Paraíba Jan / Fev / Mar - 2013. Ano 1 - Nº 1
CAMPIMÓVEIS:
250 MILHÕES EM NEGÓCIOS
Entrevista Antônio Leite Rolim fala sobre os 30 anos da Cipresa
Niemeyer
Ecoeficiente
Última obra erguida em vida está em Campina Grande
Tecnologias alternativas transformam o setor da construção civil
ÍNDICE Curiosidades
DETALHES PARA UMA PINTURA PERFEITA
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Entrevista
ANTÔNIO LEITE ROLIM
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Curiosidades
UM DICIONÁRIO PARA SUA OBRA
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Dicas
DECORE COM CRIATIVIDADE
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Realidade
MUSEU DE ARTE POPULAR DA PARAÍBA
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Realidade
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PROBLEMAS PARA TRANSITAR Memória
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OSCAR NIEMEYER Economia
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A REFORMA PODE NÃO SAIR TÃO CARA Economia
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A TENDÊNCIA DOS MÓVEIS PLANEJADOS Morar bem
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PEQUENOS ESPAÇOS CONFORTÁVEIS Morar bem
CONDOMÍNIOS VERDES
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Ecoeficiente
CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS
44
Ecoeficiente
TECNOLOGIAS ALTERNATIVAS
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Especial
A IMPORTÂNCIA DO CAMPIMÓVEIS
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Opinião
RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO
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54 JAN - FEV - MAR 2013
Opinião
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ONDE ESTÁ O CENTRO HISTÓRICO? Dicas
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CLIMATIZANDO O AMBIENTE Mercado Imobiliário
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CONSTRUÇÃO CIVIL MAIS ACESSÍVEL Fique sabendo
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ALUGUE UM IMÓVEL SEM PROBLEMAS Fique sabendo
68
ENTULHO NÃO É LIXO Carreira
SOBRE SER ARQUITETO
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Carreira
DIPLOMA EM CONSTRUÇÃO
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Fique Sabendo
QUAL O CIMENTO CERTO?
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Morar bem
ESCOLHA O LUGAR CERTO PARA VIVER
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Ecoeficiente
COLETA SELETIVA NO BRASIL
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Mercado imobiliário
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ALUGA-SE PARA ESTUDANTES Agenda
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EVENTOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
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EDITORIAL
Caro leitor,
E
m meio a rumores e profecias sobre o fim do mundo, que marcaram o ano de 2012, assistimos e sentimos, diariamente, os recados que a natureza vem dando para cuidarmos melhor do nosso planeta. Enchentes, furacões, seca, efeito estufa, avanço do mar sobre cidades são apenas alguns dos fenômenos que temos testemunhado nos últimos anos e que fomentam as discussões em torno de uma possível resposta do planeta ao mal que o homem vem lhe causando há anos e anos. Mas, se realmente somos culpados, o que podemos fazer para reparar nossos erros? Aos poucos, o homem vem se conscientizando de que é preciso cuidar melhor dos nossos recursos naturais. O termo ‘ecologicamente correto’ passou a fazer parte do dia a dia das pessoas, empresas e instituições públicas e privadas, numa demonstração de que estamos preocupados com o planeta e estamos tentando fazer algo para mudar o quadro de desastre que se apresenta diante dos nossos olhos. Essa consciência ecológica também está chegando ao setor da construção civil, um dos ramos da economia que mais cresceu nos últimos anos e que, impulsionado pelo Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal e pela realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil, tem ainda mais perspectivas de crescimento para os próximos cinco anos. Construtores e arquitetos estão buscando alternativas sustentáveis para que a construção civil dê sua contribuição no processo de cuidar bem do planeta. As construções ‘ecologicamente corretas’ ganham o gosto dos compradores e surgem em Campina Grande os condomínios horizontais ‘verdes’, nos quais o contato e a preocupação com a natureza são o grande diferencial. O emprego de tecnologias alternativas, como a energia solar e a energia eólica, o reaproveitamento das águas e o uso de materiais alternativos na construção de casas e edifícios, já não é uma realidade tão distante. O SESI investiu e mantém, no Distrito Indus¬trial de Campina Grande, a Casa Ecoeficiente, que serve, entre outras coisas, de laboratório para estudantes universitários. Nós da Construir & Cia. visitamos o local e constatamos que o ambiente foi todo pensado ecologicamente e é uma prova de que, com criatividade, é possível preservar os recursos naturais e ainda garantir economia para o bolso. Nesta edição, também trazemos uma matéria sobre o Museu de Arte Popular da Paraíba, obra do gênio Oscar Niemeyer, que nos deixou recentemente. O mestre da arquitetura deixou sua marca no principal cartão postal de Campina Grande, assim como o fez em diversas cidades brasileiras, como João Pessoa, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, a cidade que ele projetou para ser capital do Brasil. A Construir & Cia. também preparou um roteiro com alguns dos principais eventos dos setores de Construção Civil, arquite¬tura e afins, a exemplo da Campimóveis, feira que acontece em Campina Grande e que reúne as principais empresas e profissionais da área. Você é nosso convidado.
Boa leitura!
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Cícero Cezar A. Campos
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CURIOSIDADES
Borrou! C
om tanta variedade disponíveis no mercado pintura passou a merecer na hora de construir e/ou hora de pintar seu imóvel,
de cores atualmente, a atenção extra reformar. E na é preciso uma
série de cuidados para garantir um resultado satisfatório.
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A escolha da cor, para muitos, é o mais importante. No entanto, escolher os produtos corretos e um bom profissional também é fundamental. Conheça agora alguns dos principais problemas e possíveis causas que podem comprometer o resultado da pintura.
Eflorescência Manchas esbranquiçadas que surgem na parede quando o produto foi aplicado sobre uma superfície úmida ou antes do tempo exigido para a cura do reboco.
Saponificação A alcalinidade da cal e do cimento resulta em manchas que fazem o látex descascar e impedem a secagem dos esmaltes ou das tintas a óleo. A causa; tinta aplicada antes da cura do reboco.
Fissuras Essas rachaduras finas, que afetam apenas o reboco, aparecem quando não se aguarda o tempo de cura ou quando a camada de massa fina é espessa demais.
Bolhas em alvenaria Em paredes externas, geralmente revelam o uso de massa inadequada. Dentro de casa, a tinta pode Ter sido aplicada sem que a poeira do lixamento tenha sido totalmente removida.
Enrugamento Ocorre se a camada de tinta está muito espessa ou o intervalo entre as demãos não foi o suficiente. Outro fator que propicia o surgimento do problema é o uso de tíner como solvente, quando o certo é empregar aguarrás.
Descascamento em alvenaria Significa que a tinta não aderiu. Acontece quando o produto é aplicado sobre cal ou uma superfície empoeirada.
Crateras Indicam a presença de óleo, graxa ou água na superfície. Também aparecem quando a tinta é diluída m materiais não recomendados, como gasolina ou querosene.
Escorrimento Ocorre quando a tinta é diluída em excesso ou em solvente errado.
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ENTREVISTA
Rolim
Antônio Leite
O HOMEM QUE INICIOU O PROCESSO DE CRESCIMENTO VERTICAL NA RAINHA DA BORBOREMA
E
le nasceu em Cajazeiras, mas Campina Grande tornou-se sua casa logo no seu primeiro ano de vida. E foi na Rainha da Borborema que o Engenheiro Civil por formação, Antonio Leite Rolim, tornou-se um dos mais destacados empresários do setor de Construção Civil, à frente da Cipresa, empresa que atualmente é uma das maiores geradoras de emprego na área. Prestes a completar 30 anos de atuação no mercado de construção civil campinense, a Cipresa foi pioneira na execução de grandes projetos e deu início ao crescimento vertical hoje amplamente visto em todos os bairros da cidade. Embora tenha inúmeros compromissos de trabalho, Rolim abriu espaço em sua atribulada agenda para receber a equipe da Construir & Cia.
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Há quanto tempo a Cipresa atua em Campina Grande? No intuito de ajudar o desenvolvimento de Campina Grande, já que a considero minha terra natal, transferimos a empresa para Campina Grande e começamos a atuar no mercado imobiliário da cidade na parte da verticalização. Na época, década de 90, Campina quase não tinha prédios e vimos que havia um foco aberto para a construção vertical. Lançamos o primeiro empreendimento no bairro do Mirante, o colinas do Mirante I. Como nasceu a empresa? Terminei engenharia civil em 1980, aqui em Campina Grande. Como o mercado de trabalho estava muito escasso por aqui, me desloquei para a cidade de Paulo Afonso, na Bahia, no intuito de conseguir um emprego na CHESF – Companhia Hidrelétrica São Francisco. Não conseguindo tal emprego, tivemos a ideia de fundar uma empresa de construção civil que viesse a trabalhar para a CHESF. Então era uma forma de trabalhar na companhia sem ser empregado. Assim surgiu a ideia da Cipresa, que foi fundada em 1983 na cidade de Paulo Afonso. É verdade que o preço dos imóveis em Campina Grande é mais caro do que em capitais, como João Pessoa e Natal por exemplo? Não é verdade. Se compararmos o mesmo nível de apartamento em Campina Grande com João Pessoa e Natal, veremos que em Campina é muito mais barato. O que ocorre é que as pessoas comparam um bom apartamento em CG com um fraco nessas outras cidades e assim parece mais barato, mas os apartamentos lá são mais caros. Quanto custa o metro quadrado em Campina Grande atualmente? Hoje estamos praticando em Campina Grande o preço de mercado do metro quadrado, que varia de R$ 2 mil até R$ 5 mil. Enquanto em Natal e João Pessoa os preços são superiores a esse. Quais são suas expectativas em relação ao setor de construção civil para Campina Grande e a Paraíba nos próximos anos, principalmente por conta da realização da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos?
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Tenho notícia de que no Rio de Janeiro o preço do metro quadrado aumentou cerca de 20% por causa da Copa. Não vejo razões para isso, mas a procura aumentou lá e as pessoas estão se aproveitando. Mas isso é perigoso, pois pode acontecer como nos Estados Unidos, onde quiseram vender imóveis caros demais e depois que as Olimpíadas passaram o preço teve que cair. Não acredito que esses eventos venham trazem um aumento significativo na construção civil no país. Que fatores têm contribuído para a excelente fase que a construção civil vivencia atualmente em todo o país? O responsável direto por isso é o Governo Federal, que está estimulando as construtoras a lançar imóveis populares, através de incentivos fiscais, baixando as alíquotas fiscais. Isso contribui diretamente para a diminuição do preço. É o mesmo quando o governo elimina o IPI do carro e o preço diminui: não foi o valor do carro que baixou, e sim o imposto retirado do carro que fez com que ele fosse repassado para o comprador mais barato. Isso é o mesmo que está acontecendo com o apartamento agora. O que termina beneficiando o comprador e as construtoras vendem mais. O Governo Federal, através do Programa de Aceleração do Crescimento e o programa Minha Casa Minha Vida, tem sido determinante para esse boom da construção civil? Sabíamos muito bem que a carência de moradia popular era grande, mas não havia nenhum incentivo do Governo Federal para que as empresas pudessem se direcionar nesse sentido. Depois do governo Lula, com o programa ‘Minha casa, minha vida’, eu vi uma oportunidade de entrarmos também na área popular, devido aos incentivos do governo. Depois dele fizemos dois empreendimentos lá em Bodocongó, chamados Santa Tereza e João Paulo II, que nos trouxeram junto à Caixa Econômica Federal uma credencial muito grande. Fomos premiados como empresa de referência nacional. Das empresas brasileiras do ramo de empreendedorismo popular somos a que mais se destacou no país inteiro. Criamos um setor da empresa para se dedicar exclusivamente aos imóveis populares. Lançamos o
Fomos premiados como empresa de referência nacional. Das empresas brasileiras do ramo de empreendedorismo popular somos a que mais se destacou no país inteiro. Criamos um setor da empresa para se dedicar exclusivamente aos móveis populares.
Lindu I, II, III e IV, que foi sucesso absoluto; recentemente o Jardim Botânico I e II; O Residencial Cipresa no Jardim Paulistano; Dois empreendimentos no antigo Matadouro em Bodocongó, numa parceria com a PMCG e com a CEF. Enfim, vimos que esse caminho é evidente e que o Governo Federal está dispondo de muitos recursos. A classe de um poder aquisitivo menor estava totalmente abandonada pelos programas governamentais. Estavam todos morando de aluguel. Com esses programas nós fizemos o pessoal sair do aluguel e ir para a casa própria, pagando uma prestação equivalente ao aluguel. Notadamente os bairros do Catolé e da Prata sempre se destacaram no setor de construção civil. Mas, em virtude do grande volume de obras já executadas e em execução nessas áreas, que outros bairros possuem potencial para o crescimento imobiliário, seja em condomínios verticais ou horizontais? As pessoas gostam de morar em locais que tenha infraestrutura, ou seja, com escola, faculdade, shopping, comércio.
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Então, como o bairro do Catolé hoje apresenta uma infraestrutura muito boa, as pessoas tendem a querer morar lá. Aqui em Campina Grande, das pessoas que procuram um apartamento para morar, 60% querem Catolé e 40% os demais bairros. Mas o bairro da Prata é um excelente lugar para morar, assim como o Mirante e o Alto Branco. Não posso afirmar qual bairro crescerá mais, mas posso dizer que qualquer empreendimento lançado em qualquer bairro de Campina Grande vai ter sucesso.
se não tiver em parceria com seu cliente. O cliente para a Cipresa é um parceiro, por isso lidamos com o cliente com responsabilidade. Nosso compromisso com os clientes é entregar um empreendimento com o melhor acabamento possível dentro da categoria.
Quais são as metas da Cipresa para os próximos anos?
Campina Grande possui dois cursos de Arquitetura (um público e outro privado), um curso de Engenharia Civil em universidade pública e um de Construção de Edifícios em universidade privada. Isso tem ajudado a melhorar a qualificação e a ampliar a oferta de mão de obra para o setor?
Nós temos o estudo do bairro planejado, o que leva mais ou menos um ano entre projeto e aprovações. Então, espero que em dezembro esse bairro planejado possa ser lançado em Campina Grande. A Cipresa vai continuar estudando o mercado e observando as tendência. Então o que o mercado for pedindo nós vamos tentar ofertar. A trajetória da Cipresa foi sempre de sucesso. As pessoas acreditaram na empresa. Nenhuma empresa cresce e se desenvolve
Em parte sim, mas não é algo que resolva o problema da falta de mão de obra. Esses cursos vão trazer um tipo de profissional para dentro da obra, mas é aquele profissional que executa que pega na colher de pedreiro para assentar a cerâmica e o tijolo que está em falta. Estamos muito carentes de mão de obra qualificada. Em Campina Grande não está faltando o profissional de engenharia. Estamos aqui carentes de pedreiros, encanadores e de
mestres de obras. E no que se refere a materiais e equipamentos, a cidade possui uma oferta satisfatória? Podemos assegurar que temos uma tranquilidade em relação ao material que é industrial. Ferro, cimento, tijolo, cerâmica, torneira, não faltam de maneira alguma. Mas o que tem encarecido mesmo é a mão de obra. Algumas empresas como a Cipresa estão buscando soluções para esse caso com máquinas e equipamentos especializados para agilizar o processo na construção civil. Em 2011 e 2012 investimos pesado em equipamentos para acelerar o processo na construção e reduzir os prazos. Iniciamos em 2013 em Campina – em João Pessoa ninguém ainda está fazendo - a construção de apartamentos com formas metálicas, uma tecnologia canadense. Acreditamos que isso vai trazer uma agilidade ao processo construtivo, diminuindo a mão de obra e o prazo e aumentando a produtividade, três aspectos muito importantes para a construção.
Estande comemorativo aos 30 anos da Cipresa, na Campimóveis 2013
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CURIOSIDADES
Termos CONHEÇA O DICIONÁRIO PARA QUEM PRECISA ENTENDER OS TERMOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
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V
ocê sabia que existe um dicionário da construção civil? Pois é, ele existe. Editado e atualizado pelo designer carioca Leo Mattos, tal qual um dicionário da Língua Portuguesa, o Dicionário da Construção
Civil traz e explica o significado das palavras mais utilizadas pelos profissionais do setor. Sendo assim, você que não é construtor, nem trabalhador do setor, mas que costuma fazer reformas em casa não vai mais ficar perdido quando ouvir o engenheiro ou mestre de obras
falando em seixo rolado, sifão, talude, treliça ou poliestirenoexpandido. Basta acessar o seguinte endereço:
http://goo.gl/8VIWb
Conheça alguns termos do dicionário:
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Abaular - Dar forma curva, arqueada, a uma superfície, afim de proporcionar melhor escoamento da água ou acabamento estético.
Adensamento - No caso específico de concreto, é um processo manual ou mecânico para compactar uma mistura de concreto no estado fresco, com o intúito de eliminar vazios internos da mistura (bolhas de ar) ou facilitar a acomodação do concreto no interior das formas.
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Armação de aço - Conjunto de barras de aço, moldadas conforme sua utilização e parte integrante do concreto armado.
Caiar - Pintar com cal diluída em água armado.
Capeamento - Revestimento com pasta de cimento ou de uma mistura composta de material pulverulento e enxofre derretido, que regulariza os topos de um corpo-de-prova com o objetivo de distribuir uniformemente as tensões de compressão axiais.
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Chanfrar - Cortar em diagonal os ângulos retos de uma peça.
Contraverga - Viga de concreto usada sob a janela para evitar a fissuração da parede.
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Croqui - Primeiro esboço de um projeto arquitetônico.
Hidratação - Especificamente sobre o cimento, refere-se à combinação da água com seus compostos cujas reações iniciam o processo de endurecimento.
Longarina - Viga de sustentação em que se apóiam os degraus de uma escada ou uma série de estacas.
Peitoril - Base inferior das janelas que se projeta além da parede e funciona como parapeito.
Sapata - Parte mais larga e inferior do alicerce, com dois tipos básicos: a isolada e a corrida. A primeira é um elemento de concreto de forma piramidal construído nos pontos que recebem a carga dos pilares. Já a sapata corrida é uma pequena laje armada colocada ao longo da alvenaria que recebe o peso das paredes, distribuindo-o por uma faixa maior de terreno. Ambos os elementos são indicados para a composição de fundações assentes em terrenos firmes.
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Treliça - Armação formada pelo cruzamento de ripas de madeira. Quando tem função estrutural, chama-se viga treliça e pode ser de madeira, metal ou alumínio.
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Volumetria - Conjunto de dimensões que determinam o volume de uma construção, dos agregados, da terra retirada ou colocada no terreno, etc.
Baldrame - Designação genérica dos alicerces de alvenaria. Conjunto de vigas de concreto armado que corre sobre qualquer tipo de fundação. Peças de madeira que se apoiam nos alicerces de alvenaria e que recebem o vigamento do soalho.
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Caixilho - Parte da esquadria que sustenta e guarnece os vidros de portas e janelas.
Concreto Protendido Concreto armado que, durante sua secagem é mantido sob alta compressão com o auxílio de cabos de aço.
Contrapino - Pequena cavilha de ferro, de duas pernas, que atravessa na ponta de um eixo ou parafuso para manter no lugar porcas e arruelas.
Junta de dilatação - Recurso que impede rachaduras ou fendas. São réguas muito finas de madeira, metal ou plástico que criam o espaço necessário para que os materiais como concreto, cimento, etc. se expandam sem danificar a superfície.
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DICAS
Criativo ADESIVOS, PAPÉIS DE PAREDE E REFORMA DE MÓVEIS DÃO UM UPGRADE NOS AMBIENTES
Q
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uerendo mudar o visual da decoração da casa mas sem dinheiro para gastar? Calma. Deixar sua casa com cara nova não significa, necessariamente, trocar toda a mobília por objetos novos. Se a proposta é mudar com economia, aproveitar o que já tem em casa parece ser a melhor opção. Reciclar, além de significar economia para o bolso, vai garantir também uma decoração sustentável.
vez mais reconhecimento nas mostras de decoração.
