Matérnitas edição1

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Ano 1 – Nº 1 – Maio a Julho de 2015

Filhos

a delícia de tê-los

Mexa-se mamãe

Gestante não pode ficar parada

Dicas de alimentação e muito mais...

Doula

Duas mãos e um coração

Amar e Alimentar

Tudo que você precisa saber


Curta nossa página facebook.com/revistamaternitas

Expediente/Editorial

Foto da capa Louise Matias / Arquivo pessoal Fotografada por: Zildalte Macêdo (Profª. Mestra de Artes Visuais e Fotografia/IFRN) Louise Saldanha M. S. Matias Especialista em Qualidade nos Serviços de Saúde (Faculdade Ciências Médicas/MG) Verônica Silveira de Almeida Psicóloga pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP) - CRP 17/2774 Aprimoramento na atuação do psicólogo na UTI neonatal e maternidade – Hospital e Maternidade São Luiz (SP) Revisão Linguístico-Textual: Tito Matias (Mestre em Literatura Comparada/UFRN) Periodicidade: trimestral Impressão: Unigráfica Tiragem: 5.000 exemplares Diagramação e arte: Faça Comunicação e Design Comercial: Louise Matias (84) 9688-9358 Verônica Silveira (84) 9650-7677

2 REVISTA MATÉRNITAS

A Cidade do Natal/RN recebe uma nova revista com o foco em informação ao “público gestante”. A Revista Matérnitas trará, a cada edição, por meio de matérias e publicidade impressa, o que a cidade tem de melhor para oferecer aos seus leitores. Consideramos como “público gestante” todos aqueles que estão esperando um novo bebê ou criança em suas vidas, sejam eles o primeiro, segundo ou terceiro; próprio ou não. Assim, nosso intuito é poder facilitar a vida e otimizar o tempo das mulheres gestantes, mães de primeira viagem, e todos aqueles envolvidos na chegada deste novo ser humano em suas vidas. Garantindo informação de qualidade e demonstrando produtos e serviços, esperamos poder fazer parte desse momento tão importante na vida de um indivíduo: a maternidade e a paternidade; contando também com a participação de profissionais da área da saúde, que prestarão informações e sanarão possíveis curiosidades naturais do momento. Sabemos que a maternidade/paternidade é uma jornada repleta de incertezas, novidades diárias e também de muitas alegrias e é por isso que estaremos aqui sempre com a missão de Facilitar a vida de quem “espera”. Um grande abraço, Louise Matias e Verônica Silveira


Agora é sua vez...

Bruno Póvoa

Agora é a sua vez...

matérnitas:

a mãe e profissional potiguar

Ao decidir ser mãe, a mulher passa a receber uma carga enorme de cobrança social, que eu chamo de “TEM QUÊ”. Surgem dezenas de pessoas, amigos, parentes, colegas, e até mesmo desconhecidos que se dirigem até você para lhe dizer o que você TEM QUE ser e fazer a partir do momento em que opta em ter um filho. Já é delicado estar grávida, uma vez que a mulher pode se encontrar repleta de dúvidas e incertezas,

muitos enjôos; além de possíveis dores. Com tudo isso, ainda a gestante passa a ter que se preocupar com todo o enxoval, a montagem do quarto, decoração, assim como a escolha do parto e dos profissionais que estarão com ela para auxiliá-la na chegada do bebê. Ademais, a mulher lida com outros questionamentos, tais como: o andamento de sua carreira profissional após o nascimento da criança; como conciliar o pa-

pel tanto de mãe quanto de profissional; como manter a amamentação ao voltar ao trabalho e, em alguns casos, a pergunta poderá ser: será que eu ainda terei trabalho quando voltar? Foi exatamente assim que a gestação de minha filha começou, em 2013, com alguns receios normais do período gestacional e, além deles, todo o TEM QUE da sociedade: “como assim vocês vão ter filhos morando longe da famíREVISTA MATÉRNITAS 3


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lia?”; “Ah agora vocês vão voltar para sua terra não é?”; “Ah agora você vai ver, vai parar de pensar em carreira e vai cuidar do seu filho”; “Ah agora você e seu marido vão saber o que é sofrimento” ... Em um momento tão especial e delicado na vida de uma família, em que o apoio e a compreensão de colegas de trabalho, amigos e familiares são primordiais, indagações como estas sobre a chegada de um filho parecem aumentar o sentimento de ansiedade em torno da gestante. A meu ver, um filho é um presente, uma dádiva; um filho traz mudanças sim, traz rearranjos da vida, novas escolhas e planejamentos, mas de maneira nenhuma vem para diminuir sua vida. Muito pelo contrário. A gestação de minha filha não foi um período muito fácil: encontrava-me longe da família, com meu marido trabalhando três dias em outra cidade e eu trabalhando das 09 às 19h, de segunda a sexta, com plantões aos finais de semana. Nesse momento, uma necessidade se tornou real: queria uma carreira sólida, de sucesso e que me garantisse tempo para poder me dedicar à maternidade também. Uma certeza eu tinha, não

