Etc e tal.

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ELES AINDA não chegaram a fazer entrevistas e nem noticiário, mas vão chegar lá. No que depender da vontade dos alunos da quarta série, que pilotam a Rádio Escola Santo Inácio (nome escolhido pela equipe da manhã) e Rádio Recreio (assim chamada pelos alunos da tarde), logo, logo eles vão ampliar a programação. A idéia de sintonizar uma emissora no pátio durante os recreios foi da professora Renata Marques Belloni, que em 2005, percebeu que a escola tinha os equipamentos de áudio necessários, e que uma atividade que gerasse nos alunos autonomia e senso de organização seria muito bem-vinda. “Utilizamos este meio de comunicação para estabelecer uma ação educativa democrática, que proporciona autonomia aos alunos, responsáveis por toda a programação”, conta Renata. Para conferir o pique de quem participa do projeto, o jornal Santo Inácio Etc e Tal conversou com uma das locutoras, a aluna Verônica Rosa, de 10 anos, da 4ª série B. Ela disse que sempre esteve empolgada com a rádio. “A gente faz o lanche rapidinho para assumir logo os microfones e o controle da rádio”, explica. “Depois das dicas culturais, dos aniversariantes e das piadas, a gente coloca muita música para distrair quem está no recreio”, conta. Atenta à sua transmissão, Verônica disse que narra melhor quem não fica nervoso. A rádio também faz entrevistas, como a realizada com o ajudante geral Robson Martins de Morais, que supervisiona o portão e recreios, e faz a limpeza de alguns locais da escola. Alunos da 4ª série que em rodízio “O bacana é o fato de a rádio estimular a cooperação e a responsabiliparticipam do projeto; dade dos alunos em colocar o programa no ar toda a semana, em esqueao lado, Bruna Vitali, 10 anos, uma ma de revezamento”, detalha a coordenadora de 1ª a 4ª séries, Marina das locutoras da Rádio Recreio Pontes Filandra, que acompanha o projeto e também a edição do Jornal Mural, projeto realizado pelos alunos da 4ª série. Marina aponta que as duas atividades [Rádio e Mural] desenvolvem a linguagem e a vontade dos alunos manterem-se atualizados.

8/1/2007, 09:39

MAHATMA GANDHI APRENDA COMO SE FOSSE VIVER PARA SEMPRE

VIVA COMO SE FOSSE MORRER AMANHÃ

Nas ondas da Rádio Recreio Conheça o que a Santo Inácio faz pelo meio ambiente

Diversidade e Inclusão Saiba como estas questões alteram a educação do seu filho Artes Depois de visitar galerias, alunos da educação infantil mostram talento em releituras Reciclagem

ESCOLA SANTO INÁCIO Rua Abílio Soares, 425/427/441 04005-001 Paraíso S.Paulo SP tel 11 3884.0566 fax 11 3051.3733 esi@santoinacio.com www.santoinacio.com

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IMPRESSO www.santoinacio.com

Olhar sobre o diferente

EXPEDIENTE

Missão cumprida cumprida!!

etnerefid o erbos rahlO NESSA EDIÇÃO do Jornal Santo Inácio ETC e tal você vai poder conferir como os alunos da Santo Inácio vivenciam a diversidade, e, também saber um pouco sobre os processos de inclusão. Para fundamentar mais essas informações, entrevistamos a especialista em neurociência Elvira Lima, que atualmente consulta para a TV Globo a programação infantil da emissora. Com sua vasta experiência nas áreas de educação, psicologia e sua atuação no mundo acadêmico, Elvira nos dá respostas objetivas de como a sociedade está evoluindo para o desenvolvimento do olhar sobre o que é aparentemente diferente da média estabelecida, especialmente na escola.

