Revista Matérnitas - 2ª Edição

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Ano 1 – Nº 2 – Agosto a Outubro de 2015

Fisioterapia na gestação, parto e pós-parto A saúde e o bem estar do papai: depressão pós-parto Paterna

Mãe para a vida

mas os primeiros 100 dias são fundamentais

Consultas pediátricas e sua importância

no primeiro ano de vida do bebê

VENDA PROIBIDA

Condicionamento físico com Segurança: Hidroginástica para gestantes



Editora Matérnitas Ltda. CNPJ: 21.600.649/0001-13 (84) 3025-1483 revistamaternitas@gmail.com revistamaternitas @revistamaternitas Foto da capa Jean Tavares (pai) e Ian Tavares – Arquivo pessoal Foto vencedora do Concurso Bebê e Papai da Capa 2015 Louise Saldanha M. S. Matias Especialista em Qualidade nos Serviços de Saúde (Faculdade Ciências Médicas/MG) Verônica Silveira de Almeida Psicóloga pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP) - CRP 17/2774 Aprimoramento na atuação do psicólogo na UTI neonatal e maternidade – Hospital e Maternidade São Luiz (SP) Revisão Linguístico-Textual: Tito Matias (Mestre em Literatura Comparada/UFRN) Periodicidade: trimestral Impressão: RN Econômico Tiragem: 5.000 exemplares

Nesta edição, a Revista Matérnitas conta com matérias focadas na gestação e em seus cuidados, feitas por profissionais para garantir informação de qualidade, pois, somente assim, a mulher estará empoderada para decidir o melhor para ela e seu bebê. Entretanto, estamos em agosto, mês dos pais, e não poderíamos deixar de prestar uma homenagem àqueles que, como as mães, amam seus filhos e curtem seu papel de pai. Parabéns a todos os pais que participaram do primeiro concurso Bebê e Papai da Capa Revista Matérnitas e a todos os pais que nos lêem e nos acompanham na nossa fanpage. Sabemos que a maternidade/paternidade é uma jornada repleta de descobertas, algumas incertezas, novidades diárias e também de muitas alegrias e é por isso que estaremos aqui sempre com a missão de facilitar a vida de quem “espera”. Um grande abraço,

Diagramação e arte: Faça Comunicação e Design Comercial: Louise Matias (84) 99688-9358 Verônica Silveira (84) 99650-7677

Louise Matias e Verônica Silveira

PONTOS DE DISTRIBUIÇÃO INSTITUTO DE RADIOLOGIA Tirol Av. Afonso Pena, 74, Tirol – Natal-RN Harmony Medial Center Rua Cel. Joaquim Manoel, 615, 1º Piso Sala 107, Petrópolis Zona Sul Av Lima e Silva, Lagoa Nova Parnamirim Rua Edgar Dantas, 254, Santos Reis, Parnamirim/RN

Hemolab - Centro Av. Deodoro Da Fonseca, 284 - Petrópolis

Hemolab - Pirangi Rua Divinópolis, 2976 - Conjunto Pirangi

Hemolab - Potengi (Zona Norte) Rua Ilheus, 2706 - Potengi

Hemolab - Satélite Av. Xavantes, 1765 - Cidade Satélite

Hemolab - Parnamirim Rua Prof. Clementino Câmara, 227 Boa Esperança - Parnamirim/RN

Hemolab - Lagoa Nova Av. Nascimento De Castro, 1909 - Lagoa Nova

Hemolab - Capim Macio Av. Eng. Roberto Freire, 3083 - Capim Macio

CLÍNICA MÁRCIA ORTIZ Av. Passeio dos Girassóis, 2562 - Lagoa Nova

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Expediente/Editorial


Agora Agora é a ésua a sua vez... vez

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Papai matérnitas: a emocionante jornada da paternidade

