 686
187,8%
69,7% Serviços
Desenvolve trabalhos de comunicação em mídias sociais
22
Exceda São Paulo, SP
20 685
33 706
58 541
183,0%
68,2% Serviços
Fornece infraestrutura de internet e telecomunicações para empresas
23
Natulab Santo Antônio de Jesus, BA
31 885
50 814
87 301
173,8%
65,5%
Bens de consumo
Fabrica medicamentos, suplementos alimentares e nutricionais
24
Forno de Minas Contagem, MG
47 107
83 921
124 590
164,5%
62,6%
Bens de consumo
Fabrica pães de queijo e salgados congelados
25
Clearsale São Paulo, SP
16 000
27 578
41 683
160,5%
61,4% Indústria digital
343,0% Serviços
80,3%
Bens de consumo
Indústria da construção
Indústria da construção
Indústria da construção
Recupera crédito para grandes empresas Fabrica brindes promocionais e produtos corporativos
Constrói edificações comerciais, industriais e residenciais
Constrói edificações comerciais, industriais e residenciais
Constrói edifícios comerciais, industriais e residenciais
Produz softwares de gestão de fraudes e avaliação de risco
44 | Exame pmE | Agosto 2013
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pequenas e médias empresas
que mais crescem rAnking
2013
emPresA(1)
receitA líquidA(2)(3) (em R$ mil)
2010
2011
2012
crescimento(3)
2010/12
26
Fernandes Engenharia Itatiba, SP
7 934
14 115
19 999
152,1%
27
Cianet Palhoça, SC
6 915
10 283
17 423
28
Santin Américo Brasiliense, SP
21 983
42 822
29
Serttel Recife, PE
24 222
30
Interocean Engenharia Rio de Janeiro, RJ
31
Ecom Corretora de Energia São Paulo, SP
32
Anual
setor(4)
o que fAz (5)
58,8% Bens de capital
Produz pisos de alta resistência para ambientes industriais
152,0%
58,7% Eletroeletrônicos
Desenvolve equipamentos para redes de internet de banda larga
55 033
150,3%
58,2% Serviços
Presta serviços de içamento e de transporte de material
43 177
60 419
149,4%
57,9% Serviços
Produz equipamentos para gerenciamento de trânsito
1 507
4 239
3 695
145,2%
56,6% Serviços
Presta serviços de engenharia naval e gerenciamento de embarcações
3 429
3 125
8 383
144,5%
56,4% Energia
Oferece serviços de gestão de energia para indústrias e varejo
Apetit Alimentação Londrina, PR
33 683
52 973
81 007
140,5%
33
Rogga Joinville, SC
34 881
76 008
83 607
139,7%
54,8%
34
Seiva Chapadão do Sul, MS
39 943
75 869
95 272
138,5%
54,4% Varejo
35
P3 Image São Paulo, SP
5 591
8 168
13 273
137,4%
54,1% Serviços
Presta serviços de gerenciamento de tecnologia da informação
36
Stocktotal São Paulo, SP
10 450
17 200
24 565
135,1%
53,3% Telecomunicações
Fornece equipamentos de localização móvel e telecomunicações
37
TI Métricas Rio de Janeiro, RJ
5 386
9 264
12 569
133,4%
52,8% Serviços
Oferece serviços de aplicação de métricas para softwares
38
SIS Barueri, SP
3 033
3 426
6 985
130,3%
51,8% Serviços
Desenvolve softwares, outsourcing de infraestrutura e outros serviços de TI
39
Proseg Serviços Lins, SP
15 716
27 165
36 057
129,4%
51,5% Serviços
Presta serviços de segurança patrimonial, pessoal e empresarial
40
Gemelo Cotia, SP
9 045
16 593
20 606
127,8%
50,9% Serviços
Faz armazenamento de dados e aluga estruturas de TI para empresas
41
Pilar Embu das Artes, SP
4 783
7 985
10 853
126,9%
50,6% Serviços
Oferece serviços de manutenção de condomínios
42
Qualidados Salvador, BA
31 063
52 040
70 194
126,0%
50,3% Serviços
Gerencia projetos e serviços de manutenção em fábricas
43
Conquest One São Paulo, SP
12 898
22 459
28 928
124,3%
49,8% Indústria digital
Produz softwares e presta serviços de TI para clientes corporativos
44
Divino Fogão São Paulo, SP
5 000
7 146
10 968
119,4%
48,1%
45
Proguarda Vig. e Seg. Aparecida de Goiânia, GO
25 338
40 464
55 542
119,2%
48,1% Serviços
Presta serviços de segurança, vigilância e manutenção predial
46
Prepara Franchising São José do Rio Preto, SP
6 227
9 318
13 579
118,1%
47,7% Serviços
Oferece cursos profissionalizantes e técnicos por meio de franquias
47
Fiori Cerâmica Andradas, MG
23 875
34 943
51 927
117,5%
47,5%
48
Sirtec São Borja, RS
31 367
38 488
67 864
116,4%
47,1% Energia
49
ISH Tecnologia Vitória, ES
23 762
42 893
50 776
113,7%
46,2% Serviços
50
Kimberlit Olímpia, SP
23 576
35 128
49 730
110,9%
45,2%
55,1% Serviços Indústria da construção
Bens de consumo
Bens de consumo
Químico e petroquímico
Gerencia restaurantes coletivos para clientes corporativos Incorpora, constrói e vende condomínios residenciais Revende tratores, máquinas e outros equipamentos agrícolas
Fornece refeições de comida brasileira por meio de franquias
Fabrica louças sanitárias, como cubas, tanques, lavatórios e vasos Projeta, constrói e faz manutenção de redes de distribuição elétrica Presta serviços de segurança e infraestrutura em TI Produz fertilizantes e polímeros para revestimentos de adubos
1. O nome de algumas empresas foi simplificado pela redação de Exame PME por razões de espaço ou clareza. A denominação completa pode ser encontrada no portal EXAME (www.exame.com.br/pme) 2. Informações da demonstração de resultados fornecidas pelas empresas 3. Valores arredondados 4. Setores classificados de acordo com a coluna O Que Faz 5. Informações colhidas pela redação e em alguns casos reduzidas por razões de espaço ou clareza Fonte Deloitte
Agosto 2013 | Exame pmE | 45
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CAPA Empreendedorismo
RAnking
2013
EMPRESA(1)
REcEitA líquidA(2)(3) (em R$ mil)
cRESciMEnto(3)
2010/12
Anual
SEtoR(4)
o quE fAz (5)
2010
2011
2012
60 024
95 926
126 279
110,4%
45,0%
2 127
2 775
4 432
108,4%
44,4% Serviços
68 275
89 809
141 700
107,5%
44,1% Indústria digital
5 466
10 857
11 341
107,5%
44,0% Indústria digital
Desenvolve softwares de gestão financeira e contábil Desenvolve softwares de gestão para atacado, varejo e distribuição
51
Rio Verde Engenharia Limeira, SP
52
Silva Freire Advogados Belo Horizonte, MG
53
MV Sistemas Recife, PE
54
StarSoft Barueri, SP
55
Consinco Ribeirão Preto, SP
12 089
18 372
25 052
107,2%
44,0% Indústria digital
56
Betonpoxi Engenharia Recife, PE
18 255
24 246
37 548
105,7%
43,4%
57
Itaipu Norte Marituba, PA
33 434
48 990
68 623
105,3%
43,3% Varejo
58
Bem Brasil Araxá, MG
98 345 134 330 200 354
103,7%
42,7%
59
Bichara, Barata & Costa Rio de Janeiro, RJ
26 003
48 811
52 960
103,7%
42,7% Serviços
60
Metalúrgica Rodriaço Curitiba, PR
9 251
18 093
18 393
98,8%
61
Fly Embu das Artes, SP
6 655
11 637
13 190
98,2%
40,8% Serviços
Presta serviços terceirizados, como recepção e manutenção predial
62
BVL Belo Horizonte, MG
54 706
122 279
108 422
98,2%
40,8% Varejo
Revende automóveis novos e usados de diversas marcas
63
A. Yoshii Engenharia Londrina, PR
92 271
125 389
182 451
97,7%
40,6%
64
4BIO Medicamentos São Paulo, SP
32 830
43 106
64 204
95,6%
39,8% Farmacêutico
Manipula, vende e transporta medicamentos de alto custo
65
Bexpert São Paulo, SP
6 375
11 296
12 409
94,6%
39,5% Serviços
Desenvolve sistemas de gestão de relacionamento com clientes
66
Hospital N. Sra. de Fátima Patos de Minas, MG
16 684
23 384
32 365
94,0%
39,3% Serviços
Oferece serviços de clínica médica, como cirurgias e terapia intensiva
67
MGM Construtora Campinas, SP
7 084
14 330
13 721
93,7%
39,2%
68
i4Pro São Paulo, SP
7 511
9 811
14 543
93,6%
39,1% Indústria digital
Desenvolve softwares de gestão para o setor de seguros
69
CMTech Recife, PE
4 484
4 048
8 631
92,5%
38,7% Serviços
Oferece serviços de integração de sistemas de TI
70
Deal Group São Paulo, SP
18 104
23 719
34 775
92,1%
38,6% Indústria digital
Desenvolve softwares sob encomenda para outras empresas
71
PBTI Soluções Brasília, DF
33 584
59 003
63 839
90,1%
37,9% Indústria digital
Desenvolve e vende softwares de gestão e integração de TI
72
N&A Salvador, BA
13 419
14 595
25 467
89,8%
37,8% Serviços
Presta consultoria e serviços ao setor de construção civil
73
Estaf Equipamentos Olinda, PE
22 442
28 032
42 546
89,6%
37,7% Serviços
Faz locação de equipamentos para construção civil
74
Take.Net Belo Horizonte, MG
12 446
17 213
23 361
87,7%
37,0% Indústria digital
Desenvolve aplicativos para telefones celulares
75
Engebasa Cubatão, SP
50 771
94 095
94 952
87,0%
36,8%
41,0%
Indústria da construção
Indústria da construção
Bens de consumo
Bens de consumo
Indústria da construção
Indústria da construção
Siderurgia e metalurgia
Incorpora e constrói condomínios residenciais e industriais Presta serviços de assessoria jurídica para pessoas físicas e empresas Desenvolve softwares de integração de TI para a área de saúde
Presta serviços de recuperação e restauração de estruturas Revende caminhões, chassis de ônibus, autopeças e motores Produz e vende batatas congeladas Presta serviços de assessoria jurídica para empresas Produz equipamentos para cozinha e acondicionamento de alimentos
Presta serviços de engenharia e construção de empreendimentos
Projeta e constrói obras industriais, comerciais, residenciais e públicas
Fabrica e faz a manutenção de máquinas e equipamentos industriais
46 | Exame PmE | Agosto 2013
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pequenas e médias empresas
que mais crescem rAnking
2013
emPresA(1)
receitA líquidA(2)(3) (em R$ mil)
2010
crescimento(3)
2010/12
Anual
setor(4)
o que fAz (5)
2011
2012
9 235
15 313
17 258
86,9%
36,7% Serviços
Presta serviços de atendimento ao cliente para empresas
20 961
14 748
39 150
86,8%
36,7% Eletroeletrônico
Fornece sistemas de monitoramento, identificação digital e automação
76
Proxis São Paulo, SP
77
Akiyama Curitiba, PR
78
Pitang Recife, PE
11 469
13 890
21 226
85,1%
36,0% Serviços
Faz manutenção, testes e presta consultoria de TI e softwares
79
Grupo RPH Porto Alegre, RS
3 678
5 794
6 772
84,1%
35,7% Farmacêutico
Produz medicamentos e presta consultoria em radiofarmacologia
80
Proseg Segurança Lins, SP
23 341
30 264
42 656
82,8%
35,2% Serviços
Presta serviços de segurança patrimonial, pessoal e empresarial
81
Dualtec São Paulo, SP
7 894
10 966
14 421
82,7%
35,2% Indústria digital
Presta serviços de hospedagem de dados e computação na nuvem
82
Dan-Hebert Engenharia Brasília, DF
104 241 160 767
188 522
80,9%
34,5%
83
Pet Society Guarulhos, SP
5 520
7 592
9 920
79,7%
84
Acqua Products Salvador, BA
6 615
8 562
11 883
85
Emac Belo Horizonte, MG
34 588
45 443
86
Gertec Serviços Diadema, SP
7 845
87
Comid Dourados, MS
88
Indústria da construção
Constrói obras comerciais, industriais, residenciais e de pavimentação
34,1%
Bens de consumo
Produz cosméticos e produtos de saúde e de beleza para animais
79,6%
34,0%
Bens de consumo
Cultiva, beneficia, comercializa e distribui camarões
62 089
79,5%
34,0% Serviços
Projeta, instala e faz manutenção de sistemas de ar-condicionado
12 678
14 076
79,4%
33,9% Indústria digital
Desenvolve sistemas de automação comercial e bancária
62 664
90 334
112 152
79,0%
33,8% Bens de capital
Revende tratores e máquinas agrícolas e de jardinagem
Dedalus São Paulo, SP
10 365
15 394
18 539
78,9%
33,7% Indústria digital
Revende aplicativos e oferece serviços de hospedagem de dados
89
Vagas Tecnologia São Paulo, SP
12 076
16 886
21 598
78,8%
33,7% Indústria digital
Mantém um site de classificados de empregos e banco de currículos
90
Ellenco Tatuí, SP
17 552
26 132
31 381
78,8%
33,7% Serviços
Incorpora empreendimentos imobiliários e de infraestrutura
91
CH Consultoria Rio de Janeiro, RJ
3 251
4 398
5 803
78,5%
33,6% Serviços
Organiza cadastros de clientes e suprimentos para empresas
92
Linx São Paulo, SP
129 462
184 501 230 989
78,4%
33,6% Indústria digital
Desenvolve e instala sistemas de automação para atacado e varejo
93
Ogochi São Carlos, SC
20 619
32 139
36 684
77,9%
33,4%
94
A5 Solutions São Paulo, SP
12 319
13 967
21 759
76,6%
32,9% Indústria digital
Desenvolve softwares de gestão de relacionamento com clientes
95
CAS Tecnologia São Paulo, SP
20 841
24 444
36 697
76,1%
32,7% Indústria digital
Produz softwares e equipamentos para engenharia e telemetria
96
Devex Belo Horizonte, MG
18 613
31 243
32 515
74,7%
32,2% Indústria digital
Desenvolve sistemas de automação para mineradoras
97
Guimar Engenharia Rio de Janeiro, RJ
102 234
149 127
177 904
74,0%
31,9%
98
John Richard Locação São Paulo, SP
12 245
15 962
21 240
73,5%
31,7% Serviços
Presta serviço de locação de móveis para empresas e residências
99
Delta Easy Solutions Porto Alegre, RS
4 519
5 967
7 825
73,1%
31,6% Serviços
Presta serviços de integração de gestão para órgãos públicos
15 284
16 871
26 408
72,8%
31,4% Bens de capital
Desenvolve, fabrica e vende máquinas e acessórios de usinagem
100
Kone Máquinas Limeira, SP
Bens de consumo
Indústria da construção
Produz roupas, sapatos e acessórios para vestuário
Gerencia obras de edificações industriais e comerciais
1. O nome de algumas empresas foi simplificado pela redação de Exame PME por razões de espaço ou clareza. A denominação completa pode ser encontrada no portal EXAME (www.exame.com.br/pme) 2. Informações da demonstração de resultados fornecidas pelas empresas 3. Valores arredondados 4. Setores classificados de acordo com a coluna O Que Faz 5. Informações colhidas pela redação e em alguns casos reduzidas por razões de espaço ou clareza Fonte Deloitte
Agosto 2013 | Exame pmE | 47
PME 64 - MATÉRIA DE CAPA - RANKING.indd 47
8/9/13 3:09:27 PM
CAPA Empreendedorismo
RAnking
2013
EMPRESA(1)
REcEitA líquidA(2)(3) (em R$ mil)
cRESciMEnto(3)
2010/12
Anual
SEtoR(4)
2010
2011
2012
93 509
179 802
161 503
72,7%
7 245
7 289
12 449
71,8%
31,1% Indústria digital
43 309
98 556
74 380
71,7%
31,1%
101
Andrade Mendonça Recife, PE
102
Masterdom São Paulo, SP
103
Lotil Engenharia Fortaleza, CE
104
Ellan Boituva, SP
11 718
18 862
20 114
71,7%
31,0%
105
CentralServer Curitiba, PR
3 011
4 528
5 167
71,6%
31,0% Serviços
Fornece serviços de computação na nuvem e hospedagem de sites
106
GSW São José dos Campos, SP
14 523
19 505
24 861
71,2%
30,8% Indústria digital
Integra softwares de gestão e faz programas sob encomenda
107
Sana Agro Aérea Leme, SP
6 284
7 567
10 664
69,7%
30,3% Serviços
Presta serviços de pulverização e controle de pragas agrícolas
108
Segsat Recife, PE
5 384
8 881
9 031
67,7%
29,5% Serviços
Presta serviços de rastreamento de veículos e segurança
109
Altus São Leopoldo, RS
57 400
85 812
96 116
67,4%
29,4% Indústria digital
Integra sistemas de TI e comercializa equipamentos de automação
110
Rezende Sistemas Uberlândia, MG
7 083
9 963
11 852
67,3%
29,4% Indústria digital
Oferece hospedagem de dados e presta consultoria em TI
111
Nord Electric Chapecó, SC
5 242
4 501
8 737
66,7%
29,1% Bens de capital
Desenvolve e fabrica sistemas elétricos e de automação
112
Fartura Rio de Janeiro, RJ
2 929
4 647
4 857
65,8%
28,8% Bens de capital
Fornece caminhões, chassis de ônibus e peças automotivas
113
MG Pré-moldados Contagem, MG
5 307
6 495
8 797
65,8%
28,7%
114
Ivia Fortaleza, CE
11 640
15 001
19 035
63,5%
27,9% Indústria digital
Desenvolve softwares e oferece serviços de profissionais de TI
115
Asyst Santana de Parnaíba, SP
81 983
118 214
133 225
62,5%
27,5% Serviços
Presta serviços terceirizados de tecnologia da informação
116
Newsupri Recife, PE
5 401
10 047
8 681
60,7%
26,8% Indústria digital
Desenvolve e implementa projetos de Infraestrutura de TI para empresas
117
Netsolutions Barueri, SP
40 726
39 783
64 665
58,8%
26,0% Serviços
Presta serviços de infraestrutura de redes elétricas e automação
118
USE Móveis Goianira, GO
64 449
63 802
101 749
57,9%
25,6% Bens de capital
Desenvolve e fabrica móveis para escritórios, como mesas e cadeiras
119
Wellcare São Paulo, SP
5 856
6 803
9 216
57,4%
25,5% Indústria digital
Fornece sistemas de segurança, como controle de acesso
120
Pioneira da Costa Florianopólis, SC
49 500
63 760
77 804
57,2%
25,4%
121
Spassu Tecnologia Vitória, ES
80 212
107 289
125 704
56,7%
25,2% Serviços
Oferece locação de equipamentos de TI e suporte técnico
122
Tecpoint Barueri, SP
9 251
12 367
14 497
56,7%
25,2% Bens de capital
Fabrica produtos de automação de sistemas bancário e comercial
123
Dexter Latina São José dos Pinhais, PR
9 178
12 718
14 349
56,3%
25,0%
124
Prática Technicook Pouso Alegre, MG
41 671
52 557
64 712
55,3%
24,6% Bens de capital
Produz fornos e geladeiras para panificadoras e cozinhas industriais
125
Verde Ghaia Belo Horizonte, MG
4 959
6 266
7 670
54,7%
24,4% Serviços
Presta serviços de consultoria em gestão ambiental e sustentabilidade
31,4%
Indústria da construção
