de 17 | FEV a 26 | MAR - 2017 SESC PALLADIUM - BH Galeria de Arte GTO
Os Almofadinhas. Os Dandies. Os Flaneurs. Os artistas. No mundo de hoje, há uma excessiva normatização das coisas, dos fatos, dos sentimentos e, consequentemente, o cerceamento à vida. É a era do homem eficiente e materialista dedicado integralmente ao trabalho. Nosso tempo é o das palavras de ordem e a máxima desse mundo de homens (machos velhos políticos, conservadores) que dominam a vida é, “não pense, trabalhe!” A humanidade perde assim sua essência. Somos dotados de alma contemplativa, ociosa e reflexiva que nos leva para o devaneio, para a cultura, para a arte. O lugar onde não temos controle do nosso pensamento, onde a mente fica livre e divagante. “É o homem, na visão [de Sêneca], uma criatura nascida tanto para a contemplação como para a ação – [significaria] essa [ação] um agir em prol da humanidade, e não exatamente [na ação apenas] um produzir, um fabricar coisas materiais1”. Mercadorias, guerras e dinheiro, é só o que sabem fazer. Trabalhar para a vida material e de acúmulo é, eminentemente, do universo masculino. As relações estão racionalizadas com o excesso de objetivação das coisas pautadas pelo desempenho (Byung-ChulHan, em Sociedade do Cansaço). O mal da sociedade contemporânea é empenhar-se a superar-se em tudo. Faz sentido, cada vez mais, resistir a esta coisificação da vida e a perda da nossa capacidade de desobediência, de contemplação, de não aceitar coisas ditas como são ou como devem ser feitas. “Vivemos em um mundo sem limites, psicanalistas especulando que o homem está cada vez mais sem âncora, sociólogos teorizando que as pessoas se sentem inseguras e infelizes precisamente porque elas parecem ter mais escolhas em suas vidas do que costumavam ter no passado” (Renata Saleci, em Sobre a felicidade) . Não sabem o que querem. Três artistas com desvios sérios dessa normalidade se juntaram há mais ou menos um ano para refletir sobre suas questões artísticas em comum e como 1
SENECA. Sobre a Tranquilidade da Alma – Sobre o Ócio. Tradução João Câmara Neiva. Editora Nova Alexandria: São Paulo, 1994. Pág. 8.
consequência desse encontro familiar pensaram a mostra Almofadinhas. Uma exposição que reúne trabalhos desses artistas na Galeria GTO do SESC Palladium, de Belo Horizonte. Formam essa 'entidade' artística o mineiro Rodrigo Mogiz, o carioca Fábio Carvalho e o capixaba Rick Rodrigues. Todos no entorno de uma técnica artística muito usada hoje na arte contemporânea, o bordado. O trio tem essa linguagem como suporte do devaneio estético que dá um novo sentido ao gesto de bordar e, consequentemente, às suas obras. Junto com o tricô e o crochê, estão ligados à tradição inventada pelo homem, o artesanato. Vem dos costumes antigos, remotos, de se fazer coisas com as mãos. Não se sabe quando ou onde foi inventado. Com certeza depois que inventaram a agulha e a linha. Ou a linha primeiro e depois a agulha. Faz sentido. Daí outro devaneio. Da costura inventaram o bordado, o adorno. Enfeitar, adornar é um desvio da vida prática de resultados que pauta a tal sociedade do desempenho. Costurar é de utilidade. Bordar, não. É embelezar. O gesto criativo de bordar sempre esteve ligado a uma prática do universo social e doméstico feminino, de tornar ou imaginar a vida mais bela, mais sossegada e preenchida na sociedade disciplinar, que antecede a do desempenho, segundo Byung-ChulHan. Fazia sentido bordar como disciplina. Hoje não mais. Fazer o adorno servia como lazer para as mulheres no ambiente doméstico. Preenchiam o tempo ocioso com resultado utilitário. Era motivo de encontros familiares e de amizades, servia para troca de conhecimento, de novos pontos de bordado, conversar, contar histórias ou apenas, flanar. Divagar com o pensamento. Os homens ficavam de fora dessa atividade contemplativa, silenciosa, delicada, considerada feminina.
Tecer e bordar é antes um costume e cultura que vêm de longa data. A primeira imagem que se faz, geralmente, é a de senhoras tranquilas, serenas, em repouso, com a atenção relaxada. Apenas compenetradas nos pontos e mistura de linhas para tecerem no imaginário as formas e cores no vai e vem da linha trespassada no tecido, levada pela agulha e mãos ágeis. Uma técnica que conta com a destreza humana de repetir um gesto curto, infinito e introspectivo com lógica e cálculos numéricos para sua elaboração. São artefatos para uso doméstico com fins decorativos. Em algumas culturas tradicionais, é usado como enfeite de roupas festivas e do dia a dia, como nas populações andinas. Em alguns casos, de extrema beleza, como os bordados coloridos portugueses usados em xales pelas mulheres, os de desenhos sofisticados feitos pelos Shakerse Quakers, nos Estados Unidos da América, e os das muitas regiões do Brasil com suas variações, como os de ponto em cruz, de Japaratuba, cidade sergipana onde o artista Bispo do Rosário nasceu. Assim como os realizados pelo trio de artistas da exposição Almofadinhas. Ousadia de bordar como forma de fazer arte. Fábio Carvalho, Rodrigo Mogiz e Rick Rodrigues tiveram precursores. O primeiro a ser lembrado são “Os Almofadinhas”, justamente, que inspiram o título da exposição. Grupo de rapazes do final do século XIX e começo do XX que quebraram as convenções sociais da época à contragosto da sociedade. Homens 'atrevidos' quebrando o tabu de que bordar era ou é, coisa só de mulher. Além desses almofadinhas do século passado, temos três nomes dos mais influentes e recentes conhecidos da arte contemporânea e da moda. Fizeram, do bordado, arte, Arthur Bispo do Rosário (1909-1989), Zuzu Angel (1921-1976) e Leonilson (1957-1993). Dois expoentes da arte brasileira no século XX e Angel, destaque na moda brasileira, também no século passado. Artistas que influenciam com essa prática gerações inteiras de artistas e estilistas.
Bispo, como a Penélope (a esposa na mitologia grega que ficou a fazer, desfazer e refazer um vestido por anos à espera do marido que foi para a guerra), desfiou as próprias roupas do manicômio onde passou a vida internado. Refez novelos de linha e bordou como obrigação ditas pelas vozes que ouvia, a de registrar sua passagem pelo mundo, museificando objetos do quotidiano e listando nomes de pessoas. Bordou, costurou e recobriu com linha azul os objetos que compunham o seu museu pessoal com missão e desejo de organizar o caos do mundo. Acumulou na sua cela, na forma de um “tesouro”, sua obra que carregaria por toda vida. Todo esse trabalho para o encontro final com Deus, no Juízo Final. Bordar a palavra foi sua maneira de permanecer no mundo. Zuzu Angel, estilista carioca, destacou-se na moda e é uma das referências mais importantes que temos da roupa como resistência e manifestação política. Bordou pássaros e anjos negros. Na verdade, bordou a morte do filho assassinado de forma vil pelos militares do golpe de 1964. Não dá para ficar imune ou indiferente ao se deparar com suas roupas. São de uma beleza desesperadora e desconcertante, de mãe que não se resignou com a morte do filho. Queria tê-lo de volta, (Stuart Edgard Angel Jones, 1946-1971). Ela também, mais tarde, foi morta em acidente automobilístico. Leonilson, como Bispo e a Penélope, foi além do gesto de bordar. O bordado passou a ser sua expressão artística mais visceral, lhe deu plasticidade e força estética. O gesto de bordar, a linha encravada no tecido, costurada e que desenha palavras e formas, dão sentido ao que queria expressar no seu relato íntimo. O tecido passa ser segunda pele do artista. Bordar passa ser forma de suturar feridas abertas pela vida. Como em Bispo, a obra registra sua passagem pela Terra. Como em Zuzu Angel, deixou trabalhos “cicatrizes” como se quisesse fechar as feridas e curar a angústia diante da verdade, da condição humana, além de ter que carregar como em Bispo, o peso de uma doença que o consumiu.