Olá amigos e amigas leitores, fui convidado a escrever sobre a experiência de ser pai e é talvez um dos textos mais importantes que vou tentar delinear a partir de agora. Peço ajuda ao meu amor, Francimara, companheira nessa linda jornada que a nós foi confiada por Deus. Como descrever em palavras um sentimento de completude, só encontrado quando somos tocados pela Divindade? O momento do primeiro olhar, o primeiro sorriso, o primeiro choro acalantado só pelo simples fato de ouvir nossa voz, são momentos que nos ligam ao que se tem de mais belo e misterioso no universo: Deus, independente de religião ou crença, são experiências que emocionam e nos fazem dar sentido ao que antes parecia um vazio sem fim. Posso correr o risco de não conse-

guir traduzir esse sentimento e, para facilitar minha missão, peço que olhem com toda atenção as fotos que concorreram à capa de agosto de 2015 da Revista Matérnitas. Vejo esse sentimento Divino de ser pai no abraço protetor do Anderson na pequena Iara, na troca de olhares de confiança e o carinho do Flávio e da princesa Maria Luísa, na amizade entre o Luciano e o Misael, no sorriso dividido entre o Paulo e o seu Ian, na parceria e carinho do Giovanni e do Artur, na cumplicidade carinhosa do Wallace e do sorridente Djaci Neto, na felicidade do amigo Juraci com o Bernardo e no momento em que batizei de “momento da entrega” como se eu tivesse recebido um presente Divino direto dos céus, meu filho Ian, com seu sorriso que enche nossas vidas de felicidade. Tenho o orgulho e a honra de divirevistamaternitas

dir esse espaço com todos os amigos pais e mães exemplares que conheci. Pais e mães como a minha mãe Da Guia, que se dedicam a essa jornada com o carinho e amor. Também temos os nossos pais e mães por afinidade, como meu tio Bonifácio, minha tia Carminha, meus sogros Aprígio e Oneide que nos deram o exemplo e que nos fizeram assim, verdadeiros pais e mães carinhosos. Jean Tavares Pai de Ian Tavares e Vencedor do concurso Bebê e Papai da Capa 2015 Se você também tem uma história inspiradora para contar, compartilhe conosco e sua experiência poderá se tornar a matéria da próxima edição. @revistamaternitas

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Saúde e bem estar

Condicionamento físico com segurança:

a hidroginástica para gestantes A mulher após 12 semanas de gestação, devidamente avaliada e liberada por seu médico ginecologista/obstetra para a prática da atividade física, pode iniciar um programa de atividade física muito interessante e prazeroso na piscina. A Hidroginástica para Gestante, ou Hidrogestante, utiliza-se de muitos exercícios e atividades que atendem as principais necessidades da gestan-

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te durante cada período da gravidez. Para iniciar qualquer atendimento na piscina, se faz necessária uma avaliação, realizada em 2 sessões: uma entrevista e uma sessão, já na piscina. Assim, o profissional que irá realizar o atendimento, pode conhecer o histórico do cliente, identificar queixas, traçar objetivos e conversar sobre dúvidas e combinados e, também, avaliar

as condições de execução dos exercícios e autonomia no meio líquido. A gestação é normalmente o período mais estressante, fisiologicamente, da vida de uma mulher. Um programa de condicionamento seguro e eficiente executado antes, durante e depois da gestação pode ajudar no ajustamento do corpo aos vários estágios gestacionais, além de ajudar


a prevenir problemas permanentes, como estiramento da coluna lombar, assim como músculos do assoalho pélvico enfraquecidos. Ademais, o exercício pode ser útil como parte de um programa pré-natal adequado na prevenção do ganho de peso excessivo e para que o bem-estar da gestante seja preservado. É durante a gestação que a mulher se depara com um tempo de mudanças e adequações, tanto fisiológicas quanto emocionais. Faz-se necessário, no decorrer deste período ímpar, que as atividades estejam de acordo com as suas necessidades específicas. Na Clínica Márcia Ortiz, o programa é traçado de acordo com o estado físico da mulher antes da gravidez e as aulas acontecem em uma turma específica só com gestantes. Assim, após a avaliação, a gestante pode escolher se quer ir para o grupo ou se prefere atendimento personalizado. Aliás, pode ser perigoso ou mes-

mo desmotivante para a gestante estar num grupo de hidroginástica comum. As aulas no grupo duram em média 45 minutos, em 2 sessões semanais. A piscina aquecida, salinizada, coberta e com pontos pra hidromassagem é um verdadeiro convite ao relaxamento. Porém, não é só relaxamento: as aulas têm exercícios específicos ao período em que a gestante se encontra. E, associado a estes, existem exercícios respiratórios também específicos. O objetivo a ser alcançado com este programa de exercícios aquáticos mais exercícios respiratórios, em conjunto com a gravidez, será o de proporcionar ou manter a melhor condição física geral com a maior segurança para mãe e feto. Esta nossa proposta nos parece adequada para o atendimento pré-natal, para assistência ao parto, para a manutenção da consciência corporal e para uma melhor recuperação no pós-parto. Percebemos que

a hidrogestante, neste formato, fornece excelente resultado na preparação cardiorespiratória, no controle dos inchaços inerentes deste período, na manutenção dos níveis de pressão arterial, na melhoria da sua auto-estima, no controle do ganho de peso e uma maior adequação das questões psicológicas da gestante, uma vez que as aulas são verdadeiros momentos de troca de informações entre as alunas. O resultado vem mostrando futuras mamães mais confiantes e desenvoltas para a expectativa do parto. Além do mais, percebemos laços de amizade entre as famílias mesmo após o momento do parto.

