AUTORES
FABRÍCIA MACIEL
ROBSON GOMES RENATO RIOS (ORIENTADOR) (CO-ORIENTADOR)
CONTEÚDO ◊◊ Introdução
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◊◊ Objetivos
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◊◊ Metodologia
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◊◊ O que aconteceu nos anos 60?
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›› 1960
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›› 1961
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›› 1962
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›› 1963
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›› 1964
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›› 1965
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›› 1966
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›› 1967
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›› 1968
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›› 1969
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◊◊ Contracultura & Movimento Hippie nos anos 60
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›› Contracultura
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›› Movimento Hippie
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›› Pôsteres
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»» Análise gráfica
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◊◊ Considerações finais
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INTRODUÇÃO Surgida nos Estados Unidos, a contracultura foi um movimento revolucionário, que consistia em um modo d iferente de enxergar o mundo a sua volta. Questionavam hábitos comportamentais e c ulturais da sociedade a qual estavam encaixados, viviam livres de amarras familiares, religiosas e políticas, verdadeiros “rebeldes” na visão da sociedade extremamente conservadora da época. Junto à contracultura, nasceu o movimento hippie, marcado pelo termo “paz e amor”, o movimento defendia o fim das guerras e mais amor pelo seu semelhante. Diferentemente da sociedade em geral, os hippies não se preocupavam com sua aparência, defendiam a vida em comunidade e o artesanato. Se a sociedade utilizava álcool e tabaco, eles seguiam por outra vertente, utilizando maconha, LSD, anfetaminas e outros alucinógenos naturais. Inspirada nos efeitos causados pelo uso dos alucinógenos, a arte seguiu por uma vertente denominada como “psicodélica” , que fora usada em pôsteres, capas de discos, músicas e obras de arte. O design e a sociedade andam juntos, e, para argumentar isso, este livro ressaltará a importância da sociedade para a inventividade do design gráfico nos anos 60, abordando os movimentos sociais e c ulturais.
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OBJETIVOS OBJETIVO GERAL Elaborar um projeto editorial com uma diagramação diferenciada e ilustrada que ressalte a importância da sociedade para a inventividade do design gráfico nos anos 60, abordando os m ovimentos sociais e culturais que resultaram em uma estética psicodélica. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1. Levantamento histórico dos anos 60 2. Definir do termo “psicodelia” 3. Ilustrar e explicar o design gráfico na psicodelia 4. Defender a importância social no design
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METODOLOGIA Pesquisado em fontes primárias e secundárias de dados, através de fontes bibliográficas, livros e informações obtidas na internet a partir de sites, utilizando as palavras-chave: contracultura, psicodelismo, rock, anos 60, design e sociedade. Após a escolha dos materiais que melhor abordavam o tema, os d ados coletados foram organizados de forma didática e ilustrada, para que o leitor possa ter um melhor entendimento do conteúdo.
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O QUE ACONTECEU
NOS
ANOS
60?
A seguir, você encontrará um breve levantamento ilustrado sobre os acontecimentos históricos dos anos 60, com foco na política, movimentos sociais, arte e conquistas importantes. Você poderá perceber o quanto a década de 60 foi uma época de grandes mudanças para a sociedade.
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Fonte: UOL, Almanaque Folha. Anos 60 - Cronologia Histórica. Disponível em: <http://almanaque.folha. uol.com.br/cronologia_60.htm>. Acesso em 16 abr. 2016. (adaptado)
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[1] O filme “Ben Hur”, com Charlston Heston, conquista dez Oscars, um recorde, em 5 de abril. [2] Em 27 de fevereiro, protestos da população negra dos EUA contra discriminação racial espalham-se pelo Sul do país e provocam conflitos e prisões em várias cidades. [3] Em 7 de agosto, as propriedades norte-americanas em Cuba são ocupadas por ordem de Fidel Castro, contra a agressão econômica dos Estados Unidos. [4] John Fitzgerald Kennedy é o novo presidente dos Estados Unidos. [5] Em dezembro, a FDA (Food and Drugs Administration) aprova uma pílula contraceptiva que será posta à venda no país no segundo trimestre do próximo ano. [6] É o ano também do clássico filme “La Dolce Vita” de F ederico Fellini, com Anouk Aimée, Anita Ekberg e Marcello Mastroianni. [7] É filmado “A Bout de Souffle”, de Jean-Luc Godard, trazendo a bela Jean Seberg, atriz que se tornaria ícone de beleza da década.
