EXPOSITOR CRISTÃO, ELEITO O MELHOR JORNAL CRISTÃO DO BRASIL E PREMIADO NA ARETÉ 2019
Distribuição Gratuita
Jornal Oficial da Igreja Metodista | Novembro de 2019 | ano 133 | nº 11
INTERNACIONAL
Comunicadores da América Latina e Caribe reúnem-se em São Paulo. Página 4
IGREJA E SOCIEDADE
Medalha Tiradentes, Nobel da Paz e metodismo. Página 6
CONSCIÊNCIA NEGRA
Juventude negra está sendo eliminada, segundo pesquisa Página 8 ARTIGO: Obviedades em torno do Dia da Consciência Negra. Página 11
2018
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EDITORIAL Nos caminhos da missão servem com integridade
Novembro de 2019 | www.expositorcristao.com.br
COMENTÁRIOS Edição de Outubro de 2019
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Capa
Conscientização
Achei de uma sensibilidade muita profunda a reportagem de capa. Realmente precisamos valorizar e cuidar das crianças e adolescentes. Temos uma responsabilidade muito grande como Igreja, como pais e educadores/as. Lucélia Araújo da Costa Pindamonhangaba/SP
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Excelente o artigo do professor Luiz Carlos Ramos. A igreja precisa urgentemente voltar aos valores bíblicos e teológicos da Reforma. A ênfase na ética, na moral e nos bons costumes precisa voltar a fazer parte das pregações nas igrejas.
Estimular o zelo evangelizador na vida de cada metodista, de cada igreja local;
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Revitalizar o carisma dos ministérios clérigo e leigo nos vários aspectos da missão;
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Reforma
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Margarida dos Anjos Lemos Brasília/DF
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Parabéns aos/às metodistas da cidade de Além Paraíba por mais esse projeto social. Muito interessante a iniciativa de produzir leite de soja para comunidades carentes.
BA acredita que há uma dizimação da população negra no país. Segundo seu depoimento na entrevista publicada na página 10, “Está em andamento um extermínio da juventude negra no Brasil”. Isso é comprovado na Pesquisa do Ipea, de onde trouxemos esses dados. Para nos aprofundar no assunto, também trouxemos na Palavra Episcopal deste mês a reflexão do Bispo Luiz Vergílio, que faz um resgate histórico das raízes libertárias do evangelho. O artigo de um historiador em culturas da África traz perguntas intrigantes sobre o papel da Igreja nesse contexto da Consciência Negra. Fechamos a edição sobre o tema na página da criança com a história contada pela Rebeca dos Aventureiros em Missão. Afinal, as crianças precisam aprender desde pequenas que somos todos/as iguais. RY
Vaca Mecânica
da Igreja Metodista
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o dia 20 de novembro temos uma data importante a ser lembrada – o Dia da Consciência Negra. Por trás da data, há muita história a ser contada, mas nem sempre o passado foi superado. No dia 13 de maio de 1888, foi sancionada pela Princesa Isabel a Lei Áurea, que proíbe a escravização de pessoas em todo o território brasileiro. O Brasil foi o último grande país ocidental a eliminar a escravidão e, como aconteceu na maioria dos outros países, não se criou um sistema de políticas públicas para inserir os/as escravos/as libertos/ as e seus/as descendentes na sociedade, garantindo a essa população escravagista os direitos humanos, saúde, alimentação e moradia, além do estudo formal para a conquista de posições no mercado de trabalho. O racismo no Brasil ainda é muito forte, basta olhar a pesquisa no Atlas da Violência 2019, o qual aponta que 75% dos homicídios no Brasil são de pessoas negras. Um pastor metodista e integrante do Movimento Negro Evangélico em Salvador/
Ênfases missionárias
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o discipulado 3 Promover na perspectiva da salvação, santificação e serviço;
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Fortalecer a identidade, conexidade e unidade da igreja;
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Implementar ações que envolvam a igreja no cuidado e preservação do meio ambiente;
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Promover maior comprometimento e resposta da igreja ao clamor do desafio urbano.
Que Deus o/a abençoe nessa leitura! Pr. José Geraldo Magalhães Editor-chefe | Expositor Cristão
Luis Fernandes Carvalho Resende/RJ
OPINIÃO | CONSCIÊNCIA NEGRA
SAF “A pessoa negra foi despojada de sua humanidade, ou seja, o racismo anulou, obliterou, fragmentou, matou a alma do negro e da negra escravizados. Então se ‘naturalizou’ que as populações negras, por exemplo, no Brasil, não precisavam estudar, se profissionalizar, ter a sua família protegida pelo estado ou viver.”
Artigo muito bom da Lucia Leiga. Como nossos projetos sociais podem transformar a vida das pessoas que enfrentam situações de vulnerabilidade. Rosa Maria Rufino São Paulo/SP
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José Roberto Alves Loiola | Historiador e Pastor Metodista
“Não podemos nos esquecer de que o pecado do racismo acontece de forma muito silenciosa. A igreja reflete as contradições da sociedade e obviamente a igreja reproduz o racismo de forma potente e brutal. Um exemplo disso é quando não citamos a participação positiva do povo preto nas escrituras. Atribuímos ao povo africano o lugar da maldição e do feitiço.” André Rás | Pastor Metodista na Remne
"Precisamos lembrar, por dever de justiça e reconhecimento, que o Rev. Antonio Olímpio de Santana é um dos pioneiros nesta luta institucional contra o racismo e a discriminação, quer na Igreja Metodista, quer no mundo evangélico, quer nas relações ecumênicas; sendo o inspirador para a Pastoral Nacional.”
“Eu me sinto estranha quando percebo que estou sendo escolhida para representar o feminismo negro. E por que aqui no Brasil vocês precisam buscar essa referência nos Estados Unidos? Eu acho que aprendo mais com Lelia Gonzales do que vocês poderiam aprender comigo.” Angela Davis | Militante da luta contra o racismo
Bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa | Presidente do Colégio Episcopal e da 2ª RE
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Expositor Cristão Presidente do Colégio Episcopal: Bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa Bispa Assessora do jornal Expositor Cristão Hideíde Brito Torres Conselho Editorial: Camila Abreu, Patrícia Monteiro, Pr. Odilon e Chaves, Nancy Vianna
Jornal Oficial da Igreja Metodista Fundado em 1º de janeiro de 1886 pelo missionário John James Ransom
Editor e jornalista responsável: Pr. José Geraldo Magalhães (MTB 79517/SP) Produção Audiovisual: Rodrigo de Britos Foto de Capa: Victor_Tongdee/istockphoto.com Arte: Fullcase Comunicação
Revisão: Adriana Giusti Tiragem: 30 mil exemplares Entre em contato conosco: (11) 2813-8600 | www.expositorcristao.com.br expositorcristao@metodista.org.br Av. Piassanguaba, 3031 - Planalto Paulista São Paulo/SP - CEP 04060-004
*A REDAÇÃO DO JORNAL EXPOSITOR CRISTÃO É RESPONSÁVEL POR TODAS AS MATÉRIAS NELE PUBLICADAS, COM EXCEÇÃO DE ARTIGOS E REFLEXÕES, QUE SÃO RESPONSABILIDADE DE SEUS/AS AUTORES/AS.
NACIONAL
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Ato de Governo 05/2019
PALAVRA EPISCOPAL Bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa Presidente do Colégio Episcopal e da 2ª Região Eclesiástica
20 de novembro: um olhar na história “O Espírito do Senhor está sobre mim…” (Lucas 4.18)
Fica sem efeito o Ato de Governo 04/2019. Fraternalmente em Cristo. 23 de outubro de 2019 Colégio Episcopal da Igreja Metodista COGEAM Bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa – Presidente 1 Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
CIEMAL SE PRONUNCIA A RESPEITO DA SITUAÇÃO DO EQUADOR Desde o início de outubro, o Equador está passando por uma escalada de protestos sociais, em resposta às medidas econômicas ditadas pelo governo do presidente Lenin Moreno. Como reação a essas medidas, as ruas da cidade de Quito foram repletas de protestos de diferentes setores da sociedade, muitos dos quais resultaram em confrontos violentos, gerando mortes e ferimentos resultantes da intervenção das organizações de segurança do país. Diante dessa situação, a Igreja Evangélica Metodista Unida do Equador e seu Bispo, Silvio Cevallos, expressaram profunda preocupação com a situação que seu povo enfrenta e em união com o conselho que reúne bispos e presidentes. As igrejas integradas pelo CIEMAL (Conselho de Igrejas Evangélicas Metodistas da América Latina e no Caribe) publicaram uma declaração. Veja em nosso site www.expositorcristao.com.br
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m razão da decisão do Colégio Episcopal e COGEAM que resolveram não acatar a decisão prolatada em sede dos Embargos de Declaração, porque contrária às disposições legais, notadamente pelo art. 1026 do CPC, aplicado subsidiariamente nos termos do art. 15 do RI-CGCJ, praticado por autoridade sem competência legal para conceder o efeito suspensivo ali declarado, o que fizeram o Colégio Episcopal e a COGEAM com supedâneo no art. 1º da Lei 12016/20091, não ajuizando fora da igreja o possível mandado de segurança, para respaldar e manter íntegro o nome e a idoneidade da igreja, mantendo a suspensão dos direitos de membro clérigo do Bispo Emanuel Adriano Siqueira da Silva, vem através do presente Ato ratificar os termos do Ato de Governo 03/2019, que designou o Bispo Roberto Alves de Souza como Bispo Supervisor da 7ª RE até o integral cumprimento da sentença e outorgar poderes especiais do Bispo ao Presbítero Nelson Santos de Souza, sob supervisão episcopal do Bispo Roberto Alves de Souza.