editorial

Outro texto dessa edição que chama a atenção pela ousadia da ação é o que trata da ida dos alunos da educação infantil às exposições de artistas contemporâneos. Elas provaram que o talento e a percepção podem ser desenvolvidos muito cedo. Seus trabalhos, releituras das obras que apreciaram, mostraram a capacidade das crianças captarem a linguagem artística. E ainda: o posicionamento da escola em relação ao desenvolvimento sustentável, com seu programa de coleta seletiva de lixo que já rendeu exposição e um grande envolvimento dos alunos. A equipe do jornal Santo Inácio etc e tal deseja um 2007 pleno de realizações. Boas férias! Boa leitura. Beka

ESI etc e tal é uma publicação de Escola Santo Inácio R. Abílio Soares, 425 – Paraíso 04005-001 – S. Paulo – SP fone fax site e-mail

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ESCOLAS DE LÍNGUAS Nae language Center Seven Idiomas União Cultural Brasil/EUA Aliança Francesa

para confirmar os lista de uniformes

TRANSPORTE ESCOLAR Os transportadores indicados pela escola são divididos por região para melhor atendê-los. SR. ANGELO 9247.7782 / 5564.5771 Paraíso, Vila Mariana SR. ORLANDO 3171.3872 / 9944.5962 Paraíso, Jardim Paulista, Vila Nova Conceição SR. ROBERTO 3207.5847 / 9698.6909 Aclimação, Jd.da Glória, Cambuci, Klabin e outras sob consulta AULAS DE TÊNIS KIST TÊNIS CENTER informações na secretaria

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Reunião de pais de alunos do 2º ano (1ª série) às 8h no auditório Reunião de pais de alunos novos da Ed. Infantil e 1º ano (T6) às 13h no auditório Início das aulas do T4 ao 9º ano (8ª série) Início das aulas do T3 Início das aulas do T2

As listas de material e o calendário anual de 2007 estão disponíveis no site da escola: www.santoinacio.com

ATELIER DE ARTES PLÁSTICAS Officina de Criação 3889.0324 OFTALMOLOGISTA DRA. MARCIA YAZBEK Centro Oftalmológico S.Paulo 5055.1551

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Produção editorial F3 Comunicação 11 6261 4996 projeto gráfico Yves Ribeiro Design 11 3034 3063 jornalista responsável Francisco Freitas Mtb 25.262-SP colaboradores Adriana Cury Sonnewend Maria Isabel Cury (Beka) Maria Luiza Ferreira Faria Marina Pontes Filandra Marta Durante Paula Cury Fotografias Arquivo Santo Inácio Tiragem 3 mil exemplares Impresso dezembro de 2006

vai rolar programe-se!

janeiro 2 29 a 2/2

A secretaria passa a funcionar das 8h10 às 18h Treinamento e planejamento dos professores e coordenação

fevereiro 2

CONVÊNIOS E PARCERIAS Para garantir comodidade e preços mais competitivos na aquisição de produtos e serviços, a Santo Inácio mantém diversos convênios com lojas, prestadoras de serviços e instituições de ensino, que estão à disposição de pais e alunos. Confira!

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ACADEMIAS Aquasport Swimming Center Planeta Corpo Gymnus UNIFORMES Sugerimos que telefonem antes tamanhos disponíveis na loja. A encontra-se no site da escola. Loja da Dayse Loja Fee Way

PLANEJAMENTO EDUCACIONAL Cia. de educação 2244.4490 www.ciaeduc.com.br

Alunos da oitava série (turma de 2006) se despedem da Escola Santo Inácio em clima de grandes expectativas. Antes, porém, eles responderam a uma pergunta: Se a Santo Inácio fosse um bicho, qual seria? Eis uma das respostas selecionadas, da aluna Mariana Monteiro Fischer: “Talvez um canguru, pois este dá saltos como a Santo Inácio nos ensina a dar em nossas vidas. E porque os cangurus carregam os filhos em uma bolsa consigo, como a escola faz nessa etapa de minha vida até que eu fique pronta para dar meus próprios saltos”.

