Visite o Museu Vivo

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Visite o Museu Vivo um passeio pela mem贸ria candanga


Tríade Patrimônio Turismo e Educação


Ei! Sorria! Olha o passarinho! Atenção para a foto!

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CK!

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A construção de Brasília é maravilhosamente contada pelas fotografias de um candango muito importante: Mario Moreira Fontenelle. Fontenelle trabalhava como mecânico de aviões e, um dia, conheceu o presidente JK durante um voo. Ganhou dele uma máquina fotográfia e se tornou o fotógrafo oficial da construção de Brasília. É dele a foto histórica do marco zero: duas ruas se cruzando no meio do cerrado - os dois futuros eixos em formato de cruz. Fontenelle fez as fotos oficiais do presidente mas também as fotos curiosas do dia-a-dia dos candangos.

O que mudou desde que surgiu a ideia da construção de Brasília? As roupas das pessoas? As cores das fotos? E as câmeras, mudaram? Olha como o equipamento usado por Fontenelle é diferente do que as pessoas têm hoje no celular!

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Brasília foi inaugurada em 1960. Antes disso, só o que existia era muito cerrado e algumas poucas fazendas. Como será que uma cidade inteira nasceu neste imenso vazio? A capital do Brasil é a mais importante cidade planejada do Século XX. Ela foi totalmente construída pela força do trabalho de milhares de homens e mulheres em pouco mais de três anos. Gente que veio em busca de uma vida melhor – e deu o melhor de si para erguer uma cidade monumental.

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Muito prazer, eu sou o candango! A maior parte dos candangos eram pedreiros. Eles eram responsáveis por construir paredes instalando placas de concreto e de mármore - assim, construíram prédios tão diferentes que até parecem esculturas gigantes. Havia também muitos marceneiros, que faziam prédios inteiros de madeira, como os alojamentos e o Catetinho, que foi a primeira residência oficial do presidente da República. Tinha ainda trabalhadores agrícolas, cozinheiros, comerciantes…

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9 1 95 mil 57

julho 1957 13 mil

Os operários que trabalharam na construção de Brasília ficaram conhecidos como “candangos”.

1° jan 1957

1 ° dez 1 95 6 1 mil

2,5 mil

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E de onde veio taaaaaaanta gente?

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De todas as partes do país mas principalmente de Goiás, dos estados do Nordeste, de Minas Gerais e de São Paulo. Veja no mapa de onde saíram as pessoas que construíram a nova capital.

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E cadê os cariocas? Você certamente conhece muitos moradores de Brasília que vieram do Rio de Janeiro… Então por que eles não estão no mapa? Os cariocas só chegaram depois da inauguração da nova capital! Em 1959, quando foi feita esta contagem, só 740 cariocas moravam em Brasília. A situação mudou radicalmente nos anos seguintes, com a transferência dos funcionários públicos. Mas estes não são chamados de candangos, pois não trabalharam na construção da cidade. 10


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E a sua família, de onde veio?

GO MG

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Todos nós temos uma família materna (pais, avós, bisavós, tataravós da nossa mãe) e uma família paterna (pais, avós, bisavós, tataravós do nosso pai). Como Brasília é uma cidade nova, existem poucas famílias que vivam na capital há muitas gerações. Algumas famílias saíram juntas de outros estados do Brasil e vieram se instalar aqui. Outras foram formadas aqui em Brasília - o pai veio de um lugar, a mãe veio de outro, e os filhos nasceram na nova capital.

Marque no mapa o caminho percorrido por sua família materna e por sua família paterna de seus estados de origem até chegar a Brasília. 11


Você já viu fotos de família daquela época?

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Complete nossa galeria: cole a foto de sua família aqui - ou então faça um desenho!

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Uma aventura rumo à Brasília

Pau-de-arara, já ouviu falar? São caminhões de caçambas abertas que, ao invés de transportar mercadorias, levavam homens e mulheres de um lugar para o outro, em condições perigosas. Em cada carroceria, viajavam dezenas de pessoas sentadas ou em pé, sem nenhum conforto, em jornadas que levavam de trinta a quarenta dias. Teve gente que veio até a pé de vários estados longínquos até Brasília! 14


Casa de mala, de lona e de saco Quem embarcava nesta aventura estava em busca de trabalho - e logo que chegava em Brasília, era fácil encontrar emprego nas construtoras. Como em Brasília ainda não existiam hoteis, muita gente passou a primeira noite dormindo dentro da própria mala!

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As construtoras fizeram alojamentos para os funcionários na chamada Vila Operária - mas o número de trabalhadores cresceu muito rápido. Dois anos antes da inauguração de Brasília já não havia lugar para tanta gente. Os operários então improvisaram suas próprias casas. Um alojamento todo feito de lona de caminhão ganhou o apelido de Lonalândia. E outro, feito com sacos de cimento vazios, teve o nome de Sacolândia. Toda esta região hoje se chama Candangolândia.