Clínica Márcia Ortiz www.marciaortiz.com.br Facebook / Clínica Márcia Ortiz Telefone 3231.1727 | Whatsapp 99481.2979

Conheça a maioria dos Benefícios que a Hidrogestante pode oferecer: Melhoria ou Manutenção da capacidade aeróbia;

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Melhoria da circulação sanguínea e trabalho intestinal;

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Aumento da energia e resistência para realizar atividades diárias;

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Um sono mais repousante;

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Aumento da força e resistência muscular que poderão ajudar na eficiência durante o trabalho de parto e expulsão;

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Melhoria no equilíbrio;

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Aumento da tonificação muscular para proteger as articulações;

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Melhoria da postura e uma possível prevenção contra desvios posturais permanentes associados ao desconforto;

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Diminuição da tensão, ansiedade e cansaço;

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Aumento do sentimento de bem-estar;

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Melhoria da auto-estima, mais segurança em relação ao corpo;

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Oportunidade de compartilhar assuntos em comum com um profissional e outras gestantes, afastando os mitos e medos relacionados à gestação e ao parto;

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Regularização da respiração;

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Experimentar exercícios de relaxamento profundo que ajudam tanto a estar mais em forma quanto para responder melhor ao controle de desconforto, durante o trabalho de parto. revistamaternitas

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Saúde e bem estar

Dica Matérnitas de papinhas

nutritivas para seu filho Carne com mandioquinha Ingredientes 2 cenouras descascadas e cortadas em pedaços pequenos 2 mandioquinhas descascadas e cortadas em pedaços pequenos 15g de manteiga sem sal 1 colher (sopa) de iogurte integral natural 1 colher (sopa) azeite 1 cebola roxa picadinha 1 dente de alho picado 1 tomate picado 250g de carne magra moída ½ colher (sopa) de salsa e hortelã picadas Como fazer Cozinhe as cenouras e as mandioquinhas no vapor por 8 – 10 minutos, até amolecerem. Bata ou amasse com a manteiga e o iogurte para obter um creme homogêneo. Transfira para uma tigela e reserve. Refogue a cebola e o alho no azeite, em fogo médio. Acrescente o tomate e deixe cozinhar. Junte a carne e misture bem. Adicione a salsa e a hortelã e cozinhe por 8 – 10 minutos, mexendo de vez em quando até a carne escurecer e cozinhar completamente. Se a mistura ficar muito seca, adicione um pouco de água. Se necessário bata a carne no processador com um pouco de água, para obter a textura adequada. Para servir, coloque uma colherada de carne em uma tigela e o creme de legumes por cima. 8 REVISTA MATÉRNITAS

Papinha de frango com agrião Ingredientes 150g de peito de frango limpo 1 cenoura pequena 1 abobrinha pequena ½ colher (sopa) de salsa 1 colher (sobremesa) de óleo de girassol 2 colheres (sopa) de agrião picado 1 ½ litro de água ½ xícara de arroz cru Como fazer Cozinhe todos os ingredientes ao mesmo tempo em fogo baixo até amolecer. Amasse tudo com um garfo e sirva.