“Há vários caminhos para o desenvolvimento da aprendizagem”

Inclusão e diversidade na ordem do dia Dona de um olhar científico sobre os principais temas da educação, a especialista Elvira Lima, na entrevista abixo, dá seus conceitos sobre diversidade e inclusão. Ela aponta que o maior desafio para viver esses dois valores é olhar o processo de desenvolvimento e aprendizagem na infância de maneira mais ampla, para abranger a realidade da espécie humana. Elvira, que já deu consultoria e treinamentos à equipe da Escola Santo Inácio, é também a consultora da Rede Globo para a programação infantil da emissora. Fala-se muito em diversidade e inclu- neo, ela exclui toda uma parte da infância. dor é contribuir para a melhoria desse quadro, são na atualidade. Quais são os conceicujos cuidados começam na infância, lembrando tos atuais dessas práticas, que podemos Quais os benefícios e avanços trazidos que todos, independentemente de síndromes, doadotar para a realidade brasileira? pelas leis brasileiras e internacionais que enças, impedimentos biológicos, são crianças em desenvolvimento. No Brasil, as escolas públicas A diversidade biológica acontece quando algum ór- tratam da inclusão? gão do corpo tem uma formação diferente, seja pelo Que várias culturas humanas ainda precisem de são, de fato, as que se dedicaram inicialmente não funcionamento total (cegueira, surdez...) ou seu leis para refletir sobre estas questões, mostra com afinco a esta questão, juntamente com algufuncionamento é afetado por lesões, alterações no como temos de evoluir para entender o que so- mas poucas particulares. Hoje a expansão é evidente, nos dois setores. próprio órgão ou em regiões do cérebro. Diversida- mos, como pessoas e como espécie. de, também, acontece por acidentes genéticos, má O ideal seria agir como muitas tribos indígenas, formação ou episódios na gestação. Inclusão é en- que nem conseguem entender porque temos edutendida de duas maneiras no Brasil: a inclusão de cação especial. Para elas, o ser humano é parte da crianças e jovens com diversidade biológica e a inclu- natureza, que é diversa dentro de uma mesma essão de todos que são, de alguma forma, excluídos dos pécie; como as árvores que não são iguais. bens culturais e materiais, no mundo contemporâneo (índios, negros, imigrantes, meninos de rua, crianças de classes desprovidas economicamente, etc. A diversidade e inclusão são faces da mesma moeda, pois acabam se completando. Como a escola pode melhorar essa relação? Se a diversidade é regra da espécie humana, buscar o homogêneo contraria esse princípio. Este valor é novo para a escola, que, como instituição criada há mais de 4 mil anos, sempre foi destinada à uma parte da infância. Não houve outro momento da história em que a escola tenha sido considerada como direito de todos. Ela passou a ser um espaço para a formação das novas gerações. E ao buscar a “normalidade”, o homogê-

Quais são os grandes desafios das escolas públicas e particulares diante dessa exigência? O maior desafio é olhar o processo de desenvolvimento e aprendizagem na infância de maneira mais ampla, para contemplar a realidade da espécie humana. Entender que temos um desenvolvimento biológico e cultural e que os conhecimentos escolares fazem parte disso. O fato de indivíduos terem diversidades biológicas, não faz deles pessoas incapazes de aprender. O cérebro tem a capacidade de desenvolver várias formas de funcionamento e isto está diretamente relacionado às experiências propiciadas às crianças desde seu nascimento. Nesse contexto, a tarefa do educa-

Parece óbvio que ter contato e conviver com a diversidade, desde os primeiros anos, muda completamente a visão de mundo do ser humano. É correto apostar que a criança que vive esse valor tem mais possibilidades de ser um cidadão melhor e mais consciente? Com certeza, pois a consciência da diversidade traz consigo a idéia de que, na vida, as coisas podem ser vistas a partir de vários ângulos e que, principalmente, não há um só caminho de desenvolvimento para o ser humano. Isto, por exemplo, não cria, nem alimenta preconceitos. O cidadão mais consciente se forma, também, nos períodos iniciais do desenvolvimento da criança, tempo em que ela se torna uma pessoa de cultura. Se ela conviver com a diversidade neste período, a multiplicidade fará parte dela, estará registrada em sua memória e fará parte de sua identidade.


aconteceuaconteceu Novembro|Dezembro Setembro Desvendando a rede

Musical infantil

Pais assistiram à palestra “Internet Morde ou Não morde?”, com Paulo Zuccato, diretor da PriceWaterHouseCoopers, empresa prestadora de serviços para a escola na área de TI. Na programação, a história da internet, seus benefícios, problemas e os cuidados que se deve tomar para usá-la para o bem.