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quero abrir mão da carreira profissional, de trabalhar para cuidar da minha bebê, mas também não gostaria de não ter tempo de qualidade com ela. Ao evoluir da gestação, muitas demandas em relação à gravidez, à chegada do bebê e do cuidado da criança no pós-parto surgiram e a busca para sanar minhas dúvidas e necessidades, com o pouco tempo que tinha para me dedicar a ela, se tornou extremamente complicada e muitas vezes sem sucesso, pois, devido aos meus compromissos profissionais e pessoais, não disponibilizava de muito tempo para procurar, dialogar e compartilhar experiências em Natal/RN com especialistas, assim como outras mães. Tal fato criou uma inquietação em mim e propiciou-me uma idéia de que deveria haver alguma ferramenta que melhorasse o acesso às informações sobre especialidades clínicas e produtos à gestante e a família que receberá um filho e, além disso, desse oportunidade à mulher, gestante e profissional de obter tais informações de maneira rápida e confiável; sem que ela se prejudicasse no trabalho e em seus afazeres com a chegada de seu filho. Assim, surgiu a idéia do projeto Ma-

térnitas: uma fonte de informação pensada para a mulher que é profissional, empresária, ativa e que não abre mão de nada disso para se tornar mãe, pois acredita que um filho lhe fará ser ainda mais do que ela já é; agregando uma nova perspectiva de vida a essas mulheres. Todas as críticas, todos os “TEM QUE” que recebi, unidos às dúvidas e necessidades naturais da gestação, deram origem à Revista Matérnitas, um periódico que conta com matérias focadas na gestação e em seus cuidados, feitas por profissionais com os quais a gestante potiguar poderá ter acesso se assim o quiser; sempre pensada na mulher moderna, que pode tudo, especialmente, SER MÃE! Louise Saldanha M. S. Matias Especialista em Qualidade nos Serviços de Saúde (Faculdade Ciências Médicas/MG) Mãe, Idealizadora e Co-Fundadora do Projeto Matérnitas - revistamatérnitas@gmail.com

Se você também tem uma história inspiradora para contar, compartilhe conosco e sua experiência, poderá se tornar a matéria da próxima edição.


Alimentação e saúde

Comer, comer...

com equilíbrio e de forma saudável

A gestação é um período marcado por inúmeras mudanças na vida da mulher. As imediatamente reconhecidas são as relacionadas ao corpo, em decorrência das demandas

fisiológicas desse evento. A confirmação da gravidez gera expectativa de intensos cuidados e investimentos com vistas à saúde do binômio mãe-filho. Nessa fase, o organismo

impõe necessidades nutricionais aumentadas, e a adequação alimentar é primordial para a saúde da mãe e para o crescimento e desenvolvimento do bebê. REVISTA MATÉRNITAS 5


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Uma alimentação equilibrada em variedade e quantidade específicas, considerando a individualidade biológica, as características

psicológicas e as práticas alimentares culturais, pode fornecer os nutrientes necessários para manutenção da saúde da mãe e do filho e

n Realizar as 3 principais refeições diária (Café da manhã, Almoço e Jantar) e os 3 lanches intermediários (lanche da manhã e da tarde e a Ceia). Beber água entre os intervalos das refeições, entre 8 e 10 copos por dia. Evitar líquidos durante as refeições reduz o sintoma de azia (uma boa dica para a azia matinal é consumir 2 a 3 bolachas de água antes de levantar-se da cama e aguardar o café da manhã); n Aumente a ingestão de fibra em sua alimentação, comendo mais frutas (pelo menos 3 porções/dia) e de preferência com casca, hortaliças cruas, pães e cereais integrais (até 6 porções/dia). Consumir o alimento em sua forma natural garante uma maior ingestão de vitaminas e minerais. Cozinhar os vegetais e as hortaliças no vapor ajuda a preservar esses nutrientes; n Consuma leite desnatado e seus derivados (pelo menos 3 porções/dia - fonte de cálcio efetiva no crescimento e desenvolvimento ósseo do bebê), ovos ou carnes, peixes e aves sem gordura (fonte de proteína de boa qualidade); n Diminua o consumo de gorduras (1 porção/dia - manteiga, margarina, óleos vegetais, azeite). O consumo excessivo desses alimentos está associado ao surgimento de obesidade, pressão alta e outras doenças do coração, além de contribuírem para o desconforto das náuseas e vômitos; n O frequente consumo de açúcar (refrigerantes, biscoitos recheados, sucos industrializados) pode ocasionar complicações como obesidade, pressão alta, diabetes gestascional