Para Fábio Carvalho, Rick Rodrigues e Rodrigo Mogiz, o bordado permite uma experiência interior estética, tal qual os artistas citados que servem de referência para o gesto silencioso do bordar e de contemplar a si mesmo. Cada um à sua maneira, todos imprimem com o bordado a sua mensagem poética. Artistas contemporâneos, os 'almofadinhas' do título da exposição, se inspiram naqueles homens, os 'almofadinhas' do começo do século XX, que resolveram não ficar de fora do gesto de bordar e criaram um concurso na cidade de Petrópolis, nas montanhas do Rio de Janeiro. Concurso que deu o que falar. Até Machado de Assis, jornalista de jornal carioca à época, comentou incomodado com o que viraria moda entre os rapazes. Certamente para conhecer os melhores entre eles, mais provocaram indignação e chacotas, despertando a ira do preconceito de uma sociedade arcaica nos costumes que nunca chegou a se modernizar. Daí, que ainda hoje não se permite, melhor, se resiste às transformações. Ainda hoje percebemos o estranhamento de termos homens bordando, tricotando, fazendo crochê ou mesmo, ter homens que contemplam a vida, que fazem arte. Não são bem vistos porque a sociedade do desempenho não entende e não vê sentido na Arte Contemporânea. Os três artistas se juntaram por terem em comum o bordado como meio de expressão. Têm necessidade dessa técnica ancestral de “enfeitar” tecidos. Usam a técnica para expressar visões do mundo e desde que se encontraram influenciam e interferem um no trabalho do outro. O resultado do que fazem com a técnica, como não poderia deixar de ser, é bonito, tocante e sedutor. Causam impacto pelas cores, pela delicadeza e, claro, quanto mais se aproxima e com atenção redobrada para os trabalhos, descobre-se que não é só de estética que tratam. Surpreendem. Na verdade, causam estranhamento. Mimetizam a beleza vista nos objetos de pano pois, de fato, leva-se um 'susto' quando se descobre o real motivo dos bordados, pois estamos acostumados com o bordado de enfeite. Gênero, sexualidade, memória, família, guerras,
violência e os costumes, a ambiguidade de ser sensível na sociedade contemporânea. Todos os temas abordados em seus trabalhos são ainda tabu para a humanidade. Rodrigo Mogiz nunca fez cursos para aprender a técnica. Com suas narrativas fantásticas feitas sobre camadas de tecidos translúcidos, onde o gesto de bordar parece carregado de dor, cria profundidade em perspectiva para as cenas retratadas. A agulha perfura o tecido e fere como se quisesse sangrá-lo. Gesto dolorido de bordar como o de Leonilson. Passar a linha, pintar, aplicar alfinetes, deixar o bordado tosco com os resíduos do desenho e escrita, feitos com linha e agulha, sem se preocupar em fazer um bordado perfeito, para tratar do simbólico e expressivo do comportamento das pessoas. O “mal feito” se mistura a materiais como se quisesse sujar esses desenhos alinhavados sobre tecido. Borra com tinta (pode ser tinta de um batom vermelho), alfineta imagens, aplica rendas e objetos diversos como miçangas e pedrarias para criar matéria sedutora que dá o contorno e volume da obra. São narrativas visuais e textuais de histórias e estórias que faz, de amor, das relações interpessoais, do sexo, do gênero masculino e feminino e de suas variações. Fabulações da vida contemporânea com suas armas de fogo misturadas a corpos sobrepostos aos mapas. Transforma o bordado em uma constelação de relações e reflexão sobre esta luta de gêneros. Os artistas subvertem o universo cultural da feminilidade em suas poéticas. Dos três, Fábio Carvalho trabalha com mais evidência os conflitos dos estereótipos da masculinidade, da sexualidade e da violência em seus bordados. Fica entre o forte e o frágil, a delicadeza e a brutalidade. São estranhos pois, dos três, é o que mais se preocupa com a qualidade do acabamento dos seus 'artefatos'. Estudou os pontos do bordado em busca de
dominar a técnica e a perfeição. Faz bem feito. São atraentes e de colorido até 'exagerado', surpreendendo assim pela beleza feminina do gesto e do colorido, e o seu contrário, o sentido violento do contrassenso do universo bruto do macho, a que aludem. Exemplo dessa natureza dicotômica vista em sua obra, entre o feminino e o masculino, é a série Macho Toys, de 2009 a 2013, em que explora o mundo adulto viril, do trabalho e do território militar com suas armas e soldados (camuflados na instalação Invasão Monarca, de 2016). Tem origem no universo violento do trabalho operário e homens engravatados. Os halterofilistas do universo dos homens fortes, exageradamente musculosos, que vivem insanamente a superar-se. Subverte o senso comum das coisas, das regras, das convenções. Quebra os códigos sociais da virilidade e da fragilidade, do feminino vulnerável e do masculino dominador. Nos questiona o porquê do não direito de ser sensível do homem. Rick Rodrigues é puro, talvez o mais Penélope dos três (chega a ser quase pueril o seu gesto de bordar). Na família tem bordadeiras. Quando se depara em um primeiro instante com seus trabalhos, se observarmos bem, são melancólicos. Não resistiriam ao mundo da possibilidade sem, com a fragilidade do tema e da matéria, a crueza do sentido de ser homem. Trata, também como Rodrigo Mogiz, do homoerótico, do sensual, da violência e do amor. O material que usa são os lenços de padrões temáticos feminino e masculino. Casa. Foi das primeiras palavras proferidas pelo artista em uma reunião que juntou os três. Casa da família. Casa misteriosa do tio. Casa abrigo. É a casa memória. Para o ser humano a casa, a ideia de morar, de estar abrigado, protegido, de ter um lugar para se esconder, escapar, fugir do mundo de fora, é o seu bem maior.
Casa é dos bens mais desejados e essenciais do homem. Do homem que vive em comunidade desde os tempos imemoriais em que transformou cavernas em moradias. É um desejo característico do humano. Dos povos mais primitivos aos ditos civilizados, a casa ou a oca, o barraco ou casarão, não importa, têm o mesmo valor simbólico. Ter um lugar para habitar consigo mesmo. É ilusão, é necessidade, é o devaneio de se sentir em porto seguro. Mas o corpo não seria a primeira morada da alma? Não seria a casa a segunda morada do corpo da alma? Os bordados vêm para exposição junto da sua coleção de miniaturas (escadas, mobiliários de casa). Cria um ambiente onírico com os seus trabalhos. O irmão bordava couro e foi quem despertou o seu interesse por bordar. Foi ele quem deu o ensinamento mais simples de como bordar. “Você vai e depois volta”, a regra do bordado “um ponto atrás”. Contrariamente ao pensamento de Michel Foucault, os artistas aqui não são seres disciplinados, tão pouco conformados e, muito menos, 'bonzinhos'. Não. Eles subvertem os modos, subvertem a própria criação artística ao fazerem da frugalidade dessa atividade feminina, arte. “Deus chamou ao sétimo dia de sagrado. Sagrado, portanto, não é o dia do para-isso, mas o dia do não-para, um dia no qual seria possível o uso do inútil” (Byung-ChulHan), do bordado. Um gesto lento e demorado.