o quE fAz (5) Constrói indústrias e obras públicas, comerciais e residenciais Desenvolve e presta serviços de integração de sistemas em TI
Indústria da construção
Incorpora e executa obras públicas, como de saneamento e habitação
Bens de consumo
Produz móveis para laboratórios, cofres e suportes para monitores
Indústria da construção
Indústria da construção
Químico e petroquímico
Fabrica estruturas pré-moldadas de cimento para a construção civil
Incorpora, desenvolve e constrói condomínios residenciais
Fabrica produtos inseticidas para o controle de pragas urbanas
48 | Exame PmE | Agosto 2013
PME 64 - MATÉRIA DE CAPA - RANKING.indd 48
8/9/13 3:09:28 PM
pequenas e médias empresas
que mais crescem rAnking
2013
emPresA(1)
receitA líquidA(2)(3) (em R$ mil)
2010
2011
2012
crescimento(3)
2010/12
Anual
setor(4)
o que fAz (5)
126
AMA Porto Alegre, RS
3 203
4 236
4 946
54,4%
127
SmarApd Ribeirão Preto, SP
19 810
26 784
30 512
54,0%
24,1% Indústria digital
Desenvolve softwares de gestão para administração pública
128
Braile distribuidora Porto Alegre, RS
54 329
69 979
83 653
54,0%
24,1% Atacado
Vende papéis para impressão e material para informática
129
Viagens Master Belo Horizonte, MG
5 256
9 845
8 085
53,8%
24,0% Serviços
130
Ecosteel Sarzedo, MG
8 894
23 333
13 586
52,8%
23,6%
Químico e petroquímico
Beneficia e recicla resíduos de siderúrgicas
131
Jobe Luv Rio Claro, SP
13 155
18 447
20 050
52,4%
23,5%
Bens de consumo
Produz uniformes de proteção resistentes a altas temperaturas
132
Teckma Engenharia São Paulo, SP
140 900
211 551
214 684
52,4%
23,4%
Indústria da construção
Faz projetos de engenharia para setores como energia e siderurgia
133
Alterdata Software Teresópolis, RJ
50 224
65 611
76 470
52,3%
23,4% Indústria digital
Produz software para gestão empresarial e automação contábil
134
diamaju Anta Gorda, RS
58 700
73 674
89 214
52,0%
23,3% Atacado
Revende e distribui produtos e insumos agrícolas e pecuários
135
Master Turismo Belo Horizonte, MG
10 931
18 427
16 583
51,7%
23,2% Serviços
Vende pacotes de viagens corporativos e turísticos
136
Laticínios Catupiry São Paulo, SP
130 984
158 398
198 685
51,7%
23,2%
137
perfil Informática São Paulo, SP
23 677
32 948
35 766
51,1%
22,9% Serviços
Presta serviços de manutenção em hardware e periféricos
138
Agro Tech Ituverava, SP
21 394
23 292
32 261
50,8%
22,8% Atacado
Distribui insumos agrícolas, como adubos e agroquímicos
139
Tecnoblu Blumenau, SC
21 616
26 856
32 529
50,5%
22,7%
Bens de consumo
Fabrica etiquetas, botões e rebites para roupas e calçados
140
Nutriz Lagoa Vermelha, RS
22 166
23 550
33 311
50,3%
22,6%
Bens de consumo
Produz, beneficia, comercializa e distribui vegetais congelados
141
Keko Flores da Cunha, RS
59 266
67 422
88 284
49,0%
142
Totvs Espírito Santo Vitória, ES
9 545
10 217
14 197
48,7%
143
Nutroeste Goiânia, GO
17 361
23 048
25 703
48,0%
21,7%
144
Elba Belo Horizonte, MG
68 146
80 288
100 567
47,6%
21,5% Serviços
Oferece aluguel de equipamentos e andaimes para a construção civil
145
Supermercados Santa Helena Sete Lagoas, MG
79 731
102 657
117 643
47,6%
21,5% Varejo
Vende alimentos, utensílios para casa e produtos de higiene e beleza
146
Seva Contagem, MG
20 333
28 218
30 001
47,5%
21,5% Automotivo
Fabrica e vende dispositivos eletrônicos para o setor automotivo
147
Tecnoset São Paulo, SP
53 181
61 633
78 353
47,3%
21,4% Indústria digital
Presta consultoria, desenvolve e integra sistemas de gestão
148
Cabletech Caçapava, SP
82 954
119 063
122 095
47,2%
21,3% Telecomunicações
Produz cabos coaxiais usados em redes de internet e telefonia
149
poliview São Paulo, SP
4 266
7 519
6 273
47,0%
21,3% Indústria digital
Desenvolve, vende, instala e presta consultoria de softwares de gestão
150
Mig-plus Casca, RS
46 426
66 536
68 235
47,0%
21,2%
24,3% Serviços
Bens de consumo
22,1% Transporte 22,0% Varejo Bens de consumo
Bens de consumo
Oferece serviços de gestão de planos de saúde corporativos
Fornece roteiros turísticos para agências de viagens
Produz e beneficia queijos, requeijão e outros derivados de leite congelados
Fabrica e vende acessórios automotivos, como bagageiros Revende softwares de gestão para setores como jurídico e indústria Produz rações e suplementos nutricionais para alimentação animal
Produz e distribui suplementos para alimentação animal
1. O nome de algumas empresas foi simplificado pela redação de Exame PME por razões de espaço ou clareza. A denominação completa pode ser encontrada no portal EXAME (www.exame.com.br/pme) 2. Informações da demonstração de resultados fornecidas pelas empresas 3. Valores arredondados 4. Setores classificados de acordo com a coluna O Que Faz 5. Informações colhidas pela redação e em alguns casos reduzidas por razões de espaço ou clareza Fonte Deloitte
Agosto 2013 | Exame pmE | 49
PME 64 - MATÉRIA DE CAPA - RANKING.indd 49
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CAPA Empreendedorismo
RAnking
2013
EMPRESA(1)
REcEitA líquidA(2)(3) (em R$ mil)
2010
2011
2012
cRESciMEnto(3)
2010/12
Anual
SEtoR(4) Químico e petroquímico
o quE fAz (5)
151
Thech São Paulo, SP
4 748
5 354
6 973
46,9%
21,2%
Fabrica produtos de controle e desinfecção microbiológica
152
Acura Technologies São Bernardo do Campo, SP
7 608
8 280
11 152
46,6%
21,1% Indústria digital
153
Hospital Metropolitano São Paulo, SP
41 546
51 655
60 800
46,3%
21,0% Serviços
154
CMC Catalão, GO
15 033
10 732
21 923
45,8%
20,8%
Siderurgia e metalurgia
Fabrica e monta equipamentos industriais para o setor de mineração
155
Interunion Ribeirão Preto, SP
46 676
47 982
67 797
45,2%
20,5%
Siderurgia e metalurgia
Produz máquinas e equipamentos para os setores agrícola e industrial
156
Bom Sabor Taboão da Serra, SP
28 231
34 771
40 858
44,7%
20,3%
Bens de consumo
Fabrica sachês de condimentos, molhos, geleias e biscoitos
157
Hidráulica Potenza São Paulo, SP
44 488
59 954
64 280
44,5%
20,2% Bens de capital
Produz e distribui equipamentos para instalações hidráulicas
158
Brafer Araucária, PR
168 786 220 079 243 207
44,1%
20,0%
Siderurgia e metalurgia
Projeta, fabrica e faz tratamento fisíco e químico em estruturas metálicas
159
Cadersil Campina Grande, PB
20,0%
Bens de consumo
Fabrica cadernos, agendas e outros produtos de uso escolar
160
Serilon Brasil Londrina, PR
161
Ekotex Química Pomerode, SC
5 028
162
Copa&Cia Blumenau, SC
163
Digipix Osasco, SP
164
Desenvolve sistemas de identificação e rastreamento Oferece atendimento hospitalar em diversas especialidades
24 336
30 508
44,1%
142 346 149 994
204 517
43,7%
19,9% Atacado
5 744
7 222
43,6%
19,9%
Químico e petroquímico
Fabrica e vende insumos químicos para a indústria têxtil
11 289
13 669
16 213
43,6%
19,8%
Bens de consumo
Fabrica produtos e acessórios de uso doméstico para cozinha
21 432
30 671
30 766
43,5%
19,8% Indústria digital
Presta serviços de tratamento e impressão de imagens digitais
TMSA Porto Alegre, RS
132 675
159 242
190 302
43,4%
19,8% Bens de capital
Fabrica máquinas e equipamentos para transporte de cargas
165
Sondotécnica Rio de Janeiro, RJ
82 393
89 755
117 293
42,4%
19,3%
166
Quality Software Rio de Janeiro, RJ
17 618
22 751
25 007
41,9%
167
IMC Saste São Paulo, SP
192 845 202 638
273 116
41,6%
19,0%
168
Tele Performance São Paulo, SP
13 662
10 828
19 341
41,6%
19,0% Serviços
Desenvolve e executa projetos para redes de telecomunicações
169
Correias Multibelt Londrina, PR
8 999
11 020
12 725
41,4%
18,9% Atacado
Importa e distribui correias industriais, elevadoras e transportadoras
170
Reivax Florianópolis, SC
31 096
41 429
43 869
41,1%
18,8% Energia
Desenvolve sistemas de automação de redes elétricas
171
Álamo Engenharia Rio de Janeiro, RJ
59 554
65 202
83 991
41,0%
18,8% Serviços
Presta serviços de engenharia, manutenção e limpeza predial
172
Discover São Paulo, SP
16 620
20 994
23 398
40,8%
18,7% Indústria digital
Presta consultoria, desenvolve projetos e faz treinamentos de TI
173
Ribeiro Caram São Paulo, SP
68 261
77 007
96 012
40,7%
18,6%
Indústria da construção
Constrói e incorpora obras comerciais, industriais e de ensino
174
Maxpoli São Paulo, SP
12 724
14 863
17 836
40,2%
18,4%
Químico e petroquímico
Fornece laminados, resinas e compostos de poliestireno
175
AGM Logística Rio de Janeiro, RJ
21 238
26 204
29 679
39,7%
18,2% Transporte
21 176
Indústria da construção
19,1% Indústria digital Siderurgia e metalurgia
Distribui produtos para comunicação visual, como lonas para impressão
Faz sondagens e elabora projetos estruturais para construção civil Desenvolve softwares e presta consultoria em infraestrutura de TI Fabrica, monta, faz manutenção e locação de máquinas industriais
Presta serviços de gerenciamento logístico, armazenagem e distribuição
50 | Exame PmE | Agosto 2013
PME 64 - MATÉRIA DE CAPA - RANKING.indd 50
8/7/13 5:41:20 PM
pequenas e médias empresas
que mais crescem rAnking
2013
emPresA(1)
receitA líquidA(2)(3) (em R$ mil)
2010
2011
2012
crescimento(3)
2010/12
Anual
setor(4)
o que fAz (5)
176
Laboratório Leme Salvador, BA
23 266
26 186
32 403
39,3%
177
Prodap Belo Horizonte, MG
18 969
24 564
26 384
39,1%
17,9%
178
Nova Safra Contagem, MG
102 351
125 202
142 331
39,1%
17,9% Atacado
Vende insumos, como farinha de trigo, para padarias e confeitarias
179
Proguarda Adm. e Serviços Aparecida de Goiânia, GO
16 114
21 128
22 337
38,6%
17,7% Serviços
Presta serviços de limpeza, jardinagem e manutenção predial
180
Tanac Montenegro, RS
166 957
167 242 230 765
38,2%
17,6% Bens de capital
Produz extratos vegetais de madeira para uso industrial
181
Senior Solution São Paulo, SP
24 349
22 921
33 556
37,8%
17,4% Indústria digital
Desenvolve softwares para instituições financeiras e seguradoras
182
Conartes Engenharia Belo Horizonte, MG
14 842
23 170
20 440
37,7%
17,4%
Indústria da construção
Incorpora e constrói obras residenciais e comerciais de luxo
183
Cerealista Rosalito Santa Cruz do Rio Pardo, SP
146 405 148 307
201 592
37,7%
17,3%
Bens de consumo
Beneficia e distribui arroz e feijão com marcas próprias
184
3Corp Technology Resende, RJ
25 162
26 338
34 602
37,5%
17,3% Serviços
Oferece serviços de infraestrutura em TI e de telecomunicações
185
Atlas Logística Barueri, SP
22 252
25 820
30 589
37,5%
17,2% Transporte
Faz transporte aéreo e rodoviário de cargas e operações logísticas
186
São Rafael Arujá, SP
22 773
31 152
31 188
37,0%
17,0% Eletroeletrônicos
Fabrica e instala câmaras frigoríficas e geladeiras industriais
187
EAC Software Belo Horizonte, MG
4 143
4 978
5 667
36,8%
17,0% Indústria digital
Produz softwares de gestão e presta consultoria para o setor varejista
188
Marelli Caxias do Sul, RS
79 544
105 727
108 683
36,6%
16,9%
189
Senior Sistemas Blumenau, SC
78 843
88 572
107 522
36,4%
16,8% Indústria digital
190
Tintas Farben Içara, SC
109 526
128 138
148 618
35,7%
16,5%
191
Teclan Florianópolis, SC
6 487
5 226
8 802
35,7%
16,5% Indústria digital
192
Bebidas Fruki Lajeado, RS
94 326
107 521
127 945
35,6%
16,5%
193
Apdata São Paulo, SP
18 270
21 196
24 748
35,5%
16,4% Indústria digital
194
Búfalo Embu das Artes, SP
50 461
58 862
68 351
35,5%
16,4%
195
Grupo CJF Juiz de Fora, MG
194 136
211 803 262 902
35,4%
16,4% Serviços
Presta serviços de vigilância, limpeza e manutenção para empresas
196
Qualitor Porto Alegre, RS
4 841
5 419
6 553
35,4%
16,4% Indústria digital
Desenvolve softwares para gestão de atendimento e inventário
197
Dello Extrema, MG
31 905
37 287
43 169
35,3%
16,3%
198
Selbetti Joinville, SC
26 369
29 755
35 621
35,1%
199
Trevo Alimentos Sete Lagoas, MG
46 854
53 909
63 034
34,5%
16,0%
200
Netservice Belo Horizonte, MG
62 295
95 489
83 713
34,4%
15,9% Serviços
18,0% Serviços Bens de consumo
Bens de consumo
Químico e petroquímico
Bens de consumo
Bens de consumo
Bens de consumo
Oferece serviços de análises clínicas e exames médicos e hospitalares Fabrica complementos para nutrição animal e presta consultoria de gestão
Fabrica e distribui móveis para escritório, auditório e recepção Desenvolve softwares de gestão e sistemas de controle de acesso Produz tintas para os setores moveleiro, automotivo e industrial Desenvolve softwares para departamentos de call center Fabrica refrigerantes, sucos e águas engarrafadas Desenvolve softwares de gestão para a área de recursos humanos Fabrica produtos de limpeza, como desinfetantes e água sanitária
Fabrica arquivos, pastas, maletas e etiquetas para documentos
16,2% Indústria digital
Presta serviços de impressão e gestão de documentos e TI
Bens de consumo
Produz iogurtes, bebidas lácteas, manteiga e requeijão Instala sistemas de gerenciamento de redes telefônicas e elétricas
1. O nome de algumas empresas foi simplificado pela redação de Exame PME por razões de espaço ou clareza. A denominação completa pode ser encontrada no portal EXAME (www.exame.com.br/pme) 2. Informações da demonstração de resultados fornecidas pelas empresas 3. Valores arredondados 4. Setores classificados de acordo com a coluna O Que Faz 5. Informações colhidas pela redação e em alguns casos reduzidas por razões de espaço ou clareza Fonte Deloitte
Agosto 2013 | Exame pmE | 51
PME 64 - MATÉRIA DE CAPA - RANKING.indd 51
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CAPA Empreendedorismo
RAnking
2013
EMPRESA(1)
REcEitA líquidA(2)(3) (em R$ mil)
2010
2011
2012
cRESciMEnto(3)
2010/12
Anual
SEtoR(4)
o quE fAz (5)
201
Mega Sistemas Itu, SP
41 348
45 845
55 500
34,2%
15,9% Indústria digital
Faz softwares de gestão para setores como construção civil e logística
202
LG Sistemas Aparecida de Goiânia, GO
36 685
44 125
49 210
34,1%
15,8% Indústria digital
Desenvolve softwares de gestão para a área de recursos humanos
203
Hotelaria Brasil São Paulo, SP
28 598
34 520
38 341
34,1%
15,8% Serviços
Presta serviços de gestão hoteleira, de alimentação e de condomínios
204
Governançabrasil Saquarema, RJ
36 609
42 299
49 052
34,0%
15,8% Serviços
Desenvolve softwares de gestão e consultoria em administração pública
205
Alphageos Barueri, SP
13 363
16 917
17 888
33,9%
15,7% Serviços
Faz sondagens e acompanha obras para clientes corporativos
206
Cepalgo Aparecida de Goiânia, GO
41 740
48 437
55 682
33,4%
15,5% Bens de capital
Produz embalagens e filmes plásticos para indústrias
207
AxisMed São Paulo, SP
23 084
29 168
30 763
33,3%
15,4% Serviços
Presta serviços de gerenciamento e administração de planos de saúde
208
Intermarítima Salvador, BA
65 804
74 266
87 465
32,9%
15,3% Serviços
Oferece serviços de armazenagem de contêineres e logística
209
Makeni Chemicals Diadema, SP
111 115
124 341
147 485
32,7%
15,2%
210
Barbiero Agronegócios Nonoai, RS
40 356
57 613
53 518
32,6%
15,2% Serviços
211
Urano Canoas, RS
20 386
24 072
27 034
32,6%
15,2%
212
Cryopraxis Rio de Janeiro, RJ
18 223
19 997
23 999
31,7%
14,8% Serviços
Faz coleta, análise e armazenamento de células-tronco
213
Certisign São Paulo, SP
139 741 226 703
183 914
31,6%
14,7% Serviços
Presta serviços de certificação digital, como CNPJ e nota fiscal eletrônicos
214
Transportadora Americana Americana, SP
170 992 203 045 224 307
31,2%
14,5% Transporte
Transporta e armazena cargas e encomendas expressas
215
Cast Informática São Paulo, SP
132 295
155 566
173 338
31,0%
14,5% Serviços
Integra sistemas e presta serviços de TI para clientes corporativos
216
Schedule Tubos Campinas, SP
21 031
26 517
27 468
30,6%
14,3% Varejo
Vende peças hidráulicas para indústrias e construção civil
217
Suhai São Paulo, SP
19 986
22 984
25 916
29,7%
13,9% Serviços
Presta serviços de segurança e rastreamento de veículos
218
A Geradora Salvador, BA
131 944
151 547
171 050
29,6%
13,9% Serviços
Oferece aluguel de geradores de energia elétrica para construção civil
219
CBL Alimentos Fortaleza, CE
216 283
263 815
280 357
29,6%
13,9%
220
Nasajon Sistemas Rio de Janeiro, RJ
15 440
14 977
19 985
29,4%
13,8% Indústria digital
221
Vogler São Bernardo do Campo, SP
60 721
62 457
78 505
29,3%
13,7%
222
Datainfo Soluções Blumenau, SC
5 787
6 069
7 469
29,1%
223
Stival Alimentos Campo Largo, PR
66 288
64 210
85 349
28,8%
13,5%
224
Arcon Rio de Janeiro, RJ
17 293
20 343
22 232
28,6%
13,4% Serviços
Presta serviços de segurança de dados e gestão de TI para empresas
225
RMA Comunicação São Paulo, SP
4 717
5 591
6 055
28,4%
13,3% Serviços
Faz a gestão de mídias sociais e de publicidade para empresas
Químico e petroquímico
Bens de consumo
Bens de consumo
Químico e petroquímico
13,6% Serviços Bens de consumo
