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Sumário 8e9
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O DESEJO DE SER MÃE
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SOPHIA CHEGOU!
16 e 17
14 e 15 “POR ACASO, DESCOBRI QUE ESTAVA GRÁVIDA”
DESAFIOS E ALEGRIAS
DENISE E SOPHIA ...
Expediente Fábrica de Revistas Tô em Foco contato@fabricaderevistas.com.br 41 99961-6203 / 99647-2764 www.fabricaderevistas.com.br
Produção: Andrea Adelio e Sandro Oliveira Textos e edição: Andrea Adelio DRT 4030/PR
Fotografia: Sandro Oliveira / arquivo pessoal Projeto gráfico: Aldemir D. Batista
Distribuição dirigida / Venda proibida
Os textos foram produzidos a partir da narrativa da Denise Marel de Oliveira e os conteúdos são de sua inteira responsabilidade
O desejo de ser mãe Priorizando a vida a dois, os estudos e o trabalho, a maternidade foi adiada, mas veio na hora certa Após 10 anos de casada, uma faculdade em Pedagogia e dois cursos de pós-graduação, bateu forte o desejo da maternidade. “Senti que era o meu momento. Meu relógio biológico dava sinais e eu me sentia pronta. Sentia que era hora de formar uma família completa,” conta Denise. Mas, o que ela não imaginava era que a intensidade do desejo fosse equivalente ao tamanho do susto que levou ao descobrir que tinha ovários policísticos. Ao invés de um bebê, veio a dificuldade em engravidar, e durante dois anos foi preciso administrar a frustração. Entre tratamentos, e tentativas, o tempo foi passando e ela e o marido acabaram desistindo. Além de lidar com a decepção de um sonho não realizado, o casal que já estava junto há 14 anos, entre namoro e casamento, com frequência fora questionado por ainda não terem filhos. “A sociedade cobra sempre. Quando você está namorando querem saber quando vai se casar, quando não tem filhos querem saber o porquê, e assim vai. Mas nós, sempre muito reservados, não contávamos nada sobre o que estávamos passando. Minha resposta, meio na brincadeira, era que seria em agosto, “a gosto de Deus”.
Denise nasceu em 30.03.76, em Curitiba-PR. Formou-se em Pedagogia, fez pós em Projetos no âmbito escolar e não escolar e Psicomotricidade relacional e aquática. Com isso, a maternidade veio muitos anos depois do casamento e da formação acadêmica.
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MINHA RESPOSTA, MEIO NA BRINCADEIRA, É QUE SERIA EM AGOSTO, “A GOSTO DE DEUS”
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“Por acaso, descobri que estava grávida” A gestação foi constatada quando Denise já estava com 16 semanas
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O nome Sophia, de origem grega, quer dizer sabedoria
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om tantas coisas acontecendo, tribulações eventuais, mãe doente, questões de trabalho, entre outros. Denise tirou o foco da dificuldade ora enfrentada, e foi então que acabou engravidando. Mas, como seu ciclo menstrual não era regular e ela já estava há um ano sem menstruar, nem suspeitou. Contudo, em um determinado momento, achou que deveria ligar para sua ginecologista e pedir um medicamento para voltar ao ciclo normal. A médica, porém, pediu de imediato um exame, alegando que não poderia prescrever este tipo de medicação sem que ela fizesse um teste de gravidez. Então, ela fez o exame sem nenhuma pretensão, mas ao conferir o resultado se impressionou com o número gigantesco que apareceu, e que não dizia nem positivo e nem negativo. “Não entendi, mas rapidamente liguei para o Sandro que estava no trabalho, e pedi que ele conferisse, sem dizer do que se tratava. Ele me retornou a ligação, questionou, desligou, ligou novamente... ficamos uns 10 minutos querendo entender, suspeitando do que poderia ser, mas ainda sem acreditar. Foi muito emocionante,” recorda Denise. Na sequência marcou a consulta com a médica, que ao ver o resultado do exame confirmou que ela estava “muito grávida”, e que pelos números, já há tinha alguns meses. Começou então, a fazer o pré-natal. Já na primeira ecografia descobriu que estava de quatro meses e recebeu os parabéns por estar grávida de uma menina. “Era