Ricardo Resende Curador Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea Rio de Janeiro
Almofadinhas O ano era 1919, meses após o final da Primeira Guerra Mundial, no auge da República Velha, ou Primeira República , período marcado pelo domínio do poder das oligarquias rurais no cenário político e econômico brasileiro. Uma época de controle político exercido sobre o governo federal pela elite rural mineira e pela oligarquia cafeeira paulista, que com os capitais acumulados com a exportação do café, garantiram o início da industrialização do país. Acontecimento que proporcionou mudanças na estrutura social brasileira, com a formação de uma classe operária e o crescimento e modernização do espaço urbano, com um crescente desejo da burguesia urbana em se apresentar segundo as modas e costumes mais atuais dos grandes centros europeus, em particular a França (PINTO, sem data). Um concurso diferente mobilizou a cidade de Petrópolis (RJ): “rapazes elegantes e efeminados ” se reuniram para definir quem era o melhor na arte de bordar e pintar almofadas trazidas da Europa especialmente para a ocasião. Assim definiu o escritor Raimundo Magalhães Jr., um conhecedor das modas daqueles tempos, biógrafo de João do Rio e pai da carnavalesca Rosa Magalhães, ao contar como surgiu o termo “almofadinha”, usado para designar nos tempos da República Velha os “tipos afetados, cheios de salamaleques e não‐me‐toques”. Na ocasião, o resultado do incomum concurso não foi aceito por alguns dos rapazes perdedores, o que gerou desentendimentos e protestos. O escritor Lima Barreto, em uma de suas crônicas, comentou: “Foi à custa do esforço e abnegação dos pais que esses petroniozinhos de agora obtiveram ócio para bordar vagabundamente almofadinhas em Petrópolis, ao lado de meninas deliquescentes. Hércules caricatos ao lado de Onfales cloróticas e bobinhas.” (MIGÃO, 2013).
Segundo a mitologia, Onfale era a bela rainha da Lídia. Quando Hércules matou Ífito, ele foi punido sendo vendido como escravo para Onfale. A sedutora Rainha, no entanto, se apaixonou pelo semideus, concedendo‐lhe
então a liberdade, que foi recusada por Hércules, que também se apaixonara pela rainha, preferindo permanecer submisso ao seu lado como escravo por três anos. Durante o período do cativeiro, Onfale vestia a pele do leão de Neméia, morto anteriormente por Hércules, e empunhava a clave do herói, enquanto este trajava suas delicadas roupas femininas, passando o tempo a fiar o linho aos seus pés (Perfume da Flor de Lótus, 2008). Os “almofadinhas” deixaram para trás a praxe que determinava que os homens trajassem roupas escuras, ostentassem barbas e bigodes espessos, destacando sua virilidade, competência e um espírito de liderança nato, optando por roupas mais leves e de cores mais claras, personificando um novo homem do pós‐guerra, em harmonia com um crescente sentimento de “viver a vida intensamente” deste período. Os “almofadinhas” eram homens que se preocupavam com a moda e aparência. Mantinham os cabelos com brilhantina, bem penteados, ternos impecáveis, sapatos novos, brilhantes, abusavam de novos acessórios, como chapéu panamá, gravatas borboleta e óculos redondos; apresentavam feições faciais limpas, ausência de barba, bigodes fininhos, e o uso de cosméticos para beleza. A juventude buscava diferenciar‐se, individualizar‐se e isso refletiu‐se em seus trajes. O “novo dinheiro” precisava de uma “nova aparência”, mais de acordo com o novo espírito da época. Este novo homem se preocupava em esbanjar civilidade, com sua aparência e seus modos, pois estavam ligados com a modernidade que vinha do exterior. Essa destradicionalização vem acompanhada de uma reação dos apegados aos antigos valores, que acusavam os almofadinhas de “feminização do social”, que estes promoviam uma “desvirilização” da sociedade, sugerindo a progressiva perda de valores patriarcais. Esses “novos homens” foram constantemente ridicularizados pela imprensa, e tornaram‐se motivo de chacota, taxados de efeminados. “O almofadinha mostrava‐se assim, uma figura desviante colocando em xeque a macheza e a honra da sociedade masculina, ou de toda uma estética de machos acostumados com a "dureza das feições de seus homens” (MELO, 2014).
Como vemos, muita coisa não mudou de 1919 para os nossos dias e, ainda hoje, para muitos parece estranho, ou mesmo emasculante, como na alegoria da submissão de Hércules, quando um homem se dedica a atividades normalmente vistas pela maioria como “coisa de mulher”: bordar lenços, paninhos de mesa e almofadas, pintar pratos de porcelana, construir objetos frágeis e delicados com flores e borboletas. Em 2017 homens que bordam certamente não são mais novidade no meio artístico. Bispo do Rosário e Leonilson produziram uma imensa obra baseada em, entre outros meios, bordados. Porém, fora deste meio, ainda vemos de narizes torcidos até reações mais violentas ao fato de que há homens que bordam, ou que tem como base de seus trabalhos atividades entendidas como “femininas”, o que para uma grande parcela da população brasileira (e de forma geral, ocidental) estaria “errado”, por não serem viris. Como todos sabemos, estereótipos são simplesmente questões culturais, e como tal, são dependentes de tempo e espaço (local); são acordos feitos por um certo grupo humano e que, em geral, por acontecerem ao longo de várias gerações, podem nos parecer "eternos", uma vez que nossas vidas são tão curtas, e testemunhamos apenas uma pequena fração deste processo Como indagou Ana Paula Simioni, “o que faz do ato de bordar uma prática vista como 'naturalmente' feminina? Por que quando realizado por homens só pode ser compreendido mediante o estigma da ambiguidade? ” (SIMIONI, 2010). Uma explicação sugerida pela autora seria por a partir do século XVIII, principalmente, começa a surgir uma ruptura nítida entre a “grande arte” e as “artes aplicadas”. As pinturas de história e os retratos, bem como as grandes esculturas de figuras humanas, por diversas razões tornaram‐se os gêneros que passaram a ocupar o cume da hierarquia acadêmica, gêneros estes que dependiam da formação nas academias de arte, que eram vetadas às mulheres, que ficaram restritas às “artes menores” – as miniaturas, as pinturas em porcelana, as pinturas decorativas, as aquarelas, as naturezas‐mortas e, finalmente, todos os tipos de artes aplicadas, particularmente as tapeçarias e bordados. As artes aplicadas ficaram cada vez mais associadas ao estigma do trabalho feminino. Assim, tais modalidades
foram sendo, aos poucos, feminizadas, isto é, as obras consideradas inferiores na hierarquia dos gêneros artísticos foram sendo associadas às práticas artísticas de mulheres. Ao longo do século XIX, montou‐ se o seguinte círculo pernicioso: as mulheres, vistas como seres intelectualmente inferiores, eram consideradas capazes de realizar apenas uma arte feminina, ou seja, obras menos significativas do que aquelas feitas pelos homens “geniais”, como as grandes telas e as esculturas históricas. Gêneros outrora valorizados, como a tapeçaria e o bordado, centrais durante a Idade Média, passaram, ao longo da Idade Moderna, a comportar duas cargas simbólicas negativas: a do trabalho “feminino”, logo inferior, e a do trabalho manual, cada dia mais desqualificado (SIMIONI, 2010). Um contraponto que nos mostra como os valores associados aos gêneros são questões culturais, e portanto, acordos no tempo/espaço são duas categorias de bordados na cultura islâmica que são realizados apenas por homens: O "Kiswah", um bordado gigantesco, trocado todos os anos, com 658 m2, 15Kg de fios de ouro sobre 670kg de seda preta, com custo de U$ 5,3 milhões, que cobre a Caaba em Meca, centro das peregrinações muçulmanas e para onde todo muçulmano volta‐ se em suas preces diárias (EMEL, 2010), e o "Bisht", tradicional hábito masculino usado atualmente apenas em dias de gala, ricamente bordado, muitas vezes com fios de ouro e prata (HANNAH, 2011). Do encontro de três artistas homens que se dedicam em seus trabalhos, por razões distintas, mas que se entrecruzam, ao território do sensível e do delicado, e que tem o bordado como um dos meios de produção de suas obras (mesmo que não exclusivamente), nasce a exposição “Almofadinhas”, que apresenta o trabalho de Fábio Carvalho (RJ), Rick Rodrigues (ES) e Rodrigo Mogiz (MG).
