CEI - Centro de Educação Infantil SGA.13 - Equipe de Benefícios SGA.1 - Secretaria de Recursos Humanos
Número 4 ANO II
Março 2022
DEIXANDO MARCAS:
Carta de Intenções
FOCO: Acolhendo com Sensibilidade
SENDO GENTE PEQUENA: Estações de Acolhimento ACOLHER: Mamães Pandêmicas
Sumário Número 4 ANO I I Março 2022 Revista de publicação trimestral, em versão digital e circulação gratuita.
Todos os direitos reservados.
3 EDITORIAL 9 DEIXANDO MARCAS 14 FOCO 19 SENDO GENTE PEQUENA
28 ZOOM
32 PENSAMENTO ACADÊMICO 37 VOZ ATIVA
Proibida a sua reprodução total ou parcial. 42 NUTRIR
46 PEGADA ECOLÓGICA
Centro de Educação Infantil da Câmara Municipal de São Paulo Viaduto Jacareí, 100 – Bela Vista
50 SOBRE NÓS 55 DIVERSÃO E ARTE
São Paulo - SP sga13bercario@saopaulo.sp.leg.br
60 ACOLHER 64 FALA CE 70 NOSSO TIME
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Conselho Editorial Celeste Bertotti Simone Carlini Revisão Técnica Marina Nagata Celeste Bertotti Simone Carlini Débora Cruz Patrícia Lima Projeto Gráfico e Diagramação Débora Alves da Cruz Celeste Bertotti Colaboradores Agledy Alves do Espírito Santo Celeste Bertotti Débora Alves da Cruz Fabiana Maria Passinho Massuda Ivaniria Andrade da Silva Jane Augusto Félix Maria Assunta Ferreira Araújo Mirian Elisabete Virgens da Cruz Almeida Mirian Ferreira de Farias Patrícia Aparecida Cardoso Lima Regina Antonia Gonçalves Silvana Freire da Silva Simone de Almeida Carlini Melendrez
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Começamos um novo ano e queremos estar bem próximos a vocês, porque juntos acreditamos na força de uma ação educativa que promove a transformação, torna percursos possíveis e protagoniza novas histórias. Para nós, 2022 é tempo de acolhimento, enlaçamento e comunidade, convidamos nossos leitores a exercitar os sentidos – observar, indagar e ressignificar para convergir em aprendizagens constantes. Neste sentido, a edição de março vem recheada de conversas para refletirmos a respeito das nossas intenções: ‘Deixando Marcas’ conta um pouquinho do valioso documento carta de intenções; ‘Foco’ traz as ações para um trabalho pedagógico que respeita a singularidade; ‘Sendo Gente Pequena’ fala do planejamento focado nas interações e no acolhimento; e, ainda temos um relato inspirador da mamãe Helen Biajone em ‘Acolher’. A Nutricionista do CEI (SME) apresenta as novidades na merenda escolar e as importantes mudanças que estão sendo implementadas. Em março, além de comemorarmos o Dia Internacional das Mulheres, também falamos a respeito da conscientização do câncer de colo uterino na campanha “Março Lilás”. A partir desta edição a professora Débora Cruz cuidará do projeto gráfico e diagramação da revista do CEI, além de nos contar a sua história na matéria ‘Sobre Nós’. Palavras têm poder, por isso trazemos textos que nos proporcionam uma imersão na realidade das infâncias para renovar nossas esperanças de ser e estar no mundo, saber-se autêntico e incompleto. Boa leitura e boa sinergia!
Simone Carlini Asas da Infância
Celeste Bertotti CEI CMSP
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Mudanças no Esquema Alimentar em CEIs
Maria Fernanda Cristofoletti Nutricionista Supervisora SME/CODAE/DINUTRE/SUPERVISÃO
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O novo esquema alimentar proposto, busca atender à Resolução nº 06, de 08 de maio de 2020, elaborada pelo Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE). Essa Resolução propõe mudanças na alimentação das crianças e bebês de 0 a 3 anos de idade matriculados em Unidades Educacionais de todo o País. No Município de São Paulo, as alterações na alimentação incluem: Retirada do açúcar e dos alimentos ultra processados (por exemplo: pães, achocolatados, biscoitos e bolos industrializados); Aumento da variedade de alimentos in natura ou pouco processados; Além disso, as mudanças no cardápio das escolas acontecerão de maneira gradual, conforme o tipo de gestão da alimentação escolar, acompanhadas pela equipe de nutricionistas com avaliação da aceitação dos novos alimentos e preparações.
Materiais de apoio: Orientação Normativa de Educação Alimentar e Nutricional para Educação Infantil (disponível no site de SME/CODAE); Série de vídeos Comida de Criança – (disponível no site de SME/CODAE); Guia Alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos do Ministério da Saúde (https://bvsms.saude.gov.br)
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Quais serão as mudanças? Em 2022, ocorrerão as seguintes alterações no cardápio/esquema alimentar: Inclusão de mais uma fruta no desjejum para a faixa etária de 6 a 11 meses; Os biscoitos salgados e pães não serão mais oferecidos para faixa etária entre 8 e 11 meses, sendo substituídos pela fruta; Os biscoitos doces e bolo individual não serão mais oferecidos no CEI. Serão substituídos pelo biscoito salgado; O suco natural não será mais oferecido no CEI. Substituído pela fruta in natura; A papa principal será substituída pela refeição com ajuste de consistência, sendo sua composição igual às das demais faixas etárias do CEI; Arroz integral, macarrão integral, grão de bico, peixe e carne suína: incluídos a partir de 6 meses; A refeição da tarde terá novas preparações em sua composição. Farão parte: escondidinho, polenta e macarrão; A Coordenadoria de Alimentação Escolar (CODAE) pretende incluir novos alimentos para implementação desta nova Resolução, a seguir: farinha de trigo, fermento, aveia, cacau em pó, uva passa, entre outros. Maria Fernanda Cristofoletti
Graduação em Nutrição pela USP, mestrado e doutorado em Saúde Pública pela mesma universidade, com especialização em Política Nacional de Alimentação e Nutrição pela Fiocruz. Analista de saúde - nutricionista da PMSP na CODAE e atua na gestão da alimentação escolar supervisionando unidades educacionais há 13 anos.