muita informação ao mesmo tempo. Logo no primeiro exame, já ficamos sabendo o sexo do bebê. Não sabíamos nem por onde começar os preparativos da espera!” Apesar de estarem muito felizes com a realização de um sonho, o casal se viu também muito preocupado por terem perdido o tempo de fazer o ultrassom morfológico, que só pode ser realizado no início da gestação. Além disso, Denise tinha recém passado por um exame de endoscopia, tomado anestesia e medicamentos para tratar uma gastrite. “Tive enjoo, vômitos, mal estar. Mas, para mim, tinha sido apenas por um problema de estômago. Emagreci cinco quilos, fato que realmente não me fez suspeitar de uma gravidez,” ela conta. Por isso, a médica recomendou que apenas se ocupasse de se cuidar e se alimentar bem, já que não havia o que fazer, e curtir o momento. E assim ela fez. “Foi uma das melhores fases da minha vida.” SEM SABER Em uma viagem à praia, em janeiro de 2010, Denise e Sandro se divertiram muito, mas sem saber que Shophia já estava com eles. Uma caminhada de cerca de 20km de Caiobá até Matinhos, no Paraná, foi uma entre tantas outras atividades que poderiam ser consideradas de risco para grávidas. Além disso, sofreram um abalo emocional na volta da caminhada, pois foram surpreendidos por um forte temporal e passavam ao lado de um outdoor quando o mesmo
foi atingido por um raio e por muito pouco não caiu sobre eles. Foi um susto enorme e causou até certo pânico a todos que circulavam por lá. Mesmo assim, apesar do cansaço, do susto, e em ritmo de férias (como Denise não fazia ideia da gestação), ainda foi, naquele mesmo dia, a um show com o marido, assistir Luan Santana e Fer- Sandro e Denise a espera de Sophia nando e Sorocaba. O dia hormônios alterados e agindo em foi absolutamente marcante por mim!” vários episódios hilários que ainE ainda que tenha sido um susda presenciaram no evento e que, to, a gestação correu tranquila e ao relembrar, pensa no quanto se ela pôde curtir todo o desenvolviarriscaram. “As férias foram muito mento do seu bebê. As compras bem aproveitadas, mas certamendas roupinhas, os móveis e a dete, se soubesse da gravidez teria coração do quarto, imaginar como sido bem mais cautelosa,” diz ela. seria o rostinho do bebê ou como ficaria em cada traje. “Foi mágico. LEI DA NATUREZA Me senti encantada pela graça da maternidade. Mesmo eu que, diA natureza feminina dá os seus ferente da maioria das minhas sinais. Há quem diga não ser posamigas, que desde a infância já sível uma mulher não saber que manifestavam a intenção de seestá grávida, uma vez que são perrem mães, eu, ao contrário, nunca ceptíveis as evidências. É a lei da tinha imaginado tamanha alegria”. natureza. E com a Denise, não foi Veio depois, o momento da esdiferente. A questão é que, como colha do nome. Ela queria Valentijá estava sem esperanças e até na e o Sandro escolheu o nome mesmo havia desistido de engraJordana. Não tinha acordo para vidar, não imaginou que os sinais nenhum dos dois. Nem um e nem estavam relacionados com algo outro estava disposto a ceder. que há muito tempo vinha deseAconteceu que Denise se lembrou jando. Tanto que, mesmo não sados seus estudos de filosofia e do bendo que estava em gestação, nome Sophia, que, de origem greDenise recorda que foi um períoga, quer dizer “sabedoria”. E esse do em que se sentia muito bonita. foi o nome escolhido, pois rapida“Eu estava mais vaidosa e com um mente o marido também gostou e sentimento que nunca tinha senconcordou. tido até então. Acho que eram os Revista Tô em Foco | Maio.2020
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“
O momento em que o bebê chora, não tem como não chorar junto. É algo que sai da alma. É muito forte. Vem um choro involuntário e de muita alegria.
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Sophia chegou! Agosto foi o mês profetizado, sem querer, para o grande momento
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palavra tem poder! A “brincadeira” de que eles teriam filhos em agosto e “a gosto de Deus”, acabou se tornando um prenúncio do que estava para se realizar. Shophia nasceu no dia 3 de agosto de 2010, às 21h40, de uma noite gelada de 2 ºC, com 3,145 kg. “Principalmente quando a gente coloca Deus no meio, as coisas são conduzidas por Ele. A chegada da Sophia não foi quando nós decidimos ter um filho, e sim, quando Deus quis. Ele nos escolheu para que a recebêssemos no seu tempo. Denise queria parto normal, mas como não teve dilatação suficiente, acabou fazendo cesárea. Ela relata que as pessoas falavam muita coisa que a assustava sobre a anestesia, mas diz que foi um parto muito tranquilo e emocionante. “O momento em que o bebê chora, não tem como não chorar. É algo que sai da alma. É muito forte. Vem um choro involuntário e de muita alegria.”
