Revista Matérnitas Edição 3

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VENDA PROIBIDA

Ano 1 – Nº 3 – Novembro/2015 a Janeiro/2016

Precisamos falar sobre o puerpério Mãe recém-nascida

O bebê está em casa. E agora? A importância da rotina de sono do bebê


Editora Matérnitas Ltda. CNPJ: 21.600.649/0001-13 (84) 3025-1483 revistamaternitas@gmail.com revistamaternitas @revistamaternitas Foto da capa Studio Anny Barreto Mamãe: Ana Paula Louise Saldanha M. S. Matias Especialista em Qualidade nos Serviços de Saúde (Faculdade Ciências Médicas/MG) Revisão Linguístico-Textual: Tito Matias (Mestre em Literatura Comparada/UFRN) Periodicidade: trimestral Impressão: RN Econômico Tiragem: 5.000 exemplares

Um grande abraço,

Diagramação e arte: Faça Comunicação e Design Comercial: Louise Matias (84) 99688-9358 Almir Fernandes (84) 99898-8010

Nesta edição, a Revista Matérnitas está focada no puerpério e no cuidados com o bebê do ponto de vista da mãe. Isso mesmo, esta edição foi toda feita de mães para mães, para que momentos bons e aqueles não tão bons assim sejam compartilhados, com o intuito maior de diminuir o peso da responsabilidade maternal e de multiplicar as grandes experiências, além das risadas, envolvidas na jornada da maternidade. Mães recentes, principalmente as de primeira viagem, sofrem muito estresse devido às informações desencontradas e julgamentos que acabam gerando insegurança e, por consequência, um sofrimento desnecessário tanto para a mãe quanto para o bebê. Para isso, elaboramos esta edição “de mães para mães”, para que todas as gestantes e recém-mães consigam deixar de sentir que “isso só acontece comigo”. Sabemos que a maternidade/paternidade é uma jornada repleta de descobertas, algumas incertezas, novidades diárias e também de muitas alegrias e é por isso que estaremos aqui sempre com a missão de facilitar a vida de quem “espera”.

Louise Matias

www.maternitasrn.com

(Mãe e Fundadora do Projeto Matérnitas revistamaternitas@gmail.com)

PONTOS DE DISTRIBUIÇÃO A revista encontra-se também a disposição para leitura nas principais clínicas de obstetrícia de Natal.

INSTITUTO DE RADIOLOGIA Tirol Av. Afonso Pena, 74, Tirol – Natal-RN Harmony Medial Center Rua Cel. Joaquim Manoel, 615, 1º Piso Sala 107, Petrópolis Zona Sul Av Lima e Silva, Lagoa Nova Parnamirim Rua Edgar Dantas, 254, Santos Reis, Parnamirim/RN

Hemolab - Centro Av. Deodoro Da Fonseca, 284 - Petrópolis

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Expediente/Editorial


Agora é a sua vez...

Não, eu não sabia

amamentar! Apesar de estar na segunda gravidez... sim, tenho o Vitor, meu primeiro filho, com 13 anos de idade, um adolescente. Treze anos depois, em minha segunda gestação, senti que muita coisa mudou, minha cabeça se modificou, minhas crenças mudaram, e vivenciei que cada gravidez é única, e cada filho único. Digo isso

porque a grande maioria das pessoas não entende que cada fase é uma fase, e não é porque você já é mãe que saberá de cara o que fazer com seu segundo filho! Pois bem, a gravidez do João Miguel foi super tranquila e, na minha opinião, amamentá-lo seria puro instinto (pois foi assim com o Vitor, revistamaternitas

que sempre mamou muito bem e ficava por horas grudado no peito). Sonhava com meu bebezinho saindo da minha barriga, sendo colocado em cima de mim, sugando o peito, enquanto sentia a primeira descida do leite. Mas não foi assim que aconteceu! Quando o João nasceu, ele foi coloca-

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do em cima de mim, mas ele não procurou o peito, me olhou, ainda como que sem entender porque saiu do seu lugar quentinho, escuro e seguro, e agora tinha tanta gente que ele nem conhecia lhe observando. Colocaram-no sobre mim, mas João Miguel não demonstrou nenhum interesse em mamar, estimulamos o peito, mas o leite não aparecia. Ficamos na sala de parto por algumas horas ate sermos liberados para o quarto do hospital. Pedi para que colocassem João Miguel junto de mim, para que pudesse sentir o seu cheiro, aconchegá-lo, mas tive esse direito negado. Horas depois já no quarto, o coloquei no peito, estimulei, pedi ajuda as enfermeiras para estimular, e foi então que o peito começou a encher. Contudo, o João parecia não ter interesse nenhum pelo peito, queria dormir, como se não entendesse que mundo era esse que estava aqui fora. Oito horas após o parto, já de madrugada, sem conseguir dormir, com sono, e sem o menor interesse em sugar o peito, o João chorava copiosamente, sem consolo. As enfermeiras o pegaram e deram água glicosada em um copinho de café, através de uma gaze, e com fome o Joao sugou tudo, e se acalmou. Dias depois, descobrir o que era essa água glicosada que, sem orientar as mães, dentro dos hospitais, ofertam aos recém-nascidos. Logo pela manhã fomos liberados para ir para casa, saímos do hospital, e eu toda feliz, meus seios cheios de leite, finalmente no sossego de casa, no aconchego do seu quarto, o bebê iria conseguir mamar! Estava confiante, tinha que dar certo, afinal passei toda minha gravidez abominando as mamadeiras, e havia excluído esse item da lista de compras do João Miguel. Segunda madrugada de choro, sono, cansaço, bebê irritado, com fome, e a casa inteira acordada. Choramos juntos, eu, o bebê, o pai do bebê. Não sabia o que fazer, vi o dia amanhecer, os meus seios endurecendo de tanto leite e simplesmente o João 4 REVISTA MATÉRNITAS