Gestar e maternar

Sociedade Brasileira de Pediatria

Consultas pediátricas e sua importância

no primeiro ano de vida do bebê As consultas pediátricas são de extrema importância no primeiro ano de vida do bebê. Ocorrem mensalmente e são a forma de acompanhar o crescimento e desenvolvimento da criança, além de possibilitar a identificação precoce de alguma doença que possa se desenvolver no início ou ao longo de sua vida. O que a maioria das mulheres não sabe é que a Agência Nacional de Saúde (ANS), e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendam que a primeira consulta pediátrica ocorra na 32ª semana de gestação, pois além de buscar informações e escolher o futuro pediatra do bebê, a mãe ain-

Periodicidade das consultas pediátricas Lactante 0-2 anos

Pré-escolar

1ª semana 1 mês 2 mês 3 mês 4 mês 5 mês 6 mês 9 mês 12 mês

15 meses

2-4 anos

18 meses

Escolar 5-10 anos Uma vez por ano

24 meses 30 meses 36 meses 42 meses

Adolescente

11-19 anos Uma vez por ano

48 meses revistamaternitas

da receberá dele orientações sobre os cuidados com a alimentação, aleitamento materno, além de recomendações para o parto normal, procedimento saudável para o bebê. Geralmente, na primeira semana após o nascimento acontece a primeira consulta presencial, com direito a verificação da amamentação e dicas para facilitar o dia a dia da mãe. Serão visitas mensais até os 06 meses e a partir desta idade, a mãe receberá as orientações da introdução alimentar bem como a frequência das novas consultas, que em geral passam a ocorrer a cada dois ou três meses até o primeiro ano de vida. @revistamaternitas

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A consulta de rotina (ou consulta de puericultura) deve acontecer mesmo quando a criança está bem de saúde, pois nela acontecem: avaliação do estado nutricional da criança; análise do histórico alimentar; avaliação da curva de crescimento; calendário de vacinas que fazem parte do calendário oficial do Ministério da Saúde; avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor; avaliação da função auditiva; avaliação da saúde bucal; observação dos cuidados domiciliares dispensados à criança; exame da capacidade visual; avaliação do desempenho escolar e dos cuidados dispensados pela escola; avaliação do padrão de atividade física conforme parâmetros recomendados pelo ministério da saúde;

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Os exames básicos realizados logo após o nascimento são indispensáveis. Chamados de triagem neonatal e servem para diagnosticar alterações ou doenças. Entre os exames mais comuns estão:

Teste do Pezinho: Se chama teste do pezinho, mas pode ser realizado no pé ou na mão. O ideal é acontecer entre o 3º e o 7º dias de vida. • Nele é retirada uma pequena quantidade de sangue para identificar uma série de doenças hereditárias raras. Quando há intervenção precoce, é possível prevenir grandes sequelas no futuro, como o hipotireoidismo congênito, que afeta o desenvolvimento neurológico da criança. n

Teste da Orelhinha: Verifica se a criança ouve normalmente nos dois ouvidos.

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Exame do Olhinho: Chamado clinicamente de teste do reflexo vermelho, avalia a visão da criança e doenças como catarata congênita ou neuroblastoma, um dos tumores mais frequentes na infância.

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Teste do Coraçãozinho: Avaliação da capacidade de oxigenação do bebê e de possível cardiopatia congênita.

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Vacinação do primeiro ano de vida

Os dias de vacinação são sempre uma grande tortura para os pais, mas saiba que são de extrema importância para garantir a saúde do seu bebê. Siga sempre Sociedade Brasileira de Pediatria

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Exames imprescindíveis no primeiro ano de vida

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o calendário básico de vacinação e não se esqueça de levar a Caderneta de Saúde da Criança que você receberá na alta hospitalar ou do seu pediatra. Até o bebê completar um ano serão aproximadamente 20 doses de vacinas, no mínimo uma por mês. Converse com o pediatra sobre elas e se oriente sobre como cuidar de possíveis reações que seu bebê possa ter antes de cada uma delas.

Dica Matérnitas

Sociedade Brasileira de Pediatria

Como quase 100% das mães de primeira viagem não buscam o pediatra durante a gestação essa é a nossa principal dica: se você possui plano de saúde veja a lista de pediatras do seu plano, busque informações sobre eles, procure indicações de outras mães que já tenham filhos e podem falar sobre o atendimento dos profissionais. Faça uma lista de perguntas para levar na primeira visita, não tenha medo nem vergonha de perguntar, pois o profissional está ali para orientar sobre a melhor forma de cuidar do seu bebê; garantindo saúde e bem estar a ambos (você e seu bebê). Nesta lista não se acanhe em incluir temas como cólicas do bebê e como tratá-las; como identificar diarréia e o que fazer em caso de febre. Parece exagero, mas melhor receber as orientações previamente assim você se sentirá mais segura caso venha a vivenciá-las. Lembre-se, o pediatra é o profissional que acompanhará a saúde do seu bebê e é a ele que você recorrerá nos momentos mais difíceis. Pesquise, procure indicações mas acima de tudo confie no seu feeling. Se você não se sentiu segura, continue a pesquisar. Louise Saldanha M. S. Matias Mãe, idealizadora e Co-Fundadora do Projeto Matérnitas revistamatérnitas@gmail.com