Desenvolve e distribui produtos químicos para diversos setores Vende sementes, equipamentos e insumos para o agronegócio Comercializa balanças e outros equipamentos para pesagem
Produz e beneficia leite, bebidas lácteas, iogurtes e queijos Desenvolve softwares de gestão para áreas como RH e financeira Produz insumos para as indústrias alimentícia e de nutrição Presta serviços de gestão, treinamento e infraestrutura de TI Produz alimentos como cereais, temperos, farináceos e rações
52 | Exame PmE | Agosto 2013
PME 64 - MATÉRIA DE CAPA - RANKING.indd 52
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pequenas e médias empresas
que mais crescem rAnking
2013
emPresA(1)
receitA líquidA(2)(3) (em R$ mil)
2010
2011
2012
crescimento(3)
2010/12
Anual
setor(4) Indústria da construção
o que fAz (5)
226
Ma.Almeida Engenharia Feira de Santana, BA
13 299
13 219
16 994
27,8%
13,0%
227
Higra São Leopoldo, RS
12 843
15 901
16 373
27,5%
12,9% Bens de capital
Fabrica bombas e equipamentos hidráulicos para diversos setores
228
Grupo Kyly Pomerode, SC
172 524 177 050
219 797
27,4%
12,9% Têxtil
Confecciona roupas e acessórios para o público infantojuvenil
229
Biovet Vargem Grande Paulista, SP
69 405
79 489
88 311
27,2%
12,8%
Químico e petroquímico
Desenvolve vacinas, soros, antígenos e diluentes de uso veterinário
230
Frama Caxias do Sul, RS
19 679
22 070
24 974
26,9%
12,7%
Bens de consumo
Fabrica cadernos, agendas e outros materiais escolares e de escritório
231
Vidroporto Porto Ferreira, SP
59 117
63 755
74 969
26,8%
12,6% Bens de capital
Produz embalagens e garrafas de vidro para bebidas alcoólicas
232
Imeve Jaboticabal, SP
5 220
6 066
6 587
26,2%
12,3% Farmacêutico
Fabrica medicamentos e suplementos nutricionais para animais
233
Laticínio Marianna Alagoinhas, BA
16 085
11 471
20 284
26,1%
12,3%
Bens de consumo
Produz e beneficia leite, bebidas lácteas, iogurtes e manteiga
234
Cosampa Fortaleza, CE
48 269
77 182
60 718
25,8%
12,2%
Indústria da construção
Constrói edificações e estradas e presta serviços de terraplenagem
235
Digistar São Leopoldo, RS
9 855
12 623
12 396
25,8%
12,2% Telecomunicações
Fabrica e vende sistemas e equipamentos de telecomunicações
236
Drive Consultoria Rio de Janeiro, RJ
11 932
13 087
15 007
25,8%
12,1% Indústria digital
Desenvolve softwares de gestão para o mercado financeiro
237
Jobcenter do Brasil São Paulo, SP
32 417
36 818
40 766
25,8%
12,1% Serviços
Recruta, seleciona e contrata trabalhadores temporários
238
Comferral Maceió, AL
6 013
6 871
7 558
25,7%
12,1% Varejo
Vende equipamentos e ferramentas para agroindústria e construção civil
239
Motormac Porto Alegre, RS
62 362
65 188
78 337
25,6%
12,1% Bens de capital
Fornece geradores, motores, peças e máquinas para diversos setores
240
SET Sistemas Olinda, PE
9 488
10 682
11 915
25,6%
12,1% Atacado
Distribui utensílios de limpeza e produtos químicos
241
Peltier Cotia, SP
19 067
24 102
23 843
25,0%
11,8% Telecomunicações
Fabrica equipamentos e instala redes de telecomunicações
242
NOB Salvador, BA
38 342
42 288
47 839
24,8%
11,7% Serviços
Oferece atendimento médico e hospitalar especializado em oncologia
243
Zandei Plásticos Guaporé, RS
12 789
13 790
15 911
24,4%
11,5%
Químico e petroquímico
Produz embalagens para setores como alimentos e cosméticos
244
MSF – Molas Santa Fé Santa Fé do Sul, SP
9 092
11 123
11 237
23,6%
11,2%
Siderurgia e metalurgia
Fabrica molas e outras peças de arame para a indústria automotiva
245
MCM Química Cesário Lange, SP
55 884
73 789
68 975
23,4%
11,1%
Químico e petroquímico
Produz sulfatos de cobre, manganês e cobalto para nutrição animal
246
Decatron Rio de Janeiro, RJ
32 948
52 658
40 309
22,3%
247
Globalbev Bebidas Belo Horizonte, MG
124 590
153 958
151 564
21,7%
248
Quality Logística Jundiaí, SP
11 113
12 170
13 413
20,7%
9,9% Serviços
Faz serviços logísticos de movimentação e armazenagem
249
Premier Curitiba, PR
27 846
30 814
33 529
20,4%
9,7% Indústria digital
Presta consultoria em gestão e operação de infraestrutura de TI
250
BRN Brasil Araras, SP
21 575
17 209
25 968
20,4%
9,7% Bens de capital
Exporta e importa máquinas e implementos agrícolas
10,6% Serviços 10,3%
Bens de consumo
Constrói e vende edifícios industriais e comerciais
Projeta e implanta sistemas de gestão de TI e automação industrial Produz e distribui salgados, bebidas isotônicas e energéticos
1. O nome de algumas empresas foi simplificado pela redação de Exame PME por razões de espaço ou clareza. A denominação completa pode ser encontrada no portal EXAME (www.exame.com.br/pme) 2. Informações da demonstração de resultados fornecidas pelas empresas 3. Valores arredondados 4. Setores classificados de acordo com a coluna O Que Faz 5. Informações colhidas pela redação e em alguns casos reduzidas por razões de espaço ou clareza Fonte Deloitte
Agosto 2013 | Exame pmE | 53
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CAPA Empreendedorismo
O raiO x das empresas Práticas de gestão, estratégias e decisões de investimentos adotadas pelas 250 pequenas e médias empresas que mais cresceram no Brasil nos últimos três anos
14
O tamanhO da expansãO
Receita líquida média das empresas (em milhões de reais)
71,1
(1)
35,2
58,6 68,7
2010
O cOntrOle das empresas
Como as 250 empresas que mais crescem se relacionam com o mundo(2)(3) (em %)
24
(em 1 000)
16
Como é a gestão das pequenas e médias empresas que mais crescem no país (em %)
73 20 4 3
Familiar Controle pulverizado Grupo empresarial Investidor institucional
de Onde vem O dinheirO
As fontes de recursos usadas pelas pequenas e médias empresas que mais crescem para expandir as receitas (em %)
Só importam Exportam e importam Só exportam
39%
das empresas da Região Sul listadas no ranking fizeram exportações nos últimos três anos. É a taxa mais alta entre as regiões
Últimos dois anos
56
46
32
15
5
1
2011
2012
192
é o número de funcionários que as 250 pequenas e médias empresas que mais crescem no país tinham no ano passado. É um aumento de 15% em relação a 2011 Receita líquida por funcionário (em 1 000 reais)
150,2 169,4 181,9 Próximos dois anos
58
38
40
10
14
G ca era pi çã ta o lp d ró e pr io E ou mp fin rés an tim ci o am s en Li to n cr h s éd as ito d e es pe ci ai Em s (4 d ) re e p pré la ar st ci te im on s o s ad as ( 5) F ca un pi do ta s l d de e ris co Bo lsa de va lo re s
9
77,1
é a soma de receitas líquidas em 2012 das 250 empresas que mais crescem no país. Juntas, elas faturaram 16% mais que no ano anterior
46,5
O estágiO da glObalizaçãO
Total de funcionários
bilhões de reais
56,1
2010 2011 2012 2013
empregOs diretOs
3
2010
2011
2012
1. Estimativa para 2013 2. Em 2012 3. 51% das empresas não fizeram comércio exterior 4. BNDES, Finep etc. 5. Clientes, fornecedores, empresas do mesmo grupo, sócios etc. Fonte Deloitte
54 | Exame PmE | Agosto 2013
PME 64 - MATÉRIA DE CAPA - GRÁFICOS - RAIO-X.indd 54
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CApA Empreendedorismo
Como enContrar Cada empresa Lista das 250 pequenas e médias empresas que mais crescem, em ordem alfabética (os números indicam a posição no ranking, na página 43) 3CORP Technology ................ 184 4Bio Medicamentos .............64 A Geradora ............................ 218 A.Yoshii Engenharia ...................63 A5 Solutions .................................94 Acesso Digital ..............................18 Acqua Products ..........................84 Acura Technologies ................ 152 Adler Andaimes ..........................13 Agência Ideal................................21 AGM Logística ...................... 175 Agro Tech ............................... 138 Akiyama ..........................................77 Álamo Engenharia .................. 171 Alphageos................................... 205 Alterdata Software ................. 133 Altus ............................................. 109 AMA ............................................... 126 Ambientec .....................................20 Andrade Mendonça ........... 101 Apdata.......................................... 193 Apetit Alimentação ..............32 Arcitech............................................. 5 Arcon............................................. 224 Arvus Tecnologia .......................... 8 Asyst .............................................. 115 Atlas Logística ..................... 185 AxisMed................................... 207 Barbiero Agronegócios ........ 210 Bebidas Fruki ............................ 192 Bem Brasil ......................................58 Betonpoxi Engenharia.........56 Bexpert............................................65 Bichara, Barata & Costa ..........59 Biovet ............................................ 229 Bom Sabor.................................. 156 Brafer ............................................ 158 Braile Distribuidora ................. 128 BRN Brasil ................................... 250 Búfalo ............................................ 194 BVL....................................................62 Cabletech ............................... 148 Cadersil.................................... 159 CAS Tecnologia ...........................95 Cast Informática ...................... 215 CBL Alimentos.......................... 219 CentralServer............................. 105 Cepalgo ........................................ 206 Cerealista Rosalito .................. 183 Certisign ..................................... 213 CH Consultoria ............................91 Cianet ...............................................27 Clearsale .........................................25 CMC ............................................... 154 CMTech............................................69 Comferral .................................... 238 Comid...............................................87 Compass Containers ................16 Conartes Engenharia ........ 182 Conquest One .........................43 Consinco .........................................55 Copa&Cia .................................... 162 Correias Multibelt .................... 169
Cosampa ................................. 234 Cryopraxis................................... 212 Dan Hebert Engenharia ......82 Datainfo Soluções ................... 222 DClick ................................................. 3 Deal Group ....................................70 Decatron ...................................... 246 Dedalus ...........................................88 Dello .......................................... 197 Delta Easy Solutions .................99 Devex ..............................................96 Dexter Latina ............................. 123 Diamaju ................................... 134 Digipix ...................................... 163 Digistar ......................................... 235 Discover ....................................... 172 Divino Fogão ................................44 Drive Consultoria ..................... 236 Dualtec ............................................81 EAC Software............................ 187 Ecom Corretora de Energia ..31 Ecosteel........................................ 130 Ekotex Química ........................ 161 Elba ................................................ 144 Ellan ............................................... 104 Ellenco .............................................90 Emac ............................................85 Enalta ...............................................14 Engebasa........................................75 EQS Engenharia ..........................10 Estaf Equipamentos .............73 Exceda .............................................22 Fartura .......................................... 112 Fernandes Engenharia.............26 Fiori Cerâmica..............................47 Fly ......................................................61 Forno de Minas............................24 Frama ............................................ 230 Gemelo ............................................40 Gertec Serviços ...........................86 Globalbev Bebidas.................. 247 Governançabrasil ..................... 204 Grupo CJF .................................. 195 Grupo Empreza ............................. 9 Grupo I9 ............................................ 7 Grupo Kyly .................................. 228 Grupo RPH ....................................79 Grupo RR.......................................... 1 GSW............................................... 106 Guimar Engenharia....................97 Hidráulica Potenza.................. 157 Higra .............................................. 227 Hospital Nossa Senhora de Fátima .......................................66 Hospital Metropolitano ......... 153 Hotelaria Brasil ......................... 203 i4Pro .................................................68 IMC Saste .................................... 167 Imeve ............................................. 232 Intermarítima ............................. 208 Interocean Engenharia.............30 Interunion .................................... 155 ISH Tecnologia .............................49
Itaipu Norte ...................................57 Ivia .................................................. 114 J. Fonseca Construtora ...........15 Jobcenter do Brasil ................ 237 Jobe Luv ...................................... 131 John Richard Locação .............98 Keko ............................................... 141 Kimberlit .........................................50 Kone Máquinas ......................... 100 Laboratório Leme ................... 176 Laticínio Marianna ................... 233 Laticínios Catupiry.................. 136 LG Sistemas........................... 202 Linx ...............................................92 Lotil Engenharia .................. 103 Ma.Almeida Engenharia ....... 226 Makeni Chemicals.................... 209 Marca Laser ..................................... 2 Marelli ............................................ 188 Master Turismo .................... 135 Masterdom.................................. 102 Maxpoli ......................................... 174 MCM Química ............................ 245 Mega Sistemas.......................... 201 Meta Distribuidor.......................... 4 Metalúrgica Rodriaço ...............60 MG Pré-moldados ................... 113 MGM Construtora .......................67 Mig-Plus................................... 150 Motormac ............................... 239 MPD Engenharia .........................19 MSF – Molas Santa Fé ........... 244 MV Sistemas .................................53 N&A ..............................................72 Nasajon Sistemas .................... 220 Natulab ............................................23 Netservice .............................. 200 Netsolutions ............................... 117 Newsupri ..................................... 116 Nord Electric ............................. 111 Nova Safra .................................. 178 NOB ............................................... 242 Nutriz ............................................ 140 Nutroeste .................................... 143 Ogochi .............................................93 P3 Image ........................................35 PBTI Soluções ..............................71 Peltier ............................................ 241 Perfil Informática ..................... 137 Pet Society ....................................83 Pilar ...................................................41 Pioneira da Costa .................... 120 Piramide Montagens ................... 6 Pitang ...............................................78 Poliview ........................................ 149 Prática Technicook ................. 124 Prazzo Engenharia ................11 Premier .................................... 249 Prepara Franchising ..................46 Prodap .......................................... 177 Proguarda Administração e Serviços.................................... 179 Proguarda Vig. e Seg. ..........45