Transformar escadas em estantes e aproveitar móveis velhos com a técnica da pátina pode dar certo e deixar o ambiente bonito sim. O reaproveitamento de materiais e a velha técnica do ‘faça você mesmo’ permitem que a reforma se torne mais acessível. E o uso de móveis improvisados não está restrito somente a soluções alternativas. Reaproveitar está na moda e peças artesanais ganham cada
Texturas
A dica para não errar na hora de transformar o caixote de frutas em porta-trecos, por exemplo, é evitar exageros. A personalização também conta com a ajuda de novas pinturas e possíveis trocas de tecidos para ser concretizada. Entretanto, caso a ideia seja causar impacto, é interessante deixar o material reaproveitado em estado bruto.
As texturas conquistaram a preferência dos arquitetos na hora do acabamento. Elas garantem um visual bacana e podem ser usadas para chamar atenção para um determinado espaço de um ambiente. O tradicional acabamento com pintura também pode ser substituído pelos
revestimentos. O mercado está repleto de opções que vão desde os tijolos aparentes, até os porcelanatos que imitam madeira, passando pelas pastilhas de vidro e uma série de outras novidades que transformam qualquer ambiente.
Rápido e prático Papéis de parede, tecidos e adesivos autocolantes em terceira dimensão são o que há de mais novo quando se fala em decoração de interiores. Além de beleza, esse tipo de artifício cria um diferencial para os ambientes. Mas se você é mais tradicional, os papéis de parede comuns ainda dão um charme especial a qualquer ambiente e você pode aplicá-lo em apenas duas horas.
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REALIDADE
Sonho Com Ascom UEPB
U
ma obra para causar impacto e de beleza arquitetônica incomparável, erguida em Campina Grande com a complexidade e as características peculiares de um dos gênios da arquitetura moderna. Construído nas margens do Açude Velho, principal cartão postal da cidade, o mais novo projeto arquitetônico e cultural da Universidade Estadual da Paraíba, o Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) se destaca pela forma como foi erguido. Assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o mesmo homem que projetou a cidade de Brasília, o Museu dos Três Pandeiros, como ficou conhecido o MAPP, reflete o sonho de quem enxerga longe. O prédio transparece a visão macro do homem que sabia que arquitetura é invenção, é ousadia, tem que causar impacto e ter desafio. Das pranchetas de um dos ícones da arquitetura moderna nasceu a obra que, antes mesmo de ser inaugurada, já se transformou em um dos cartões postais da Rainha da Borborema. Só mesmo a visão futurista, épica e contemporânea do arquiteto carioca permitiu a realização dessa façanha, tendo como inspiração símbolos da cultura nordestina que carregam o orgulho de um povo. O Museu de Arte Popular da Paraíba exigiu esforço redobrado de engenheiros, arquitetos e mais de 60 operários. Transpôs o universo imaginado por Niemeyer para o mundo real. Exigiu cálculos, ousadia e coragem. “Não existe em Campina Grande uma obra tão completa como essa. O sonho de Oscar Niemeyer se
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materializou. A obra teve muitas etapas complexas”, relata o engenheiro Luiz Marçal Neto, que trabalha com Niemeyer desde 1960. Somente na primeira etapa foram gastos R$ 7 milhões. Orçada em R$ 10,5 milhões, a obra está prestes a ser entregue. Faltam apenas concluir alguns detalhes para que o Museu seja aberto ao público. “Essa é uma das obras na qual se vê ousadia, principal característica de Niemeyer”, observou Marçal. A obra ocupa 972 metros quadrados de área construída e se destaca pelos traços ousados do arquiteto. De acordo com o engenheiro Aderson Rodrigues, a parte mais complexa do projeto foi a área construída de 25 metros dentro do espelho d’água do Açude Velho. Erguer o braço que sustenta uma das bases exigiu esforço que só a engenharia moderna consegue realizar. Para garantir a sensação de que um dos pandeiros flutua sobre as águas do açude, foi necessário retirar toneladas de lama e perfurar a rocha onde a coluna de concreto foi erguida. Para construir a estrutura de um dos pandeiros, a equipe teve que se desdobrar e fazer um trabalho de escoramento para proteger os operários. A solidez da
Não existe em Campina Grande uma obra tão completa como essa. Luiz Marçal Neto ENGENHEIRO
obra foi feita com a instalação de tubos de aço. “Foram cravados vários tirantes de aço”, contou o engenheiro. A estrutura cravada com mais de 20 metros de profundidade foi usada para prender a fundação de concreto do bloco na rocha. De acordo com o arquiteto Luiz Marçal, dois dos pandeiros são feitos de concreto,
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RECÉM INAUGURADO, MUSEU DOS TRÊS PANDEIROS JÁ É CONSIDERADO UM DOS CARTÕES POSTAIS DE CAMPINA GRANDE
enquanto que o pandeiro que fica flutuando sobre as águas foi feito de concreto e estrutura metálica. O prédio dispõe ainda de um moderno sistema de monitoramento de câmeras e de som, instalação de um sistema de combate de incêndio com detector de fumaça, acessibilidade, entre outros equipamentos. Quem pisa em seus pavimentos tem a sensação de estar flutuando sobre as águas do Açude Velho.
Arte paraibana A obra projeta os visitantes para o universo da cultura. Quando estiver funcionando, o MAPP vai acolher trabalhos dos mais talentosos artistas genuinamente paraibanos, como Sivuca, Jackson do Pandeiro, Marinês, Elba Ramalho, entre outros. O local terá acervo permanente, mas também acolherá exposições temporárias de artistas do Estado. Como será um
espaço multimídia, também servirá para pesquisas realizadas por estudantes da Rainha da Borborema. A ideia é que cada uma das três estruturas circulares remeta a um determinado gênero de arte. Seguindo uma tendência mundial de valorização da cultura, aproximando as artes de quem faz a arte, o Museu de Arte Popular da Paraíba projeta Campina para o “primeiro mundo”, deixando na cidade um pedacinho do homem que fez da arquitetura a expressão do seu tempo.
A OBRA EM NÚMEROS 972 metros quadrados de área construída; 940 metros quadrados de vidro de fachada; 203 toneladas de ferro; 1.500 metros cúbicos de concreto; 1.100 metros quadrados de piso de granito. 40 toneladas de estruturas metálicas;
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REALIDADE
Desafio AS CIDADES CRESCEM E OS PROBLEMAS DE MOBILIDADE URBANA APARECEM
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os últimos anos, Campina Grande, assim como inúmeras outras cidades de porte médio no interior do Brasil, vem atravessando um vertiginoso crescimento imobiliário. A construção civil deu um salto significativo na última década e hoje, para qualquer lado que se olhe, há um prédio, uma casa ou condomínio em construção. Mas o crescimento urbano, além de desenvolvimento para a cidade, também traz consigo uma série de problemas. Entre eles, a mobilidade urbana ganha destaque. Trata-se de um problema de infraestrutura visível em grande parte das cidades brasileiras. A necessidade de melhorar o deslocamento das pessoas é urgente.
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Mais de 80% da população brasileira mora nas cidades. Entretanto, toda a mobilidade urbana desses locais é estruturada no modo individual de transporte. O crescimento da frota de carros e motos, decorrente do incentivo do governo federal, através da redução de alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor, por exemplo, ajudou a tornar mais lento o trânsito nas regiões metropolitanas do País. Em Campina Grande a mobilidade urbana também se tornou um desafio. De acordo com o Detran da Paraíba, na última década, a frota de veículos na cidade passou de 47,5 mil para mais de 115 mil - um crescimento de mais de 200%.
O conceito de mobilidade urbana requer não apenas pensar no trânsito de veículos, mas na qualidade de vida das pessoas. Para a professora Laudiceia Araújo, especialista no assunto, repensar o atual modelo de mobilidade requer um questionamento, inclusive, sobre os valores que a sociedade possui atualmente. “A rapidez de deslocamento exigida pela sociedade atual está trazendo o resultado inverso. Nas grandes cidades, o tempo gasto para o deslocamento tem sido cada vez maior e esse modelo também começa a tomar corpo nas cidades de porte médio como Campina Grande”, alerta. Em 2010, Laudiceia desenvolveu uma pesquisa que mapeou a acessibilidade do mobiliário público campinense,
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identificando as barreiras arquitetônicas que dificultam a acessibilidade, além de investigar a adequação da legislação municipal às leis federais que tratam sobre a acessibilidade universal.
ainda o fato de grande parte dos serviços bancários e das lojas comerciais estarem concentradas no centro da cidade, o que demanda o deslocamento da população dos bairros para o Centro.
A professora chama a atenção também para a responsabilidade dos cidadãos nesse debate. Ela defende que a população deve repensar os seus hábitos de mobilidade. Uma alternativa é trocar o carro particular pelo transporte público. “Essa é a principal saída, mas para que seja viável é preciso um investimento no transporte coletivo, com ampliação de horários, de frotas e de rotas. O preço da passagem também precisa ser repensado, pois acaba sendo um incentivo para o uso do transporte individual, especialmente de motos”. Em Campina Grande, um passageiro que utiliza o transporte coletivo durante os 26 dias úteis no mês, duas vezes ao dia, pagará R$ 114,40.
As pessoas que têm alguma dificuldade de mobilidade de forma temporária ou permanente são as mais prejudicadas do ponto de vista da mobilidade e da acessibilidade. “Elas sofrem com a ausência de sinalização adequada, principalmente para os deficientes visuais. A falta de conservação das rampas e calçadas impõe uma série de limites, impedindo inclusive que estas pessoas tenham assegurado o direito básico de ir e vir sem precisar da ajuda de terceiros”, diz a professora.
Os problemas da mobilidade urbana também decorrem de outros fatores, como o crescimento populacional da cidade e a ocupação desordenada de áreas periféricas que acabam demandando um sistema de transporte público que não está preparado para tal. Somado a estas questões, a situação no trânsito em Campina Grande, principalmente nas ruas centrais, também é um reflexo da posição econômica e geográfica da cidade, que é um polo de comércio, serviços e educação para os municípios circunvizinhos. Isso aumenta, de forma significativa, o número de carros circulando pelas ruas diariamente. Há
Soluções A especialista Laudiceia Araújo aponta algumas alternativas para melhorar a mobilidade urbana em Campina Grande. Entre elas estão a abertura de novas vias na cidade, conectando o Centro aos bairros mais distantes; o alargamento das vias já existentes; e a proibição do estacionamento em algumas ruas do Centro. “Outra possibilidade que tem sido incentivada nas grandes cidades é a carona solidária, que consiste em pessoas que moram em condomínios e que trabalham em locais próximos, ou que os filhos estudem na mesma escola, fazerem, de maneira voluntária, o rodízio de carros. Mas essa ação demanda campanhas que esclareçam e motivem essa atitude”, diz Laudiceia.
Nas grandes cidades, o tempo gasto para o deslocamento tem sido cada vez maior e esse modelo também começa a tomar corpo nas cidades de porte médio como C. Grande Laudiceia Araújo PROFESSORA
Pressionado pelos graves problemas de trânsito e transporte, o Governo Federal instituiu em janeiro deste ano a Política Nacional de Mobilidade Urbana, que estabelece diretrizes e princípios para que as cidades possam planejar o desenvolvimento urbano, tendo como base a melhoria dos serviços de infraestrutura que possam garantir o deslocamento seguro de cidadãos e cargas. Segundo os especialistas, para que a legislação se torne eficiente, a tarefa de pensar o espaço urbano precisa ser uma atividade permanente da sociedade, envolvendo os gestores públicos e a população.
Raio-X Em 2012, a professora Laudiceia Araújo realizou uma pesquisa com 326 usuários de transporte público em Campina Grande. A finalidade foi traçar um perfil socioeconômico desses usuários. Confira abaixo:
Tempo
BAIRROS > CENTRO + de 20 mins + de 25 mins
37,7% 28%
CENTRO > BAIRROS + de 20 mins + de 25 mins
33% 2%
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Conservação
Serviços
Tarifas
Segurança
ÓTIMA OU BOA
ÓTIMA OU BOA
ADEQUADA
SEGURO
REGULAR, RUIM OU PÉSSIMA
REGULAR, RUIM OU PÉSSIMA
28,4%
40,3%
35%
7,2%
35%
ALTA
59,7%
64,7%
MUITO ALTA
64,4%
REGULAR, RUIM OU PÉSSIMA
69,5%
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MEMÓRIA
Gênio E
le foi um gênio. Criou obras que marcaram para sempre a história da arquitetura mundial e se tornou um dos profissionais brasileiros de maior conceito internacional. Em dezembro de 2012, o Brasil perdeu a genialidade e o traço de Oscar Niemeyer, o arquiteto brasileiro que foi um dos profissionais mais premiados e influentes do mundo. Seu trabalho, sempre cheio de curvas em concreto que tornavam seu estilo inconfundível e marcou a paisagem urbana do Brasil e de outros países. Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho nasceu no bairro das Laranjeiras, na Zona Sul do Rio de Janeiro, no dia 15 de dezembro de 1907. Apaixonado por futebol e pelo Fluminense, chegou a jogar no time juvenil do clube de Laranjeiras, mas foi como arquiteto que escolheu viver sua longa vida. Casou-se cedo, aos 21 anos, com Annita Baldo, quando ajudava o pai na tipografia. Em 1929, entrou para a Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, onde cinco anos depois formou-se engenheiro arquiteto. No meio do período da faculdade, em 1932, nasceu Anna Maria, sua única filha, que morreu em junho de 2012. O casamento com Annita Baldo durou 76 anos, quando ela morreu, em 4 de outubro de 2004. Casou-se novamente em 2006, com sua secretária, Vera Lúcia Cabreira. Os primeiros passos na carreira que o consagraria como um dos nomes mais influentes na arquitetura foi dado no escritório de Lúcio Costa e Carlos Leão, onde fez estágio sem remuneração. Niemeyer teve a oportunidade de conhecer outro gênio da arquitetura ao ser designado por Lúcio Costa para ajudar Le Corbusier, famoso arquiteto suíço, que estava de passagem pelo Brasil, em 1936, para colaborar com o projeto do prédio do Ministério da Educação no Rio. Em 1940 Niemeyer conheceu Juscelino Kubitschek, então prefeito de Belo Horizonte, e realizou seu primeiro grande projeto, o Conjunto da Pampulha, no bairro da capital mineira, que incluía o cassino, a Casa do Baile, o clube e a igreja de São Francisco de Assis. Ao ser empossado presidente, JK convidou Niemeyer a elaborar o
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Oscar Niemeyer 1907 2012 23
projeto da nova capital do Brasil. Oscar rganizou o plano piloto de Brasília e com traços ousados, criou, entre outros prédios e monumentos, o Itamaraty, o Palácio da Alvorada, o Congresso, a Catedral, a Praça dos Três Poderes. Comunista histórico - se filiou ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1945 -, o
arquiteto teve seu escritório no Rio invadido no golpe de 1964. Depois de passar por interrogatório na polícia, decidiu morar fora do Brasil. Conviveu com Jean-Paul Sartre em Paris, passou seis meses em Israel, elaborou o projeto da Universidade Constantine da Argélia, na África, e também desenvolveu
a sede da ONU em Nova York, nos Estados Unidos. Niemeyer abriu seu escritório na Champs Elysées, em Paris e seu trabalho começou a ter repercussão internacional. Foi então que projetou a sede da editora Mondadori em Milão, na Itália.
Frases Paixão pelo desenho “Eu tinha 5, 7 anos e ficava desenhando com o dedo no ar. Minha mãe perguntava: ‘menino, o que você está fazendo’? Estou desenhando. Eu gosto de desenhar figuras. Eu faço uma escultura, eu desenho no ar. Eu faço um desenho e construo ele no ar” Em entrevista à Globo News, em 2008
Curvas “Não é o ângulo reto que me atrai. Nem a linha reta, dura, inflexível criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual. A curva que encontro nas montanhas do meu país. No curso sinuoso dos sentidos, nas nuvens do céu. No corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo” Sobre o Copan, prédio construído em 1951 no centro de São Paulo
Dinheiro “Meu avô, que foi ministro do Supremo Tribunal, morreu sem um tostão. Achei bonito ele morrer assim. Já disse que teria vergonha de ser um homem rico. Considero o dinheiro uma coisa sórdida” Projetos de igrejas “As pessoas se espantam pelo fato de, mesmo sendo comunista, me interessar pelas igrejas. E a coisa é tão natural. Eu morava com meus avós, que eram religiosos. Tinha até missa na minha casa. E eu fui criado num clima assim. Esse passado junto da família me deixou com a ideia de que os católicos são bons, que querem melhorar a vida e fazer um mundo melhor” Agosto de 2011, ao lançar o livro “As igrejas de Oscar Niemeyer”
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Brasília “Nós começávamos a imaginar quando é que Brasília iria surgir. De repente, aparecia uma mancha azul no horizonte. Ela ia crescendo. Depois apareciam os contornos e começávamos a dizer: ali é o Teatro, lá é o Congresso, a Torre. Brasília surgia como num passe de mágica, um milagre” Sobre o projeto piloto para a construção da capital do país, em 1956.
Sambódromo “O Sambódromo é uma obra que quase dispensa explicação. Tem uma avenida central, que tem 700 metros e tem uma arquibancada dos dois lados. Então o importante é que funcione bem, que a visibilidade seja perfeita”
Medo de avião “Valeu a pena vir até do Rio de Janeiro a Brasília de carro, era quase uma obrigação vir aqui” Em 2008, ao viajar mais de 11 horas para ir do Rio a Brasília, aos 101 anos, de carro
Centenário “Cem anos é uma bobagem, depois dos 70 a gente começa a se despedir dos amigos. O que vale é a vida inteira, cada minuto também, e acho que passei bem por ela” Em 2007, em entrevista aos 100 anos
Arquitetura
“Faço arquitetura que me agrada, uma arquitetura ligada às minhas raízes e ao meu país”
“O que nós queremos na arquitetura, com a mudança na sociedade, não é nada especial. As casas de luxo serão menores. Os grandes empreendimentos urbanos, os cassinos, os teatros, os museus. Tudo isso será maior ainda porque todos deles poderão participar. Não basta fazer uma cidade moderna. É preciso mudar a sociedade”
Em 2007, aos 100 anos
Em entrevista ao Jornal da Globo, em 2007
Em entrevista à TV Globo
Traços
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Museu de Arte Contemporânea (MAC), em Niterói (RJ) Niemeyer participou do projeto da Sede na ONU, em Nova York Catedral Metropolitana de Brasília
Niemeyer projetou o Congresso Nacional em 1958
Memorial JK, em Brasília
Palácio Itamaraty
Centro Cultural Internacional Niemeyer na cidade de Avilés, na Espanha.
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ECONOMIA
Reforma CHEGOU O PERÍODO DO ANO MAIS VIÁVEL ECONOMICAMENTE PARA REFORMAR
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O
início do ano, para a maioria dos brasileiros, é sinônimo de férias, descanso, viagens e lazer. Mas para muita gente é a época perfeita para dar aquele up grade na casa ou no apartamento. Por ser um período de baixa temporada para as obras, visto que muita gente está viajando ou gastando com as despesas comuns dessa época, o preço do material e da mão de obra tendem a cair. O fotógrafo Xico Morais, este ano, resolveu deixar de lado as férias para concluir o projeto de reforma de sua casa, adiado há vários anos. E, de cara, já conseguiu economizar na compra dos materiais. “Independente da época do ano, é sempre bom pesquisar, porque os preços variam muito de loja para loja. Mas em janeiro sempre tem as promoções e dá para economizar mais”, diz. Ele também conseguiu uma boa economia na contratação da mão de obra. Mas, fazer reforma não é uma medida muito agradável, afinal, um ajuste puxa o outro e a impressão é de que a obra não terá fim. Diante dessa situação, a palavra de ordem na condução de uma reforma é: planejamento! E Xico sabe bem a diferença que faz ter um profissional cuidando da sua reforma. “Em dez anos, já gastei muito com reforma porque sempre fazia a coisa errada. Só depois que recorri a um arquiteto vi que poderia ter feito diferente e não precisaria ter gastado tanto”, frisa.