O Teatro Brincante, da Vila Madalena, foi o palco da peça A Árvore e a Aranha, de Rubem Alves, a qual os alunos do T3B e T4B foram conferir. O programa deu continuidade aos estudos realizados para a Participarte. O espetáculo une grandes bonecos, atores e muita música.

Explorando ecossistemas

Viagem no tempo Com o objetivo de ampliar o conhecimento na área de Artes e complementar o trabalho sobre o período do Barroco Brasileiro, os alunos da 2ª série visitaram o Museu de Arte Sacra de São Paulo.

Alunos da 2ª série visitaram o Aquário de São Paulo para finalizar projeto feito em Ciências Naturais.

Saci, curupira e outros bichos As 1ªs séries passaram o dia na Companhia dos Bichos para conhecer um pouco mais sobre o folclore brasileiro.

XXVII Bienal

Pela fauna brasileira

Dando continuidade aos estudos realizados de reciclagem e produção de brinquedos e brincadeiras com material reciclável, o T5B e T6B visitaram a Bienal de Arte 2006 para aprender mais um pouco sobre o uso de materiais e suportes na produção artística.

Pais, filhos e professoras do T3A foram assistir à peça Bichos do Brasil apresentada pelo grupo Pia Fraus na lona do Circo Roda Brasil, no Memorial da América Latina. O programa fez parte do projeto sobre o tema realizado em sala de aula.

Esporte e Cultura

Ciência nos galpões da Lapa Os alunos da 4ª série visitaram a Estação Ciência - Centro de Difusão Científica, Tecnológica e Cultural da USP, na Lapa. Lá, eles puderam conferir conceitos científicos presentes no dia-a-dia nas áreas de física, biologia, matemática, astronomia, geografia entre outras. Em outubro, os alunos da 6ª série também foram à Estação, com as professoras Paula e Cynthia, de matemática e desenho geométrico.

Nas últimas semanas de aula, que visam a integração entre séries, 71 alunos do Ensino Fundamental II participaram das Atividades Culturais e Esportivas propostas. O evento proporciona que os alunos coloquem em prática a aprendizagem do ano, tanto de conteúdos, como de procedimentos e de atitudes.

Primeira Comunhão Alunos da 4ª série receberam a Primeira Comunhão na Igreja Santíssimo Sacramento, preparados pela professora Marisa Helena C. Ribeiro.

Aula Sinfônica

História da Arte

Alunos da 4ª série assistiram ao concerto didático realizado no Teatro Municipal.

A 2ª série visitou o Museu de Arte Sacra. O objetivo foi ampliar o conhecimento na área de Artes e complementar o trabalho sobre o Barroco Brasileiro.

Rio Tietê Alunos da 5ª série visitaram a região de Barra Bonita e Corumbataí, com os professores Marcio, de geografia, e Luciana, de ciências. Os temas de observação e discussão centralizaram-se em energia, impacto ambiental, poluição e navegabilidade do rio Tietê.

Outubro

Deuses Gregos Um dia na 1ª série e vivência

Alunos do T6 passaram um dia na 1ª série para vivenciar um pouco da experiência que terão a partir de 2007. A atividade faz parte do programa de transição inter-séries realizado na Escola Santo Inácio. Para conhecer a Santo Inácio, as crianças que estão finalizando o T6 em outras escolas, participaram de uma vivência com Paula Cury, diretora pedagógica, que esteve à frente de atividades de integração com os alunos: momentos de conversa, lanche coletivo, contadora de histórias, dentre outras atividades que agitaram a manhã.