Proseg Segurança ......................80 Proseg Serviços ..........................39 Proxis................................................76 Qualidados................................42 Qualitor ........................................ 196 Quality Logística...................... 248 Quality Software ................. 166 Reivax ........................................... 170 Rezende Sistemas ................... 110 Ribeiro Caram ...................... 173 Rio Verde Engenharia ..............51 RMA Comunicação................. 225 Rogga ..............................................33 Sana Agro Aérea ..................... 107 Santin ...............................................28 São Rafael .............................. 186 Schedule Tubos ........................ 216 Segsat ........................................... 108 Seiva.............................................34 Selbetti ......................................... 198 Senior Sistemas ...................... 189 Senior Solution ......................... 181 Serilon Brasil ......................... 160 Serttel ..............................................29 SET Sistemas ........................ 240 Seva ........................................... 146 Silva Freire Advogados ...........52 Sirtec............................................48 SIS ......................................................38 SmarAPD..................................... 127 Sondotécnica ............................ 165 Spassu Tecnologia ............. 121 StarSoft ...........................................54 Stival Alimentos ....................... 223 Stocktotal .......................................36 Suhai .............................................. 217 Supermercados Sta Helena...145 Take.Net ..........................................74 Tanac ............................................. 180 Teckma Engenharia ........... 132 Teclan ............................................ 191 Tecnoblu ...................................... 139 Tecnoset ...................................... 147 Tecpoint ....................................... 122 Teevo ................................................12 Tele Performance .................... 168 Thech ............................................ 151 TI Métricas .....................................37 Tintas Farben ............................ 190 TMSA ............................................. 164 Totvs Espírito Santo ............... 142 Transportadora Americana 214 Trevo Alimentos ....................... 199 Urano............................................. 211 USE Móveis................................. 118 Vagas Tecnologia...................89 Verde Ghaia................................ 125 Viagens Master ......................... 129 Vidroporto .................................. 231 Vogler............................................ 221 VP Projeto ......................................17 Wellcare ....................................... 119 Zandei Plásticos ....................... 243
Empresas que se mantiveram no ranking nas últimas quatro edições do estudo (2010, 2011, 2012 e 2013) Fonte Deloitte
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TAmires Kopp/prinT mAKer
grandEs dEcisõEs
marcio pErEs
daupEr — Gramado, RS
Fabricante de biscoitos, cookies e barras de cereais | Faturamento 24 milhões de reais(1) conquista Vende para redes de supermercados como Pão de Açúcar e St. Marche 1. Em 2012 Fonte Empresa
Lojinhas de biscoitos
A Dauper faturou 24 milhões de reais em 2012 vendendo cookies e barras de cereais para supermercados. Agora, seus donos planejam abrir lojas próprias. É o melhor caminho a seguir? daniELE pEchi 58 | Exame pmE | Agosto 2013
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Matos, de 31, viajaram para conhecer lojinhas de biscoitos em países como Itália, França e Dinamarca. O objetivo deles era reunir ideias para abrir no Brasil o que eles chamam de biscoiteria — um tipo de estabelecimento especializado em servir bolachinhas e petiscos como os produzidos por sua empresa, a fabricante de alimentos Dauper, com sede em Gramado, na Serra Gaúcha. “Queríamos conhecer negócios semelhantes no exterior e usar como inspiração nas nossas lojas”, afrma Peres. A abertura de uma rede de lojas de biscoito é o próximo passo nos planos de expansão traçados pelos sócios da Dauper. No ano passado, a empresa faturou 24 milhões de reais, 10% mais do que em 2011. Até agora, seus principais clientes são redes de supermercados, como Pão de Açúcar e Carrefour, para as quais a empresa vende biscoitos, cookies e barras de cereais das marcas Sense e GranPure. Além disso, a Dauper produz versões dos mesmos produtos com as marcas próprias de cada varejista. Outra fonte de receitas vem da produção de ingredientes, como misturas de cereais, usados por outras indústrias de alimentos, entre as quais Hershey’s e Unilever. Hoje, 35% do faturamento da Dauper vem dos produtos Sense e GranPure, 45% da produção de biscoitos com as marcas dos varejistas, e o restante, da venda de ingredientes para outras empresas. Peres e Matos tiveram a ideia de nores em prédios de escritórios e abrir uma rede de biscoiterias ao galerias comerciais.” perceber que outras empresas esEmbora já tenham avançado pecializadas em guloseimas — co- nos planos para a rede de franmo as fabricantes de chocolate quias, Peres e Matos ainda têm Cacau Show e Kopenhagen — têm dúvidas sobre as melhores estrasido bem-sucedidas ao vender di- tégias a seguir. Eles avaliam, por retamente para os consumidores exemplo, quais difculdades ainem vez de concentrar esforços na da enfrentarão para administrar negociação com os varejistas. Em uma rede com 2012, eles decidiram fazer uma tantos modelos Com a primeira experiência abrindo uma de loja diferenabertura loja de biscoitos em Canela, no Rio tes, e como defde lojas, os Grande do Sul. “Os resultados fo- nir os produtos a sócios da ram muito bons, e decidimos ir ser vendidos em Dauper adiante com o projeto”, afrma Pe- cada um deles. esperam res. Em julho deste ano eles inau- “Ainda precisatornar os guraram a segunda unidade, no mos tomar muishopping Villa Lobos, em São tas decisões antes negócios da Paulo. “Com as lojas, poderemos de começar a neempresa aumentar a rentabilidade da em- gociar com canmais presa”, afrma Matos. “Planejamos didatos a franrentáveis usar a experiência com as duas queados”, diz Peunidades em funcionamento para res. Para discutir criar uma rede de franquias.” os próximos passos da Dauper, Inicialmente, estão previstos Exame PME ouviu Sylvio Korytoquatro tipos diferentes de loja. wski, diretor de expansão da fabri“Nos shoppings, as unidades de- cante de lingeries Hope, e Batista vem ter de 30 a 40 metros qua- Gigliotti, da FranSystems, consuldrados”, afrma Peres. “Haverá toria especializada em franquias. ainda dois tipos de quiosque: um Opinou também Fausto Martins maior, de 26 metros quadrados, Borba, dono da Espetinhos Mimi, e outro, de 6 metros quadrados, rede de franquias e fabricante de que podem ocupar espaços me- espetinhos para churrascos.
próximos passos
>>
DAnielA ToviAnsky
n
o começo de 2013, o carioca marcio peres, de 52 anos, e o sócio Raul
Fausto martins BorBa EspEtinhos mimi — Vinhedo, SP Rede de franquias de espetinhos Faturamento 33 milhões de reais(1) 1. Em 2013 Fonte Empresa
Criar metas para a rede
•Perspectivas Ao optar pela expansão por meio de franquias, os sócios da Dauper estão escolhendo seguir uma estratégia bastante parecida com a que venho adotando na Espetinhos Mimi. Hoje, existem mais de 1 200 franqueadores no Brasil. As pessoas interessadas em abrir franquias veem as redes de alimentação como um bom investimento, mas vão precisar se sentir seguras para escolher a Dauper entre tantas possibilidades existentes no mercado. •Oportunidades Existe espaço no mercado para franquias de alimentação que invistam num ambiente tranquilo e confortável, onde executivos e empreendedores possam marcar reuniões e encontros de negócios. Costumo viajar bastante e, muitas vezes, tenho dificuldade para encontrar lugares assim. •O que fazer Com base em minha experiência, acredito que Peres e Matos estão certos em abrir formatos distintos de loja. O principal desafio é administrar uma operação que tende a se tornar complexa. Para isso, eles devem criar um departamento independente para gerenciar a rede de franquias, que se encarregaria de estabelecer metas e ajudar os franqueados a superar as dificuldades para atingi-las.
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grandEs dEcisõEs
FABIANO ACCORSI
próximos passos
Batista gigliotti FransystEms — São Paulo, SP DANIelA TOvIANSky
Consultoria especializada em sistema de franquias
Acumular experiência
•Perspectivas Ao criar uma rede de franquias, os sócios da Dauper vão entrar num dos mercados que mais crescem no mundo. A empresa fabrica os próprios biscoitos, e isso abre a possibilidade de manter os custos baixos. Se Peres e Matos conseguirem posicionar bem a marca e definir uma variedade de produtos que agradem os consumidores, a rentabilidade do negócio pode ser bastante elevada. •Oportunidades Lojas com a proposta da Dauper podem ocupar espaços em bairros nobres, onde circulam consumidores de poder aquisitivo mais alto. As lojas de rua costumam ser mais atraentes para esse público do que as lojas de shoppings. •O que fazer Peres e Matos devem usar as lojas próprias que já foram abertas para aprender mais sobre o funcionamento do negócio. Ainda não é hora de começar a rede de franquias. O momento é de fazer a análise do desempenho de cada unidade, descobrir o que os consumidores acham do ambiente e fazer as adaptações necessárias. Aparentemente, os sócios ainda não têm esse conhecimento. Como indústria, a principal preocupação da Dauper é manter a qualidade dos produtos e obter ganhos de escala. Com as lojas, os sócios terão de se preocupar com outros aspectos, como o atendimento e a percepção dos consumidores.
sylvio KorytowsKi HopE — São Paulo, SP Fabricante de roupas íntimas Faturamento 190 milhões de reais(1) 1. Em 2012 Fonte Mercado
Testar o melhor modelo para as lojas
•Perspectivas Peres e Matos estão criando um modelo de loja interessante. Assim como deram certo as iogurterias, as lojas de cupcakes e de brigadeiros, acredito que haja espaço para um negócio como o deles — mas é preciso encontrar um meio de estimular os consumidores a criar o hábito de frequentar esses locais. •Oportunidades Os sócios devem considerar a possibilidade de abrir quiosques em shoppings frequentados por consumidores emergentes. Nesses locais, os custos
costumam ser mais baixos. Além disso, é mais fácil encontrar espaço vago para quiosques, cujos contratos são mais flexíveis. •O que fazer Não é hora de abrir muitas lojas, mas de entender como a demanda varia ao longo do ano, de saber quais produtos saem mais e de avaliar se a capacidade de produção da fábrica dará conta de atender as vendas. A Hope teve uma única loja durante quase dois anos, fase em que tivemos tempo para fazer todos os ajustes necessários.
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Eu CONsEGuI ROGéRIO GAbRIEl
pREpARA CuRsOs — São José do Rio Preto, SP O que faz Cursos online, rede de escolas de ensino de informática Faturamento 270 milhões de reais(1) 1. Estimativa para 2013
O empreendedor que recomeçou
Há quase uma década, o paulista Rogério Gabriel fechou uma empresa em dificuldades para começar um novo negócio. Foi assim que surgiu a Prepara Cursos, rede de escolas de informática que hoje tem mais de 200 000 alunos em 24 estados
um negócio em difculdades e recomeçar. Ele era dono de uma rede de lojas de informática no interior de São Paulo. “A empresa havia crescido nos anos 90, mas não estava mais conseguindo competir com grandes varejistas”, diz ele. Foi quando Gabriel decidiu fechar as lojas e investir no que até então era uma pequena área de treinamento do antigo negócio. Assim nasceu a Prepara Cursos, rede de escolas de informática. No ano passado, as receitas da empresa chegaram a 230 milhões de reais — hoje o grupo oferece também aulas de idiomas e reforço escolar. Neste depoimento a Exame PME, Gabriel conta um pouco de sua trajetória. Construí boa parte de minha trajetória no interior paulista. Nasci em Bebedouro, no norte de São Paulo. Com menos de 1 ano, minha família mudou para Catanduva, perto de São José do Rio Preto. Sou flho de um negociante. Meu pai comprava café dos agricultores e revendia para as empresas de torrefação.
Aos 17 anos, saí de casa para cursar ciências da matemática e da computação na Unicamp. Assim, comecei uma carreira na área de tecnologia. Meu primeiro emprego foi como estagiário da Alpargatas. Depois, fui contratado pela MW, uma empresa de pesquisas paulistana. Ela estava transferindo seus sistemas de informática, que até então rodavam
em grandes máquinas, para uma rede de microcomputadores, uma novidade na época. Fiz parte da equipe responsável por esse trabalho. pouco mais de um ano depois de
equipamentos de informática. Com o surgimento dos microcomputadores, pequenas e médias empresas começariam a ter recursos para investir em informatização. Comecei a pensar em abrir meu próprio negócio. Foi desse desejo que nasceu, em 1990, a Precisão Informática, uma loja de computadores e sofwares. Antes de abri-la, procurei estatísticas e pesquisas para ver onde havia um mercado mais promissor e com pouca concorrência. Acabei escolhendo São José do Rio Preto. No começo, a empresa era minúscula. Minha única funcionária era uma secretária.
começar a trabalhar na MW, fui convidado para voltar ao interior. Eu já estava com vontade de sair da capital e aceitei. Fui trabalhar numa produtora de suco de laranja em Bebedouro, minha cidade natal. A empresa também estava substituindo seus grandes equipamentos de informática por microcomputadores e queria me contratar por causa de minha experiência com esse tipo de trabalho.
Nos anos seguintes, houve um
Isso me ajudou a perceber que havia um mercado promissor para
No início, os principais clientes eram pequenas e médias empresas.
bocado de turbulência. Naqueles tempos, ainda era preciso conviver com a infação alta. Houve o confsco da poupança no começo do governo Collor. Por outro lado, os primeiros anos da Precisão coincidiram com o fm da reserva de mercado, que difcultava a importação de computadores e sofwares. Isso impulsionou o mercado e o crescimento da empresa.
RobeRto Setton
E
m 2004, o paulista Rogério Gabriel, de 48 anos, teve de tomar uma decisão dolorosa — encerrar
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Gabriel: “É preciso coragem para encerrar um negócio que não está dando certo”
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eu consegui Meus concorrentes eram os comerciantes informais que traziam equipamentos contrabandeados e os revendiam mais barato, por não pagar impostos. Também comecei a desenvolver sofwares para empresas agrícolas. Na época, havia muita resistência à tecnologia no agronegócio, mas consegui abrir um pouco desse mercado. Nos primeiros anos, meu maior desafo foi manter um bom relacionamento com os fornecedores. Era difícil conseguir empréstimos nos bancos e, para crescer, era preciso negociar bons prazos e condições de pagamento. no fim da década de 90, o perfl do
cliente começou a mudar. As pessoas passaram a comprar computadores para usar em casa, e investi para conquistar esse público. Busquei inspiração em grandes redes de varejo americanas, como Best Buy e Computer City, que preparavam seus vendedores para atender uma clientela pouco acostumada a ter contato com informática e permitiam aos consumidores testar os equipamentos na loja antes de fechar negócio. A primeira unidade nesse modelo foi aberta em São José do Rio Preto, em 1997.
os números DA
prepArA cursos FAtURAmENtO (em milhões de reais)
230 155
2010
2012
ESCOLAS FRANQUEADAS
495
501
2010
2011
2012
597
2013
ALUNOS
nos negócios. Eu mantinha, na Precisão, uma pequena área de treinamento, cujo papel era preparar os clientes que não entendiam muito de tecnologia. À medida que os consumidores de menor poder aquisitivo compravam mais computadores, a demanda por cursos aumentava. Tive a ideia, então, de criar uma escola de informática para esse público. Era fundamental manter os custos baixos, para atender uma clientela que tinha pouco dinheiro.