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m meio à demanda de temas tão complexos, presentes no panorama cotidiano de nosso ambiente eclesiástico e da realidade político-social brasileira, o mês de novembro permite um tempo para refletirmos sobre as questões relacionadas ao racismo e todas as formas de discriminação dele decorrentes. Esse assunto, sempre recorrente nas relações sociais, pode parecer um tanto indigesto para ser tratado nos ambientes de reflexão proporcionados pela Igreja; notadamente pelo fato de que a realidade do racismo tem sido historicamente esvaziada em sua importância e, muitas vezes, negada a sua existência nos espaços evangélicos. No entanto, a longa e contínua experiência da escravidão como modelo de organização social e de produção de riquezas fez-se pela reificação de povos originários do continente africano; arrastando-se desde a chegada dos primeiros contingentes de africanos/as escravizados/as, em 1539, até o decreto de extinção oficial da escravidão, em 1888, foram mais de três séculos de vigência deste modelo escravocrata que estabeleceu formas de relações sociais injustas e estratificando, de forma desigual, a população entre o segmento negro e pobre e a classe livre e branca, detentora de todo o poder econômico e político. Portanto, faz-se necessário considerarmos que a implantação do metodismo, em nosso País, deu-se na vigência do período da escravidão como um processo natural nas relações sociais. Os reflexos de longo e pecaminoso processo são evidentes em nossos dias, bastando um simples olhar em nosso panorama econômico-social e nos indicadores sociais da população brasileira.
Raízes libertárias do Evangelho
A luta contra o racismo e a discriminação sempre esteve presente ao longo de nossa história. Ela faz parte de nossa compreensão do Evangelho de Cristo que veio para trazer vida e vida em abundância. Precisamos lembrar, por dever de justiça e reconhecimento, que o Rev. Antonio Olímpio de Santana é um dos pioneiros nesta luta institucional contra o racismo e a discriminação, quer na Igreja Metodista, quer no mundo
evangélico, quer nas relações ecumênicas; sendo o inspirador para a Pastoral Nacional. O movimento metodista teve, sob a inspiração e ação de John Wesley, uma forte tendência libertária. Seu combate contra a escravidão e o tráfico de pessoas africanas estava alicerçado em sua teologia, em sua compreensão bíblico-doutrinária de que a função do evangelho é restaurar em cada pessoa a tríade imagem de Deus: a natural, que compreende a capacidade volitiva; a imagem política, que pressupõe cuidado e mordomia para com a criação; e a imagem moral, que se manifesta de forma relacional com Deus e seus/as semelhantes1. Portanto, para ele, a escravidão era a maior vilania que se constituía na maior vilania que se poderia praticar contra qualquer ser humano.
Resistência e Esperança
A experiência de fé em Cristo é revolucionária, transformadora e arrebatadora, tal como o que aconteceu na Rua Aldersgate, Londres, quando o Rev. John Wesley sentiu “o coração estranhamente aquecido”. Esses elementos da experiência individual estabelecem um modo de ser cristão e cristã que não se limita a uma religiosidade que fica contida na esfera pessoal, privada, mas envolve aquilo que é pessoal e íntimo com aquilo que é comunitário e social2. Para Wesley, a experiência religiosa que gera amor e paz na alma transforma-se em frutos de não apenas evitar a prática do mal mas das boas obras, espalhando o bem e bem-aventuranças por onde andar e com quem estiver. O Espírito de Deus, sobre o ministério de Jesus, define sua ação na sociedade: espalhar boas notícias a pessoas despossuídas, libertar pessoas cativas, tirar as algemas… Os traços da escravidão estão muito latentes em nossa sociedade, nas instituições, inclusive nas igrejas. Há que se vivenciar o evangelho libertador de Cristo; de denúncia e de anúncio.
1
RUNYON, Theodore, A Nova Criação. 2002, SBCAMPO, SP, Editeo.
2 KLAIBER, Walter, MARQUARDT, Manfred. Viver a Graça de Deus, 1999, SBCAMPO, Editeo.
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Consulta e Workshop entre comunicadores da América Latina e Caribe acontece em São Paulo
A Consulta e Workshop teve 20 representantes de vários países. O encontro foi entre os dias 7 e 10 na Sede Nacional, em São Paulo.
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ntre os dias 7 e 10 de outubro, a Sede Nacional da Igreja Metodista, em são Paulo, acolheu os/as participantes da Consulta e Workshop en Comunicación Misional. O evento reuniu 20 representantes de vários países. A consulta faz parte das atividades do escritório regional de Ministérios Globais oferecidas pela Igreja Metodista Unida, dos Estados Unidos, como destacou o Rev. Luis Cardoso, um dos organizadores do evento. “Tanto nós de Ministérios Globais como os/as companheiros/as da agência de comunicações Metodistas unidas entendemos que isso pode potencializar, integrar e melhorar mais a comunicação na Igreja Metodista na América Latina”, disse. O Pastor Luis Cardoso destacou ainda a possibilidade de um segundo encontro com outros grupos com uma estrutura de
comunicação menor do que a dos países que foram representados nessa primeira consulta. “Nesse grupo reunimos as igrejas que têm um pouco mais de estrutura de comunicação. Um segundo grupo vai se reunir em data a ser definida que são as igrejas sem estrutura de comunicação. Para essas vai ser mais intenso porque será de treinamento. Nossa esperança é que o trabalho das Igrejas na América Latina e Caribe possa ser conhecido internamente e no âmbito mundial. Esperamos que a consulta contribua para esse fim”, destacou o Pastor Luis.
Igreja na era digital
Os/as participantes puderam ouvir um pouco sobre as igrejas na era da comunicação digital, com a metodista e pesquisadora Dra. Magali Cunha. “Nós aprendemos desde os primórdios da igreja que temos que estar conectados/as com aquilo que temos disponível. O apóstolo Paulo fazia isso com as car-
O Editor-chefe do Expositor Cristão, José Magalhães, falou sobre as coberturas em caso de catástrofes e sobre a estrutura de comunicação da Igreja Metodista no Brasil.
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Pr. José Geraldo Magalhães
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Global Mission Fellows
Três jovens que fazem parte de um programa da igreja metodista unida, voltado para pessoas com idade entre 20 e 30 anos, atuam em países diferentes. Um deles está no Brasil, o Domingos Francisco Fernando, que trabalha no projeto Sombra e Água Fresca em Belo Horizonte/MG. Ele explicou a importância do programa. “O programa é muito importante porque mergulhamos em uma cultura fora do nosso contexto; claro que passamos também nossa experiência dentro da cultura, portanto tem sido um intercâmbio muito saudável”, disse Domingos. Para quem deseja participar do projeto é só acessar o
PARTICIPANTES DA CONSULTA & WORKSHOP EM COMUNICACIÓN MISIONAL 1 - Argentina | Daniel Angel Favaro - IEMA | Secretário Nacional de Comunicaciones 2 - Argentina | Leonardo Daniel Félix - ALC | Director Ejecutivo 3 - Argentina / Indonesia | Stephanie Lukito Setiawan - GBGM | GMF working in Communications 4 - Brasil | Luis de Souza Cardoso - GBGM | Area Liaison 5 - Bolívia | Oscar Coaquira Condori - IEMB | Asistente de comunicaciones 6 - Brasil | Magali do Nascimento Cunha - IMB | Consultant and journalist © RODRIGO DE BRITOS/EC
7 - Brasil / Colombia | Mónica Arango Arango - GBGM | GMF working in Communications 8 - Brasil / Angola | Domingos Francisco Fernando - GBGM | GMF working in Educaton 9 - Brasil / Portugal | Patrícia Moreira Marques - GBGM | Global Missionary 10 - Brasil | José Geraldo Magalhães Jr. - IMB | Editor-Chefe Expositor Cristão 11 - Brasil | Sara de Paula - IMB | Comunicação 12 - Chile | Miguel Angel Ulloa Moscoso - IMECH | Secretário Eclesiástico 13 - Costa Rica | Rolan Abarca Quesada - IEMCR | Coordinador de Comunicaciones 14 - México | Martin Larios Osorio - IMMAR | Director of the "Mexican Evangelist" magazine
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tas. Hoje temos muitas outras possibilidades. Já tínhamos as mídias com as próprias cartas, depois vieram o e-mail e as redes sociais”, disse Magali. A comunicóloga destacou também o site que será lançado em breve para checar exclusivamente conteúdos religiosos, tendo em vista a grande disseminação de conteúdos religiosos falsos. “Estou participando da criação de um coletivo que vai ser o primeiro coletivo de comunicação do Brasil para checar notícias falsas. Vai se chamar coletivo bereia. Bereia foi uma cidade que recebeu a pregação do apóstolo Paulo, mas antes de dizer sim foram checar se era verdade”, finalizou a pesquisadora. Os/as participantes puderam compartilhar as atividades desenvolvidas na área de comunicação em seus respectivos países. A equipe de comunicação da área nacional compartilhou com o grupo as diversas atividades relacionadas à comunicação, além das plataformas utilizadas e projetos futuros que já estão em andamento. Um dos mediadores do encontro e responsável pela comunicação hispânica da Igreja Metodista Unida, Rev. Gustavo Vásquez, enfatizou a importância da realização do evento. “É muito importante para os/as comunicadores/as metodistas porque não temos muitos espaços para compartilhar. Especialmente entre todas as regiões do continente. Quando falamos do contexto latino-americano, não levamos em conta os 65 milhões de latinos/as que vivem nos Estados Unidos. Desse total, temos pelo menos de 72 a 75 mil hispano-latinos/as que fazem parte da Igreja Metodista. Essa oportunidade de compartilhar nos ajuda a perceber para termos mais possibilidade e recursos com o intuito de trabalhar juntamente em favor do ministério metodista em todo o continente”, finalizou.