É de suma importância que a gestante realize o pré-natal com profissionais competentes e especializados em avaliar a saúde em seu âmbito tão logo se confirme a gravidez até o momento do parto; podendo estender esse acompanhamento para o pós-gesta6 REVISTA MATÉRNITAS

auxiliar no controle recomendado de ganho de peso. Orientações para uma alimentação saudável:

que prejudicam o crescimento saudável do bebê, além de estar relacionado ao surgimento de cáries; n Utilize condimentos como alho, pimenta, orégano, cebolinha, salsinha para adicionar sabor às preparações; evitando o uso excessivo de sal. Alimentos industrializados e embutidos (presunto, salsicha, linguiça, salame) são ricos em sódio e potencializam o inchaço comum na gravidez, além de aumentar o risco de pressão alta, doenças do coração e rins; n Inclua mais frequentemente na sua alimentação alimentos ricos em ferro (carnes vermelhas magras, fígado, feijões, couve e espinafre, grãos integrais, castanhas) e consuma esses alimentos junto aos alimentos ricos em vitamina C (laranja, limão, acerola, caju) para melhor absorver o ferro; n Aumente o consumo de alimentos ricos em ácido fólico (espinafre, brócolis, couve, laranja, fígado bovino, miúdos de aves, leguminosas, cacau), vitamina B9 que previne anemia e má formação do sistema nervoso do feto; n Pratique atividade física, seguindo orientação de um profissional da saúde, e evite bebidas alcoólicas e o fumo. Mantenha o seu peso gestacional dentro de limites saudáveis para evitar a obesidade gestacional e problemas circulatórios e articulares. O aumento excessivo de peso, o alcoolismo e o tabagismo podem ocasionar defeitos no sistema nervoso central e o nascimento prematuro do bebê, com maiores índices de partos cesáreos.

cional, com cuidados voltados para a nutrição na fase de amamentação. A qualificação permanente da atenção ao pré-natal, ao parto e ao puerpério deve sempre ser perseguida na perspectiva de garantir uma boa condição de saúde tanto para a mulher quanto para o

recém-nascido, bem como de possibilitar à mulher uma experiência de vida gratificante nesse período. Michelle Régis Saldanha Martins Nutricionista CRN6 – 12889 chellyregis@hotmail.com


Alimentação e Saúde

Mexa-se mamãe!

Praticar exercícios durante a gravidez não deve ser diferente daqueles que você faz normalmente para manter e melhorar seu preparo físico. Exercitar-se neste período faz bem a gestante e seu bebê. Contudo, deve-se observar a necessidade de manter a segurança e a eficiência neste momento especial; realizando ajustes ao longo do período gestacional, a partir da liberação do obstetra para a prática de atividade física, que, em geral. é feita no fim do terceiro mês de gestação. Dentre as mudanças corporais durante a gravidez, destacam-se a compressão do diafragma, dificultando a respiração pelo aumento do volume uterino, além do aumento da frequência cardíaca, que não deve ultrapassar 140 bpm (batimentos por minuto). Recomenda-se atenção especial para gravidez de risco (hipertensas, diabéticas, placenta prévia, entre outros). Ademais, no período gestacional, há uma maior sensação de cansaço devido ao aumento de consumo de oxigênio pelo bebê e a pressão sofrida pelo diafragma. Além disso, os tendões

e ligamentos ficam afrouxados; aumentando o risco de lesões por torções. O centro de gravidade fica alterado com o crescimento do perímetro abdominal, o que favorece o aumento da pressão na região inferior da coluna, fraqueza dos músculos abdominais e desequilíbrios posturais. Por estes motivos, é importante que a grávida não faça exercícios sem antes receber orientações de um profissional (Fisioterapeuta ou Educador Físico). Um programa de treinamento necessita ser elaborado por um desses profissionais visando orientar uma melhor consciência corporal, melhorar o equilíbrio e a coordenação, com o intuito de poder reduzir a flacidez, as dores lombares e auxiliar quanto ao controle de peso corporal ao longo da gestação. É importante que as gestantes façam lanches saudáveis e leves pelo menos uma hora antes de praticar exercícios; evitando assim o desconforto abdominal. A ingestão de liquido deve ser feita antes, durante e depois dos exercícios, mesmo que a grávida não esteja com sede, pois o seu déficit tor-

na o corpo lento em relação às reações; fadigando-se facilmente. A prática de atividade física deve ser realizada 2 a 3 vezes por semana, com duração máxima de 90 minutos. As opções mais procuradas pelas gestantes são: hidrogestante, pilates para gestante, Yoga para gestantes, caminhada, etc. Faça sua escolha e siga a orientação de um profissional qualificado.

Haryadna Pereira Educadora Física - hnpjf@hotmail.com

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Edição Comemorativa - Adote 30 anos 8


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Gestar e Maternar

Doula

Duas mãos e um coração

A palavra Doula vem do grego e significa “mulher que serve”. É um profissional treinado para oferecer suporte a mulher, e não necessariamente precisa ser um profissional de saúde, apenas ter passado pela capacitação devida. Seu papel é oferecer conforto, encorajamento, tranquilidade e suporte emocional, físico e informativo a outras mulheres, em seus momentos de transformação, em seu ato de gestar, parir e cuidar. Um período de intensas transformações para a gestante e para a família. Por muitos anos foi assim. O nascimento era compartilhado entre as mulheres. Elas asseguravam o conforto e amparo umas das outras, e a Doula, palavra grega que significa “aquela que serve”, além de tradição, também era símbolo de acolhimento e proteção. Ao longo das décadas, a história do nascimento foi perdendo o protagonismo feminino. A mulher não mais se 10 REVISTA MATÉRNITAS

