Revista Online da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas Ano 2 | Número 4 | Novembro/Dezembro de 2012
HÁ LAGOAS E HÁ MEMÓRIA Conheça a preservação da história Alagoana através do Arquivo Público do Estado
INOVAÇÃO E TECNOLOGIA 1º Caiité reúne instituições alagoanas e integra conhecimento acadêmico e mercado
CIÊNCIA DESDE PEQUENO Convênios com Programas da FAPEAL pretendem viabilizar bolsas para Educação Básica
Expediente
Governador de Alagoas Teotônio Vilela Filho SECTI Secretário Eduardo Setton Sampaio da Silveira www.cienciaetecnologia.al.gov.br
www.fapeal.br Diretora-presidente Janesmar Camilo de Mendonça Cavalcanti Diretora da Unidade Gestora de Ciência e Tecnologia (UGCT/FAPEAL) Mônica Melo Gomes de Nascimento Diretora da Unidade Gestora de Controle e Desenvolvimento Institucional (UGCDI) Keylane da Silva Diretor da Unidade Gestora de Tecnologia da Informação (UGTI) Felipe Gomes de Athayde Fapeal em revista é uma publicação mensal da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (FAPEAL). Idealizada e levada a cabo por acadêmicos pesquisadores, este periódico virtual desponta também como um projeto de pesquisa que busca uma forma de divulgar e tornar públicos os resultados da pesquisa e da inovação alagoana, área capitaneada – no âmbito estadual – pela Secretaria de Ciência e Tecnologia (SECTI) e pela FAPEAL. A Fapeal em Revista procura dar voz aos pesquisadores, apresentando à sociedade o que é, na prática, uma fundação de amparo e os resultados de suas iniciativas. São os pesquisadores apoiados pela FAPEAL e os resultados de seus trabalhos que norteiam o conteúdo da revista. As opiniões emitidas nesta publicação são de exclusiva e inteira responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, o ponto de vista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (FAPEAL). Coordenadora e orientadora do projeto Dra. Sandra Nunes Leite. Supervisão de conteúdo e revisão de texto Dra. Sandra Nunes Leite; Ana Beatriz Melo; Dayse Karol; Hyllane Salgueiro Diagramação - Hyllane Salgueiro Relações Públicas e Social Media - Ana Beatriz Melo Jornalista – Dayse Karol Colaboradores Equipe UGCT/FAPEAL Equipe UGTI/FAPEAL ASCOM/FAPEAL Imagem da capa - Hyllane Salgueiro
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas FAPEAL Rua Melo Moraes, 354, Centro, Maceió-AL, CEP 57020-330 Telefone: (82)3315-2200 E-mail: atendimento@fapeal.br
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Editorial A ntes de adentrar às contribuições presentes nessa 4º edição da Fapeal em Revista, gostaria de propor a seguinte experiência ao leitor: imagine que, após uma longa noite de sono, você acorda de um sonho e no simples abrir dos olhos, percebe que perdeu todas suas lembranças, passado e história. Essa sensação de esquecimento tão presente e, muitas vezes, imperceptível em nossa sociedade só se torna real quando nos damos conta de que algo precisa ser recuperado, buscado.