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Conscientização do câncer de colo uterino
Acolha e previna-se!
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Por Simone Carlini Diretora CEI CMSP
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“- Quais são as suas intenções com a minha filha?” Era o que dizia o severo pai da mocinha de mais um filme de época que eu assistia, já sabendo que a próxima fala seria do rapaz apaixonado, que mesmo suando frio e sem saber muito bem o que lhe aguardava, contava ao distinto senhor que suas intenções eram as melhores possíveis. Se apresentava, mostrava que vinha de boa família, explicava sobre seus afazeres e ofício. Logo depois, era o momento de contar seus planos com a amada, compromisso sério, casamento, herdeiros e etc., torcendo pela aprovação do futuro sogro. Na rotina das educadoras da escola da infância março é o mês de responder a famosa pergunta: “- Quais são as minhas intenções?” Não, não estou falando de romance, pedidos ou filmes antigos! Gostaria de compartilhar com nossa comunidade escolar algo que é preparado com muito carinho, escuta e afetividade pelas professoras no início do ano: a Carta de Intenções.
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A Instrução Normativa SME Nº 02 de 2019 que trata sobre os registros na Educação Infantil traz a Carta de Intenções como um instrumental de planejamento, escrito em formato de carta, de modo autoral pelas professoras, com linguagem usada para favorecer seu compartilhamento com crianças e famílias/responsáveis, que são os destinatários destes textos. “Na perspectiva da Pedagogia da Infância (KISHIMOTO; OLIVEIRA-FORMOSINHO, 2013 e OLIVEIRA-FORMOSINHO; KISHIMOTO; PINAZZA, 2007), a possibilidade mais adequada para o planejamento anual do trabalho da(o) professora(or) é a elaboração de uma Carta de Intenções. Essa Carta, como o próprio nome já diz, apresenta o ponto de partida do trabalho docente e do planejamento, bem como suas primeiras intenções que serão recheadas, ressignificadas ou transformadas ao longo do caminho. Sua riqueza está na existência de um embasamento que permite começar e na abertura para o novo que ainda virá. É como planejar uma viagem: temos roteiros, expectativas e muitas intenções, que serão modificadas a cada passo ou situação. A Carta de Intenções valoriza o fazer pedagógico, o acontecimento diário, que muitas vezes não se formaliza no registro, mas é responsável por cada direção tomada.” IN SME Nº2/2019 O processo de escrita se sustenta nos saberes docentes, na escuta e na observação dos bebês e das crianças. Indica possibilidades, desejos e flexibilidade, permitindo que os percursos se modifiquem à medida que aconteçam as experiências com as turmas. O conteúdo da Carta de Intenções deve ser a sinalização de projetos didáticos, experiências, atividades e brincadeiras que as professoras querem proporcionar para os bebês e as crianças ao longo do ano, anunciando o que entendem naquele momento como potência, a fim de que eles possam se desenvolver e avançar em suas aprendizagens. Asas da Infância
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Nessa carta os projetos do CEI são apresentados, fazendo interlocução entre os estudos formativos da equipe e o Projeto PolíticoPedagógico, além dos documentos da Rede Municipal de Educação como o Currículo da Cidade - Educação Infantil, os Indicadores de Qualidade da Educação Infantil Paulistana e o Currículo Integrador da Infância Paulistana. As educadoras revisitam a carta no decorrer do ano para refletir, avaliar e replanejar suas ações para com os bebês e as crianças. Todas as expectativas estão declaradas nas intenções de trabalho para o decorrer do ano, sempre com a flexibilidade de mudar as rotas, alterar os caminhos, mas certamente com muita vontade de participar de uma história emocionante todos os dias de atendimento do ano letivo, e por que não dizer, viver finais felizes a cada etapa avançada. Sim, por aqui só as melhores intenções!
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“Em relação aos tempos, acredito no respeito aos ritmos de cada criança, suas habilidades, seu bem-estar e suas possibilidades de aprendizagem, as relações entre os indivíduos, a opção de escolha e seu tempo na exploração de espaços e materiais.” Débora BI
“Através do toque, do afeto, da socialização e da interação com o outro a criança vivenciará em todos os contextos experiências prazerosas para que seja protagonista do seu próprio processo de aprendizagem.” Agledy MGI
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“ Por Patrícia Lima Professora CEI CMSP
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Em seis de janeiro teve início o ano letivo de 2022 e foi muito bem planejado. Cada detalhe contou com um olhar sensível de toda a equipe pedagógica, pensado para construir uma retomada da familiaridade das crianças com os ambientes, a rotina, o encontro com os amigos e os adultos que foram referência no ano anterior, por isso foram feitas interações entre os agrupamentos. As professoras sempre incentivam os bebês e as crianças a expressarem seus sentimentos nas atividades propostas. Trabalhamos de forma lúdica, pois diferentes situações de brincadeiras favorecem a expressão das características individuais dos pequenos. As informações que colhemos foram valiosas para o início de um trabalho pedagógico que respeita a singularidade. Organizamos os espaços, fizemos interações entre os grupos proporcionando nesse primeiro momento acalanto, segurança e tranquilidade. A pandemia infelizmente não acabou, mas nesse momento delicado a escuta ativa se faz cada vez mais fundamental. A adaptação e o acolhimento estão inter-relacionados e para que seja um sucesso toda a comunidade escolar deve estar envolvida.