15 - Peru | Carmen Haydee Mollo Gutíerrez - IMP | Pres. Comisión Nacional de Vida y Misión
site www.umcmission.org/gmf para obter todos os detalhes. Ser fluente é importante para facilitar a comunicação, mas ser vocacionado para contribuir com a missão em qualquer parte do mundo é imprescindível. As inscrições estão abertas até dezembro. Os/as selecionados/ as pelo programa passarão dois anos contribuindo com a missão em terras estrangeiras.
Red de Comunicacion Metodista
Durante a consulta, os/ as participantes reuniram-se em pequenos grupos para compartilhar as dificuldades
e pontos fortes relacionados a comunicação em cada país. Um deles é o compromisso de pessoas que se dedicam à comunicação como um ministério, por outro lado a dificuldade para chegar informações das comunidades locais continua sendo um desafio. Os/as comunicadores/as da América Latina e Caribe debateram ainda sobre como ajudar pessoas e instituições que são vítimas em casos de catástrofes naturais, as quais atingem diretamente as igrejas em vários países. Para estreitar a comunicação entre os/as comunicadores/as
das Igrejas Metodistas do Norte, Centro, América do Sul e Caribe, foi criada a página Red de Comunicacion Metodista no Facebook. A iniciativa vai facilitar a divulgação dos projetos missionários metodistas, além de concentrar informações relacionadas à missão da igreja metodista de vários países em uma única página. A Consulta e Workshop foi finalizada com momentos de comunhão e a elaboração de uma Declaração de Missão em Comunicação dos Ministérios Globais, que está disponível em nosso site.
16 - Porto Rico | Sarahís Sánchez Rivera - IMPR | UMCOR program Puerto Rico 17 - Uruguai | Marcelo Andres Bolioli Frish - IMU | Communications Assistant 18 - EUA | Gustavo Vasquez UMCOM | Director of Hispanic/ Latino News 19 - EUA | Hannah Kaitlyn Reasoner - GBGM | Former GMF / consultant 20 - EUA | Danny Mai UMCOM | Director Ejecutivo de Operaciones
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IGREJA E SOCIEDADE Novembro de 2019 | www.expositorcristao.com.br
© ATILON LIMA @SAGAZ
Medalha Tiradentes e Nobel da Paz, significativas premiações à Pastora Kaká e ao etíope Abiy Ahmed
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uas significativas premiações ocorreram no dia 11 de outubro, honrando evangélicos/as que, por serem fiéis aos princípios cristãos no espaço público, são considerados/as “felizes”. Isto porque, de acordo com as palavras da Bíblia, “felizes são os promotores da paz porque serão chamados ‘filhos de Deus’” (Evangelho de Mateus 5.9). O Prêmio Nobel da Paz de 2019 foi concedido a Abiy Ahmed, o primeiro-ministro da Etiópia, por conta de “seus es-
forços em alcançar a paz e a cooperação internacional e em particular por sua iniciativa decisiva para resolver o conflito com a vizinha Eritreia”. Ahmed é o governante mais jovem da África, 43 anos, que chegou ao poder em 2018. Faz parte do maior grupo étnico da Etiópia, Oromo, que liderou os movimentos que levaram à renúncia do primeiro-ministro antecessor, Hailemariam Desalegn, em busca de democracia e reformas. Ao assumir, Abiy Ahmed cedeu à Eritreia um território
fronteiriço disputado entre os dois países por 20 anos, com a assinatura de um pacto de paz, em julho de 2018. A negativa da Etiópia de abrir mão daquela área impedia relações bilaterais e foi motivo para uma guerra que deixou 80 mil mortos/as. Uma informação é omitida no amplo noticiário sobre o ganhador do Prêmio Nobel da Paz: Abiy Ahmed é evangélico, pentecostal ativo da Igreja do Evangelho Pleno. A mãe dele é da Igreja Ortodoxa e o pai é
muçulmano. Ahmed aprendeu a tolerância religiosa em casa e tem uma trajetória de promoção da paz entre cristãos/ãs (de maioria Ortodoxa) e muçulmanos/as em seu país. Ahmed já atuava na superação da intolerância religiosa em Beshasha, sua cidade natal, quando era parlamentar. Tão logo assumiu como primeiro-ministro, reuniu-se com o Patriarca da Igreja Ortodoxa Abune Mathias e ofereceu apoio para a superação dos conflitos religiosos. A fé de Abyi Ahmed
é vista como um fator determinante em sua busca pela paz. Medalha Tiradentes - Mais perto de nós, especificamente no Rio de Janeiro, ocorreu outra premiação significativa: a entrega da Medalha Tiradentes, concedida pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) à Pastora da Igreja Metodista Maria do Carmo Lima, conhecida popularmente como Kaká. Há 25 anos, Kaká dedica sua vida e pastoreio a adolescentes
IGREJA E SOCIEDADE
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Primeiroministro Abiy Ahmed e Pastora Kaká: evangélicos que testemunham o verdadeiro Cristianismo e mostram que existem cristãos/ ãs fiéis à paz com justiça.
© ARQUIVO PESSOAL © MOHAMED NURELDIN ABDALLAH-REUTER
em privação de liberdade, atuando no Departamento Geral de Ações Socioeducativas (DEGASE) da Secretaria de Estado de Educação. De fato, a pastora começou sua atuação social aos 15 anos como voluntária no cuidado de dependentes químicos. Anos depois, estudando Teologia, passou a trabalhar com famílias cujas responsáveis eram mulheres, na Central do Brasil. Por acompanhar um adolescente que cumpria medida socioeducativa, foi convidada pela Defensoria Pública do Rio a realizar o serviço pastoral com adolescentes privados de liberdade, logo no início da criação do DEGASE, em 1993, como indicado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Desde então, a Pastora Kaká está presente na instituição sempre atuando na defesa da dignidade de adolescentes e funcionários/as, no Educandário Santo Expedito, na Escola João Luiz Alves e, há 17 anos, no Centro de Atendimento Intensivo (CAI), de Belford Roxo, Baixada Fluminense. Mesmo com problemas de saúde que dificultam a sua mobilidade, a pastora nunca se afastou dos/as adolescentes. Durante sua formação, Kaká identificou-se com a Teologia Negra, tendo participado de encontros e processos de formação na África (em Gana, Benim, Zâmbia, Zimbábue, África do Sul e Angola). Ampliou sua capacitação no curso de Ciências Teológicas da Universidade Bíblica Latino-Americana, com a Teologia Negra Latino-Americana, e se tornou uma das primeiras pastoras a praticar e defender uma Teologia Negra e Feminista no Brasil. A concessão da maior honraria do Estado do Rio, a Medalha Tiradentes, à Pastora Kaká, proposta pelo deputado estadual Flavio Serafini (PSOL), representa o reconhecimento público a uma pastora evangélica, mulher, negra, da Baixada Fluminense, que dedica sua vida a
Pastora Kaká, homenageada com Medalha Tiradentes, dedica sua vida e pastoreio a adolescentes em privação de liberdade.