Durante um bom tempo, fquei
Fechei as lojas e transformei o
batendo cabeça em busca de uma saída. Meu grande erro foi insistir num modelo de negócio que não funcionava mais. Eu não queria desistir. Vendi parte de meu patrimônio pessoal para manter a empresa. Fiz quase tudo o que os manuais de gestão mandam, mas nada deu certo.
departamento de treinamento na Prepara Cursos. Criei um modelo que pode ser considerado um misto de ensino a distância com presencial. Numa mesma sala, pode haver vários alunos fazendo cursos diferentes e em diversos estágios de aprendizagem. Cada um deles acompanha as aulas em seu próprio computador, mas pode tirar as dúvidas com um professor presente no local. Assim,
de insistir e seguir um novo rumo
2013
foi inaugurada em 2004, em Catanduva. Como os preços eram baixos, foi possível atrair alunos de baixo poder aquisitivo. Eu calculava que, para atingir o ponto de equilíbrio, teria de ter pelo menos 180 alunos. Em seis meses, mais de 400 pessoas já haviam se matriculado. O negócio mostrou ser bastante lucrativo e, em 2005, abri a segunda unidade, em São José do Rio Preto. Pouco tempo depois, resolvi transformar a Prepara numa rede de franquias. Os primeiros seis franqueados foram ex-funcionários, que investiram suas economias para abrir escolas da Prepara. Hoje, a prepara tem quase 600
Alguns anos depois, começaram a surgir alguns sinais de crise. À medida que os computadores se popularizavam, grandes redes de varejo começavam a entrar nesse mercado. As margens de lucro começaram a cair. Os sites de comércio eletrônico tornaram-se fortes concorrentes. Alguns vendiam abaixo do preço de custo e ainda parcelavam em até dez vezes sem juros. Com tudo isso acontecendo, em 2002 a situação da empresa já estava bastante complicada.
Foi só em 2004 que decidi parar
A primeira escola da Prepara
180
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414
270(1)
conseguimos reduzir custos com professores e infraestrutura. Em 2004, nosso curso de informática básica custava 29,90 reais por mês, menos da metade do valor cobrado pela concorrência naquela época.
200 mil
1. Estimativa Fonte Empresa
escolas e 200 000 alunos, em 24 estados brasileiros. Recentemente, passei a aplicar o mesmo modelo, com base no baixo custo para os alunos, em duas novas redes de ensino. Em 2011, abri um curso de inglês, o Aprenda Idiomas, e o Ensina Mais, que oferece aulas de reforço escolar para alunos do ensino fundamental. São dois mercados bastante promissores. Nos próximos três anos, planejo abrir mais redes de escolas. Pretendo oferecer cursos profssionalizantes, nas áreas de comércio, serviços e aprendizagem industrial, além de aulas preparatórias para estudantes que vão prestar o Exame Nacional do Ensino Médio. Desde que me tornei empreen-
dedor, aprendi algumas lições. Para ter sucesso, é preciso se cercar de bons profssionais e enfrentar com otimismo os momentos difíceis. É necessário, principalmente, saber a hora de parar com algo que não está dando certo e partir para outra. Meu maior desafo foi criar a coragem necessária para tomar a decisão de encerrar um negócio para começar tudo do zero mais uma vez. — Com reportagem de Lúcio Lambranho
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As histórias de cinco pequenas e médias empresas que estão ajudando mais brasileiros a ter acesso à moradia Christian Miguel
PatrocÍnio
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ESpECIAL Habitação
N
os últimos anos, os indicadores da habitação melhoraram no Brasil. Des-
A falta de moradias adequadas é apenas uma face do problema da habitação no Brasil. Segundo as últimas estatísticas do IBGE, quase metade das residências ainda não está ligada à rede de esgoto e perto de um quinto não tem água encanada. Moradias assim precisam passar por uma reforma urgentemente — mas 40% dos domicílios nunca foram reformados ou passaram pelo último reparo há mais de dez anos. “Os problemas da habitação são tão graves que precisam ser atacados de várias maneiras distintas”, diz Claudia Viegas, sócia da LCA Consultoria, responsável por um estudo sobre o panorama da moradia. “Há uma grande demanda por reformas, e ainda há muitos brasileiros que nem sequer têm uma casa decente para morar.” Na sexta reportagem da série Sou Empreendedor — Meu Sonho Move o Brasil, Exame PME
mostra as histórias de cinco empresas que estão crescendo ao ajudar a resolver algum problema da habitação no país. É o caso da paranaense Tecverde, que usa uma técnica construtiva que aumenta a efciência das empresas que erguem casas de baixo custo. Nas próximas páginas, aparecem também os exemplos das paulistas Centro Vivo, especializada em revitalizar prédios antigos para recolocá-los à venda, e Na Reforma, que produz cartilhas educativas e dá cursos sobre reformas para consumidores de baixo poder aquisitivo. De Brasília vem a Escola Concretta, rede de ensino para formação de pedreiros, marceneiros e pintores. Por fm, o site paulistano Canal do Crédito, que ajuda os consumidores a escolher a melhor linha de fnanciamento disponível no incipiente mercado brasileiro de crédito imobiliário. Conheça suas histórias.
DANIELA TOVIANSKY
de 2009, o crédito imobiliário para a aquisição de imóveis saltou de 34 bilhões de reais para quase 83 bilhões de reais por ano. No mesmo período, aproximadamente 5,5 milhões de famílias tiveram acesso a um lar digno — ou seja, puderam comprar ou alugar casas e apartamentos sem ter de dividir o teto com outras pessoas ou viver em imóveis construídos precariamente. Mesmo assim, são grandes os desafos do acesso à moradia no país. Ainda há 5,4 milhões de famílias vivendo em habitações precárias ou coabitadas — há casos extremos, como o município de Marituba, nos arredores de Belém, onde 80% dos habitantes vivem em favelas, algumas delas construídas sobre palaftas nos córregos da região. Estima-se que até 2022 será preciso construir 23,1 milhões de casas e apartamentos.
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muitos imóveis que hoje estão abandonados podem voltar a ser um bom lugar para viver
HENRIQUE STASZEWSKI Centro ViVo — São Paulo (SP)
Restauração de imóveis
O pROblEmA Há no Brasil 6,1 milhões de domicílios vazios ou abandonados — número suficiente para suprir o déficit habitacional
O QUE fAZ Compra imóveis antigos e depredados para reformálos e colocá-los à venda
ClIENTES Consumidor final
fATURAmENTO
de reais 22 milhões
(1)
1. Em 2012 Fontes Empresa e IBGE
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ESPECIAL Habitação
As famílias de baixa renda estão ganhando importância no mercado de reformas
KATIA SARTORELLI Na RefoRma — São Paulo (SP)
Consultoria sobre reformas de baixo custo
O pRObLEmA Mais de 80% das moradias de famílias das classes C e D precisam ser reformadas — mas só um terço passou por reparos recentes
O quE fAz Dá cursos e treinamento sobre reforma para moradores de comunidades carentes
CLIEnTES Fabricantes de material de construção
fATuRAmEnTO
100 000 reais
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1. Estimativa para 2013 Fontes Empresa e LCA Consultoria
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UM TRATO NOS IMOVEIS ANTIGOS
DANIELA TOVIANSKY
O
administrador paulistano Henrique Staszewski, de 28 anos, costuma andar pelas ruas de São Paulo à procura de prédios com aparência decadente. Seu objetivo é encontrar edifícios que possam ser uma oportunidade para sua empresa, a Centro Vivo, especializada em comprar imóveis antigos e depredados e reformá-los para vender. “Há muitos imóveis desocupados na cidade”, diz Staszewski. “Meu negócio é fazer desses locais um bom lugar para viver.” Os engenheiros e arquitetos chamam a técnica usada pela Centro Vivo de retroft, que nada mais é do que manter a estrutura original dos prédios e reformar quase tudo — do piso da cozinha aos dutos de gás. No ano passado, a Centro Vivo faturou 22 milhões de reais, 20% mais do que em 2011. Desde sua fundação, há sete anos, a empresa já restaurou cerca de 30 edifícios. “Em muitos casos, os imóveis pertenciam a herdeiros sem interesse em investir em sua recuperação ou a proprietários que não tinham como pagar uma reforma”, afrma Staszewski. “Muitos dos edifícios estavam fechados há anos ou haviam sido ocupados por moradores de rua.” De acordo com o IBGE, há no Brasil 6,1 milhões de residências vagas ou abandonadas — só na cidade de São Paulo existem 290 000 casas ou apartamentos vazios. Estima-se que, hoje, 5,4 milhões de famílias vivem em moradias precárias ou coabitadas — ou seja, o número de imóveis residenciais desocupados seria sufciente para dar um teto a todas as famílias brasileiras que ainda não têm um lar adequado e ainda sobraria espaço. Para o negócio da habitação, as moradias abandonadas representam um duplo problema. Além de não estarem à disposição no mercado para quem tem interesse em comprar ou alugar um imóvel, geralmente esses prédios fcam em regiões já saturadas, onde os terrenos para construir casas e apartamentos novos são escassos. “Nos bairros centrais da cidade, está cada vez mais difícil encontrar terrenos vagos para a construção civil”, diz Staszewski. “O retroft pode ser uma boa maneira de fazer essas residências voltar a ter utilidade.” Para um empreendimento ser rentável, a Centro Vivo precisa vender os apartamentos reformados por pelo menos o dobro do que pagou para comprálos. Mesmo assim, os imóveis vendidos pela Centro Vivo costumam custar menos do que a média do mercado. O metro quadrado de um imóvel colocado à venda pela empresa no bairro paulistano da Consolação há poucos meses, por exemplo, saiu por
pouco mais de 4 400 reais — cerca de 60% do valor médio do metro quadrado de um imóvel usado no mesmo bairro, segundo uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em parceria com a revista EXAME. Mais de 90% dos clientes da Centro Vivo chegaram à empresa para comprar o primeiro imóvel. Foi o caso da cabeleireira Telma Teixeira, de 37 anos. Há cerca de dois anos, ela fnanciou 90% do apartamento onde hoje vive com seus dois flhos, no bairro do Ipiranga, zona sul de São Paulo. O prédio, construído na década de 60, tem 18 apartamentos em três andares e um quintal, onde os vizinhos costumam passar o tempo e fazer churrasco. “Meu apartamento tem três quartos e é bastante espaçoso”, diz Telma. “Seria muito difícil conseguir um imóvel novo, do mesmo tamanho, e que coubesse no orçamento.”
AJUDA PARA ACELERAR AS OBRAS
E
m 2010, quando construiu a casa onde hoje vive com a família na região metropolitana de Curitiba, o paranaense Tiago Eloi Lovato, de 32 anos, montou um canteiro de obras bem diferente do tradicional. Não havia lá pilhas de tijolos, pedras ou sacos de cimento. Em vez disso, guindastes eram usados para encaixar blocos de paredes e tetos pré-moldados que, ao fm de quatro dias, deram forma à casa de 160 metros quadrados — a obra fcou pronta em três meses e meio, incluindo o tempo necessário para concluir o acabamento. “Pude me mudar muito mais rapidamente do que imaginava”, diz ele. Os responsáveis pela obra foram os engenheiros da Tecverde, empresa curitibana que adaptou para o Brasil uma técnica de construção muito usada nos Estados Unidos, na Suécia e no Canadá. Batizado de
A maioria das moradias desocupadas se concentra em áreas das cidades onde falta espaço para construir imóveis novos Agosto 2013 | Exame pmE | 71
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ESpECIAL Habitação
No ano passado, o montante de recursos destinados ao crédito imobiliário no Brasil chegou a 6,8% do PIB — mais do que o triplo de 2007
UMA FORÇA PARA FAZER AS CONTAS
O
administrador Marcelo Prata, de 38 anos, ganha a vida ajudando a desvendar as entrelinhas dos contratos de fnanciamento imobiliário. Ele é o fundador do Canal do Crédito, site no qual os consumidores podem comparar as condições dos empréstimos oferecidos pelos bancos para a aquisição de imóveis. Sua principal ferramenta é um simulador online. Nele, o cliente informa dados como a renda mensal e o valor da casa ou do apartamento desejado. Um sofware apresenta as condições de cada banco para conceder o crédito, incluindo as despesas previstas com juros, seguros e outras taxas que compõem o chamado custo efetivo total do fnanciamento. “O objetivo é esclarecer aos consumidores quanto vão A ideia para criar o Canal do Crédito veio da experiência de Prata com empréstimos para a aquisição de imóveis. Em 2006, ele começou a prestar assessoria fnanceira para consumidores em busca de fnanciamento imobiliário. “Grande parte de meus clientes achava complicado compreender como os bancos calculam o valor das parcelas a pagar”, diz ele. “É mesmo difícil defnir qual opção, entre todas as disponíveis, é mais vantajosa, levando em conta tudo o que acaba incluído no valor fnal da prestação.” O simulador entrou no ar em 2011 — e desde então já foi usado pelos internautas para fazer quase 400 bilhões de comparações. O simulador do Canal do Crédito compara o custo dos fnanciamentos oferecidos por 18 bancos. Os usuários podem fazer o pedido de empréstimo pelo próprio site. Essa é a principal fonte de receita do Canal do Crédito. Doze desses bancos pagam uma comissão que varia de 0,5% a 2% do total de cada fnanciamento fechado pelo site, pelo qual algo em torno de 1,4 milhão de operações já foram intermediadas. Neste ano, Prata começou a oferecer aos usuários um serviço de assessoria para lidar com a burocracia — por uma taxa que varia de 500 a 1 500 reais, os profssionais da empresa ajudam a organizar toda a papelada necessária para o fnanciamento, além de cuidar do registro dos contratos e da escritura do imóvel. “É uma forma de conseguir alguma receita com os clientes que optam pelos empréstimos oferecidos por bancos que não pagam comissão para o Canal do Crédito”, afrma Prata. No ano passado, o faturamento do Canal do Crédito chegou a 2,4 milhões de reais, segundo estimativas de mercado. De acordo com Prata, as receitas anuais vêm dobrando desde 2010. O crescimento vem sendo impulsionado pela expansão
DANIELA TOVIANSKY
wood frame, esse sistema não usa tijolos comuns, como nas casas de alvenaria. Em vez disso, usam-se blocos compostos de sete camadas de materiais como madeira, cimento, gesso e isoladores acústicos e térmicos. “É uma espécie de sanduíche super-resistente”, diz o engenheiro civil Caio Bonatto, de 26 anos, um dos sócios da Tecverde. Em 2012, a empresa faturou 5 milhões de reais. Os sócios estimam que as receitas deverão dobrar neste ano. A principal vantagem do sistema da Tecverde é a rapidez com que a obra pode fcar pronta. O sistema construtivo desenvolvido pela empresa permite reduzir a menos da metade o tempo da obra. Até 70% das paredes e da cobertura são produzidas numa fábrica mantida pela Tecverde em Curitiba — depois, a empresa leva as peças prontas ao local da obra para a montagem da casa. “É uma mudança no modo tradicional de construção, o de fazer casas inteiras, tijolo por tijolo”, afrma Bonatto. Até recentemente, todos os empreendimentos construídos pela empresa eram casas de médio ou alto padrão, como a do paranaense Lovato. Desde o ano passado, no entanto, Bonatto e os cinco sócios encontraram outro mercado promissor. Eles passaram a licenciar a tecnologia para construtoras especializadas em erguer casas populares, como as enquadradas no programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. “Nossa tecnologia se encaixa nas necessidades dessas empresas, que por contrato precisam entregar um grande número de moradias em prazos curtos”, diz Bonatto. Uma das primeiras obras do programa Minha Casa Minha Vida com participação da Tecverde está prevista para ser entregue até o fm do ano. Trata-se de um conjunto residencial com 280 casas na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul. O empreendimento foi produzido pela Tecverde em parceria com a construtora pelotense Roberto Ferreira. Bonatto e seus sócios desenharam um modelo de licenciamento da tecnologia para construtoras. “Nossa ideia é ajudá-las a montar suas fábricas, treinar a mão de obra e ganhar royalties de acordo com o desempenho na construção das casas”, afrma Bonatto. “Até o fm do ano, 20% do faturamento deverá vir das construtoras de casas populares.”