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“ Falamos em adaptação sempre que enfrentamos uma situação nova, ou readaptação quando entramos novamente em contato com algo já conhecido, mas por algum tempo distante do nosso convívio diário. O processo de adaptação inicia com o nascimento, nos acompanha no decorrer de toda vida e ressurge a cada nova situação que vivenciamos. Sair de um espaço conhecido e seguro, dar um passo à frente e arriscar-se, tendo como companhia o desconhecido para o qual precisamos olhar, perceber, sentir, avaliar, nos leva às mais diferentes reações: permanecer no espaço seguro e protegido, seguir em adiante ou desistir e voltar atrás.” (DIESEL, 2003)
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A qualidade do acolhimento deve garantir a qualidade da adaptação, por isso nosso acolhimento é realizado diariamente, desde a entrada ao CEI, nas rodas de conversas, nas vivências, nas brincadeiras, incluindo momentos de alimentação e de descanso. Na recepção do CEI, usando um monitor, divulgamos à comunidade escolar vídeos das vivências dos bebês e das crianças.
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No mês de fevereiro cada bebê e cada criança ficou no seu agrupamento para construir novos vínculos e novos aprendizados. Nesse mês também realizamos a primeira reunião de pais onde falamos sobre nossa rotina, nossa metodologia e nossa concepção de criança. Alguns agrupamentos fizeram um pequeno questionário onde os pais relataram um pouquinho sobre a criança: suas preferências, habilidades, expectativas e anseios; outros, a comunicação direta com a família através de carta por um pedido de relato escrito. Incluir as famílias favorece a sua participação e essa parceria é muito importante para o desenvolvimento e a aprendizagem da criança. As informações coletadas e o acesso aos relatórios do
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ano anterior propiciaram um conhecimento maior das crianças A gestão do CEI promove momentos de reflexão para toda equipe pedagógica nas formações contínuas, onde todos têm oportunidade de expressar suas dúvidas e trocar experiências. Nosso ano letivo está iniciando, temos muitas expectativas, continuaremos nosso trabalho com afetividade, empatia, reciprocidade e constância para garantir qualidade no atendimento aos bebês e as crianças que estão vivenciando as singularidades da infância e construindo os significados de tudo ao seu redor. Vamos todos embarcar nessa aventura, um ano de muitas conquistas e vitórias nos espera!
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SENDO GENTE PEQUENA Por
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Mirian Ferreira
Silvana Freire
Auxiliar CEI CMSP
Professora CEI CMSP
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Para o embarque no CEI no ano de 2022 nossa equipe tem como estratégias de trabalho, exercer a escuta ativa e um olhar sensível para entender os bebês e as crianças (bem pequenas), partindo das observações de suas manifestações orais e corporais, de modo a criar um planejamento focado nas interações e no acolhimento. Nesse sentido estabelecemos um processo de “Estações de brincadeiras”, que acolhem o desenvolvimento, fragmentando tempos e espaços em estações de faz de conta, momentos de pintura, de modelagem, de música, de teatro, de contação de histórias, de danças, de fantasias, de contato com a natureza, de observância de pequenos animais, de rodas de conversas em que valorizamos as falas dos bebês e das crianças. E elas contam de si, de suas famílias, de seus costumes, nos levando a conhecer um pouco de seu cotidiano e da cultura a qual estão inseridas, entre diversas outras oportunidades dadas no decorrer de sua permanência na unidade escolar. As estações, usamos para observar e refletir sobre as manifestações da infância. Enquanto bebês e crianças brincam, notamos a formação de suas capacidades. Nessa modalidade, o ambiente do CEI apresenta-se como um trem de vagões preparados e equipados para a viagem, estão todos juntos, unidos e vislumbrando seus objetivos de chegada, mas que de repente se separam nas individualidades, revelam suas características e por elas são classificadas. Desse modo, respeitar o tempo do bebê e da criança, sem padronizar a aprendizagem é reputar a diversidade e oportunizar o encontro delas com suas diferentes formas de ser e de existir.
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A primeira estação que se constitui é a da comunicação entre a equipe do CEI e as famílias, esse é o acolhimento que perdura o ano todo, desde a chegada até a saída, essa estação tem alta relevância. Olhares e gestos que acolhem, na chegada mais voltada para os bebês e crianças, nas despedidas replicados às famílias, lhes contando um pouco de como foi a passagem do bebê e da criança durante sua permanência. O acolhimento é o nosso método de trabalho, é a prática de escutar, de permitir e estabelecer regras para que bebês e crianças executem suas aprendizagens. Desta forma criamos estratégias, construímos brinquedos e brincadeiras priorizando o prazer e a ludicidade, com as inquietações em organizar ambientes motivadores, envolventes, que sejam um convite para que os bebês e as crianças brinquem, exerçam sua autonomia e protagonismo infantil.
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Observamos para que os acessos e alturas dos objetos de exploração contemplem as escolhas dos bebês e crianças, como espaços acolhedores que provoquem mudanças e não os restrinjam, divididos em pequenas estações que despertem seus interesses nos quais elas capturem o mundo e ampliem seu universo de infância.
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Ao transitar pelas estações de acolhimento, bebês e crianças vivenciam diversos percursos nos quais testam suas emoções, desafiam e conhecem os limites de seus corpos. Observarmos os protocolos, mas não negamos aos pequenos as interações, oferecendo essa possibilidade em todo tempo e em ambientes organizados; às vezes quase vazios para que ao longo do ano sejam preenchidos pelas vozes dos bebês e crianças ao usufruir dos espaços internos e externos e, para isso, usamos como eixo o nosso planejamento.
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Uma parada na estação de leitura onde a pressa foi embora e a professora no compasso das palavras, dá início à contagem, Um! Dois! Três! Está na hora da história Plim! Plim! Plim! Atenção, vamos entrar no vagão dos contos, ao encontro do mundo mágico do faz de conta. A voz suavemente empolgada, convida os bebês e as crianças ao encantamento das histórias de contos de fadas, os pequenos são envolvidos na tranquilidade de quem reproduz a história. Chegamos à estação da mesa, nela encontramos a alimentação saudável e a produção de alimentos. Os bebês e crianças participam de momentos lúdicos fazendo comidinhas nas brincadeiras de faz de conta e em outras etapas vivenciam, produzem receitas, degustam e servem para seus queridos. Participam de visita à cozinha, mantém contato recebendo o carinho e atenção dos cozinheiros e auxiliares, conhecem como e onde são feitos e armazenados os alimentos que são servidos à mesa.