Miguel não conseguia mamar e quanto mais o leite empedrava, menos ele conseguiria sugar. Às cinco horas da manhã, resolvi pedir socorro, pensei em ligar para uma amiga mais próxima, para minha mãe, para alguém que pudesse nos ajudar. Indicaram-me uma enfermeira e de imediato liguei, mas ela só tinha disponibilidade para os próximos dois dias. Fomos a um centro de atendimento pediátrico e lá, com a ajuda de uma enfermeira, consegui desmamar e amamentar, mas o que o bebê conseguiu se alimentar foi embora na primeira fralda suja. Fui indicada a comprar um leite artificial e uma mamadeira, até que o bebe conseguisse mamar. Com isso, senti vontade de sair correndo de lá.

Mikarla Ramos, Mãe de Vitor (13 anos) e João Miguel (06 meses) Resolvemos procurar um banco de leite, onde fui instruída sobre ordenha manual, como tirar o leite e como fazer João Miguel sugar através da gaze. Sai de lá frustrada e triste porque meu sonho de amamentar continuava latente. Não desisti! Sempre acreditei que aquele era o melhor alimento para o meu filho. Na volta para casa, olhava para o João no meu colo, triste e sem saber o que fazer, ele sabia sugar, eu tinha leite, mas não conseguíamos fazer isso juntos: eu ficava nervosa, ele irritado, e nada acontecia. Ainda no elevador, encontramos uma vizinha, e em uma rápida conversa, relatei o que estava acontecendo. Minha vizinha se prontificou a ajudar; procurar alguém na igreja que pudesse me ajudar. Algumas horas depois, recebi em casa um anjo! Uma enfermeira de uma UTI neonatal que, assim como eu,

compartilhava desse mesmo desejo de fazer o João mamar e que não desistiria tão facilmente assim como eu... Ficamos por horas com o João no colo, fizemos a ordenha manual e desobstrução da mama, procuramos várias posições para que ele se sentisse confortável, e todas as vezes que eu estava para me desesperar, ela olhava nos meus olhos e dizia: Nós vamos conseguir! Tenha Calma! Aquele olhar e aquela serenidade nos envolviam e eu fui adquirindo a tranquilidade que precisava e aprendendo lentamente a amamentar. Sim, eu não sabia amamentar! E sei que, assim como eu, muitas mulheres não acreditam no seu corpo, na sua capacidade de alimentar os seus filhos e, por falta de apoio, seja em casa, nos hospitais, ou entre amigas, acabam desistindo! Senti-me como aprendiam as mulheres outrora, com suas mães, avós, tias, todas amamentando as suas crias. As mamadas do João não foram as mais tranquilas, e até que ele se acostumasse com essa nova fase, sofremos e aprendemos juntos. Tive o privilégio de ter total apoio em casa, e sempre que pensava em fraquejar, em desistir, fui amparada com o discurso de que o meu leite é o melhor alimento do mundo... vocês vão conseguir... nós não vamos desistir! Claro que sei que existem casos de mulheres que, de fato, não conseguem amamentar, mas esse número é minúsculo, diante de tantas outras que podem e que, por opção, não o fazem. E hoje o que digo para outras mulheres com a mesma dificuldade que eu tive, é que não desistam... procurem apoio, ajuda, se instruam, se cerquem de pessoas que possam ajudá-las e busquem o sonho de amamentar, em livre demanda, e até quando os seus bebês desejarem!

Se você também tem uma história inspiradora para contar, compartilhe conosco e sua experiência poderá se tornar a matéria da próxima edição.



Gestar e maternar

Precisamos falar sobre o

puerpério

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[...] os dias que seguiram o parto foram dias de luto. Luto, pois aquela mulher que eu era antes nunca mais poderia ser a mesma. Aquela mulher precisou ser – fisicamente e psicologicamente – recriada, transformada, redescoberta e as suas vontades, sonhos e necessidades também. Claro, quando me preparava pra ser mãe imaginava isso… Mas não imaginava o grau de dificuldade da transformação justamente por essa dor não ser devidamente exposta e falada como deveria ser. - Julia Harger, do Blog Vegana é a sua Mãe.