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Denise e Sophia ... ...aprendendo a ser mãe e filha “Após a alta do hospital, quando voltamos para casa, minha mãe me ajudou bastante durante os primeiros 40 dias de vida da Sophia. Até pensei que ela não conseguiria, por estar com a saúde debilitada. Todavia, eu não conseguiria dar conta sem ela. Foi fundamental e sou muito grata pelo apoio que ela me deu,” afirma Denise. Com todas as novidades que vêm com a chegada de um recémnascido, a fase de adaptação foi de aprendizado diário. Reconhecer o choro de dor, de fome, de colo, de cólica. Enfim, até o terceiro mês tudo foi complicado, e elas estavam, na verdade, se conhecendo e ambas choravam muito. “Meu desejo era amamentar. Fiz de tudo para isso. Mas faltou leite, Sophia não engordava, pelo motivo de continuar horas chupando o bico do meu peito e não tinha nada. Tive rachaduras e acabei tendo que usar a complementação com mamadeira. Sophia seguiu com a amamentação no peito até 1 ano e um mês, quando ela mesma não quis mais, aí continuou apenas com a mamadeira. Hoje percebo que faltou orientação médica.” Com o leite de mamadeira vieram também as cólicas intensas. Sophia chorava de forma estridente. Ela e o marido faziam de tudo. Balanço no colo, ginástica, colocavam-na de bruços, e nada resolvia. O médico dizia que era sistema digestivo imaturo, e, enquanto isso, eles sofriam muito em saber que ela estava sentindo dores. Até que um dia uma vizinha, talvez por não aguentar mais ouvir o choro constante, sugeriu que ela usasse “fun-
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O apoio da mãe, Hilda, foi fundamental nos primeiros dias de vida da Sophia
chicórea”. E a indicação, de certa forma amenizou a situação. “Com o passar do tempo vamos percebendo que não adianta sofrer.
É preciso viver e aprender com os contratempos de cada fase. E hoje sei que vale para a vida toda,” conclui Denise.
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Desafios e alegrias Um abraço, um beijo, um carinho. Não importa como você se encontre, a criança vem e com a sua ingenuidade torna tudo muito simples e alegre. Assim Denise define o dia a dia da maternidade. “Ela me ensina, diariamente, o valor de um sorriso, por exemplo. E com isso, me ensinou a ser uma pessoa melhor. Por mais que briguemos com ela, por qualquer motivo, passa um tempo e ela já vem abraçar e tudo fica bem.” Denise reconhece a grande responsabilidade que é educar alguém. Mas acredita que, buscando fazer sempre o que for melhor para Sophia, sabendo dizer não, quando for preciso e, principalmente, respeitando a sua personalidade, ela se aproxima ao máximo do objetivo de educá-la de forma exemplar.
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COISAS DE MÃE
A exemplo de todas as mães, Denise também se derrete ao falar das características da filha. “Sophia é muito criativa, gosta de inventar. Acho que isso ela traz do Sandro, que gosta muito de construir e criar coisas diferentes. Ela também é muito amorosa, carinhosa e educada. Sempre que chega à casa de alguém, ela se comporta direitinho. Às vezes, ela
argumenta algo que não gosta ou não quer, mas conversamos e ela entende. É bastante compreensiva também e acredito que ela tenha a sensibilidade. Somos muito iguais nisso. Choramos com facilidade,” conta Denise, aos risos. Para o futuro ela espera que Sophia seja o que ela decidir ser. “Já fizemos as nossas escolhas, então desejamos que ela seja uma pessoa íntegra, bom caráter, mas que escolha fazer e ser o que ela mesma entenda ser melhor para ela. A nós, como pais, cabe apenas indicar o caminho. Se ela estiver feliz, estaremos felizes da mesma forma.” A única coisa que sempre falo é que um dia quero que ela me leve à França. É um sonho que espero que ela realize. E como a palavra tem poder, estou profetizando!
A essência da infância, do que é ser criança. A simplicidade da vida em um “bolo de barro”, em uma flor.
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Confira mais fotos do ensaio fotogrĂĄfico da Denise
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Quem faz a Revista Tô em Foco
Andrea Adelio – Apaixonada pela comunicação, a jornalista sempre desejou fazer a diferença na vida do próximo. A idealização de uma revista que pudesse registrar histórias pessoais, de forma personalizada, e ainda, contribuir com a melhor imagem do outro, por meio da produção de um ensaio fotográfico, se tornou o projeto perfeito para consolidar suas habilidades. É mais do que escrever sobre histórias de vida. É contribuir para eternizar os melhores momentos da vida de alguém, conectando pessoas do presente, ao passado e ao futuro. Quem conta relembra e quem lê vai lembrar.
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Formação em Comunicação Social, Consultoria de Imagem e Coaching Integral Sistêmico.
Sandro Oliveira – Sempre foi fascinado pela fotografia, desde criança se encantava em como as imagens eram captadas. Seu primeiro contato com uma câmera foi com uma máquina fotográfica compacta da Kodak, cujo flash era um elemento descartável e os filmes eram do tamanho da máquina. A força do seu trabalho é capturar com criatividade e sensibilidade, principalmente a espontaneidade dos momentos especiais, permitindo que cada click seja eternizado em um perfeito encontro da imagem com a imaginação.
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Administrador, autodidata, com formação em Fotografia pela Escola Omicron, além de possuir formação em diferentes cursos de fotografia social e edição de imagem.