Trocando conhecimentos Os alunos da 5ª série estiveram na Associação Criança Brasil (www.criancabrasil.org.br), que trabalha para atender crianças e adolescentes de baixa renda na zona Sul da capital, realizando oficinas com os alunos de lá, junto com a professora Cynthia Grill Coelho, de desenho geométrico e informática.

Ouviram do Ipiranga O professor de História, Uirá, visitou o Museu do Ipiranga com os alunos da 7ª série para complementar estudo realizado em sala de aula.

Pelo desenvolvimento sustentável VOCÊ SABIA que o papel demora três meses para se decompor? Que um palito de fósforo precisa de seis meses para ser consumido pela natureza? Que uma latinha de alumínio resiste por 10 anos? Informações como essas podem ajudar a conscientizar as pessoas da importância da coleta seletiva, que minimiza problemas como a devastação, a exploração predatória dos recursos naturais, e principalmente reduz a quantidade de lixo produzido nas grandes cidades, problema este que certamente pode comprometer o futuro do planeta. Desde o ano 2000, a Escola Santo Inácio pratica, ensina os benefícios e incentiva coleta seletiva, uma das fórmulas do desenvolvimento sustentável, que combina progresso, tecnologia, conforto e equilíbrio do meio ambiente. Em seu histórico, a escola já passou por fases como convênios com ONGs para a coleta de plástico, separação de todo o Consciência ecológica: atividade ensina alunos como lixo reciclável e instalação de lixeiras coloridas e uso de papel reciclado aproveitar material reciclado para comunicados internos. Recentemente, a escola montou a exposição Aquilo deu isso, na qual os alunos da Educação Infantil surpreenderam com trabalhos aproveitando material destinado à reciclagem. Todo o material separado internamente agora vai para a Cooperativa de Catadores de Lixo – Coorpel. Outra iniciativa dentro desse espírito foi dada pelos alunos do T5. Eles entrevistaram um coletor de material reciclável. Entre outras coisas, os alunos descobriram que os catadores das cooperativas de material reciclado se queixam do preço pago pelos compradores do material. Uma das formas para solucionar o problema, diz o entrevistado, seria encaminhar muito mais materiais para a reciclagem. A conscientização sobre esta questão não é só privilégio dos alunos do T5. As 3ªs séries também estudaram o tema a fundo, sob coordenação das estagiárias Camila, Roberta, Lisandra e Regivane, junto com as professoras.