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[1] Em 3 de janeiro, os EUA rompem relações diplomáticas com Cuba. [2] Em 12 de abril, a União Soviética manda o primeiro homem ao espaço sideral, major da Força Aérea Iuri G agarin, 27 anos. [3] Em 31 de agosto, o Muro de Berlim, é erguido com espantosa rapidez entre os setores Ocidental e Oriental de Berlim. [4] Bob Dylan com 20 anos, encanta Nova York. O repertório inclui diversos estilos da música folk. [5] Aatriz Audrey Hepburn estrela “Breakfast at Tiffany’s”. O figurino de Hepburn para o filme é do estilista francês Givenchy.
Fonte: UOL, Almanaque Folha. Anos 60 - Cronologia Histórica. Disponível em: <http://almanaque.folha. uol.com.br/cronologia_60.htm>. Acesso em 16 abr. 2016. (adaptado)
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Fonte: UOL, Almanaque Folha. Anos 60 - Cronologia Histórica. Disponível em: <http://almanaque.folha. uol.com.br/cronologia_60.htm>. Acesso em 16 abr. 2016. (adaptado)
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[1] Em janeiro, o estilista Yves Saint Laurent abre seu próprio ateliê de moda em Paris. [2] Em 11 julho, os norte-americanos assistem pela primeira vez imagens de televisão ao vivo da Europa. [3] A atriz Marilyn Monroe é encontrada morta, em 5 de agosto, em sua casa de Los Angeles, com um frasco de calmantes ao seu lado. [4] O artista plástico Andy Warhol faz as famosas pinturas de cédulas de dólar e de latas da sopa Campbell. [5] Em 21 de novembro, a bossa nova conquista Nova York. [6] Em 14 de dezembro, a espaçonave Mariner 2, dos EUA, transmite para a Terra as primeiras informações a curta distância já obtidas a respeito de outro planeta, ao passar por Vênus, a 58 milhões de quilômetros de distância.
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1963 [1] Em 2 de abril, Martin Luther King lança campanha não-violenta nos EUA pelo fim da segregação racial, o que viria causar a prisão de milhares de pessoas durante as marchas de protestos. [2] Em junho, a União Soviética coloca a primeira mulher no espaço, Valentina Tereshkova, 26 anos. [3] O presidente dos EUA, John Kennedy, é assassinado a tiros, em 22 de novembro, quando desfilava em carro aberto pelas ruas de Dallas, no Texas (EUA). [4] Mais um sucesso do charmoso agente britânico 007, “Dr. No” [“007 Contra o Satânico Dr. No”], com Sean Connery e a sensual Ursula Andress. No filme, a célebre cena de Andress usando um poderoso biquíni branco.
Fonte: UOL, Almanaque Folha. Anos 60 - Cronologia Histórica. Disponível em: <http://almanaque.folha. uol.com.br/cronologia_60.htm>. Acesso em 16 abr. 2016. (adaptado)
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Fonte: UOL, Almanaque Folha. Anos 60 - Cronologia Histórica. Disponível em: <http://almanaque.folha. uol.com.br/cronologia_60.htm>. Acesso em 16 abr. 2016. (adaptado)
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[1] Obras inéditas de Picasso são expostas em Toronto, Canadá. [2] Os Beatles viram febre nos EUA. Em fevereiro, desembarcam no aeroporto Kennedy, em Nova York. [3] Em abril, Sidney Poitier é o primeiro negro a conquistar um prêmio Oscar de melhor ator, pelo filme “Lírios do Campo. [4] Em julho, o mais completo código de direitos civis da história dos EUA torna-se lei com a assinatura do presidente Lyndon Johnson. A lei proíbe a discriminação racial no emprego, em locais públicos, sindicatos e programas financiados pelo governo federal. [5] Em 23 de setembro é inaugurado o teto da Ópera de Paris, pintado pelo artista Marc Chagall. [6] Martin Luther King recebe o prêmio Nobel da Paz, por sua luta pacífica pelos direitos civis. [7] O estilista norte-americano Rudi Gernreich lança o topless.