Especialista
fechado o serviço, comecem a aparecer custos que você nem imaginava.
As pessoas muitas vezes realizam reformas em casa sem ponderar a contratação de um profissional, pensando que isso pode gerar economia. Mas, segundo o arquiteto Brilhante Filho, essa medida pode fazer efeito contrário, trazendo prejuízos e dor de cabeça. O profissional da arquitetura tem a capacidade de planejar de forma adequada a obra, desde a concepção até execução. Ele conta que alguns clientes ainda o procuram para resolver problemas de execução de obra pelo fato de não ter contratado um bom profissional da área. “Naturalmente, se percebe que o investimento mal planejado gera um prejuízo financeiro. É importante a percepção que o arquiteto não é apenas um profissional responsável pelo projeto e sim o de viabilizar empreendimentos”, alerta.
Economizar
Para a professora de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Campina Grande e doutoranda do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Urbano da Universidade Federal de Pernambuco, Mariana Fialho Bonates, “o arquiteto é, acima de tudo, um planejador da obra e do espaço e não apenas um ‘embelezador’. A contratação deste profissional reduz desperdícios e gera economias”, garante. Verificar com os profissionais o material que será necessário para a reforma, incluindo todos os itens, evita que,
Escolhido o profissional, comece sua pesquisa de preços quanto ao material. De acordo com a proprietária da Almeida Varejão da Construção, Naligia de Almeida, as reformas de final de ano representam um aumento de 20% nas vendas para materiais de acabamento e revestimentos, como tinta, pisos e azulejos. Segundo ela o melhor para quem pensa em reformar é fazer um levantamento dos materiais que irá precisar e negociar com as lojas descontos. “Quando o cliente leva tudo de uma vez, pode negociar e muitas vezes esse poder de barganha sai muito em conta para ele, além de que, pagando à vista ele não terá problemas com o pagamento de contas extras no inicio do ano”. Segundo especialistas, colocar no papel o que você pretende fazer, listar o que acha necessário, sem esquecer nenhum detalhe, facilitará a execução da obra e ainda pode ajudar a economizar nos gastos. Além disso, é muito importante pesquisar a mão de obra, consultando o preço de diferentes profissionais e mostrando a eles o que pretende fazer. Por fim, acerte o preço por serviço concluído, não por dia trabalhado. Assim você garante um trabalho mais eficiente e ainda economiza.
Atenção aos detalhes Por menor que seja a reforma, sem planejamento ela pode gerar despesas no futuro. Pensando nisso, a Construir & Cia separou algumas dicas importantes para ajudar você a evitar imprevistos inesperados depois de tudo finalizado:
Pisos Se você não pretende trocar o piso, proteja-o contra riscos durante toda a obra. Utilize placas de madeira compensada ou de borracha cobrindo todas as áreas de passagem.
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Elétrica e Hidráulica Aproveite a oportunidade da reforma para checar a parte elétrica e hidráulica do imóvel e fazer reparos, se necessário.
Rejunte
Acabamento
Tinta
Tomadas
Após misturadas com água, a massa para rejunte e a argamassa para fixação de pisos e azulejos devem ser utilizadas em até duas horas. Depois disto o azulejo pode se soltar com o tempo.
Para deixar as paredes uniformes e remover sujeiras, óleos e pó (que dificultam a aderência da tinta), é importante massear e lixar as paredes totalmente.
Evite o uso de tinta muito diluída. Não pinte sobre paredes úmidas e consulte um especialista sobre a necessidade de aplicar um impermeabilizante antes da aplicação da tinta.
Inclua em seu projeto de reforma diversos novos pontos para elas. Outros detalhes frequentemente esquecidos são os pontos e tubulações para a fiação de telefones, TV a cabo e Internet.
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ECONOMIA
Planejar MÓVEIS SOB MEDIDA JÁ RESPONDEM A 40% DO SEGMENTO DE COMÉRCIO VAREJISTA DE MÓVEIS NA PARAÍBA
A
proveitamento de espaço, organização e beleza são apenas algumas vantagens dos móveis projetados. Tudo sob medida para cada ambiente é, sem dúvida, uma ótima solução para aqueles problemas que assolavam a vida das donas de casa. Sem preocupação com as partes que passam ou que faltam no armário da cozinha, a projeção de móveis em madeira tem se mostrado uma alternativa útil, agradável e lucrativa. As novas tecnologias que proporcionam mais recursos em ferramentas de corte
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e design também têm contribuído para o desenvolvimento desse novo artigo. Quem compra móveis de linha perde no poder de escolha, fica sem opção de cores ou de acessórios. É por isso que a procura pelos móveis projetados está ganhando muito espaço. É pensando nesse novo nicho de consumidores, antenados às novidades e preocupados com a estética da sua casa, que empresários vêm investindo no setor na Paraíba. Em todo o estado são 1.516 lojas do comércio varejista de móveis, e estima-se que cerca de 40% delas sejam voltadas para o comércio dos
móveis projetados. Campina Grande, por exemplo, assiste ao surgimento de muitas dessas lojas e a demanda acompanha o mesmo passo, ou é até maior. Segundo Gutemberg Melo, diretor da Projetar Ambientações, as cozinhas são os espaços em que os consumidores mais desejam projetar um móvel de acordo com as suas necessidades. “As cozinhas projetadas ainda lideram o ranking com 50% das vendas. Todos têm um sonho de projetar sua casa. Quando não podem fazer tudo, sempre começam pela cozinha, e depois quarto, banheiros e assim por diante” afirmou o
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engenheiro. Mas ter em casa um ambiente totalmente projetado tem um custo. Segundo Gutemberg, o preço de um projeto vai variar de acordo com o tipo de material escolhido, que pode ser o MDF ou o MDP, bem como dos acessórios que compuserem o módulo. Um guarda-roupas de três metros, por exemplo, sem muitos detalhes custa, em média, R$ 1.350,00. Já um planejado de 2.95 metros sai por cerca de R$ 2.500,00. Entretanto, os especialistas afirmam que a relação custo benefício na compra do móvel projetado é maior porque o material é de melhor qualidade e de maior durabilidade.
especializados na produção deste tipo de artigo. São profissionais que, de olho no mercado e antenados com o que há de mais moderno no setor, procuram atender a uma demanda cada vez mais crescente. É o caso, por exemplo, do marceneiro e montador de móveis Irenildo Gomes dos Santos. Há mais de 10 anos no mercado e com a experiência de haver passado por empresas especializadas em móveis requintados, ele hoje atende a uma clientela diversificada e com pedidos, da mesma forma, variada. Em sua oficina, montada em sua própria residência no bairro da Palmeira, Irenildo trabalha produzindo e reformando móveis diversos, que vão da sala à cozinha, sendo essa última, a maior demanda.
clientela, um produto cuja qualidade não deixe a desejar em absolutamente nada”, disse Gomes ao destacar os cuidados que adota na condição de profissional autônomo.
As cozinhas projetadas ainda lideram o ranking com 50% das vendas.
“Hoje recebo muitos pedidos de fabricação de móveis projetados para cozinha, além de outros. Mas é preciso ressaltar que para se manter num mercado como este, concorrendo com grandes empresas, é preciso investir muito na capacitação e se manter atualizado com o que há de mais moderno no ramo”, revelou.
Neste sentido, as lojas apostam na exclusividade e no diferencial, pois não se trata apenas de uma acomodação de móveis em determinado espaço, é um projeto geométrico e arquitetônico buscando a simetria e a harmonia entre os móveis e o ambiente.
Gutemberg Melo
O marceneiro adota como uma de suas estratégias de qualificação do trabalho, a parceria com um profissional de designer. “Essa parceria é extremamente importante para que possa garantir à minha
PROJETAR AMBIENTAÇÕES
Uma outra opção de adquirir o móvel projetado é recorrer aos marceneiros
Trata-se aqui, de fato, de um detalhe que faz toda a diferença ao se procurar por um profissional ao invés de uma empresa especializada. Isto porque, como explicam alguns empresários do ramo, muitas vezes, ao optarem por preços mais baixos, os clientes terminam obtendo artigos sem nenhuma garantia de qualidade. Isso sem falar no prazo de entrega dos móveis que é outro detalhe para o qual o cliente deve estar atento no momento de fazer a sua escolha.
Como se vê, não é somente a questão da economia de espaço que tem aumentado a busca por esses tipos de móveis. É, antes de tudo, uma questão pessoal de satisfação. E o mercado está aí para isso, para satisfazer os desejos do cliente.
Tendências
Toque amadeirado É uma tendência, pois proporciona sempre um ambiente acolhedor, quente e charmoso. Com o conceito sustentável e moderno, existe hoje no mercado o revestimento amadeirado, que são os que imitam a madeira, dando um toque natural ao ambiente, sem prejudicar a natureza. Outro grande atrativo desse revestimento amadeirado é a diversidade de estampas: reproduz em detalhes os mais variados tipos de madeiras, das mais tradicionais, como as nogueiras e os carvalhos, às mais sofisticadas, com desenhos ou cores modificados.
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Lacas metalizadas
MDF e MDP
Proporcionam reflexos e brilhos, e um sutil ar tecnológico e único. As portas ou outros detalhes em vidro são sempre bem acolhidos, pois combinadas ao vidro as lacas metalizadas dão um ar contemporâneo ao ambiente, inspirando o luxo e a praticidade. Apostar nessa tendência é gostar de brilho e modernidade. Só fique atento às combinações extras para não tornar o ambiente muito frio e sério. Sempre consulte um design de interiores para que a sua decoração com móveis projetados fique perfeita e harmoniosa, combinando com o destino final do ambiente.
Ambas são originadas de árvores de reflorestamento, mas têm características diferentes. São uma alternativa de substituição das madeiras da Amazônia ou da Mata Atlântica, visando à sustentabilidade do planeta. O MDF é muito utilizado em portas que requerem usinagem, como frisos ou boleamentos laterais, e o MDP é muito usado em móveis com acabamentos retos. Os dois tipos de madeiras têm menor absorção de umidade, não empenam facilmente e resistem muito mais a um desparafusamento, aumentando a durabilidade dos produtos.
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MORAR BEM
Compacto SOLUÇÕES SIMPLES PARA TORNAR OS PEQUENOS ESPAÇOS MAIS CONFORTÁVEIS
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s cômodos das residências, principalmente os dos apartamentos, estão cada vez menores. O que vem crescendo mesmo é o desafio de aproveitar os espaços de forma prática e que atenda as necessidades dos moradores na hora de comprar ou reformar um imóvel. Com áreas reduzidas, o proprietário também quer diminuir os gastos, mas sem abrir mão de usar bons materiais. É aí que entra a criatividade do arquiteto para deixar espaços compactos mais funcionais e confortáveis. A arquiteta Lana Débora aceitou a missão de mostrar como soluções simples podem transformar espaços pequenos em ambientes mais agradáveis para a família. O primeiro passo é apostar em móveis funcionais que tenham duas ou
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mais utilidades. Um bom exemplo é o sofá da sala, como aqueles que podem ser alongados na hora de assistir televisão. “Estes sofás são muito práticos principalmente na vida dos recém-casados, que optam por apartamentos pequenos”, explica.
solucionam a falta de espaço no quarto, sem falar que tudo fica muito organizado e deixam a área em volta livre para a circulação”. No quarto das crianças os beliches são indispensáveis para deixar uma área mínima que seja para os brinquedos da garotada.
Cores claras também devem ser valorizadas, pois dão a sensação de amplitude no cômodo. Nos armários deve-se usar apenas portas de correr para economizar espaços. A dica também vale para os guarda-roupas. “Colocar espelhos nas portas dos guarda-roupas também é uma solução simples, mas que ajuda a ampliar muito os quartos”, diz a arquiteta.
Jardim no apartamento é possível? Segundo a arquiteta, sim. Mas desde que o mesmo possua uma varanda. Caso contrário, ela não recomenda, por exemplo, os jardins verticais, que estão sendo muito usados em residências menores. “O problema dos jardins verticais é que ainda não existe uma tecnologia para molhar as plantas sem sujar o chão e a parede, isso vai acabar sendo um transtorno para o morador. Neste caso, é melhor investir em plantas artificiais”.
E o que fazer quando o espaço ocupado pela cama vira um verdadeiro pesadelo no quarto? Para a arquiteta a saída é muito simples. “Camas com gaveteiros
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Os detalhes em madeira dão um ar rústico a qualquer ambiente, deixando-o mais aconchegante e aquecido
Combinação natural: madeira com cores neutras
O toque amadeirado deixou a cozinha mais clássica
Uma sala rústica, com um simples toque de madeira
Tudo junto A cozinha em estilo americano ganha mais espaço e também aumenta o tamanho da sala. Sem falar que é uma ótima opção para quem gosta de receber os amigos e cozinhar. É o caso da empresária Érika Fernanda, que apostou na ideia e investiu na decoração do ambiente com luminárias e móveis modernos. No espaço, os bancos do balcão são utilizados na mesa de jantar quando o número de visitas é maior. A mesa com a base e o tampão de vidro e as cadeiras de acrílico transparente contribuíram para deixar o ambiente sala/cozinha com um visual mais limpo. Como resultado, a empresária ganhou uma cozinha sofisticada e uma sala ampla. “Como a cozinha virou o cartão de visita do apartamento, a decoração ganhou o mesmo cuidado da sala, já que os dois ambientes estão unificados”, diz.
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As cozinhas americanas são perfeitas para economizar espaço em ambientes pequenos
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MORAR BEM
Sossego CONDOMÍNIOS EM ÁREAS AFASTADAS DA AGITAÇÃO DA CIDADE SÃO A NOVA APOSTA DAS CONSTRUTORAS 38
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espirar o ar do campo ao acordar, desfrutar de belas paisagens no caminho de casa para o trabalho e ainda ter a tranquilidade de deixar os filhos na segurança do lar. Parece o cenário perfeito para quem escolheu uma vida em um município pequeno, mas pode estar a poucos minutos de um grande centro urbano. Para oferecer toda essa comodidade e o clima de contato com a natureza, as construtoras estão investindo em condomínios afastados da agitação urbana. Em Campina Grande, a novidade está mudando a paisagem nas principais saídas da cidade. Não é preciso ir muito longe para encontrar condomínios no campo. Um exemplo é o Atmosphera Eco Residence que fica a cinco minutos do Centro de Campina, na saída para Lagoa Seca. O empreendimento conta com mais de 160 mil metros quadrados de área e lotes de 470 m² a 997 m². O investimento inicial é de R$ 130 mil, mas o valor total vai depender do projeto de construção escolhido pelo futuro proprietário do imóvel. Antes de ser aprovado, o projeto terá que seguir as normas estabelecidas em contrato e ser avaliado por um profissional contratado pela construtora. Só então a obra poderá ter início. Esse tipo de investimento tem atraído profissionais com poder aquisitivo estabelecido, como juízes e empresários. De acordo com o corretor Ivson Gomes, da Zelare Imóveis, além da localização eles
buscam segurança para a família. “Há outros fatores que também influenciam na escolha, como a possibilidade de ter ao lado de casa toda uma infraestrutura de salão de festas, academia, praças, entre outros atrativos”, comenta.
O homem contemporâneo, que busca uma melhor qualidade de vida, tem tendência para optar por viver em ambientes com apelo natural. Josiane Barros PSICÓLOGA
O corretor também explica que morar em condomínios em áreas verdes também exigem regras de convivência um pouco diferentes. Uma delas é a preocupação com a preservação ambiental. O Atmosphera Eco conta com energia solar para aquecimento da piscina coberta, energia eólica para iluminação interna do clube, coleta seletiva de lixo e estação de tratamento de esgotos própria. “Como o condomínio é totalmente integrado à área verde, também investimos no reaproveitamento da água para a
irrigação dos jardins. A pavimentação permeável das ruas permite a drenagem das águas das chuvas para o lago”, diz. Em Campina Grande existem, atualmente, pelo menos mais dois condomínios nesse mesmo estilo. O Campos do Conde, localizado na BR-230, na saída para João Pessoa, possui área total de mais de 1 milhão de metros quadrados, com mais de 700 metros quadrados de área urbana e lotes de 360 metros quadrados. O Reino Verde Country Home, primeiro do segmento a ser lançado na cidade, também está localizado na BR-230, na saída para João Pessoa. O condomínio ocupa uma área de 44 hectares, dos quais 13,9 hectares são de área verde. Ao todo são oferecidos 135 lotes com até 3.000 metros quadrados de área.
Tranquilidade De acordo com especialistas, os projetos imobiliários que apostam na valorização das áreas verdes permitem uma interação maior dos moradores com a parte externa das residências. Trazer o verde das árvores e colorido das flores para dentro dos condomínios residenciais é uma garantia de proporcionar uma sensação de liberdade. A psicóloga Josiane Barros explica que, além de enriquecer visualmente os empreendimentos imobiliários, as praças, árvores e plantas podem se tornar aliados contra problemas emocionais
Vista aérea do Reino Verde, a 8km de Campina Grande Os condomínios são propícios às energias alternativas
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gerados pelas atividades do dia a dia. “O contato com a natureza também proporciona benefícios terapêuticos, auxilia na redução dos níveis de estresse e dá sensação de conforto. O homem contemporâneo, que busca uma melhor qualidade de vida, tem tendência para optar por viver em ambientes com apelo natural”, diz. A sensação de segurança e tranquilidade dos condomínios fechados está se tornando um fator decisivo na hora de comprar ou alugar um imóvel. Há mais
de 20 anos no mercado imobiliário em Campina Grande, a corretora Graciete Meira Nepomuceno diz que o setor já sente a preferência do consumidor por imóveis associados a um em estilo de vida mais tranquilo. Segundo ela, por causa da insegurança, hoje está mais difícil vender casas que não estejam em condomínios fechados. “A onda de violência está crescente em nossa cidade e as pessoas querem sair e chegar das suas residências em segurança, sem medo de assaltos ou de deixar seus filhos
sozinhos em casa”, argumenta. Para a corretora, por mais que os apartamentos também ofereçam segurança para os moradores, a opção de comprar ou alugar uma casa em um condomínio fechado deve ser levada em consideração, principalmente por quem sempre morou em residências convencionais. “Como a pessoa já teve a experiência de morar numa casa, a adaptação da família é bem mais fácil. Sem contar que não se perde a sensação de liberdade e os espaços de lazer das crianças”, afirma Graciete.
O Atmosphera Eco Residence oferece grandes área para contato direto com a natureza Mais saúde: Academia completa dentro da área do condomínio
Os condomínios horizontais contam ainda com áreas de lazer completas, tornando o lar um lugar perfeito para reunir os amigos, convidar a família e se distrair. Os espaços vão desde haras completos até o playground baby. Nos residenciais verdes existem ainda piscinas, salões de jogos, campos de futebol, quadras de vôlei de praia, de tênis, squash e salões de festas, o que os tornam a moradia perfeita para crianças e adultos.