Rodrigo Mogiz
Com quem vocĂŞ tem Bordado? (2006) - Bordados sobre travesseiro, mesa de mdf e cĂşpula de vidro
Rodrigo Mogiz
Com quem vocĂŞ tem Bordado? (2006) - Bordados sobre travesseiro, mesa de mdf e cĂşpula de vidro
Rick Rodrigues
SĂŠrie: Almofadinhas
(2016)
Desenho bordado sobre capa de almofada - 24 x 24 x 04 cm
Foto: Luis Paulo Junior
Rick Rodrigues
SĂŠrie: Almofadinhas
(2016)
Desenho bordado sobre capa de almofada - 24 x 24 x 04 cm
Foto: Luis Paulo Junior
Fábio Carvalho
Dor e delícia (almofadinhas)
(2016/2017)
bordado à mão sobre capa de almofada, almofada, bico de renda, cristal falso - 40 x 80 x 12 cm
Fábio Carvalho
Dor e delícia (almofadinhas)
(2016/2017)
bordado à mão sobre capa de almofada, almofada, bico de renda, cristal falso - 40 x 80 x 12 cm
Rodrigo Mogiz
Rick Rodrigues
Hello Sailor 1 e 2 (2014) Bordados sobre tecido - 98 x 92 cm (cada)
SĂŠrie: Almofadinhas (2016) Desenho bordado sobre capa de almofada - 24 x 24 x 04 cm
Rodrigo Mogiz
Hello Sailor 1 e 2 (2014) Bordados sobre tecido - 98 x 92 cm (cada)
Fábio Carvalho
Série Bai feliz buando, no bico dum passarinho
(2012/2016) reprodução fotográfica sobre tela, bordado à mão, apliques industriais, renda e passamanaria, miçangas, apliques metálicos
Fábio Carvalho
Série Bai feliz buando, no bico dum passarinho
(2012/2016) reprodução fotográfica sobre tela, bordado à mão, apliques industriais, renda e passamanaria, miçangas, apliques metálicos
Rodrigo Mogiz
Costurando jardim de estrelas
(2016) Bordados, recortes e aplicaçþes sobre almofadas - 32 x 32 x 13 cm (cada)
Rodrigo Mogiz
Homem de Rapina
(2015)
Bordados sobre tecido - 46 x 50 cm
Rapaz Andorinha
(2015)
Bordados sobre tecido - 46 x 50 cm
Rick Rodrigues
Sem tĂtulo
(2016) Travesseiro bordado a mĂŁo, miniatura de cama modelo patente Travesseiro - 40 cm x 70 cm x 20 cm Miniatura - 14 cm x 25,5 cm x 10 cm
Rick Rodrigues
Sem tĂtulo
(2016) Travesseiro bordado a mĂŁo, miniatura de cama modelo patente Travesseiro - 40 cm x 70 cm x 20 cm Miniatura - 14 cm x 25,5 cm x 10 cm
Fábio Carvalho
Série: Em sendo patente...
(2012/2016) naperons antigos, insígnias militares, bordado feito à mão, apliques industriais, contas e miçangas, cristais falsos, brinquedos de plástico
Fábio Carvalho
Em sendo patente... n° 7 (2013) naperon rendando antigo, insígnia militar, bordado feito à mão, apliques industriais, contas diversas - 40 x 40 cm
Fábio Carvalho
Série: Em sendo patente...
(2012/2016) naperons antigos, insígnias militares, bordado feito à mão, apliques industriais, contas e miçangas, cristais falsos, brinquedos de plástico
Fábio Carvalho
Série: Em sendo patente...
(2012/2016) naperons antigos, insígnias militares, bordado feito à mão, apliques industriais, contas e miçangas, cristais falsos, brinquedos de plástico
Rodrigo Mogiz
A Fuga
(2015)
Bordados sobre tecido - 50 x 80 cm
Rick Rodrigues
Sem tĂtulo
(2016)
Desenhos bordados sobre morim - 33 cm x 71 cm
Rick Rodrigues
Série: Revoada
(2016)
Desenhos bordados sobre lenços de algodão estampados - 22 cm x 22 cm (cada)
Foto: Luis Paulo Junior
Rick Rodrigues
Série: Revoada
(2016)
Desenhos bordados sobre lenços de algodão estampados - 22 cm x 22 cm (cada)
Foto: Luis Paulo Junior
Fábio Carvalho
Bai feliz buando, no bico dum passarinho n° 2 (2012) - 76 x 78 cm Bai feliz buando, no bico dum passarinho n° 8 (2013) - 69 x 59 cm
tecido estampado, renda e passamanaria, bordado à mão, apliques industriais, aplique metálico, cristais falsos, miçangas, armas de plástico de brinquedo, asas de borboleta de plástico
Rodrigo Mogiz
Alfineteiros (conjunto de 13 peças)
(2016)
Bordados e tinta sobre tecido, espuma, feltro e aplicaçþes. - Tamanhos variados
Rodrigo Mogiz
DETALHES
Rodrigo Mogiz
DETALHES
Rick Rodrigues
Série: Florescer. Flores ser
(2016)
Desenho bordado sobre lenço de algodão - 32 cm x 32cm
Rick Rodrigues
Série: Florescer. Flores ser
(2016)
Desenho bordado sobre lenço de algodão - 32 cm x 32cm
Fábio Carvalho
Monarca n° 1 (2012) Monarca n° 2 (2012) guardanapos rendados antigos, bordado feito à mão, soldados de plástico - 36 x 36 cm (cada)
Fábio Carvalho
Monarca n° 1 (2012) Monarca n° 2 (2012) guardanapos rendados antigos, bordado feito à mão, soldados de plástico - 36 x 36 cm (cada)
Fábio Carvalho
Fado Indesejado (2013 / 2016)
xale industrial, bordado à mão - 90 x 160 cm
Rodrigo Mogiz
Enquanto Desenho na sua Superfície
(2014)
Instalação
Rodrigo Mogiz
Enquanto Desenho na sua Superfície
(2014)
Instalação
The Almofadinhas.The Dandies.The Flaneurs. The Artists.
familiar encounter, they planned the exhibition Almofadinhas. An art exhibition that brings together the work of those artists at Sesc Palladium's GTO Gallery, Belo Horizonte.
Nowadays, there is an excessive regulation of the things, of the facts, of the feelings and, consequently, of the restriction to life. It is the time of the efficient and material men fully committed to work. Our time is the one of the watchwords and the maxim of this world of men (old male politicians, conservatives) who rules life, it is “Do not think. Just work”.
Such artistic entity is formed by the mineiro (from Minas Gerais) artist Rodrigo Mogiz, the carioca (from Rio de Janeiro) Fábio Carvalho and the capixaba (from Espírito Santo) Rick Rodrigues. All of them around a nowadays much-used artistic technique in the contemporary art, the embroidery. The trio has this language as the basis of the aesthetic reverie which gives a new meaning to the act of embroider and, therefore, to their Works.