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[1] Em 18 de março, o cosmonauta soviético Alexei Leonov torna-se o primeiro homem a sair de uma espaçonave em órbita e flutuar no espaço sideral. [2] Em abril, cerca de 15 mil estudantes tomaram a frente da Casa Branca, para exigir pacificamente a retirada das tropas americanas do Vietnã e o fim da guerra. [3] “Che” Guevara, médico, guerilheiro e ministro cubano, deixa Cuba, em outubro, para combater o imperialismo no exterior. [4] Naves norte-americanas encontram-se no espaço. Em dezembro, duas cápsulas Gemini, a 6 e a 7, voam lado a lado no espaço. [5] O estilista francês André Courrèges mexe com a moda ao apresentar sua coleção primavera-verão, recheada de vestidos de linhas retas, botas e a minissaia. [6] Os Rolling Stones alcançam status de superastros do rock com a força de uma única música, “ Satisfaction”, que chegou ao topo das paradas de sucesso.
Fonte: UOL, Almanaque Folha. Anos 60 - Cronologia Histórica. Disponível em: <http://almanaque.folha. uol.com.br/cronologia_60.htm>. Acesso em 16 abr. 2016. (adaptado)
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Fonte: UOL, Almanaque Folha. Anos 60 - Cronologia Histórica. Disponível em: <http://almanaque.folha. uol.com.br/cronologia_60.htm>. Acesso em 16 abr. 2016. (adaptado)
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[1] Soviéticos anunciam, em 4 de abril, que a Luna 10 está em órbita da Lua. [2] Em abril, Mao Tse-Tung lança a “Revolução Cultural” na China. Ele pretende expurgar todos os opositores que possuam algum poder dentro da máquina do Partido Comunista. [3] Aumenta a oposição à guerra do Vietnã. Em maio, os estudantes nas universidades dos EUA e manifestantes nos gramados da Casa Branca, protestam contra a guerra. [4] Espaçonave fotografa a superfície lunar. Em junho, a sonda norte-americana Surveyor 1, que conseguiu pousar em solo lunar, envia fotografias mostrando uma superfície repleta de pedras, mas plana. [5] A minissaia agita a moda e muda hábitos. [6] “Blow Up” [“Blow Up - Depois Daquele Beijo”] de Michelangelo Antonioni, com Jane Birkin e Verushka é um filme cheio de referências dos anos 60.
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1967 [1] Cerca de 10 mil hippies se juntam, em março, no Central Park, em Nova York. O ato foi pacífico e a maioria dos participantes tinha menos de 30 anos. [2] Em junho, os Beatles lançam seu mais ousado LP, “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”. Os críticos dizem que é a melhor obra até então no mundo do rock. [3] Em junho, a contracultura hippie da Califórnia, EUA, se transforma numa massa de cabelos compridos e flores, com a presença de 50 mil jovens no Festival Pop Internacional de Monterey. Artistas como o soul Otis Redding e os grupos The Byrds e The Mamas and the Papas são algumas das atrações. [4] Em dezembro, é lançado o forno de microondas. [5] Catherine Deneuve vive a esposa de um cirurgião que se sente atraída pela prostituição no filme “Belle de Jour”, de Luis Buñuel. [6] Ao som de “Mrs. Robinson”, entre outros sucessos de Simon & Garfunkel, Dustin Hoffman vive um jovem universitário recém-formado que se inicia sexualmente com uma mulher mais velha, no clássico “The Graduate” de Mike Nichols.