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ECOEFICIENTE
Futuro ENTRANDO NA ONDA DAS CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS Foto: Moradias sustentáveis em Portland (EUA)
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termo sustentabilidade tem se tornado foco de discussões em diversos ramos da economia, como resposta à crise dos recursos naturais esgotáveis. O marketing da ‘construção verde’, tem incentivado o crescimento de investimentos econômicos neste setor. Neste cenário, a construção civil vem ganhando força e importância no que se refere à busca de sua sustentabilidade e à transformação de práticas e métodos ultrapassados. No Brasil, a maior iniciativa no que diz respeito à questão da discussão em torno da sustentabilidade foi a Eco-92, que resultou na Agenda 21, documento que influenciou decisões na maioria dos países. O marco mais importante neste assunto foi a criação
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do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável – CBCS. De acordo com a arquiteta, MBA em Construção Sustentável e mestranda em Eficiência Energética pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Andréia Cardoso Oliveira, a inovação das tecnologias construtivas tem posicionado a arquitetura no patamar mundial de discussão sobre a garantia de qualidade de vida para as gerações futuras, onde se baseia o pensamento sustentável. Segundo a especialista, um projeto sustentável é aquele que tem como principal objetivo a redução do impacto sobre o ambiente em que está sendo inserido. Não existe um modelo padrão, ou parâmetros definidos que possam garantir a
um projeto o termo sustentável, principalmente pela popularidade atribuída a este termo. Uma opção para se definir um projeto como sustentável é a avaliação dos selos de certificação. No Brasil, os principais são o LEED e o AQUA, que são selos internacionais adaptados à nossa realidade. O LEED é o sistema de certificação mais usado no mundo e foi criado por uma organização americana, a USGBC, em 2009 e o AQUA, é uma adaptação do selo francês Dérmarche HQE.
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Resíduos O setor da construção civil consome matéria-prima em abundância, além de gerar uma grande quantidade de resíduos, interferindo diretamente no ambiente. Para minimizar, ou até reverter essa situação, é necessário o desenvolvimento de projetos e de novas tecnologias que proporcionem a redução da geração de resíduos, o uso racional de recursos naturais – tais como a energia e a água – e a utilização de materiais ambientalmente corretos. A arquiteta Andréia Cardoso explica também que a gestão dos resíduos na construção civil é uma das tarefas mais complexas, pelo volume de material gerado, algo equivalente a quase 40% de todo o resíduo gerado numa cidade. Segundo ela, a gestão do canteiro de obra é um passo importante na arquitetura sustentável por participar diretamente no impacto do edifício sobre o ambiente. Cuidados com o reaproveitamento de materiais na própria obra é a maior contribuição de uma construção, o que pode reduzir até 50% do resíduo da construção e demolição (RCD). Outro fator é a retenção do material particulado dentro do canteiro através da dispersão de água sobre a poeira periodicamente, bem como a lavagem dos pneus dos caminhões na porta de saída com água reciclada, que é uma medida simples e fundamental na redução do impacto ambiental.
“A correta separação dos resíduos, através da coleta seletiva, permite até 100% de aproveitamento desse material”, explica Andréia.
Vantagens A principal vantagem de um projeto sustentável é sua contribuição individual na garantia de um futuro melhor para o planeta. “Por mais que hoje, a publicidade esteja baseada em se ter um produto diferenciado e, às vezes, na eficiência das novas tecnologias, a ideia inicial de ser sustentável é puramente conceitual: é a preocupação com o desenvolvimento humano, de forma integrada. É a construção de um pensamento maior na redução do impacto negativo gerado no planeta”, diz a arquiteta. O projeto sustentável, por ser interdisciplinar e ter premissas mais abrangentes, garante maior cuidado com as soluções propostas, tanto do ponto de vista ambiental quanto dos aspectos sociais, culturais e econômicos. A casa ecológica, além de beneficiar o meio ambiente, garante o bem estar de seus usuários (faz bem para a saúde, para o bolso e para o planeta).
Mais caro? De acordo com a especialista, o custo inicial de uma construção sustentável é maior que o de uma construção convencional, pela implementação
Mais do que uma tendência, a sustentabilidade é uma necessidade. Ser sustentável não é um estilo de arquitetura, é o futuro da arquitetura. Andréia Cardoso ARQUITETA
das tecnologias eficientes. Mas, numa relação custo/benefício, a construção sustentável é positiva, por serem tecnologias que se pagam em longo prazo. “Pesquisas sobre custo da obra em projetos com certificação LEED pela USGBC apontam que projetos bem planejados desde o inicio de sua concepção podem ter apenas 5% no acréscimo do valor total da obra. Aliado a este planejamento, ainda se tem uma vantagem em relação a essas tecnologias, que apontam uma redução de até 30% no custo de manutenção do edifício a partir do seu uso”, afirma.
A primeira casa 100% sustentável Construída há 30 anos, a primeira casa 100% sustentável do mundo está localizada nos Estados Unidos e é referência mundial. Criada pelo arquiteto norte-americano Michael Reynolds, ela foi projetada para equilibrar a temperatura interna e ser confortável em qualquer estação do ano. Para isso ele desenvolveu um sistema de aquecimento natural, que armazena o calor solar para os dias frios. As paredes da construção são feitas com resíduos de pneus, garrafas, latas e barro. Todos os eletrodomésticos da residência funcionam com sistemas de energia solar ou eólica e a água é proveniente da chuva, que após ser filtrada e tratada pode ser utilizada inclusive para consumo humano.
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A casa sustentável utiliza energia solar e eólica e a água, proveniente da chuva, é tratada para o consumo
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ECOEFICIENTE
Aposta COMO O INVESTIMENTO EM TECNOLOGIAS ALTERNATIVAS PODE SE TORNAR FONTE PERMANENTE DE ECONOMIA NA HORA DE CONSTRUIR OU REFORMAR
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área agrícola de São Gonçalo, situada no município de Sousa no Sertão paraibano, possui a segunda maior média de insolação do mundo. Isso significa dizer que a cidade recebe uma incidência muito alta de raios solares. O fenômeno também acontece com intensidade parecida em grande parte das cidades do Nordeste Brasileiro. Essa característica climática faz da região uma área fértil para a produção de energia solar, mas não é o que vem acontecendo na prática. A utilização de energias alternativas, que além de preservar o meio ambiente podem até mesmo gerar economia e renda para o bolso do consumidor, ainda tem pouca presença nas residências nordestinas. Em Campina Grande, o consumidor pode conhecer de perto como funciona esse tipo de energia, visitando a Casa Ecoeficiente, no Centro de Inovação e Tecnologia do Senai, no Distrito Industrial. É uma residência toda construída com materiais ecológicos e que utiliza as energias solar e eólica para alimentar toda a rede de eletricidade do local. Juntos, um painel solar no teto da construção e uma turbina eólica de dez metros de altura, conseguem gerar dois mil watts para o funcionamento dos eletrodomésticos e da iluminação. Os equipamentos são ligados diretamente à rede de energia pública. Um medidor faz a contagem do que é consumido pela geração das fontes alternativas e o consumidor recebe o desconto na conta de luz. O investimento, dependendo dos tipos de equipamentos utilizados, pode variar de R$ 10 mil a R$ 15 mil para o consumo de energia de uma família média brasileira. De acordo com especialistas, o tempo para fazer o valor investido no projeto ter retorno é de oito anos para as placas de energia solar e cinco para uma turbina eólica de pequeno porte. Como a segunda depende dos ventos, a primeira, mesmo com um prazo maior de retorno financeiro, acaba sendo a mais recomendada para a região Nordeste. E a economia não para por aí. A Casa Ecoeficiente também possui um sistema de reaproveitamento da água das pias e da máquina de lavar. Uma pequena estação de tratamento recebe o resíduo líquido e depois disponibiliza a água tratada para ser utilizada em descargas
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e na lavagem de calçadas, por exemplo. “Numa casa de quatro pessoas, somente com a descarga, é possível economizar quatro mil litros d’água por mês com a estação. Cada ciclo de lavagem de uma máquina consome duzentos litros d’água que podem ser reaproveitados”, explica o engenheiro responsável pelo projeto da Casa Ecoeficiente, Newmark Heiner da Cunha Carvalho, que também é coordenador da unidade.
Hoje, o metro quadrado de uma construção convencional custa em média R$800,00, sem o acabamento. Com a utilização das novas tecnologias da construção civil, esse valor tem uma redução de até 30% Newmark Heiner ENGENHEIRO
O investimento nesse tipo de estação é muito barato e sua construção é bastante simples. Com apenas R$ 500,00 é possível fazer uma estação como a da casa do Senai. Mas hoje existem no mercado equipamentos mais modernos, caso o consumidor queira investir num sistema mais avançado e economizar mais na conta de água.
Economia O engenheiro lembra ainda que a redução nas contas de água e luz é, sim, um alívio e tanto para o consumidor, mas a economia de uma casa pode começar antes, na construção do imóvel. Segundo ele, existem materiais alternativos disponíveis que podem baratear o custo de uma obra. Hoje, o metro quadrado de uma construção
convencional custa em média R$800,00, sem o acabamento. Com a utilização das novas tecnologias da construção civil, esse valor tem uma redução de até 30%. Isso porque a mão de obra fica mais em conta devido ao tempo de execução do projeto, que é bem menor. Os tijolos ecológicos, feitos com barro e pouco cimento são um exemplo de como os materiais alternativos podem acelerar uma construção. Eles possuem um formato que lembram peças de brinquedos de encaixar, facilitando que uma parede fique pronta rapidamente, por exemplo. “São materiais que não agridem o meio ambiente e já têm aceitação do mercado. E apesar da lenda de que estes produtos são utilizados apenas na construção de residências populares, as construtoras têm buscado essas tecnologias alternativas para utilização em residências de luxo”, esclarece.
Falta incentivo Os investimentos privados em energia renovável no Brasil cresceram 8% em 2011, passando para US$ 7 bilhões. No entanto, o potencial de energia solar e eólica no país tem sido menosprezado nas políticas públicas do setor energético. É o que aponta o estudo divulgado em novembro deste ano por um grupo de organizações não governamentais que acompanham o setor. Segundo o documento, com as tecnologias disponíveis para aproveitamento de energia solar, seria possível atender a 10% de toda a demanda atual de energia elétrica com a captação em menos de 5% da área urbanizada do Brasil. Ainda de acordo com o estudo, no caso da energia eólica, o potencial inexplorado chega a 300 gigawatts, o que representaria quase três vezes o total da capacidade instalada atualmente no país. Na tentativa de mudar este panorama, tramitam na Câmara dos Deputados projetos que visam garantir incentivos fiscais para quem usar energia solar e eólica. Um desses projetos é de autoria do deputado paraibano Leonardo Gadelha (PSC-PB) e permite deduzir da base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), as despesas com aquisição de bens e serviços destinados à
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geração de eletricidade a partir de fontes renováveis, como a solar e a eólica. O Projeto de Lei 3097/12 beneficia pessoas jurídicas e físicas e abrange instalações com capacidade instalada de até mil quilowatts. No caso das empresas, é permitida a dedução até o limite de 5% do lucro operacional. Para a pessoa física, o limite fixado é de 5% da renda bruta. Outro projeto, o PL 2562/11, propõe incentivos fiscais para a utilização da energia solar em residências e empreendimentos. Os dois estão tramitando em conjunto na Câmara.
Curiosidades CUSTO DE IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE ENERGIA SOLAR (1.000w)
R$ 10 MIL
GASTO MENSAL DE ÁGUA, APENAS COM DESCARGA, NUMA CASA COM QUATRO PESSOAS
15 MIL LITROS
CUSTO MÉDIO DE UMA CONSTRUÇÃO CONVENCIONAL POR METRO QUADRADO
R$ 800,00
ECONOMIA DE UMA CONSTRUÇÃO UTILIZANDO MATERIAIS ECOLÓGICOS
30%
A PARTIR DESTE ANO, O CONSUMIDOR BRASILEIRO VAI PODER VENDER PARA AS PRÓPRIAS CONCESSIONÁRIAS A ENERGIA PRODUZIDA NOS IMÓVEIS. OU SEJA, QUALQUER RESIDÊNCIA OU ESTABELECIMENTO COMERCIAL QUE POSSUIR TECNOLOGIAS DE GERAÇÃO DE ENERGIA PODERÁ CEDER SUA PRODUÇÃO.
Casa Ecoeficiente Inaugurada em 2006, a Casa Ecoeficiente do Senai Paraíba possui dependências usuais de uma residência de padrão médio, constituindo-se em um ambiente tecnológico e didático para visitação, promoção de cursos, pesquisas e inovações. Com um projeto arquitetônico desenvolvido em parceria com o CEFET/PB, o lugar atua em programas de educação profissional, desenvolvimento de equipamentos, serviços tecnológicos e difusão de tecnologias nas áreas de Energia Eólica, Energia Solar Fotovoltaica, Energia Solar Térmica e Gestão Eficiente de águas domésticas. Desde a sua inauguração, a Casa foi visitada por um público superior a 20 mil pessoas, entre empresários, pesquisadores e alunos de universidades públicas e privadas da Paraíba, alunos das escolas técnicas e escolas do ensino fundamental e médio, da rede pública e privada.
A casa serve como laboratório para estudos tecnológicos de energias alternativas, como Eólica e Solar
Aberta ao público, a Casa também funciona como laboratório e oferece cursos na área de energias renováveis, como Instalador e Mantenedor de Sistema Solar Fotovoltaico e Instalador e Mantenedor de Sistema Solar de Aquecimento D’água.
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ESPECIAL
Força CAMPIMÓVEIS: A FEIRA DE IMÓVEIS DE CAMPINA GRANDE QUE MOVIMENTARÁ CERCA DE R$250 MILHÕES EM 2013
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ampina Grande está no roteiro dos grandes eventos do Nordeste brasileiro. Além do maior São João do Mundo, a cidade também é sede dos maiores encontros religiosos e filosóficos da região e vem se destacando no turismo de negócios com a realização de feiras e congressos de sucesso. Um exemplo de destaque na área é a Campimóveis, feira de imóveis, construção civil e tecnologia, promovida pela Estrutural Eventos, no Parque do Povo. O evento, que surgiu com objetivo de proporcionar aos cidadãos paraibanos a oportunidade de conhecer novos conceitos e novas tendências nos setores de imóveis, construção civil e tecnologia, hoje é responsável pelo aquecimento das vendas no setor. Prova disso
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é que, nas três primeiras edições, a feira conseguiu movimentar R$ 500 milhões em negócios. A primeira edição da Campimóveis foi realizada num espaço de 700m², com estacionamento rotativo, praça de alimentação, auditório, secretarias e setores organizados em blocos. O sucesso foi tão grande que, no mesmo ano, a Câmara de Vereadores incluiu a feira no calendário oficial de eventos da cidade. O evento vem se renovando a cada ano. Em 2013, a quarta edição da Campimóveis conta com um espaço ainda maior - 9000m² de área coberta, com capacidade para 100 stands. A expectativa para este ano é uma movimentação de 60 mil
pessoas e um volume de negócios no valor de R$250 milhões. Além das construtoras e imobiliárias, a feira consegue reunir as mais variadas empresas da construção civil. São vidraçarias, esquadria, revestimentos, gesso, tecnologia, ferramentas, cerâmica, ambientação, jardinagem e granito, por exemplo. No espaço, ainda é possível encontrar bancos, administradoras de bens, agências de comunicação e novidades em móveis para o lar. Uma área da feira é totalmente dedicada às novidades high tech ligadas às engenharias mecânica, civil e elétrica, com equipamentos de última geração. Os lançamentos de grandes obras, serviços e produtos estão se tornando
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uma marca da Campimóveis. No ano passado, a grande novidade do evento, na área de empreendimentos, foi o lançamento do Mundo Plaza Residence, da Fronteira Engenharia, no terreno da antiga fábrica de bebidas Caranguejo, às margens do Açude Velho. O empreendimento é composto por uma torre empresarial e duas residenciais e já está em construção. Este ano, a concessionária de automóveis CAOA Hyundai apresentará ao público campinense, durante o evento, o novo i30 pela primeira vez. O evento também conseguiu atrair parceiros importantes como os conselhos regionais de corretores de imóveis e de engenharia arquitetura e agronomia da Paraíba, além do sindicato dos condomínios do estado, a fundação parque tecnológico, a Faculdade de Ciência Sociais Aplicadas (FACISA) e a Prefeitura de Campina Grande. O diretor da Estrutural Eventos e um dos responsáveis pela feira, Jomário Souto, diz que o evento já atraiu também a participação de empresas de João Pessoa, Recife e diversas cidades paraibanas. “Já percebemos uma procura maior de empresas da capital. Nos outros anos, 80% dos participantes era de Campina Grande ou de cidades próximas. Graças ao sucesso da Campimóveis, o mercado de João
Pessoa já está se movimentando para se fazer mais presente na feira”.
Casa própria Com as facilidades de financiamentos oferecidas no mercado, conquistar a casa própria se tornou mais acessível. Cientes disso, construtoras passaram a adotar estratégias que possibilitam uma maior aproximação com o consumidor para mostrar seus produtos e formas possíveis de negociação. Uma dessas estratégias são as feiras de imóveis. Na Campimóveis o visitante pode aproveitar para comprar um terreno ou mesmo realizar o sonho da casa própria. A praticidade é um dos atrativos da feira. Com a diversidade de serviços oferecidos, o consumidor pode sair do evento até mesmo com a casa mobiliada com móveis projetados e ambientação definida. Os agentes financiadores participam, oferecendo facilidades para a aquisição do imóvel. Em alguns, o cliente que leva toda a documentação necessária consegue fechar a compra e o financiamento do imóvel no mesmo dia. Encontrar em um mesmo local várias opções de produtos, em diversos bairros e com descontos é um grande atrativo para os clientes. É o caso da empresária
O espaço é ideal para tomar a decisão de um investimento imobiliário porque você consegue visualizar as novidades e comparar preços de forma muito rápida e prática. Iesa Moura EMPRESÁRIA
Iesa Moura, da Ótica Moura, que já marcou na agenda os dias da Campimóveis deste ano para fazer uma visita aos stands da feira. “O espaço é ideal para tomar a decisão de um investimento imobiliário, porque você consegue visualizar as novidades e comparar preços de forma muito rápida e prática”, disse.
A FEIRA REÚNE, ALÉM DE CONSTRUTORAS E IMOBILIÁRIAS, MAIS DE 70 EMPRESAS LIGADAS À CONSTRUÇÃO CIVIL. O EVENTO AINDA DISPONIBILIZA AOS SEUS VISITANTES, BANCOS E ADMINISTRADORAS DE BENS, ALÉM DE ESPAÇO RESERVADO PARA CONCESSIONÁRIA DE VEÍCULOS E PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO.
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OPINIÃO
ECONOMIA VERDE Reciclando os resíduos sólidos de construção e demolição
Magela Barros gmagelabarros@gmail.com É ambientalista, concluinte do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental (UEPB), Bacharelando em Engenharia Civil (UFCG) e colaborador na Cooperativa CATAMAIS.
O agregado reciclado do RSCD pode ser utilizado na confecção de uma argamassa alternativa, com qualidade superior ou igual ao das argamassas convencionais.
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crescimento populacional em nosso país ocorre de forma exorbitante e exponencial. Ou seja, se imaginarmos que um casal tenha 4 filhos e esses tenham mais 4 cada um, teremos uma população de 20 pessoas partindo de apenas 2 pessoas, aumentando assim a densidade demográfica do país em mais habitantes por metro quadrado. Mas qual é a relação entre construção civil e a taxa de crescimento populacional? O aumento dessa taxa de crescimento alavanca ainda mais o setor da construção civil. Consequentemente surgem três problemáticas que não devem ser esquecidas pelos profissionais da engenharia: A busca por espaço; a super exploração dos recursos naturais, tendo em vista o aumento dos lucros no ramo da construção civil; e a produção de resíduos sólidos de construção e demolição (RSCD).
asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha. E todos esses resíduos, segundo o CONAMA, devem ser gerenciados ao que competem as diretrizes, critérios e procedimentos, de forma a reduzir os impactos ambientais.
