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E. Hirano
from Falo Magazine #9
Quando Edgar Hirano tinha 5 anos, seu pai lhe deu uma velha Polaroid sem filme para brincar, que ele costumava carregar em qualquer lugar que fosse, junto com pedaços de papel e lápis de cor para desenhar as supostas fotos tiradas com a câmera. Nascido no México e criado sob forte influência artística, nunca pensou em si mesmo de outra maneira; é verdade que durante a adolescência quis ser antropólogo ou historiador (“o que não acho tão distante da arte”), mas sempre se encontrou voltando à paixão primária de ser artista.
Uma vida cheia de misturas que vão do hipertradicional ao liberalismo intelectual ajudou Hirano a moldar seu estilo de vida e a maneira como cria sua arte. Sua herança japonesa o levou quase obrigatoriamente a encontrar um profundo amor e admiração pela beleza e simplicidade da arte do Japão. Ele busca capturar no papel uma ideia, uma cor, uma forma ou um conjunto de coisas que podem vir, quase sempre, dos lugares mais improváveis, fazendo esboços antes do processo final (na maioria das vezes) no computador ou com tinta.
Uma de suas linhas estéticas claras é, sem dúvida, o estilo Art Deco. Hirano chega a nomear seu estilo como “Neu-Deco”, do qual não apenas suas pinturas são influenciadas, mas também a estética de seus filmes e seu design gráfico. Em suas próprias palavras:
Norman Rockwell, Ernesto García Cabral e Saturnino Herrán são alguns dos artistas que influenciaram bastante a arte de Hirano, mas as fortes linhas masculinizadas usadas por Tamara de Lempicka para fortalecer suas figuras femininas têm uma luz especial sobre ele. Sempre em defesa da masculinidade e da sexualidade masculina, muitas vezes frágil, quando é colocada além dos limites sociais, Hirano usa as linhas masculinizadas para fortalecer ainda mais a forma masculina, retratando aqueles delicados momentos de intimidade que estão dentro de todo homem.
Além da imensa beleza que encontra na figura masculina, ele tem uma resposta mais profunda para as razões de ter decidido retratá-la:
Ele acredita ser um homem muito afortunado por ter crescido em uma família de mente muito aberta que entendeu que a figura masculina é apenas mais um assunto no universo da arte, e provavelmente por causa disso ele sempre se cercou de pessoas com a mesma maneira de pensar. Então, a reação das pessoas nunca foi algo que ele tomou importância, nem elas também mostraram qualquer surpresa.
Mesmo tendo desenhado o próprio pênis quando tinha 10 anos, o falo não é seu foco principal, depende do que ele quer dizer:
Hirano é o criador e editor da Noisy Rain Magazine desde 2011. É um ponto de encontro para artistas de todo o mundo, renomados e emergentes, interessados em destacar a figura masculina na arte. Dentro dessa linha editorial, ele também trabalhou como editor, consultor e designer de publicações de arte, bem como outras publicações de interesse para a comunidade gay no México.
Esse background também lhe deu uma forte opinião sobre como os artistas deveriam lidar com a aceitação de seu trabalho:
Então, Hirano aconselha nunca parar de aprender, estudar e trabalhar para criar obras de qualidade, a fim de ganhar o respeito e a transcendência que a Arte merece. 8=D