Fonte: UOL, Almanaque Folha. Anos 60 - Cronologia Histórica. Disponível em: <http://almanaque.folha. uol.com.br/cronologia_60.htm>. Acesso em 16 abr. 2016. (adaptado)
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Fonte: UOL, Almanaque Folha. Anos 60 - Cronologia Histórica. Disponível em: <http://almanaque.folha. uol.com.br/cronologia_60.htm>. Acesso em 16 abr. 2016. (adaptado)
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[1] Em fevereiro, cansados da fama, os Beatles, buscam paz de espírito no Ganges, Índia, com o guru Maharishi Mahesh Yogi. [2] No dia 4 de abril, Martin Luther King, é morto a tiros na sacada de seu quarto, no Motel Lorraine em Memphis, Tennessee. [3] Em 15 de abril, a esperança ilumina o rosto das pessoas, é a Primavera em Praga. Os estudantes comemoram as medidas moderadas do líder do Partido Comunista, Alexander Dubcek, que acredita ser possível conciliar o marxismo com a liberdade pessoal. Os tchecos tentam reescrever a história. [4] Em abril, no Teatro Biltmore, em Nova York, estréia “Hair”, o primeiro grande musical de rock, dando voz à era dos hippies nos palcos da Broadway em um tributo à paz e ao amor livre. [5] Em 6 de novembro, Richard Milhous Nixon é eleito presidente dos EUA. [6] Nesse ano, a atriz Jane Fonda é “Barbarella”, a heroína espacial de Roger Vadim. [7] Acontece também a primeira exposição individual em museus europeus do artista pop Andy Warhol, no Moderna Museet, em Estocolmo, na Suécia.
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[1] Em julho, Neil Armstrong e Edwin Aldrin Jr. pisam na Lua, seis horas depois de pousarem suavemente o módulo lunar da Apolo. [2] Em agosto, a atriz Sharon Tate, grávida de oito meses, é encontrada assassinada em sua casa em Beverly Hills por um grupo de fanáticos liderado por Charles Manson. [3] Em 17 de agosto, milhares de pessoas enfrentaram dificuldades para viver três dias no Festival de Música e Artes de Woodstock. [4] Em novembro houve a grande manifestação pacífica em W ashington, exigindo o fim da guerra no Vietnã. [5] Em dezembro, o irlandês Samuel Beckett, ganha o prêmio Nobel de literatura por “Esperando Godot”, “A Última Gravação de Krapp” e “Dias Felizes”. [6] É o ano de um dos filmes mais vigorosos dos anos 60, “Easy Rider”, de Dennis Hopper.
Fonte: UOL, Almanaque Folha. Anos 60 - Cronologia Histórica. Disponível em: <http://almanaque.folha. uol.com.br/cronologia_60.htm>. Acesso em 16 abr. 2016. (adaptado)
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CONTRACULTURA
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MOVIMENTO HIPPIE
NOS
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CONTRACULTURA Ao nascer, o indivíduo é inserido através da educação, numa cultura que é considerada imutável por ser herança dos seus pais e antepassados, e dessa forma, fazem com que o indivíduo siga a mesma linha de pensamento. Os que se conformam com essa situação, que veem como normal esse estado ilusório de que a cultura imposta é superior às demais e intocável, e que sequer se questionam do quão correta ela é, torna-se um ser com uma mente doente e nem percebe, pois se considera “saudável”, logo, não procura solução.1 Eis que a contracultura surge como antídoto para mostrar o outro lado da moeda. Numa tentativa de “rasgar o véu” que cega a sociedade vítima de uma educação doutrinária, a contracultura mostra que essa doença existe, e ela se aplica na doutrina, na comodidade de não se questionar perante os erros, no modo de ser, andar, vestir, na desigualdade social, etc.. Ao protestar indo contra as regras que