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Editorial
Expediente
Chegar aos 30 anos com a sensação de que estamos no caminho certo é um grande incentivo para continuarmos cumprindo bem a missão da Adote. Nós, da Instituição, aprendemos, a cada dia, a conhecer e a valorizar todas as pessoas que nos chegam em busca de assistência.
Presidente FRANCISCA SOARES DE SOUZA Vice Presidente MARIA AUGUSTA L. DA COSTA 1ª Secretária MARIA NECY DE SOUZA 2ª Secretária KATIENE FERREIRA DANTA 1ª Tesoureira MARIA ABGAIL GOMES RIBEIRO 2ª Tesoureira FRANCISCO ALVES FERNANDES Textos e Edição Zenaide Castro Revisão ESPEDITO CARDOSO Projeto Gráfico e Diagramação Faça! Comunicação e Design Editoração gráfica e Arte final Maurifran Galvão Fotografia VladEmir Alexandre Acervo - shirley R. de carvalho Acervo da Adote Impressão Gráfica RN Econômico Colaboração Equipe da Adote
Oferecemos uma prestação de serviço, buscando a valorização da pessoa com deficiência, do Rio Grande do Norte, promovendo a assistência integral, por meio de atendimento nas áreas de saúde, educação, reabilitação, esporte, cultura, lazer e trabalho. Vamos além: educamos e colocamos os usuários em contato direto com a arte e a cultura, como forma de possibilitar a sua inserção na sociedade e melhoria da sua auto-estima. Juntamos tudo isso e transformamos em uma edição especial e comemorativa aos 30 anos da Adote. Afinal, não poderíamos deixar que uma data tão significativa passasse sem que fosse comemorada e compartilhada com as pessoas que, ao nosso lado, fazem parte dessa Instituição: funcionários, colaboradores, voluntários, parceiros, usuários e seus familiares. Mostraremos, nesta publicação, um pouco do que realizamos ao longo desses anos, aproveitando para homenagear a cada um que faz parte dessa história. Como vocês poderão ver nas próximas páginas, o percurso continuará a ser seguido com garra e persistência, coragem e confiança. O compromisso maior é ver, no rosto de cada um dos nossos usuários, a satisfação de receber um atendimento de qualidade, com dignidade e respeito. Obrigada a todos que compartilham desse momento conosco, e esperamos continuarmos juntos, trilhando esse caminho. Feliz Adote 30 anos! 2 Edição Comemorativa - Adote 30 anos
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Fotos: arquivo pessoal
Uma história de amor e muitas conquistas “Sinto-me privilegiada, por Deus ter-me dado este dom e até agradeço por essa perna amputada, que serviu para que eu entrasse nesta luta, uma luta que exigiu de mim muita renúncia, mas me trouxe muita gratificação”. É assim que Shirley Rodrigues de Carvalho define o seu trabalho junto à Adote, instituição que fundou há 30 anos, da qual esteve à frente durante 15 anos de sua vida. Shirley nasceu em Natal, mas morou e trabalhou no Rio de Janeiro. Devido a um problema circulatório que afetou uma de suas pernas, teve que amputá-la. Anos mais tarde, aos 35 anos, já aposentada e de volta a Natal, quis dedicar-se a um trabalho voluntário. Começava aí a luta para fundar e estruturar a Associação de Orientação aos Deficientes, nome sugerido pelo advogado Diógenes da Cunha Lima, a pedido de sua esposa, Moema Tinoco da Cunha Lima. A partir daí, vieram a conquis-