Por definição, puerpério é o período compreendido após o parto até a regularização do organismo, quando ele retorna às suas condições pré-gravídicas. Ele pode ser dividido em: imediato (1° ao 10° dia), tardio (11° ao 42° dia) e remoto (a partir do 43° dia), ou seja, o famoso resguardo ou quarentena. Essa fase também é conhecida como Baby Blues, na qual a mãe se questiona sobre seus próprios sentimentos diante de tantas mudanças repentinas na sua rotina e no seu corpo. Constitui-se diferentemente de uma depressão pós-parto, na qual os sintomas são intensos e podem prejudicar o cuidado com o bebê. Quando estava grávida, uma pessoa próxima me disse o seguinte: os primeiros 15 dias são horríveis, depois melhora. Eu nunca repeti isso para ninguém! Primeiro porque não foi assim comigo e também é o tipo de comentário que pode desestruturar emocionalmente uma gestante. Apesar de saber que a intenção era das melhores (um conselho, talvez), aquilo não me abalou. Saí da maternidade para minha casa com aquele pacotinho nos meus braços. Sabia que ele dependia exclusivamente de mim. E foi com esse sentimento de responsabilidade que eu encarei o desafio de cuidar de um recém-nascido. A maternidade me trouxe empoderamento. Eu me lembro de ter passado por alguns consultórios em busca do pediatra, mas um em especial me marcou pela pergunta que ninguém havia me feito. Como você se sente? Imaginaria a vida sem o seu filho? Eu só tomava um banho por dia, mas não era um sacrifício e sim a minha escolha. Tinha plena consciência que aquela era a minha condição. Eu estava em casa, de licença, para servir ao meu filho. Não estava preocupada com as brincadeiras sobre a minha magreza. Realmente, eu sequei. Aumentei 8 quilos durante a gestação e perdi dez antes de um mês. Amamentei em livre demanda. Era cansativo? Eu ficava exausta? Sim! Apenas segui os meus instintos e me entreguei cegamente e surdamente ao momento que o meu filho mais precisava de mim. Essa foi a minha experiência, mas nem sempre é assim. Algumas mães enfrentam tristeza e melancolia com a chegada do bebê. E sim, é tudo culpa dos hormônios. Somos movidas por eles! Até hoje não sei como escapei desse distúrbio transitório de humor. E é por isso que precisamos falar sobre o puerpério, pois, para muitas mulheres, “o pós-parto dói mais que o parto”. O fato de esse lado difícil ser escondido pela socierevistamaternitas

“A compreensão da família, parceiro e amigos é a melhor ajuda. A solução está em nossas mãos para darmos as puérperas o devido apoio, o amor, a empatia que elas precisam”. dade ainda piora, já que, além do luto que muitas mães podem sentir, vem a culpa. “Todo mundo diz que a maternidade é a melhor coisa do mundo, por que é que eu não estou sentindo isso?”. Sentimos não estar correspondendo ao que todos esperavam de nós como mães (ou do que nós mesmas esperávamos da nossa “versão mãe”). Recentemente, a estadunidense Danielle Haines publicou no facebook seu relato sobre o puerpério. O depoimento encorajou outras mulheres a contarem sobre suas dificuldades, o que gerou uma grande rede de apoio. Certamente, uma rede de apoio à puérpera é essencial. A compreensão da família, parceiro e amigos é a melhor ajuda. A solução está em nossas mãos para darmos as puérperas o devido apoio, o amor, a empatia que elas precisam. E quando conversar com futuras mamães, que tragamos isso em pauta, para que saibam que o processo é normal e é finito. Assim, quem sabe, possamos aliviá-las da uma possível culpa. A camisola, o sutiã com a mancha do leite que vazou e a libido que está desaparecida... Tudo isso passa e o que fica é o amor ali cultivado. A conexão mãe-bebê nos primeiros dias é fundamental para o resto da infância. Contudo, se você se sentir frágil não se culpe! Repita sempre o mantra da maternidade: é só uma fase. E lembrem-se: a culpa é dos hormônios! Carol Maciel Mulher, mãe, esposa, jornalista e autora do Blog Palavra de Mãe. @blogpalavrademae / facebook.com/blogpalavrademae / blogpalavrademae.com.br @revistamaternitas

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Gestar e maternar

O bebê está em casa.

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A partir do momento que mãe e filho saem da maternidade, uma nova e intensa rotina invade a vida dos dois. Enquanto o bebê ainda é frágil e está se adaptando ao novo ambiente, a mãe e o pai também precisam se acostumar com a presença do recém-chegado membro da família e de todos os cuidados que ele precisa. Entre choros, amamentação e fraldas, não é fácil saber exatamente o que é certo fazer, sobretudo para as mamães e papais de primeira viagem. É um momento em que toda colaboração é bem-vinda, e, familiares e amigos devem saber o momento certo de se aproximar, oferecer ajuda ou visitar. A mãe, no entanto, é quem mais parece ter que se preparar para

este momento. O recém-nascido é muito frágil e completamente dependente da mãe. Ela deve estar pronta para um grande acúmulo de trabalho, pois seu bebê não tem horário para nada, vindo a ocupar todo o tempo materno com os cuidados que necessita. Ou seja, a mãe já deve se preparar para isso antes do parto, deixando combinado, por exemplo, com alguma pessoa próxima para fazer as tarefas domésticas ou preparar as refeições enquanto ela cuida do filho. Chorar, mamar, arrotar, sujar a fralda, dormir. É basicamente isso que seu filho vai fazer durante os primeiros meses de vida. E, entre uma mamada ou um soninho e outro, você vai ter a certeza de que ele sorriu, balbuciou, reconheceu sua voz. Esse é um período justamente de reconhecimento, de conhecimento, de experiência, mas, principalmente, de adaptação a uma rotina completamente diferente de tudo que você já viveu. Apesar de nem sempre ser uma fase tranquila, acredite ou não, você vai sentir saudade até das noi-