Segundo definição do autor Braga, et al, “algo se torna recurso natural caso sua exploração, processamento e utilização não causem danos ao meio ambiente”. Partindo desta importante definição, todas as engenharias, aliadas às novas tecnologias, têm como missão utilizar da melhor maneira possível os recursos naturais, visando a sua não extinção, assim como manusear os RSCD, com objetivo de manter o equilíbrio no meio ambiente.
Os RSCD também podem ser reutilizados em projetos de paisagismo. Através dos fragmentos de rochas nas escavações e com muita criatividade é possível aplicá-los na criação de esculturas e na composição de canteiros. Utiliza-se também, com bastante frequência, tubos de concreto, PVC e latas de tinta para dar um efeito bonito e renovado às jardineiras. Já os resíduos de vidros (lascas) e os resíduos de cerâmica dão forma a pisos de quiosques em jardins. Outro material comum em projetos paisagísticos é o cascalho oriundo do peneiramento, que pode ser utilizado para forração ao longo de canteiros. Por fim, citamos a madeira, que é utilizada para o “abafamento” dos pilares e vigas.
A resolução do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) n0 307/2002 designa que resíduos da construção civil são provenientes de construções, reparos, reformas e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento
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Utilizando os necessários conhecimentos de tecnologia verde e atendendo à resolução do CONAMA, uma alternativa bastante viável na reciclagem dos RSCD é a produção de agregados (areia, pedra e pedriscos). Os custos podem ser até 80% inferiores ao dos agregados vendidos no mercado. O agregado reciclado do RSCD pode ser utilizado na confecção de uma argamassa alternativa, com qualidade superior ou igual ao das argamassas convencionais. Assim os resíduos de demolição, reformas e reparos são reutilizados de forma útil e rentável.
Temos assim a tecnologia e a criatividade a serviço da engenharia, ajudando ainda mais as construções, aliando economia à sustentabilidade e tentando equilibrar o jogo entre desenvolvimento e meio ambiente.
OPINIÃO
CENTRO HISTÓRICO As placas por Campina Grande apontam. Mas onde ele está?
Emmanuel Sousa sousa.emmanuel@hotmail.com É Bacharel em Administração e em Ciências Contábeis (UEPB), com especialidade em Contabilidade Pública e LRF (UNINTER/ FURNe) e CRC 10.070/PB; É também professor universitário na UNIP/CG e co-Criador e co-Editor do Blog “Retalhos Históricos de Campina Grande”.
Em Campina Grande há lançamento de novos empreendimentos por todos os bairros e os edifícios verticalizados ainda são a principal tendência
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omumente transitando pelo entorno do Centro da cidade nos deparamos com placas indicativas de trânsito que sinalizam, entre convergências de sentidos, a direção para o “Centro Histórico”.
Grande é muito limitado. Alem do quê, os que estão localizados nas principais vias de tradição comercial ainda contam com a descaracterização publicitária que encobre o pouco que ainda resta das suas antigas fachadas.
Ornadas com fundo pintado na cor marrom, que indicam “Atrativos Turísticos”, segundo as convenções definidas pela Legislação de Trânsito brasileira, as placas nos leva ao local em que deveria ser nosso Centro Histórico!
De certa forma, apesar dos seus 315 anos de fundação (a serem comemorados no próximo dia 1º de dezembro), passear em Campina Grande não significa uma viagem ao passado. Muitos são os prédios públicos
Não só para os turistas que nos visitam, como para nós mesmos que buscamos evidências físicas do passado da nossa cidade, o cenário encontrado na área delimitada não reporta em praticamente nada ao termo definido nas placas indicativas.
ou privados que foram demolidos ou substituídos desde a Reforma Urbanística implementada na administração do prefeito Vergniaud Wanderley no final da Década de 30, que mudou radicalmente o layout original do Centro da nossa urbe, bastando citar a demolição da Igreja do Rosário e do Paço Municipal como exemplo do rastro de destruição imposta ao nosso Patrimônio Histórico.
Campina Grande é uma cidade ímpar no que diz respeito à presença de arquitetura urbana de cunho histórico. Como se não bastassem as modificações realizadas nas Décadas de 30 e 40, que remodelaram de forma definitiva as características originais que remetiam aos tempos da Vila Nova da Rainha, hoje contamos com o processo de expansão do mercado da construção civil que vem substituindo de forma avassaladora muitos dos imóveis comerciais e residenciais antigos existentes no Centro da cidade por construções de arquitetura contemporânea, ou simplesmente transformando seus terrenos em estacionamentos. O acervo de construções Históricas e/ou originais presentes no Centro de Campina
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Diferente de outras grandes cidades do Brasil que comungam do acervo arquitetônico histórico com o modernismo, Campina Grande caminha à passos largos para contar sua História apenas através das fotografias que registraram, um dia, o presente que o futuro, disfarçado de progresso, fez e faz questão de esquecer da importância que aquele imóvel teria para as novas e próximas gerações. Ironicamente falando, o maior acervo patrimonial histórico de Campina Grande encontra-se eternizado em mídia fotográfica.
Avenida Floriano Peixoto, um dos locais mais fotografados da cidade Imagem da Floriano Peixoto usada em um cartão postal antigo
Rua Maciel Pinheiro em 1960: prédios com arquitetura Art déco
Trecho da Avenida Floriano Peixoto,em 1957
Década de 20 do século passado: a via transversal é a rua Maciel Pinheiro e ao centro da foto, a Avenida Floriano Peixoto
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DICAS
Resfriar O AMBIENTE FICA MAIS CONFORTÁVEL COM OS SISTEMAS DE CLIMATIZAÇÃO. SAIBA COMO MANTÊ-LOS EM BOM ESTADO
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odos queremos viver em um ambiente confortável. O ar condicionado é uma solução que pode ser utilizada durante todo o ano, proporcionando nas casas, escritórios e comércios, a sensação de clima agradável. Os sistemas de climatização são o grande diferencial para o conforto nos dias de hoje. Conforto não é só variar a temperatura. É fundamental uma temperatura constante, baixo ruído e uma boa qualidade do ar. A temperatura aconselhável para o verão, estação mais quente do ano, é de 24ºC. Temperaturas muito baixas podem desumidificar o ambiente e causar choques térmicos. No Inverno, a temperatura ideal é de 18ºC a 20ºC. Temperaturas muito superiores, podem deixa o ar seco e, igualmente provocar choques térmicos nas pessoas. Os sistemas de ar condicionado apresentam o mesmo princípio de funcionamento de refrigeradores e
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geladeiras: possuem compressor e condensador – partes que geram ruídos – e evaporador – parte silenciosa. O sistema pode ser de expansão direta ou indireta, do ar frio. Na expansão direta, o gás é responsável pelo resfriamento de ar, é o caso dos aparelhos de janela e do modelo split. Na expansão indireta, o gás resfria a água que circula pelo aparelho, que por sua vez resfria o ar que é lançado no ambiente, como acontece nas centrais de água gelada.
Defeito? Para saber se o ar condicionado está com problemas ou se está sem potência suficiente para refrigerar um ambiente, basta fazer um simples teste com um termômetro: meça a temperatura do ar do ambiente, próximo ao filtro. Em seguida meça a temperatura de saída do ar frio do aparelho. A diferença entre a primeira e a segunda deve ser de 8 a 14 graus. Caso
ocorra essa diferença, o aparelho está bom mas não tem capacidade suficiente para refrigerar o ambiente. Vale a pena lembrar que muitas vezes uma má instalação compromete o funcionamento correto do aparelho de ar condicionado e pode causar problemas no futuro.
Limpeza Faça uma limpeza periódica da frente plástica e da saída de ar do ar condicionado com uma flanela ou um pano macio, ligeiramente embebido em água morna e sabão neutro. Nunca use detergentes, álcool ou água diretamente sobre a frente plástica. Depois seque com uma flanela limpa e seca. Para limpar o evaporador (unidade interior), primeiramente desligue-o completamente retirando a alimentação de energia do aparelho e repita o processo acima. Em caso de dúvida, procure um técnico qualificado.
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MERCADO IMOBILIÁRIO
Crescendo SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL CONTINUA EM ALTA E AS EXPECTATIVAS É QUE ELE FIQUE CADA VEZ MAIS ACESSÍVEL 60
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os anos 80, a estagnação do setor de construção foi visível e provocou muitos danos ao país. A partir da década de 90, iniciou-se a reestruturação econômica, enunciando sinais de avanços. O setor apresentava sinais de que tinha fôlego e que seria, em pouco tempo, a “locomotiva” do PIB do país. Era evidente a necessidade de investimentos em infraestrutura e o déficit habitacional atingia altos níveis. Na última década, diversos fatores contribuíram para o avanço econômico da construção civil, de modo que hoje se verifica um crescimento bem acima do PIB. O número de oportunidades de trabalho cresceu e toda a indústria setorial foi beneficiada. De acordo com o coordenador do Curso de Tecnologia em Construções de Edifícios da Facisa, Ronaldo Meneses, o bom momento da construção civil é resultado de uma série de fatores que, combinados, possibilitaram uma euforia econômica no setor, de modo a atrair investidores e, consequentemente, provocar o aumento da demanda, uma vez que há uma necessidade de reduzir o déficit habitacional no Brasil. Segundo o especialista, a estabilidade econômica do país, os programas governamentais federais (PAC e Minha Casa Minha Vida), a expansão do crédito imobiliário, o aumento de renda do trabalhador brasileiro, a queda do desemprego e o déficit de aproximadamente seis milhões de moradias, contribuíram para esse momento.
400 construtoras atuam hoje na Paraíba. O mercado está mais diversificado, com opções que vão desde moradias populares, cujos preços varias de R$ 50 mil a R$ 150 mil; até luxuosos imóveis, que podem custar mais de R$ 1 milhão. Em Campina Grande há lançamentos de novos empreendimentos por todos os bairros e os edifícios verticalizados ainda são a principal tendência. Aqueles com maior custo por metro quadrado estão no Alto Branco (o edifício com maior preço de venda, tem valor estimado de R$ 3.600,00 por metro quadrado), Catolé (R$ 4.200,00/m²), Centro (4.500,00/m²), Jardim Tavares (3.960,00m²), Mirante (R$ 3.901,00/m²) e Prata (3.978,00/m²).
Infraestrutura De acordo com o especialista Ronaldo Meneses, em regra geral os municípios brasileiros não estão preparados para o crescimento do setor ocorrido nos últimos anos, principalmente no que se refere aos equipamentos de saneamento básico: abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem pluvial e coleta e destino de resíduos sólidos. “Não observamos, nestas áreas, investimentos compatíveis e que acompanhassem os da construção. Então, deverão surgir problemas nos próximos anos. Como por exemplo, podemos citar o bairro do Catolé, em Campina Grande, local onde ocorre um acentuado processo de verticalização. Não houve, neste bairro,
melhoria da mobilidade urbana, do abastecimento de água, da coleta de esgoto e nem melhorias na rede de drenagem de água pluvial”, afirmou.
Expectativas Diversos fatores combinados tendem a sustentar o crescimento da construção civil nos próximos anos. O principal deles é a expansão do crédito imobiliário (no Brasil é de apenas 5% do PIB). Além disso, se a demanda por imóveis continuar em bons níveis e a inadimplência também for baixa, haverá boas perspectivas para o setor, garantem os especialistas. Para Ronaldo Meneses, as perspectivas indicam que haverá crescimento no setor, mas em níveis moderados e compatíveis com a realidade do mercado. “É natural a tendência dos preços atingirem valores mais compatíveis com a realidade do mercado e ocorrerá ainda uma diminuição na velocidade de venda, pois haverá um equilíbrio entre demanda e oferta. Acredito ainda, que os investidores no mercado serão selecionados normalmente e só ficarão aqueles que se prepararam e pensaram em longo prazo, ou seja, os que investiram em formação e treinamento de equipe, priorizaram a profissionalização dos processos construtivos e conseguiram implantar programas de qualidade nos canteiros de obra. Assim, o crescimento será menor que aquele do período eufórico, mas
Neste cenário, a Paraíba aparece com um desempenho surpreendente e novos empreendimentos imobiliários estão surgindo a cada dia. João Pessoa e Campina Grande se destacam pelo número de vendas e o surgimento de novos empreendimentos. Porém, Patos, Sousa e Cajazeiras também já recebem muitos investimentos no setor, despontando com um grande número de construções. Sumé e Cuité, motivadas pela implantação de instituições de ensino superior, também tiveram um incremento na execução de novas edificações, principalmente, direcionadas ao público estudantil. De acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Civil - Sinduscon, mais de
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Em vários bairros da cidade faltam calçamento, esgotamento sanitário e obras de infraestrutura básica
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poderá se manter em níveis suficientes que atendam a demanda e justifiquem os investimentos” afirmou.
Estimativa A Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Instituto de Pesquisa Data Popular (IPDP) acreditam que, em 2013, o setor da construção civil deverá crescer 4%, com relação ao mesmo período de 2012. Estima-se que a classe C gaste mais de R$ 48,6 bilhões com construções e reformas de casa. Entre os anos de 2002 e 2012, houve um acréscimo de mais de 35 milhões de pessoas na classe C. Isso influencia
significativamente a lista de potenciais consumidores no mercado, inclusive para o setor da construção. Ainda segundo o levantamento do IPDP, a expectativa de despesas da classe média com serviços chega a 66,3% ao ano.
Preços elevados Com um percentual de 6,41%, a Paraíba apresentou a maior alta do Nordeste, no que se refere aos custos da construção civil, de janeiro a setembro de 2012, segundo o Índice Nacional da Construção Civil (INCC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa paraibana subiu mais que a da região (3,47%) e do país
(4,64%). Em decorrência da alta no preço de insumos como o cimento e o concreto, além da mão de obra cada vez mais valorizada, os valores dos imóveis na Paraíba vêm crescendo consideravelmente nos últimos anos. Ainda conforme aponta o IBGE, a Paraíba tem o segundo custo médio de construção do metro quadrado mais caro do Nordeste. Com um valor estimado em R$ 826,22, o Estado fica atrás apenas do Maranhão, cujos gastos com o metro quadrado, desconsiderando o valor do terreno, chegam aos R$ 857,39. A região Nordeste, por sua vez, apresentou um preço médio bem inferior, de apenas R$ 794,31.
A PRESENÇA DAS MULHERES NA CONSTRUÇÃO CIVIL AINDA É RARA, MAS SEGUNDO O MINISTÉRIO DO TRABALHO, NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS A PARTICIPAÇÃO FEMININA NO SETOR AUMENTOU 8%. ATUALMENTE, MAIS DE 200 MIL MULHERES TRABALHAM NOS CANTEIROS DE OBRAS DO BRASIL.
Campina Grande se expande vertical e horizontalmente, mas ainda necessita de investimentos em infraestrutura
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FIQUE SABENDO
Aluguel QUEM PAGA A CONTA? DIREITOS E DEVERES DE PROPRIETÁRIOS E INQUILINOS 64
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pareceu cupim no imóvel, quem deve pagar para dedetizar o local, o proprietário ou o inquilino? Quem deve pagar a troca de toda a fiação elétrica do apartamento? Para evitar discussões como estas na hora de dividir responsabilidades, é preciso que locador e locatário tenham definido, de forma clara, o papel de cada um no negócio. Estar antenado com as novidades da nova lei do inquilinato e ter o conhecimento das melhores opções de mercado são dois aspectos fundamentais para fugir dos problemas com a locação de imóveis.
traz pontos importantes para atender as necessidades decorrentes das mudanças sociais e do quadro econômico do País, além de impor maior celeridade processual à ação de despejo.
Escolher o bairro, conseguir um fiador e checar a infraestrutura da casa ou do apartamento são detalhes fundamentais para serem levados em consideração na hora de alugar um imóvel. Contudo, para que a relação contratual seja tranquila, locatário e locador devem conhecer bem seus deveres e direitos, uma vez que os principais problemas deste tipo de transação estão, na maioria das vezes, relacionados com a divisão de responsabilidades que normalmente surgem nas ocasiões mais inesperadas.
Pela lei, tudo o que for relativo à manutenção é de responsabilidade do inquilino. O que se refere à estrutura compete ao dono.
Por exemplo: quem deve pagar a conta se for preciso pintar o prédio? E se for necessário trocar o encanamento ou a fiação elétrica da residência? Para quem deve ser encaminhada a cobrança se o condomínio decidiu reformar toda a área de lazer? As respostas para essas e outras perguntas estão na Lei nº 8.245, de 1991, também conhecida como Lei de Locações ou Lei do Inquilinato. Mas a Construir & Cia buscou e traz agora uma espécie de guia que certamente ajudará a tornar bem mais fácil a relação proprietário x inquilino.
Obrigações Conversar, buscar o entendimento, é a forma mais rápida e eficiente de locador e locatário resolverem divergências. No entanto, se os conflitos se acirrarem, eles deverão antes de recorrer à Justiça informar-se sobre os direitos e deveres de ambos estabelecidos pela Lei do Inquilinato. Os direitos e deveres dos participantes do processo de locação estão definidos na Lei nº 8.245, de 1991, reestruturada em 2009 pela Lei nº 12.112. A atualização
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A lei do inquilinato estabelece, por exemplo, que o proprietário deve entregar o imóvel em condições de uso para aquilo que se destina. Por sua vez, o inquilino tem o dever de entregar o imóvel no mesmo estado que o encontrou. Parece fácil, mas são questões como estas os principais motivos de discórdia entre inquilinos e proprietários.
Saulo Medeiros ADVOGADO
Normalmente, os contratos de locação exigem que os locatários entreguem o imóvel com uma nova pintura. O advogado Saulo Medeiros explica que, se a pintura sofreu apenas desgaste natural do tempo, essa cláusula não pode ser aplicada. Ou seja, se o inquilino sujou ou fez furos na parede, vai ter que pintá-la quando entregar o imóvel, do contrário, não terá essa obrigação. Para que o imóvel esteja em condições de uso, o locador tem a obrigação de livrar a propriedade de todas as pendências burocráticas junto aos órgãos de fiscalização, evitando que o próximo locatário tenha problemas para conseguir um alvará de funcionamento, caso necessário. “Isso significa dizer que se no local funcionava um comércio como restaurante, por exemplo, cabe ao locador limpar o nome do imóvel na prefeitura, caso tenha sido interditado pelos órgãos de Vigilância Sanitária”, explica o advogado.
Em relação ao pagamento do IPTU e do seguro contra incêndio, é comum e legal transferir ao inquilino, no contrato, muito embora ele não seja nem o dono do imóvel nem o beneficiário do seguro, que é o próprio dono. Outro ponto de conflito na relação entre locadores e locatários está nas melhorias realizadas na propriedade. Quem deve arcar com os custos? Neste caso, a resposta também é simples. “Pela lei, tudo o que for relativo à manutenção é de responsabilidade do inquilino. O que se refere à estrutura compete ao dono”, diz Medeiros. A lógica também serve para questões de encanamento. Despesas para desentupir pias ficam com os inquilinos. Se a estrutura dos canos do prédio é trocada, os custos são do locador. A Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (ABADI) é o órgão que define as responsabilidades em casos mais complicados, como o surgimento de cupim no imóvel. Se o locador entregou com cupim, é dever dele pagar pela dedetização. Caso o problema tenha surgido depois da locação, a obrigação é do locatário. Se ambos não chegarem a um entendimento sobre o período que apareceu o cupim, o conflito precisa ser resolvido na justiça. Nos casos em que as condições da casa não correspondam com as características prometidas pela imobiliária, o artigo 35 do Código do Consumidor garante ao locatário a devolução do aluguel. Saulo Medeiros comenta que a maioria desses problemas pode ser evitada na hora de fazer o contrato. “As partes possuem liberdade de pactuar, porém, devem observar os requisitos legais mínimos, como por exemplo, o modo e condições de desfazer este contrato, os limites dos reajustes do aluguel”, explica.