Nobel da Paz de 2019, Abiy Ahmed.
uma parcela da população esquecida, descartada. Jovens que não são considerados/as como tais, que muita gente quer ver mortos/as, eliminados/as. No entanto, são eles/as que Kaká, suas famílias e os/as educadores/as, quem ela também acom-
panha, acreditam terem direito a uma chance na vida. Somos todo o tempo confrontados/as com inumanidade, indignação seletiva, falta de misericórdia, egoísmo, individualismo, meritocracia, da parte de lideranças políticas e, lamenta-
velmente, também, religiosas. Por isso, é fonte de muita esperança ver o reconhecimento público a uma cristã evangélica que faz diferença. Na cerimônia de entrega da medalha, as palavras mais pronunciadas foram amor, cuidado, autodoação,
respeito, valorização, promoção da paz. Além disso, a honraria foi concedida a uma pessoa que faz um trabalho invisível, inclusive aos olhos das igrejas, porque não apresenta “resultados” numéricos e patrimoniais, que gerem status. Kaká não quis receber a medalha nas dependências da ALERJ. Decidiu que a cerimônia deveria acontecer na sua comunidade, na sua paróquia, no CAI Baixada, no contexto dos muros, das grades, das barras, onde se pode viver a fé, como Jesus ensinou, entre os/as desprezados/as e esquecidos/as, que Deus não abandona e não esquece nunca. Mais um testemunho de humildade da pastora, algo tão escasso entre líderes religiosos/as hoje. Primeiro-ministro Abiy Ahmed e Pastora Kaká: evangélicos que testemunham o verdadeiro Cristianismo e mostram que existem cristãos/ãs fiéis à paz com justiça, à reconciliação e ao cuidado com os/as desprezados/as deste mundo. É possível ser evangélico/as e simplesmente “amar como se não houvesse amanhã”. Magali Cunha Jornalista e doutora em Ciências da Comunicação Colunista da Revista Carta Capital todas as quartas-feiras
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CAPA Novembro de 2019 | www.expositorcristao.com.br
Os desafios de comb racismo no Pr. José Geraldo Magalhães
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m 13 de maio de 1888, foi sancionada pela Princesa Isabel a Lei Áurea, que proíbe a escravização de pessoas em todo o território brasileiro. O Brasil foi o último grande país ocidental a eliminar a escravidão e, como aconteceu na maioria dos outros países, não se criou um sistema de políticas públicas para inserir os/as escravos/as libertos/as e seus/ as descendentes na sociedade, garantindo a essa população escravagista os direitos humanos, saúde, alimentação e moradia, além do estudo formal para a conquista de posições no mercado de trabalho. Os/as recém-libertos/as foram habitar em locais onde ninguém queria morar, como os morros, na costa da Região Sudeste, formando as favelas. Sem emprego, sem moradia digna e sem condições básicas de sobrevivência, o fim do século XIX e a primeira metade do século XX do Brasil foram marcados pela miséria e sua resultante violência entre a população negra e marginalizada. Na palavra episcopal deste mês, o Bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa relembra as raízes libertárias do evangelho. “Precisamos lembrar, por dever de justiça e reconhecimento, que o Rev. Antonio Olímpio de Santana é um dos pioneiros nesta luta
institucional contra o racismo e a discriminação, quer na Igreja Metodista, quer no mundo evangélico, quer nas relações ecumênicas; sendo o inspirador para a Pastoral Nacional”, afirmou o bispo. O movimento metodista, destacou o Bispo Luiz, “teve, sob a inspiração e ação de John Wesley, uma forte tendência libertária. Seu combate contra a escravidão e o tráfico de pessoas africanas estava alicerçado em sua teologia, em sua compreensão bíblico-doutrinária de que a função do evangelho é restaurar em cada pessoa a tríade imagem de Deus”. Para o historiador e Pastor metodista José Roberto Alves Loiola, durante o processo histórico houve um movimento que prejudicou os/as negros/ as. “Através de uma lógica econômica fortemente ancorada em interpretações religiosas e filosóficas, a hegemonia branca europeia se julgou no direito de transformar pessoas africanas negras em mercadoria, propriedade privada ou em ‘coisas’. E nessa chave antropológica europeia, a pessoa negra foi despojada de sua humanidade, ou seja, o racismo anulou, obliterou, fragmentou, matou a alma do negro e da negra escravizados. Então se ‘naturalizou’ que as populações negras, por exemplo, no Brasil, não precisavam estudar, se profissionalizar, ter a sua família protegida pelo
estado ou viver. Sequer podiam ter direito a um sepultamento digno”, disse o Pastor Loiola.
Ações no combate ao racismo
A Igreja Metodista brasileira vem se posicionando contra a discriminação racial no país por meio da Pastoral de Combate ao Racismo. No Concílio Geral, em 2011, foi aprovado o Programa Nacional Antirracismo da Igreja Metodista, que está disponível para download no site da Sede Nacional da instituição. O documento trata o pecado do racismo por vários pontos de vista e sugere trabalhar com enfrentamento do problema dentro das igrejas. Um dos destaques do documento refere-se à comunidade cristã como uma organização ainda tímida para esse trabalho. “Embora a Igreja comunique a mensagem cristã de salvação plena a todos e todas, e de igualdade perante Deus, no caso das pessoas negras, de modo geral, ela, a Igreja, tem-se omitido ou tem sido muito tímida quanto ao enfrentamento do racismo cultural e institucional que domina na sociedade e nas instituições religiosas”, afirma uma das justificativas do projeto. O objetivo geral do documento é tornar a Igreja Metodista em um espaço de inclusão e vivência fraternal cristã entre as diferentes etnias, num ambiente de respeito e de conside-
ração. Para alcançar esse feito, o programa sugere visibilizar o preconceito, capacitar a igreja sobre os temas ligados ao racismo, produzir material relacionado ao tema e empoderar os/ as oprimidos/as pelo racismo. Também é necessário monitorar a implementação das ações sugeridas por meio da Pastoral de Combate ao Racismo, para verificar o comprometimento e resultados da igreja. Todas as orientações para que esse processo se desenvolva estão organizadas no programa.
Pesquisa
O Pastor na Igreja Metodista em Filadélfia no Engenho Velho da Federação (Remne) e integrante do Movimento Negro Evangélico em Salvador/BA, André Rás, acredita que há uma dizimação da população negra no país. “Está em andamento um extermínio da juventude negra no Brasil”, disse o Pastor André em entrevista publicada nesta edição. Essa realidade apontada pelo Pastor André Rás ficou nítida no Atlas da Violência 2019, estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), que trouxe mais um dado assustador publicado na edição de junho deste ano: 75,5% das vítimas de homicídio no Brasil são negras, maior proporção da última década. O crescimento nos registros de as-
sassinatos no país, que atingiu o maior índice em 2017, alcançou principalmente essa parcela da população, para quem a taxa de mortes chega a 43,1 por 100 mil habitantes; para os/as não negros/as, a taxa é de 16. Segundo o estudo, a proporção é a mais alta da década. Assassinato é causa de metade das mortes de jovens. De acordo com a pesquisa, somente no ano de 2017, aconteceram 65,6 mil homicídios, o que equivale a 179 casos por dia. Apesar de as vítimas negras serem maioria nos registros da pesquisa do Ipea e do FBSP, o dado de 2017 mostra que essa prevalência tem crescido. Em 2007, por exemplo, os/as negros/as correspondiam a 63,3% dos assassinatos, proporção que aumentou continuamente até atingir 75,5% em 2017 – foram 49,5 mil homicídios contra negros/as naquele ano e 16 mil de não negros/as. O estudo identifica dois fenômenos no país: enquanto mais estados reduzem a taxa de letalidade violenta, há forte crescimento no Nordeste e Norte. Em 2017, as taxas de homicídios por 100 mil habitantes foram bastante heterogêneas entre as unidades da Federação, variando de 10,3 em São Paulo a 62,8 no Rio Grande do Norte. Houve diminuição no Sudeste e no Centro-Oeste, estabilidade no Sul e crescimento acentuado no Norte e no Nordeste.
CAPA
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mbater o no Brasil “Homicídios foram a causa de 51,8% dos óbitos de jovens de 15 a 19 anos; de 49,4% para pessoas de 20 a 24; e de 38,6% das mortes de jovens de 25 a 29 anos”
Atlas da Violência 2019
O estado com maior crescimento no número de homicídios em 2017 foi o Ceará, que registrou alta de 49,2% e atingiu o recorde histórico de 5.433 mortes violentas intencionais, causadas por armas de fogo, droga ilícita e conflitos interpessoais. No Acre, a variação foi de 42,1% em 2017, totalizando 516 homicídios – considerando-se o período de 2007 a 2017, o número de homicídios subiu 276,6% no estado. O número de homicídios no Amazonas praticamente dobrou em uma década, chegando a 1.674 em 2017. Na outra ponta, o estado com maior redução na taxa de homicídios em 2017 foi Rondônia (-22%), seguido por Distrito Federal (-19.7%) e São Paulo (-4,9%).
