"Há empresas muito inovadoras em Portugal" - Entrevista Telma Paz - Diretora-Geral

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› EMPRESARIADO Telma Paz, Diretora-Geral de F. Iniciativas

«Os nossos Recursos Humanos são a nossa grande força» Em Portugal desde 2006, altura em que arrancou o SIFIDE (Sistema de Incentivos Fiscais à I&D Empresarial), a F. Iniciativas tem tido no nosso país um crescimento sustentável equilibrado. Em entrevista que concedeu à PAÍS €CONÓMICO, Telma Paz, diretorageral desta empresa cuja principal missão é dinamizar a competitividade empresarial dos seus parceiros de negócio através do processo de financiamento para os seus projetos, sabe que o sucesso da sua estrutura depende muito da evolução da economia. «Quando existe um retrocesso ou um desinvestimento da economia, esse clima é propício ao desânimo das empresas, porque não havendo procura de novos investimentos não existirá necessidade de captação de financiamento e o interesse nos benefícios fiscais também será diminuto porque se as empresas têm prejuízos fiscais o benefício fiscal não faz sentido», sublinhou Telma Paz que denomina os Recursos Humanos da F. Iniciativasa sua grande força. «Mais do que procurar know-how (porque esse temos), a nossa grande preocupação é continuarmos a recrutar bons Recursos Humanos que nos ajudem no processo de crescimento da empresa».

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TEXTO › VALDEMAR BONACHO

epois do sucesso considerável assinalado em França, onde têm filiais,a F. Iniciativas, criada na década de 90, conseguiu igual êxito em Espanha onde atualmente tem a sua sede. Em 2006 decidiu-se por Portugal, precisamente na altura do surgimento do SIFIDE (Sistema de Incentivos Fiscais à I&D Empresarial) instaurado pela Lei 40/2005, que veio substituir, vantajosamente, o sistema da reserva fiscal e tornou-se uma ferramenta bem mais atrativa, com maiores perspetivas económicas. A sua implementação, com a subvenção dos projetos a posteriori, veio permitir um cálculo mais justo. Telma Paz, diretora-geral da F. Iniciativas justificou as razões que levaram a sua Casa-Mãe a optar em 2006 pelo mercado português. «O nosso grupo em termos de expansão tem uma metodologia que é bastante

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| FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

simples. Temos o cuidado de fazer em todos os países, sejam europeus ou não, um estudo sobre os sistemas de incentivos, nomeadamente nas nossas áreas de especialização: a Investigação, o Desenvolvimento e a Inovação, aproveitando o know-how existente na Casa-Mãe. Uma vez que o SIFIDE era e continua a ser bastante atrativo, fazia todo o sentido virmos explorar o mercado português. Tínhamos por um lado um sistema de incentivos novo iniciado nessa altura, e por outro lado havia também uma questão estratégica. Tratava-se de um desafio, levando em conta que trabalhamos desde as pequenas empresas às grandes multinacionais e muitas delas já cá estavam em Portugal», precisou Telma Paz, lembrando que «tínhamos empresasque já era nossos clientes em Espanha e em França, e facilmente conseguimos conquistar esses clientes em Portugal. Não viemos para Portugal de

qualquer maneira, viemos apoiados por uma estrutura base». Boa aposta na internacionalização A F. Iniciativas tem escritórios nos EUA (São Francisco), Canadá (Montreal), Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Manaus), Chile (Santiago de Chile), Bélgica (Bruxelas), França (Paris, Lyon, Toulouse e Nantes), Espanha (em Madrid, Palma de Maiorca, Bilbao e Barcelona, sua sede social) e Portugal (Lisboa e Porto). «A presença internacional permite-nos acompanhar as pequenas e médias estruturas no seu desenvolvimento e propor aos nossos clientes multinacionais um serviço de aconselhamento e de engenharia fiscal adaptados a cada país», esclareceu Telma Paz. Diretora-Geral da F. Iniciativas. Segundo a nossa entrevistada a F. Iniciativas tem duas áreas distintas de atuação.

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› EMPRESARIADO «Por um lado procuramos trazer captação definanciamento para os projetos de investimento das empresas, e também apoiamos a captação do apoio indireto, ou seja, apoiando a poupança fiscal das empresas. Portanto, quando chegámos a Portugal estava a iniciar-se o SIFIDE que é nada mais do que um benefício fiscal. Nós, por um lado, trazemos dinheiro para os projetos das empresas, e por outro tentamos que paguem o mínimo de impostos, ou seja, procuramos sempre a otimização do apoio via complementariedade de programas», clarificou Telma Paz. A diretora-geral da F. Iniciativas considera que a adaptação da sua empresa ao mercado português tem sido progressiva. «Na altura começámos com uma equipa de 2 a 3 pessoas e atualmente é composta por 40 pessoas. Mostra que tem sido um crescimento sustentável ao longo dos anos, embora notássemos, especialmente no último ano uma imagem de menor crescimento, isto porque os próprios apoios comunitários tiveram um interregno de