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A mesa é montada exibindo suas cores, pois a beleza também acolhe, é um chamamento, um momento reservado, cheio de estímulos para se comunicar, para ser solidário, para trocar. Os bebês e as crianças se movimentam, procuram seus pares, ali escutamos seus balbucios, choros, falas e gritos empolgados, trazendo à tona o exercício de equilíbrio das emoções. Nessa estação paramos para festejar, para nos alegrar na companhia do outro, alimentamos o corpo e a mente. A mesa nos convida a comer, ela está posta tanto para uma conversa, como para a dança.
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Ritmadas pelo som das músicas que são, hora entoadas pelas educadoras, hora tocadas no aparelho eletrônico, bebês e crianças rodopiam pelos espaços em fantasias coloridas e preenchem o salão coletivo. Seus corpos se manifestam com movimentos de dança, expressam alegria e amizade. A música invade o ambiente e elas comemoram datas especiais das estações que se completam com os aniversariantes do mês.
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Por fim, acolher não é um ato solitário; para transformar os ambientes voltamos para dentro de nós mesmos na busca do que podemos oferecer de melhor. Cada um doa um pouco do que conhece e assim ampliamos o nosso olhar e aprendemos novos caminhos de invenções. Nas estações, o ambiente acolhe na harmonia e simplicidade dos detalhes, alimenta os espaços, atende ao emocional, revigora o corpo, pressupõem independência, autonomia e escolhas. É preciso amar para acolher, como se estar junto em um dia, fosse a última estação.
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Por Agledy Alves Professora CEI CMSP
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Existem muitos autores que dialogam sobre a educação e suas nuances. Um dos autores mais renomados e reconhecido internacionalmente é Howard Gardner, psicólogo cognitivo e educacional. Então, vamos conhecer um pouco de seu trabalho e qual a importância de suas pesquisas para o avanço da educação. Howard Gardner nasceu em Scranton, Pensilvânia, nos Estados Unidos em 1943. Filho de uma família judia, que se estabeleceu nos Estados Unidos, fugindo da Alemanha nazista. Desde jovem, foi um entusiasta da leitura e do piano. Como estudante, se destacou por seu brilhantismo e foi aceito na prestigiada Universidade de Harvard, onde se interessou por psicologia do desenvolvimento devido à influência de Erik Erikson e Jerome Bruner.
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Formado no campo da psicologia e da neurologia, o cientista causou forte impacto na área educacional com sua teoria das inteligências múltiplas, divulgada no início da década de 1980. Seu interesse pelos processos de aprendizado já estava presente nos primeiros estudos de pós-graduação, quando pesquisou as descobertas do suíço Jean Piaget (1896-1980). Por outro lado, a dedicação à música e às artes, que começou na infância, o levou a supor que as noções consagradas a respeito das aptidões intelectuais humanas eram parciais e insuficientes. Depois de obter um doutorado em psicologia pela Universidade de Harvard e concluir sua pesquisa de pós-doutorado no campo da neuropsicologia, Gardner contribuiu bastante para o campo da educação e da psicologia.
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Nos anos 80, propôs e desenvolveu a teoria das inteligências múltiplas, tendo identificado e descrito tipos de inteligência: Inteligência Lógico-Matemática: diz respeito à capacidade de realizações operacionais de uma pessoa. Ou seja, operações numéricas e dedutivas. Inteligência Linguística: está diretamente relacionada à habilidade de aprender idiomas variados. Além disso, também está ligada à capacidade de usar a fala e a escrita para um fim, como a comunicação interpessoal, por exemplo. Inteligência Espacial: refere-se à capacidade de compreensão, reconhecimento e manipulação de situações que estejam considerando a visão como fator determinante. Inteligência Físico-Cinestésica: podemos entendê-la como uma “inteligência corporal”. Está relacionada à capacidade de utilizar os movimentos corporais para resolução de algo. Vai desde montar um brinquedo até contribuir na construção de um carro ou uma casa. Inteligência Interpessoal: está ligada ao entendimento das intenções e desejos das pessoas. Reflexo direto na relação social do indivíduo em grupo. Inteligência Intrapessoal: diretamente ligada ao desenvolvimento de uma compreensão de si. Essa é a inteligência que é trabalhada para se conhecer e poder agir para alcançar objetivos pessoais. Inteligência Musical: é o que muitos chamam de talento musical. É aquela aptidão para compor, tocar ou estar inserido no universo dos padrões musicais. Inteligência Natural: está relacionada ao reconhecimento e classificação de uma espécie da natureza. Inteligência Existencial: ligada a reflexão sobre temas que estão presentes na nossa vida.
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Como está sempre atualizando suas pesquisas, Gardner também considerou mais adequado manter as inteligências Interpessoal e Intrapessoal em uma única classificação. Por que a Teoria das Inteligências Múltiplas é importante? Em um artigo escrito por Gardner e publicado originalmente no jornal americano The Washington Post em 2013, o estudioso afirma que acredita que a Teoria das Inteligências Múltiplas funciona como se fosse um computador para todos os fins. Mais do que isso, que esse computador determina o quão bem você vai performar em cada setor da sua vida. Nesse sentido, as inteligências múltiplas são interfaces que abrangem informações linguísticas, informações espaciais, informações musicais, informações sobre outras pessoas, e assim por diante. Para ler mais sobre esse aspecto, acesse o artigo original (em inglês):
O psicólogo norte-americano atribui à escola duas funções essenciais: modelar papéis sociais e transmitir valores. "A missão da educação deve continuar a ser uma confrontação com a verdade, a beleza e a bondade, sem negar as facetas problemáticas dessas categorias ou as discordâncias entre diferentes culturas", escreveu. Pela própria natureza de suas descobertas, o trabalho de Gardner favorece uma visão integral de cada indivíduo e a valorização da multiplicidade e da diversidade na sala de aula. Atualmente, Howard Gardner é professor na Universidade de Harvard e na Boston School of Medicine, e integra o grupo de pesquisa Good Work Project.