ta do terreno, onde até hoje está instalada a instituição, e viagens a vários países, em busca de recursos para construir e aparelhar a Adote. Shirley esteve nos Estados Unidos, na Alemanha, no Canadá, no Japão e na Austrália. Os recursos destinados à construção da sede foram conseguidos na organização católica alemã Miserium. “Inicialmente, foram feitos um salão para fisioterapia, duas salas de aula e um consultório dentário. Uma das condições da organização internacional financiadora do projeto é que eu residisse na própria instituição, para administrar a obra de perto. A partir daí, foram chegando pessoas para trabalhar, algumas delas voluntárias, outras cedidas pelo Governo do Estado e pela Prefeitura Municipal. Consegui muita colaboração junto à Legião Brasileira de Assistência (LBA)”, lembra Shirley. Ela citou outras pessoas que deram um apoio especial: Irmã Priscille Dolores Roy, da Congregação das
Servas do Coração Imaculado de Maria – ditas Irmãs do Bom Pastor de Quebec; o advogado Ubiratan Pergentino de Araújo; Maria Analúcia Cavalcante; Moema da Cunha Lima; a ex-governadora Wilma Maria de Faria, e a Legião de Maria, da Cidade da Esperança. No ano de 2007, Shirley Rodrigues de Carvalho lançou o livro de poesias “Pedaços de Vida”, no qual relata um pouco de sua trajetória à frente da Adote. Em uma das poesias, escrita Tóquio, ela fala sobre saudade e esperança: “Estou longe do Brasil. Mas, vim fazer o que aqui no Japão? Cheguei tão cheia de sonhos, mas tudo parece em vão. Quando tudo parece perdido, quando vejo a esperança tão longe, quando a angústia parece surgir, quero pensar em desistir. Gritar uma voz bem alta que vem de dentro de mim: calma, estou chegando, não chore. Sou sua vitória, você venceu, enfim!” Edição Comemorativa - Adote 30 anos
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30 anos dedicados à pessoa com deficiência
A ADOTE – Associação de Orientação aos Deficientes é uma instituição filantrópica e sem fins lucrativos. Foi fundada em abril de 1982 e funciona na sede própria, no bairro de Cidade da Esperança. Reconhecida como Utilidade Pública Federal, Estadual e Municipal, está inscrita no Conselho Nacional de Assistência Social. É mantenedora da Escola Madre Fitzbach, que atende a crianças do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano).
Missão da ADOTE “Valorizar a pessoa com deficiência do Estado do Rio Grande do Norte, promovendo a assistência integral através de atendimentos nas áreas de saúde, educação, reabilitação, esporte, cultura, lazer e trabalho”.
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Área da Cultura Capoeira Oficina de dança Oficina de Arte Oficina de informática (inclusão digital) Oficina de corpo
Área da Educação Ensino fundamental (1ª ao 5ª ano) Apoio pedagógico Psicopedagogia Brinquedoteca Recreação
Serviços oferecidos
Área da Saúde Fisioterapia Psicologia Natação terapêutica Hidroterapia Estimulação (para crianças) Serviço social Ortopedia
Neurologia Arte terapia Odontologia Fonoaudiologia Acupuntura Educação condutiva Terapia ocupacional Transporte adaptado
Infraestrutura Ônibus com 18 lugares, cadeiras adaptadas e elevador Piscina aquecida e com plataforma Edição Comemorativa - Adote 30 anos
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Projetos pioneiros Tecnologia Assistiva O serviço de Tecnologia Assistiva foi implantado na Adote há cerca de nove anos e visa proporcionar ou ampliar as habilidades funcionais de pessoas com deficiência, promovendo a independência e a inclusão do paciente. Na vida diária, produtos e materiais favorecem um desempenho autônomo e independente nas atividades como alimentar-se, cozinhar, tomar banho, vestir-se, escrever e até usar o computador. Na Oficina de Tecnologia Assistiva, os profissionais da área de Terapia Ocupacional criam órteses, talheres modificados, suportes para utensílios domésticos, abotoadores, velcro, barras de apoio e outros dispositivos que ajudam na rotina do paciente. São normalmente confeccionados sob medida e servem para as funções manuais.