Perfil das vítimas
Homem jovem, negro e solteiro, com até sete anos de estudo e que entre às 18h e 22h nos meses mais quentes do ano esteja na rua. Esse é o perfil das pessoas com mais probabilidade de morte violenta intencional no Brasil. Os homicídios respondem por 59,1% dos óbitos de homens entre 15 e 19 anos no país. Apenas em 2017, 35.783 jovens de 15 a 29 anos foram mortos/as, uma taxa de 69,9 homicídios para cada 100 mil jovens, recorde nos últimos dez anos. A juventude perdida é considerada um problema de primeira importância para o desenvolvimento social do país e vem aumentando numa velocidade maior nos estados do Norte. Os dados do Atlas da Violência também trazem evidências de outra tendência preocupante: o aumento, nos últimos anos, da violência letal contra públicos específicos, incluindo negros/as, população LGBTI+ e mulheres, nos casos de feminicídio. De 2007 a 2017, a desigualdade de raça/cor nas mortes violentas acentuou-se no Brasil. A taxa de negros/as vítimas de homicídio cresceu 33,1%, enquanto a de não negros/as apresentou um aumento de 3,3%. Em 2017, 75,5% das vítimas de homicídio eram pretas ou pardas. Mais uma vez, o Rio Grande do Norte está no topo do ranking, com 87 mortos/as
“É como se negros/as e não negros/as vivessem em países completamente distintos” Atlas da Violência
a cada 100 mil habitantes negros/as, mais que o dobro da taxa nacional. Os cinco estados com maiores taxas de homicídios negros estão localizados na região Nordeste. O ano de 2017 registrou, também, um crescimento dos homicídios femininos no Brasil, chegando a 13 por dia. Ao todo, 4.936 mulheres foram mortas, o maior número registrado desde 2007 – 66% delas eram negras. Entre 2007 e 2017, houve um crescimento de 30,7% nos homicídios de mulheres no Brasil. A situação foi mais grave novamente no Rio Grande do Norte, que apresentou uma variação de 214,4% em dez anos, seguido pelo Ceará (176,9%). As maiores reduções decenais ocorreram no Distrito Federal, no Espírito Santo e em São Paulo, entre 33,1% e 22,5%. Chama a atenção o caso do Espírito Santo, que era campeão da taxa de homicídios femininos no país em 2012. A pesquisa aponta discrepância na violência letal contra negros/as e contra brancos/as no Brasil. O estudo usa a definição do IBGE para definir pessoas negras como as que se classificam como pardas ou pretas. Os/as não negros/as são os/ as brancos/as, amarelos/as ou indígenas. “Proporcionalmente às respectivas populações, para cada indivíduo não negro que sofreu homicídio em 2017,
aproximadamente 2,7 negros/as foram mortos/as”, apontam os/ as pesquisadores/as. O documento mostra que no período de uma década (2007 a 2017), a taxa de negros/as assassinados/as cresceu 33,1%, já a de não negros/as apresentou um pequeno crescimento de 3,3%. “Analisando apenas a variação no último ano, enquanto a taxa de mortes de não negros/ as apresentou relativa estabilidade, com redução de 0,3%, a de negros/as cresceu 7,2%”, descreve o estudo. Os cinco estados com maiores taxas de homicídios de negros/as estão localizados na região Nordeste. Em 2017, o Rio Grande do Norte apresentou a taxa mais alta, com 87 mortos/as a cada 100 mil habitantes negros/as, mais do que o dobro da taxa nacional, seguido por Ceará (75,6), Pernambuco (73,2), Sergipe (68,8) e Alagoas (67,9). Já os estados que possuem menores taxas de homicídio de negros/as foram São Paulo, com 12,6 negros/as a cada 100 mil habitantes deste segmento; Paraná, com 19; e Piauí, com 21,5.
Referência no combate ao racismo
Uma das mais reconhecidas militantes da luta contra o racismo em todo o mundo, a professora Angela Davis palestrou pela primeira vez em São Paulo/SP no dia 19 de
outubro. O evento de lançamento de sua autobiografia, “A liberdade é uma luta constante”, publicada pela editora Boitempo, reuniu cerca de mil pessoas no auditório do Sesc Pinheiros. Davis falou de sua trajetória pessoal, abordou de forma crítica as principais correntes do pensamento feminista atual e narrou a contribuição da luta das mulheres negras pela construção de sociedades mais justas e pela consolidação da democracia. A professora emérita do departamento de estudos feministas da Universidade da Califórnia e ex-Pantera Negra ressaltou os feminismos negros do Brasil, e citou nomes como Marielle Franco, Luiza Bairros, Lélia Gonzalez e Carolina Maria de Jesus. Também ressaltou que ela não precisa ser a referência do feminismo negro brasileiro, pois aprendeu muito com as feministas negras do país. “Eu me sinto estranha quando percebo que estou sendo escolhida para representar o feminismo negro. E por que aqui no Brasil vocês precisam buscar essa referência nos Estados Unidos? Eu acho que aprendo mais com Lelia Gonzales do que vocês poderiam aprender comigo”, argumentou Davis. /// Com informações: Ipea Atlas da Violência 2019 Estadão
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ENTREVISTA Novembro de 2019 | www.expositorcristao.com.br
Juventude negra no Brasil está sendo eliminada, segundo Atlas da Violência rajamento das igrejas locais no combate ao pecado do racismo. Faço um apelo aos bispos e bispas: que fortaleçam a pastoral de combate ao racismo em suas regiões eclesiásticas.
Pr. José Geraldo Magalhães
O
Expositor Cristão - Como avaliar o trabalho da Igreja Metodista junto ao enfrentamento de desigualdades raciais?
ANDRÉ RÁS - A Igreja Metodista do Brasil é uma grande referência no combate ao pecado do racismo, basta visitarmos o site nacional que vamos identificar muitos materiais de qualidade que abordam de forma muito corajosa a questão do pecado do racismo. Temos um posicionamento firme do Colégio Episcopal e uma Carta Pastoral que aponta caminhos, teológicos e bíblicos, os quais ajudam as igrejas locais na elaboração de ações concretas. Em relação às outras igrejas, temos visto que existe certa dificuldade em tratar o tema do racismo e seus desdobramentos na sociedade. Devemos nos lembrar de que o racismo é muito sutil; muitas vezes esse pecado é negado com base em discursos permeados de senso comum. Hoje isso se agrava com uma notória negação da História e dos fatos que aprofundam as desigualdades raciais no Brasil. Sem dúvidas, quando olhamos para o que acontece no cotidiano, percebemos que existe sim uma distância muito grande da igreja evangélica no Brasil em relação ao sofrimento do povo preto neste país. Não nos assustamos com o tratamento destinado ao povo afrodescendente, não ficamos escandalizados/as com o lugar de subalternidade reservado aos
EC - Segundo o Atlas da Violência de 2019, 75% das vítimas de homicídio são negras. Como se explica essa realidade?
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dia 20 de novembro não é apenas um feriado nacional, mas o dia da Consciência Negra. Trouxemos nesta edição alguns artigos e reflexões a respeito do assunto. Na entrevista deste mês, conversamos com o Pastor na Igreja Metodista em Filadélfia no Engenho Velho da Federação (Remne) e integrante do Movimento Negro Evangélico em Salvador/BA, André Rás. Ele explicou como a Igreja Metodista enfrenta o pecado do racismo e destacou que “está em andamento um extermínio da juventude negra no Brasil” conforme aponta dados da pesquisa na página anterior. Na entrevista abaixo, você vai conferir também algumas ações sugeridas por ele que podem ser aplicadas nas igrejas locais.
pretos e pretas. Ligamos a televisão e parece que estamos na Europa, não num país que tem uma expressiva presença afrodescendente, e não temos indignação diante disso.
EC - É visível, muitas das vezes, os preconceitos raciais dentro da igreja?
AR - Não podemos nos esquecer de que o pecado do racismo acontece de forma muito silenciosa. A igreja reflete as contradições da sociedade, e obviamente ela reproduz o racismo de forma potente e brutal. Um exemplo disso é quando não citamos a participação positiva do povo preto nas escrituras. Atribuímos ao povo africano o lugar da maldição e do feitiço. Também podemos perceber a manifestação de racismo quando os pretos e pretas assumem sua estética preta e a forma como isso choca as pessoas. Ninguém se sente agredido ou agredida com uma pessoa preta com o cabelo alisado, ou com implantes de cabelo não negro. Ninguém se ofende com um homem preto de cabelo raspado, mas as pessoas se sentem agredidas com os homens pretos que usam o cabelo black power ou tranças africanas. Quando as mulheres pretas assumem sua estética preta e deixam seus cabelos crespos crescerem de forma natural, isso assusta. Não deveria ser assim, mas o racismo impôs uma beleza hegemônica a partir da estética branca e tudo que se distancia dessa estética branca é desqualificada e invisibilizada. Em nossas leituras bíblicas nunca imaginamos um cenário
afro-asiático, tanto é que não ficamos indignados/as com as representações de personagens bíblicos nas novelas das emissoras notadamente de orientação cristã. Como saída precisamos sinalizar a diversidade existente no corpo de Cristo e que Deus nos ama como somos; não precisamos ser parecidos/as com o/a branco/a para ser aceito/a ou amado/a. Sou amado por Deus e a minha negritude é uma bênção no Senhor. Acredito que precisamos acolher com muita abertura de coração as pessoas que falam sobre suas dores provocadas pelo pecado do racismo. Os pastores e pastoras são desafiados/as no aprimoramento da escuta para localizar na comunidade de fé os sofrimentos relacionados ao racismo e tratar com coragem, e não negando que existe racismo no Brasil. A igreja pode criar meios para fortalecer a autoestima do povo afrodescendente, trazendo para o cotidiano da comunidade de fé celebrações sobre o dia da consciência negra. E juntamente com uma liturgia bem amadurecida criar conexões da resistência do povo preto com os gestos concretos de liberdade através dos evangelhos.
EC - Em sua percepção, o que a igreja ainda pode fazer?