Multiple Intelligences Are Not Learning Styles Asas da Infância
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Quer saber mais? Conheça alguns livros de Howard Gardner: •
Estruturas da Mente – A Teoria das Inteligências Múltiplas (1983); • Inteligências Múltiplas: A Teoria na Prática (1993); • Inteligência: Um Conceito Reformulado (1999); • Cinco Mentes para o Futuro (2005).
"A educação precisa justificar-se realçando o entendimento humano.”
“Todos os indivíduos têm potencial para ser criativos, mas só serão se quiserem.” Fontes: https://www.novaescola.org.br https://www.inteligenciadevida.com.br
Direitos autorais: © Jordi Play Asas da Infância
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Por Jane Félix Professora CEI CMSP
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Mais um ano letivo se iniciou e voltamos com as nossas formações de grupos (professores e auxiliares) no CEI CMSP. Só para recordar, ou para o conhecimento dos novos leitores, elas acontecem 2 (duas) vezes por semana em dois grupos com a duração de 1 (uma) hora cada. Nessa rotina, que por muitas vezes parece imutável, mas não é, as necessidades da nossa formação mudam, trazendo novos desafios e aprendizados.
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O foco central para este início é o ACOLHER, que no dicionário temos essas definições:
Dar abrigo e proteção: 1. abrigar, agasalhar, amparar, apoiar, proteger, refugiar, resguardar.
Dar alojamento: 2. acomodar, albergar, alojar, asilar, hospedar, recolher.
Receber com cerimônia: 3. recepcionar.
Receber com aceitação: 4. aceitar, admitir, atender, considerar, receber. Dar ouvido a: 5. atentar, escutar, ouvir.
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Ademais, o objetivo principal de incentivar os estudos e proporcionar meios para contribuir na formação dos profissionais atuantes, demonstra que, além de caráter administrativo e pedagógico, a reunião pedagógica tem caráter acadêmico. O CEI se preocupa com o processo de atualização dos nossos educadores, provoca debates mais ricos e críticos e ainda leva à reflexão de todos sobre sua postura diante dos diferentes conflitos apresentados no dia a dia. As reuniões pedagógicas ao longo do ano letivo proporcionam momentos de aprendizado tanto para equipe diretiva como para o corpo docente. Esses dias são especiais, com trocas de experiências e esclarecimentos de dúvidas sobre a condução das atividades ao longo do ano letivo, contudo, o espaço é riquíssimo também para a equipe gestora. Ouvir as demandas dos profissionais, compreender, de fato, como estão ocorrendo os processos, significa obter valiosas informações. Com esse início, continuamos com nossas “vozes ativas” para que o ano de 2022 contemple novas histórias, muito estudo, fortalecendo as aprendizagens dos nossos bebês e crianças e construindo uma educação de qualidade.
Referência para as primeiras formações: REUNIÃO DE ORGANIZAÇÃO PEDAGÓGICA COPED/COCEU/SME 2022.
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Por Ivaniria Andrade Professora CEI CMSP
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O PAE é a política pública de maior abrangência em alimentação e nutrição no país que visa garantir o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) e a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). Uma das diretrizes do PAE é a Educação Alimentar e Nutricional (EAN) que, no processo de ensino e aprendizagem, perpassa pelo currículo escolar, abordando o tema alimentação e nutrição e o desenvolvimento de práticas saudáveis de vida (Brasil, 2009; Brasil, 2013). A Alimentação Escolar na cidade de São Paulo é considerada uma política social de relevância para a saúde pública. Por isso, a Coordenadoria de Alimentação Escolar (CODAE) planeja e desenvolve ações e programas que têm como referência o Guia Alimentar para População Brasileira, publicado pelo Ministério da Saúde em 2014.
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Suas recomendações consideram as dimensões sociais e culturais das práticas alimentares, tais como: a comensalidade, o ato de cozinhar, a alimentação adequada e saudável como derivada de sistemas alimentares social e ambientalmente sustentáveis. Outro documento norteador é o ‘Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos’ (Brasil, 2019), com as recomendações sobre alimentação e nutrição para essa faixa etária: 1. Amamentar até os 2 anos ou mais, oferecendo somente o leite materno até os 6 meses; 2. Oferecer alimentos in natura ou minimamente processados, além do leite materno, a partir dos 6 meses; 3. Oferecer à criança água própria para o consumo em vez de sucos, refrigerantes e outras bebidas açucaradas; 4. Oferecer a comida amassada quando a criança começar a comer outros alimentos além do leite materno; 5. Não oferecer açúcar nem preparações ou produtos que contenham açúcar à criança até 2 anos de idade; 6. Não oferecer alimentos ultra processados para a criança; 7. Cozinhar a mesma comida para a criança e para a família; 8. Zelar para que o horário da alimentação da criança seja um momento de experiências positivas, aprendizado e afeto junto da família; 9. Prestar atenção aos sinais de fome e saciedade da criança e conversar com ela durante a refeição; 10. Cuidar da higiene em todas as etapas da alimentação da criança e da família; 11. Oferecer à criança alimentação adequada e saudável também fora de casa; 12. Proteger a criança da publicidade de alimento. Fonte: Orientação Normativa de Educação Alimentar e Nutricional para Educação Infantil - São Paulo: SME / COPED / CODAE, 2020
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“(…) toda ação de cuidado é em sua essência uma ação educativa. Assim, o ato de cuidar transcende as ações relacionadas à higiene, à alimentação, à saúde, e está presente na brincadeira e nas investigações realizadas com as crianças. Da mesma forma, todo ato educativo exige atenção, cuidado e gentileza” Currículo da Cidade – Educação Infantil. (2019, p. 84)
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Por Simone Carlini Diretora CEI CMSP
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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável- ODS foram adotados pela PMSP e pela SME como um compromisso a ser seguido pela Cidade de São Paulo até 2030. É um conjunto de 17 objetivos com metas e ações adotadas por 193 países membros das Nações Unidas e tem a finalidade de alcançar um futuro sustentável em escala global. Os 17 ODS compõem um integrado e indivisível, equilibrando as três dimensões do desenvolvimento sustentável, que se efetivam também a cada escolha e ação individual. Esses objetivos buscam “garantir uma vida sustentável, pacífica, próspera e equitativa na Terra, para todos, agora e no futuro” (UNESCO,2017,p.6), para assim conquistar o bem estar de todos os cidadãos e a garantia de vida no planeta. A agenda dá continuidade aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio-ODM, estabelecidos no ano de 2000. Já em junho de 2012, na Conferência da ONU Rio+20, realizada aqui no Brasil, o objetivo principal era discutir sobre a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável e onde foram discutidos os seguintes temas: desenvolvimento sustentável, economia verde, inclusão sustentável e pobreza. Nessa Conferência também foi construída a Agenda 2030. De acordo com Ban Ki-Moon, ex-secretário geral da ONU, esse é um apelo global, pois demandam as “ações de todos, em todos os lugares”.