Mankind loses, thus, its essence. We are gifted with a reflexive, slothful and contemplative soul that makes us wonder over culture and art. The place where we don't have any control of our thoughts, where the mind is free and wandering. “It is the man on the vision [of Seneca], a creature born for contemplation as for action – [meaning] this [action] an act for the sake of mankind, and not exactly [on action only], a making of material things”. Products, war and money, this is all they know how to do. Work for material and accumulative reasons is, eminently, from a men's world. The relationships are rationalized with the excess of objectification based on performance (Byung ChulHan, in The Burnout Society ). The evil of the contemporary society is to strive to excel on everything. It makes sense, increasingly, to resist to this reifying of life and the loss of our capability for disobedience, contemplation and to not accept what we were told. “We live in a world with no boundaries, psychologists speculating that the man is more and more groundless, sociologists theorizing on the reason for people's insecurity and unhappiness precisely because they seem to have more choices on their lives now than they used to have in the past” (Renata Saleci, in Worries in a limitless world). People don't know what they want. Three artists with a serious detour of this normality got together about a year ago, to reflect on their artistic issues in common and as a result of this 1
SENECA. On Tranquility of Mind.(De Tranquillitate Animi). Portuguese translation by João Câmara Neiva. Nova Alexandria Publisher House: São Paulo, 1994. Page. 8.
Alongside with Knitting and Crocheting, the embroidery is connected to the tradition invented by mankind, the handcraft. It comes from ancient remote traditions of doing things by hand. It is not accurate when or where it was invented. Certainly after the thread and the needle. Or first the thread, then the needle. It makes sense. Then another reverie. From sewing comes embroidery, the adornment. To garnish, to adorn is a detour of the practical life of outcomes which guides the society of performance. To sew is a utility. To embroider is not. It is garnishing. The creative act of embroider has always been connected to a tradition of the social and domestic female universe, of making or imagining a more beautiful life, quieter and fulfilled in the disciplinary society, that precedes the society of performance, according to Byung-ChulHan. It made sense to embroider as a discipline. Nowadays, not anymore. To produce the adornment served as leisure to women in a domestic environment. To fill the idle time with a useful result. It was a reason for familiar gathering and friendships, used for knowledge exchange, of new embroidery stitches, conversation, storytelling or just wandering. Ramble on thoughts. Men were excluded of this contemplative, quiet, delicate activity, considered feminine.
Weaving and embroidering is rather a tradition and culture that has a long come. The first image that comes to mind is, generally, quiet, serene ladies, resting, with relaxed attention. Only focused on the stitches and the mixing of lines to weave on their imagination the shapes and colors on the comes and goes of the mixed lines in the fabric, carried by the needle and the agile hands. A technique counting on the human ability of repeating a small, endless and introspective gesture with logic and numerical calculation to its formulation. Those are artefacts for domestic utility with decorative purposes. In some traditional cultures, it is used as an adornment for festive clothes and for the everyday use, as for the Andean populations. On some cases, of extreme beauty, as the colorful Portuguese embroideries used in shawls by women, those with sophisticated drawings made by the Shakerse Quakers, in the United States of America, and those on many regions of Brazil with its variations, as the cross stitches from Japaratuba, a city from Sergipe where the artist Bispo do Rosário was born. As those performed by the trio of artists at the Almofadinhas exhibition. Daring to embroider as a way of making art. Fábio Carvalho, Rodrigo Mogiz and Rick Rodrigues had precursors. The first ones to be remembered are “The Almofadinhas”, fairly, the inspiration for the exhibition's title. A group of gentleman at the end of the 19th and the beginning of 20th century who broken the social conventions at the time to the detriment of society.
Brazilian fashion, also in the last century. Artists who influenced a whole generation of other artists and designers with this practice. Bispo, like Penelope (in the Greek mythology, the wife who kept doing, undoing and redoing a dress for years, waiting for a husband who went to war), ripped his own clothes in the asylum where he spent his life admitted. Remade line skeins and embroidered as an obligation told by the voices he used to hear, to register his time in the world, collecting everyday objects and listing people's names. He embroidered, sewed, and covered with blue line the objects that composed his personal museum with the mission and the desire to organize the chaos in the world. He accumulated in his cell, like a “treasure”, his life work. All this work for the final encounter with God, on the Final Judgement Day. To embroider the word was his way to remain in this world. Zuzu Angel, the stylist from Rio de Janeiro, made an impact on the fashion Brazilian world, and she is one of the most important references we have on clothes as resistance and political manifestation. She embroidered birds and dark angels. In fact, she embroidered the death of her son murdered in a vile way by the militaries during the coup of 1964. It is impossible to remain immune or indifferent when coming across her clothes. They are of a desperate, baffling beauty, of a mother who didn't resign with her son's death. She wanted him back, (Stuart Edgard Angel Jones, 1946 – 1971). She also was, later, killed on a car accident.
Daring men breaking the taboo that embroider was or is, a thing for the ladies. Besides those last century's Almofadinhas, we have three of the most influent and recent names known in the contemporary art and fashion world. They made art out of the embroidery, Arthur Bispo do Rosário (1909-1989), Zuzu Angel (1921-1976) and Leonilson (1957- 1993).Two exponents of the Brazilian art in the 20th century and Angel, featured on the Brazilian fashion, also in the Brazilian art in the 20th century and Angel, featured on the
Leonilson, like Bispo and Penelope, went beyond the act of embroider. The embroidery became his most visceral artistic expression, gave him plasticity and aesthetic force. The act of embroider, the line embedded in the fabric, sewed and drawing words and shapes, giving sense to the expression of his private confession. The fabric becomes the artist's second skin. To embroider becomes a way to suture wounds opened by life. Like with Bispo, the work registers his passage on Earth. Like with Zuzu Angel, he left works
“with scars” on the attempt of closing wounds and heal the anguish in face of the truth, of the human condition, besides having to carry like with Bispo, the weight of a disease that consumed him.
and, of course, the more one gets close and with an extra attention to the works, one discovers that it is not only about aesthetics. They surprise us. In fact, they generate the strangest feeling.
To Fábio Carvalho, Rick Rodrigues and Rodrigo Mogiz, the embroidery allows an inner aesthetic experience such as the quoted artists who serve as a reference to the silent gesture of embroider and to contemplate themselves. Each one on their own way, they all express a poetic message through embroidery.
They mimic the beauty seen of the fabric objects because, in fact, it gives us a 'fright' when the real reason of the embroideries is discovered, for we are used to the adornment embroidery. Gender, sexuality, memories, family, wars, violence and the traditions, the ambiguity of being sensitive in the contemporary society. All the subjects addressed on their works are still a taboo for the human kind.
Contemporary artists, the 'almofadinhas' of the Almofadinhas exhibition get inspiration from those men, the 'almofadinhas' of the beginning of the 20th century, who decided to not stay out of the gesture of embroider and created a contest in the city of Petropolis, on the hills of Rio de Janeiro. They became the talk of the town. Even Machado de Assis, a Journalist of a carioca newspaper at the time, wrote about it, disturbed with the possibility of what could become a thing between the young men. Certainly, due to the attempt to know the best among them, they teased even more indignation and jokes, arousing the prejudice anger on a society with archaic habits that never happened to modernize. Then, even nowadays it is not allowed, better yet, it resists transformations. Even nowadays it is noticeable the strange feeling of having men embroidering, knitting, crocheting or even, having men who contemplate life, who make art. They are not well seen because the society of performance doesn't understand or sees a meaning in Contemporary Art.