o Sistema e suas famílias impunham, criaram então, uma onda que contagiava cada vez mais jovens da época. Segundo o dicionário, a contracultura é definida como a mentalidade dos que rejeitam e questionam valores e práticas da cultura dominante da qual fazem parte.2 A contracultura se anunciava nos Estados Unidos já nos anos 50, por meio da geração de poetas chamada de beat generation, que produziu um símbolo do fenômeno com o poema “Howl” de Allen Ginsberg, 1956, que sua tradução significa uivo ou berro. No mesmo período, no ápice da contracultura, por volta dos anos 1956-1968, surge o rock-’n-roll, que conquistou um público jovem, que fazia uso deste tipo de música para expressar sua rebeldia, tornando a arte da música e o comportamento inseparáveis, afirma Pereira, (1992). A contracultura foi um movimento marcado por ideais que movimentaram a política e a sociedade da época, com discursos complexos que questionavam arduamente os problemas sociais e os defendiam, fazendo com que aqueles que os ouvissem, pudessem ter a chance de pensar além do que estavam acostumados. 1 MACIEL, Luis Carlos. Revista Careta, ano LIII, nº 2736, p. 19, jul, 1981. 2 HOUAISS, A. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro. Objetiva. Versão 3.0. [CD-ROM]. jun, 2009.
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MOVIMENTO HIPPIE Um movimento que surgiu acompanhando a contracultura e que ilustra bem a sua definição, é o movimento hippie. Marcados por se comportarem ao contrário da sociedade, os hippies possuíam uma cultura naturalista e livre, sem os preceitos impostos pelo Sistema. Em busca de seus ideais, os jovens deixavam de lado toda a mordomia da casa de seus pais, para viver e comunidades com outros seguidores do movimento. Cada morador tinha uma função determinada na comunidade. Dentre as funções, podemos destacar a agricultura e o artesanato pois, ao desaprovar o capitalismo e, consequentemente, produtos industrializados, os hippies possuíam um comércio realizado através de trocas de favores, serviços, produtos, etc.. Com o movimento hippie, concertos de rock foram se propagando ao longo da década, promovendo eventos ao ar livre em que os hippies espalhavam o amor livre sem distinção. Eram considerados verdadeiros desordeiros pela massa conservadora pois, eram adeptos de barbas e cabelos longos, roupas rasgadas ou estampadas artesanalmente com cores fortes utilizando a técnica de tie-dye, que traduzida ao pé da letra, significa “amarrar” e “tingir”. Indo totalmente contra àquilo que era padronizado, como por exemplo: cabelos bem cortados, barba feita, roupas com belos cortes e cores mais neutras. Como detalhe marcante do período, as substâncias alucinógenas como LSD, Pisilocibina (enteógeno retirado de cogumelos), Ayahuasca, Amanita Muscaria, Mescalina, dentre outras, tiveram seu grande estopim na década de 60 pois, estas eram vistas como causadoras de um estímulo para a libertação de suas mentes daquilo que o Sistema queria que você enxergasse como realidade. Surgindo assim, o termo “psicodelia” que advém da junção de duas palavras gregas: psique (alma) e delein (manifestação), que define bem o que as experiências psicodélicas causavam em quem fazia uso das substâncias, como: ter outra percepção da vida, sensações mais aguçadas, mais amor pelo mundo ao seu redor, misticismo e expansão da mente. Como consequência do psicodelismo, a comunicação visual em meados dos anos 60, era feita por meio de pôsteres desenhados para concertos de rock. Que continham formas e cores que ilustravam bem o efeito dos alucinógenos.