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A maioria dos consumidores acha complicado saber qual a linha de crédito mais adequada
MARCELO
PRATA
Canal do Crédito — São Paulo (SP)
Site de comparação de linhas de crédito imobiliário
O PRObLEMA É difícil para o consumidor saber qual é o custo efetivo total das linhas de crédito imobiliário
O quE fAz Mantém um simulador online que mostra qual financiamento é mais vantajoso, de acordo com o perfil do comprador
CLiEnTEs Bancos e consumidor final
fATuRAMEnTO
de reais 2,4 milhões
(1)
1. Estimativa de mercado em 2012 Fonte Empresa
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ESPECIAL Habitação
as construtoras estão com dificuldade para encontrar trabalhadores qualificados
MIGUEL PIERRE
Escola concrEtta — Brasília (DF)
Aulas para profissionais da construção civil
O PRObLEMa A falta de profissionais qualificados nos canteiros de obras tem feito o custo com mão de obra disparar
O qUE faz Mantém uma rede de escolas com cursos para pedreiros, eletricistas e mestres de obras — e os encaminha para trabalhar
CLIEntEs Construtoras e profissionais da construção civil
fatURaMEntO
de reais 3 milhões
(1)
1. Em 2012 Fontes Empresa e INCC-M/FGV
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do crédito imobiliário no país. No ano passado, o montante de recursos destinados a essa modalidade de fnanciamento chegou a 6,8% do PIB — em 2007, essa parcela não chegava a 2%. Muitos dos usuários do site são clientes como a secretária Iara Cassen, de 47 anos, moradora de Ibirubá, município de 20 000 habitantes no interior do Rio Grande do Sul. Quando decidiu comprar sua casa, em 2011, Iara percorreu as cinco agências bancárias instaladas na cidade em busca de informações sobre fnanciamento imobiliário. “Fiquei insegura com o que os gerentes me diziam”, afrma Iara. “Não sabia como escolher a melhor opção para meu orçamento.” Com a ajuda do Canal do Crédito, encontrou um fnanciamento com menor custo total num banco que não tinha agência na cidade. “Gostei e fui até Carazinho, a 100 quilômetros de Ibirubá, para fechar negócio”, afrma Iara.
MAO DE OBRA NA SALA DE AULA
CRISTIANO MARIZ
O
s moradores de cidades como Ceilândia e Taguatinga, nos arredores de Brasília, costumam ver uma Kombi amarelo-ovo circulando pelas ruas — no carro, alto-falantes tocam músicas da cantora de funk Anitta e do sertanejo Luan Santana. De vez em quando, um locutor interrompe a cantoria para anunciar: “Venha conhecer a Escola Concretta. Escolha um de nossos cursos e aprenda uma profssão para ganhar até 4 000 por mês na construção civil”. Os interessados que se aproximam são atendidos por uma equipe de sete pessoas, que tiram dúvidas ou fazem a matrícula ali mesmo. A Kombi é usada pelo administrador Miguel Pierre, de 32 anos, e pelo engenheiro Sidney Bezerra, de 46, para atrair a atenção de potenciais alunos para os cursos oferecidos em sua rede de escolas especializada em formar mão de obra para a construção civil. “Vamos todo dia para um lugar diferente para anunciar nossos cursos e distribuir panfetos com os contatos da unidade mais próxima”, afrma Pierre. A goiana Beatriz Aparecida Bitencourt Oliveira, de 23 anos, é uma das alunas da Concretta. Ela frequenta aulas na turma de instalação de pisos e azulejos da escola de Valparaíso, nos arredores de Brasília, e está no penúltimo mês de curso. Desde que se matriculou, Beatriz acumulou alguma experiência no canteiro de obras. Durante cinco meses,
A escassez de mão de obra qualificada é uma das principais preocupações das empresas na cadeia da construção civil
ela trabalhou numa obra da construtora PDG. Começou aplicando selante nas paredes, depois aprendeu técnicas de aplicação de texturas. “Cheguei a ganhar 1 800 reais em cinco dias por causa do bom desempenho”, diz. “Deu para comprar um montão de roupas para mim e para minha flha, além de pagar o IPVA da moto de meu marido.” Assim como Beatriz, que estudou até o ensino médio, 40% dos alunos da Escola Concretta estão aprendendo sua primeira profssão. Lançada no primeiro semestre de 2012, a empresa faturou no ano passado 3 milhões de reais — a expectativa dos sócios é de que as receitas dobrem em 2013. Hoje, há 11 unidades em funcionamento em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, além do Distrito Federal. “Até o fm do ano pretendemos chegar a 35 escolas”, diz Pierre. Pelas salas de aula da Escola Concretta já passaram cerca de 5 000 alunos — entre os já formados e os atualmente inscritos. Eles pagam uma mensalidade média de 149 reais. Ao formar mão de obra, a Escola Concretta abre caminho para crescer resolvendo um dos principais gargalos da indústria da construção civil para aumentar a oferta de moradias — a falta de profssionais para trabalhar nas obras. A escassez de trabalhadores qualifcados e a alta nos custos com mão de obra estão entre as principais preocupações dos empreendedores ligados à construção civil, de acordo com uma sondagem feita em abril pela Confederação Nacional da Indústria com mais de 400 empresas. “A falta de pessoal tem pressionado os custos da construção civil”, afrma Pierre. Para atender a essa necessidade, a Escola Concretta criou uma modalidade de cursos corporativos para atender grandes construtoras e empreiteiras — Queiroz Galvão, Odebrecht e MRV são alguns dos clientes da empresa. Com carga horária concentrada e duração de até dois meses, os cursos servem para premiar os funcionários com melhor desempenho entre os contratados pelas construtoras. “É um incentivo para o pessoal se dedicar mais ao trabalho e permanecer por mais tempo na empresa”, diz Pierre. Cerca de 30% das receitas já vêm dos cursos corporativos. Agosto 2013 | Exame pmE | 75
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LIÇOES PARA REFORMAR A MORADIA
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aposentado João Baptista, de 56 anos, é um faz-tudo bastante conhecido na comunidade de Chapéu Mangueira, no Rio de Janeiro. Entre outros afazeres, ele cozinha todos os dias para um vizinho idoso, distribui vegetais cultivados na horta orgânica instalada na laje de sua casa e faz pequenos reparos hidráulicos para o pessoal da vizinhança. “Há sempre alguém trazendo um problema para eu resolver”, diz ele. Com o dinheiro arrecadado com as pequenas reformas, em média Baptista consegue aumentar sua renda mensal em 50%. Os serviços hidráulicos de Baptista têm sido mais requisitados desde o ano passado, quando ele aperfeiçoou seus conhecimentos num curso básico organizado, entre outras instituições, pela paulistana Na Reforma. O negócio da empresa é produzir materiais educativos, como cartilhas, e dar treinamento para pedreiros e encanadores que vivem na informalidade, como Baptista, e para consumidores de baixa renda. O curso do qual participou Baptista foi encomendado por um dos clientes da Na Reforma, a Associação Brasileira de Cimento Portland, e tinha como objetivo ensinar os moradores da comunidade a fazer orçamentos e a negociar com seus clientes esporádicos. “Ensinamos a eles algumas técnicas de construção para diminuir o desperdício de matéria-prima e determinar com mais precisão o custo de uma obra”, diz a arquiteta Katia Sartorelli, de 34 anos, uma das fundadoras da Na Reforma. A ideia de criar a Na Reforma surgiu depois que Katia ajudou a fundar a Arquitetas da Comunidade — organização que ajudava famílias de baixa renda a planejar reformas em casa. Durante os cinco anos em que trabalhou na ONG, Katia se deparou com muitas famílias que, por falta de recursos e de acesso a crédito, não conseguiam concluir pequenas obras.
Em 2013, as famílias com renda total mensal de até 3 875 reais deverão gastar mais de 60 bilhões de reais com pequenas obras
“Muitos deles compram um saco de cimento num mês, quando sobra um pouco de dinheiro, e deixam o material estocado até poder comprar os tijolos”, diz Katia. “Desse jeito a reforma pode demorar anos e acaba saindo mais cara por causa da quantidade de material que se deteriora e vai fora.” Fundada no ano passado, a Na Reforma deverá fechar 2013 com algo em torno de 100 000 reais de faturamento. Kátia e sua sócia — a jornalista Fabiana Dias, de 34 anos — estão explorando um mercado em expansão. Só em 2013, as famílias com renda total mensal de até 3 875 reais deverão gastar 60 bilhões de reais com pequenas obras — algo em torno de 40% dos gastos com reformas no país, segundo o instituto Data Popular. De acordo com uma pesquisa encomendada pelo Sindicato Nacional da Indústria do Cimento, o consumo familiar de cimento — aquele que não é comprado pelas construtoras — mais que dobrou de 2003 a 2009. Segundo levantamento da consultoria LCA, apenas um terço das famílias das classes C e D reformou a casa nos últimos anos, embora mais de 80% delas tenham declarado que precisam fazer reparos nos imóveis onde vivem. A crescente relevância das famílias de baixa e média renda para o mercado de reformas tem despertado o interesse de grandes empresas. “Elas querem entender como se comporta esse tipo de consumidor para poder se relacionar com ele”, diz Katia. Recentemente, a Gerdau encomendou uma espécie de workshop para entender como pensa o consumidor de baixa renda. “Mostramos a experiência que microfnanceiras e empresas de regularização fundiária adquiriram ao trabalhar com o consumidor da base da pirâmide”, diz Fabiana. “As histórias ajudaram os diretores da Gerdau a estabelecer prioridades ao lidar com esse público.” Atualmente, Kátia e Fabiana estão trabalhando na elaboração de um portal de informação sobre reforma e construção civil voltado para as classes C e D. O projeto está em fase de captação de patrocínio. A ideia nasceu depois de as sócias perceberem que não só pedreiros, marceneiros e pintores participam dos cursos mas também pessoas interessadas em saber mais sobre reformas para poder negociar melhor com os profssionais das obras. Um caso típico é o da empregada doméstica Reina Maria Pereira da Silva, de 58 anos, moradora da comunidade da Babilônia, no Rio de Janeiro. “O que mais gostei no curso foi aprender a calcular a quantidade de material necessária para uma reforma simples”, diz Reina. “Depois disso, já dispensei um pedreiro que queria cobrar caro para fazer um quartinho na minha casa.” O portal desenvolvido pela Na Reforma deverá fcar pronto em 2014. “Queremos transformar a audiência do site num verdadeiro laboratório para entender as difculdades do público de baixa renda quando o assunto é reforma, e assim poder ajudá-los”, afrma Katia. n
RAPHAEL GüntHER
ESpECIAL Habitação
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É preciso uma mudança nos métodos tradicionais de construção usados no Brasil
CAIO BONATTO Tecverde
— Curitiba (PR)
Tecnologia para construção de casas e prédios
O prOBlemA A maioria das obras no Brasil é feita de modo artesanal, tijolo por tijolo — o que aumenta os riscos de atraso na entrega
O que fAz Licencia uma técnica construtiva que diminui pela metade o tempo de construção de uma casa
ClIeNTes Construtoras de médio porte e consumidor final
fATurAmeNTO
de reais 5 milhões
(1)
1. Em 2012 Fonte Empresa
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ESpECIAL Habitação
A hAbitAção em números A situAção DA morADiA no brAsil As famílias que vivem em domicílios próprios ou alugados excedem o número total de moradias — e também há muitas casas desocupadas Há mais famílias do que moradias (em milhões) 2007
55,9 59,4
2009
58,6 62,2
Número total de domicílios no Brasil
61,4
64,3
Famílias residentes em domicílios particulares(1) 1. Inclui famílias que dividem o mesmo domicílio
Déficit habitacional
(2)
6,1
2011
milhões
é o número de domicílios desocupados no Brasil, de acordo com o Censo de 2010
As PrinCiPAis neCessiDADes Ainda há muitos domicílios sem infraestrutura e serviços básicos... Domicílios sem água encanada (em %)
22,2
17,8
2000
2010
(em milhões de residências)
5,5 5,7 5,4
2007 2009 2011
2. Domicílios precários, em situação de coabitação, habitados por famílias que comprometem mais de 30% da renda domiciliar total em aluguel ou que possuem mais de três habitantes por cômodo Fontes Ipea e Pnad
Domicílios sem ligação com a rede de esgoto (em %)
A vAlorizAção Dos imóveis O Brasil ocupa a quinta posição no ranking dos países onde o preço dos imóveis mais aumentou desde 2009(1) Valorização dos imóveis no Brasil (em relação ao ano anterior)
52,8 2000
Países com as maiores valorizações em 2012 (em %)
44,5 2010
25%
2521 17 17 12
2010
Fonte Censo 2010
22%
2009
26% 12%
2011
2012
China Emirados Árabes Índia Turquia Brasil
1. Considera o preço médio do metro quadrado de um imóvel de 120 metros quadrados na principal cidade de cada país Fontes Ibope Inteligência, EXAME/Fipe e Global Property Guide
ACesso A CréDito imobiliário Os recursos destinados ao financiamento imobiliário vêm aumentando, mas a relação dessas linhas de crédito com o PIB ainda é pequena Valores financiados(1) (em bilhões de reais)
34,0 56,2 79,9 82,8
...e a falta de trabalhadores pressiona os custos com mão de obra, tornando as obras mais caras Variação anual do custo de mão de obra (em %) 7,6
9,9 10,7 9,5
Crédito imobiliário em relação ao PIB no Brasil... 2008 2010 2012
2,3% 4,1% 6,8%
...e em outros países(2) México Chile EUA 2009 2010 2011 2012
9,1% 11,5% 76,1%
1. Com recursos da Poupança SBPE 2. Em 2011 Fontes Abecip e Banco Central
2009 2010 2011 2012
Fonte INCC-M/FGV
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é preciso mais produtividade
Um dos mais respeitados especialistas do mercado de imóveis brasileiro, o empreendedor Fabio Nogueira diz por que as pequenas e médias empresas são fundamentais para aumentar a eficiência do setor maria Luisa mendes
mercado fnanceiro. Sua especialidade são mecanismos ligados a imóveis, como hipotecas, securitizações e créditos imobiliários. Mas, sinceramente, é um desperdício tomar o tempo dele para falar apenas de papéis. A parte mais interessante da conversa não está em prever se o preço dos imóveis está para subir ou cair, ou em especular se comprar apartamento para alugar é bom investimento. Suas opiniões sobre o que precisa ser feito para que cada vez mais brasileiros possam morar decentemente é o que merece maior atenção — sobretudo da parte de empreendedores interessados em construir negócios que ajudem a resolver os grandes problemas do país. Nogueira está com 52 anos. “Estou numa idade em que me sinto muito tranquilo para fazer aquilo em que acredito”, diz ele. Conheça, pois, suas crenças. exame pme O crescimento no setor de imóveis fez a oferta de domicílios crescer mais de 9% desde 2007. Mas o déficit habitacional estacionou em torno de 5 milhões de residências. Por que não houve avanço? fabio nogueira Uma razão é o poder aquisitivo, que cresceu. A outra é o bônus demográfco, que está trazendo muitos jovens para o mercado de trabalho. O défcit teria subido muito mais se a oferta de imóveis e fnanciamento não tivesse crescido. O maior problema está no que chamo de défcit qualitativo.
GERMANO LüDERS
o
paulista fabio nogueira passou as últimas três décadas no
fabio nogueira (1)
Brazilian MOrtgages — São Paulo (SP) Companhia hipotecária que origina créditos imobiliários no mercado brasileiro
créditos concedidos
1 bilhão de reais
(2)
1. Cofundador/adquirida pelo Grupo Pan em 2011 2. Período encerrado em março de 2013
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ESpECIAL Habitação O que é déficit qualitativo?
É a grande quantidade de famílias que têm onde morar, mas moram mal. São domicílios sem acesso a rede sanitária, água encanada e que carecem de algum tipo de manutenção. O déficit qualitativo é um problema maior que a dificuldade de obtenção de crédito?
Até recentemente, a difculdade de fnanciamento era gigante. Mas esse é um obstáculo que vem sendo enfrentado. Hoje é possível pagar uma casa em 35 anos. Pouco tempo atrás, o prazo máximo era de 15 anos. A relação entre crédito imobiliário e PIB hoje é de quase 7%. Era de 4% em 2010. O importante é a tendência — a previsão é chegar a 10% em quatro anos. Quantos setores estão evoluindo tanto assim? Qual a importância dos empreendedores para atacar o déficit qualitativo?
É enorme. Muitos dos entraves estão em mercados que não interessam a grandes companhias, mas que são ótimas oportunidades para uma pequena ou média empresa. Cabe a elas diminuir vários gargalos. Dê um exemplo.
Um deles é aumentar o nível de industrialização, que é baixo quando comparado com outros setores. Um dos negócios abordados na reportagem, a Tecverde (veja na pág. 67), está fazendo isso. [A fábrica da empresa produz estruturas que já incluem paredes e coberturas. Elas são transportadas para o local da construção, onde a obra é fnalizada.] O produto da Tecverde estimula a celeridade e diminui o desperdício, na medida em que traz mais planejamento e profssionalismo para o setor. Como a Tecverde traz profissionalismo?
Produzir uma estrutura pré-moldada exige um mínimo de controle de qualidade e gestão. É preciso cumprir cronogramas. De outra forma, uma empresa dessas não consegue bons clientes, não consegue entrar na cadeia produtiva. Ela ajuda a trazer qualidade de gestão — algo muito importante para a efciência do setor.
A questão habitacional vai muito além dos programas de financiamento
A maioria das casas populares precisa de reforma, mas poucas estão sendo consertadas. Isso é déficit qualitativo?
A incompreensão da importância de manter a manutenção da casa em dia pode ter graves consequências. Uma torneira pingando é uma fonte de desperdício de água. Um encanamento de má qualidade pode estar ligado a uma infltração. Infltrações
estragam paredes e aumentam a umidade da casa, o que pode agravar doenças. Somados, esses problemas comuns podem evoluir para danos que afetam a qualidade e o valor do imóvel. Nossa reportagem encontrou uma startup, a Na Reforma, que faz cartilhas e workshops para explicar a comunidades carentes como fazer diagnósticos de problemas na casa. Esse negócio tem futuro?