Projeto Acontecer (Aplicação do Método Therapy Tapping) O Método Therapy Tapping é um conceito de estimulação tegumentar (pele) que utiliza bandagens elásticas com o objetivo de contrair ou relaxar a musculatura. Beneficia tanto nas disfunções neurológicas como nas ortopédicas. Com o método, a Adote teve a oportunidade de observar evoluções consideráveis em poucas sessões possibilitando adiantamento de altas. Houve uma melhor circulação sanguínea e linfática, diminuição dos edemas, prevenção de lesões musculares e articulares. O método também possibilita a estabilização articular com posicionamento adequando, facilitando o uso do membro, uma melhor e maior liberdade de movimento, sem prejudicar o desempenho funcional do paciente, obtendo a melhoria da função neurológica da resposta motora e sensorial satisfatória. A técnica começou a ser utilizada na Adote em julho de 2011 e é desenvolvida pelos profissionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. 6 Edição Comemorativa - Adote 30 anos
Projeto Semear O Projeto Semear baseia-se nas ideias da Educação Condutiva e tem como perspectiva estimular as crianças ao desenvolvimento de habilidades que instigue movimentos intencionais, oferecendo atividades que propiciem a autonomia; técnicas para melhorar a comunicação, as funções cognitivas, as habilidades de intelecto, o auto-cuidado, as técnicas de relacionamento social e emocional. Enquanto processo pedagógico e reabilitacional, a Educação Condutiva é estruturada para realizar um trabalho embasado nas relações grupais e nos processos de interação entre todos os envolvidos. Comunicação Alternativa A Comunicação Alternativa existe há 12 anos na Adote. A Instituição é pioneira na região Nordeste neste tipo de serviço. O recurso é utilizado nos usuários que não têm condições de falar. O problema pode ser parcial, temporário ou permanente. Através do método, o paciente volta a adquirir um bom desenvolvimento da fala. A Comunicação Alternativa consiste em reproduzir figuras em pranchas de acordo com a necessidade do usuário e a evolução do seu tratamento. O fonoaudiólogo atua em conjunto com os outros profissionais da equipe, inclusive com os professores da escola. De posse das pranchas, é possível o usuário se comunicar com as outras pessoas.
Dr. Luiz Antônio Teixeira Barbalho Fisioterapeuta
“Sou fisioterapeuta da Adote há 20 anos, sendo este meu primeiro emprego, no qual estou até hoje. Quando cheguei à Adote, em 1992, a Instituição tinha salas de aulas e de atendimento com dimensões pequenas, com divisórias de panos, fazendo o papel de paredes, mas isso nunca se tornou um empecilho ou desestímulo Pelo contrário, cada vez mais estimulava não só a mim, mas a toda uma equipe a lutar e procurar melhorias para Instituição, e esta luta começava por uma presidente guerreira, cheia de fibra, que, mesmo com uma deficiência em um membro, nunca se abatia: Shirley Carvalho. Com o passar dos anos, vieram outras guerreiras, como Ana Lúcia, Tereza Farias, Augusta Lambert e, atualmente, Francisca Soares, que também conta com uma excelente equipe para apoiá-la e dar continuidade por mais alguns anos. Hoje, estou feliz em ver a evolução da Adote, fruto do resultado de uma luta, do somatório de vários esforços, e eu ainda fazendo parte dessa equipe que fez com que a Instituição se tornasse uma referência no ramo da filantropia no Rio Grande do Norte, oferecendo um serviço de ótima qualidade à população e tendo o reconhecimento de todos há 30 anos. Essa é a nossa maior conquista. Parabéns!”
Maria das Graças Pinheiro Ex-professora da Adote
“A professora Maria das Graças Pinheiro entrou para trabalhar na Adote no ano de 1982, com alunos deficientes auditivos. Foi com muita dificuldade, pois não entendia a linguagem deles, mas, através de cursos e com a ajuda da coordenadora, eu consegui passar para os mesmos uma boa aprendizagem. No decorrer dos anos, a Adote passou por reformas e melhorias em todos os atendimentos. É gratificante ter acompanhado de perto essa trajetória, onde passei 25 anos. Saí em 2008, por causa da aposentadoria. Fico feliz em ver o quanto a Instituição conseguiu se desenvolver. Parabéns a todos que contribuíram e contribuem para esse crescimento. Saber que fiz parte da Adote me deixa orgulhosa. E espero que continue realizando excelentes trabalhos, reabilitando e incluindo pessoas”.