acompanha de outras, não escolhe mais a posição para parir, foi sendo submetida a intervenções, como se seu corpo não funcionasse e fosso preciso intervir de forma abrupta e tecnológica. Perdeu-se a autonomia. A presença do médico na cena do parto trouxe a posição deitada, e com ela a dor , a submissão e a vulnerabilidade feminina. Em meados dos anos 70, Michel Odent, Obstetra Francês reascende a chama do nascimento. O resgate do parto como evento fisiológico, a ação dos hormônios do parto como fundamentais para a sobrevivência e evolução da espécie humana, além do resgate do papel feminino e poder da mulher sobre o ato de parir, traz uma nova tonalidade para o mundo da ciência. E agora, no século XXI, ainda buscamos retomar o parto e nascimento como sublime e como um ato de afirmação de ser mulher. Não é apenas mais um “papo de

militante”, é uma questão de saúde pública, social, filosófica e política. Uma vez que as formas de nascer impactam em questões econômicas, e sociais, a escolha pelo parto dito humanizado e normal vem ao encontro dos preceitos básicos que medem os conceitos de saúde. Indicadores como mortalidade materna, infantil e desnutrição podem ser melhorados através do gestar e parir. E quando se tem o acompanhamento de uma doula há reais chances de melhora destes indicadores. A violência não pode passar pelo ato do nascimento. Até mesmo a violência urbana, o consumo de drogas e educação estão relacionadas ao nascer e todo o contexto que com ele surge. Se podemos escolher um futuro melhor para nossos filhos e sociedade, porque não o fizemos? Quando a Doula entra no cenário de uma mulher, ela busca agregar todas as


informações possíveis para que o trabalho de parto seja incorporado de forma fisiológica, respeitando as escolhas e o bem estar. A educação perinatal é utilizada para desvendar a dinâmica do parto, esquecida nos consultórios e pré-natais. Assim, doular uma mulher passa a ser incentivado, agora com respaldo científico. O conhecimento sobre seu corpo e como funcionam os mecanismos do parto ajudam a mulher a fazer as escolhas que melhor lhe cabem; propiciando um nascimento saudável. A medicina baseada em evidências é a forte aliada do trabalho dos profissionais engajados na humanização do parto e nascimento. É por ela que buscamos argumentos que vão empoderar a mulher, a família e toda a sociedade. Porém, a escolha pelo parto natural não tem sido fácil. Ainda falta muita informação e ações para se remar contra a maré da cesariana e do desconhecimento. A epidemia de cirurgias obstétricas é um fenômeno que preocupa a saúde do Brasil e precisa ser combatida através de educação, mobilização social e participação coletiva. Este caminho não tem volta, pois um parto normal, sem intervenções desnecessárias, sem violência e respeitoso, precisa ser perseguido por todos. Sabemos que o parto natural diminui em cinco vezes o risco de hemorragias e infecções maternas, e em três vezes os riscos de morte e problemas para o bebê. A doula, dentro da realidade obstétrica e hospitalar no Brasil, ainda é um luxo. Mesmo com programas como “doulas comunitárias”, voluntariado e

Anna Beatriz Holder annabeatrizholder@outlook.com Tel: (84) 9662 8577 Maíra Ramos mairaventreluz@gmail.com Facebook – ventreluz Tel: (84) 9993 7969 Nicole Passos nicnuces@gmail.com www.naturoterapeuta.blogspot.com Tel (84) 98117989 / (84) 87270046

apoio nas redes, esta ocupação sofre grande preconceito, por estar intimamente ligada ao poder feminino. A presença da doula muda significativamente a posição da mulher no status do parto, contribui para nascimentos mais rápidos, menos doloridos, com menos intervenções e com menos riscos. Esta participação pode ajudar na escolha de posições mais confortáveis durante o trabalho de parto, diminuição da dor com o uso de técnicas não farmacológicas, apoio emocional e fortalecimento do vínculo afetivo entre mãe e bebê, através do apoio e orientações no pós-parto imediato e tardio. O trabalho da doula transforma significativamente o cenário obstétrico; buscando uma ambiência adequada, humana e acolhedora para a mulher e a família.

A doula não só fortalece as responsabilidades soberanas de pai e mãe, como integra o cuidado à saúde e cidadania de todos envolvidos neste processo. Cabe a nós profissionais da saúde, gestores e sociedade, um olhar mais profundo sobre a importância de mudarmos paradigmas, de estabelecermos atitudes que resgatam o protagonismo feminino neste momento ímpar da vida, a fim de contribuir para esta transformação social, tão necessária e tão importante. Deixemos a doula doular e a mulher parir. Clarissa de Leon Soares Enfermeira Obstetra (UFPEL) Pós-graduanda em Gestão de Redes de Atenção à Saúde (FIOCRUZ) Doula (GAMA-SP), Atuante na Associação Potiguar de Doulas e mãe.