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O conceito de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 não está ligado apenas à dimensão ambiental, mas também às dimensões social e econômica. Os objetivos abrangem ações voltadas as cinco grandes áreas: Pessoas, Planeta, Paz, Prosperidade e Parcerias. É uma visão holística e global do ser humano, visando assegurar a sustentabilidade das diversas formas de vida no planeta. Com uma natureza universalmente aplicável, os ODS levam em conta diferentes realidades, prioridades nacionais, capacidade e estágios de desenvolvimento, visando à promoção de uma vida digna para todos, sem deixar ninguém para trás. É possível destacar o foco na educação, pois entende-se que toda construção de novos paradigmas depende do processo educacional para se efetivar. Por essa razão, a educação perpassa por todos os ODS – OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.
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https://pt.unesco.org/fieldoffice/brasilia/expertise/education-2030brazil#:~:text=Assim%2C%20a%20UNESCO%20participou%20ativamente,longo%20da%20vida%20para%20todos https://www.internacional.df.gov.br/agenda-2030-objetivos-do-desenvolvimento-sustentavel/
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Por Débora Cruz Professora CEI CMSP
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Meu nome é Débora Alves da Cruz e tenho 43 anos. Sempre observei que o universo educacional é muito dinâmico e a curiosidade em vivenciar e compreendê-lo me impulsionaram à formação em Educação. Meu percurso na área educacional teve início em 1999 numa creche (como era intitulada na época) da Prefeitura do Município de Santo André, ainda quando era estagiária do curso de Pedagogia. Me formei em Pedagogia Plena com habilitação em Administração Escolar e Educação Infantil no Centro Universitário Fundação Santo André em 2000, sendo efetivada no mesmo local em que estagiava e permaneci por mais três anos, quando ingressei, através de concurso público, em 2003 em uma EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) da Prefeitura do Município de São Paulo. Em 2004 fui transferida no mesmo cargo para um CEU (Centro de Educação Unificado) recém-inaugurado e iniciei o segundo cargo em um CEI (Centro de Educação Infantil) da Prefeitura do Município de São Paulo, integrante desse espaço unificado.
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O fato de trabalhar em um mesmo território me possibilitou inúmeras conquistas: trabalhos desenvolvidos com integração entre as duas modalidades de ensino que lecionava, o conhecimento da realidade de cada criança e a possibilidade de acompanhamento do desenvolvimento dessas crianças desde seu ingresso no CEI até a EMEF, tanto pelas documentações pedagógicas como pelo próprio convívio diário. Nesse contexto realizei a habilitação em Supervisão Escolar pela Faculdade Mozarteum de São Paulo e mais duas pós-graduações: A Docência do Ensino Superior pela Universidade Iguaçu (RJ) e Educação Para o Pensar pela Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC-SP). As formações foram se intensificando com a participação tanto formal em estágios, cursos, congressos, palestras e seminários, como de modo informal, com o compartilhamento de práticas e ideias com o corpo docente que me proporcionaram a ampliação de meus conhecimentos das partes administrativas e pedagógicas. Muitas histórias tenho a relatar, mas brevemente citarei algumas ... Tive a oportunidade de atuar como Professora Coordenadora do Programa Coca-Cola de Valorização do Jovem em uma EMEF da Zona Norte de São Paulo e assim contribuir com trabalho direcionado a auto estima de jovens do 5º ao 8º ano do Ensino Fundamental. Asas da Infância
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Posso dizer que desde 1999 até os dias de hoje acompanho e vivencio a transformação pedagógica no trabalho desenvolvido na Educação Infantil. A importância da divulgação e inserção dos princípios do educar e cuidar nessa modalidade foram tão importantes que integrei a Equipe Organizadora do I Encontro de Educação Infantil do CEU Paz, da Coordenadoria de Educação da Subprefeitura Freguesia /Brasilândia - Secretaria Municipal de Educação no próprio local de meu trabalho. Conquistei uma premiação, juntamente com uma aluna do ensino fundamental, no Programa e Concurso “A Saúde Bucal” realizado pela Secretaria Municipal de Educação, Conselho Regional de Odontologia de São Paulo, parceria da UNESCO e com o apoio do Bradesco e da Folha de São Paulo. A experiência foi de grande valia para mim por ter contribuído com a orientação e desenvolvimento desse trabalho.