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Depoimentos Tereza Elisabeth Gurgel de Faria Ex-Presidente
“Em 1989, estava cursando Pós-graduação em Educação Especial, na UFRN, fui fazer uma visita à Adote para desenvolver um trabalho de estudo de caso, foi paixão a primeira visita. Ainda tive a sorte de encontrar o amigo e saudoso Ubiratan Pergentino, na época, vice-presidente da Adote. No ano seguinte, fui trabalhar lá na natação terapêutica. Em 1997, assumi a direção da Adote, num momento de muita dificuldade financeira e com uma estrutura física deficitária, funcionando tudo em um único prédio. Mas, graças à abnegação, amor e persistência de todos os profissionais, juntos conseguimos vencer as dificuldades. Logo foi iniciada a inclusão na Escola Madre Fitzbach, sendo separada do atendimento terapêutico, passando a funcionar em outro prédio. Na Adote, a pessoa com deficiência é sempre tratada com respeito”.
Maria Madalena Gurgel A. Bezerra
Ex-professora da Adote
“Comecei a trabalhar na Adote no ano de 1981, quando foi criada a Escola Madre Fitzbach, com duas turmas para alunos com necessidades especiais. A minha turma era composta por alunos com deficiência física, múltiplas e outras síndromes que, enquanto educadora, não tinha um diagnóstico. Muitas vezes, tive que fazer o papel de enfermeira, psicóloga e mãe, por serem tão carentes em todos esses aspectos. Hoje, sou feliz, pois nunca usei de preconceito e discriminação com meus alunos, desde o mais carente ao mais comprometido com sua deficiência, apesar de ter que enfrentar muitas dificuldades para alfabetizá-los, sem recursos financeiros e tecnológicos. Sou grata a eles, pois cresci como pessoa humana num mundo tão desigual”.
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A Presidente e a Vice ao lado dos coordenadores da Adote
30 anos reabilitando e incluindo
pessoas
O crescimento da Associação de Orientação aos Deficientes – ADOTE foi fruto do esforço das pessoas que fizeram e fazem a Instituição. Uma grande comunidade formada por funcionários, voluntários, usuários e familiares. O que fez a Adote crescer foi a união de todos os que estavam e estão aqui. A constatação é da Presidente Francisca Soares Souza e da Vice-presidente da Instituição, Maria Augusta Lambert da Costa. Francisca Soares Souza (Presidente)
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Francisca ingressou na Adote em 1991 e está na diretoria desde 2007. Sua intenção é dar continuidade ao crescimento, e que a Instituição torne-se uma referência no Rio Grande do Norte, em termos de atendimento e nos serviços oferecidos. No início, as dificuldades foram muitas; a estrutura era bastante precária. Como Francisca, Maria Augusta também integra a Adote há muitos anos e, inclusive, presidiu a Instituição nos anos de 2003 a 2005. “Quando cheguei aqui, em 1989, só havia a escola, os setores médico, de fisioterapia, odontologia e serviço social. A evolução foi sentida em todos os aspectos, principalmente pela clientela”, destacou. A partir do ano 2002, o setor de telemarketing foi um dos responsáveis por tornar a Adote conhecida, tanto na comunidade onde está localizada, no bairro de Cidade da Esperança, como na cidade e no Estado. Além de arrecadar doações que mantêm a Instituição, o setor expli-
ca aos doadores o funcionamento e os serviços prestados. Outro fator que contribuiu para esse crescimento foi a participação em eventos ligados à questão da deficiência. Francisca lembra as comemorações de datas festivas, que sempre fizeram parte da programação social. Festas, como a Páscoa, o São João e o dia das crianças, contavam com a participação não apenas dos usuários, mas de seus familiares e das pessoas da comunidade. No fim do ano, as famílias dos usuários recebem cestas natalinas doadas por pessoas físicas e empresas parceiras. No Natal de 2011, por exemplo, foram distribuídas cerca de 600 cestas. A direção aproveita o ano em que a Adote comemora uma data tão significativa para inaugurar as novas instalações, lançar o novo site e uma revista especial em homenagem aos 30 anos de história. Ainda no segundo semestre deste ano, será promovido um evento científico que discutirá temas relevantes
Maria Augusta Lambert da Costa (Vice-Presidente)
sobre deficiência. “As dificuldades existiam, mas a gente correu atrás das conquistas. O convênio com o Sistema Único de Saúde – SUS, no ano de 2008, ajudou a Adote a evoluir muito. A equipe é muito engajada. Assim, vencemos os desafios. Estamos com quase 100 funcionários, e fazer parte dessa história representa um importante aprendizado em nossas vidas”, finalizam.