Algumas vantagens de se ter uma doula: 1. Redução de 50% nos índices de cesariana 2. Redução de 25% na duração do trabalho de parto 3. Redução de 60% nos pedidos de analgesia peridural 4. Redução de 30% no uso de analgesia peridural 5. Redução de 40% no uso de ocitocina 6. Redução de 40% no uso de fórceps 7. Aumento no sucesso da amamentação 8. Interação satisfatória entre mãe e bebê 9. Satisfação com a experiência do parto 10. Redução da incidência de depressão pós-parto 11. Diminuição nos estados de ansiedade e baixa auto-estima

DOULAS EM MOSSORÓ Hildita Chaves hsachaves@hotmail.com Tel: (84) 88528546

Clarissa de Leon Soares doulaclarissa@gmail.com Facebook: doulaclarissa Tel: (84) 8890 2061

Doulas para suporte e dúvidas on line Ana Lídia Câmara partejarcomamor@gmail.com Tel: (84) 9817 9765

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Gestar e Maternar

Amamentar é um ato natural, além de ser a melhor forma de alimentar, proteger e amar o seu bebê. A amamentação favorece a relação afetiva entre mãe e bebê, ajuda a criança a desenvolver-se bem física e emocionalmente. É um excelente exercício para o desenvolvimento da face da criança, importante para que ela tenha dentes fortes, desenvolva a fala e tenha uma boa respiração. Também é muito importante para a saúde da mulher porque ajuda a diminuir o sangramento pós-parto, assim como as chances de desenvolver anemia, câncer de mama e de ovário, diabetes e infarto. Se não bastasse tudo isso, ainda ajuda a mulher a perder o peso que ganhou durante a gravidez. Você ainda tem dúvidas quanto à amamentação? Então ai vão 16 perguntas e respostas para que você tenha certeza de que, até os 06 meses de idade, o bebê precisa somente de você.

Amar e Alimentar

Tudo o que você precisa saber 12 REVISTA MATÉRNITAS


Por que o leite materno é bom? O leite materno é forte e adequado para o bebê, que não vai necessitar de outro alimento até os 6 meses de idade. Ele mata a sede, a fome e possui todos os nutrientes de que o bebê precisa para crescer e se desenvolver forte e saudável. Depois dessa idade, o ato de amamentar deve ser mantido, mas acompanhado com os demais alimentos habituais da família. Quais são as vantagens da amamentação? O leite materno é o alimento mais completo que existe para o bebê até o sexto mês. Por isso, não é preciso completar com outros leites, mingaus ou suquinhos; fazendo economia para o orçamento familiar; O leite materno é muito fácil de digerir e não sobrecarrega o intestino e os rins do bebê. Isso explica porque as fezes do bebê são aguadas (amarelas ou verdes), e que a urina se apresente bem clarinha e abundante; n Ele protege o bebê da maioria das doenças;

meço da vida é muito importante que ele receba o colostro a toda hora. Além de dar proteção, ajuda a treinar o jeito de mamar. Com o passar do tempo, o peito produz um leite adequado às necessidades e à idade do bebê; mudando de aparência conforme a duração da mamada. No início ele é mais aguado e ao final da mamada é mais gorduroso. Durante a mamada, a quantidade de gordura do leite vai aumentando. Se o bebê não tomar o leite do fim da mamada, que tem mais gordura, ele pode sentir fome logo em seguida; deixando a mãe com a sensação de que seu leite é fraco. Por isso a mãe deve deixá-lo esvaziar uma mama para só depois oferecer a outra. O que fazer para ter bastante leite? Quando o bebê começa a mamar, logo ao nascer, ainda na sala de parto, a

descida e a produção do leite são mais rápidas. Quanto mais o bebê mama, mais leite se produz. A produção do leite acontece quando o bebê suga. Para manter boa produção de leite, a mãe deve oferecer o peito ao bebê sempre que ele quiser e amamentar durante a noite. Descansar também ajuda. Para o bebê mamar mais, não dê a ele chás, água, sucos ou outro tipo de leite nos primeiros meses de vida. Como amamentar o bebê? A mãe deve estar confortável. Se achar necessário, poderá apoiar os pés, os braços e as costas. O uso de travesseiros costuma ajudar. A posição do bebê também é importante, ele precisa estar de frente para o peito, bem encostado no corpo da mãe, com o bumbum apoiado pela mão da mamãe. Quando o bebê abocanha

É prático, não precisa ferver, misturar, coar, dissolver ou esfriar;

n

Está sempre pronto, a qualquer hora ou lugar;

n

Transmite amor e carinho; fortalecendo os laços entre a mãe e o bebê;

n

Protege a mãe da perda de sangue em grande quantidade depois do parto;

n

Também protege a mãe da anemia porque impede a menstruação;

A amamentação diminui as chances de a mãe ter câncer de mama e de ovário. Será que existe leite fraco? Não. O leite nunca é fraco. A aparência do leite muda conforme a fase da amamentação: nos primeiros dias o leite é geralmente em pequena quantidade. É o colostro, um leite concentrado, nutritivo e com muitos anticorpos. É a primeira “vacina” do bebê. No coREVISTA MATÉRNITAS 13


uma grande parte da aréola, aquela parte mais escura do peito em volta do bico, torna-se mais fácil extrair o leite de dentro do peito para a boca. Isso mantém uma boa produção de leite e protege o peito das rachaduras. Uma dica para o bebê abrir bem a boca e pegar bastante aréola: passe o bico do peito na parte que fica entre a boca e o nariz.

que divide a aréola do restante do peito e aperte suavemente um dedo contra o outro. O leite inicialmente sai em gotas e logo após em pequenos jatos.