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tes em claro com o pequeno no colo. Porque é verdade, sim, que as crianças crescem rápido e cada etapa é diferente. Então, para ajudar você a superar aquele frio na barriga do começo, relatamos aqui algumas dicas e orientações para os primeiros dias, desde a amamentação até o banho; pequenos detalhes que facilitam a nova rotina que a chegada de um filho traz para a vida da família.

Amamentar requer paciência e persisitência!

Amamentar é uma tarefa que exige orientação. Não ache que você vai conseguir dar o peito com facilidade para seu primeiro filho sem receber alguma instrução. Nessa hora, avós, enfermeiras e até médicos se tornam tutores. No passado, a mulher recebia todas as referências em casa.

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Hoje em dia, as famílias estão mais dispersas e menos participantes. Por isso, fique alerta. Existem técnicas para tornar os mamilos mais propensos à amamentação, inclusive para evitar rachaduras. Agora, se o bebê demorar a pegar o peito e começar a chorar, não se desespere. E, principalmente, não desista do aleitamento. Vale à pena ter paciência e insistir. Os primeiros dias de amamentação podem ser difíceis porque o que a mãe produz primeiramente é o colostro, e pode demorar entre 3 a 4 dias, ou mais, para o leite começar a ser o alimento do bebê. Para algumas mulheres, o colostro pode ser espesso e amarelado, para outras, fino e aguado. O colostro contém muitas propriedades protetoras, incluindo substâncias antibacterianas e substâncias que aumentam o sistema imunitário do bebê e que não se encontram na fórmula. A descida do colostro é muito lenta, o que permite ao bebê aprender a coordenar a sucção, o respirar e o engolir. Para uma mãe que fez cesariana, o leite pode demorar mais tempo a aparecer. Além disso, seguem outras dicas sobre a amamentação: amamentar o bebê o mais precocemente possível e estar empenhada para essa função; g amamentar o bebê em regime de livre demanda, ou seja, sempre que o bebê desejar; g observar se a pega e o posicionamento do bebê estão adequados; g posicionamento do bebê: posicionar o bebê de tal forma que ele fique com o rosto de frente para a mama, com o nariz na altura do mamilo, com o corpo próximo ao da mãe (“barriga com barriga”) e com a cabeça e o corpo alinhados e bem apoiados; g pega adequada: o bebê deve abocanhar a maior parte possível da aréola. O lábio inferior do bebê deve estar voltado para fora e o queixo deve tocar a mama; g não é recomendado pinçar os mamilos entre os dedos médio e indicador; g

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manter a amamentação exclusiva até os 6 meses; g a partir dos 6 meses, começar a complementar a alimentação com outros alimentos, mas mantendo a amamentação ao peito, pelo menos, até os 2 anos de idade. g oferecer os 2 peitos a cada mamada, mas primeiro é necessário esvaziar uma mama para depois oferecer a outra. Na próxima mamada, comece sempre pela mama que o bebê mamou por último na mamada anterior; g procurar manter-se relaxada, calma e confiante. Não fumar ou ingerir álcool. Não usar medicamentos sem o conhecimento do médico. g

Existem diversas formas de colocar um bebé para arrotar:

Os bebês necessitam de arrotar depois de comerem e, por vezes, pode parecer que os bebês demoram tanto tempo para arrotar como para mamar. Cada mãe tem uma posição favorita para colocar o seu bebê para arrotar. Quando o bebê mama da mãe ou do biberão, ele ingere ar, deixando o seu estômago desconfortavelmente com excesso de ar. O arroto alivia a dor e deixa o bebê mais bem-disposto, mas os bebês são todos diferentes e cada um tem a sua posição favorita para arrotar. Estas são algumas:

g

Sente o bebê no braço e segure-o contra o seu peito. O queixo do bebê deve descansar no seu ombro, enquanto a outra mão segura as costas

g

do bebê, e dá suaves pancadinhas. Segure o bebê no seu colo ou sobre o seu joelho. Suporte a cabeça com uma mão colocando o queixo do bebê na palma da sua mão, pousando o tórax na parte de dentro do seu pulso, mantendo sempre a cabeça numa posição mais elevada. Use a outra mão para dar suaves pancadinhas nas costas do bebê.

Deite o bebê no seu colo com a barriga para baixo. Segure na cabeça do bebê, e certifique-se que está mais elevada do que o peito, gentilmente dê pancadinhas nas costas do bebê.