Equipe da Adote: professores, assistentes sociais, médicos, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, odontóloga, equipe de apoio, equipe administrativa e recepcionistas Edição Comemorativa - Adote 30 anos
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Grandes realizações nos últimos cinco anos marcam a atual gestão da Adote Melhorias na infraestrutura Reforma
1 Sala do Projeto Semear;
1 Salas de Fonoaudiologia, ampliando para duas salas de atendimento;
1 Telemarketing;
1 Salas de Psicologia, ampliando para duas salas de atendimento; 1 Sala de Brinquedoteca; 1 Sala de Reuniões “Ubiratan Pergentino”; 1 Reforma da Cozinha p/ industrial; 1 Fachada da Sede; 1 Ampliação do almoxarifado Construção
1 Recepções (geral e atendimento médico); 1 Guarita e ampliação do sistema de segurança; 1 Forro de PVC nas salas; 1 Quadra esportiva; 1 Construção do D.L – Depósito de Limpeza; 1 Banheiros para funcionários; 1 Vestiário para funcionários;
Outras melhorias 1 Aquisição de carro para uso institucional; 1 Troca de ônibus adaptado para melhor atender a comunidade;
1 Setor Administrativo, construindo: sala da presidência c/ recepção; sala da vice-diretoria; tesouraria e recursos humanos;
1 Elevador adaptado;
1 Construção do Centro de Reabilitação Shirley de Carvalho compreendendo o atendimento da fisioterapia, estimulação e terapia ocupacional (tecnologia assistiva);
1 Informatização de salas administrativas e de atendimento;
1 Auditório Maria Necy de Souza com capacidade para oitenta pessoas; 1 Sala de Psicopedagogia; 1 Sala de atendimento médico; 1 Sala das Mães Francisca Moura; 1 Construção do Bazar para angariar recursos para a instituição; 1 Sala de Arte-terapia; 10 Edição Comemorativa - Adote 30 anos
1 Climatização de salas administrativas e de atendimento;
1 Implantação de novo sistema de informática; 1 Reformulação do Site Institucional; 1 Ampliação da arrecadação na campanha do Cidadão Nota 10, sendo pelo segundo ano consecutivo a maior em arrecadação no Estado; 1 Passou a integrar a Rede Estadual de atendimento a Pessoa c/ Deficiência prestando serviços de média complexidade dentro dos procedimentos ambulatoriais do Sistema Único de Saúde - SUS.
Galeria de fotos
A esposa do ex-vice-presidente José de Alencar, Mariza Campos Gomes da Silva, em visita à Adote
Crianças e adolescentes visitam o Memorial Câmara Cascudo
A ex-governadora Wilma de Faria na benção de inauguração da sede da escola
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Educação inclusiva Escola Madre Fitzbach
“O que necessitamos é de um trabalho articulado e cauteloso, construído com o máximo de respeito e seriedade, por ambas as partes – família e escola – visto ser o respeito às diferenças um aspecto essencial e inerente ao ser humano”. Esta é a missão educacional da Adote, que vem sendo cumprida desde a sua fundação. Até 1981, realizar esse propósito era tarefa árdua, pois as aulas eram realizadas numa sala improvisada, ao lado da Igreja Nossa Senhora da Esperança, voltadas especificamente deficientes auditivos. 12 Edição Comemorativa - Adote 30 anos
Mesmo sem recursos, mas, devido a uma demanda crescente, foi necessário alugar uma casa próxima à igreja, para manter o atendimento de qualidade. No ano seguinte, após conseguir um terreno no mesmo bairro, foi iniciada a construção da Adote, ampliando, assim, o campo de atuação na área educacional e passando a atender, em duas salas de educação especial, a uma clientela formada por pessoas com qualquer tipo de deficiência. Em 1995, a ação pedagógica de-