Rodrigo Mogiz never attended courses to learn the technique. With his fantastic narratives made of layers of translucid fabrics, where the gesture of embroider looks loaded with pain, it creates a deepness to the perspective on the portrayed scenes. The needle pierces the fabric and hurts as it wishes to bleed it. The painful gesture of embroider like Leonilson's. To cross the line, to paint, to pin, to leave the embroidery roughly shaped with the leavings of images and writings, made with thread and needle, without a concern for a perfect embroidery, to deal with the symbolism and the expression of people's behavior. The “coarse” is mixed with the material as he wishes to mess with those drawings stitched on the fabrics. He smudges (it could be with a red lipstick), pins images, applies laces and diverse objects like beads and rhyme stones to create a seductive outcome which gives the shape and the volume of the work.
The three artists gathered because they have the embroidery as a way to express themselves as a common ground. They have the need of this ancestral technique of “adorning” fabrics. They use the technique to express world visions and since they met, influence and interfere on the work of one another.
Those are visual and textual narratives of histories and stories made out of love, of interpersonal relationships, of sex, of gender and its variations. Confabulations of the contemporary life with its fire guns mixed to the bodies overlapping on maps. The embroidery is turned into a constellation of relationships and reflections about this genre discussion.
The result of what they do with the technique, as it is supposed to be, is beautiful, touching and seductive. They impact by the colors, by the tenderness,
The artists subvert the cultural universe of femininity on their poetics. Of the three, Fábio Carvalho works with more evidence the conflicts of stereotypes of
masculinity, sexuality and violence on his embroideries. His work lies between the strong and the fragile, the tenderness and the roughness. It is strange, because of the three of them he is the one with more concerns about the quality of the finishings of his 'artifacts'. He studied the embroidery stitches aiming to master the technique and the perfection. It is well done. His works are attractive and colorful, even 'over the top', surprising by the feminine beauty of the colors and gesture, and the opposite, the violent meaning of the nonsense of the male dominant universe, of what they allude. An example of this dichotomous nature seen in his work, between the feminine and the masculine, is the Macho Toys series, from 2009 to 2013, on which he explores the virile adult world, of the work and the military territory with its guns and soldiers (camouflaged in the Monarch Invasion installation, from 2016). It originates from the violent universe of the workmanship and men in suits. The bodybuilders from the universe of the strong men, overly muscular, insanely seeking to overcome themselves. He subverts the common sense of things, of rules, of conventions. It breaks the social codes of virility and fragility, of the vulnerable feminine and the dominant masculine. It brings up the question: why men cannot be sensitive? Rick Rodrigues is pure, maybe the most Penelope of the three (it is almost puerile his gesture of embroider). His family has female embroiderers. When facing his works for the first time, if well observed, it is melancholic. They would not resist the world of possibilities without, considering the fragility of the theme and the material, the roughness of the meaning of being a man. He also addresses, like Rodrigo Mogiz, the homoeroticism, the sensuality, the violence and love. The material he uses are scarves of masculine and feminine themed patterns. Home. It was one of the first words spoken by the artist during a meeting with the three of them. Family home. Mysterious uncle's home. Home shelter. It is the memory home.
To the human being, the home, the idea of living, of being sheltered, protected, of having a place to hide, scape, flee from the world outside, it is the greater good. Home is one of the most desired, wished and essential good for men. The men who live in community since immemorial times when the y turned the caves into houses. It is a common desire for the human being. From the primitive people to the so called civilized, the house or the oca (native brazilians' house), the shack or the mansion, it doesn't matter , they all hold the same symbolic meaning. Having a place to live with yourself. But wouldn't the body be the first home for the soul? The embroideries come to the exhibition amongst a collection of miniatures (stairs, furniture). He creates an oniric environmental with his works. His brother embroidered leather and was the one who aroused his interest on embroidery. He was the one who gave him the simple precept on embroidering. “You go and then you come back”. The rule of the embroidery: “a back stitch”. Contrary to the thought of Michel Foucault, the artists here are not disciplined beings, neither resigned nor 'well behaved'. No. They subvert the ways. They subvert the artistic creation itself on doing, out of the frugality of this female activity, art. "God called the seventh day holy. Sacred, therefore, is not the day of for-it, but the day of non-for, a day in which it would be possible the use of the useless" (Byung-ChulHan), of the embroidery. A slow, slow gesture.
Ricardo Resende Curator Bispo do Rosário Contemporary Art Museum Rio de Janeiro
Almofadinhas The year was 1919, months after the end of the First World War, at the peak of the Old Republic or First Republic, a time marked by the power and dominance of the Rural Oligarchies on the politic and economic Brazilian scenario. A time of politic control, performed on the federal government by the rural elite from Minas Gerais and by the Paulista coffee oligarchy, which with accumulated capitals with the coffee exports had guaranteed the beginning of the industrialization on the country. Such things generated changes on the Brazilian social structure, with the formation of the workmanship and the growing and modernization of urban spaces, with an exponential growing desire of the urban bourgeoisie on introducing itself according to the latest fashion and habits coming from the great European centers, particularly France (PINTO, unknown date). A different contest mobilized the city of Petrópolis (RJ): “elegant and effeminate young men” gathered to define who was the best on the art of embroider and paint cushions brought from Europe specially for the occasion. That's how it was defined by the writer Raimundo Magalhães, an expert on events of that time, biographer of João do Rio and father of the samba school carnival designer, Rosa Magalhães, on telling about the emerge of the term “Almofadinha”, used to designate, in the time of the Old Republic, the “affected types, full of formalities and fussy demeanor”. In the occasion, the outcome of such unusual contest was not accepted by some of the losers, which generated misunderstandings and protests. The writer Lima Barreto, in one of his chronicles, commented: “It was due to endeavor and abnegation of their parents that these little Petroniuses nowadays got leisure to vagabondly embroider cushions in Petropolis, next to deliquescent girls. Hercules' caricatures alongside with silly chlorotic Onfales”. (MIGÃO, 2013)
According to Mythology, Onfale was the beautiful queen of Lydia. When Hercules killed Ifito, he was punished being sold as a slave to Onfale. The seductive queen, however, fell in love with the demigod, granting him
freedom, then. Which he refused, for he was also in love with the queen, choosing to remain submissive on her side as a slave for three years. During the time of captivity, Onfale dressed Nemea's lion skin, previously killed by Hercules, and wielded the hero's key, while he was wearing her delicate female vests, spending time spinning the linen at her feet. (Perfume da Flor de Lótus, 2008) The “almofadinhas” left behind the rule which determined that men were supposed to wear dark clothes, boast thick beards and mustaches, highlighting their virility, competence and a natural leadership spirit, opting for lighter clothes with lighter colors, personifying a new man of the after war, harmonizing with the feeling of “living life to the fullest” of that time. The “almofadinhas” were men concerned with fashion and looks. They kept their hair with grease, well brushed, impeccable suits, new shine shoes, abused of new accessories, like panama hats, bow ties and rounded glasses; they would present clean facial features, beard absence, thin mustaches, and use of cosmetics for beauty. The youth was looking to differentiate itself, to individualize and such fact reflected on their clothes. The “new money” needed a “new look”, more aligned with the new spirit of the age. These new men were concerned on lavish civility, with their appearance and behavior, because they were connected with a modernity coming from abroad. Such De-standardization came along with a reaction from those attached to the old values, who accused the almofadinhas of “feminization”, that they promoted a “devirilization” of society, suggesting progressive loss of patriarchal values. These “new men” were constantly ridiculed by the press, and became reason for mockery, tagged as effeminate. “The almofadinha showed himself like this, a deviant figure putting the manhood and honor of the male society at risk, or of a whole male aesthetic used to the “toughness of men features”. (MELO, 2014)