O choro

É a principal forma de comunicação do recém-nascido. Por esse motivo, muitas podem ser as razões desencadeantes do choro: sede, fome, frio, calor, necessidade de atenção, carinho e muitos outros incômodos: Fome: é um choro mais forte de curta duração, é como se ele chorasse em doses mais curtas, e mais rápido, com tom mais intenso do que um choro de cansaço, por exemplo. Claro que oferecer alimento é o primeiro impulso e também o mais correto em caso de choro. O choro de recém nascido também pode acontecer caso ele esteja precisando arrotar, então se ele mamou e não arrotou, seria bom deixá-lo em uma posição favorável para arrotar. Dor: recém-nascidos podem chorar de dor, ainda mais se as dores forem pelas cólicas. Esse choro é mais comprido, intenso e bem sentido. Ele tende a esticar as pernas e os braços e ficar muito irritado. Esse choro continua mesmo se oferecer o alimento ou trocar a fralda e ele parece mesmo estar bem irritado. Para aliviar as cólicas do recém-nascido, é necessário fazer alguns procedimentos, o mais comum é a massagem de bicicleta: apertar a barriga com o joelho do bebê. Há também a massagem chantala. Existem medicamentos que podem ajudar a aliviar a dor da cólica do recém-nascido, mas esses devem ser receitados pelo médico pediatra. O choro de recém-nascidos também pode ser um choro gritado, que assusta


e muito os pais. O bebê pode dar gritos finos e depois chorar de fato, isso pode significar que está sentindo alguma dor especifica e é importante verificar o que o está incomodando. O recém-nascido também sente falta de aconchego, sente necessidade de colo e de atenção. Por isso, ele também pode chorar de forma diferente, um choro mais discreto, apenas para alertar que ele precisa de alguma coisa, mas não é nada tão forte. O recém-nascido chorando muito também pode indicar irritação e torna-se importante mudar a sua posição, seja no colo ou no lugar onde ele esteja. Eles cansam de ficar muito tempo em uma só posição, até mesmo no colo, além de se cansam de ficar muito tempo deitados no berço, bebê conforto ou carrinho. Já o choro de sono é bem característico, ele é mais sentido do que os demais. Os papais sabem quando o bebê está com sono, com o tempo a rotina fica bem estabelecida e assim os períodos de sono podem ficar bem marcados e é possível saber exatamente que aquela é a hora da soneca. O recém-nascido chorando muito também pode indicar choro de frio ou calor. Normalmente quando ele está com frio as mãos, pés e pernas ficam com uma coloração meio amarelada e com manchas avermelhadas. Entretanto, o recém-nascido também pode chorar simplesmente porque sente falta do ambiente do útero materno. Uma boa solução para quando o bebê está chorando é enrolá-lo como se fosse um charutinho. Assim, ele terá a impressão que está de volta ao útero da mamãe e se sentir melhor. É bom lembrar que cada recém-nascido tem gênio e temperamento diferenciados, então, se o seu bebê é do tipo chorão, tenha paciência, pois é uma fase que passa. Bebês que choram o tempo todo sem motivo aparente devem ser examinados por um pediatra de confiança. Cuide com muito amor, carinho, compreensão e paciência que tudo dá certo no final. É preciso entender que um bebê não chora por manha e sim por necessidades, uma vez que o choro é a única forma de comunicação que ele possui.

Fraldas

A área coberta pelas fraldas deve ser limpa com água morna e algodão. No caso das meninas, tenha um cuidado especial e limpe a área genital sempre da vulva em direção à região anal, nunca do contrário. Há uma grande variedade de marcas de fraldas descartáveis no mercado, algumas contêm um pó perfumado que pode irritar a pele do bebê. Quando perceber alguma irritação, troque de marca.

As fezes do bebê

As primeiras fezes do recém-nascido são chamadas de mecônio. São pastosas, consistentes, de coloração verde-musgo e inodoras. Com o tempo, as evacuações serão mais frequentes, mais líquidas, mais claras e eliminadas juntamente com gases. A frequência das evacuações varia de 4 a 8 vezes ao dia. A consistência e a coloração das fezes também são bastante variáveis e podem apresentar-se de amarelada a castanho-esverdeada e de líquida a pastosa, no mesmo dia. O recém-nascido pode ficar até dois dias sem evacuar. Isso não é comum, principalmente em crianças que mamam no peito, mas pode acontecer. Se o problema persistir, procure um pediatra.

vezes, surgem no mesmo horário, em vários dias seguidos. Tem duração variável, podendo desaparecer em minutos ou durar até horas. Existem várias causas para a cólica e raramente ela está relacionada a alguma doença. Na maioria dos casos, as crises desaparecem em torno dos 3 meses de vida e de forma gradativa. Quando está com cólica, o bebê: chora violentamente, emitindo gritos agudos e altos; g faz extensão e flexão rítmica das pernas; g fica com a face vermelha; g não aceita alimentação. g

Técnicas para aliviar os sintomas da cólica: g massagem abdominal; g compressas mornas na barriga do bebê; g colocar o bebê deitado de bruços sobre o peito ou barriga da mãe, para que o calor do corpo materno aqueça a barriguinha do bebê; g levar o bebê ao colo na posição de bruços, apoiando o abdome dele nas mãos.