senvolvida pela Adote foi reconhecida pela Secretaria de Educação do Estado e passou a ser chamada de Escola Madre Fitzbach. Ao longo dos anos, a Escola Madre Fitzbach, agora em sede própria e com atendimento da Educação Infantil ao 5º ano, iniciou um processo de inclusão, convidando os irmãos dos alunos, até então atendidos, para estudarem na escola. Esse processo acabou se tornando referência para outras instituições de ensino. Com uma demanda crescente, em 2003, um projeto desenvolvido na
Instituição foi apresentado ao povo do Japão, através de seu Consulado, em Recife. Aprovado, o projeto viabilizou o financiamento da construção do prédio onde hoje a escola está instalada. Além dos recursos do Japão, a Adote recebeu doações do Governo do Estado e da comunidade, que colaboraram para a conclusão da obra. No ano de 2005, a construção foi acompanhada de perto pelo Consulado Japonês, que, inclusive, esteve presente na inauguração, através do cônsul daquele país. Da sala improvisada, no salão paroquial da Igreja Nossa Senhora da Esperança, à Escola Madre Fitzbach, atende anualmente 250 crianças com ou sem deficiência - do 1º ao 5º ano - nas faixas etárias de 6 a 12 anos, nos turnos matutino e vespertino, com uma estrutura que dispõe de seis salas da aula, uma quadra esportiva, refeitório, cozinha industrial, biblioteca e salas administrativas. Hoje, propondo pedagogicamente as diretrizes e parâmetros do MEC e trazendo princípios e valores do respeito às liberdades individuais e coletivas, a ética, a inclusão, a solidariedade, a interdisciplinaridade, a justiça e a valorização humana, a Escola Madre Fitzbach confere reconhecimento, além de ser campo de formação de alunos de faculdades e universidades do município. Por sua importante atuação no campo da educação e no processo de inclusão que se desenvolveu ao longo de sua trajetória, em 2008, através do apoio do CONSEC – Conselho Estadual da Criança e do Adolescente, a Adote transcreveu suas experiências na cartilha elaborada pela equipe pedagógica da Escola Madre Fitzbach: “Conceitos e possibilidades de uma educação inclusiva”. A cartilha aborda os conceitos da inclusão, os artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA),
O Cônsul do Japão na inauguração da escola
a classificação das categorias da deficiência, os dados estatísticos a respeito das pessoas com deficiência, os desafios de uma escola inclusiva, dicas, mitos e verdades, além de orientações de como se comportar diante de uma pessoa com deficiência. Quem foi Madre Fitzbach? Marie Josephte Fitzbach nasceu no ano de 1806, em Quebec (Canadá). Aos 43 anos, em dezembro de 1849, abriu um refúgio para mulheres que saíam da prisão sem recursos e sem abrigo. Fundadora das Servas do Coração Imaculada de Maria (Irmãs do Bom Pastor de Quebec) era considerada uma mulher de oração, de sabedoria e de ação. A contribuição missionária da Congregação ganhou o mundo, chegando a vários países através do trabalho de suas missionárias. As Irmãs do Bom Pastor chegaram ao Brasil em 1973. Madre Fitzbach faleceu em Quebec, no ano de 1885. A Escola recebeu o nome desta Missionária, visto ter sido a congregação a que ela pertenceu, a enviar os primeiros recursos para o início do trabalho desenvolvido pela Adote. Edição Comemorativa - Adote 30 anos
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Saúde Segundo a secretária e voluntária, Maria Necy de Souza, o setor de saúde da Adote recebe diariamente uma grande demanda de usuários com e sem deficiência, oferecendo um atendimento humanizado e de qualidade. O usuário, ao procurar a instituição, é encaminhado ao serviço social, onde recebe os encaminhamentos necessários para o atendimento.