Para que o “esquecer” tenha sentido precisamos, inicialmente, despertar. Abrir os olhos para entender nossa história, buscar características que traçam nossa identidade e cultura é a única forma
de compreendermos a sociedade, sobretudo nós mesmos. Nessa compreensão do passado para se conhecer o presente, destacamos nessa edição o Arquivo Público de Maceió e a renovação de suas ações como um reconstrutor da identidade alagoana. E a Fundação de Amparo à Pesquisa (FAPEAL) é parceira dessa reconstrução auxiliando projetos que visam atingir o povo alagoano. Para todos nós, poder viver e ver a memória desse povo guerreiro é reconhecer uma história digna de orgulho e, acima de tudo, pertencimento. É nesse sentido, que a 4º edição da Fapeal em Revista provoca o leitor alagoano: no despertar de uma memória, conhecer nossa história é o passo inicial para mudarmos o presente e, enfim, sermos melhores ao abrir os olhos hoje e amanhã. Uma boa leitura a todos. Hyllane Salgueiro Bolsista e diagramadora da Fapeal em Revista
Participe da Fapeal em Revista Críticas e sugestões: nos envie sua opinião. Também estamos nas redes sociais. Participe. FAPEAL EM REVISTA
Sumário Nessa edição: Diretas | Extra | Currículo | Sociedade
Inovação e Tecnologia 1º Congresso Alagoano Integrado de Inovação e Tecnologia reúne instituições, acadêmicos e
Capa: Memória de Alagoas A preservação da memória alagoana pelo Arquivo Público do Estado: nossa história contada e construída
Ciência e educação Construir parcerias é o caminho para incentivar pesquisa da escola à universidade. Saiba mais sobre os projetos da Fapeal
Currículo Ex-bolsistas e novos alunos engajados na pesquisa relatam suas experiênciascom a Ciência em Alagoas
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Pesquisa começa na infância Visando despertar o interesse das crianças e expandir a pesquisa no estado, a Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas - FAPEAL - finaliza detalhes de um convênio pioneiro. Dra. Janesmar Cavalcanti presidenta da Fapeal, revela ter fechado os últimos detalhes do termo de cooperação que vai nos permitir fazer a conexão do universo dos Arranjos Produtivos Locais - APLs, pesquisas e escolas básicas. O objetivo é melhorar a qualidade de ensino e despertar o interesse à pesquisa. O projeto é piloto, e em parceria com a Capes, poderá servir de modelo para todo o país. A iniciativa é a primeira em todo o Brasil, já que a educação básica nunca foi incluída em bolsas de incentivo à pesquisa. “Inclusive vai servir de parâmetro para colocar bolsas de iniciação científica júnior, que até então não existem”, confirma a presidenta. Para ela a iniciativa está pautada em um grande desafio: “Sair dos muros da universidade é muito complicado. Pois, a maior dificuldade é
Foto: Hyllane Salgueiro
Diretas
Na foto: alunos de uma Escola Pública em Maceió aglutinar as competências. Quando ela se propõe a intervir na qualidade da educação básica, ela precisa buscar parceiros”, enfatizou. O projeto conta com a participação de professores, coordenadores de área, alunos da universidade, gestores dos APLs e estudantes da educação básica. O início contará com dez escolas e a probabilidade de uma futura avaliação, é da implantação em maior escala.
MEG: Modelo de Excelência em Gestão permite capacitar servidores e estimumlar espírito de liderança 4
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SEINFRA/AL
Na foto: o canal do sertão ainda em obras no ano de 2006. Esse ano parte da obra já foi entregue na cidade de Água Branca
De olho no Sertão De acordo com a presidenta Dra Janesmar Cavalcanti, a Fapeal está firmando convênio com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPQ e o Ministério da Ciência e Tecnologia para colocarmos em prática pesquisas voltadas para estudos climáticos que
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vão repercutir diretamente na região do Canal do Sertão. O objetivo é incentivar a melhoria nos sistemas de previsão e prevenção dos impactos da seca no semiárido do Nordeste, tais como colapso de safras agrícolas de subsistência. A previsão para implantação é de 60 dias.
Esse é o número de Projetos aprovados em 2013 que serão auxiliados pela FAPEAL pelo Programa Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde - PPSUS
Valorização dos servidores A Fapeal está em processo de implantação do MEG: Modelo de Excelência em Gestão da Fundação Nacional de Qualidade - FNQ. De acordo com Dra. Janesmar Cavalcanti, o objetivo é facilitar o desenvolvimento da FAPEAL. O prazo de implantação total é de um ano. O MEG é um modelo que promove a capacidade de atender os públicos das organizações de modo a garantir sua total satisfação, formando o espírito de liderança e formulando estratégias. FAPEAL EM REVISTA
Quer saber mais sobre o que é o MEG? Acesse o site: www.fnp.org.br e compartilhe seu conhecimento!