Fontes https://comunidadespsp.wordpress.com/2015/06/18/importancia-das-consultas-pediatricas-no-primeiro-ano-de-vida-do-bebe/ acessado em 26/07/2015 http://clinicainfantilbem.com.br/images/periodicidade.pdf acessado em 26/07/2015 http://www.sbp.com.br acessada em 26/07/2015

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Gestar e maternar

1 a 2 anos

Gravidez

270 dias

365 dias 0 a 1 ano 365 dias

Mãe para a vida

Mas os primeiros 1000 DIAS são fundamentais... Não haverá uma fase mais importante na vida do seu filho do que os primeiros 1000 dias de vida que correspondem a 270 dias de gestação + 365 dias do primeiro ano + 365 dias do segundo ano. Toda a vida de um novo ser humano inicia-se em invisíveis duas células que formam o embrião e vão se multiplicar até chegar a aproximadamente 13 quilos depois de mil dias de existência. Neste período se concentra não apenas a maior fase de crescimento do ser humano, como também os anos fun-

damentais para a prevenção de problemas de saúde, para o desenvolvimento dos sistemas nervoso e imunológico. Após o nascimento, os primeiros dois anos são os mais significativos para o desenvolvimento do cérebro, como afirma Mauro Muszkat, neuropediatra, coordenador do Núcleo de Atendimento Neuropsicológico Infantil Interdisciplinar da Unifesp: metade do crescimento cerebral da vida inteira ocorre nesse período. Um dos primeiros médicos a estudar a relação entre a qualidade de vida revistamaternitas

do bebê, desde a concepção, e uma vida adulta saudável, é o epidemiologista britânico David Barker, professor de cardiologia da Universidade de Southampton (Reino Unido). Sua pesquisa deu origem à Teoria de Barker que demonstra que o baixo peso ao nascer (menos de 2,5 kg) determina a vulnerabilidade desta criança a desenvolver doenças do coração, colesterol alto, diabetes, obesidade, hipertensão arterial, problemas no funcionamento dos rins, osteoporose entre outras doenças na fase adulta: @revistamaternitas REVISTA MATÉRNITAS

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Doenças cardíacas e coronarianas n

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Bebês com baixo peso ao nascer apresentam maior risco de desenvolvimento de doenças que afetam o coração e os vasos sanguíneos do coração na idade adulta. A nutrição da mãe molda a placenta e a placenta molda o coração do bebê. Quanto maior o tamanho (área) da placenta, melhor será para o coração do bebê. A desnutrição dentro do útero acelera de forma negativa a maturação do bebê, contribuindo para um nascimento antes do tempo. Nestes casos, o coração do bebê possui menor quantidade de células e isto pode afetar a capacidade de regeneração do órgão na idade adulta.

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A maior parte do colesterol humano não é gerado por ingestão de comida, mas sim, por produção no fígado: O fígado controla quanto colesterol fica no sangue. Foi detectada uma proporcionalidade entre o tamanho da barriga (área do estômago) do recém-nascido e seu fígado e este indicador pode predizer o colesterol sanguíneo que o bebê terá quando tiver 60 anos. O alto colesterol sanguíneo pode ser resultado do pobre crescimento do fígado do bebê no útero materno.

Diabetes tipo II e obesidade n

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Antes do nascimento, a insulina comanda o crescimento do bebê. A sensibilidade à insulina é estabelecida no útero: qualquer que seja o peso da pessoa, quem nasceu pequeno tem maior resistência à insulina do que os que nasceram maiores. Fase intrauterina - Resistência a insulina para proteger o desenvolvimento do cérebro do bebê Nascimento e infância - O sangue permanece com altos índices de açúcar n

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Na gestação

Pré-natal: os exames e as consultas médicas são fundamentais para a saúde da mãe e do bebê. Ao descobrir a gravidez, deve-se marcar uma consulta. Siga sempre a orientação do médico. Atividade física: exercícios ajudam a evitar dores na coluna, fortalecem os músculos para carregar o peso da criança e preparam o corpo para o parto normal. Alongamento, hidroginástica e caminhada são boas opções. Exercícios ajudam ainda na circulação. Alimentação da mãe durante a gestação: o ideal é ter uma alimentação variada e bem colorida, incluindo grãos, verduras, legumes, frutas, leite, ovos, peixes e carnes bem cozidas. E cuidado com o excesso de gordura, sal e açúcar. n