AR - A Igreja Metodista do Brasil tem um grande testemunho de combate ao pecado do racismo. Sempre que tenho oportunidade eu leio um documento de reflexão sobre o documento vida e missão publicado em 1983, e lá tem um lindo texto
“Está em andamento um extermínio da juventude negra no Brasil” titulado “Clamor de um pastor metodista negro aos metodistas brasileiros e latino-americanos de todas as raças”, escrito pelo reverendo, hoje aposentado, Antônio Olímpio Sant’Ana, que fez uma linda e poderosa reflexão sobre o povo preto na Igreja Metodista do Brasil e a tarefa da Igreja em fortalecer a luta antirracista. Temos o testemunho de mulheres como Maria da Fé Vianna (Fezinha), Eva Romão, Diná Branquinni e muitas pessoas que lutam até hoje no combate ao racismo através da Igreja Metodista do Brasil. Isso é motivo de orgulho para o povo metodista. Temos um programa nacional antirracista que aponta muitos caminhos interessantes para o enfrentamento do pecado do racismo. O combate ao pecado do racismo é uma realidade no metodismo brasileiro. A pastoral de combate ao racismo desempenha um ótimo trabalho de testemunho e resistência. Acredito que o próximo passo é animar pastorais de combate ao racismo em todas as Regiões Eclesiásticas e fortalecer as pastorais que já existem. A irmã Juliana de Souza, nossa referência nacional de combate ao racismo, tem realizado um ótimo trabalho. Eu acredito que as regiões eclesiásticas possuem um papel estratégico no enco-
AR - Está em andamento um extermínio da juventude negra no Brasil. Os movimentos sociais pretos falam de um genocídio do povo preto no Brasil por entender que os assassinatos são desdobramentos de um contexto de exclusão e subalternidade de uma população específica e marcada de sujeitos específicos. A juventude preta é a que mais morre neste cenário, às vezes por envolvimento com o crime e muitas vezes como alvo de confrontos policiais em territórios empobrecidos nas grandes capitais do país. Precisamos repensar seriamente a política de segurança pública deste país. Não é possível que naturalizemos a morte de pessoas pretas e pobres como um reflexo de sucesso de combate ao crime organizado. Necessitamos de um sistema nacional de segurança pública capaz de trabalhar com meios eficazes de desmontar o mercado de atacado de drogas e armas. Sabemos que as armas e as drogas que estão nas comunidades empobrecidas não caem do céu. É responsabilidade do Estado atuar de forma preventiva e usar outros meios para enfraquecer essa lógica sanguinária do confronto. Nós como igreja precisamos ter coragem para denunciar essa política de segurança pública como incapaz de resolver os problemas e ajudar a sociedade a pensar em outra saída.
EC - Que tipos de ações podem ser feitas nas igrejas locais?
AR - Quero aqui desafiar você que é metodista de coração aquecido ao engajamento do combate ao pecado do racismo. Organize em sua igreja uma atividade de reflexão sobre o pecado do racismo e faça download da carta pastoral, organize campanhas de oração pela justiça contra o pecado do racismo. Lembre-se de que você e eu somos agentes do reino de Deus e não podemos fechar os olhos diante do que temos visto. Que Deus nos abençoe! Paz e bem!
ARTIGO
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Obviedades em torno do Dia da Consciência Negra
A
nunca leu essas coisas, ou não tem estômago para abordar essa temática, convido você para o diálogo, mas pare com discursos generalistas, falsamente piedosos e aprenda com os próprios negros e negras, pessoas como Maria da Fé (Fezinha), Rev. Antônio Sant’Ana, Diná da Silva Branchini, Bispo Luiz Vergílio Rosa, Revda. Kaká Omowalê e tantos/as outros/as. Leia seus textos, ouça suas histórias doidas. A propósito, dê uma olhada no mapa da violência do Brasil e descubra como um estado branco tem sistematicamente promovido o apagamento da consciência negra. Portanto, leitor/a, ao reafirmarmos “o dia da consciência negra”, lembramos que em
dos grilhões da escravatura, assim como o genocídio atual da população negra que nos obriga a ouvir novamente os gemidos dos negros e negras enforcados/ as nas florestas, torturados/as e fuzilados/as pelos capitães do mato. Parafraseando Walter Benjamim, indignar-se é fazer zumbir, ressuscitar! Outra obviedade é a inércia das igrejas protestantes como um todo no combate ao racismo, incluindo a Metodista, com raríssimas exceções de algumas ações por algumas pessoas conscientes. Essa paralisação das instituições religiosas evangélicas perante o testemunho profético contra o racismo se dá por dois motivos: o primeiro é o fato de o protestantismo bra-
gem e semelhança do divino”. Contudo, durante o processo histórico, através de uma lógica econômica fortemente ancorada em interpretações religiosas e filosóficas, a hegemonia “branca europeia” julgou-se no direito de transformar “pessoas africanas negras” em mercadoria, propriedade privada ou em “coisas”. E nessa chave antropológica europeia, a pessoa negra foi despojada de sua humanidade, ou seja, o racismo anulou, obliterou, fragmentou, matou a alma do negro e da negra escravizados/as. Então se “naturalizou” que as populações negras, por exemplo, no Brasil, não precisavam estudar, se profissionalizar, ter a sua família protegida pelo estado ou viver. Sequer podiam ter direito a um sepultamento digno. Então, caso você
todo o mundo, e em especial no Brasil, milhões de pessoas por quase 400 anos foram forçadas a migrarem de sua terra natal, a África negra, a fim de serem escravizadas neste país. Os negros e as negras que não morreram durante a viagem, foram moídos/as nos moinhos dos engenhos, nas plantações de café, sob as formas mais cruéis possíveis. Por isso, insistimos numa “consciência negra”, “consciência indígena” e poderíamos prosseguir citando várias outras minorias, sociologicamente falando. Também parece óbvio o que reza o 5º Artigo da Constituição Federal sobre os direitos fundamentais da pessoa humana. Mas a continuidade da mão de obra escrava nos vários estados do país obriga-nos diuturnamente a ouvir o clangor
sileiro ter sido historicamente sempre omisso em relação ao escravagismo e ao racismo, uma vez que ele mesmo foi um algoz dos negros e negras. Segundo, o arrefecimento das políticas públicas de igualdade racial nos últimos anos com a extinção ou fusão de secretarias específicas e, principalmente, o aparelhamento ideológico do atual governo nos órgãos-chaves travando a pauta de discussão democrática para os direitos humanos, diversidade e igualdade racial. Infelizmente, o racismo jaz não apenas às portas de nossas “igrejas locais”, mas já tem sido parte constituinte de sua estrutura desde sempre. Uma breve leitura dos dois testamentos bíblicos é suficiente para constatarmos acepção de pessoas, discriminações do pobre, da
regionais, via Pastorais Regionais? Quantos cursos foram elaborados e realizados desde o 19º Concílio Geral sobre a questão racial nas regiões? Já foi formado o grupo de negros/ as escritores/as? Onde? O que a Rede Metodista da Educação pode apresentar sobre bolsas de estudo em escolas metodistas e bolsas para estudo no exterior para negras/os, indígenas e grupos oprimidos pelo racismo estrutural e pela discriminação étnico-racial? E, finalmente, quem está monitorando as ações da Igreja Metodista, em torno das comemorações do Dia 20 de novembro – Dia da Consciência Negra? José Roberto Alves Loiola Pastor na congregação Metodista do Recanto das Emas/DF Especialista em História e Cultura da África
Concílios Regionais elegem candidatos/as ao episcopado
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s palavras que virão na sequência são de domínio público, pelo menos dos negros e negras. Sobre o dia da consciência negra, não há novidades, só obviedades. Parece óbvia a afirmação de que o ser humano não é só um espírito ou uma alma. Somos “espíritos ou almas viventes”. Isso significa que também somos seres integrais, seres corpóreos providos de inúmeras características, de várias necessidades, possibilidades e muito diferentes entre nós. Não somos um conceito de “humanidade”, somos substância humana em vários tons étnicos, culturais etc., e conquanto sejamos diferentes, todos/as fomos feitos/as “à ima-
mulher, preconceito étnico-racial, escravagismo, entre outros. A propósito, a igreja metodista brasileira, sob a pressão de negros e negras metodistas, conseguiu dar um passo muito importante a partir das pastorais e designação de pessoal de referência em algumas regiões eclesiásticas e principalmente na criação de um programa antirracismo. Contudo, se fizermos uma análise do escopo geral desse programa e pontuarmos algumas ações, o que está funcionando de fato? Por exemplo, na minha região ainda não tem uma pessoa referência do “combate ao racismo”; será que há outras regiões eclesiásticas sem essa referência? Quem está efetivamente visitando as igrejas locais e elaborando levantamentos de ações para enviar aos/às bispos/as e lideranças
O
primeiro Concílio Regional foi em outubro (dias 17 a 19) na Região Missionária da Amazônia. Além de relatórios apresentados e eleição de novos/as presbíteros/ as, os/as delegados/as elegeram os/as presbíteros/as para compor a lista tríplice da Rema para concorrer ao episcopado no próximo Concílio Geral (CG). O Bispo Fábio Cosme da Silva também se declarou candidato à reeleição, portanto,
serão quatro nomes apresentados ao CG, conforme segue abaixo (em ordem alfabética). 1. Revda. Elizangela Hifran 2. Revmo. Fabio Cosme da Silva 3. Rev. João Coimbra 4. Revda. Luciana Soares Rego Ainda em outubro, foram realizados os Concílios da 7ª e 8ª Regiões Eclesiásticas. Na próxima edição você confere os/as candidatos/as eleitos/as ao episcopado em 2021.