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Sociedade
Por Dayse Karol Fotos Ana Beatriz Melo Ilustração Hyllane Salgueiro 6
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HÁ LAGOAS E HÁ MEMÓRIA Memória, história, preservação e identidade. Os significados dessas palavras nos fazem refletir cada vez mais sobre qual o papel das instituições de memória no fortalecimento da cultura e identidade do povo alagoano O único responsável pela preservação da memória coletiva é o homem. E nesses últimos anos com a Revolução Informacional, tema pesquisado por tantos historiadores, ocorre uma competição com o relógio para que lembranças não se apaguem. Como exemplo, tem-se a instantaneidade no compartilhamento de momentos e mensagens, formas que tantas vezes tomam o tempo de aproveitamento e o desfrute das situações. Esse mesmo homem que corre contra o tempo é o que esquece a preservação de sua história, das suas raízes. O ser humano é, realmente, feito de dicotomias. Em entrevista com o diretor do arquivo público do estado, Marcos Vasconcelos Filho, nota-se o quanto o estado tende a avançar para à preservação da sua memória. Com sede no bairro de Jaraguá e 52 anos de existência, o arquivo público, após os novos investimentos, está sendo organizado com bastante FAPEAL EM REVISTA
cautela para melhor atender o público. Pode ser encontrada documentação de mais de quatro séculos. Documentos como livros e jornais datados de 1711 (período em que Alagoas ainda pertencia ao estado de Pernambuco) até o ano atual. O arquivo conta ainda com cerca de 30 mil fotografias e três bibliotecas: a primeira de publicações sobre o arquivo; a segunda, legislação (contendo todas as leis que fizeram parte do ordenamento jurídico do estado); a terceira, com publicações alagoanas; Dentre tais arquivos, importante ressaltar toda a documentação da época da ditadura militar, inclusive jornais anteriores a existência do Diário Oficial em 1912, onde governantes realizavam as publicações oficiais em periódicos particulares. Apenas este ano, o arquivo público recebeu estantes e caixas apropriadas para catalogação e consulta dos documentos. O trabalho conta com a ajuda de quatro bolsistas e tem o incentivo da 7
Sociedade
Quer saber mais sobre o Arquivo Público do nosso Estado? Acesse: www.arquivopublico.gov.br FAPEAL. A fundação, sempre visando o crescimento do estado a partir de projetos inovadores e relevantes para a educação, liberou recursos para a aquisição de equipamentos e modernização do arquivo. Com a compra de um scanner, específico para este trabalho, meta agora é catalogar e digitalizar tudo. “O equipamento é o mais moderno do país. Depois que fizemos a compra o Arquivo Nacional também adquiriu”, ressaltou com orgulho o diretor. Ainda de acordo com Marcos, através do investimento houve um grande avanço para o arquivo, uma vez que a burocracia é menor para compras e incentivo à pesquisa. “O trabalho é cansativo, porém, recompensador”, conta. A sede adquiriu ainda, a contratação do serviço de climatização e cinco mil caixas específicas para acomodação de toda a documentação oficial: manuscritos, datilografados e impressos. Todo esse empenho visa incentivar a sociedade alagoana a conhecer sua rica história e valorizá-la. A memória é uma necessidade coletiva. Só com os 8
instrumentos históricos captados e resguardados é possível refletir sobre as transformações da sociedade e buscar explicações e dados que mostram as suas origens e possíveis avanços. No estado bem como em todo o país, a sociedade precisa conhecer a sua história e assim, admirá-la já que com dados não se tem subjetividade e o acesso a eles é a ponte para o esclarecimento e razão dos instigados. Com trabalhos como esse se relembra ao povo: sua história é sua maior riqueza. Então, cuidemos dela, escrevendo a atual sem esquecer o passado.