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Hipertensão Arterial n

Relação entre o atraso no crescimento dentro do útero e a hipertensão na vida adulta: Fase intrauterina – placentas pequenas com vasos menores demandam maior pressão para manter o fluxo sanguíneo. Nascimento e Infância – a pressão sanguínea mais alta tende a ser mantida. Fase Adulta – Nascidos com baixo peso tem duas vezes mais chances de ter hipertensão arterial.

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Colesterol n

Idade adulta – Tendência à obesidade e ao desenvolvimento de Diabetes tipo II Quanto mais magra uma criança é aos 2 anos maior o risco de diabetes na vida adulta. Pode ocorrer um efeito rebote (ter baixo peso até 2 anos e quando adulto ser obeso ou ter diabete) Uma criança que ganhou pouco peso na infância e estava desnutrida aos 2 anos tem maior risco de se tornar obesa mais tarde. n

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De 0 a 2 anos n

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Doenças Renais

Pessoas nascidas com baixo peso têm três vezes menos células renais (néfrons). Dessa forma, os rins trabalham sobrecarregados, podendo trazer problemas no futuro:

Osteoporose n

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Bebês pequenos têm menor massa óssea, menos músculos e apresentam alteração em dois hormônios que impactam os ossos: cortisol e hormônio do crescimento. Estes problemas levam a uma menor reserva de massa óssea e uma deterioração mais rápida no processo de envelhecimento.

Contudo, como fazer com que uma criança nasça com boa saúde, cresça saudável e, assim, prossiga vivendo saudavelmente por toda vida adulta? Por meio da adoção de medidas aparentemente simples:

Oferecer proteção e aconchego ao bebê e alimentá-lo adequadamente. O aleitamento materno exclusivo nos seis primeiros meses de vida (sem água, sem chás, sem mingau, sem complementação) e, após os 6 meses, continuar a amamentação e introduzir água, sucos, chás, papinhas e alimentos sólidos ricos em proteínas, vitaminas e sais minerais, como recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS). A introdução alimentar precoce (antes dos 06 meses) aumenta os riscos da criança desenvolver: Alergia alimentar, Diarréias, anemia, diabetes e obesidade, Asma, bronquite e demais infecções pela redução da imunidade do bebê, pois o leite materno é que fornece a ele os anticorpos necessários nesta fase. Deficiência de absorção de nutrientes, n n

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O bebê nasce com o cérebro desenvolvido na área sensorial (olfato, tato e audição), mas, nesse período, passa por suas maiores modifica-


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ções cognitivas; e adquire as habilidades motoras mais amplas (como o andar) e mais finas (como conseguir pegar pequenos objetos). A criança tem o potencial, e este é trabalhado pelo ambiente, sendo assim os pais têm papel decisivo na forma como ela vai se desenvolver já que são o primeiro ‘ambiente’ do filho”, diz Ricardo Halpern, pediatra,

presidente do Departamento Científico de Comportamento e Desenvolvimento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Então converse, brinque, leia, cante, dance, estimule a criança, de forma saudável e adequada a cada fase.

sonham para seus filhos: que nasçam saudáveis, que cresçam saudáveis e que saibam que são amados para se tornarem adultos felizes. Tudo em 1000 dias! Louise Saldanha M. S. Matias Mãe, Idealizadora e Co-Fundadora do Projeto Matérnitas - revistamatérnitas@gmail.com

A receita não é nova, mas dá às mães e aos pais tudo aquilo que eles

Fontes The Barker Theory [homepage]. New insights into ending chronic disease. [acessado em 13 jul. 2015]. Disponível em http://www.thebarkertheory.org VICTORA, C.G.; et al. Maternal and child undernutrition: consequences for adult health and human capital. Lancet. v. 371(9.609), p. 340-57. 13 jul. 2015 http://revistapesquisa.fapesp.br/2011/01/28/mil-dias-que-valem-uma-vida/ [acessado em 13 jul. 2015] http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI276065-10498-1,00-OS+PRIMEIROS+DIAS+DO+SEU+FILHO+DIAS+DE+GRAVIDEZ+DIAS+DE+VID A+E+COMO+ESSE+PE.html [acessado em 13 jul. 2015] http://www.pastoraldacrianca.org.br/pt/1000-dias Brasil, Ministério da Saúde. Guia alimentar para crianças menores de 2 anos. Brasília: Ministério da Saúde; 2005.