Tudo o que vem para ampliar o conhecimento sobre moradias e despertar a consciência para os problemas é muito importante. Quem são os clientes? São fabricantes de material de construção.
Isso diz muito sobre as mudanças que estão acontecendo neste país. Até pouco tempo atrás, seria impensável ver fabricantes promovendo algo que pudesse não gerar resultado direto. Começam a ser ligados elos importantes na cadeia produtiva. O bacana é que o impacto do trabalho da Na Reforma vai além de quem recebeu a aula. Esse cara vai ensinar ao flho, ao vizinho. Adorei essa empresa. Outra empresa que achamos é a Centro Vivo, que compra edifícios depredados, os reforma e põe os apartamentos à venda.
Olha, essa empresa faz muito mais do que isso. Ela ajuda a mudar a cultura do brasileiro de classe média de querer só imóvel novo. Sou fã de imóveis usados. A gente entra neles, vê, toca. Não tem perigo de comprar um sonho. Reciclar imóveis é fundamental, senão eles viram sucata. É bom para o meio ambiente. Qual a diferença entre a Centro Vivo e investidores que ganham dinheiro vendendo imóveis velhos depois de reformados?
Alguém que sai atrás de encanador, pedreiro, marceneiro é apenas uma pessoa fazendo reforma. Outra coisa é um empreendedor montar uma empresa que compra prédios problemáticos que ninguém quer, os restaura e transforma em moradia. É preciso ter processos, produtividade, saber diluir custos. A Centro Vivo ataca o desperdício [o imóvel abandonado], o custo [aproveita terrenos, que estão cada vez mais caros, sobretudo nos centros urbanos] e traz liquidez para um investimento encalhado. Segundo algumas estatísticas, há mais de 6 milhões de domicílios vazios ou abandonados. É mais que o déficit habitacional brasileiro. Faltam casas, mas também sobram. O que fazer?
A questão vai muito além dos programas de fnanciamento governamentais. É um mercado complexo, com um monte de desafos — e, portanto, oportunidades. É uma realidade a ser mudada. E mudar realidades é a missão do empreendedor. n
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souempreendedor meu sonho move o Brasil
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Fernanda Frazão
Lições sobre franquias
Cristiana Mendanha, da clínica de estética Duohaus, em Brasília, foi a vencedora do torneio cultural deste mês. Ela ganhou um curso sobre como construir uma rede de franquias oferecido pela consultoria Grupo Bittencourt. “Franquear um negócio requer mais investimento do que eu esperava”, diz.
corbis/latinstock
Quem eles admiram
Walt Disney: sonhar é fazer
Quais são os grandes ídolos que inspiram os empreendedores brasileiros? Alfredo Kepler, da Intrade Book, de Florianópolis, citou Walt Disney e sua frase famosa: “Se você pode sonhar, você pode fazer”. Cláudio Menezes, da paulistana Oxys, lembrou Irineu Evangelista de Sousa, o barão de Mauá. “Ele sempre esteve à frente de seu tempo.”
Cristiana, da Duohaus: investimentos
35028 pessoas viram os posts da página do movimento Sou Empreendedor em julho
Troca de cartões virtuais
Muitos empreendedores trocaram contatos num happy hour virtual em julho. Emiliana Vieira, da paulistana Mil Eventos e Promoções, ofereceu locação de equipamentos para Milton Ferreira, de sorocaba, dono da opus Produções.
Estava faltando um lugar na internet em que os empreendedores tivessem voz e pudessem se comunicar de um jeito simples — Hellen Adriano, Santo Dessert Sobremesas, de Fortaleza, CE
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fazer melhor recursos
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Vaquinha pEla intErnEt Como usar os sites de crowdfunding — uma forma de financiamento coletivo para empreendedores que têm uma ideia, mas não têm dinheiro Camilla GinEsi
O Marcelo Beraldo e André Juliani Cine JoiA
Daniela Toviansky
Casa de shows
o que foi feito com o dinheiro
Doze concertos de artistas alternativos
s empreendedores costumam estabelecer prioridades na hora de reinvestir os lucros de suas empresas — conceder benefícios para o pessoal e investir em infraestrutura estão entre as principais. Em meio a tantas necessidades urgentes, é comum que a grana para projetos experimentais, como a criação de um novo produto ou serviço, fque curta. Uma alternativa para colocar ideias novas em prática é usar os sites de crowdfunding, que permitem que várias pessoas e empresas fnanciem juntas um projeto contribuindo com certas quantias em dinheiro, numa espécie de vaquinha. Essa forma de fnanciamento coletivo vem se popularizando desde 2009, quando o site americano Kickstarter foi lançado. Antes limitado a projetos sociais e culturais, agora o crowdfunding está se disseminando entre donos de pequenas e médias empresas no Brasil. Um dos maiores sites do gênero no país, o Catarse intermediou em 2012 quase 300 projetos — juntos, eles receberam pouco mais de 4 milhões de reais. A seguir, mostramos como o dinheiro arrecadado por meio de sites de crowdfunding pode ser útil para alcançar quatro objetivos — conseguir recursos sem contrair dívidas, construir uma rede de parceiros, testar a aceitação de produtos e serviços e posicionar a empresa a respeito de uma causa. Agosto 2013 | Exame pmE | 83
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fazer melhor recursos Carolina optou por fnanciar o site da Materioteca num serviço de crowdfunding porque ela mesma já tinha ajudado seis outros projetos. Um deles foi o do matemático Filipe Moura, de 30 anos, um dos fundadores da paulistana Metamáquina, que fabrica impressoras 3D. A Metamáquina foi uma das primeiras empresas no Brasil fundada com dinheiro de fnanciamento coletivo. Os sócios, que não tinham capital próprio para criar a empresa, conseguiram mais de 30 000 reais no Catarse em março do ano passado. “Neste ano, deveremos vender 300 impressoras 3D e chegar a um faturamento próximo a 1 milhão de reais”, diz Moura. Para Cassio Spina, diretor da Anjos do Brasil, associação que reúne investidores em empresas nascentes, os sites de crowdfunding podem ser mais bem aproveitados por empresas que, assim como a MateriaBrasil e a Metamáquina, têm projetos que podem mostrar resultado em pouco tempo. “Os doadores se interessam mais por iniciativas que já estão em fase de execução”, afrma Spina.
Conseguir dinheiro sem fazer dívida
Construir uma rede de parCeiros Quem inscreve um projeto num site de crowdfunding recebe dinheiro de 130 pessoas e empresas diferentes, em média. Se o autor da proposta for um empreendedor, uma parte dos apoiadores tende a ser de clientes e fornecedores que já conhecem a empresa. Há, ainda, uma parcela dos doadores que investem no projeto tão somente por gostar daquela ideia. Está aí uma das maiores oportunidades para pequenas e médias empresas que usam serviços de crowdfunding — criar uma rede de novos parceiros. “Empreendedores costumam ser mais metódicos ao explicar como vão utilizar os recursos, o que aumenta as chances de ganhar a adesão dos
DAnielA ToviAnsky
Muitos donos de pequenas e médias empresas que estão à procura de capital para um novo projeto não pretendem contrair dívidas com bancos. É o caso de Carolina Piccin, de 34 anos, sócia da MateriaBrasil, consultoria ambiental de São Paulo que deve faturar 4 milhões de reais neste ano. “Tínhamos um projeto engavetado há meses”, diz ela. “Acabávamos adiando sua execução porque os estudos da consultoria consomem boa parte dos investimentos.” Em abril deste ano, Carolina decidiu criar uma vaquinha no site Catarse. Sua ideia era colocar na internet um banco de dados que já existia fsicamente, em que é reunida mais de uma centena de fornecedores de material de construção e artigos de decoração cuja fabricação tem atestado de baixo impacto ambiental. Em pouco mais de um mês, 235 pessoas e empresas doaram mais de 33 000 reais — e a ideia saiu do papel. “O banco de dados foi chamado de Materioteca”, diz Carolina. “No site, qualquer pessoa pode encontrar produtos certifcados e seus fornecedores”, diz Carolina. A iniciativa ajudou a MateriaBrasil a se tornar mais conhecida — e atraiu novos clientes, como Embraer e Goodyear, que conheceram a empresa por meio do novo site. 84 | exame pme | Agosto 2013
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doadores”, diz Spina. Algumas ações podem ajudar quem pretende criar uma rede de contatos por meio dos projetos de crowdfunding. Uma delas é divulgar o projeto em redes sociais e blogs. “É um bom termômetro para saber se as pessoas acham a ideia boa”, diz Caio Tendolini, um dos responsáveis por selecionar os projetos em que a fabricante de bebidas energéticas Red Bull investe por meio do Catarse. “Um bom projeto costuma angariar um grande número de simpatizantes que, mesmo sem muito dinheiro para doar, fazem campanha pela ideia.”
testar produtos e serviços
Carolina piccin
MateriaBrasil
Consultoria ambiental
o que foi feito com o dinheiro
Um site com uma lista de materiais de baixo impacto ambiental
Vaquinhas virtuais têm papel fundamental na casa de shows paulistana Cine Joia, fundada em 2011 por Marcelo Beraldo e Facundo Guerra, de 39 anos, André Juliani, de 38, e Lúcio Ribeiro, de 48. Há dois anos, acontecem no Cine Joia shows fnanciados em sites de crowdfunding, como Playbook e Queremos!, especializados em eventos musicais. Funciona assim: uma data é reservada na agenda do artista e, se o dinheiro necessário para trazê-lo for conseguido em uma semana, o show é confrmado. “Os fãs se engajam para valer”, afrma Alessandro Sophia, sócio da Playbook. “Alguns deles podem receber recompensas, como visitas ao camarim e fotos com o artista.” Criado para receber shows de artistas pouco conhecidos para, no máximo, 1 500 pessoas, o Cine Joia costuma usar Agosto 2013 | Exame pmE | 85
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fazer melhor recursos bastante o crowdfunding para se certifcar que uma atração vai mesmo gerar bons resultados. “Para uma casa pequena, como a nossa, saber se haverá pagantes sufcientes é muito importante”, diz Beraldo. Os mais de 120 shows agendados para 2013 deverão render receitas próximas a 10 milhões de reais — 60% mais do que em 2012. Todos os 12 shows anunciados em sites de crowdfunding até hoje conseguiram o dinheiro necessário para acontecer, algo em torno de 40 000 reais por concerto. A paulistana Amanda Ramos, de 21 anos, foi no último show que aconteceu por causa de uma vaquinha. A atração era o cantor inglês Paul Banks, do Interpol. Foi a primeira vez que Amanda ajudou a fnanciar um show. “Posso dizer, com orgulho, que ajudei a trazer um ídolo para o Brasil”, diz ela.
como aproVeiTar o
croWDFunDinG
o que não pode deixar de ser feito para o projeto de sua empresa dar certo... anTes
Definir quanto o projeto vai custar. Se o valor total for superior a 60 000 reais, é o caso de dividi-lo em etapas. É preciso levar em conta nessa fase que todos os apoiadores deverão re-
ceber uma recompensa pela ajuda. Se o dinheiro for usado para criar uma nova versão de determinado produto, os doadores podem receber um exemplar antes do lançamento.
DuranTe
Colocar em prática um plano de divulgação. É muito comum que alguns apoiadores concentrem doações logo nos primeiros dias — e que depois o projeto fique esquecido. Vários recur-
sos podem funcionar para movimentar a página da vaquinha. Um vídeo apresentando a ideia é essencial. Também funciona fazer campanhas de divulgação em redes sociais e blogs.
Depois
Organizar uma lista com todos os apoiadores e mantê-los atualizados sobre o andamento do projeto. Muitos doadores podem se zangar caso não vejam os resultados de sua contribuição se con-
vertendo em algo prático. Não prestar contas pode fazer com que a empresa sofra efeitos negativos — e o que era para ser um projeto colaborativo pode se tornar uma crise.
...e que recompensas podem ser obtidas ao apoiar projetos de terceiros posicionar-se sobre uma causa Lançar projetos que dependem do dinheiro alheio para sair do papel pode ser uma boa maneira de reforçar posições de uma pequena ou média empresa sobre determinadas causas. Os sócios do Cine Joia evidenciam uma de suas missões cada vez que propõem novos shows — a de aumentar a oferta de turnês que estão à margem do circuito comercial. “Essa postura costuma ser bemvista pelos clientes e ajuda a empresa a angariar mais simpatizantes”, afrma Diego Reeberg, sócio do Catarse. “Ao convidar os clientes a participar ativamente da execução de um novo projeto, é como se os empreendedores reafrmassem a todo momento que a opinião dos que estão de fora é muito importante para quem dirige a empresa.”
markeTinG
Alguns dos donos de projetos costumam reservar às empresas apoiadoras um espaço para que exponham suas marcas. O mais comum é incluir no projeto o logotipo das empresas que deram grandes quantias em dinheiro — uma forma de identificá-las como apoiadoras. No novo site da MateriaBrasil, há um selo do Asas, instituto criado pela Red Bull para investir em negócios sociais.
reTorno
Devolver parte do dinheiro ao apoiador não é incomum. Donos de projetos que conseguem um rápido retorno muitas vezes até devolvem tudo. Isso acontece com quem ajuda a financiar shows em sites como Queremos! e Playbook. Nos casos em que a bilheteria é mais do que suficiente para bancar o show e garantir a margem da casa, os financiadores costumam receber o pagamento antecipado de volta.
socieDaDe
O financiamento coletivo que dá aos apoiadores o direito de se tornar sócios da empresa ainda não é comum no Brasil, mas alguns sites já estudam lançar serviços dessa natureza. É recomendável que os empreendedores que optem por esse modelo de recompensa procurem apoio jurídico, já que tornar doadores sócios pode ser interpretado como uma espécie de oferta pública de cotas da empresa. Fontes Caio Tendolini (Asas), Cassio Spina (Anjos do Brasil), Diego Reeberg (Catarse), Luísa Bonin (Impulso), Natalie Assad (Partio) e empresas
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na pRática
REnato RomEo | É sócio da SaleSolution e autor do livro Vendas B2B — Como Negociar e Vender em Mercados Complexos e Competitivos
o abismo das vendas
Quando deixa de fechar um negócio, uma pequena ou média empresa arca com um custo, que pode afetar a rentabilidade
comprar um carro. Precisava de um modelo pequeno e simplesinho, para bater no dia a dia aqui no interior, onde moramos, e poupar o carro maior. Depois de uns dias procurando, encontrei: carrinho de senhora que ia apenas ao supermercado, com 13 000 quilômetros rodados e todas as revisões feitas. Quando tentei regatear o preço com o vendedor, ele foi claro e disse que o carro tinha acabado de entrar na concessionária e, pelas ótimas condições em que estava, ia sair rapidinho de lá. Fechei o negócio na hora e saí da loja pensando como é bom vender pão quente. Mas nem sempre é tão fácil. Na verdade, toda tentativa de fechar um negócio é uma viagem rumo ao desconhecido, como no tempo das grandes navegações. Logo adiante, pode estar o precipício temido por tantos empreendedores: o cliente aborrecido e a venda perdida. Normalmente, 60% dos clientes não efetuam a compra. Em geral, uns 30% não vão comprar por causa do vendedor, seja porque não foram com a cara dele, seja porque o profssional não fez um bom atendimento. A venda perdida também pode acontecer por responsabilidade da empresa. Se o estoque não é gerenciado adequadamente, por exemplo, lá se vão oportunidades de vendas. Problemas relacionados à gestão e ao fato de o consumidor só estar sondando, sem reais intenções de compra, respondem por outros 30% dos negócios não fechados.
corbis / lAtinstock
D
ias atrás saí com minha mulher para
E quanto custa o que você deixou de vender? Depois de ler tudo isso, até a velhinha que me vendeu o carro saberia responder. Simples. Quando um pedido deixa de ser fechado, você perde o lucro que seria gerado. Então, se mais da metade das possibilidades de vendas em geral não se concretiza, como é praxe no mercado, você perde metade do lucro que poderia ter. Duro, não? Por isso existe uma crença geral no mercado que, ao investir
Perder a venda é como navegar sem rumo: custa caro
em um bom treinamento de vendas e na gestão de estoque, é possível dobrar o lucro de uma empresa. Trata-se de uma oportunidade tão boa quanto descobrir o caminho das Índias depois de navegar por mares cheios de perigos e maldições. Empreendedores que colocam no papel o custo da venda perdida e montam uma estratégia para fechar mais pedidos têm mais chance de se manter no mercado e crescer.