O Arquivo Público de Alagoas funciona no bairro de Jaraguá, rua Sá e Albuquerque s/n e está aberto aos pesquisadores e visitantes de segunda à sexta das 08 às 14h. FAPEAL EM REVISTA
Sociedade Arquivo Central e UFAL A Universidade Federal de Alagoas é rica em história. Formada pelos que almejam uma carreira profissional, acadêmica e pelos que colaboram para o seu funcionamento. Onde há pessoas, há história e assim, memória. O poeta romano Cícero, referia-se a memória fazendo uma analogia as marcas deixadas na cera pelos homens; na atualidade, o computador tem sido utilizado como metáfora para explicar esse mecanismo do homem ao deixar seu rastro com, por exemplo, novas pesquisas, invenções e sistemas de trabalho, dentre outras coisas. O arquivamento de documentos garante o suporte da memória, é o que reúne aspectos presentes na identidade de um determinado grupo. O arquivo central da UFAL foi uma das principais fontes de pesquisa para a criação dos postais em comemoração aos 50 anos da instituição. O trabalho é uma das referências em arquivamento, pois, desde 2004, segundo Maristher Vasconcelos (gerente-geral do arquivo), o arquivo tem crescido e se modernizado. Anteriormente, não havia classificação e controle do que era recebido pelo setor. Alexandre Oliveira (técnico em arquivo) lembra que o arquivo ainda não é aberto ao público e essa é uma das metas. Porém, o trabalho ainda é feito por poucos. Ao todo são quatro técnicos, um arquivista e alguns bolsistas para uma demanda grande de trabalho. Linete Tenório (técnica em arquivo), diz que não há muito incentivo quanto à realização de cursos na área, fundamental para a atualização de novos mecanismos de organização e
higienização de documentos. É importante lembrar que o arquivo guarda todos os documentos da universidade como os enviados pelos departamentos DRCA (Diretoria de Controle Acadêmico) e DCF (Controle Financeiro). Toda a documentação fiscal, processos administrativos e documentação pessoal dos alunos são catalogados e acondicionados. Dessa forma, todos os equipamentos provenientes de pesquisas científicas estão no arquivo, bem como, os dados d seus pesquisadores. Encontramse ainda dados iconográficos, outra fonte de dados. Um dos seus procedimentos técnicos é o banco de dados adotado ao sistema SIGA PROCESSO, da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), ele foi adequado a UFAL e denominado Gerenciamento Informatizado de Documentos (GED) ele moderniza e facilita o manuseio de informações. O arquivo comporta documentos importantes para a pesquisa científica, uma vez que, dados dos pesquisadores e documentos de posse e investimentos podem ser encontrados. Além de uma importante fonte de mensuração, os registros ali organizados podem servir como construção de novos conhecimentos e até mesmo construção histórica do próprio Estado. A Fapeal investe para que a pesquisa cresça ao longo dos anos beneficiando diferentes segmentos da ciência com o intuito de melhorar a sociedade. Por isso, o incentivo parte desde a chegada do aluno ao ensino, ajudando a construir a memória, marcas do conhecimento e competências que integram as transformações da sociedade.