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Diariamente, são realizados aproximadamente 700 atendimentos nas seguintes especialidades: psicologia; natação terapêutica; hidroterapia; estimulação; fisioterapia; serviço social; arte terapia; odontologia; fonoaudiologia; neurologia; educação condutiva; terapia ocupacional, e ortopedia. Edição Comemorativa - Adote 30 anos
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Aqui se produz arte
Centro de Convivência Terezinha Gurgel de Faria A cultura forma o tripé da Adote, juntamente com os setores da saúde e educação. É lá onde a arte criativa ganha corpo em forma de dança, música, teatro, quadros, mosaico e tudo o que a imaginação permitir. O Centro de Convivência Terezinha Gurgel de Faria, local onde a arte é colocada em prática na Adote, foi criado em julho de 2007, inspirado na APAE de São Paulo. O nome é uma homenagem a uma antiga vo-
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luntária da instituição. O trabalho iniciou com uma oficina de mosaico e outra de bijuteria. A coordenadora do centro, a arte-educadora Edízia Lessa, conta que já existiam algumas manifestações culturais, como a dança, a capoeira e as artes plásticas. “O principal objetivo era oferecer cultura aos usuários, seus acompanhantes, familiares, além de estender o serviço a pessoas da comunidade”, destaca. Somente em 2011 passaram
pelos projetos do centro de convivência Terezinha Gurgel de Faria 654 pessoas. “A cada ano, registramos um crescimento na ordem de aproximadamente 13% no número de pessoas atendidas. Para dar conta desse crescimento, procuramos sempre buscar pessoas que diversifiquem as atividades”. Algumas oficinas atendem uma faixa etária bastante diversificada, a partir dos cinco anos, sem limite de idade.
Todas as oficinas, exceto a de mosaico, funcionam durante o ano inteiro e nos dois turnos, inclusive a de inclusão digital. No centro, as pessoas aprendem e ensinam. “Há pessoas que chegam aqui para aprender uma técnica e terminam ensinando outra arte que dominam. É uma troca”, acrescenta Edízia. Os produtos são comercializados em feiras e eventos e se torna fonte de renda tanto para as pessoas que participam como para a instituição. E como parceria é uma das palavras-chave no contexto cultural da Adote, a coordenadora do centro explica que a oficina de mosaico, ministrada por ela, é custeada pelo Instituto Lojas Renner, que fornece todo o material utilizado pelas alunas. A instituição também conta com a parceria com a Faculdade Maurício de Nassau, que patrocina a oficina de artesanato, ministrada por voluntários.
Se, através da arte, o artista interpreta o mundo em que vive, que o Centro de Convivência Terezinha Gurgel de Faria seja sempre um berço para que essas expressões culturais continuem revelando o belo nas suas mais variadas formas.
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Missa
No dia 04 de abril deste ano, toda a comunidade Adote se reuniu na Missa em Ação de Graças em homenagem aos 30 anos da Instituição. Estiveram presentes membros da diretoria, funcionários, colaboradores, usuários e familiares, além da fundadora Shirley Carvalho e de pessoas que sempre colaboraram com a Adote ao longo desses anos. A missa foi celebrada na Igreja de Nossa Senhora da Esperança, pelo Pe. Augusto.
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Depoimentos
Hermano Morais | Deputado Estadual Comemorar os 30 anos da Adote é uma grande alegria para mim. E não tenho dúvida de que esta alegria é compartilhada por muitos e está presente nos corações de todas as famílias que já foram assistidas por esta respeitada e reconhecida Instituição. Reconhecedor que sou deste trabalho e colaborador de suas ações beneméritas, admiro profundamente a dedicação e o carinho dos funcionários da Adote (sendo muitos destes voluntários) para com os mais necessitados. A resposta é visível no sorriso de cada criança, adolescente e adulto que recebem ou já receberam o atendimento erapêutico e educacional da Instituição. Ajudar aos outros é uma luta difícil, bem sabemos. Mas é um sonho que se torna realidade a cada dia, graças ao esforço de todos. É com muita felicidade que parabenizo, em nome de Shirley, grande idealizadora do projeto, a todos que construíram e constroem essa bela história, pedindo a Deus que continue iluminando aos que cumprem com louvor essa grande missão chamada Adote. Parabéns!