A urina

Nos primeiros dias de vida, a urina do recém-nascido costuma conter cristais de urato em abundância, o que deixa uma coloração rosada na fralda. Depois desse período, torna-se de coloração bem clara e a quantidade de urina aumenta. Algumas meninas podem apresentar uma secreção vaginal esbranquiçada ou ligeiramente sanguinolenta, ocasionada pela passagem de hormônios maternos, durante a gestação. Essa secreção é normal.

A cólica

Em geral, os sintomas de cólica aparecem quando o recém-nascido está com 2 ou 3 semanas de vida e, muitas revistamaternitas

Cuidando do coto umbilical

A limpeza do umbigo deve ser feita pelo menos 6 vezes ao dia, após o banho e a cada troca de fraldas, utilizando álcool 70%. Certifique-se de elevar o coto suavemente, de modo que o álcool atinja a área em que o cordão se insere na base. Aos poucos, o coto ficará mais endurecido, seco e escuro. A maior parte cai até a segunda semana de vida e

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um pequeno sangramento é normal. É importante que esta área esteja sempre seca e deve-se evitar o atrito com as roupas. Durante o curativo, o bebê pode reclamar da temperatura fria do álcool. Umbigo não dói!. Ataduras e faixas do “tempo da vovó” são absolutamente desaconselháveis. O que fazer? g limpar o coto após o banho e a cada troca de fralda (se for necessário); g utilizar gaze ou cotonetes embebidos em álcool a 70% para a limpeza; g limpar inicialmente a base e depois todo o coto, fazendo movimentos circulares; g não utilizar faixas, curativos ou qualquer outro produto sobre o coto. Sinais que indicam a necessidade de procurar o pediatra: g vermelhidão na pele ao redor do coto; g secreção com mau cheiro ou purulenta no coto.

Escolha uma hora calma, sem compromissos agendados. Isso vale para qualquer pessoa que vá fazer a higiene, incluindo parentes, babás e empregadas. Deve-se tentar dar o banho no horário mais quente do dia e por volta do meio-dia nas épocas mais frias. Em outros meses, você escolhe. Deixar o banho para noite é uma boa opção, já que o bebê se acalma e dorme tranquilo. Na hora do banho, recomenda-se: lavar a banheira plástica antes do banho com água e sabão. A banheira deve ser utilizada somente para o banho do bebê; g colocar água morna (temperatura em torno de 37 a 38ºC); g utilizar sabonete líquido ou em barra neutro e apropriado para a pele do bebê; g iniciar o banho lavando a face e a cabeça e, em seguida, o tronco e o resto do corpo, deixando por último os genitais e o bumbum; g lavar o coto umbilical normalmente durante o banho; g após o banho, enxugar o bebê delicadamente com uma toalha-fralda macia, iniciando pela face e cabeça, descendo pelo restante do corpo e tendo o cuidado para enxugar bem as dobrinhas. g

Limpando o nariz e ouvidos

O banho

O horário em que os pais estão mais disponíveis e descansados é sempre o melhor. O banho é um momento de interação da família, de grande prazer para o pequeno e até de checagem geral, já que você poderá observar todo o seu corpinho. Precisa ser delicioso!

Espirros ocasionais não devem afligir a mãe, pois são normais em recém-nascidos. No caso de ela perceber que o narizinho do bebê está entupido, deve utilizar soro fisiológico, em temperatura ambiente, se possível, sem conservantes. Deve pingar o conteúdo de um conta-gotas (+ ou - 1ml) em cada narina. É recomendável ter o produto sempre em casa, pois descongestionantes comuns são perigosos para o bebê. A limpeza do nariz e dos ouvidos

Referências: Escobar, Ana - Boas vindas, Bebê 1: do nascimento aos três anos de idade Puppo Filho, Dr. Ruy – Manual do bebê: cuidados e carinhos que valem para a vida inteira. www.deemaeparamae.pt | www.bolsademulher.com.br | www.pastoraldacriança.org.br

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requer atenção especial. Não deve ser feito de qualquer maneira e nem enfiando ponta de toalha ou hastes de algodão. A maneira correta é pegar a haste de algodão e passar delicadamente nas dobras da orelha sem colocar dentro do ouvido. A limpeza é superficial. Mesmo que você veja cera no ouvido do bebê O mesmo acontece com o nariz. Você vai limpá-lo passando a haste de algodão delicadamente apenas na área externa do nariz.

O banho de sol

Você sabe por que é tão importante o bebê tomar banho de sol? Quando o recém-nascido é amamentado no peito, ele recebe a vitamina D através do leite materno. Para que ela seja sintetizada no organismo, é preciso que o bebê seja exposto a alguns minutinhos de sol por dia. Com isso, os raios solares transformam a vitamina D, que estava inativa no organismo, em ativa. Consequentemente, ativa-se, também, o cálcio, fundamental para o crescimento e desenvolvimento dos ossos é absorvido. O banho de sol deve ser realizado sempre antes das 10h ou depois das 16h e com duração entre 5 e 10 minutos em todo o corpo. A mamãe não deve passar protetor solar em bebês com menos de seis meses, uma vez que eles possuem a pele muito sensível e protetores podem causar alergias. A exposição deve ser direta ao sol.