Pesquisadora realiza técnica para catalogação e arquivamentos na Universidade Federal deAlagoas FAPEAL EM REVISTA
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FAPEAL a serviço da Tecnologia e Inovação 1º Caiité reúne diversas instituições e integra conhecimento acadêmico e mercado Por Dayse Karol Fotos Ana Beatriz Melo
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brir um negócio requer antes de tudo coragem e determinação. É hora de colocar a ideia em prática. E para isso, orientação na hora de gerenciar o empreendimento é primordial. Grandes negócios partem de ideias que podem parecer banais a princípio, mas é preciso enxergar oportunidades. Observando tantas “mágicas” do empreendedorismo despertarem a atenção e o interesse das pessoas na mídia, parece que os personagens não precisaram de instruções para colocar suas ideias em ação. Muitos negócios findam ao fracasso por falta de conhecimento, informação, estratégia e preparo na hora de gerir. A coragem parte na hora de acreditar no potencial do negócio. Sua ideia é inovadora? A inovação nem sempre está ligado a novas tecnologias. É preciso pensar simples. A ideia deve corresponder a necessidades e trazer benefícios para o mercado. Afinal, um empreendimento cria vínculos com o mercado e a região atuante. Portanto, antes de tudo, projetos devem ser avaliados para saber sua viabilidade. Ciência e inovação caminham juntas para a criação de perspectivas e alternativas por um mundo sem fronteiras para os negócios. E no I Alagoas Caiite – Congresso Acadêmico Integrado de Inovação e Tecnologia –, realizado em abril, teve este assunto em pauta, dentre tantos outros, e além de expor diversas opiniões sobre o pensamento inovador e o mercado de trabalho, exibiu resultados de empresas que com a ajuda do PAPPE – Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas – obteve acesso à orientação para crescer e garantir avanços futuros, como exemplo, temos o produtor da própolis vermelha: o engenheiro agrônomo Mário Calheiros, entrevistado na nossa edição anterior (3ª edição). O evento reuniu estudantes, representantes de entidades governamentais e empresários. Foram apresentados diversos programas e resultados de pesquisas científicas realizadas no estado. “Temos no mínimo a obrigação de fazer com que a Fapeal possa expandir os seus horizontes”, destacou
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Extra
Fotos (de cima para baixo): I Caiite - Congresso Acadêmico Integrado de Inovação e Tecnologia - divulga resultados e estimula inovação integrando mercado e universidade; Professora Silvia Berger Uchoa e a presidenta da Fapeal, Dra. Janesmar Cavalcanti
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Extra a presidente da Fundação Dra. Janesmar Cavalcanti durante a abertura da mesa redonda “Pesquisa, Inovação e Tecnologia Social”, debate que contou com a participação de estudantes, pesquisadores e empresários, evidenciando cases de sucesso nos projetos financiados pela instituição. Destaque para dois projetos financiados pelo Pappe Integração: Alsan Tecnologia Ambiental, que desenvolveu um sistema de automação para efluentes; e Rastro Investigação e Perícia Forense, com a criação de uma plataforma voltada para gestão de processos. “Sem o aporte financeiro do PAPPE essa tecnologia teria ficado no papel. Graças ao projeto, podemos retirar a ideia e transformá-la em negócio”, ressaltou Mateus Erdmann Kühn, da Elsan. Em sua apresentação, o pesquisador elencou as inúmeras dificuldades encontradas durante o desenvolvimento de seu projeto. “Eu escrevi o projeto em 15 dias, eu mesmo (Eupresa), monitorando as estações de tratamento. Mas não tinha noções de administração, misturei as contas e quase fali a empresa. A incubadora da Ufal me ajudou a adquirir as técnicas empresariais”, completou Mateus. “No caso da Rastro desenvolvemos uma Plataforma chamada Miraklon com foco em empresas e serviços forenses. O PAPPE nos deu condições de montar um time e desenvolver a ideia para o mercado, em cima de uma oportunidade que nós tínhamos percebido no nosso próprio serviço, na deficiência que nós mesmos sentíamos”, enfatizou José Alencar, sócio fundador da Rastro.
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Sem o aporte financeiro do PAPPE essa tecnologia teria ficado no papel. Graças ao projeto, podemos retirar a ideia e transformá-la em negócio”, ressaltou Mateus Erdmann Kühn, da Elsan. Lembra do PAPPE Integração?
O PAPPE é o Programa de Subvenção à Pesquisa em Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. Trata-se de uma parceria entre a FAPEAL, a Financiadora de Projetos e Estudos (FINEP), o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Alagoas (SEBRAE) e a Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA) – através do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) – que tem como objetivo apoiar financeiramente a inovação nessas empresas, aumentando sua competitividade e sobrevivência no mundo globalizado.