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Desde junho de 2019 faço parte da equipe docente do CEI Câmara Municipal de São Paulo e comungo com a implantação do que foi construído coletivamente no Projeto Político Pedagógico da unidade, que abarca o livre brincar e o respeito às culturas da infância. A parceria com a comunidade escolar, o diálogo, o respeito, a cumplicidade, a determinação, a observação e a sensibilidade continuam a permear o meu fazer docente e a favorecer a constante reflexão de minha prática em busca de um atendimento qualitativo. Acredito no currículo que acolha a singularidade dos bebês e crianças e seu contexto familiar em todo o período de atendimento na unidade, bem como o diálogo coeso e contínuo com os seus responsáveis. E, quando me coloco a fazer este relato, me emociono com toda a trajetória profissional que vivenciei, com os sonhos, as dificuldades, as possibilidades, as incertezas, as certezas, as reflexões, os compartilhamentos e as renovações diárias em meu fazer. Um pouco de mim ficou com os bebês, crianças, meus pares e nos locais que interagi e um pouco deles permanece em mim. Na educação não existe a palavra monotonia, pois ela é vida! Finalizo com a alegria de Ser e Estar professora e poder viver a cada dia momentos únicos. Asas da Infância
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Por Regina Gonçalves
Assunta de Araújo
Mirian Elisabete
Auxiliar CEI CMSP
Auxiliar CEI CMSP
Auxiliar CEI CMSP
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Programe-se para visitar museus em São Paulo com entrada gratuita Museu da Companhia Paulista Av. União dos Ferroviários, 1.760 – Ponte de Campinas, Jundiaí – SP Horário de funcionamento: terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 17h, com agendamento. Aos sábados, domingos e feriados, das 9h às 16h. Fundado no final da década de 1970, o museu retrata a história da ferrovia do Estado de São Paulo. Antes, o edifício chamava-se Museu Ferroviário Barão de Mauá, erguido em 09 de março de 1979, em homenagem a Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, pioneiro do transporte ferroviário no País. O acervo conta com fotos, ferramentas, maquetes e outros itens da Cia Paulista das Estradas de Ferro.
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Espaço Cultural Porto Seguro
Alameda Barão De Piracicaba, 610 – Campos Elíseos Horário de funcionamento: terça a sábado, das 10h às 19h, e aos domingos e feriados, das 10h às 17h. Tem exposições de longa duração e temporárias. O museu também reúne programação com oficinas de diversos tipos, workshops, além de cursos e atividades educativas para todas as idades.
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Museu do Relógio Professor Dimas de Melo Pimenta
Av. Mofarrej, 840 – Vila Leopoldina Horário de funcionamento: segunda a sexta, das 8h às 17h. É o único museu do gênero na América Latina. Fundado em 1975, o espaço reúne um acervo completo de peças de relojoaria. Entre as peças mais famosas estão o “Despertador com Cafeteira”. Asas da Infância
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Por João Marcos Mendonça Contador de Histórias em Quadrinhos e Educador Aprendiz
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Por Helen Biajone Mãe CEI CMSP
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Maternidade: uma dádiva, um desafio. Para algumas simplesmente o sonho de toda uma vida. Nove meses de preparo, enxoval, dúvidas, anseios..., mas afinal, terei mesmo um instinto materno? Vou saber cuidar? Vou saber distinguir um choro de fome de um choro de cólica? Perguntas que passaram de geração em geração, de coração em coração de cada mamãe. Mas o que provavelmente a maioria não se perguntou foi: e se de repente uma pandemia fosse decretada, o que fazer como mãe? E cá estamos nós, mamães pandêmicas.
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O mundo da maternidade é mesmo algo surpreendente. Você elabora seu plano de voo, prevê possíveis imprevistos, mas só a prática, o dia a dia, dirá o caminho que você deverá caminhar com seu filhote. E certamente uma pandemia não era algo que estivesse no plano de nenhuma mãe, não constava do conteúdo programático de nenhum curso pré-natal. E, de repente, você se vê com o coração apertado vendo aquele ser pequenininho e indefeso e você sem saber o que vai acontecer, mas uma coisa é certa: você é mãe e fará de tudo para proteger seu bem mais precioso. E, de repente, você mamãe, não tem mais a creche ou a escola, porque tudo está fechado. Você não tem mais a ajuda de outras pessoas, porque instalou-se o isolamento social. Mas o seu filho, a sua filha tem exatamente tudo de que precisam: tem você ao lado dele, ao lado dela. Dizer que a pandemia da Covid-19 mudou completamente nossa rotina virou clichê. Tivemos que nos adaptar às mais diversas áreas. Nossa casa deixou de ser um lugar só de descanso, e passou a ser também nosso local Asas da Infância
de trabalho, não por opção, mas por necessidade – e bemaventurados aqueles que puderam continuar a desempenhar suas atividades profissionais. Mas não foi só isso, a casa-trabalho se tornou também a casa-trabalho-creche ou a casa-trabalho-escola. E para você que é mãe, que desempenha uma atividade profissional, parabéns: acabou de ser promovida a professora! Instinto materno dizem que toda mãe tem, mas instinto pedagógico, retórica, metodologia de ensino... bom, mas você é mãe, você dá conta, certo? Se antes se falava em mulher que é mãe, empreendedora, dona de casa, esposa, amiga... agora se fala em mulher-mãeempreendedora-dona de casa-amiga-técnica de informáticaprofessora-psicóloga... Agora você lida com todas as suas faces ao mesmo tempo e, de quebra teve que aprender novas profissões, afinal, você está sozinha em casa, não tem as equipes especializadas que você tinha no seu ambiente de trabalho ou em casa, também não tem a tranquilidade de se debruçar sobre sua demanda e ser “só” uma boa funcionária. Você tem seus filhos ali do lado, literalmente, e eles dependem de você. CEI CMSP 62