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Leveza e liberdade
A
nota mais característica de Jesus na sua pedagogia é o respeito à liberdade. Jesus não impõe, não força; mas propõe, espera e confia, mesmo quando os/as discípulos/as falham. Em vez de cansar os/as seus/as discípulos/as com normas, abre horizontes e mostra caminhos. Todos têm uma caminhada a fazer, uma conversão a realizar, uma esperança para construir. Ele é mais estimulador de aspectos positivos do que apontador de aspectos negativos. Reserva a repreensão quando falta o essencial, ou seja, o amor, ou quando manifestam certos critérios mundanos sobre o Reino.
Contudo, mesmo quando isso ocorre, o mandamento do amor não deixa de ser a única norma do grupo, então se torna viável afirmar que Ele é mais dinamizador de esperanças do que controlador da realidade. Discipular, para Jesus, era formar cabeças com ideias vindas diretamente de Deus, que transmite pensamentos e caminhos mais altos do que os nossos. A escola de discípulos que Jesus fundou foi itinerante. Ele não tinha prioridade acadêmica, mas, sim, a formação do caráter, da lealdade e do serviço ao Senhor. O Filho de Deus uniu-se de algum modo a toda pessoa hu-
mana, trabalhou com mãos humanas, pensou com inteligência humana, agiu com vontade humana, amou com coração humano. Nascido, tornou-se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado. Jesus, entre tantas mensagens, expressou significativamente: “Assim como o Pai me enviou, eu vos envio (…) a evangelizar, fazer discípulos”. Evangelizar, no sentido estrito do termo, é anunciar a todas as pessoas a salvação, mediante a aceitação do sacrifício de Cristo e arrependimento dos pecados, fazer discípulos/as no sentido de permanência e
Cidade invisível “Se você não pode trazer alívio, não traga aflição” (John Wesley)
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E
xiste uma cidade invisível em cada canto desse universo, em cada país, em cada estado, nos grandes e pequenos centros urbanos, a qual está cada vez mais presente no meio da nossa sociedade: trata-se da população de rua, que cada dia mais se torna invisível aos olhos de uma sociedade que não se sensibiliza diante desse fenômeno, com uma aparente cegueira causada
pelo individualismo e egoísmo social, levando muitas pessoas a priorizarem cada vez mais o próprio bem-estar, sem enxergar aquelas pessoas com necessidades ao redor. As recentes pesquisas demostram que existem no Brasil mais de 100 mil pessoas em situação de rua, por vários fatores e causas, que nos desafiam a compreender de forma mais abrangente essa realidade.
passar adiante não só o que aprenderam mas o que viveram com o mestre. Algumas exigências de Jesus com relação ao discipulado também são exigências para este mundo contemporâneo que compreende em gerar, formar e acompanhar discípulos/ as, as pessoas precisam ser devidamente acompanhadas, para que apresentem o fruto de uma vida de testemunho. No contexto atual, precisa-se de um referencial para que o nosso discipulado seja eficaz. Jesus é o nosso supremo exemplo de como recrutar discípulos/as e multiplicá-los/ as. Porém, alguns/as preferiram os seus próprios métodos e amorteceram o processo de crescimento eficaz da Igreja. O retorno ao discipulado dinâmico e bíblico é o grito de Deus para os nossos dias; o que nos resta é a obediência para que a Igreja cumpra a sua missão, sobretudo da Grande Comissão.
Problemas que vivenciamos
Primeiro - É a admiração estética em que se coloca a homenagem no lugar da obediência. Dá-se a Ele louvor em vez de submissão. Segundo - É a postura antiautoridade de nossa época. A própria ideia de obedecer a ordens suscita oposição. Terceiro - Aspecto é o grande abismo da mudança cultural que separa a Galileia do primeiro século do século presente. Os problemas diários enfrentados por um morador de uma grande cidade são totalmente diferentes dos cidadãos de Cafarnaum da época de Jesus? Quarto - Aspecto de barreira para o discipulado contemporâneo autêntico são os modelos distorcidos atuais. Para muitas
A nossa vivência com essa vocação social, com o passar do tempo, proporcionou uma boa experiência em conhecer e contar histórias de pessoas invisibilizadas. Viver nas ruas pode ser mais desafiador do que imaginamos. Diariamente escutamos relatos de violência, abusos, assassinatos e muitas humilhações enfrentadas por quem já é penalizado por sua condição social e econômica. Muitas vezes torna-se confortável para nós afirmar que essa situação se dá porque essas pessoas escolheram viver assim, ou que colhem fruto de escolhas erradas que fizeram, e que os vícios são responsáveis por essa miséria humana. Mas esse é na verdade um pano de fundo
pessoas, a igreja institucional é um estorvo, e não um meio de discipulado. Se há quatro barreiras para o verdadeiro discipulado, pode-se dizer que há quatro caminhos que todos precisam como demanda de uma demonstração divina para o discipulado. A primeira é a renúncia pessoal - O próprio Deus encarnado mostrou o caminho aos seres humanos. A sua entrega não foi imposta, foi voluntária, ninguém tomou nada dEle, que Ele renunciou, Ele o fez de livre e espontânea vontade. A segunda é a adaptação pessoal - Jesus identificou-se totalmente à condição humana. Não era um anjo fingindo ser homem, foi de fato um de nós, em essência e em detalhes, tanto que não encarnou como um ser humano de alto escalão, mas como um escravo. A terceira é a submissão pessoal - A passagem de Filipenses 2.8 diz: “… a si mesmo se humilhou”. Ele mostrou que ser grande em seu reino é ser servo de todos/as. Isso é o oposto do egoísmo e da autogratificação, isso é humildade, ou seja, é a disposição de buscar o benefício de outrem em vez do benefício próprio. A quarta é o sacrifício pessoal - Submeteu-se a ponto de morrer, e morte de cruz! O principal objetivo de Jesus sempre foi desenvolver Seu ministério até o tempo em que Seus discípulos teriam de substituí-lo em seu trabalho, saindo pelo mundo levando o evangelho de redenção. Esse plano foi deixado progressivamente claro, enquanto os discípulos O seguiram. Que seja este o novo alvo todos os dias. Pr. Eliel Cordeiro 6ª Região Eclesiástica
que a sociedade pós-moderna encontra para não assumir a responsabilidade diante do descaso motivado pelo reflexo do consumismo e individualismo que essa geração vive. O grande desafio para as futuras gerações é encontrar soluções definitivas para esse hiato social, oferecendo ações que viabilizem uma profunda e concreta mudança nas questões sociais e humanitárias, convertendo-as de um mero assistencialismo para uma eficaz proposta de desenvolvimento e enfrentamento da extrema pobreza em que vivem essas pessoas invisíveis. /// Serviço: Angular Editora | (11) 2813-8605 www.angulareditora.com.br
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Famílias pastorais reúnem-se no
interior de São Paulo
Redação EC
M
antendo uma tradição ininterrupta por mais de 30 anos, o distrito do Vale do Paraíba, no interior de São Paulo, realizou mais uma edição do retiro anual de famílias pastorais. O encontro foi nos dias 11 a 13 de outubro com mais de 90% do corpo pastoral do distrito presente na cidade de Jacareí/SP, no Oikos Center, de propriedade da Cruzada Mundial de Literatura com sede na cidade de São José dos Campos. O tema proposto teve como base 1 Timóteo 4.16, que diz: “cuida de ti mesmo e da tua casa”. O Bispo José Carlos Peres e a esposa, Maria da Penha Gonçalves Peres, também estiveram presentes. O bispo abriu o encontro ministrando à luz do Salmo 128 e ressaltou a importância do cuidado com a nossa vida e família no dia a dia do ministério de cada um/a. O retiro contou com uma programação flexível que permitiu aos/às participantes momentos de comunhão, edificação e muito lazer. Ao final de cada palestra havia no auditório uma mesa com
doces variados, inclusive alguns que remetiam aos tempos de infância, e cada participante podia experimentar à vontade. O lazer mereceu destaque tendo em vista que a estrutura disponível oferecia ofurô aquecido, piscina, quadra e campo de futebol. As redes de descanso também ficaram disponíveis para quem preferiu. Além da palavra episcopal, também contamos com a ministração do Pastor Miguel Ângelo Fiorini, da Catedral Metodista de São Paulo e SD do Distrito Central. Ele conta como é participar desse momento tão precioso na vida das famílias pastorais. “Participar deste encontro para nós é uma bênção e nos remete ao nosso começo. No ano de 1996 iniciava-se nossa vida ministerial como pastor titular da igreja Betânia e depois da igreja em Pindamonhangaba. Foram 11 anos de convívio com famílias pastorais e pessoas que nos marcaram muito. Queremos deixar registrada a importância do Pastor Hélcio Mariotto e sua esposa, dona Maria, em nosso começo ministerial. São exemplos de caráter, amor, dedicação
e espiritualidade. Para nós, que passamos pela experiência de pastorear no Vale do Paraíba, sabemos o quanto é importante este retiro. É tempo precioso e terapêutico. Tempo de rever amigos/as e fazer novas amizades. Tempo de vivência, experiência e unidade. Outra pastora que ministrou no encontro foi Nancy Miúdo, nomeada para a Igreja Metodista Central em Taubaté/SP. “Participar do retiro das famílias pastorais nos proporcionou experiências enriquecedoras,