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QUEM PODERIA imaginar até onde os alunos da educação infantil da Santo Inácio iriam durante as aulas de artes. Os pequenos visitaram no mês de outubro as exposições de Alexander Cauder, na Pinacoteca de São Paulo, Alex Fleming, no Metrô Sumaré e uma coletiva de artistas contemporâneos no Banco Real, na Avenida Paulista. Depois de conhecerem os espaços, produziram trabalhos (releituras artísticas do que viram). O resultado deu o que pensar. A iniciativa das visitas foi da coordenadora de educação infantil da Escola Santo Inácio, Marta Durante, que considera importante que as crianças desde o T2 visitem galerias de arte. “Com as visitas, oferecemos a possibilidade de eles conhecerem o trabalho de um artista e descobrirem a tridimensionalidade das obras, algo que o livro mostra apenas por meio de uma foto ou imagem”, explica. “Conhecer as obras de perto muda completamente o olhar da criança, que passa a adentrar e apreciar o mundo dos quadros e esculturas, ampliando também a sua percepção de modo geral”, conclui. NA PINACOTECA conhecendo os móbiles de Alexander Calder — Helen de Pádua Marcondes, professora do T4A, levou seus alunos para a exposição do escultor norte-americano Alexander Calder (1898–1976). Ela relata que foi um dos primeiros contatos das crianças com esculturas. “As obras desse artista tinham um apelo especial: grudadas no teto elas se moviam criando sombras, estimulando a imaginação das crianças”, diz Helen. Antes as crianças estudaram um pouco sobre o artista. Calder foi um expoente da forma e do equilíbrio, que aliou com perfeição, arte e técnica. Com lâminas de metal e arame criou "esculturas em movimento", os móbiles, que lhe deram grande popularidade. Depois de conhecer as esculturas, as crianças fizeram a releitura de um dos móbiles, o Viúva Negra Negra, inspirado na técnica, materiais e estilo do artista, usando cds e arames. VIAGEM DE METRÔ para conhecer a Série Sumaré Sumaré, de Alex Fleming — ao estudarem o trabalho do artista paulistano, Alex Fleming, os alunos do T6 A embarcaram em uma viagem muito maior do que eles imaginavam. Primeiro, o local das obras não era uma galeria e sim uma estação de Metrô, a Sumaré, que fica acima da avenida com o mesmo nome. A estação chama a atenção pelos painéis gigantes, em vidro plano, exibindo fotos de pessoas comuns, nos quais o artista fez intervenções cartográficas. A professora Telma Beneplacito fotografou os alunos e pediu que eles fizessem a releitura das obras de Fleming. O trabalho gerou resultados muito próximos ao que o artista propôs em sua série. Além da viagem artística, os alunos foram recepcionados pelo departamento do Metrô que organiza essas visitações, com direito a palestra sobre o funcionamento do meio de transporte e viagem por algumas estações da linha Paraíso-Vila Madalena. ARTE MODERNA no Banco Real – Essa exposição foi escolhida cuidadosamente pela equipe da Escola Santo Inácio. As crianças do T2, com idade próxima a dois anos, foram levadas à coletiva Arte Moderna em Contexto para conhecerem paisagens urbanas, rurais e litorâneas, naturezas-mortas, marinhas e festas. As crianças foram preparadas pelas professoras Anna Luiza Dutra Rodrigues (T2A), Fernanda Lins de Albuquerque (T2B) e pela consultora de artes Silvia Cacace Cunha, para que elas encontrassem as figuras e objetos de maneira mais fácil. Em sala, os alunos fizeram a discussão da apreciação e, individualmente, fizeram uma releitura dos quadros Praia com pescadores, de Fulvio Pennacchi, e Figura, de Milton Dacosta. A coordenadora Marta Durante reforça que expor as crianças às galerias e convidar artistas é uma forma bastante eficiente de os alunos desenvolverem-se na aprendizagem de arte. A próxima etapa desse projeto é convidar os artistas para conversar com os alunos. Foram cotados para irem à Santo Inácio o próprio Fleming, que já esteve na escola em 2005, e o escultor Nuno Ramos.

Diversidade faz a diferença

Com o objetivo de complementar o Projeto Mitos Gregos, da área de Língua Portuguesa, os alunos da 3ª série visitaram o Museu de Arte Brasileira da FAAP para ver a exposição Deuses Gregos – Coleção do Museu Pergamon de Berlim.

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Pequenos invadem galerias de arte

O QUE PODE haver em comum entre empresas como Nokia, Microsoft, Relógios Swatch e tantas outras organizações de ponta no mundo dos negócios? Todas elas são empresas inovadoras que incorporaram o valor da diversidade, que tratamos aqui como a coexistência pacífica entre pessoas de diferentes nacionalidades, cores, raças, credos, orientação sexual e necessidades especiais. Aplicando esse conceito à educação, a Escola Santo Inácio se destaca pela suas práticas. “A gente sempre trabalhou com a diversidade por conta de nossa metodologia. Sempre demos atenção ao aluno (um a um) para respeitar o seu ritmo de aprendizagem”, explica Paula Cury, diretora pedagógica da Escola Santo Inácio. “O que mudou é a forma de trabalhar a diversidade no grupo, onde um aluno pode contribuir com o outro, onde professor e grupo compartilham dessa ajuda mútua.” Um exemplo dessa situação na sala de aula é o que a escola chama de trabalho diversificado, onde são criados grupos ou duplas para trabalhar com a diversidade da aprendizagem. Ou seja, grupos e duplas vão fazer atividades diferentes de acordo com o que necessitam. Uma das ferramentas para aumentar a diversidade é a inclusão (veja entrevista da educadora Elvira Lima nessa edição), processo pelo qual a escola cria mecanismos para receber alunos com necessidades especiais. Conhecer novas realidades por meio de projetos como visitas a instituições e participação em projetos como a Expedição Vaga-Lume, que viabiliza bibliotecas para crianças da região da Amazônia Legal, também amplia o olhar para a diversidade. Os funcionários da escola também são envolvidos em treinamentos e atuam diretamente por meio do Grupo de Ação Social da Santo Inácio, o GAS. Nesse ano, a escola recebeu a aluna