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inovação &TEcnologia Edição | fabrício bErnardEs
FABIANO ACCORSI
minha solução
Eric Winck alice Wonders — São Paulo, SP
Clique aqui para descer
O que foi feito Foi criado um dispositivo que substitui o botão e aciona o elevador automaticamente quando um funcionário escreve um e-mail com o assunto “venha”. Resultado “Acabou a dor de cabeça com o botão”, diz Winck. E a ideia integrou a equipe. “Foi interessante ver o designer e o técnico em eletrônica trabalhando juntos numa solução inusitada”, diz Winck.
rEdEs sociais
Para enxergar tudo no Facebook
Em julho, o Facebook lançou a busca social, ferramenta que vasculha registros de preferência e comportamento de seus mais de 2 bilhões de usuários. O sistema responde a perguntas que o Google e o Yahoo! não conseguem, como “filmes e livros que meus clientes de São Paulo gostam” ou “quais restaurantes espanhóis os fãs da minha página frequentam”. Eis três oportunidades que o serviço pode oferecer aos empreendedores, de acordo com David Reck, diretor da agência de mídias sociais Enken.
rElEvância
O sistema de busca funciona como o Google. O estabelecimento ou o serviço mais relevante aparece na frente. É priorizado quem tem uma fan page interativa e com muitos seguidores
cliEnTEs
É possível aprofundar o conhecimento sobre sua base de fãs traçando padrões — onde eles vivem, idade, lugares que mais frequentam e outros produtos e marcas que consomem
TEndÊncias
Dá para identificar novos mercados e intenções de compra buscando quais estabelecimentos são mais populares em determinada cidade ou quais temas seus clientes andam comentando mais
CORBIS/lAtINStOCk
O problema Até o final de 2012, os funcionários da Alice Wonders, agência paulistana de marketing digital, viviam em pé de guerra com o elevador. O prédio em que a empresa está é antigo. “O botão do elevador sempre quebrava”, diz Eric Winck, dono da agência. “Era comum termos de descer ou subir vários andares de escada.”
— Com reportagem de Italo Rufino
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tarEfas
Em time que está ganhando se mexe
Nos últimos meses, aplicativos que facilitam o trabalho em equipe ganharam versões para aparelhos móveis. Com eles, o empreendedor pode compartilhar documentos, organizar a agenda dos funcionários e criar projetos a partir de tablets e smartphones. Eis três aplicativos que ajudam a melhorar o ritmo de trabalho na empresa e a aumentar a produtividade.
Funcionários integrados
Veja três aplicativos que ajudam a organizar o fluxo de tarefas — dentro e fora do escritório
Aplicativo
Características
Dropbox
Permite compartilhar planilhas, apresentações e PDFs. O usuário pode selecionar arquivos que serão sincronizados em tempo real com todos os seus aparelhos. Há versões grátis e pagas
Flow
Possibilita criar projetos e organizá-los por prioridades. Também é possível delegar tarefas a outros funcionários por e-mail, mesmo que a pessoa não tenha o aplicativo. Grátis
Tempo.ai
Auxilia em todos os passos de um compromisso, incluindo status de voo e reservas de estacionamento. Dispara e-mails, alertando sobre reuniões e eventos. Grátis
49 % prodUtividadE
dos funcionários de pequenas e médias empresas acreditam que as redes sociais corporativas aumentam sua produtividade. No entanto, o estudo divulgado pela Microsoft no mês passado aponta que as pessoas preferem usar as redes sociais abertas — como Facebook e LinkedIn — quando o objetivo é contatar novos clientes e fornecedores e pesquisar sobre a concorrência.
Ultrabooks
Ainda mais leves e finos
Conheça três opções de notebook mais compacto que a média, mas com boa capacidade de memória e autonomia de bateria(1)
macbook pro Apple, R$ 9 999
Possui tela de retina de 15 polegadas iluminada por LED. A bateria dura até 7 horas em uso contínuo. Pesa 2 kg
arqUivos
O sonho da nuvem própria
Um estudo recente da HP mostra que até 2016 cerca de 40% das empresas devem adotar o modelo de nuvem particular, quando um servidor online exclusivo é gerenciado por funcionários próprios de TI. O motivo principal é a segurança. Apenas 15% devem contratar a nuvem pública, quando os arquivos são hospedados por terceiros, como Dropbox e Google Docs. Veja as preferências por tipo de nuvem e as principais preocupações ao adotá-las.
Preocupações
) Pública ) Privada gerida ) Privada gerida ) Servidor por terceiros
pela empresa
tradicional
15% 15% 21% 20% 2013 ))))))))))))))))))))))))))))))) 37% 2016 ))))))))))))))))))))))))))))))))) 39% 2013 ))))))))))))))))))))))) 25% 2016 ))))))))))))))))))))))))) 28%
)))))))))))))) 2016 )))))))))))))) 2013 ))))))))))))))))))) 2016 )))))))))))))))))) 2013
1º
Segurança
2º
Contrato
3º
Suporte
Dell, R$ 4 499
A tela de 12 polegadas é rotativa e pode ser usada como tablet. A bateria dura 8,5 horas. Pesa 1,5 kg
72% 61% 59%
U500vZ
Asus, R$ 7 999
A tela de 15 polegadas é sensível ao toque e o teclado é iluminado. A bateria dura até 7 horas. Pesa 2 kg
1. Preços colhidos em julho de 2013 Fonte Empresas
Adoção da nuvem pelas empresas pesquisadas (em 2013 e 2016(1))
Xps 12
1. Previsão Fonte Converged Cloud HP Research Report/maio 2013. Respostas com múltipla escolha com executivos de 550 empresas
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LIVROS Gestão 1
Livros para ter na estante As lições de dez livros de negócios mais vendidos pela livraria online da Amazon nos últimos tempos
G
estão de pessoas, projetos, tomadas de
decisão e governança corporativa são alguns daqueles temas que invariavelmente aparecem no topo da lista de preocupações de empreendedores à frente de negócios emergentes. Não por acaso, esses são alguns dos assuntos abordados nos livros que estão entre os títulos de negócios mais vendidos nos últimos tempos na Amazon, a maior loja virtual do mundo. O levantamento foi feito pelo site Exame.com e leva em consideração apenas aqueles livros já traduzidos para o português. Alguns títulos resistem há mais de uma década na preferência dos leitores — hoje, são também lidos em tablets e smartphones. Entre os clássicos estão incluídos Empresas Feitas
para Vencer, do consultor americano Jim Collins, lançado em 2001, e Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Efcazes, do também americano Stephen Covey, que teve sua primeira edição publicada em 1991. No amplo universo de temas, há desde livros baseados em pesquisas acadêmicas e científcas até outros com — prepare-se para uma série de chavões — um forte viés de autoajuda corporativa, nos quais a chave para o sucesso são as frases feitas. O americano Dale Carnegie, autor de Como Fazer Amigos e Infuenciar Pessoas, por exemplo, ensina: “Não se queixe da neve no telhado da casa do seu vizinho quando a soleira da sua porta não está limpa”. Talvez isso não seja muito útil nem para fazer amigos nem para infuenciar pessoas. Mas vende muito livro.
1
Os 5 Desafios das Equipes
Patrick Lencioni Campus/Elsevier (2009) O autor lista cinco dificuldades que costumam existir entre os funcionários e que precisam ser combatidas — a falta de confiança, de compromisso, de foco, o medo de conflitos e a fuga de responsabilidades.
2
Algumas obras estão há mais de uma década na lista de preferência dos leitores
Blink
Malcolm Gladwell Rocco (2005) O autor diz que é possível treinar para se tornar um tomador de decisões instantâneas com base na intuição. O livro explica por que algumas pessoas tomam decisões brilhantes dessa forma enquanto outras seguem caminhos equivocados.
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3 3
Drive
Daniel H. Pink Campus/Elsevier (2010) O americano Daniel Pink estudou por mais de 40 anos quais são as motivações para que uma pessoa persiga seus objetivos. Não é só dinheiro, mas, sim, a realização de criar coisas novas e que causem impacto positivo na sociedade. Por isso, os planos de incentivo de curto prazo criados pelas empresas podem limitar o desempenho dos funcionários.
4
Empresas Feitas para Vencer
Jim Collins Campus/Elsevier (2001) O americano Jim Collins analisou, com base em um estudo com 1 435 companhias, os fatores que levaram empresas medianas a dar um salto de excelência e se tornar duradouras. Uma das razões é que seus donos e executivos se preocuparam, primeiro, com o sucesso da empresa, e não com sua própria riqueza ou status.
5
Os 7 Hábitos das pessoas Altamente Eficazes
Stephen R. Covey BestSeller (2005) Poucos são os empreendedores que conseguem dar conta da rotina, pensar na estratégia dos negócios e ainda encontrar tempo livre no final do dia. O livro reúne recomendações para organizar a agenda em prioridades.
6
Fora de Série
Malcolm Gladwell Sextante (2008) O que supostos talentos natos, como Mozart, Beatles e Ronaldo, têm em comum? Desde cedo eles treinaram muito. De acordo com o autor, a excelência — em qualquer atividade — só chega após 10 000 horas de prática.
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LIVROS Gestão
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7
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Rápido e Devagar
Daniel Kahneman Objetiva (2012) O professor israelense Daniel Kahneman, ganhador do Nobel de Economia em 2002, reúne estudos sobre a maneira como tomamos decisões — por meio do pensamento rápido, intuitivo e emocional, ou do pensamento devagar, lógico e ponderado. De acordo com o autor, pensar devagar sobre tudo é simplesmente impossível. Por outro lado, há situações em que a intuição nos leva para o caminho errado — é o momento de desacelerar. Nos negócios, alternar as formas de decidir pode evitar problemas, como o excesso de confiança, a dificuldade de planejamento e a falta de equilíbrio diante de perdas financeiras.
Conhecimento em Gerenciamento de projetos
Vários autores Saraiva (2009) Desenvolver um plano consistente é fundamental para que uma empresa alcance suas metas. A obra ensina como elaborar projetos usando as melhores práticas de uma metodologia chamada PMI. Os três aspectos que mais demandam gerenciamento são as definições de objetivos, prazos e custos.
9
Como Fazer Amigos & Influenciar pessoas
Dale Carnegie Companhia Editora Nacional (52a edição — 2012) O autor afirma que o sucesso de uma empresa depende muito da capacidade que o empreendedor tem para se comunicar, liderar e passar entusiasmo para sua equipe.
O livro sugere técnicas para se relacionar bem, como sorrir, não reclamar de tudo, se lembrar do nome das pessoas e se colocar no lugar dos outros.
10
Faça Acontecer
Sheryl Sandberg Companhia das Letras (2013) A obra foi escrita por Sheryl Sandberg, braço direito de Mark Zuckerberg à frente do Facebook. Ela faz uma reflexão sobre o papel da mulher nas empresas e por que ainda são minoria nos postos de comando. Segundo Sheryl, os homens têm mais ambição, facilidade de fazer networking e receber indicações profissionais. E diz que as empresas também têm parte importante da culpa ao não criar ambientes mais flexíveis. — Com reportagem de Luísa Melo, de Exame.com
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ondE Encontrar A numeração das páginas se refere ao início da reportagem em que a empresa é citada
Apetit (p. 28)
Centro Vivo (p. 67)
Escola Concretta (p.67)
www.apetit.com.br
www.centrovivo.com
www.escolaconcretta.com.br
(43) 3374-1500
(11) 3362-0495
(61) 3027-4141
O que faz Administra
O que faz Reforma e vende
restaurantes corporativos Funcionários 2 000 Sede Londrina (PR) Clientes Usinas, indústrias de alimentos, tecidos, fertilizantes, medicamentos, transporte, logística e construção civil Fornecedores Atacadistas de alimentos e indústrias de equipamentos e utensílios para cozinha industrial Responsável Decarlos Manfrin (diretor de desenvolvimento)
edifícios residenciais Funcionários 5 Sede São Paulo (SP) Cliente Consumidor final Fornecedores Donos de edifícios e empresas de reforma em construção civil Responsáveis Henrique Staszewski e Benjamin Kulikowsky (sócios)
O que faz Oferece cursos profissionalizantes para construção civil Funcionários 120 Sede Brasília (DF) Cliente Consumidor final Fornecedores Fabricantes de material de construção Responsáveis Sidney Bezerra e Miguel Pierre (sócios)
Arvus (p. 28) www.arvus.com.br
(48) 4009-2704 O que faz Desenvolve equipamentos eletrônicos e softwares para gestão de frotas e agricultura de precisão Funcionários 75 Sede Florianópolis (SC) Clientes Produtores de grãos, madeira e cana-de-açúcar, fabricantes de máquinas e implementos agrícolas e operadores logísticos Fornecedores Fabricantes de eletrônicos e instrumentação Responsável Bernardo de Castro (diretor)
Canal do Crédito (p. 67) www.canaldocredito.com.br
(11) 3525-7406 O que faz Presta consultoria
de financiamento imobiliário Funcionários 20 Sede Belo Horizonte (MG) Clientes Consumidor final, construtoras, incorporadoras, corretores de imóvel e bancos Fornecedores Fabricantes de hardware e software Responsável Marcelo Prata (presidente)
Cine Joia (p. 82) www.cinejoia.tv
(11) 3231-3705 O que faz Mantém uma
casa de espetáculos musicais Funcionários 40 Sede São Paulo (SP) Cliente Consumidor final Fornecedores Fabricantes de bebidas, fornecedores de equipamentos de iluminação e de som e empresas de segurança e limpeza Responsáveis André Juliani, Facundo Guerra, Lúcio Ribeiro e Marcelo Beraldo (diretores)
Ecom Corretora de Energia (p. 28) www.ecomenergia.com.br (11) 2185-9500 O que faz Revende e gerencia
contratos de fornecimento de energia e gás e presta consultoria energética Funcionários 47 Sede São Paulo (SP) Clientes Indústrias alimentícia, automotiva, de papel e celulose, moveleira, química, têxtil, metalúrgicas e varejistas Fornecedores Revendedores de hardware, software e material de escritório Responsável Márcio Sant’Anna (sócio-diretor)
MateriaBrasil (p. 82) www.materiabrasil.com
(11) 3263-0834 O que faz Presta consultoria ambiental para empresas Funcionários 15 Sede São Paulo (SP) Filial Rio de Janeiro (RJ) Clientes Bancos, agências de design e eventos, escritório de arquitetura e indústrias Fornecedores Fabricantes de tintas, revestimentos, metais, têxtil e pisos Responsável Carolina Piccin (sócia-fundadora)
N&A (p. 28) www.naconsult.com.br
(71) 3415-2228 O que faz Presta consultoria em gerenciamento de projetos Funcionários 160 Sede Salvador (BA) Clientes Companhias de energia, varejo, turismo, hotelaria e construção civil Fornecedores Escritórios de contabilidade e advocacia e empresas de turismo Responsável Luís Carlos do Nascimento (diretor executivo)
Na Reforma (p. 67) www.nareforma.com
(11) 3230-6023 O que faz Produz materiais educativos sobre construção civil
Funcionário 1 Sede São Paulo (SP) Clientes Fabricantes
e varejistas de material de construção e consumidor final Fornecedores Gráficas, agências de design e fabricantes de hardware Responsável Fabiana Dias (diretora executiva)
Nail on Wall (p. 21) www.nailonwall.com (11) 2769-2951 O que faz Expõe obras
de arte à venda pela internet Funcionários 5 Sede São Paulo (SP) Clientes Consumidor final e colecionadores Fornecedores Galerias de arte e fabricantes de software Responsável Luca Parise (sócio-fundador)
Sana Agro Aérea (p. 28)
(19) 3571-2668
O que faz Presta serviço de pulverização aérea em lavouras Funcionários 50 Sede Leme (SP) Clientes Indústrias, agropecuária e siderúrgicas Fornecedores Distribuidoras de combustíveis e lubrificantes Responsável Max Zenker Justo (gerente comercial)
Tecverde (p. 67) www.tecverde.com.br
(41) 3209-2431 O que faz Constrói edifícios residenciais Funcionários 30 Sede Curitiba (PR) Clientes Consumidor final, construtoras e incorporadoras Fornecedores Empresas de construção civil e fabricantes de hardware Responsável Caio Bonatto (diretor)
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abaixo dos seu pedido é uma ordem
os sócios pedro opice, de 26 anos, e Guilherme Gomes, de
27, gostam de atender aos pedidos extravagantes de seus clientes. Eles são donos da Jazz Side, empresa paulistana especializada em presentes sob encomenda. Numa ocasião, Opice e Gomes marcaram uma partida de tênis nos Estados Unidos com o ex-tenista Pete Sampras. Noutro caso, alugaram um carro de Fórmula 1 para que seu cliente pudesse dar umas voltas num autódromo de verdade. “Também já levamos pessoas que queriam participar de uma festa da cantora americana Beyoncé”, diz Gomes. A empresa foi fundada há três anos. “Percebemos que havia espaço no mercado para um negócio que ajudasse consumidores com alto poder aquisitivo a realizar seus desejos”, afirma Opice. Em média, a Jazz Side fecha 100 negócios por ano. Os presentes podem custar de 1 000 a 60 000 reais, de acordo com a dificuldade e o custo do presente escolhido — a empresa cobra ainda uma taxa de pesquisa de 500 reais para cada pedido. Em 2012 as receitas chegaram a 1,3 milhão de reais. Camilla GinEsi
pedro opice — 26 anos Guilherme Gomes — 27 anos Jazz sidE — São Paulo, SP Presentes sob encomenda Conquista Já levou clientes para jogar tênis
Receitas 1,3 milhão de reais(1) 1. Em 2012
DAnielA ToviAnsky
com o ex-tenista Pete Sampras e para andar em um carro de Fórmula 1 num autódromo
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