As we see, not much has changed from 1919 to our times, and even today it seems weird for many people, or even emasculating, as in the allegory of
Hercules submission, when a man dedicates himself to activities normally seen by the most as a “women thing”: embroider scarves, table cloths or cushions, paint porcelain plates, build fragile and delicate objects with flowers and butterflies. In 2017, men who embroider are certainly not novelty on the artistic world. Bispo do Rosário and Leonilson produced an immense work based on, amongst other means, embroideries. However, out of this field, we still see from twisted noses to the most violent reactions to the fact that there are men who embroider, or that have as a foundation of their work, activities considered “feminine”, which to a majority of the brazilian population (and in general, occidental) would be “wrong”, for not being virile. As we all know, stereotypes are simply cultural issues, and as such, are dependent of time and space (location); are agreements made for a certain human group and, in general, for they happen during various generations, it may seem to us as “endless”, once our lives span are so short, and we witness only a small fraction of this process. As inquired Ana Paula Simioni, “what makes the act of embroider a practice seen as “naturally” feminine? Why, when performed by men, can only be understood under the light of the ambiguity stigma?” (SIMIONI, 2010). An explanation suggested by the author would be that since the 18th century, a clear rupture between the “great art” and “arts and crafts” emerged. The paintings of historical subjects and portraits, as well as the human figure sculptures, for many reasons became the genres that starts to occupy the top of the academic hierarchy, genres who depended on the art school degrees, not allowed to women, restricted to “minor arts” – the miniatures, the porcelain painting, the decorative painting, the watercolor, the still life painting and, finally, all sorts of arts and crafts, particularly, tapestry and embroidery. The arts and crafts got more and more associated with the stigma of female work. Therefore, such activities, were slowly considered minor on the artistic genre hierarchy and associated with the female artistic work. During the 19th century, the following pernicious cycle was established: the women, seen as intellectually inferior beings, were considered capable of
accomplish only a feminine art, that is, less significant works than those made by “geniuses” men, such as the large canvases and historical human figure sculptures. Genres once valued, like tapestry and embroidery, major themes during the Middle Ages, started to carry, on the Modern Age, two negative symbolic loads: the female work, therefore inferior, and the handcraft, each day more unqualified. (SIMIONI, 2010) A counterpoint that shows how the values associated with genders are cultural issues and, therefore, agreements in time and space are two embroidery's categories of the Islamic culture performed only by men: the “kiswah”, a giant embroider, changed every year, with 658m2, 15kg of golden threads over 670kg of black silk, with the cost of U$ 5,3 million, that covers the Caaba in Meca, center of Muslim pilgrimages and to where every muslim turns him/herself to during their daily prayers (EMEL, 2010), and the “Bisht”, a traditional male robe worn nowadays only on gala days, richly embroidered, many times with gold and silver threads. (HANNAH, 2011) Out of the encounter of three male artists which dedicate themselves in their works, for distinct reasons, but which intersect, to the territory of sensibility and tenderness, having the embroidery as a mean of production (even if not exclusively), the exhibition “Almofadinhas” was born, presenting the works of Fábio Carvalho (RJ), Rick Rodrigues (ES) and Rodrigo Mogiz (MG).
Fábio Carvalho O trabalho atual de Fábio Carvalho surgiu como uma reflexão sobre os elementos que compõem os estereótipos de identidade de gênero na infância, particularmente em culturas ocidentais sexistas, como os brinquedos que são dados para as crianças, e com os quais estas são incentivadas e autorizadas a brincar: bolas, armas, soldados e atividades mais ativas e de força para os meninos; bonecas, princesas, jogos de panelinhas/casinha e outras atividades delicadas e sensíveis para meninas, particularmente aquelas que imitam as tarefas domésticas culturalmente aceitas como femininas. Esta divisão em dois mundos distintos, mesmo quando não intencionalmente, pode ser utilizada para direcionar e determinar a futura personalidade de cada criança. A experiência da infância, através da socialização conduzida pelas brincadeiras, permite que as crianças construam‐ se como "pequenos homens" e “pequenas mulheres”. O artista procura com seu trabalho levantar uma discussão sobre os estereótipos e as expectativas de gênero, através da sobreposição e conflito entre os clichés de masculinidade ideal, como o militar, o atleta musculoso, o cowboy, o trabalhador braçal, com elementos e labores tradicionalmente atribuídos ao terreno do feminino, como padrões decorativos florais, a louça de porcelana, flores e borboletas, bordados e rendas. Com sua produção, o artista busca questionar o senso comum de que força e fragilidade, virilidade e poesia, masculinidade e vulnerabilidade não podem coexistir, e nos lembrar que tudo aquilo que nos parece eterno e definitivo, como tudo na cultura humana, são na verdade resultado de acordos no tempo e espaço.
The current work of Fábio Carvalho began as a reflection on the elements that composes the stereotypes of gender identity in the childhood, particularly on sexist occidental cultures, such as the toys given to the children, who are encouraged and allowed to play with: balls, guns, soldiers and stronger active activities to boys; dolls, princess, kitchen-house miniatures and other delicate and sensitive activities to girls, particularly those that imitates housework, culturally considered feminine. This division between two distinct words, even when not intentionally, might be used to conduct and determine the future personality of each child. The childhood experience, through the socialization conducted by the child plays, allows the kids to build themselves as “little men” and “little women”. With his work, the artist aims to raise a discussion on stereotypes and gender expectations, through the overlap and conflict between the clichés of the ideal masculinity, such as the military, the muscled jock, the cowboy, the handyman, with elements and works traditionally assigned to the feminine territory, such as floral decorative patterns, porcelain ware, flowers and butterflies, embroideries and laces. With his work, the artist seeks to question the common sense that strength and fragility, virility and poetry, masculinity and vulnerability cannot coexist, and to remind us that all that it seems eternal and definitive, like everything in human culture are, in fact, the outcome of agreements in time and space.
Rick Rodrigues Tem o desenho como ponto de partida. Suas séries de desenhos monocrômicos em vermelho e em azul sobre papéis de texturas finas desvelam pequenos mundos dentro de outros mundos. Rick também passeia pela apropriação, criação e ressignificação de objetos, bordados, gravuras e decalques. Alterando as dimensões de objetos, casas e figuras humanas, o artista faz associações singulares que se destacam no fundo límpido do papel, ora branco, ora creme. Tudo parece estar no campo da sutileza. O tratamento dado ao acabamento dos desenhos – em todas as suas séries, vale ressaltar – aproxima-se do zelo que o artista possui com os símbolos de sua memória afetiva.
Has the drawing as his starting point. His series of monochromatic drawings in red and blue over fine texture papers unveils small worlds within other worlds. Rick also wanders on the appropriation, creation and resignification of objects, embroideries, engravings and decals. Altering the object's dimension, houses and human figures, the artist makes singular associations which stands out on the clear paper background, sometimes white, sometimes cream. It all seems to be on the field of subtlety. The treatment given on the finishing of the drawings – in all of his series, it's worth pointing out – comes close to the zeal that the artist has with the symbols in his affective memory.
Às memórias adiciona uma espécie de enciclopédia de fábulas e uma coleção de símbolos capazes de evidenciar as questões da infância e a arquitetura cotidiana, mesclando as a elementos que contribuem para reavivar os sonhos de menino, desejos, perturbações, fragilidades e laços familiares; construções poéticas de referências surrealistas. O cuidado converte se em leveza, no trabalho minucioso dos degradês e na alternância da intensidade da cor influenciada pela luz nos cenários. Na produção de Rick Rodrigues, o sujeito encontra-se diante da possibilidade de ocasionar fissuras em suas camadas de certezas firmadas e de razões consolidadas. O espaço expositivo passa a abrigar um convite para que adentremos em nossas lembranças, rememoremos nossas origens, o nosso “espaço lar abrigo”. São pequenos mundos dentro de outros mundos. Cenários que não falam somente dele, mas também falam sobre nós.