INOVAÇÃO E SOCIEDADE Mateus Kühn criou um sistema que permite o tratamento do esgoto por parte dos condomínios residenciais e comerciais. O controle, 24 horas, se dá por controle remoto. A tecnologia empregada dispensa a presença constante de profissionais 12
especializados, além de permitir acompanhamento total. A ideia deu tão certo, que a empresa passou a fornecer também as próprias estações de tratamento, uma vez que as já existentes são antigas e apresentam constantes defeitos. FAPEAL EM REVISTA
Extra O projeto além de proporcionar um excelente serviço a baixos custos, ainda resolve um problema ambiental antigo da cidade: o tratamento de esgoto, já que a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) não atende grande parte da cidade de Maceió. A plataforma Miraklon, desenvolvida por José Alencar, foi a responsável inclusive pelo redirecionamento da marca Rastro, Investigação e Serviços Forenses, que mudou seu nome e hoje disponibiliza qualidade na gestão dos serviços oferecidos à sociedade. O diferencial da plataforma é a agilidade que ela proporciona aos processos, e pode ser utilizada tanto por escritórios de advocacia, quanto por fórum judiciais. Empreender é também pesquisar: se o produto ou serviço causa danos ao meio ambiente, o impacto que irá causa na economia local, qual público irá satisfazer, quais parceiros poderá obter dentre outros questionamentos importantes. Riqueza maior seria se todos os empreendedores buscassem parceria com a ciência. Há um imenso potencial existente nas investigações científicas e na criação de negócios. Que mais eventos como esse possam primar por essa troca de experiências e motivação.
I Alagoas Caiite: Compartilhar saberes. Multiplicar conhecimentos
Diretora de Politícas de Desenvolvimento Tecnológico da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, Lenilda Austrilino, expõe painel sobre personalidades alagoanas, dentre eles: Théo Brandão e Nise da Silveira FAPEAL EM REVISTA
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Currículo Disseminar o conhecimento também faz parte da construção da ciência. Mais do que uma janela para o reconhecimento, expor suas experiências como cientista enrique mais ainda sua vida acadêmica podendo te proporcionar novos desafios e, consequentemente, novos conhecimentos. Durante o final da minha graduação, desenvolvi o projeto de Iniciação Científica: “Dramaturgia Maceioense do Século XX” sob a orientação do Prof. Dr. Otávio Cabral. O trabalho como bolsista foi o que viabilizou a pesquisa. Tive acesso aos arquivos do Arquivo Público do Estado e do Instituto Histórico. Antes de começarmos um trabalho de pesquisa de levantamento de dados históricos a gente não tem ideia do quanto demanda tempo, disposição e dos gastos envolvidos nisso, principalmente porque são pesquisas de grande relevância dentro de cada área de estudo. Devido ao meu desempenho nesse projeto apresentei o relatório de conclusão em uma Jornada de Artes Cênicas, raridade no curso, pois, não é muito recorrente alunos participando de eventos fora da UFAL. Daniela Beny Bacharel em Artes Cênicas pela UFAL com licenciatura em Teatro A iniciação científica foi extremamente importante para minha carreira, pois, além de descobrir a minha paixão pela pesquisa, pude desenvolver ainda mais o meu senso crítico e fortalecer a minha disciplina para o estudo contínuo. Costumo dizer que a minha participação no PIBIC me garantiu uma boa colocação no mercado, pois, essa experiência me deixou à vontade para assumir o trabalho que desenvolvo hoje na empresa da qual eu faço parte; por lá o estudo diário é essencial. A iniciação científica, sem dúvidas, é uma ótima experiência para os estudantes que desejam se destacar no mercado de trabalho.
Patrícia Farias é bacharel em Relações Públicas e em 2008 foi bolsista PIBIC/FAPEAL 14
Você participa de algum projeto de Pesquisa pela FAPEAL?
Escreva para fapealemrevista@gmail.com e nos conte sua experiência. FAPEAL EM REVISTA
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