O que fazer para evitar rachaduras? Para não tirar a proteção natural da pele da aréola, não passe cremes, sabonetes ou loções e evite esfregar ou massagear os mamilos. Passar o próprio leite, depois das mamadas, limpa e protege a aréola. Ensinar o bebê a abrir bem a boca na hora de abocanhar e amamentar é o mais importante para prevenir e evitar as rachaduras.

Existe alguma simpatia que altere o leite? Não. A maioria das simpatias ou crendices não altera o leite. Por exemplo: o bebê arrotar no peito, o leite pingar no chão, a menstruação, nada disso altera a qualidade ou a quantidade do leite. A relação sexual pode ser retomada sem preocupações, pois não atrapalha a amamentação. Aliás, se o bebê estiver mamando só no peito (sem receber água, chás ou outros alimentos), se o bebê tem menos de 6 meses e se a menstruação ainda não voltou, a amamentação ajuda a espaçar uma nova gravidez.

Como evitar que o leite empedre? Para evitar o empedramento, toda vez que o peito estiver muito cheio ou pesado, ele deve ser esvaziado. Para retirar o leite do peito, faça massagens suaves em todo o peito. Depois, coloque o polegar e o indicador na linha

A alimentação da mãe pode prejudicar a amamentação? Depende. A maioria dos alimentos não afeta a amamentação. Comer um pouco mais que o habitual é suficiente para essa fase em que o corpo está produzindo leite. Os alimentos ácidos não

“talham” o leite. Não é necessário tomar mais leite de vaca para produzir leite. Já o café, chá preto ou mate e refrigerantes em grande quantidade podem provocar cólicas no bebê. Parar temporariamente com eles vai mostrar se são os causadores das cólicas. As bebidas alcoólicas e o cigarro são desaconselháveis porque podem afetar a saúde do bebê. As mães que têm anemia podem amamentar? Sim, mas devem procurar um tratamento. O médico poderá receitar a medicação adequada, orientar uma dieta e a mãe continua amamentando. As mães podem tomar medicamentos durante a amamentação? A maioria dos medicamentos é compatível com a amamentação. A mãe só deve tomar remédios quando orientada pelo médico ou por um profissional habilitado. Por que, às vezes, a mãe sente que está com pouco leite? Muitas mulheres voltam para suas

Rio Grande do Norte Banco de Leite Humano 1 - Centro de Saúde Reprodutiva de Mossoró Banco de Leite Humano do Mossoró Rua Juvenal Lamartine, s/n , Santo Antonio Mossoró - CEP: 59611-040 Tel.: 84-3315-3471 - Fax: 84-3315-3478 mafely_2004@yahoo.com.br 2 - Hospital Central Coronel Pedro Germano Banco de Leite Humano do Hospital Central Coronel Pedro Germano Avenida Prudente de Morais, 887 , Tirol Natal - CEP: 59020-505 Tel.: 84-3232-3669 - Fax: 84-3232-3654 m09bezerril@gmail.com 3 - Hospital de Seridó Banco de Leite Humano de Caicó Praça Dr. José Medeiros, 1.167 , Centro Caicó - CEP: 59300-000 Tel.: 84-3421-2018 - Fax: 84-3417-2354 bancodeleitedecaico@bol.com.br 4 - Hospital Dr. José Pedro Bezerra Banco de Leite Humano do Hospital Dr. José Pedro Bezerra

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Rua Araquari, s/n , Conj. Sta. Catarina , Potengi Natal - CEP: 59110-390 Tel.: 84-3232-7728 hjpb@rn.gov.br 5 - Hospital Maternidade do Divino Amor Banco de Leite Humano Maternidade do Divino Amor Av. Tenente Medeiros, 145 , Centro Parnamirim - CEP: 59140-020 Tel.: 84-3272-4367 - Fax: 84-3645-6369 bancodeleitemda@hotmail.com BLH referência para o estado 6 - Maternidade Escola Januário Cicco Banco de Leite Humano da Maternidade Escola Januário Cicco Av. Nilo Peçanha, 259, Petrópolis Natal - CEP: 59012-300 Tel.: 0800-7210078 / 84-3215-5957 - Fax: 843215-4386 azpmo@hotmail.com.br Posto de Coleta 1 - Banco de Leite Humano da Maternidade Escola Januário Cicco Posto de coleta Hospital Universitário Ana