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PÔSTERES Os pôsteres psicodélicos foram lançados em meados dos anos 60 para concertos de rock produzidos por Bill Graham. Um dos designers mais importantes dessa época, Wes Wilson, afirmava que escolhia suas cores a partir de suas experiências visuais com o LSD. (HOLLIS, 2010). O nome mais conhecido do grupo de designers psicodélicos da Califórnia e o único com formação em arte, era Victor Moscoso, que estudara as cores em Yale com Josed Albers, ex-professor da Bauhaus. Moscoso combinava efeitos de vibração óptica obtidos por meio das cores com letras formais que ele tornava quase ilegíveis através de uma total equivalência entre elementos positivos e negativos. (HOLLIS, 2010, p196)
Outros dois artistas que deram continuidade aos pôsteres psicodélicos foram Alton Kelley e Stanley Mouse que, juntos, contribuíram por mais de 15 anos com o movimento artístico. Alton Kelley, Stanley Mouse, Victor Moscoso e Wes Wilson, foram os fundadores do Berkeley Bonaparte, uma empresa criada com a finalidade de vender os pôsteres psicodélicos em 1967. De acordo com Raimes e Bhaskaran (2007), os pôsteres são um importante veículo de promoção de atividades de lazer. Raimes e Bhaskaran (2007) ainda consideram que os pôsteres utilizados para divulgar os concertos de rock psicodélicos no final dos anos 60, possuíam um design particularmente provocador; curvas sinuosas da art nouveau, cores vibrantes da op art e reciclagem de imagens da arte pop faziam parte da composição dos pôsteres. Os pôsteres, quando analisados tecnicamente, possuem uma grande semelhança, seja no alfabeto visual, na tipografia, na gestalt ou na semiótica, encontraremos muitos termos iguais. Mas quando observados a olho nu, os pôsteres possuem particularidades que variam de acordo com o artista que os produziu, pois, cada artista trilha um caminho diferente quando inicia sua criação. Tornando assim, cada pôster diferente do anterior, e diferente dos demais artistas. A seguir, você verá três análises gráficas de pôsteres de diferentes artistas e poderá comprovar que em meio às semelhanças técnicas, há muita diferença no layout de cada um.
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Reprodução
ANÁLISE GRÁFICA ALFABETO VISUAL Linhas que expressam movimento; Formas orgânicas; Equilíbrio simétrico; Possui ritmo, conduz o olhar; Contraste, imagem forte; Profusão, enriquecimento visual; Exagero; Espontaneidade; Ritmo; Colorido.
TIPOGRAFIA Baixa legibilidade; Hierarquia; Fonte decorativa; Concordante e atrativa no layout; Espacejamento baixo (tracking); Pouca entrelinha; Distorcida/Ondulada; Alinhada de acordo com o espaço que a página permite.
GESTALT Continuidade; Proximidade; Semelhança; Baixa pregnância da forma. Blues Project at Matrix. Victor Moscoso, 1967.
C - 96 M - 45 Y - 14 K - 0 Regra de cores: Tríade.
C - 0 M - 98 Y - 71 K - 0
SEMIÓTICA
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Naturalista (corpo feminino) Complexo em sua composição Dinâmico, possui movimento, transmite ansiedade. Imagem confrontadora.
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ALFABETO VISUAL Linhas que expressam movimento; Formas orgânicas; Equilíbrio simétrico; Possui ritmo, conduz o olhar; Profundidade; Profusão, ornamentação; Liberdade; Delineamento; Colorido.
TIPOGRAFIA Média legibilidade; Hierarquia; Fonte decorativa; Concordante e atrativa no layout; Espacejamento baixo (tracking); Pouca entrelinha; Distorcida/Ondulada; Alinhada de acordo com o espaço que a página permite.
GESTALT Semelhança; Média pregnância da forma.
SEMIÓTICA Ilustração; Complexo em sua composição; Dinâmico, possui movimento; Ilustração descritiva, neutra.
Greateful Dead. Stanley Mouse, 1966.
C - 96 C - 96 C - 0 M - 45 M - 45 M - 98 Y - 14 Y - 14 Y - 71 K - 0 K - 0 K - 0 Regra de cores: Composta e análoga.
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ALFABETO VISUAL Linhas que expressam movimento; Formas geométricas; Equilíbrio simétrico; Possui ritmo, conduz o olhar; Variação de formas, repetição; Textura associativa; Profusão, detalhamento visual; Movimento; Sequencialidade, ritmo; Colorido.