um ano. Deste Setembro de 2013 que não temos quaisquer apoios. Até então sentíamo-nos sempre a crescer enquanto estrutura e enquanto empresa, mas o 2013 foi um ano de estabilidade e manutençãopara a F. Iniciativas», elucidou Telma Paz, para lembrou de imediato que nesta fase «pretendemos e estamos a prepararmo-nos para retomar o nosso crescimento». Telma Paz sabe que o sucesso de uma estrutura como a F. Iniciativas está sempre muito dependente da evolução da economia. «Quando existe um retrocesso ou um desinvestimento da economia, esse clima desanima as empresas porque não havendo procura de novos investimentos não existirá necessidade de captação de financiamento, e o interesse nos benefícios fiscais também serádiminuto porque se as empresas têm prejuízos fiscais o benefício fiscal também não faz sentido. Mas a perspetiva nesta fase é positiva porque já se começa a sentir algum otimismo por parte das empresas que começam a acreditar

na recuperação da economia portuguesa, e isso também é uma boa notícia para a F. Iniciativas», sublinhou Telma Paz. Há empresas muito inovadoras em Portugal A diretora-geral da F. Iniciativas aproveitou o ensejo para lembrar o esforço de modernização que está sendo levado a cabo não só pelas pequenas empresas como também pelas empresas multinacionais. «As dificuldades vividas foram desde a mais pequena empresa às grandes multinacionais. Todas se viram obrigadas a repensar estratégias e a se reorganizarem. Já existem alguns programas em especial que começam a dar relevo às PME, e nós conhecemos em Portugal empresas bastante inovadoras o que é sinal de que saberemos dar a volta a esta situação», salientou. Telma Paz não tem dúvidas de que os Recursos Humanos da F. Iniciativas são a sua grande força. «Mais do que procurar

know-how (porque esse temos), a nossa preocupação com vista a consolidarmos o crescimento da nossa empresa é continuarmos a procurar bons Recursos Humanos e depois, obviamente, dar-lhes formação adequada e fazê-los crescer dentro da própria estrutura», sublinhou Telma Paz. A resposta foi pronta quando perguntámos a Telma Paz quais eram as suas expectativas em relação ao próximo QCA (2014-2020). «Para já, vamos ver se ele arranca mesmo este ano. Pelos vistos, mais uma vez vamos ter atrasos. Eu ainda estou na expectativa se ele ainda arranca este ano. Este estado de coisas desanima as empresas, porque efetivamente existem muitos projetos que estão em carteira e que estão na eminência de arrancar e que necessitam deste apoio. Sabemos da existência de países que já têm apoios nacionais às empresas desde o início do ano, o que não acontece com o nosso país, significando que já levam em relação ao nosso país um ano de avanço. Apesar de tudo isto, espe-

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ro que em relação a este QCA exista uma maior simplicidade nos processos de candidatura, já que até agora temos assistido a uma carga burocrática muito grande nestes procedimentos, o que causa enormes transtornos às empresas. Esperamos que este seja um QCA mais simples e que, efetivamente, tenha um impacto esperado nas empresas», resumiu a diretora-geral da F. Iniciativas. Quando iniciou a sua atividade em Portugal a F. Iniciativas contava nos seus quadros com duas ou três pessoas. Hoje esse número está próximo das 40 pessoas, o que revela o crescimento sustentável que esta empresa tem vindo a registar no nosso país. Alargar o leque de serviços Com um vasto know-how adquirido ao longo dos seus mais de vinte anos de existência, o grupo F. Iniciativas conta com mais de 500 peritos ao serviço dos seus parceiros de negócio. «Dentro da F. Iniciativas nós temos uma divisão naquilo que são as nossas competências. Tentamos e conseguimos chegar

a todo o lado. Trabalhamos com setores diversificados que vão desde as indústrias químicas até às prestadoras de serviço ou até ao setor alimentar. Portanto, nós temos por um lado pessoas com a componente económica (temos economistas, gestores ou contabilistas) e, por outro lado, temos engenheiros mecânicos, engenheiros químicos, engenheiros eletrotécnicos e outros. Quero com isto dizer que temos no nosso staff especialistas em todas as áreas de atividade, o que para nós é uma mais-valia importante», enfatizou a diretora-geral da F. Iniciativas, que a fechar esta entrevista à PAÍS €CONÓMICO perspetivou o futuroda sua empresa. «Neste momento a nossa preocupação é prestarmos um serviçocada vez mais completo e com valor acrescentado e para que esses objetivos se concretizem temos procurado diversificar aquilo que é a nossa prestação de serviços junto das empresas. Queremos, portanto, alargar o nosso leque de serviços e complementar a nossa prestação dando uma resposta ainda mais completa aos nossos clientes». ‹

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