Bezerra Praça Tequinha Farias, 00 , Centro Santa Cruz - CEP: 59200-000 Tel.: 84-3291-2324 - Fax: 84-3291-2324 monalisasoares@hotmail.com 2 - Banco de Leite Humano da Maternidade Escola Januário Cicco Posto de coleta da Maternidade das Quintas rua dos Paiatis S/N, 000 , Quintas Natal - CEP: 59037-150 Tel.: 84-3232-8430 - Fax: 84-3232-8430 umquintas@ig.com.br 3 - Banco de Leite Humano da Maternidade Escola Januário Cicco Posto de coleta Cantinho do Peito rua das Tamarineiras, 25 , Felipe Camarão Natal - CEP: 59072-200 Tel.: 84-3232-8323 - Fax: 84-3232-8321 umifc@yahoo.com.br 4 - Banco de Leite Humano do Mossoró POSTO DE COLETA MAMÃE APAMIM ( CSDR ) Rua Juvenal Lamartine, 334 , Santo Antonio Mossoro - CEP: 59600-000 Tel.: 84-8723-3818 - Fax: 84-3422-8459 edilenetorquato@hotmail.com


atividades normais e nem sempre conseguem tempo para descansar. Além de todo o trabalho que já faziam antes, elas também estão produzindo leite. Descansar, sempre que possível, nos intervalos das mamadas pode ajudar e tomar bastante água também estimula a produção de mais leite. Quando a mãe engravida novamente pode continuar a amamentar? Sim. Uma nova gestação não prejudica o leite, mesmo que mude um pouquinho o seu gosto. O bebê às vezes estranha, mas logo se acostuma. A amamentação não costuma prejudicar o bebê que está se formando. O médico ou profissional que acompanha o pré-natal deve orientar essa nova gravidez. Como fazer para trabalhar e amamentar? Durante a licença-maternidade dar só de mamar, sem qualquer outro líquido. Depois desse período, peça para levar o bebê consigo no trabalho, para continuar a amamentação. Se não for possível, peça à pessoa que vai cuidar do bebê para levá-lo ao seu trabalho para que você mesma possa amamentá-lo. Se o seu trabalho for perto de sua casa, aproveite a “pausa amamentação” para ir amamentar.

Como fazer para conservar o leite estocado? No trabalho, a mãe pode, após lavar as mãos, retirar e guardar seu leite em um frasco de vidro, com tampa plástica de rosca, lavado e fervido. Se houver geladeira, manter o leite sob refrigeração. Se não houver, manter em isopor com gelo; Conservação e validade: n

Na geladeira: leite cru - 12 horas

n

leite pasteurizado degelado - 24 horas

n

No freezer: leite cru - até 15 dias

n

leite pasteurizado - 6 meses Fonte: RDC 171/2006 - ANVISA

O leite materno deverá ficar o menos tempo possível à temperatura ambiente. Caso você decida doar o excesso do seu leite a um Banco de Leite Humano (BLH)*, congele-o imediatamente após a ordenha. Para ser dado ao bebê, o leite deve ser descongelado e aquecido no próprio frasco, em banho-maria. O leite

materno não pode ser descongelado em microondas e não deve ser fervido. Evite o uso de mamadeira. Os bebês podem tomar leite em xícara ou copinho. O leite aquecido que não foi usado deve ser jogado fora. Caso esse armazenamento não seja possível, para manter a produção ela deve apenas ordenhar seu leite e jogá-lo fora. Caso a mãe tenha dúvidas, quem ela deve procurar? Os Bancos de Leite Humano sempre têm equipes que sabem ajudar as mães na amamentação. Os “Hospitais Amigos da Criança” também podem ajudar. Informe-se na sua comunidade se existe algum grupo de apoio à amamentação, pois eles são muito úteis. Banco de Leite Humano referência do Rio Grande do Norte Maternidade Escola Januário Cicco 0800 72 10078 / 84-3215-5957 e Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano http://www.redeblh.fiocruz.br/

Caso essas medidas não sejam possíveis, a mãe pode: n Uma ou duas semanas antes de voltar ao trabalho, começar a tirar o seu leite e a guardá-lo para fazer um estoque; n

Amamentar antes de sair de casa para o trabalho e imediatamente após regressar;

n

Amamentar durante a noite;

No trabalho, se possível, retirar o leite, tantas vezes quanto o bebê mamaria se estivesse com a mãe; n

Nos dias de folga, oferecer o peito à vontade;

n

Na ausência da mãe, o leite estocado deve ser dado em xícara ou copinho;

n

Evitar mamadeiras e chupetas; REVISTA MATÉRNITAS 15


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16 Edição REVISTAComemorativa MATÉRNITAS - Adote 30 anos


Gestar e maternar

Filhos: a delÍcia de tê-los A inauguração dos pais se dá com a notícia da gravidez: iniciam-se os cálculos de tempo e de dinheiro para os próximos meses e também as buscas desenfreadas para que não falte nada ao bebê, desde o enxoval até o mais complicado planejamento dos horários de agenda da futura mamãe e do futuro papai. O esperado e o planejado é que possamos oferecer o que há de melhor para receber e acolher o nenê. O importante é saber que muito desta ansiedade pode ser melhor encarada se formos procurando informações a respeito da rotina do bebê com um pediatra e conversando com outras famílias, mas que essas experiências possam ser vividas pela família como algo que traga à tona um significado pessoal. Não adianta fazer por fazer, assim, de qualquer jeito. Por exemplo: há quem diga que um bebê aprende melhor um novo idioma se desde cedo tiver contato com este. Para promover estimulação da língua estrangeira escolhida, então, ligo um DVD o bebê fica horas ali escutando um blá blá blá sem fim. Talvez muito mais significativo seria a visita de um parente, um amigo ou madrinha estrangeira que converse olhando no olho e chame