Contrato O contrato que regulamenta as condições do aluguel de um imóvel chama-se “contrato de locação” e é elaborado de acordo com um padrão de cláusulas e requisitos. Ele deve ser lido e assinado pelo locador, pelo locatário e por duas testemunhas e, depois, registrado em cartório. Só assim ambos os lados garantirão seus direitos legais. Anexado ao contrato, as imobiliárias e/ou
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os proprietários costumam apresentar um inventário do que se encontra no imóvel e do seu estado de conservação, um relatório de vistoria. Também o inquilino deve fazer sua vistoria, antes de ocupar o imóvel, anotando todas as particularidades que
tenha encontrado, a existência de lustres, chuveiros, manchas de umidade, o estado de conservação de janelas, vidros, portas, batentes, armários, soalho, pisos cerâmicos, azulejos etc. Para ficar claro que se trata de uma vistoria desse imóvel, devem constar da relação as informações
sobre o apartamento, o nome do locador e o do locatário. Depois o inquilino precisa entregar o relatório ao proprietário ou a seu representante, para que o assine e guardar consigo uma cópia assinada. Se não quiserem assinar, o locatário pode registrar em cartório, como documento, o seu inventário do imóvel.
Responsabilidades Despesas rotineiras O INQUILINO PAGA •Taxa de condomínio: salários, encargos trabalhistas, contribuições previdenciárias e sociais dos empregados do condomínio; •Consumo de água, gás e energia elétrica; •Limpeza, conservação e pintura das instalações e dependências de uso comum; •Manutenção das instalações e equipamentos hidráulicos, elétricos, mecânicos e de segurança; •Manutenção de elevadores, porteiros eletrônicos e antenas coletivas; •Rateios de saldo devedor, desde que a dívida tenha ocorrido no período de locação.
Deveres do inquilino •Pagar o aluguel no prazo combinado; •Tratar do imóvel com o mesmo cuidado que teria se fosse seu; •Entregá-lo, no final do contrato, no estado em que o recebeu; •Reparar os danos no imóvel provocados por ele, familiares ou visitantes; •Comunicar o aparecimento de qualquer problema ou irregularidade cujo reparo seja de responsabilidade do locador; •Permitir a vistoria do imóvel pelo locador ou pessoa autorizada por ele, desde que o dia e a hora sejam previamente combinados.
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Despesas extraordinárias
Lei do Inquilino
O LOCADOR PAGA
REFORMAS E ADAPTAÇÕES
•Indenizações trabalhistas e previdenciárias pela dispensa de empregados antes do início da locação; •Reformas ou acréscimos à estrutura do imóvel; •Serviços de pintura, iluminação e esquadrias externas; •Obras destinadas a repor as condições de habitabilidade do imóvel; •Instalação de equipamentos de segurança e de incêndio, de telefonia, de intercomunicação, de esporte e de lazer; •Despesas de decoração e paisagismo nas áreas de uso comum; •Constituição de fundo de reserva.
Deveres do proprietário •Entregar o imóvel ao inquilino em condições de uso; •Pagar as taxas de administração imobiliária; •Assumir a responsabilidade por problemas e defeitos existentes antes da locação; •Reparar os danos no imóvel provocados por ele, familiares ou visitantes; •Fornecer recibo discriminando as importâncias pagas pelo locatário; •Pagar os impostos, as taxas e o seguro contra fogo do imóvel, a não ser que o contrato estabeleça expressamente que o inquilino deve pagá-los.
Atenção ao que diz a Lei do Inquilinato quanto a reformas, adaptações, modificações ou benfeitorias no imóvel alugado. Às vezes, proprietário e inquilino podem se desentender sobre a necessidade desta ou daquela obra. É bom, portanto, saberem que a lei faz distinção entre as modificações “necessárias”, as “úteis” e as “voluptuárias”. O inquilino não pode, por exemplo, “modificar a forma interna ou externa do imóvel sem o consentimento prévio e por escrito do locador”. Por “modificar a forma” entenda-se erguer uma parede, abrir nova janela num dos quartos etc. Já se o inquilino decidir refazer um quadro de força (a caixa com comutadores de distribuição de energia elétrica) que está em péssimas condições, ele não precisará de autorização do proprietário e poderá receber de volta o dinheiro gasto na reforma. É uma benfeitoria necessária. Por outro lado, uma nova pintura no imóvel é uma benfeitoria útil. Assim, deve ser autorizada pelo locador, e o inquilino também tem direito a ressarcimento. As benfeitorias voluptuárias - consideradas desnecessárias por não ampliarem nem melhorarem o uso de determinada coisa - não são indenizáveis, ou seja, o inquilino não tem o direito de exigir do proprietário que lhe pague as despesas. Se o imóvel necessitar reparos urgentes por conta do proprietário, o inquilino não poderá fazer objeções. Se os reparos durarem mais de dez dias, o inquilino terá direito a desconto no aluguel proporcional ao período excedente.
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FIQUE SABENDO
Entulho CONSTRUIU. REFORMOU. E AGORA, O QUE FAZER COM OS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL?
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ão tem como fugir dele. Qualquer reforma em casa, por menor que seja, gera o famoso e indesejável entulho. Em pequenas ou grandes proporções, dependendo do que for feito, o entulho precisa de um destino. E não adianta tentar colocar junto com o lixo comum para ser recolhido. Os lixeiros estão preparados para não recolher esse tipo de material, pois pode danificar o veículo da coleta. Sem saber dar o destino correto ao entulho, muita gente acaba depositando os resíduos das construções e reformas de maneira ilegal em vias públicas e terrenos baldios, por exemplo. Mas o que fazer com o resto de cerâmica do piso, o granito da pia, a sobra da madeira?
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De acordo com a Secretaria de Recursos Hídricos e Meio Ambiente de Campina Grande, a responsabilidade do entulho é da pessoa que gera os resíduos. Ou seja, se você vai construir ou reformar, deve deixar reservado no orçamento recursos para despesas com a retirada dos entulhos. Uma empresa que faz a coleta de resíduos da construção civil cobra em média R$ 80,00 por uma caçamba, que pode ficar de três a cinco dias no local do imóvel que está em reforma ou construção. Elas devem ser utilizadas apenas para coleta do entulho. Portanto, não adianta colocar lixo ou tentar se livrar de um sofá velho. Antes de contratar a caçamba, é preciso saber se a empresa está cadastrada na Prefeitura e qual o destino que o
prestador do serviço vai dar ao entulho. Em Campina, o material recolhido pode ser levado para o Aterro Sanitário, no município de Puxinanã, ou depositado em terrenos das próprias empresas. Responsável pelo atendimento ao cliente de uma dessas empresas, Raquel Limeira Alves lamenta que a cidade ainda não tenha um local específico para receber e separar os materiais dos entulhos, como existe em outras cidades de mesmo porte. “Nosso projeto inicial era reciclar o entulho, mas os custos para construir uma usina de reciclagem são muito altos. A Prefeitura poderia ajudar muito implantando uma usina na cidade para beneficiar não só as empresas, como também aquelas pessoas que fazem a coleta dos entulhos em carroças”, completa.
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Tipos de entulho Reciclagem O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) estabeleceu critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos sólidos da construção civil. Eles estão divididos em quatro classes: Classe A - são os resíduos recicláveis, que podem ser reutilizados como agregado não-estrutural após serem triturados. Caso da argamassa, dos materiais cerâmicos e do concreto. Classe B - são os reutilizados para outros destinos, como plástico, papel, vidro, madeiras, alumínio e outros. Classes C e D - são os mais difíceis de reciclar ou que não têm tecnologia economicamente viável para tal, como o gesso, tintas, solventes, óleos e outros resíduos específicos.
drenagem, placas.
O entulho deve ser visto como fonte de materiais de grande utilidade para a construção civil. Seu uso mais tradicional - em aterros - nem sempre é o mais racional, pois ele serve também para substituir materiais normalmente extraídos de jazidas ou pode se transformar em matéria-prima para componentes de construção, de qualidade comparável aos materiais tradicionais.
A reciclagem de entulho pode ser realizada com instalações e equipamentos de baixo custo, apesar de existirem opções mais sofisticadas tecnologicamente. Havendo condições, pode ser realizado na própria obra que gera o resíduo, eliminando os custos de transporte. É possível contar com diversas opções tecnológicas, mas todas elas exigem áreas e equipamentos destinados à seleção, trituração e classificação de materiais.
É possível produzir agregados - areia, brita e bica corrida para uso em pavimentação, contenção de encostas, canalização de córregos, e uso em argamassas e concreto. Da mesma maneira, pode-se fabricar componentes de construção - blocos, briquetes, tubos para
As opções mais sofisticadas permitem produzir a um custo mais baixo, empregando menos mão de obra e com qualidade superior. Exigem, no entanto, mais investimentos e uma escala maior de produção. Por estas características, adequam-se, normalmente, às cidades de maior porte.
Curiosidades REAPROVEITAMENTO DO ENTULHO
RECIFES ARTIFICIAIS
OPTAR PELA RECICLAGEM
No Brasil, o reaproveitamento do entulho é restrito, praticamente, à sua utilização como material para aterro e, em muito menor escala, à conservação de estradas de terra.
Grandes pedaços de concreto podem ser aplicados como material de contenção para prevenção de processos erosivos na orla marítima e das correntes, ou usado em projetos como desenvolvimento de recifes artificiais.
As experiências indicam que é vantajoso também economicamente substituir a deposição irregular do entulho pela sua reciclagem.
USINA DE RECICLAGEM EM SP A prefeitura de São Paulo, em 1991, implantou uma usina de reciclagem com capacidade para 100 t/hora, produzindo material utilizado como sub-base para pavimentação de vias secundárias, numa experiência pioneira no Hemisfério Sul. USO DOS RECURSOS NATURAIS Estima-se que a construção civil seja responsável por até 50% do uso de recursos naturais em nossa sociedade, dependendo da tecnologia utilizada. Sabe-se também que, na construção de um edifício, o transporte e a fabricação dos materiais representam aproximadamente 80% da energia gasta. MANIPULAÇÃO DE ASFALTO Em alguns países já há indicação das autoridades de saúde para cuidados a serem tomados quando da manipulação de asfalto, por existirem materiais potencialmente cancerígenos.
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ENTULHO TRITURADO O entulho triturado pode ser utilizado em pavimentação de estradas, enchimento de fundações de construção e aterro de vias de acesso. AGREGADOS COM BASE NO ENTULHO A produção de agregados com base no entulho pode gerar economias de mais de 80% em relação aos preços dos agregados convencionais. MATERIAIS SECUNDÁRIOS As propriedades de certos resíduos ou materiais secundários possibilitam sua aplicação na construção civil de maneira abrangente, em substituição parcial ou total da matéria-prima utilizada como insumo convencional. No entanto, devem ser submetidos a uma avaliação do risco de contaminação ambiental que seu uso poderá ocasionar durante o ciclo de vida do material e após sua destinação final.
O CUSTO DO LIXO O custo para a administração municipal é de US$ 10 por metro cúbico clandestinamente depositado, aproximadamente, incluindo a correção da deposição e o controle de doenças. Estima-se que o custo da reciclagem significa cerca de 25% desses custos. RECICLAGEM DO ENTULHO Os principais resultados produzidos pela reciclagem do entulho são benefícios ambientais. A equação da qualidade de vida e da utilização não predatória dos recursos naturais é mais importante que a equação econômica. Os benefícios são conseguidos não só por se diminuir a deposição em locais inadequados (e suas consequências indesejáveis já apresentadas) como também por minimizar a necessidade de extração de matéria-prima em jazidas, o que nem sempre é adequadamente fiscalizado. Reduz-se, ainda, a necessidade de destinação de áreas públicas para a deposição dos resíduos.
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CARREIRA
Arquiteto O PROFISSIONAL QUE PODE ATUAR EM DIVERSAS ÁREAS E MUDAR O CONCEITO DE ECONOMIA E ORGANIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO
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onstrua certo, contrate um arquiteto. Essa frase sintetiza o que é a profissão de arquiteto e urbanista: organizar o espaço construído, propondo soluções espaciais, com criatividade e responsabilidade social, técnica e ambiental. Projetar, planejar e construir edificações, e ainda, planejar os espaços urbanos e regionais são as mais conhecidas e difundidas atribuições de um arquiteto-urbanista. Entretanto, a diversidade da área possibilita uma atuação muito mais ampla, respaldada pela legislação que regulamenta a profissão. Segundo o arquiteto e professor da Facisa, Manoel Brito de Farias Segundo, este profissional deve possuir alta capacidade de síntese, capaz de interpretar
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adequadamente as necessidades de uma sociedade cada vez mais complexa, para poder produzir os espaços adequados para a sociedade contemporânea. O foco da Arquitetura é harmonizar os conceitos de praticidade, conforto, funcionalidade, racionalidade e de estética no uso dos espaços habitados pelo homem. O especialista afirma que o profissional, em síntese, deve estar interessado nas questões da cidade e dos espaços. “A pessoa que pensa em fazer arquitetura e urbanismo não precisa necessariamente gostar de matemática. O curso é multidisciplinar, é requerida uma ampla capacidade de síntese entre elementos oriundos das artes, da tecnologia e das ciências sociais. Sem dúvida, muito da profissão se manifesta na técnica, mas é preciso também
sensibilidade”, explica. A professora de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Campina Grande e doutoranda do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Urbano, da Universidade Federal de Pernambuco, Mariana Fialho Bonates, destaca que os cursos apresentam uma variação curricular a depender da universidade em que estão inseridos. “Na Universidade Federal de Pernambuco, por exemplo, o curso está abrigado no Centro de Artes e Comunicação; em outras universidades é mais comum estar vinculado a um Centro de Tecnologia, como é o caso da Universidade Federal da Paraíba e Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Na UFCG, o curso está no Centro de Tecnologia e Recursos Naturais, dentro da Unidade Acadêmica
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de Engenharia Civil. Isso não significa que se trata de um curso de exatas, mas de um curso tecnológico”, afirma. Segundo a professora, o arquiteto precisa ter noções estruturais para poder projetar coerentemente um edifício, como também precisa ter noções de conforto ambiental, podendo calcular o conforto térmico, lumínico ou acústico de um ambiente. “É, na verdade, um curso muito instigante devido a sua interface prática, contendo disciplinas aplicadas de maneira que os alunos se envolvem no desenvolvimento de projetos, visitam obras e edifícios, conhecem as dinâmicas das cidades em visitas a campo, etc.; isto é, o curso oferece a oportunidade de ensino teórico e prático, concomitante e sistematicamente”, conclui.
Oportunidades Há no mercado hoje uma divisão bem clara das áreas em que um arquiteto pode atuar. São elas: edifícios residenciais e comerciais, residências familiares, edifícios institucionais, prédios públicos e urbanismo (planejamento do crescimento de cidades e bairros). Segundo o arquiteto e professor da Facisa, Manoel Brito de Farias Segundo, existem várias possibilidades de atuação do profissional Arquiteto e Urbanista, cada uma com suas próprias características: Projeto, Urbanismo, Paisagismo, Interiores, Patrimônio Cultural e outras. “Não penso em termos uma “melhor área” na arquitetura, creio que é preciso conhecer cada uma destas possibilidades e abraçar aquela com a qual haja uma maior identificação”, diz. As oportunidades de trabalho são muitas, principalmente considerando o atual crescimento e verticalização das cidades brasileiras. O especialista afirma que a
atuação no projeto de edificações multifamiliares para o mercado imobiliário é um dos nichos, além da possibilidade de atuação nos programas habitacionais de interesse social. Segundo ele, outro ponto importante é a Lei da Assistência Técnica em Arquitetura, que abre um mercado interessante para o profissional. “Ë preciso então que o arquiteto se posicione adequadamente dentro destas e de outras possibilidades, e mostre que sua atuação é vital para a melhoria da qualidade dos espaços utilizados pela sociedade”, afirma.
A construção civil sempre foi e nunca vai deixar de ser o motor da economia em nosso país. Fabiano de Melo ARQUITETO E URBANISTA
Já para o Arquiteto e Urbanista, Fabiano de Melo Duarte Rocha, as oportunidades na área são sempre positivas, uma vez que, todas as especialidades relacionadas com a construção civil estão em alta no país, sobretudo pela questão econômica do Brasil e da realização de grandes eventos como a Copa do mundo e as Olimpíadas. “A construção civil sempre foi e nunca vai deixar de ser o motor da economia em nosso país. Assim, qualquer atividade ligada a essa área vale a pena investir. No que diz respeito a arquitetura e urbanismo, as expectativas são ainda maiores: já que ainda não temos a cultura de contratar arquitetos, e isso é algo que vem sendo construído aos
poucos, o que eleva o mercado, estamos ganhando mais espaço e criando mais clientes”, garante. Professora de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Campina Grande, Mariana Fialho Bonates, diz que a área de arquitetura e urbanismo é extremamente rica e ampla, variando de pequenas escalas, como a arquitetura de interiores, até escalas urbanas e territoriais, através o planejamento. Nesse sentido, o profissional pode atuar projetando edifícios em escritórios, planejando e intervindo nas cidades por meio dos órgãos públicos, atuando na preservação do patrimônio histórico, trabalhando com paisagismo, ensinando em instituições públicas e privadas, entre outras tantas atribuições e possibilidades da formação. “A melhor área, entretanto, é aquela em que o profissional tem mais afinidade, identificada ao longo do curso, nas disciplinas de variadas áreas do conhecimento. Apesar disso, há, ainda, uma ideia generalizada de que o mercado mais efervescente é o da arquitetura de interiores, o que pode ser uma visão equivocada haja vista a pluralidade da profissão”. A professora afirma ainda que devido ao crescimento acelerado das cidades e ao envelhecimento da população, que vive majoritariamente nos centros urbanos, uma série de problemas sociais, ambientais e urbanos coexiste, surgindo a necessidade de um profissional para intervir no espaço, inclusive nas pequenas cidades que estão, cada vez mais, interessadas em elaborar planos diretores e políticas de habitação para a captação de recursos.
Arquitetos x Engenheiros Com habilidades diferentes, mas que se complementam em muitos trabalhos. Enquanto a Arquitetura está vinculada à concepção e planejamento dos espaços construídos, a Engenharia se debruça sobre a execução destes espaços criados pelo Arquiteto.
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Por resolução do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA), tanto engenheiros como arquitetos podem ser responsáveis pelo projeto arquitetônico e pela execução de uma obra.