Vacinas

A maioria das maternidades atualmente já aplica a vacina BCG (para prevenção da tuberculose) e a primeira dose da hepatite B. Cheque se o seu bebê foi realmente vacinado, caso contrário, procure um posto de saúde ou uma clínica de vacinação para aplicar as vacinas nos primeiros dias de vida. Louise Saldanha M. S. Matias Mãe, idealizadora e Fundadora do Projeto Matérnitas revistamatérnitas@gmail.com


Previsão do parto

Você sabe quando nascerá o seu bebê? Trouxemos para você uma tabela que facilita bastante este cálculo. Na primeira linha encontre a data do primeiro dia da sua última menstruação. A data que aparece abaixo dela é a sua previsão de parto. Lembre-se que é normal que ocorra com 02 semanas de antecipação ou atraso em relação a esta data prevista.

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 1 2 3 4

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 junho 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 1 2 3 4 5 6 mar./abr. 8 9 10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 julho 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 1 2 3 4 5 6 7 abr./mai. 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 agosto 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 1 2 3 4 5 6 7 mai./jun. 8 9 10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 setembro 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 1 2 3 4 5 6 7 jun./jul. 8 9 10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 outubro 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 1 2 3 4 5 6 7 jul./ago. 8 9 10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 novembro 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 1 2 3 4 5 6 ago./set. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 dezembro 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 1 2 3 4 5 6 7 set./out. 7 8 9 revistamaternitas

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Gestar e maternar

A importância da rotina de

sono do bebê

A notícia sobre a chegada de um bebê traz para a nova família um vendaval de sentimentos novos e desconhecidos. Descobrir-se mãe ou pai 14 REVISTA MATÉRNITAS

não consiste apenas em tomar para si obrigações de cuidado e proteção para com o outro, mas permitir que sua vida seja virada ao avesso por um pequeno

ser imprevisivelmente apaixonante! A chegada do bebê ao lar promove uma mudança completa na rotina da família que se forma. Entretanto, a


adaptação à nova rotina nem sempre é tão simples assim e nesse momento cabe o uso do velho jargão “O bebê não vem com manual de instruções”. Tampouco os pais que, normalmente, não estão preparados adequadamente para essa fase de descobertas e conhecimento mútuo e, portanto, necessitam de uma dose extra de paciência e amor. As noites passam a ser longas e os dias tornam-se mais cansativos. Os pais tendem a não compreender de imedia-

to porque o bebê chora tanto ou, até mesmo, qual a razão para que durma muito ou pouco. É tudo completamente novo e seguir um ritual tende a proporcionar, de certa forma, conforto para a percepção do bebê a respeito do mundo que o cerca. A rotina traz para ele a aceitação do acontecimento que está por vir e a segurança de que aquilo lhe proporcionará saciedade. A hora do sono igualmente pede um ritual próprio. O bebê passa a revistamaternitas

compreender que chegado aquele determinado momento, aproxima-se o horário da noite. Os pais podem utilizar diversos artifícios, desde que remetam sensação de tranquilidade ao bebê. Vale um banho morno seguido de uma história. Alguns minutos de massagens com uma bela canção. Enfim, algum fato que deve anteceder o horário do sono e que acalme o bebê. A introdução desses novos hábitos de forma continuada irá proporcionar, certamente, noites de sono mais tranquilas para o bebê. O que é fantástico, pois dormir bem é essencial para o seu desenvolvimento físico, mental e emocional, e conseguir fazer com que durma bem é fundamental para a estabilidade familiar. Mas para que isso dê certo, é importante que ele faça a distinção entre dia e noite, portanto, os dias necessitam ser claros, enquanto as noites podem seguir-se à penumbra. Para o Dr. Eduard Estivill, especialista em Neurofisiologia Clínica e Pediatria, criador do Método Estivill para ensinar crianças a dormir e escritor do livro NANA, NENÊ, O sono é um hábito e, como tal, podemos ensiná-lo e aprendê-lo. Os pais, por sua vez, com a criação do hábito de dormir bem, passam a ter um dia a dia mais proveitoso, pois têm a oportunidade de observar melhor o bebê e compreender os sinais que ele transmite. Assim, essa convivência começa a se tornar mais prazerosa para todos! No entanto, não é fácil adquirir novos hábitos. Persistência é o segredo dessa conquista. Existem no mercado livros e profissionais especialistas em sono que podem ajudar nessa tarefa e é importante lembrar que a rotina tem que atender às necessidades da família. Não adianta tentar seguir o modelo de “lar feliz” que você leu numa determinada revista ou foi contado pela vizinha. Cada família tem suas próprias características. O ideal é que se busque aquela que melhor atenda aos interesses dos pais e, sobretudo, dos filhos! Conseguir um padrão de sono de qualidade, embora pareça fácil pelas @revistamaternitas REVISTA MATÉRNITAS

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coisas até então faladas, não é tão simples assim. Muitos pais desistem e acabam cedendo às vontades das crianças, que passam a dormir cada vez mais tarde e menos tempo, e quando uma

criança não descansa o suficiente acaba se sentindo cansada, irritada, nervosa e sonolenta. O que acaba refletindo nos pais que se ressentirão se passarem muitas noites em claro sem descansar

e acabarão se arrastando como zumbis em casa e no trabalho. Por isso, quanto antes os pais começarem a criar bons hábitos nos bebês, maiores serão as chances de sucesso.