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Com cara de cidade Perto da Vila Operária ficava a chamada Cidade Livre, onde funcionava todo tipo de comércio: mercadinhos, lojas de tecidos, barbearias, marcenarias, farmácias, açougues, restaurantes e bares. A região tinha este nome porque os comerciantes podiam abrir lojas sem precisar pagar impostos. Era um jeito de atrair mais pessoas para estruturar a cidade. Hoje a Cidade Livre se chama Núcleo Bandeirante. 16


E quando alguém ficava doente? Na região da Cidade Livre conhecida como Metropolitana foi construído o Hospital Juscelino Kubitschek de Oliveira (HJKO) - onde nasceram os primeiros brasilienses e morreram os primeiros candangos. Um hospital muito bem equipado, que atendia desde casos simples até mais complicados - e servia como maternidade para as grávidas que tiveram seus bebês durante a construção. O HJKO resistiu ao tempo e hoje é o único conjunto arquitetônico da época da construção de Brasília. É aqui que fica instalado o Museu Vivo da Memória Candanga, o lugar que guarda objetos, fotos e histórias da aventura que foi a transferência da capital.

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Você já teve aulas ao ar livre? Nos primeiros anos da construção da cidade, as crianças tinham aulas debaixo de árvores, em salas de aula improvisadas. Três anos antes da inauguração da cidade, surgiu a primeira escola da região, instalada na Vila Operária: a Escola Júlia Kubitschek. O prédio foi projetado por Oscar Niemeyer, o mesmo arquiteto que desenhou os prédios mais importantes de Brasília, como o Congresso Nacional e a Catedral. Mas, sem manutenção, ele não resistiu e foi destruído com o tempo.

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E tinha criança na construção de Brasília? Tinha, sim. Alguns candangos desembarcaram aqui de mala e cuia, esposa e filhos. Quantas fotos de crianças! Qual delas mais se parece com você?

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Sem ele, nada disso teria acontecido! Foi com a força do trabalho dos candangos que Brasília foi construída, mas nada teria acontecido sem a decisão do presidente Juscelino Kubitschek de transferir a capital do Rio de Janeiro para o Planalto Central. Ele assumiu o compromisso de, em três anos, construir uma cidade do zero, no meio do país. Foi criticado, mas contou com o apoio incondicional de seus amigos e idealistas Bernardo Sayão e Israel Pinheiro, além da simpatia que despertava nos operários. Os trabalhadores se sentiam muito próximos de JK e o apoio deles foi fundamental para a construção da cidade.

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Escala Residencial A capital é setorizada: as casas e apartamentos ficam em quadras e superquadras, com árvores e calçadas que ligam as unidades de vizinhança.

Escala Monumental Já os prédios públicos, como o Congresso Nacional e o prédio onde trabalho o presidente da República, são monumentais: parecem verdadeiras esculturas.

Como escolher o traçado de Brasília? Os melhores arquitetos do Brasil participaram de um concurso para escolher o desenho da nova capital. Ganhou o projeto do urbanista Lucio Costa, que tinha uma apresentação simples e monumental - digno de uma verdadeira capital. Uma cidade organizada em dois eixos que se cruzam.

E por que construir aqui, e não em outro lugar qualquer? Em 1892, Luiz Cruls recebeu do governo a missão de explorar o interior do Brasil para encontrar o local onde seria instalada a nova capital do país. Eles encontraram uma região fértil, com muitos rios e um terreno plano – e marcaram as quatro pontas do quadrilátero do atual Distrito Federal. Bem aqui, no coração do Brasil! 21


Então… Quer dizer que Brasília tem pouco mais de 50 anos, mas já era planejada há mais de um século? É isso mesmo! E a melhor maneira de entender essa história é com uma linha do tempo! Ainda bem que todos os personagens dessa enorme aventura tiveram a boa ideia de fotografar tudo o que acontecia. Antes de existir fotografia, era com desenhos e pinturas que eles registravam as imagens.

missão cruls 1892 22

concurso 1957

construção 1956 - 1960


Vamos organizar as fotografias que vimos ao longo do livro nesta linha do tempo? Recorte as fotos no final do livro e cole ao longo da linha.

inauguração 1960

brasĂ­lia 50 anos 2010 23


Esse Museu é vivo? É que este é um lugar especial - ao invés de exibir obras de arte, o Museu Vivo guarda objetos, fotos, histórias: memória da vida dos candangos. Aqui até as paredes contam história! O Museu Vivo da Memória Candanga funciona no maior e mais importante grupo de prédios originais da época da construção da cidade, onde naquele tempo funcionava o Hospital Juscelino Kubitschek de Oliveira. Em exibição, objetos que marcaram as obras de Brasília: carrinhos de mão, a cantina dos trabalhadores, equipamentos da construção civil… Dá pra conhecer um quarto de hospital igualzinho ao que funcionava aqui naquela época, além de móveis do Brasília Palace Hotel. Um espaço muito importante é reservado às fotografias e às câmeras usadas por Mário Moreira Fontenelle, o fotógrafo oficial da construção de Brasília e que vocês conheceram lá no começo.

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FICHA TÉCNICA Concepção e Realização Tríade Patrimônio Turismo Educação Coordenação do programa educativo Patrícia Herzog e Tatiana Petra Produção executiva Nísia Sacco Supervisor do programa educativo Gabriel Camargo Textos Carolina Nogueira Direção de Arte Patrícia Herzog Projeto gráfico Gabriela Bílá Assessoria de imprensa Leticia Verdi e Isabela Lyrio Concepção e textos do espetáculo Coletivo Tombado Direção de cena Marcio Menezes Direção musical Mateus Ferrari Elenco Abaetê Queiroz, Alexandra Medeiros, Camila Guerra, Mateus Ferrari, Tatiane Ramos e André Reis Fotos Arquivo Público do DF página 12, foto superior e direita, Márcio Amorim, gentilmente cedidas por Débora Amorim página 25, foto balão Otto Frederico, foto Museu da República Patrick Grosner


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