TIPOGRAFIA Baixa legibilidade; Hierarquia; Fonte decorativa; Concordante e atrativa no layout; Espacejamento baixo (tracking); Pouca entrelinha; Distorcida/Ondulada; Alinhada de acordo com o espaço que a página permite.
GESTALT Continuidade; Proximidade; Semelhança; Baixa pregnância da forma.
SEMIÓTICA Silhueta/Luz e sombra Complexo em sua composição Dinâmico, possui movimento, transmite ansiedade. Imagem confrontadora. Captain Beefheart and His Magic Band. Wes Wilson, 1966.
C - 96 M - 45 Y - 14 K - 0 Regra de cores: Composta.
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CONSIDERAÇÕES
FINAIS
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O design e a sociedade andam juntos. Podemos ver claramente isso acontecer na década de 60, quando que, por meio da contracultura surge o movimento hippie, que trouxe à tona novas experiências sensoriais e, principalmente, visuais por consequência do uso de alucinógenos como o LSD. O objetivo deste livro, foi mostrar a importância da sociedade para o design. Vivemos em constante evolução, todos os dias nos enchemos de informações, sejam elas relevantes ou irrelevantes, conhecemos novas pessoas e novas culturas com uma frequência quase que diária. E o designer precisa estar atento à essas mudanças, pois, aquilo que não chama a atenção, não inova, acaba perdendo seu lugar no mundo. Os designers também possuem o poder de lançar novidades ou trazer de volta aquilo que outrora havia sido deixado de lado, mas com uma nova roupagem, que se adapte às mudanças e evoluções que a sociedade sofreu. Podemos concluir que, o combustível do design, nada mais é que a própria sociedade. Sem ela, o design não tem vida, não tem significado e, muito menos público. E que, quanto mais a sociedade caminha, o design sempre estará presente, adaptando-se, inovando-se e recriando-se para assim, conseguir acompanhar o ritmo de um mundo que não para de mudar.
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BIBLIOGRAFIA BRAGMAN, Bob. These Hippie Photos Have Gone Unseen For Decades.Disponível em: < http://www. townandcountrymag.com/leisure/arts-and-culture/news/ g2040/hippie-photos-unseen-for-decades/>. Acesso em: 15 mar. 2016. CARDOSO, Rafael. Uma introdução à história do design. 3.ed. – São Paulo. Blucher, 2008. DONDIS, Donis A. Sintaxe da linguagem visual. 2.ed. – São Paulo. Martins Fontes, 1997-2000. HOLLIS, Richard. Design Gráfico: Uma história concisa. 2.ed. Tradução de Carlos Daudt. – São Paulo. Editora WMF Martins Fontes, 2010. JONATHAN, Raimes; LAKSHIMI, Bhaskaran. Design retrô: 100 anos de design gráfico. Tradução de Claudio Carina. – São Paulo. Senac, 2007. NAVARRO, Roberto. Como viviam os hippies? Mundo Estranho, n.º 40, p. 73, jun, 2005. PEREIRA, Carlos Alberto M. Pereira. O que é contracultura. 8.ed. – São Paulo. Brasiliense, 1992.
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SALLES, Dahanne Vieira. et al. Contracultura e Movimento Hippie. Disponível em: <http://lemad.fflch.usp.br/node/217>. Acesso em: 15 mar. 2016. SELVIN, Joel. Summer of Love: 40 Years Later / 1967: The stuff that myths are made of. Disponível em: <http://www. sfgate.com/news/article/Summer-of-Love-40-Years-Later1967-The-stuff-2593252.php>. Acesso em: 14 mar. 2016. STUDIOS, Mouse. Biography. Disponível em: < http://www. mousestudios.com/section/biography>. Acesso em 23 mai. 2016. TAMBINI, Michael. O design do século. 2.ed. Tradução de Cláudia Sant’Anna Martins. – São Paulo. Editora Ática, 2004.
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