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CARREIRA
Formação
Com Ascom das instituições
CAMPINA GRANDE OFERECE CURSOS DE NÍVEL SUPERIOR NA ÁREA DE CONSTRUÇÃO CIVIL EM INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS
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ampina Grande vem experimentando, nos últimos anos, um crescimento vertiginoso no setor de construção civil. Para todos os cantos da cidade que se olha tem uma obra. Seja condomínios horizontais, grandes edifícios residenciais ou comerciais, ou obras menores, como casas e edifícios de até quatro andares. Não importa o tamanho da obra, todas elas necessitam de profissionais especializados. E desde que o setor de construção civil começou a crescer na cidade, a mão de obra vem se tornando insuficiente para atender à grande demanda. Essa procura cada vez maior por profissionais do setor de construção, fez surgir na cidade a necessidade de se
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capacitar e até mesmo formar pessoas para o mercado de trabalho. Hoje, a cidade possui quatro cursos de nível superior na área, disponibilizados por instituições públicas e privadas. Conheça um pouco de cada um deles:
Arquitetura e Urbanismo (UFCG) Criado em 2009, o curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) vai formar sua primeira turma no primeiro semestre de 2015. Uma antiga aspiração da comunidade acadêmica, o curso conta atualmente com 109 alunos, 34 professores, sendo 19 Doutores, 13 Mestres e dois Especialistas, contando
principalmente com Arquitetos, mas também com Engenheiros Civis, Sociólogos, Físicos, Engenheiros de Produção, Matemáticos,Historiadores e Engenheiros Agrícolas. A prova de que o curso veio para atender a uma demanda bastante crescente na cidade é que no primeiro ano de sua oferta, no Vestibular 2010, a concorrência para o curso foi a segunda maior da universidade, chegando a quase 14 pessoa por vaga. Anualmente, são oferecidas 40 vagas para o curso, todas com entrada no segundo período. No ano de 2012, uma comissão do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação (MEC), veio até a
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instituição, para realizar a avaliação de reconhecimento do curso, que obteve conceito 4. Foram avaliadas pela comissão a organização didático-pedagógica, o corpo docente e tutorial e a infraestrutura do curso. “Considerando que somos um curso novo com apenas dois anos de existência e estamos construindo uma estrutura nas três dimensões consideradas na avaliação, o resultado foi muito bom”, avalia o coordenador do curso, o professor Heitor de Andrade Silva. De acordo com o professor Heitor, por ter sido criado dentro da Unidade Acadêmica de Engenharia Civil, o curso tem um viés mais tecnológico que os outros cursos de Arquitetura e Urbanismo. “Importante frisar a preocupação do curso de formar profissionais com preocupação com o ambiente, considerando o programa de pós-graduação com linha de pesquisa relacionada com as questões ambientais, já existente na instituição. Outro ponto interessante é que o curso encontra-se em uma região semiárida e isto dará ao Arquiteto e Urbanista a oportunidade de interagir com as necessidades da região que irá futuramente servir de objeto de seus projetos”, diz ele. Ainda segundo ele, os reflexos da criação do curso serão sentidos nos próximos anos em Campina Grande. “Certamente os profissionais que se formarem no curso terão uma visão mais direcionada às questões sociais e culturais da cidade, contribuindo para qualidade de vida da população através da qualificação dos espaços sejam eles urbanos, paisagísticos e arquitetônicos. A influencia destes futuros profissionais será de muita contribuição para o desenvolvimento da cidade”, afirma. O Bacharel em Arquitetura e Urbanismo ou Arquiteto e Urbanista projeta e acompanha a execução de edificações, conjuntos arquitetônicos e monumentos, arquitetura paisagística e de interiores, além de realizar o planejamento físico, local, urbano e regional. Coordena e supervisiona equipes de trabalho, realiza estudos de viabilidade técnico-econômica, executa e fiscaliza obras e serviços técnicos; efetua vistorias, perícias e avaliações, emitindo laudos e pareceres. Em sua atuação, considera a ética, a segurança, a legislação e os impactos socioambientais.
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Arquitetura e Urbanismo (FACISA) Com o objetivo de contribuir com o ‘boom’ de crescimento do Brasil, a Facisa criou o curso de Arquitetura e Urbanismo, que se destaca pelo corpo docente qualificado e pela estrutura. Com uma matriz curricular atualizada, o curso superior possui uma carga horária de 4.060 horas/aula, com 10 semestres de duração. É reconhecido pela Portaria do MEC nº 1.361, de 10 de setembro de 2009. O profissional de Arquitetura e Urbanismo formado na instituição mantida pelo Centro de Ensino Superior e Desenvolvimento (Cesed) é capacitado para desenhar, planejar e supervisionar todas as fases de construção de edificação; como também para executar o planejamento de cidades, dentro das modernas técnicas de urbanismo. No mercado de trabalho, o graduado pode atuar em órgãos públicos federais, estaduais e municipais, nas empresas de construção, em escritórios de profissionais liberais, nas empresas de planejamento, nas firmas de material de construção e de mobiliário.
tem campo de atuação bastante abrangente, proporcionando várias opções de trabalho e de estudo. O Engenheiro Civil, egresso da UFCG, destaca-se pela versatilidade profissional e empreendedora que possibilita um campo de trabalho bastante abrangente, nas áreas de Construção Civil, Estruturas, Geotecnia, Recursos Hídricos, Saneamento e Transportes. É o profissional responsável pelo planejamento, projeto, construção e manutenção de obras civis, treinado para solucionar problemas e para encontrar soluções que proporcionem bem-estar, segurança, funcionalidade e economia para a sociedade, com comprometimento com a sustentabilidade ambiental. São absorvidos em empresas de planejamento e projetos, de consultoria e administração da construção civil, em obras de estradas, portos, aeroportos, saneamento básico, entre outras; em bancos de desenvolvimento e investimentos; em companhia de seguros; em institutos de pesquisa tecnológica e outros centros de pesquisa; nas universidades; em empresas estatais ou privadas, nacionais ou multinacionais; e, ainda, podem atuar como autônomos, empresários ou consultores.
Engenharia Civil Construção de (UFCG) Edifícios (FACISA) O reconhecimento do Curso de Engenharia Civil ocorreu em 31 de outubro de 1958, com a criação do primeiro curso de graduação da Escola Politécnica de Campina Grande (POLI), origem do Centro de Ciências e Tecnologia, abrangendo vários departamentos, entre eles o Departamento de Engenharia Civil. Em 2006, com a entrada em vigor do estatuto oficial, o Departamento passou a se denominar Unidade Acadêmica de Engenharia Civil, já na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). A Unidade Acadêmica de Engenharia Civil, hoje é composta por 05 áreas: Engenharia de Estruturas, Engenharia Sanitária e Ambiental, Engenharia de Recursos Hídricos, Engenharia de Transportes e Engenharia Geotécnica e oferece anualmente, 120 vagas (60 para cada entrada). O corpo docente é composto por 35 professores efetivos, sendo dois especialistas, oito mestres, dois PHD’s e quatro doutores. A Engenharia Civil
O curso de Construção de Edifícios da Facisa é conhecido pelos professores e a estrutura oferecida em sala de aula e nas aulas de campo. Possui uma carga horária de 2.540 horas/aula e duração de apenas cinco semestres. É autorizado pela Portaria MEC nº 102, D.O.U. de 02/07/2010. O tecnólogo em Construção de Edifícios atua no gerenciamento, planejamento e execução de obras de edifícios. Ele é o profissional que orienta, fiscaliza e acompanha o desenvolvimento de todas as etapas desse processo, incluindo desde o planejamento e acompanhamento de cronogramas físico-financeiros, até o gerenciamento de resíduos das obras, objetivando, em todas as etapas, segurança, otimização de recursos e respeito ao meio ambiente. Atua, ainda, na restauração e manutenção de edifícios, comercialização e logística de materiais de construção.
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FIQUE SABENDO
Cimento CONHEÇA OS TIPOS DE CIMENTO EXISTENTES NO MERCADO E DESCUBRA QUAL É O MAIS INDICADO PELA ABNT PARA SUA OBRA 74
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E
le não é o item mais importante de uma obra. Na indústria da construção civil, o cimento é o termômetro. Em média, o gasto com cimento representa de 5% a 6% do custo da obra, e seu uso inadequado pode comprometer o resultado final da construção. De acordo com o empresário Milton Júnior, da Cimentão, não existe uma quantidade definida de cimento que se deve usar numa obra, pois cada uma possui várias etapas, nas quais se altera o tipo de traço e rendimento de aplicação do cimento. “Por exemplo, para alvenaria, a quantidade de cimento vai depender da espessura da parede, mas, em média, o consumo chega a 28kg/m2. Já para o concreto de 35 MPa, em média
são usados de 350 a 400 Kg/m³. Esse consumo, entretanto, pode diminuir, utilizando um cimento com maior MPa. Por exemplo, um produto CP III 40 ao invés de um CPII 32”, explica, acrescentando que existe um cimento específico para cada tipo de obra. Na hora da escolha do cimento, segundo Milton, optar por um que seca mais rápido ou não vai depender da necessidade de cura, a aplicação no momento da utilização do cimento. “Quem deve se preocupar com uma cura mais rápida são os profissionais de pré-moldados, para os demais da construção civil isso não dever ser de grande importância”, enfatiza o empresário. E o que acontece se for usada uma quantidade maior de cimento? “Nada. Apenas
o gasto desnecessário”, garante Milton. Já o contrário, ou seja, usar cimento de menos dependendo da aplicação, pode prejudicar a qualidade da obra e trazer trágicas consequências. De acordo com Milton, não existe cimento de baixa qualidade. Todo cimento é normatizado de acordo com a ABNT. “Porém, se não existir um bom preparo e conhecimento para fazer as argamassas poderemos sim ter argamassas com qualidade inferior”, diz. Fatores que o cliente deve levar em consideração na hora de escolher o cimento:
1. 2. 3.
Resistência do Cimento(MPa) Aplicação do Cimento Cura do Cimento
CIMENTO PORTLAND, FOI O NOME DADO EM 1824 PELO QUÍMICO BRITÂNICO JOSEPH ASPDIN AO DESCOBRIR O TIPO DE PÓ DE CIMENTO. RECEBEU ESSE NOME POR APRESENTAR COR E PROPRIEDADES DE DURABILIDADE E SOLIDEZ SEMELHANTES ÀS ROCHAS DA ILHA BRITÂNICA DE PORTLAND.
Tipos de Cimento
O primeiro cimento portland lançado no mercado brasileiro foi o conhecido CP, correspondendo atualmente ao CP I, um tipo de cimento portland comum sem quaisquer adições além do gesso (utilizado como retardador da pega). O cimento tipo CP I é pouco utilizado no país, apenas 1% de todo o cimento consumido no Brasil é do tipo CP I, seja pela questão de custos, ou mesmo pela questão ambiental.
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Um tipo de cimento portland tido como comum, porém com 5% de material pozolânico em massa. É muito adequado para o uso em construções de concreto em geral quando há pouca exposição a sulfatos do solo ou de águas subterrâneas. O Cimento Portland comum com adições é usado em serviços de construção em geral, quando não são exigidas propriedades especiais do cimento.
Composição intermediária entre o cimento portland comum e o cimento portland com adições (alto-forno e pozolânico). Este cimento combina com bons resultados o baixo calor de hidratação com o aumento de resistência do Cimento Portland Comum. Recomendado para estruturas que exijam um desprendimento de calor moderadamente lento ou que possam ser atacadas por sulfatos.
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O cimento Portland composto tem diversas possibilidades de aplicação. Suas propriedades atendem desde estruturas em concreto armado até argamassas de assentamento e revestimento. O CP II F-32 tem adição de fíler calcário, em teor entre 6 e 10% e não é o mais indicado para aplicação em meios muito agressivos.
O cimento Portland composto é um dos cimentos mais utilizados no Brasil. Suas propriedades atendem desde estruturas em concreto armado até argamassas de assentamento e revestimento, concreto massa e concreto para pavimentos. O CP II-Z-32 leva, em sua composição, de 6 a 14% de pozolana.
Apresenta maior impermeabilidade e durabilidade, além de baixo calor de hidratação. É particularmente vantajoso em obras de concreto-massa, tais como barragens, pilares, obras em ambientes agressivos, tubos e canaletas para condução de líquidos agressivos, pilares de pontes, pavimentação de estradas e pistas de aeroportos.
O cimento Portland pozolânico é bastante recomendável na concretagem de grandes volumes e sob temperaturas elevadas. É altamente eficiente em argamassas de assentamento e revestimento, em concreto magro, concreto armado, concreto para pavimentos e solo-cimento.
O cimento Portland de alta resistência inicial tem alta reatividade em baixas idades em função do grau de moagem a que é submetido. É largamente utilizado em produção industrial de artefatos, concreto protendido pré e pós-tensionado, pisos industriais e argamassa armada.
Os cimentos portland resistentes aos sulfatos são aqueles — como o próprio nome diz — que têm a propriedade de oferecer resistência aos meios agressivos sulfatados, tais como os encontrados nas redes de esgotos de águas servidas ou industriais, na água do mar e em alguns tipos de solos.
Este tipo de cimento tem a propriedade de retardar o desprendimento de calor em peças de grande massa de concreto, evitando o aparecimento de fissuras de origem térmica, devido ao calor desenvolvido durante a hidratação do cimento.
O cimento portland branco é um tipo de cimento que se diferencia dos demais pela coloração. A cor branca é conseguida a partir de matérias-primas com baixos teores de óxidos de ferro e manganês e por condições especiais durante a fabricação.
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MORAR BEM
Moradia CASA, APARTAMENTO OU CONDOMÍNIO HORIZONTAL? ESCOLHENDO O ESPAÇO QUE MAIS COMBINA COM VOCÊ
N
os últimos anos, as facilidades de financiamento e o relativo bom momento da economia nacional impulsionaram o mercado imobiliário. Muitas famílias, em função dos filhos, preferem os condomínios fechados, horizontais ou verticais pela comodidade, sensação de segurança e pelas opções de entretenimento. No entanto, antes de optar por um condomínio horizontal ou vertical é preciso levar em consideração as necessidades do proprietário e da família. De acordo com o Arquiteto e Urbanista, Fabiano de Melo Duarte Rocha, muitas pessoas têm a ideia de que optando por condomínios horizontais terão mais privacidade por estar em uma casa, o que algumas vezes
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Antes de comprar qualquer imóvel, o proprietário deve pontuar as vantagens e desvantagens, considerando as necessidades de cada um. Fabiano de Melo ARQUITETO E URBANISTA
pode não acontecer, já que um condomínio fechado é muito diferente da casa tradicional. “Mesmo em condomínios horizontais é preciso ter a ideia de que as pessoas dividirão espaços. Isso significa concessão de lugares e de lazer, por exemplo. É preciso também levar em consideração os custos de manutenção destes imóveis, uma vez que também precisará pagar taxa de condomínio e manutenção do local. Não podemos negar que há vantagem nos condomínios horizontais, sobretudo na questão de espaço, na área verde, bem maior do que apartamentos e segurança. Antes de comprar qualquer imóvel, o proprietário deve se informar e pontuar as vantagens e desvantagens, colocando na balança e considerando as necessidades de cada
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um”, disse.
negócio que está fechando.
Para o corretor de imóveis da Investlar, Marcos Rodrigues, antes de comprar um imóvel, é fundamental procurar conhecer a empresa ou pessoa que construiu o imóvel, observar a localização e acesso do imóvel e levar em consideração uma boa assessoria imobiliária, proveniente de um bom profissional. Além disso, se for comprar ou alugar um imóvel em um condomínio, é interessante buscar informações a respeito das leis internas e dos serviços que oferecidos e analisar se o valor cobrado corresponde ao produto. É importante verificar a relação custo/ benefício, para que você tenha certeza do
Quem lê as páginas policiais dos jornais, com frequentes relatos de assalto a apartamentos, tem a impressão de que prédios são mais vulneráveis que qualquer outro tipo de habitação. Não é o que dizem as empresas de seguro, para as quais esse dado é um referencial no valor da cobertura. Segundo elas, para cada seis assaltos a casas térreas, ocorre apenas um em edifícios. A Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio, especializada em avaliação de imóveis, registrou uma tendência de queda na compra e venda de casas desse tipo nos últimos dois anos. Outro engano é achar que os prédios
isolados são mais inseguros que aqueles em condomínio. O risco é o mesmo. No Brasil, apenas 0,33% das residências possui sistemas de segurança monitorados por empresas especializadas. A maioria das famílias utiliza sistemas caseiros ou cuidados precários que são, muitas vezes, falíveis contra a violência dos dias de hoje. Mas é possível estabelecer uma comparação para facilitar na hora da escolha entre morar em apartamentos, condomínios ou casas. Confira o quadro abaixo, no qual elencamos algumas considerações sobre as fragilidades e pontos fortes de cada moradia.
Vertical ou horizontal? O que levar em conta na hora de escolher sua residência:
CASA
CASA EM CONDOMÍNIO
APARTAMENTO
VANTAGENS
VANTAGENS
VANTAGENS
•É possível cultivar plantas;
•Crianças podem brincar na rua com muito mais liberdade e segurança;
•A manutenção é mais barata;
•Os animais bem-vindo;
de
estimação
são
•É menos trabalhoso para organizar;
•Maior área verde, organização e estrutura de lazer;
•A vista pode ser muito bonita;
•São locais silenciosos;
•Dificilmente um único homem consegue praticar um assalto;
•Brigas e discussões com vizinhos são menos frequentes;
•Os muros altos e as guaritas dão maior proteção;
•A presença do porteiro, inibe o ladrão;
•É mais difícil a entrada de pessoas desconhecidas por sua família.
•O acesso é vigiado 24h.
•Todos os custos de segurança e lazer são divididos entre os moradores.
DESVANTAGENS
DESVANTAGENS
DESVANTAGENS
•Dá mais trabalho manter tudo em ordem;
•Ficam em áreas afastadas, o que cria transtornos de deslocamento;
•O barulho dos vizinhos às vezes incomoda;
•A segurança é menor que em condomínios com guaritas;
•Numa emergência, às vezes é mais complicado chegar a um pronto-socorro;
•Não pode criar de animais;
•Quintais e jardins fazem toda a diferença;
•Abrir o portão para entrar e sair de casa é um perigo; •Custear um bom sistema de proteção custa caro.
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•Algumas pessoas acabam ignorando procedimentos de precaução, como trancar portas e janelas.
•O espaço externo de lazer e a área verde são pequenos ou não existem; •Nem sempre a convivência com outros moradores é harmoniosa.
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ECOEFICIENTE
Reciclar SEGUNDO O IBGE, MENOS DE 20% DAS CIDADES BRASILEIRAS PRATICAM A COLETA SELETIVA
S
egundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2000 a 2008 o número de cidades brasileiras com coleta seletiva de lixo mais que dobrou. Mesmo assim, menos de 20% das cidades brasileiras separam corretamente seu lixo. No Brasil, apenas 1.087 municípios, ou 19,5% do total, têm alguma forma de separação para reciclagem. A pesquisa Índices de Desenvolvimento Sustentável (IDS 2012), divulgada em junho do ano passado, mostrou que, no ano 2000, apenas 8,2% das cidades tinham coleta seletiva. Fazendo um contraponto a essa realidade, a pesquisa revelou que o Brasil é campeão em reciclagem de alumínio, com 98,2% de
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Coleta por região Concentração de municípios brasileiros com coleta seletiva:
NORTE
5,1%
NORDESTE
6%
CENTRO OESTE
7,1%
SUDESTE
25,9%
SUL
41,3%
reaproveitamento de latinhas, em 2009. No documento o IBGE diz que “no Brasil, os altos níveis de reciclagem nem sempre estão associados à educação e à conscientização ambiental. Muitas vezes o alto valor das matérias-primas e a presença de uma massa de trabalhadores sem qualificação e poucas opções de emprego são fatores que explicam.” O Paraná, Estado com a maior cobertura de coleta seletiva, tem 52,1% das cidades nessa situação e as diferenças regionais são enormes. Para se ter uma ideia, no Piauí somente duas cidades (0,9% do total) possuem coleta seletiva.
Em baixa Ainda de acordo com a pesquisa do IBGE,
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houve uma queda da mobilização política local, nos municípios, em torno do desenvolvimento sustentável. Em 2002, 50,6% da população viviam em cidades com Agenda 21 Local. Em 2009, a parcela caiu para 41,2%, segundo a pesquisa IDS. Em 2009, havia apenas 978 municípios com Agenda 21 Local. A Agenda 21 é um documento assinado por 178 países na Rio 92, estabelecendo uma série de objetivos, critérios e princípios para o desenvolvimento sustentável. A Agenda 21 Local é um processo de planejamento estratégico para implementar a agenda em cada município. O fim do Programa Farol do Desenvolvimento, do Banco do Nordeste (BNB), que financiava a instalação de projetos de Agenda 21 Local, foi apontado pelo IBGE como um dos motivos para a desmobilização. Denise Kronemberger, coordenadora técnica da IDS 2012, acredita que a queda na população residente em cidades com Agenda 21 Local demonstra a insustentabilidade de programas para impor o desenvolvimento sustentável “de fora”. “Isso mostra a importância desses processos serem endógenos”, afirmou Denise.