Alguns dias a gente leva de boa, nos sentimos a própria mulher-maravilha e vamos dormir plenas e satisfeitas. Mas outros tantos chegamos à exaustão e nos sentimos perdidas, sem saber se estamos fazendo o que é certo. Quebramos muitos preconceitos, passamos por cima de muitas ideias e planos que traçamos para a própria educação dos nossos filhos, e quando percebemos, aquele limite de meia hora de TV por semana se tornou duas ou mais horas por dia, afinal, você precisa de sossego para trabalhar e no final do dia nos sentimos culpadas, nos sentimos a pior mãe do mundo. E assim seguimos aprendendo a ser mamães pandêmicas. Se não existe um modelo único de como ser mãe, quanto mais em tempos de pandemia. Mamães mais novas tiveram pouco tempo a mais para pensar, tiveram talvez um plano de voo um pouco mais elaborado com algumas considerações em mente. Mas a verdade é que todas estamos aprendendo nesses mais de dois anos de pandemia que seguem. E, se por um lado as preocupações e anseios vão diminuindo em nossos corações por já estarmos passando por isso ao longo desse período, por outro lado temos a certeza de que o amor que sentimos, esse sim, aumentou e muito! É um amor que se modificou como uma variante mais forte do vírus, e se tornou também pandêmico. Sim, somos um grupo de mamães pandêmicas que disseminam por todo o mundo esse amor pandêmico, um amor incontrolável capaz de nos modificar como seres humanos e fazer com que nos tornemos mães de um modo como nunca imaginamos, humanas e falhas sim, mas também empenhadas e capazes de nos dar por completo na proteção, no cuidado e no amor àquele ser que iniciou sua vida bem aqui dentro de nós. Helen Biajone - graduada e pós-graduada em Direito e Processo Penal pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Chefe de Gabinete do TRF da 3ª Região, mamãe pandêmica da Elisa (minigrupo II) e da Lorena (berçário I)
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Por Celeste Bertotti SGA.1 CEI CMSP
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Vamos pensar juntos, olhar com sensibilidade, construir pontes e imaginar um futuro de descobertas, belezas, curiosidades para falar da infância; fase da vida tão singular que precisa ser protegida, respeitada e ter seus direitos garantidos. Na primeira infância, da gestação aos seis anos de idade, são desenvolvidos processos importantes nos aspectos físico, cognitivo e afetivo. Por isso, é crucial cuidar bem da infância, proporcionando condições para o seu desenvolvimento – impulsionar potencialidades, oferecer estímulos adequados, propiciar experiências significativas, favorecer descobertas e atender necessidades. As possibilidades da infância são infinitas, mas é preciso atenção plena à escuta, ao acolhimento, ao afeto, ao respeito dos tempos e dos espaços. Isso exige compromisso explícito com o cuidar e o educar, privilegiando vivências, interações e brincadeiras qualificadas e prazerosas. Portanto, dar voz à criança, perceber o que ela pensa e produz, abre caminhos consistentes para a construção de conhecimentos, conquista da autonomia e protagonismo. Trazemos para esta conversa alguns poemas sobre a infância para refletir e inspirar “Mas a vocês nós pedimos: no que não é de estranhar, descubram o que há de estranho! No que parece normal, vejam o que há de anormal! No que parece explicado, vejam quanto não se explica!” (Brecht, 1977, p.247). Asas da Infância
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O que eu vou ser quando crescer? - Pedro Bandeira
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Pular corda – Roseana Murray “Se pudesse o menino pularia corda com a linha do horizonte, se deitaria sobre a curvatura da Terra para sempre e sempre saudar o sol, encheria os bolsos de terra e girassóis. Mas chove uma chuva fina
e o menino vai até a cozinha fritar ideias” Asas da Infância
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“As cem linguagens da criança” – Loris Malaguzzi “A criança é feita de cem. A criança tem cem mãos cem pensamentos cem modos de pensar de jogar e de falar. Cem sempre cem modos de escutar as maravilhas de amar. Cem alegrias para cantar e compreender. Cem mundos para descobrir. Cem mundos para inventar. Cem mundos para sonhar. A criança tem cem linguagens (e depois cem cem cem) mas roubaram-lhe noventa e nove. A escola e a cultura lhe separam a cabeça do corpo. Dizem-lhe: de pensar sem as mãos de fazer sem a cabeça de escutar e de não falar de compreender sem alegrias de amar e de maravilhar-se só na Páscoa e no Natal. Asas da Infância
Dizem-lhe: de descobrir um mundo que já existe e de cem roubaram-lhe noventa e nove. Dizem-lhe: que o jogo e o trabalho a realidade e a fantasia a ciência e a imaginação o céu e a terra a razão e o sonho são coisas que não estão juntas. Dizem-lhe enfim: que as cem não existem. A criança diz: ao contrário, as cem existem.”
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O Direito das Crianças – Ruth Rocha Toda criança no mundo Deve ser bem protegida Contra os rigores do tempo Contra os rigores da vida.
Mas criança também tem O direito de sorrir. Correr na beira do mar, Ter lápis de colorir…
Lamber fundo da panela Ser tratada com afeição Ser alegre e tagarela Poder também dizer não!
Criança tem que ter nome Criança tem que ter lar Ter saúde e não ter fome Ter segurança e estudar.
Ver uma estrela cadente, Filme que tenha robô, Ganhar um lindo presente, Ouvir histórias do avô.
Carrinho, jogos, bonecas, Montar um jogo de armar, Amarelinha, petecas, E uma corda de pular.
Não é questão de querer Nem questão de concordar Os direitos das crianças Todos têm de respeitar.
Descer do escorregador, Fazer bolha de sabão, Sorvete, se faz calor, Brincar de adivinhação.
Tem direito à atenção Direito de não ter medos Direito a livros e a pão Direito de ter brinquedos.
Morango com chantilly, Ver mágico de cartola, O canto do bem-te-vi, Bola, bola, bola, bola!
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Celso Gabriel
Fabiana
Claudete
Regina
Agledy
Débora
Paulo
Mirian
Jane
Marcos
Celeste
Regina Antonia
Silvana
Simone
Patrícia Asas da Infância
Mirian Ferreira
Assunta
Ivaniria
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Desenhos Elisa de Oliveira Biajone MGI/2021 Hadassa Silva Oliveira MGII/2021
CEI - Centro de Educação Infantil SGA.13 - Equipe de Benefícios SGA.1 - Secretaria de Recursos Humanos
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