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Previsão do parto

Você sabe quando nascerá o seu bebê? Trouxemos para você uma tabela que facilita bastante este cálculo. Na primeira linha encontre a data do primeiro dia da sua última menstruação. A data que aparece abaixo dela é a sua previsão de parto. Lembre-se que é normal que ocorra com 02 semanas de antecipação ou atraso em relação a esta data prevista.

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REVISTA MATÉRNITAS 17


dsadsadsasdadsasd Psicologia

A Saúde e o bem estar do papai:

depressão pós parto paterna A DPP (Depressão Pós Parto), também conhecida como baby blues ou PPND (Parental Pos Natal Depression – em inglês) acomete cerca de 25 a 35% das mulheres, tendo seu início percebido logo nos primeiros dias de vida do bebê, mas constatada a partir da permanência dos sintomas após quinze dias do parto. Contudo, não iremos falar da depressão pós parto materna, mas sim da paterna! Assunto pouco abordado, mas que tem recebido mais atenção dos profissionais da área da saúde e pesquisadores. De acordo com o CID X (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas relacionados à Saúde – 10ª revisão), alguns sintomas que podem caracterizar depressão são: rebaixamento do humor, redução da energia e diminuição da atividade, alteração na capacidade de experimentar o prazer, perda de interesse, diminuição da capacidade de concentração, insônia ou hipersonia, diminuição do apetite, perda de libido, culpabilidade e/ou indignidade, entre outros. Alguns estudos também têm considerado a aparência de sintomatologia psicossomática, tais como dores de cabeça e distúrbios alimentares e digestivos, bem como percepção de alteração na Fontes

rotina: trabalham excessivamente, uso excessivo de álcool, atitudes hostis e/ ou agressivo-impulsivas. Assim, a DPP Paterna atinge cerca de 10,4% dos homens, subindo para 25% de incidência no segundo trimestre (3º ao 6º mês) de vida do bebê. Esse aumento se dá devido à própria rotina que demanda mais dos papais e das mamães - como privação do sono - e as cobranças sociais e pessoais relacionadas às questões financeiras - que são direta e indiretamente cobradas dos pais/homens, além da ambivalência de sentimentos, sensação de impotência, entre outros. O difícil diagnóstico e percepção dos sintomas nos pais se dá não somente pela falta de conhecimento, mas também devido um tabu social e cultural que impede que os casais e os próprios homens aceitem as dificuldades e o sofrimento vivido, culpando e cobrando-se quanto ao desempenho deste novo papel – idealizado, na grande maioria das vezes – além de não compreenderem que a ambivalência de sentimentos e desejos é um processo natural e essencial para a construção de um vínculo afetivo mais sólido com o filho e seu papel de pai. O diagnóstico precoce, acompanhado de tratamento com psicólogo e

psiquiatra, são essenciais. Além disso, o resgate das relações da rede familiar primária (irmãos, pais, avós), e o restabelecimento do convívio entre estes, é de suma importância para que os sentimentos de desemparo e impotência possam ser gradualmente substituídos por sentimentos de superação, capacidade e restabelecimento da auto estima, bem como o resgate da relação homem X mulher do casal. Assim sendo, papais que aqui nos lêem, atenção: vocês também estão passando por um processo de mudança!! O fato de vocês não gerarem dentro de si essa nova vida que fará parte da família, as alterações na rotina, nos pensamentos, sentimentos e até mesmo hormonais (níveis de testosterona, serotonina e etc) também acontecem com vocês. Conversem com sua parceira, procurem ajuda e com paciência e orientação correta vocês conseguirão restabelecer a rotina, desempenhar a função paterna de forma mais realista e menos idealizada, bem como desfrutar de momentos inesquecíveis com seus filhos. Verônica Silveira de Almeida Psicóloga (Universidade Presbiteriana Mackenzie – SP) - CRP 17/2774 Co-fundadora do Projeto Matérnitas revistamaternitas@gmail.com

http://www.institutogerar.com.br/artigos/23_ARTIGO_DEPRESS%C3%83O%20POS%20PARTO%20MASCULINA.pdf http://www.scielo.br/pdf/rpc/v33n2/a07v33n2

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