To these memories, he adds some sort of encyclopedia of fables and a collection of symbols capable to put in evidence the childhood issues and the everyday architecture, mixing them to the elements that contributes to revive his boyhood's dreams, desires, disturbances, fragilities and the family bonds; poetic constructions of surrealist references. Care turns into lightness, on the meticulous work with the gradients and on the alternation of the intensity on the color influenced by the light on the sceneries. In the work of Rick Rodrigues, the one faces him/herself with the possibility of causing cracks on their layers of absolute truths and consolidated reasons. The exhibition space starts to hold an invitation for us to enter into our memories, remind of our origins, into our “space-home-shelter”. These little worlds within other worlds. Sceneries that speaks not only of him, but also about us.
Rodrigo Mogiz Trabalha no limiar entre a pintura e o desenho. O bordado, que é seu trabalho mais bem estruturado, entra nessa intercessão. Mogiz começou a bordar porque queria partir de algo pessoal e afetivo. Havia ainda o interesse por figuras de modelos de páginas de revista de moda e anúncios publicitários. Fazer desenhos destes modelos através de agulha e linha provoca um belo estranhamento, pois percebemos que esse ideal de beleza vendido como perfeito foi reconstruído através de um bordado sem técnica, considerado pela tradição como imperfeito, “mal feito”. A partir daí o artista se apropria dessas imagens de moda que mostram alguma beleza ou que passam algum significado, explorando questões afetivas e sexuais das formas mais diversas. Através de conexões e sobreposições, Rodrigo Mogiz procura estabelecer narrativas entre as figuras bordadas em várias camadas de tecido. O artista usa essencialmente a entretela como suporte, mas vem buscando outros materiais translúcidos para criar as velaturas. Sua estratégia é primeiro atrair o olhar, e para isso abusa do uso de materiais que "enfeitem" seus bordados: miçangas, pedrarias, rendas, alfinetes, dentre outros materiais de costura. Porém, após esse primeiro contato, se percebe o que de inquietante o artista quer mostrar sobre as relações humanas. Rodrigo Mogiz tem o literário como referência em seu trabalho. Com as narrativas que explora é como se quisesse contar histórias, mas acaba por deixar para que as pessoas criem essas histórias, e façam suas próprias conexões pessoais.
Works on the threshold between painting and drawing. The embroidery, which is his best structured work, lays on this intersection. Mogiz started to embroider because he wanted to start from something personal and affectionate. There was still the interest for male model figures from fashion magazine pages and advertisings. Making drawings out of this models through the needle and the line causes a beautiful strangeness, because we realize that this ideal of beauty sold as perfect was rebuilt trough an embroidery without technique, considered by tradition as imperfect, “roughly done”. Thenceforth the artist appropriates of these fashion images that shows some beauty or holds some meaning, exploring affective and sexual questions in the most diverse ways. Through connections and overlaps, Rodrigo Mogiz seeks to establish narratives between the embroidered figures on many layers of fabric. The artist essentially uses the interlining fabric for support, but he also has been seeking another translucid materials to create the velature. His strategy is first to attract the sight, and on such intent, he abuses on the use of materials that “adorns” his embroideries: Beads, stones, lace, pins, among other sewing materials. However, after this first contact, the disturbing aspect which the artist aims to show on the human relations is noticed. Rodrigo Mogiz has the literary as a reference on his work. With the narratives he explores, it is like he wanted to tell stories, but ends up leaving people to create those stories themselves and to make their own personal connections.
Ricardo Resende Curador especialmente convidado a se juntar aos “Almofadinhas”, atualmente está na direção do Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea no Rio de Janeiro. Já foi diretor geral do Centro Cultural São Paulo, além de ter realizado inúmeras e importantes curadorias e ter passado por outras instituições como o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP), Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), Centro de Artes Visuais da Funarte e Centro Dragão do Mar, em Fortaleza. Trabalha também com o Projeto Leonilson, que como Bispo do Rosário é outro importante e expoente artista ligado às questões do bordado na arte contemporânea brasileira.
Curator specially invited to join the “Almofadinhas”, currently on the direction of the Bispo do Rosário Museum of Contemporary Art. He was also the general director of São Paulo Cultural Center, besides having accomplished countless and important curatorships and having worked for many institutions such as the Museum of Contemporary Art of the University of São Paulo (MAC -USP), Museum of Modern Art of São Paulo (MAM – SP), Center of Visual Arts of Funarte and Dragão do Mar Center, in Fortaleza. He also works at the Leonilson Project, which as Bispo do Rosário, is another exponent and important artist related to embroidery in Brazilian contemporary art.
SESC EM MINAS GERAIS Presidente do Sistema Fecomércio MG, Sesc, Senac e Sindicatos Lázaro Luiz Gonzaga
Assistente de Serviços Sociais Marcelo David Moreira
Diretor Regional Luciano de Assis Fagundes
Analista de Produção Shirley Gomes
Diretora Técnica Francine Pena Póvoa de Melo Reis
Assistente de Produção Daniela Cristina Alves da Costa
Gerente Geral Sociocultural Érica Freitas
Analistas de Marketing Andreia de Lima Monteiro Juliana Dias de Paula
Gerente de Cultura Jorge Cabrera EQUIPE SESC PALLADIUM Gerente Milena Andrade Pedrosa Coordenadora de Produção Debora Pedrosa Coordenadora de Serviços Sociais Luciana Salles Coordenador de Produção Técnica Renato Freitas Cordeiro Coordenadora Administrativa Simone Rocha Camargo Analistas de Serviços Sociais Rafael Fernandes Silveira Alves Paula Lima Gomes
Programa Educativo Analista de Serviços Sociais Mailine Bahia Fernandes Assistentes de Serviços Sociais Adriano Maciel Canabrava Bernardo Amarante Viviane Furtado Themis Lobato Apoio e Manutenção Lucas Guerra Rodrigues Tão Egmar Pereira de Souza Nascimento Geraldo Celson Martins da Rocha Josias dos Santos do Nascimento Vilson Fernando dos Santos Guardiãs Guardiãs Vanessa Xavier dos Santos Rita de Cássia F. Fernandes Toledo
ALMOFADINHAS exposição coletiva - Fábio Carvalho (RJ) Rick Rodrigues (ES) Rodrigo Mogiz (MG)
Curadoria: Ricardo Resende Produção e design gráfico: Guilherme Machado Márcia Renó Macedo Assessoria de impressa: Paula Granja Revisão e tradução de textos: Theo Valadares Fotos: Lucas Galeno
Agradecimentos Ao Verão Arte Contemporânea e ao Sesc Palladium pela oportunidade de tirarmos esse projeto da tela do computador. Ao nosso curador “almofadinha” Ricardo Resende por contribuir com seu pensamento crítico e poético. Ao amigo Augusto Fonseca pelas dicas no início de todo esse processo. Ao amigo Rodrigo Vila pelas constantes sugestões e revisões. Aos colecionadores Orlando Lemos e Carlos Henrique Bicalho pelo empréstimo de obras.E a todos que trabalharam para que a exposição “ALMOFADINHAS” se tornasse realidade. Beijos dos Almofadinhas
Montagem: Gestalt
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Alvará de Funcionamento e Localização do Sesc Palladium - 2016028126, válido até 20/06/2021. Órgão expedidor: PBH. ART Obra e Serviço do Sesc Palladium - 14201300000015052285, válido até 28/11/2018. Órgão expedidor: CREA-MG.