para o contato e para brincadeira enquanto conversa em sua própria língua. É preciso que os acontecimentos sejam únicos, verdadeiros e cheios de ligação emocional na execução. Deve ser assim, sempre, para tudo. Quando estiver com o bebê, dedique-se inteiramente a ele... desligue a televisão, o celular, e fique junto, conectadas (os)! O que os bebês precisam é de mães e pais presentes. Brincadeiras com o corpo dos pais e do bebê com o mínimo de roupa possível são muito bem-vindas! Deixe o bebê experimentar balanceios, rolos, subidas e descidas, pressões leves; são brincadeiras ótimas e trazem muita possibilidade de cumplicidade na família. As melhores horas do dia para as novas atividades são aquelas em que o bebê não está com sono, está alimentado, hidratado e sequinho. Cuide para que o ambiente seja seguro. Chame sua atenção para que olhe para o seu rosto. Conversar com o bebê, desde muito cedo, é imprescindível. No banho, deixe seu bebê aproveitar aos poucos uma banheira bem cheinha. Que possa ir aprendendo a gostar de ficar deitado de lado, de costas, de bruços e a sentar com apoio, gradativamente. Experimente com ele o colchão,

o chão, o gramado, a água e a areia. É através de experiências sensoriais e motoras que seu cérebro será nutrido e desenvolverá interpretações baseadas nestas informações – ele perceberá o mundo através dos olhos, dos músculos, da pele e ouvidos – e assim atingirá um bom desenvolvimento. Evite deixar o bebê muito deitado e/ou parado. Arrastar-se depende primariamente da informação sensorial táctil recebida da superfície do peito. Se ele não gostar na primeira vez, tente outras. Vá gradativamente aumentando o tempo da atividade. Alterne posições fáceis e outras nem tanto. Convide-o ao desafio de realizar, pois, dessa forma, você estará contribuindo para que seu bebê vá, gradativamente, “montando” um acervo psicomotor que lhe fará total diferença na aprendizagem de uma forma geral. É através da brincadeira que a criança se manifesta, revela a sua bagagem cultural e constrói novas perspectivas. Aproveite a sua!!! Márcia Ortiz Educadora Física UFAM Pós-Graduada em Educação Física para pessoas com deficiência FESP Pós-Graduada em Psicomotricista UnP e mãe

REVISTA MATÉRNITAS 17


Psicologia

Cuidando de quem vai cuidar Ao contrário do que muita gente pensa, ser maternal é diferente de ser mãe e não necessariamente todas as mulheres estão preparadas para ser uma coisa ou outra, ou mesmo ambas ao mesmo tempo. Durante o período aproximado de quarenta e duas semanas (ou nove meses, como comumente contamos), a mulher – e seu companheiro/ pai do bebê – pode se preparar com o novo papel que terá de desempenhar: ser mãe e pai! E isso envolve muitas coisas: ver a barriga crescer, exames pré-natais, compra de enxoval, contar a novidade aos amigos e familiares, além de decidir o nome e o sobrenome do bebê. Tudo isso exige cuidado. Segundo Monzanni (2005), o verbo “cuidar” em português significa: atenção, cautela e zelo. Assume ainda, características de sinônimo de palavras como: imaginar, meditar, empregar a atenção 18 REVISTA MATÉRNITAS

ou prevenir. Porém, cuidar apresenta mais que um momento de atenção. É, na realidade, uma atitude de preocupação, ocupação, responsabilização e envolvimento afetivo com o ser cuidado. É cuidar de si, do ambiente, de uma série de variáveis e emoções que são tão estranhas e comuns – haja coração! Muitas mães se queixam por se sentirem esquecidas: “sou só uma barriga”, “ninguém me enxerga mais!”. É importante que nessa fase as mamães também se cuidem e se familiarizem com as mudanças físicas e emocionais que a gestação envolve. Ler a respeito, ter ajuda da mãe, sogra, enfermeira, e/ ou doula ajuda bastante nesse processo; dando acolhimento e orientação. Neste ínterim, o trabalho do psicólogo é cuidar dos cuidadores: pais, mães e mesmo a equipe de enfermagem (nos hospitais e UTIs neos e pediátricas), pois estes, apesar de estarem sempre

dispostos a zelar pelo outro, acabam esquecendo de si próprios. Com esse trabalho de orientação e prevenção, fica mais fácil para as novas mudanças emocionais e de rotina serem melhor encaradas; evitando que casos de depressão pós-parto, desentendimento entre o casal e mesmo o resgate da auto estima da mulher ocorram com mais naturalidade e fluidez. Ser mãe vai ser sempre uma experiência nova, afinal, uma gestação é sempre diferente da outra e um filho diferente do outro! Ser mãe é um aprendizado diário e é assim que a maternidade vai sendo exercida, então, mamães (e papais), para cuidar, cuidem-se também! Verônica Silveira de Almeida Psicóloga (Universidade Presbiteriana Mackenzie – SP) - CRP 17/2774 Co-fundadora do Projeto Matérnitas revistamaternitas@gmail.com


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