Márcia Maia | Deputada Estadual Os 30 anos da Adote representam não apenas a fundação de uma Instituição de defesa dos direitos da pessoa com deficiência, mas um verdadeiro marco na história de luta pela inclusão e reabilitação no Rio Grande do Norte. São três décadas de trabalho sério, dedicado e responsável em prol, não apenas da pessoa com deficiência, mas, sobretudo, da família. Acompanho o trabalho da instituição há muitos anos e sempre procurei oferecer condições para que esse braço importante da sociedade civil organizada pudesse se desenvolver e beneficiar cada vez mais pessoas – atualmente, são mais de 1.500 cadastrados – com um trabalho imbuído de amor e solidariedade. A dedicação, competência e credibilidade desse trabalho faz com que a Adote seja uma das instituições mais importantes do Estado, na defesa das causas sociais e na reabilitação e ressocialização da pessoa com deficiência. Nosso mandato tem orgulho de caminhar junto, apoiando esta causa.
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Profa. Wilma Maria de Faria Ex-Governadora do Estado do RN
No momento em que a Adote comemora 30 anos de existência, compartilho das alegrias desta data como parceira de sua luta e partícipe de sua história. Em 1982, como presidente da Comissão Estadual de Apoio à Pessoa com Deficiência, tive a oportunidade de ajudar a recém-criada Adote na doação de um terreno da COHAB, que hoje abriga sua sede e atende a mais de 1.500 pessoas, através de um trabalho de assistência integral e de inclusão social. Já à frente da Prefeitura Municipal de Natal, foram firmados convênios para manutenção das atividades, garantindo a melhoria da qualidade de vida dos beneficiários, principalmente de crianças e adolescentes que lá encontram valorização pessoal, superação de suas limitações e desenvolvimento de suas potencialidades. Mais recentemente, quando Governadora do Esta-
do, a Adote foi inserida na Rede Estadual de Apoio à Pessoa com Deficiência, com acesso e garantias das demais instituições congêneres. Acompanhei de perto o crescimento da Adote e, graças à incansável luta dos seus dirigentes, à competência dos seus profissionais e à dedicação dos seus voluntários, a Instituição se consolidou como Centro de Referência no tratamento do deficiente, reconhecido e respeitado em Natal e no Rio Grande do Norte. Parabéns à Adote pela trajetória de sucesso, lembrando o trabalho profícuo de sua primeira presidente Shirley Rodrigues, e de Tereza Gurgel de Faria, Ana Lucia, Augusta e Francisca Soares, mulheres que souberam dedicar-se a tão nobre missão, influindo decisivamente nos resultados alcançados. Meu abraço carinhoso a todos os que integram esta grande família, na certeza de que o amor incondicional dos que ADOTARAM esta causa é a base das suas conquistas e das suas muitas vitórias!
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Vocês fazem parte
dessa história “Minha filha tem hiperatividade e não tinha desenvolvimento. Começou a estudar na Adote e foi muito bem acolhida. Hoje, ela faz atendimento com a psicóloga, natação e frequenta a brinquedoteca. Ela melhorou bastante após iniciar o tratamento. Antes era agressiva, hoje está bem diferente, amorosa. Gostamos muito daqui e o resultado tem sido excelente”. Francisca Neide da Silva, mãe de Lays Yona Silva, 12 anos. Frequenta a Adote há 7 anos. “Só tenho o que agradecer à Adote. Meu filho faz terapia e recebe atendimento na fonoaudiologia. Passei mais de um ano aguardando a vaga, mas valeu a pena”. Adriana da Silva, mãe de Michael Antônio da Silva Paiva, 4 anos e 9 meses. Frequenta a Adote há mais de um ano. “Eu gosto muito daqui. O atendimento é muito bom e os resultados positivos”. Francimeire dos Anjos Nascimento, acompanhante do Sr. Francisco Moreira, que começou a frequentar a Adote após sofrer um AVC. “Depois que os meus filhos chegaram à Adote melhoraram consideravelmente. O atendimento, em todas as áreas, é muito bom”. Cristina de Lima, mãe de José Felipe de Lima, 12 anos, e José Gabriel de Lima, 10 anos. Frequenta a Adote há 4 anos.
30 anos de atendimento, com dignidade e respeito
Seus gestos traduzem a nossa satisfação
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