além da oportunidade de nos aproximarmos, um pouco mais, da ‘Família Vale’. Foi um tempo de comunhão, aprendizado, descanso e refrigério”, destacou a Pastora Nancy. A pastora compartilhou com o grupo lições importantes extraídas do texto de Êxodo 17.816 sobre o cuidar de si, que, segundo ela, “requer de nós um acerto com eventuais pendências do passado, possibilitando o resgate da imagem e semelhança corrompidas; uma autoavaliação, reafirmação da iden-
tidade e convicção do chamado, certeza de estar no lugar certo, no tempo oportuno e fazendo a vontade do Senhor”, finalizou. Já a Pastora Andréia Anália Eugênio, nomeada para a Igreja Metodista em Jacareí/SP, destacou outros pontos que considera importante. “O fato de ser solteira não impede de aproveitar muito todos os momentos. Nossos retiros são regados de muita descontração, amizade e troca de experiências entre os pastores/as e seus/as familiares. Desde minha primeira nomeação no Vale, em 2002, até agora tenho participado e trazido para minha vida muitas amizades e companheirismo”, disse a pastora. A pastora foi a convidada para ministrar no encerramento do encontro, onde dirigiu uma dinâmica, na qual algumas pessoas colocaram-se no lugar do/a amigo/a, experimentando empatia ao lerem e oferecerem ajuda para um problema apresentado e orando pela situação. A aplicação na palavra foi através do Salmo 23, em que vemos o grande cuidado do Deus Pastor, manifestado em nossa vida e o poder do derramar da sua unção sobre todos/as nós, gerando as forças necessárias para o caminhar da existência segundo seus propósitos. “Os momentos de descontração ficaram por conta da maravilhosa alimentação, boas risadas, o “Falta um”, que propicia muitas revelações esportivas, a piscina, que é a maior atração para as crianças… Enfim, um tempo muito relaxante e terapêutico! Espero que esses encontros continuem acontecendo e abençoando muito nossa vida e nossas famílias”, finalizou a Pastora Andréia. Os vários momentos de louvor e adoração foram conduzidos pelo Pastor Thiago Marques e a esposa, Paula Carias, da Igreja Metodista em Caraguatatuba. “Louvamos a Deus por esta prática em nosso distrito! Tivemos um fim de semana muito abençoado de renovo, descanso e comunhão entre as famílias pastorais! Um tempo precioso para reforçar o valor do cuidado com a família, que é prioridade em nosso rebanho e que também nos auxilia no desenvolvimento do ministério”, disse o Pastor Thiago. O retiro anual é um momento muito esperado pelos/as pastores/as e familiares. É uma oportunidade de rever amigos/as, conversar, ser ministrado/a, relembrar experiências de retiros anteriores e descansar desfrutando do contato com a natureza e tempo de qualidade com a família. /// Colaborou: Alexander Christian R. Antunes Pastor da I.M. em São José dos Campos e SD do Vale do Paraíba
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MÍDIA Novembro de 2019 | www.expositorcristao.com.br
LEVANTAMENTO “VITRAIS EM IGREJAS METODISTAS NO BRASIL”
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GIRO DE
NOTÍCIAS
O QUE FOI DESTAQUE NO PORTAL EXPOSITOR CRISTÃO
Expositor Cristão
Convidamos você para participar de um levantamento com relação aos vitrais que existem na Igreja Metodista no Brasil. A iniciativa vai ajudar pesquisadores/as a respeito da cultura visual na Igreja Metodista, que estará acessível em uma página na internet. Esses vitrais podem ser encontrados em:
PRÊMIO
© ARQUIVO PESSOAL
Após 25 anos de dedicação ao pastoreio e aos/às adolescentes em privação de liberdade, por estarem em conflito com a lei, atuando no DEGASE (Departamento Geral de Ações Socioeducativas) da Secretaria de Estado de Educação no Centro de Atendimento Intensivo (CAI), Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, a Pra. Kaká Omowalê foi condecorada por seu trabalho com a Medalha Tiradentes, concedida pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ).
• Instituições de ensino; • Instituições de ação social; • Igreja, congregações, capelas (inclusive de instituições), pontos de pregação; • Outros. Gostaríamos de registrar vitrais que retratam:
ALAIME
© DIVULGAÇÃO
O Bispo Luiz Vergílio, presidente do Colégio Episcopal, participou do primeiro dia do Congresso Internacional da Associação Latino-Americana de Instituições Metodistas de Educação – ALAIME 2019. O evento ocorreu nos dias 11 a 13 de outubro no Centro Universitário Metodista IPA e no Colégio Metodista Americano, em Porto Alegre/RS. O tema foi: “A educação metodista em tempos de incerteza”.
COMUNICAÇÃO: Terminou no dia 10 de outubro a Consulta e Workshop en Comunicación Misional. O evento foi realizado na Sede Nacional, em São Paulo. Reuniu 20 representantes de vários países do continente latino-americano. A consulta faz parte das atividades do escritório regional de Ministérios Globais oferecidas pela Igreja Metodista Unida, dos Estados Unidos. HINÁRIO EVANGÉLICO: A Igreja Metodista Eldorado, em Juiz de Fora/MG, pastoreada pelo Pastor Jaeder Maia, realizou no dia 28 de setembro programação de valorização do hinário metodista. Irmãos e irmãs que amam os hinos se reuniram para cantar e aprender a cantar da forma correta e de acordo com a partitura.
• Pessoas [normalmente bíblicas; eventualmente, da história do metodismo, ou outras]; • Símbolos religiosos [Trindade, Santa Ceia, Batismo, Cruz, túmulo vazio etc.];
© DIVULGAÇÃO
© RODRIGO DE BRITOS/EC
© DIVULGAÇÃO
RÁPIDAS
ESCOLA DOMINICAL
• Ornamentações [florestais].
O Departamento Nacional de Escola Dominical lançou e-book com o objetivo de promover espaços para reflexão sobre a criação de Deus, além de motivar os/as metodistas para um maior compromisso do ser humano com o cuidado e preservação do meio ambiente. O conteúdo foi publicado no dia 17 de outubro na página da Sede Nacional da Igreja Metodista.
• Uma fotografia de cada vitral [no caso de grandes vitrais, uma total e fotografias de partes];
Solicitamos:
• Informações sobre a localização geográfica [nome da igreja, endereço]; • Informações sobre a extensão e localização na igreja; • Informações sobre a história do vitral ou dos vitrais [se tiver: ano de fabricação ou de inauguração; imprensa que executou a obra; nome do/a idealizador/a da obra; informações sobre a “função” do vitral (memorial, liturgia)].
Em tempos nublados, sigo ouvindo que eu não me equivoquei. Louvado seja Deus! PASTORA KAKÁ OMOWALÊ, HOMENAGEADA COM A MEDALHA TIRADENTES
ATO DE GOVERNO DO CE: O Colégio Episcopal da Igreja Metodista emitiu Ato de Governo (03/2019) no dia 14 de outubro, tendo em vista a última decisão da Comissão Geral de Constituição e Justiça (CGCJ), que afastou o Bispo Emanuel Adriano Siqueira por três meses (conferir a decisão da CGCJ publicada no dia 21/10 sobre esse assunto).
AS MATÉRIAS MAIS ACESSADAS NO PORTAL EXPOSITOR CRISTÃO
EC DE OUTUBRO: Na última edição, destacamos a pesquisa do Ministério da Mulher e dos Direitos Humanos (MDH) tendo como foco a violência infantil. Foram 76.216 denúncias envolvendo crianças e adolescentes, sendo que 17.093 registros são referentes à violência sexual. Os dados integram o Balanço Anual de 2018.
© DIVULGAÇÃO
MAIS LIDAS
Objetivo: contribuir para uma pesquisa a respeito da cultura visual na Igreja Metodista; dar acesso a esses vitrais por meio de uma página na internet “Vitrais em Igrejas Metodistas no Brasil”. Contato: para consultas ou para esclarecer a forma de envio – Grupo de Pesquisa “RIMAGO – Cultura visual religiosa”, Projeto de Pesquisa “Cultura visual evangélica: surgimento e abrasileiramento”; Coordenador do grupo: Helmut Renders, helmut.renders@ metodista.br.
CRIANÇA Novembro de 2019 | www.expositorcristao.com.br
© JACOBLUND / ISTOCKPHOTO.COM
Demonstrar o AMOR cristão
ueremos lembrar o dever de todos e todas na construção de uma sociedade sem discriminação, tendo uma preocupação coletiva. Discriminar é ação de diferenciar, segregar, marginalizar ou separar alguém devido às suas diferenças. Infelizmente, a discriminação ainda existe em diversas partes da sociedade, é inaceitável que desigualdades surjam ainda hoje com tanta evolução do ser humano. Precisamos de uma sociedade mais justa, que inclua as pessoas, respeite e tenha equidade, percebendo as diversidades. O Dia da Consciência Negra é comemorado no mês novembro e isso não é
uma ação exclusiva do movimento negro, precisamos pensar e agir no combate das desigualdades raciais, atuar para neutralizar os efeitos da discriminação, de raça ou cor da pele. Para ajudar a erradicar completamente qualquer tipo de preconceito, temos que demonstrar o AMOR cristão que vem de DEUS. Precisamos ensinar desde cedo nossas crianças que somos TODOS e TODAS iguais perante DEUS e que temos que agir assim com nosso próximo, tendo respeito e igualdade nas diversidades. Como está escrito em Gálatas 3.28, "Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus."
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