Impacto De 1992 para 2010, o Brasil conseguiu reduzir em 89,2% o consumo de substâncias nocivas à camada de ozônio, segundo a IDS. A destruição da camada de ozônio, um dos principais problemas da agenda ambiental de 20 anos atrás, na Rio 92, está sendo combatida. Isso porque o Protocolo de Montreal, assinado em 1987 e atualmente com 196 países signatários, que decidiu pela redução do uso de substâncias destruidoras da camada de ozônio (SDOs), tem sido bem-sucedido. No Brasil, segundo o IBGE, o uso de SDOs caiu de 11.099 toneladas PDO (Potencial de Destruição da Camada de Ozônio, unidade calculada englobando os diferentes tipos de substâncias), em 2000, para 1.208 toneladas PDO, em 2010. Os clorofluorcarbonos (CFCs) são os SDOs mais conhecidos.
“Lei do Lixo” A “Lei do Lixo” (Lei nº 12.305 ), como já é conhecida a Política Nacional de
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No Brasil, os altos níveis de reciclagem nem sempre estão associados à educação e à conscientização ambiental. Muitas vezes a presença de uma massa de trabalhadores sem qualificação e poucas opções de emprego são fatores que explicam. IBGE IDS 2012
Resíduos Sólidos (PNRS), foi sancionada em agosto de 2010 pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva, mas só entrou em vigor, efetivamente, no dia 23 de dezembro do mesmo ano, com a publicação do decreto de regulamentação. De lá para cá, pouca coisa tem sido feita, por Estados e Municípios, para se resolver de vez o problema de destinação dos resíduos sólidos. Na prática, a lei estabelece a Gestão Integrada de Resíduos, na qual o material descartado pela sociedade e todos os envolvidos (como sistemas de coleta seletiva, cooperativas, triagem e tratamento dos resíduos, por exemplo) são regulamentados com base no sistema de responsabilidade compartilhada. Ou seja, o Poder Público, o setor empresarial e a coletividade são responsáveis pela efetividade da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Para o acompanhamento e análise do programa, foi determinada a criação do SINIR (Sistema Nacional de Informações
sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos) com o prazo máximo de dois anos a ser implantado. A principal designação do SINIR será a coleta, sistematização e disponibilização de dados e estatísticas relativos aos serviços públicos e privados ligados à gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, bem como dos sistemas de logística reversa (que implica a coleta e destinação final ambientalmente adequada de determinados resíduos pelo próprio setor produtivo, na fase pós-consumo) implantados.
Incentivo Também no final do governo Lula, foi publicada, em 31/10/2010, a Lei Federal n.º 12.375 que, no seu artigo 5º, introduz alterações na legislação tributária, oferecendo crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), até 31/12/2014, aos estabelecimentos industriais que usarem resíduos sólidos recicláveis como matéria prima na fabricação de seus produtos ou em processos intermediários na cadeia produtiva, desde que adquiridos diretamente de cooperativas de catadores de materiais recicláveis.
Exemplo em CG Implantada em junho de 2011, a coleta seletiva do Hospital de Trauma de Campina Grande foi a pioneira nas unidades hospitalares do Estado e tem colhido bons frutos com o novo modelo de gestão. A diretoria, preocupada com o impacto causado pelo lixo hospitalar e os gastos decorrentes da administração dos detritos, realizou mudanças na forma de gerir os resíduos sólidos da instituição. Com isso, além de trazer mais organização à unidade de saúde, teve uma economia de mais de R$ 30 mil por mês para os cofres do Estado. Para gerenciar essa parte de resíduos sólidos, a direção designou duas profissionais de enfermagem para o acompanhamento de todo o processo de coleta. De forma gradual, os resultados foram aparecendo. “Houve diminuição substancial no número de bombonas de lixo hospitalar que eram encaminhados a João Pessoa. Em janeiro deste ano eram 500 bombonas por mês, o que representava R$ 40 mil mensais de gastos. Com
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as medidas de gerenciamento de resíduos, conseguimos que o número fosse reduzido a 79 bombonas por mês, o que trouxe economia de aproximadamente R$ 34 mil por mês”, ressaltou o diretor do hospital, Geraldo Medeiros. A forma como o lixo hospitalar é transportado e para onde é levado é um assunto que sempre preocupa a população. “Qualquer instituição hospitalar deve se preocupar com o meio ambiente. Pensar na sustentabilidade deve ser tarefa de qualquer gestor, seja ele privado ou público”, disse Medeiros.
Outro fator importante para que tudo desse certo foi o espaço destinado para separação do lixo hospitalar. O ambiente conta com cinco salas: duas para resíduos contaminados, duas para resíduos comuns e uma sala para resíduos recicláveis, tudo isso para facilitar a coleta. Todo o lixo selecionado na instituição é transportado por uma empresa de João Pessoa, que realiza a coleta às terças-feiras e sábados. Além das duas enfermeiras responsáveis pelo setor, quatro funcionários se revezam para manter a qualidade do
serviço. “Fizemos um esforço enorme para por o projeto em prática. Tivemos o apoio da diretoria do hospital e estamos fazendo o trabalho de conscientização dos funcionários”, declarou Geni de Melo, uma das responsáveis pelo projeto. As enfermeiras responsáveis pela coleta seletiva acompanham de perto todo o processo de incineração dos resíduos na empresa que recolhe o lixo. Já em relação a alguns resíduos específicos como o papelão e os recipientes para soro, foi firmada uma parceria com a Cooperativa Catamais, que recolhe o material toda semana.
Catamais A Cooperativa de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis de Campina Grande (CATAMAIS) foi criada em 2008, com o objetivo de realizar a coleta, reciclagem e comercialização de materiais recicláveis na cidade, bem como representar sociopolítica e economicamente seus associados fora da cooperativa, sempre buscando promover o desenvolvimento intelectual e o bem-estar de cada um deles e de seus familiares. Através do projeto “Melhor Coletar e a Vida Melhorar”, financiado pelo CNPq e em parceria com o departamento de Serviço Social da UEPB, a CATAMAIS tem trabalhado pela sensibilização da sociedade campinense para a importância da coleta seletiva e atualmente passa recolhendo resíduos sólidos recicláveis em cerca de 10 bairros de Campina Grande.
A CATAMAIS possui atualmente um Blog e uma conta no Twitter. No blog podem ser encontradas as atividades da Cooperativa, maneiras de participar, parceiros e as rotas percorridas pelos cooperados. Em algumas ruas, eles já conseguiram moradores que aderiram à ação e já efetuam a coleta seletiva previamente: distinguindo o lixo orgânico do inorgânico. Já a conta do Twitter serve como troca de informações e recados rápidos dos participantes e simpatizantes do projeto, tendo ganhado vários seguidores, incluindo pessoas atuantes em esferas do poder público.
Acesse: www.catamais.blogspot.com.br | Siga: @CatamaisCG Visite: Rua Almeida Barreto, s/n. Centro, Campina Grande - PB
Ponto de coleta da Catamais no centro de Campina Grande
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MERCADO IMOBILIÁRIO
Procura UNIVERSITÁRIOS AQUECEM MERCADO DE ALUGUEL DE IMÓVEIS EM CAMPINA GRANDE 88
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A
ndar por Campina Grande é fazer um verdadeiro tour por casas e prédios em construção. Com a facilidade de crédito, impulsionado pelo programa “Minha Casa Minha Vida”, do Governo Federal, a cidade se transformou num canteiro de obras. O resultado é o crescimento da oferta de venda de imóveis, tanto nos bairros mais centrais quanto nas áreas mais afastadas. Com tanta facilidade para adquirir um imóvel, será que ainda há procura para aluguel de casas e apartamentos? Para o corretor Marcos Rodrigues, a demanda ainda é grande. Ele diz que Campina Grande, por ser um polo universitário, consegue atrair estudantes de vários municípios paraibanos e de outros estados do Nordeste. “O que vimos nos últimos anos foi o crescimento do número de universidades na cidade, isso implica diretamente na procura por apartamentos para universitários”, diz. De acordo com o corretor, os bairros do Catolé e de Bodocongó são os mais procurados por quem deseja alugar casas e apartamentos na cidade. O primeiro pela oferta de infraestrutura e serviços disponíveis. E o bairro de Bodocongó, que é a preferência dos estudantes, devido a proximidade da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), situadas no mesmo bairro. A dica para os estudantes que pretendem alugar um apartamento é procurar imóveis que, além da proximidade com
as universidades, estejam localizados perto de panificadoras, mercadinhos, restaurantes e pontos de ônibus. “Esses fatores acabam fazendo com que o estudante economize mais e devem ser levados em conta na hora de escolher um apartamento”, explica o corretor.
dicas úteis: separar as prateleiras da geladeira com os nomes de cada um e sempre pedir permissão se quiser comer algo da prateleira do colega.
Se a ideia for dividir o apartamento com um colega, o que é bastante comum em Campina Grande e em outros polos universitários, por diminuir as despesas com o aluguel, alguns fatores devem ser observados para evitar conflitos e viver confortavelmente:
Morar sozinho sempre é um festa, principalmente quando você está conhecendo novas pessoas e precisa socializar com os colegas da universidade. A dica para evitar transtornos com o colega “de casa” é avisá-lo com antecedência, perguntar se ele concorda e se quer convidar alguém. E um detalhe muito importante: Se ele não participar da festa, limpe a casa e deixe tudo como era antes.
Escolher colega Na hora de escolher uma pessoa para dividir um apartamento, opte por alguém de confiança e com personalidade parecida com a sua. Se você encontrar alguém que tenha uma rotina parecida com a sua, a convivência ficará mais fácil e nenhuma das duas pessoas correrá o risco de acordar atrasada por não conseguir dormir devido ao barulho que a outra fez durante a noite.
Feiras É aconselhável que os produtos básicos, como os de limpeza geral e alimentos não perecíveis, sejam comprados coletivamente e o valor pago por eles dividido igualmente. Já itens de higiene pessoal e os supérfluos, como iogurte, barra de cereal, queijos, vinho, petiscos, cada um compra o seu individualmente. Outras
Festas
Tarefas As tarefas da casa devem ser divididas igualmente, mas sempre respeitando as aptidões de cada um. Sente-se com seu colega e converse. Se os dois preferem varrer a casa a lavar o banheiro, por exemplo, façam um sorteio, e durante o mês alternem as tarefas. O mais importante é que ambos assumam os compromissos e os cumpram diariamente.
Namoro Namoradas (os) são bem-vindos sim, desde que não se tornem mais um colega “de casa” e tirem a privacidade do outro. Ah! E nada de trazer toda semana uma pessoa diferente. Respeite a individualidade do outro.
Curiosidades VALOR MÉDIO DO ALUGUEL DE APARTAMENTO COM TRÊS QUARTOS NOS BAIRROS DE CLASSE MÉDIA E ALTA EM CAMPINA GRANDE
R$ 600,00
BAIRROS COM MAIOR PROCURA PARA ALUGUEL DE IMÓVEIS EM CAMPINA GRANDE
BODOCONGÓ E CATOLÉ
NÚMERO DE ALUNOS DE FORA QUE FAZEM VESTIBULAR EM CAMPINA
30%
Comprar para alugar Para quem deseja aproveitar o momento e as facilidades do mercado imobiliário para investir, é preciso ter cuidado. Se o objetivo é comprar para alugar, o primeiro passo é procurar um corretor de imóveis. Ele vai poder indicar as áreas da cidade com maior retorno para o investidor.
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Outra dica para valorizar o aluguel é investir em imóveis situados em locais que tenham infraestrutura, como ruas calçadas, fácil acesso às avenidas principais e transporte público. Comprar apartamentos e casas perto de farmácias, escolas e supermercados também pode
ser garantia de um bom rendimento no fim do mês para o proprietário do imóvel alugado.
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AGENDA
2013
23/02 a 02/03
CAMPIMÓVEIS
LOCAL
Campina Grande-PB / Parque do Povo.
PERÍODO
23/02/2013 a 02/03/2013.
INFORMAÇÕES
FEIRA DE IMÓVEIS, CONSTRUÇÃO CIVIL, CIÊNCIA E TECNOLOGIA A Campimóveis, feira realizada em Campina Grande tem como objetivo implantar através de campanhas institucionais a integração do mercado de Imóveis, Construção Civil, Ciência e Tecnologia, visando ao mesmo tempo proporcionar a realização de bons negócios entre os empresários, oferecendo produtos específicos para públicos específicos, fomentando o melhor desempenho das atividades comerciais e garantir uma sustentabilidade de vendas no mercado, evitando a variação de vendas influenciada por situações sazonais, sobretudo por políticas implantadas por produtos concorrentes.
2013
05/03 a 08/03
www.estruturaleventos.net.br (83) 3341-2101
LOCAL
EXPO REVESTIR
São Paulo-SP / Transamérica Expo Center
Principal evento de soluções em acabamentos da América Latina: •Materiais e soluções inovadoras para projetos de engenharia, arquitetura, decoração e construção •Informações e oportunidades de negócios para revendas de material de construção •Tendências e debates com experts mundiais na 11º edição do Fórum Internacional de Arquitetura e Construção
A entrada na feira e no Fórum é gratuita para os profissionais do setor.
A FASHION WEEK DA ARQUITETURA E CONSTRUÇÃO
2013
12/03 a 16/03
FEICOM BATIMAT A Feicon Batimat é o maior e mais conceituado salão da construção da América Latina. Com 21 anos de existência é o evento mais completo da área, pois só ele reúne todos os grandes líderes do segmento em uma exclusiva exposição de produtos e serviços para todos os setores do ramo. Além disso, a feira conta com a conferência Núcleo de Conteúdo Feicon Batimat; que possui ótimas palestras e debates, trazendo fortes tendências do mercado e renomados profissionais nacionais e internacionais. Perspectivas para o evento: •Exposição de 1.030 marcas nacionais e internacionais •Presença de 130 mil visitantes/compradores •Área de exposição de 85 mil m²
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HORÁRIO
10h às 19h
$
ACESSO
INFORMAÇÕES
www.exporevestir.com.br/ (11) 3289-7555
LOCAL
São Paulo-SP / Pavilhão de Exposições Anhembi.
HORÁRIO 3ª a 6ª das 10h às 19h | Sábado das 9h às 17h.
$
ACESSO
Evento exclusivo e gratuito para profissionais do setor que fizerem o seu pré-credenciamento por meio do site até 08/03/2013, ou apresentarem convite do evento no local. Caso contrário, será cobrada a entrada no valor de R$ 55,00 no balcão de atendimento.
INFORMAÇÕES
www.feicon.com.br ou (11) 2129.6303
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2013
05/06 a 08/06
CONSTRUCTION EXPO
2ª FEIRA INTERNACIONAL DE EDIFICAÇÕES, OBRA E INFRAESTRUTURA
LOCAL
São Paulo-SP / Centro de Exposições Imigrantes
INFORMAÇÕES
www.constructionexpo.com.br
A maior feira voltada para a cadeia da construção na América Latina vai integrar fornecedores de serviços, materiais, equipamentos, construtoras e entidades setoriais em um evento comprometido com as novas tecnologias, a modernização dos processos construtivos e a valorização da sustentabilidade ambiental, social e econômica.
2013
03/07 a 05/07
KITCHEN & BATH EXPO FEIRA INTERNACIONAL DE PRODUTOS E ACESSÓRIOS PARA COZINHA E BANHEIRO
2013
19/07 a 22/07
LOCAL
São Paulo -SP / Transamérica Expo Center
HORÁRIO
10h às 19h
INFORMAÇÕES www.kitchenbathexpo.com.br (11) 3205-5000
LOCAL
CONSTRUIR
Belo Horizonte-MG / Expominas
A Construir integra as principais feitas do setor de construção nacional em uma plataforma única de negócios.
www.feiraconstruir.com.br/minas (19) 3035-3100
FEIRA INTERNACIONAL DA CONSTRUÇÃO
HORÁRIO
Das 13:00 as 22:00h
INFORMAÇÕES
Com o objetivo de facilitar a expansão geográfica e gerar negócios, o evento reúne profissionais e empresas de renome para apresentarem lançamentos e serviços, colocando em pauta as novas tendências e principais questões do segmento.
2013
25/07 a 28/07
FEICCAD
FEIRA DO IMÓVEL, CONSTRUÇÃO, CONDOMÍNIOS, ARQUITETURA E DECORAÇÃO
LOCAL
Jundiaí-SP
HORÁRIO
5ª a 6ª das 15h às 22h | Sábado das 12h às 22h Domingo das 12h às 20h
INFORMAÇÕES
www.feiccad.com.br
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ONDE ENCONTRAR Museu
MUSEU DE ARTE POPULAR DA PARAÍBA
LOCAL
Av. Dr. Severino Ribeiro Cruz, S/N - Campina Grande - PB
INFORMAÇÕES (83) 3315-3446
http://www.uepb.edu.br/
Construtora
CIPRESA
LOCAL
R. Basílio Araújo, 600 - Catolé, Campina Grande - PB
INFORMAÇÕES (83) 3337.1569
http://www.cipresa.com.br
Eventos
ESTRUTURAL
LOCAL
R. Sebastião Donato, 57- Centro, Campina Grande – PB
INFORMAÇÕES (83) 3341-2101
http://www.estruturaleventos.net.br
Universidade
UFCG
LOCAL
R. Aprígio Veloso, 882 - Bodocongo, Campina Grande - PB
INFORMAÇÕES (83)2101-1000
http://www.ufcg.edu.br
Faculdade
FACISA
LOCAL
Av. Argemiro de Figueiredo, 1901 - Itararé, Campina Grande - PB
INFORMAÇÕES (83)2101.8800
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http://www.cesed.br
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Arquiteta
Arquiteto
LANA DÉBORA
BRILHANTE FILHO
LOCAL
R. Aristides F. da Cruz, 240 - Estação Velha, Campina Grande-PB
INFORMAÇÕES (83) 3337.3803
lanadebora@hotmail.com
LOCAL
Rua Mal. Deodoro da Fonseca, 734 - Prata, Campina Grande-PB
INFORMAÇÕES (83) 3343-6272
Projetados
Imobiliária
PROJETAR AMBIENTAÇÕES
INVESTLAR
LOCAL
Av. Giló Guedes, 29 - Santo Antônio, Campina Grande-PB
INFORMAÇÕES
http://www.brilhantefilho.com.br
LOCAL
R.José Golçalves de Lucena, Nº 105 - Cruzeiro, Campina Grande -PB
INFORMAÇÕES
(83) 3341.2951
(83) 3063.4545
Sindicato
Associação
SINDUSCON
ABADI - Assoc. Bras. das Administradoras de Imóveis
LOCAL
R. Manoel Gonçalves Guimarães, 195 - José Pinheiro, Edif. Agostinho Veloso da Silveira , Campina Grande-PB
INFORMAÇÕES
http://investlar.net
LOCAL
R.do Carmo, 6 / 7º andar - Centro , Rio de Janeiro - RJ
INFORMAÇÕES
(83) 2101-5371
(21) 2217-6950
Construção
Setor Público
CIMENTÃO
SEC. RECURSOS HÍDRICOS E MEIO AMBIENTE DE CG
LOCAL
Av. João Wallig, 370 - Distrito Industrial , Campina Grande-PB Av. Aragão e Melo, 309 - Torre, João Pessoa-PB
INFORMAÇÕES (83) 3331.2277
(83) 3225.4675
LOCAL
R. Treze de Maio - Centro , Campina Grande-PB
INFORMAÇÕES (83) 3310-6030
Setor Público
Locação de Máquinas
DEFESA CIVIL
BRASIL LOCAÇÕES
LOCAL
Rua Treze de Maio, nº 329 - 4º andar Salas 401 e 402
INFORMAÇÕES 199 (plantão)
JAN - FEV - MAR 2013
LOCAL
R. Aprigio Pereira Nepomuceno, 1044 - Jardim Paulistano Campina Grande-PB
INFORMAÇÕES (83) 3335.9821
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