a terra ĂŠ o corpo
“(Indígena) gerado dentro da terra que lhe é própria, originário da terra em que vive.” “Pertencer à terra, em lugar de ser proprietário dela, é o que define o indígena.” “A terra é o corpo dos índios.” [Eduardo Viveiros de Castro]
O corpo não aguenta mais. O lucro é privado mas a calamidade é pública. O coletivo é desprezado, o voto ignorado, e o R$ não é real. Tratada a ferro e fogo, nem a natureza é natural, e somos construídos sobre a desgraça coletiva. Nossa terra era roxa, hoje é preta, dura e de asfalto: é falsa. Antes tinha índio, mas não tinha f,l,r (fé, lei, rei). Agora não tem índio, mas tem f,l,r (fel, locupletação, repressão). Diante da falência múltipla do sistema, o Brasil é um defunto. Neste contexto, qual o papel da arte contemporânea e sua verve de engajamento sociopolítico? Como podemos nos recompor a partir dos cacos que nos restam e enxergar algum porvir que não as trevas? Certamente não há uma resposta única para este debate, mas neste sábado, dia 25 de junho, me arrisco a indicar algumas possibilidades na minha curadoria da exposição Terra Falsa. [Apresentação da exposição, de Fernando Ticoulat, em um estacionamento na Rua Santa Isabel, 197 | Santa Cecília, São Paulo, SP, no dia 25 de junho de 2016]
A terra é o corpo | performance | dimensões variáveis | 2016
Fรกbio Tremonte issuu.com/fabiotremonte fabio.tremonte@gmail.com