8/1/2007, 09:40

Luiza Porcelli no T4. Luíza tem síndrome de down. Seu pai, o publicitário Fábio Porcelli (leia entrevista ao lado), que tem outra filha na escola, fala um pouco da experiência em ver Luiza recebida na metodologia da Santo Inácio. “Sempre achamos que seria uma troca de ensinamentos; ou seja, a Luiza e a escola aprenderiam e ensinariam um ao outro”, relata Fábio. “A Julia, nossa filha que está na 2ª série, se adaptou muito bem à Escola e aos seus

Luiza Porcelli: troca de ensinamentos

métodos de ensino desde o início, o que nos deu segurança de que com a Luiza tudo correria bem também.” Fábio destaca a dedicação de todos os funcionários da Escola com Luiza, em especial sua professora Ana, Paula Cury e Eni. “Desde o início todos se mostraram muito dispostos a colaborar para que tudo saísse de acordo com as necessidades da Luiza e também abertos para o diálogo em busca de caminhos e soluções.” “Acho uma pena eu não ter tido essa diversidade em meu tempo de estudos”, diz Paula.

“A partir do momento em que a gente começa a encontrar pessoas diferentes nos ambientes que a gente freqüenta começamos a nos preocupar com isso. Uma vez que os alunos têm contato com essas novas realidades, eles aprendem a conhecer e ver que não é um bicho de sete cabeças. É apenas diferente”, conclui.

A escolha certa O fato de ter uma filha já estudando na Santo Inácio e conhecer a metodologia da escola, ajudou na escolha para o publicitário Fábio Porcelli direcionar os estudos de sua filha mais nova com dow downn, Luiza Porcelli. Em suas respostas, o pai de Luiza demonstra a satisfação de as filhas poderem ir à escola juntas e desfrutarem dos mesmos ensinamentos. Como foi a busca por uma escola para a Luiza? Tínhamos desde o início a intenção de colocar a Luiza numa escola regular, pois sempre acreditamos que a inclusão é benéfica para todos. Nossa filha Julia já era aluna da Santo Inácio e a Luiza sempre comparecia conosco aos eventos da irmã. Quando estávamos começando a amadurecer a idéia de mandá-la para a escola, Paula Cury nos contou que havia passado um tempo estudando sobre inclusão na Itália, e convidou a Luiza para iniciar esse processo na Escola Santo Inácio. Aceitamos de imediato e estamos muito satisfeitos com os resultados. Qual é a avaliação que o senhor faz do desempenho dela, após o início dos estudos na Escola Santo Inácio? A Luiza ainda não se comunica com a habilidade de uma criança comum de sua idade, mas do seu jeito demonstra para nós o quanto gosta de ir à Escola e conviver com os funcionários e com seus colegas de classe. Nos eventos que comparecemos é nítida sua satisfação com o ambiente e as pessoas da Escola, o que nos mostra que tomamos a atitude certa ao escolhermos a Escola Santo Inácio para a educação de nossas filhas . O que a Luiza comenta da escola, dos professores e dos colegas? Como toda criança que se inicia na vida escolar a Luiza passou a interagir melhor com outras crianças, aprendendo a dividir seus brinquedos, assumir responsabilidades, participar de atividades coletivas, o que foi bastante positivo para uma criança como ela, que necessita sempre de novos estímulos e desafios para se desenvolver melhor.


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