CONSEQUÊNCIAS DA INSÔNIA INFANTIL Em lactantes e crianças pequenas:

Nos pais:

irritabilidade, mau humor;

n

cansaço;

choro frequente;

n

n

dependência dos pais e/ou cuidado-res, não sabem ficar sozinhas.

n

Em crianças em idade escolar:

n

n

insegurança;

n

sentimento de culpa, fracasso e im-potência; mudanças radicais na vida do casal;

fracasso escolar;

n

acusações mútuas entre o casal;

insegurança e timidez;

n

temperamento difícil.

n

n

frustração diante da situação;

n

reações agressivas.

n

Fonte: Nana, Nenê – O verdadeiro método Estivill para ensinar seu filho a dormir bem Como já dito anteriormente, a persistência é a palavra chave. É preciso que todo e qualquer ato seja praticado com muito amor, doando bastante atenção e 16 REVISTA MATÉRNITAS

carinho ao bebê. Só assim será possível obter sucesso e proporcionar mais segurança para a criança e qualidade de vida para a família tanto de dia quanto à noite!

Pâmela Prux Baby Planner Consultora Materno Infantil. Contato: pamelaprux@yahoo.com


Psicologia

Mãe recém-nascida Como amamentar? Está chorando por que: fome, sono, fralda cheia?? Essas dores que sinto são normais? A amamentação está correta? Como posso estar tão feliz e ao mesmo tempo tão exausta?? Preciso aguentar! Essas são algumas das dúvidas e

sentimentos pelos quais a puérpera enfrenta logo nas primeiras semanas após o parto. Sentimentos conflitantes e um cansaço enorme tomam conta de seus pensamentos e aquele ideal de maternidade começa a se desfazer. Ser mãe – nem sempre – é o paraíso para o revistamaternitas

qual não nos preparamos! Para começar, a mulher que antes estava gestante e era o centro das atenções e preocupações é esquecida e o filho passa a ser o foco, seu e dos outros. Além disso, o parto, por si só, não é um evento neutro nem isento de inten-

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A Saúde e o bem estar do papai:

depressão pós parto paterna

sidade. Sentimentos de excitação, ansiedade, medo, expectativas possibilitam à mulher um momento de reformulação de sua identidade e preparo para a nova fase da maternidade, conhecida como o 4º trimestre. Neste momento, a atuação precoce do psicólogo e da família é essencial, a fim de proporcionar à gestante e à nova mãe vínculos positivos e saudáveis com este bebê que chega são essenciais para a prevenção da saúde física e emocional de ambos. Mais vulnerável a ocorrência de crises devido às mudanças intra e interpessoais, físicas e hormonais, o puerpério dura aproximadamente três meses e é a sua primeira semana a que exige maior atenção: euforia e sentimentos de depressão se alternam: a satisfação com a maternidade versus assumir novas funções relacionadas aos cuidados de um novo ser, associadas às limitações ou impossibilidade de realização 18 REVISTA MATÉRNITAS

de atividades anteriores (noitadas com os amigos, noites inteiras de sono... não tão cedo!) e a perda de uma barriga para se ganhar um filho, são sentimentos comumente manifestados pelas mulheres neste período. A amamentação e o cuidado com as mamas é tema recorrente de dificuldades e dúvidas, bem como uma cobrança pessoal de que este é um ato natural e inato, isento de aprendizagem. É nesse momento que muitas puérperas se sentem incapazes, que cobranças e pressão social atuam de maneira negativa e podem desencadear quadros de depressão pós-parto ou fragilizar a formação do vínculo mãe-bebê, além de aumentar o sentimento de culpa. Além disso, é comum que haja uma queda da libido e a mulher sinta-se menos disposta para ter relações sexuais com o parceiro, gerando assim mais sentimentos de cobrança e incapacidade –

agora como mãe e mulher. Mamães recém-nascidas sejam bem vindas a este novo mundo que é a maternidade! Como disse Laura Gutman, psicopedagoga clínica, autora do livro Mulheres visíveis, mães invisíveis: “refletir sobre o puerpério é levar em conta situações que, às vezes, não são nem tão físicas, nem tão visíveis, nem tão concretas. Mas que nem por isso, são menos reais.” Sendo assim, é no intuito de acolher e oferecer espaço e informações para vocês que a Revista Matérnitas existe e, além disso, possui a coluna “Agora é a sua vez”, para que os bons e os maus momentos sejam compartilhados, as dúvidas sanadas, a culpa diminuída e as risadas multiplicadas. Verônica Silveira de Almeida Psicóloga (Universidade Presbiteriana Mackenzie – SP) - CRP 17/2774



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